Resumo Expandido - Jardel UNICRUZ
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INTRODUÇÃO
O adubo verde promove a reciclagem de nutrientes das camadas mais profundas do
solo para a superfície, quando utilizadas espécies com sistema radicular profundo e
ramificado, disponibilizando os nutrientes para as próximas plantas cultivadas (Fiorin, 2007).
A utilização de plantas de cobertura pode contribuir para o controle de plantas invasoras, não
só pelo volume de matéria verde, mas também com a sua palhada (cobertura morta) que
impede a entrada de luz, o que dificulta a germinação da planta daninha e liberação
substâncias pelas raízes por algumas plantas que inibem a germinação das plantas invasoras
(alelopatia). A espécie de adubo verde deve ser escolhida em função da cultura, ter
semelhanças botânicas contrárias para que não sirva de abrigo aos patógenos e insetos. A
manutenção da estruturação do solo e fertilidade do solo também são aspectos positivos da
adubação verde (CAMPOS et al., 1999; AITA et al., 2001).
A importância da utilização das plantas de cobertura do solo são suas efetividades no
controle de plantas daninhas, reduzindo ou eliminando muitas vezes a necessidade do uso de
herbicidas, fator importante na redução de custos da lavoura e menor impacto ambiental.
Os objetivos deste trabalho foram avaliar a influencia de plantas de cobertura do solo
de inverno e manejo de pré-semeadura sobre a incidência de plantas invasoras.
METODOLOGIA
O experimento está sendo conduzido desde 2015 e será realizado até a safra 2017/2018,
abrangendo três safras agrícolas, na área experimental do IFRS – Campus Ibirubá, localizado
no município de Ibirubá, RS. O município está localizado na região fisiográfica Planalto Mé-
dio, uma das principais regiões produtoras de grãos do Estado, numa altitude de 420 metros.
O clima da região é subtropical Cfa, conforme classificação de Köeppen adaptado por Moreno
(1961). A precipitação média anual é de 1700 mm e temperatura média de 20ºC. O solo da
área é classificado como Latossolo Vermelho distrófico (STRECK et al., 2008).
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com parcelas
subdivididas e quatro repetições. Sendo a parcela principal o fator manejo do solo: gradagem,
trituração da resteva e aplicação de herbicida. A gradagem foi realizada com grade pesada,
com discos de 52 cm de diâmetro, com abertura de 35o. A trituração foi com triturador
modelo Tritton da empresa Jan, com altura de ação o mais próximo possível ao solo. A
aplicação do herbicida foi com o dessecante glifosato, na dose de 3 L/ha do produto
comercial, com volume de calda de 120 L/ha. Nas sub-parcelas o fator plantas de cobertura:
aveia preta (Avena strigosa), azevém (Lolium multiflorum), ervilhaca (Vicia sativa), nabo
forrageiro (Raphanus sativus), consórcio de aveia preta com ervilhaca e consórcio aveia preta
com nabo forrageiro. Foi utilizada uma testemunha sem plantas de cobertura do solo, apenas
com as plantas que incidirem naturalmente na área, denominada pousio. A quantidade de
sementes por hectare foi de 25 kg de azevém, 80 kg de aveia preta, 50 kg de ervilhaca, 12 kg
de nabo forrageiro, nos consórcios 25 kg de aveia, 30 kg de ervilhaca e 10 kg de nabo
forrageiro. Cada parcela foi constituída de 3,5 x 35,0 m, totalizando 122,5 m² de área e, as
sub-parcela tem 3,5 x 5,0 m.
A produção de fitomassa das plantas de cobertura de inverno e plantas invasora foi
avaliada no pleno florescimento das espécies de cobertura, amostrando uma área de 1 m 2. As
plantas de cobertura foram separadas manualmente das plantas invasoras, determinando suas
fitomassas. Após foram secas em estufa a 55oC, até peso constante para a determinação da
massa seca.
Para avaliação d incidência de plantas invasoras entre os tratamentos com plantas de
cobertura teve como base a massa seca das plantas invasora que incidiram no tratamento
pousio, que foi considerado como 100%.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não houve interação entre os fatores manejo de pré-semeadura e plantas de cobertura
(Tabela 1). Não houve diferença significativa entre os manejos pré-semeadura.
Entre as plantas de cobertura houve diferença significativa, se destacando a aveia
preta consorciada com o nabo, que teve incidência de plantas invasoras de apenas 15,9%
quando comparado ao pousio, ou seja, uma redução de aproximadamente 85%. Este consórcio
não diferiu do tratamento com nabo forrageiro, sendo este tratamento não diferiu
estatisticamente do consórcio aveia preta com ervilhaca e da ervilhaca. Entre as plantas de
cobertura a maior incidência de plantas invasoras foi no azevém, com quase 60% em relação
ao pousio, que não diferiu da aveia preta, do consórcio aveia preta com ervilhaca e da
ervilhaca
Tabela 1: Incidência de plantas invasoras (%) sob influencia dos diferentes manejos pré-
semeadura e das plantas de cobertura do solo de inverno, safra 2015/2016.
ns = Não significativo pelo teste F. 1Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
As principais plantas invasoras incidentes na área foram nabo (Raphanus sp.), língua
de vaca (Plantago sp.), picão preto (Bidens pilosa), losna (Artemisia verlotorum), erva de
passarinho (Stellaria media) e picão branco (Bidens alba). Salienta-se que este nabo,
possivelmente o forrageiro, tornou-se invasora devido a não conduções adequadas realizadas
anteriormente, que permitiram que este produzisse sementes na área.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O consórcio aveia com nabo forrageiro obteve o maior controle sobre as plantas
invasoras, enquanto que o azevém teve o menor desempenho.
Todas as plantas de cobertura reduziram as plantas invasoras, obtendo incidência
inferior a 57% destas, ou seja, um controle acima de 43% quanto comparado ao pousio.
O experimento será conduzido nas safras 2016/2017 e 2017/2018, para maior
confiabilidade dos dados, em diferentes condições climáticas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
AITA, C.; BASSO, C. J.; CERETTA, C. A.; GONÇALVES C. N. & DA ROS, C. O. Plantas
de cobertura de solo como fonte de nitrogênio ao milho. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, 25:157-165, 2001.
CAMPOS, B.C.; REINERT, D.J.; NICOLODI, R.; CASSOL, L.C. Dinâmica da agregação
induzida pelo uso de plantas de inverno para cobertura do solo. Revista Brasileira de
Ciência do Solo, 23: 383 391, 1999.
FIORIN, J. Manejo e fertilidade do solo no sistema plantio direto. Passo Fundo, Berthier,
2007. 184p.
MORENO, S.A. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Secretária da Agricultura,
Secção de Geografia, 1961. 38p.
STRECK, V.E. et al. Solos do Rio Grande do Sul. 2 ed. Porto Alegre: EMATER/RS-ASCAR,
2008. 222P.