Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Regulamento Nacional Do Ordenamento Do Territorio e Planeamento Urbano 1a Alteração 2018

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 50

Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.

© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

Segunda-feira, 10 de dezembro de 2018 I Série


Número 81

BOLETIM OFICIAL
2 620000 004832

ÍNDICE
CONSELHO DE MINISTROS
Decreto-lei nº 61/2018:
Procede à primeira alteração do Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de setembro, que aprova o Regulamento
Nacional de Ordenamento do Território e Planeamento Urbanístico............................................. 1956

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1956 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

CONSELHO DE MINISTROS Artigo 2.º

–––––– Alterações

Decreto-lei nº 61/2018 São alterados os artigos 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 12.º, 13.º, 14.º,
19.º, 21.º, 23.º, 25.º, 26.º, 28.º, 29.º, 30.º, 33.º, 34.º, 38.º, 41.º,
de 10 de dezembro 42.º, 43.º, 46.º, 48.º, 50.º, 52.º, 55.º, 58.º, 60.º, 63.º, 67.º,
69.º, 70.º 71.º, 74.º, 75.º, 78.º, 81.º, 84.º, 85.º, 86.º, 89.º, 90.º,
As bases gerais da política de ordenamento do território 91.º, 92.º, 93.º, 94.º, 97.º, 98.º, 99.º, 103.º, 104.º, 115.º, 116.º,
e planeamento urbanístico instituídas pelo Decreto-
Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, alterado pelo 117.º, 118.º, 119.º, 121.º, 122.º, 123.º, 125.º, 127.º, 128.º,
Decreto-Legislativo n.º 6/2010, de 21 de junho, foram 129.º, 131.º, 132.º, 133.º, 136.º, 139.º, 141.º, 143.º, 144.º,
recentemente alteradas mediante Decreto-Legislativo 146.º, 149.º, 152.º, 153.º, 166.º, 167.º, 178.º, 180.º, 191.º,
n.º 4/2018, de 6 de julho, com o fito de no plano legal, 194.º, 195.º, 197.º, 199.º, 200.º, 201.º, 202.º, 204.º, 206.º e
possibilitar, sobretudo, um desenvolvimento nacional 207.º do Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de setembro, que
harmonioso e sustentável, com base em processos mais passam a ter a seguinte redação:
ágeis, simplificados e adequados aos desafios e exigências “Artigo 6.º
atuais.
[…]
Nesta conformidade, importa, na sequência, proceder
à adequação do Regulamento Nacional de Ordenamento 1. […]
do Território e Planeamento Urbanístico (RNOTPU),
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de setembro, a) […]
aos princípios e regras que nortearam a alteração das b) […]
mencionadas bases.
c) Dos riscos de desastres aos quais esta sujeito o
No essencial, essa adequação passa por definir o regime território (perigos, exposição e vulnerabilidade) e
de coordenação de âmbito nacional, regional, intermunicipal os impactos previsíveis das mudanças climáticas.
e municipal do sistema de gestão territorial, o regime
geral do uso do solo e o regime de elaboração, aprovação, d) [Anterior alínea c)]
execução e avaliação dos instrumentos de gestão territorial.
e) [Anterior alínea d)]
Verifica-se, conforme o mencionado, que as últimas
alterações às bases de ordenamento do território e f) [Anterior alínea e)]
planeamento urbanístico procuraram imprimir uma
reforma no sentido de simplificar e agilizar o processo de 2. […]
planeamento e gestão territorial, reforçando as competências
2 620000 004832

Artigo 7.º
e responsabilidades municipais nestas matérias, a
descentralização administrativa, a subsidiariedade como […]
fator de reforço do poder local.
1. […]
As alterações introduzidas no RNOTPU, bem como os seus
motivos são, entre outros, proceder (i) ao alargamento do 2. Os instrumentos de gestão territorial asseguram a
âmbito territorial do Esquema Regional do Ordenamento harmonização dos vários interesses públicos com expressão
do Território, podendo abranger um conjunto de municípios espacial, tendo em conta as estratégias de desenvolvimento
da mesma ilha e (ii) à explicitação do conteúdo material económico e social, bem como a sustentabilidade, resiliência
e documental dos projetos de loteamento, suprindo assim e a solidariedade intergeracional na ocupação e utilização
a lacuna anteriormente existente, além de reduzir os do território.
prazos de consulta pública dos instrumentos de gestão 3. […]
territorial para sessenta dias, no sentido de conferir maior
celeridade e flexibilidade do planeamento territorial, 4. […]
incluindo o reforço os mecanismos de participação, com
a obrigatoriedade de apresentação do resumo não técnico Artigo 8.º
da proposta do plano e a descentralização da consulta […]
pública junto das comunidades através dos métodos
mais robustos. 1.[…]
Foram ouvidos o Instituto Nacional de Gestão do 2. Excetuam-se do disposto no número anterior os
Território e a Associação Nacional dos Municípios de interesses respeitantes à defesa nacional, à segurança,
Cabo verde. a redução de riscos de desastres, à saúde pública e à
proteção civil, cuja prossecução tem prioridade sobre os
Assim, demais interesses públicos.
Ao abrigo do Decreto-Legislativo n.º 4/2018, de 6 de 3.[…]
julho, que procede à segunda alteração ao Decreto-
Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, alterado pelo Artigo 9.º
Decreto-Legislativo n.º 6/2010, de 21 de junho, que aprova […]
as Bases do Ordenamento do Território e Planeamento
Urbanístico; e […]
No uso da faculdade conferida pela alínea c) do n.º 2 do a) […]
artigo 204.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
b) Os recursos, ecossistemas e valores naturais, os
Artigo 1.º sistemas indispensáveis à utilização sustentável
Objeto do território, as medidas básicas e os limiares de
utilização que garantem a renovação e valorização
O presente diploma procede à primeira alteração do do património natural, bem como os recursos
Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de setembro, que aprova territoriais com relevância estratégica para
o Regulamento Nacional de Ordenamento do Território a sustentabilidade ambiental, resiliência e a
e Planeamento Urbanístico (RNOTPU). solidariedade intergeracional, tais como a orla

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1957

costeira e zonas ribeirinhas, as águas públicas, formação, da cultura, da saúde, da habitação, do


as áreas protegidas, a rede hidrográfica e outros turismo, da agricultura, do comércio e indústria,
recursos territoriais relevantes para a redução das florestas e do ambiente;
de riscos de desastres, conservação da natureza
e da biodiversidade; c) Planos Especiais de Ordenamento do Território, de
natureza regulamentar, constituindo um meio de
c) […] intervenção do Governo, visando a prossecução
de objetivos considerados indispensáveis à
d) […] tutela de interesses públicos e de recursos
e) […] de relevância nacional com repercussão no
território, estabelecendo exclusivamente o
f) […] regime de salvaguarda de espaços, recursos e
valores naturais; abrangendo designadamente
g) As redes de infraestruturas e equipamentos coletivos os Planos de ordenamento de áreas protegidas
de nível fundamental que promovem a qualidade ou outros espaços naturais de valor cultural,
de vida, reforçam a resiliência, apoiam a atividade histórico ou científico; Planos de ordenamento das
económica e asseguram a otimização do acesso zonas turísticas especiais ou zonas industriais;
à cultura, à educação e à formação, à justiça, Planos de ordenamento da orla costeira Planos
à saúde, à segurança social, ao desporto e ao de ordenamento das bacias hidrográficas; Planos
lazer são identificadas nos instrumentos de de ordenamento florestal;
gestão territorial;
d) Esquema Regional de Ordenamento do Território,
h) O sistema urbano estabelecendo os objetivos estabelece as opções estratégica de organização
quantitativos e qualitativos que asseguram a do território regional, servindo de referência
coerência, contribuem para a resiliência urbana para a elaboração de instrumentos de gestão
e caracterizam a estrutura do povoamento; e territorial intermunicipal e municipal e pode
i) […] abranger uma ilha, um grupo de ilhas vizinhas
ou um conjunto de municípios da mesma ilha;
Artigo 12.º
e) Planos Intermunicipais de Ordenamento do
[…] Território, que estabelecem as opções estratégico
1. […] de desenvolvimento intermunicipal, o modelo
territorial intermunicipal, as opções de localização
2. […] de equipamentos públicos, abrangendo dois ou
mais municípios vizinhos, enquadrando-se nesta
2 620000 004832

3. A coordenação das políticas municipais consagradas categoria, o Plano Diretor intermunicipal e o


nos planos urbanísticos incumbe às Câmaras Municipais Plano Detalhado intermunicipal;
e às Associações de Municípios.
f) Planos Municipais de Ordenamento do Território,
Artigo 13.º de natureza regulamentar, que estabelecem o
[…] regime de uso do solo, definindo modelos de
evolução da ocupação humana e da organização
1. […] de redes e sistemas urbanos e, na escala
adequada, parâmetros de aproveitamento do
2. […] solo, enquadrando-se nesta categoria, o Plano
a) O respeito pelas respetivas atribuições na elaboração Diretor Municipal e o Plano Detalhado.
dos instrumentos de gestão territorial nacionais,
regionais, intermunicipais e municipais; 2. Os instrumentos de gestão territorial referidos nas
alíneas e) e f) podem ser genericamente designados por
b) O cumprimento dos limites materiais impostos planos urbanísticos.
à intervenção dos diversos órgãos e agentes Artigo 19.º
relativamente ao processo de planeamento
nacional, regional, intermunicipal e municipal; e Articulação entre instrumentos de gestão territorial

c) […] 1. A Diretiva Nacional de Ordenamento do Território


Artigo 14.º
prossegue objetivos de interesse nacional e estabelece os
princípios e as regras orientadoras da disciplina a definir
[…] pelos demais instrumentos de gestão territorial.
1. […] 2. O Esquema Regional de Ordenamento do território,
respeita as orientações definidas na Diretiva Nacional de
a) Diretiva Nacional de Ordenamento do Território, Ordenamento do Território, e traduzem um compromisso
de âmbito nacional e de natureza estratégica, reciproco de compatibilização com os Planos Sectoriais e
que traduzem as grandes opções com relevância os Planos Especiais de ordenamento do território.
para a organização do território, estabelecendo
diretrizes de carácter genérico sobre o modo 3. Os Planos Especiais de ordenamento do Território
de uso do mesmo, consubstanciando o quadro prevalecem sobre os planos intermunicipais e municipais
de referência a considerar na elaboração dos de ordenamento do território.
demais instrumentos de gestão territorial;
4. Os planos intermunicipais e municipais de ordenamento
b) Planos Sectoriais de Ordenamento do Território, de Território, desenvolvem e concretizam as orientações
que programam ou concretizam as políticas definidas na Diretiva Nacional de Ordenamento do Território
de desenvolvimento económico e social com e Esquema Regional de Ordenamento do Território.
incidência espacial, determinando o respetivo
impacte territorial, abrangendo, designadamente, 5. Os planos municipais de ordenamento do território
os domínios dos transportes, das comunicações, da atendem as orientações definidas nos planos intermunicipais
energia e recursos geológicos, da educação e da de ordenamento do território.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1958 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

6. Em relação as figuras de planos municipais de Artigo 25.º


Ordenamento do Território, as disposições do Plano […]
Detalhado respeitam e compatibilizam-se com as disposições
do Plano Diretor Municipal. A Diretiva Nacional de Ordenamento do Território é o
7. Sempre que entre em vigor uma Diretiva Nacional instrumento de gestão do território, de âmbito nacional e
de Ordenamento do Território ou um Esquema Regional de natureza estratégica, que traduz as grandes opções com
de Ordenamento do Território, é obrigatório a alteração relevância para a organização do território, estabelecendo
dos planos intermunicipais e municipais de ordenamento diretrizes de carácter genérico sobre o modo de uso
do Território, que com eles não sejam compatíveis. do mesmo, consubstanciando o quadro de referência a
considerar na elaboração dos demais instrumentos de
8. Em nenhum caso o plano de grau hierárquico superior gestão territorial.
pode afetar as previsões técnicas dos planos de grau Artigo 26.º
hierárquico inferior quando tais previsões constituam
matéria específica destes planos. […]

9. A Resolução, deliberação ou decisão que ordenar […]


a elaboração de um instrumento de gestão territorial
especifica a existência de planos de grau hierárquico a) […]
inferior, se os houver, e acautela, na medida do possível,
a sua observância. b) […]
10. A aprovação de um plano de nível hierárquico inferior c) […]
contra as normas de um plano de nível hierárquico superior
torna as suas disposições nulas e de nenhum efeito. d) […]
Artigo 21.º e) […]
[…] f) […]
1. […] g) […]
a) […] h) […]
b) […] i) […]
c) […]
j) Aumento da resiliência aos fenómenos climáticos
2 620000 004832

d) […] extremos provocados pelas mudanças climáticas,


promovendo medidas ativas de adaptação às
e) […] suas consequências e medidas concretas de luta
contra a desertificação;
f) […]
k) Aumento da resiliência aos riscos de desastres
g) […] associados tanto com perigos de origem geológico,
h) Ratificação, no caso dos Planos Diretores Municipais biológico, tecnológico como climático e meteorológico,
e Planos Diretores Intermunicipais; promovendo medidas de redução da exposição
e vulnerabilidade e integrando o princípio de
i) Registo e depósito do plano; “reconstruir-melhor” nos processos de reconstrução
e reabilitação pós-desastre;
j) [Anterior alínea i)]
l) [Anterior alínea k)]
2. O diploma, deliberação ou decisão que determinar
a elaboração do plano especifica o prazo necessário para m) [Anterior alínea l)]
a elaboração da proposta de plano e a data em que a
proposta deve ser submetida a aprovação prévia, bem como n) [Anterior alínea m)]
o período dentro do qual a proposta de plano fica sujeita a
inquérito público e consulta das entidades interessadas o) [Anterior alínea n)]
e bem assim o prazo dentro do qual deve ser submetida
a aprovação final. p) [Anterior alínea o)]

3. […] q) [Anterior alínea p)]


Artigo 23.º r) [Anterior alínea q)]
[…] s) [Anterior alínea r)]
1. A verificação das qualificações a que se reporta o t) [Anterior alínea s)]
presente diploma incumbe à entidade competente para
a respetiva elaboração, no caso dos planos urbanísticos, e u) [Anterior alínea t)]
competente para o licenciamento, no caso das operações
de loteamento. v) [Anterior alínea u)]
2. […] Artigo 28.º

a) […] […]

b) […] 1. […]
3. […] a) […]
4. […] b) […]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1959

c) […] Artigo 33.º

d) […] […]

e) […] 1.[…]
f) Os mecanismos de articulação entre as políticas de 2. [Revogado]
ordenamento do território, de redução de riscos
de desastres e de ambiente que assegurem as 3. […]
condições necessárias à concretização de uma
estratégia de desenvolvimento sustentável, de 4. A Comissão de Acompanhamento é presidida pelo
resiliência aos riscos e de utilização parcimoniosa membro do Governo responsável pela área do ordenamento
dos recursos naturais; do território, coadjuvado pela Presidente do Conselho
Diretivo do Serviço Central responsável pelo Ordenamento
g) […] do Território que o substitui nas suas faltas e impedimentos.
2. […] 5. […]
Artigo 29.º
Artigo 34.º
[…]
[…]
1. […]
1. […]
a) […]
a) […]
b) […]
c) […] b) […]

2. […] c) […]
a) […] d. […]
i. […] e) […]
ii. […] f) Um representante da Plataforma Nacional de
iii. […] Redução de Riscos de Desastres;
2 620000 004832

iv. […] g) [Anterior alínea f)]


v. […] h) [Anterior alínea g)]
vi. […] 2. […]
vii[…] 3. […]
viii.[…]
4. A Comissão Consultiva é presidida pelo membro do
ix. O perfil de riscos de desastres e estrutura de Governo responsável pelo Ordenamento do Território
gestão de riscos de desastres. coadjuvado pelo Presidente do Conselho de Administração
do serviço central responsável pelo Ordenamento do
b) […] Território que o substitui nas suas faltas e impedimentos.
c) […] Artigo 38.º
3. […] […]
a) […] A DNOT deve ser objeto de exposição pública em todos
b) O mapeamento dos riscos de desastres; os municípios do país durante 60 (sessenta) dias antes
da sua aprovação final, para cumprimento do disposto na
c) [Anterior alínea b)] Base IV do Decreto-Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro,
alterado pelos Decretos-Legislativos n.ºs 6/2010, de 21
4. […] de junho, e 4/2018, de 6 de julho, e demais disposições
a) […] aplicáveis.
b) […] Artigo 41.º

c) […] […]

d) […] 1. […]
e) […] 2. Até o fim do prazo previsto no número anterior, a DNOT deve
ser avaliada e, caso se revelar necessário, alterada ou revista.
f) […]
Artigo 30.º Artigo 42.º

[…] […]

A elaboração da proposta técnica da DNOT deve promover O Esquema Regional de Ordenamento do Território
ativamente a coordenação e a mútua compatibilização com (EROT)é o instrumento de planeamento que estabelece as
instrumentos de gestão territorial e programas com incidência opções estratégicas de organização do território regional,
territorial, existentes e previstos, da iniciativa dos organismos servindo de referência para a elaboração de instrumentos
e entidades da Administração direta e indireta do Estado. de gestão territorial intermunicipal e municipal.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1960 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 43.º a) Representantes dos departamentos governamentais
[…]
responsáveis pelos sectores das infraestruturas,
transportes e telecomunicações, da reforma do
O EROT, em termos do seu âmbito territorial, pode Estado, das finanças, da administração interna,
abranger uma ilha, um grupo de ilhas vizinhas, um do ambiente, desenvolvimento rural e recursos
conjunto de municípios da mesma ilha. marinhos, da descentralização, habitação, da
saúde, da defesa nacional, da economia, da
Artigo 46.º energia e água, do trabalho, formação profissional
e solidariedade social e da educação e ensino
[…] superior;
1. […] b) Um representante de cada um dos Municípios
envolvidos;
a) […]
c) Um representante das associações que tenham
b) […] por objeto a exploração da atividade agrícola,
fauna e flora na ilha ou região abrangida;
c) […]
d) Um representante da Ordem dos Arquitetos;
d. […] e) Um representante da Ordem dos Engenheiros;
2. […] f) Três peritos nomeados pelo Membro do Governo
responsável pelo ordenamento do território,
3. […] sendo um deles presidente da Comissão; e
a) […] g) Representantes de outras entidades consideradas
relevantes.
b) […]
5. [Anterior n.º 3]
c) […]
6. [Anterior n.º 4]
4. […] Artigo 50.º
a) […] […]
b) […] O EROT deve ser objeto de exposição pública em todos
os Municípios abrangidos pelo seu âmbito de aplicação
2 620000 004832

c) […] durante 60 (sessenta) dias antes da sua aprovação final,


para cumprimento do disposto na Base IV do Decreto-
5. […] Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, alterado pelos
Decretos-Legislativos n.ºs 6/2010, de 21 de junho, e 4/2018,
a) […] de 6 de julho.
b) Avaliação de riscos de desastres que compreenda Artigo 52.º
uma identificação e análise de riscos multi-perigos
e uma análise das probabilidades e ocorrência, […]
intensidade e consequências esperáveis; 1. As normas e princípios constantes do EROT vinculam
c) [Anterior alínea b)] todas as entidades públicas e são de aplicação direta nas
áreas em que não exista qualquer plano urbanístico ou
d) [Anterior alínea c)] não disponham de qualquer outro instrumento de gestão
territorial eficaz.
e) [Anterior alínea d)] 2. […]
f) [Anterior alínea e)] Artigo 55.º
6. […] […]

a) […] 1. Os Planos Sectoriais de Ordenamento do Território


(PSOT) concretizam as políticas de desenvolvimento
b) […] económico e social com incidência espacial, determinando o
respetivo impacte territorial, abrangendo, designadamente,
Artigo 48.º os domínios dos transportes, das comunicações, da energia e
[…]
recursos geológicos, da educação e da formação, da cultura,
da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do
1. […] comércio e indústria, das florestas e do ambiente.
2. [Revogado]
2. O EROT deve ser elaborado por uma empresa ou
conjunto de empresas recrutada mediante concurso Artigo 58.º
público especialmente aberto para o efeito.
[…]
3. No caso em que não estiverem reunidas as condições
para o cumprimento do disposto no numero anterior, 1. […]
incumbe ao serviço central responsável pelo ordenamento 2. Quando a pluralidade dos interesses a salvaguardar o
do território promover a elaboração da proposta técnica justifique, a elaboração dos PSOT é ainda acompanhada por
do EROT, através de uma Equipa Técnica especialmente uma comissão de acompanhamento cuja composição deve
criada para o efeito. traduzir a natureza daqueles interesses e a relevância
das implicações técnicas a considerar.
4. A elaboração do EROT deve ser acompanhada por uma
comissão obrigatoriamente integrada pelos seguintes elementos: 3. […]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1961


Artigo 60.º Artigo 70.º

[…] […]

1. Emitidos os pareceres das entidades consultadas, bem 1. Ao longo da elaboração dos PEOT, a entidade pública
como da comissão de acompanhamento, quando exista, responsável deve facultar aos interessados todos os elementos
e, quando for o caso, decorrido o período de concertação, a relevantes para que estes possam conhecer o estádio dos
entidade pública responsável procede à abertura de um trabalhos e a evolução da tramitação procedimental, bem
período de discussão pública da proposta de plano sectorial como formular sugestões à entidade pública responsável
através de aviso a publicar no Boletim Oficial e a divulgar e à comissão de acompanhamento.
através da comunicação social. 2. […]
2. Durante o período de discussão pública, que não pode Artigo 71.º
exceder 30 (trinta) dias, os documentos referidos no número
anterior podem ser consultados nas sedes da entidade […]
pública responsável pela elaboração e dos Municípios
incluídos no respetivo âmbito de aplicação. 1. […]
2. O período de discussão pública deve ser anunciado
3. […] com a antecedência mínima de 8 (oito) dias e não pode
exceder 30 (trinta) dias.
4. […]
3. […]
Artigo 63.º
a) […]
[…]
b) […]
1.Os Planos Especiais de Ordenamento do Território
(PEOT) são instrumentos de natureza regulamentar, c) […]
constituindo um meio de intervenção do Governo, visando
a prossecução de objetivos considerados indispensáveis à d) […]
tutela de interesses públicos e de recursos de relevância 4. […]
nacional com repercussão no território, estabelecendo
exclusivamente o regime de salvaguarda de espaços, 5. […]
recursos e valores naturais.
6. […]
2.[…] Artigo 74.º
2 620000 004832

a) […] […]

b) […] Em tudo o que não estiver regulado nesta secção é


aplicável ao PEOT, com as devidas adaptações, o disposto
c) […] no presente Regulamento para os demais instrumentos de
gestão territorial, de acordo com o seu âmbito e natureza.
d) […]
Artigo 75.º
Artigo 67.º
[…]
[…]
1. Os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território
1. […] (PIMOT) são instrumentos de natureza regulamentar e
estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos
a) […] de ocupação territorial e da organização de redes e
sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros
b) […] de aproveitamento do solo, bem como de garantia da
sustentabilidade socioeconómica e financeira, da redução dos
c) Planta de condicionantes; riscos de desastres e da qualidade ambiental, abrangendo
dois ou mais municípios territorialmente contíguos.
d) Planta de síntese;
2. Os PIMOT são o Plano Diretor intermunicipal e o
e) Programa de execução e financiamento. Plano Detalhado intermunicipal e podem ser designados
por planos urbanísticos intermunicipais.
2. […]
3. O Plano Diretor intermunicipal estabelece, a estratégia
Artigo 69.º de desenvolvimento estratégico de desenvolvimento
[…] intermunicipal, o modelo territorial intermunicipal,
as opções de localização de equipamentos públicos e
1. A elaboração técnica dos PEOT é acompanhada as relações de interdependências entre dois ou mais
por uma comissão do acompanhamento cuja composição municípios territorialmente contíguos.
deve traduzir a natureza dos interesses a salvaguardar, 4. O Plano Diretor intermunicipal é um instrumento de
designadamente pela participação dos municípios implicados referência para a elaboração dos demais planos intermunicipais
e de organizações não-governamentais de ambiente, e a e municipais, bem como para o desenvolvimento das
relevância das implicações técnicas a considerar. intervenções setoriais da administração, em concretização
do princípio da coordenação das respetivas estratégias
2. O acompanhamento mencionado no número anterior de ordenamento territorial.
é assíduo e continuado, devendo, no final dos trabalhos
de elaboração, formalizar-se num parecer escrito assinado 5. O Plano Detalhado intermunicipal abrange parte
pela maioria dos representantes das entidades envolvidas do território contiguo dos concelhos a que respeitam,
com menção expressa da orientação defendida. definindo a implantação e a volumetria das edificações,
a forma e organização dos espaços de utilização coletiva
3. […] e o traçado das infraestruturas.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1962 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

6. A existência de um Plano Diretor ou de um Plano Artigo 89.º


Detalhado intermunicipal exclui a possibilidade de […]
existência, ao nível municipal, de planos territoriais do
mesmo tipo, na área por eles abrangida, sem prejuízo 1. […]
das regras relativas à dinâmica de planos territoriais.
2. [Revogado]
Artigo 78.º

[…]
3. [Revogado]

Aos Planos Diretor e Detalhado intermunicipais são 4. [Revogado]


aplicáveis, com as necessárias adaptações, 5.A definição da utilização dominante referida no n.º
as regras previstas para os Planos Diretor e Detalhado 1, bem como das categorias relativas ao solo rural e
municipais. solo urbano, as condicionantes especiais e os respetivos
usos compatíveis e incompatíveis obedecem a critérios
Artigo 81.º uniformes aplicáveis a todo o território nacional a definir
por Portaria do membro do Governo responsável pelo
[…] ordenamento do território.
O acompanhamento, a concertação e a discussão Artigo 90.º
pública dos planos intermunicipais de ordenamento do […]
território regem-se, com as necessárias adaptações, pelas
disposições relativas aos planos urbanísticos municipais. 1. A elaboração dos planos urbanísticos municipais,
Artigo 84.º
incluindo os de iniciativa particular, é determinada por
deliberação dos seguintes órgãos municipais:
[…]
a) Assembleia Municipal, no caso do Plano Diretor
1. Com o ato de ratificação do Plano Diretor intermunicipal Municipal (PDM);
e aprovação final do plano Detalhado Intermunicipal são
publicados o regulamento e as peças gráficas ilustrativas. b) Câmara Municipal, no caso dos Planos Detalhados
(PD).
2. O Plano Diretor Intermunicipal e o Plano Detalhado
Intermunicipal vigoram pelo período que neles for 2. Nos termos do disposto no número anterior, compete
estabelecido. à Câmara Municipal a definição da oportunidade e dos
termos de referência dos PD.
2 620000 004832

Artigo 85.º
3. A elaboração de planos urbanísticos municipais
[…] obriga a identificar e a ponderar, nos diversos âmbitos,
os planos, programas e projetos com incidência na área
1.Os Planos Municipais de Ordenamento do Território em causa, considerando os que já existam e os que se
são instrumentos de natureza regulamentar, que encontrem em preparação, por forma a assegurar as
estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos necessárias compatibilizações.
de evolução da ocupação humana e da organização de redes
e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros 4. […]
de aproveitamento do solo, da garantia da qualidade
ambiental e da resiliência urbana. Artigo 91.º
[…]
2. Os Planos Municipais de Ordenamento do Território
são o Plano Diretor Municipal e o Plano Detalhado, e A participação das entidades públicas e dos particulares
podem ser designados por planos urbanísticos municipais. no processo de elaboração dos planos urbanísticos municipais
Artigo 86.º faz-se nos termos da Base XXI do Decreto-Legislativo
n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, alterado pelos Decretos-
[…] Legislativos n.ºs 1/2006, de 13 de fevereiro, 6/2010, de
21 de junho, e 4/2018, de 6 de julho, e sem prejuízo do
[…] disposto nos artigos seguintes.
a) […] Artigo 92.º

b) […] […]

c) […] 1. […]

d) […] a) […]

e) […] b) […]

f) Os princípios e as regras de garantia da redução c) […]


de riscos de desastres, qualidade ambiental e d) […]
da preservação do património cultural;
2. O acompanhamento da elaboração dos planos urbanísticos
g) […] é assegurado por uma comissão de acompanhamento,
h) […] cuja composição deve traduzir a natureza dos interesses
a salvaguardar e a relevância das implicações técnicas
i) […] a considerar, integrando técnicos oriundos de serviços da
administração direta ou indireta do Estado, do Município, de
j) […] outras entidades públicas cuja participação seja aconselhável
no âmbito do plano, bem como de representantes dos
k) […] interesses económicos, sociais, culturais e ambientais.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1963

3. A comissão de acompanhamento fica obrigada a um Artigo 94.º


seguimento assíduo e continuado dos trabalhos de elaboração
do futuro plano, devendo, no final, apresentar um parecer […]
escrito, assinado por maioria dos seus membros com menção 1. Ao longo da elaboração dos planos urbanísticos, a
expressa da orientação defendida, que se pronuncie sobre Câmara Municipal deve facultar aos interessados todos os
o cumprimento das normas legais e regulamentares elementos relevantes para que estes possam conhecer o estado
aplicáveis e, ainda, sobre a adequação e conveniência das dos trabalhos e a evolução da tramitação procedimental,
soluções defendidas pela Câmara Municipal. bem como formular sugestões ao Município e à comissão
4. […] de acompanhamento.
5. O parecer final da comissão de acompanhamento 2. A Câmara Municipal publicita, através da divulgação
deve acompanhar a proposta de plano apresentada pela de avisos, a deliberação que determina a elaboração do
Câmara Municipal à Assembleia Municipal. plano por forma a permitir, durante o prazo estabelecido
na mesma, num período máximo de 15 (quinze) dias, a
6. A Câmara Municipal deve comunicar ao serviço central formulação de sugestões, bem como a apresentação de
do ordenamento do território o teor da Deliberação que informações sobre quaisquer questões que possam ser
haja determinado a elaboração, alteração ou revisão do consideradas no âmbito do respetivo procedimento de
plano e solicitar a marcação de uma reunião preparatória elaboração.
que deve acontecer no prazo máximo de 10 (dez) dias.
3. Concluído o período de acompanhamento e, quando
7. A constituição da comissão de acompanhamento for o caso, decorrido o período de concertação, a Câmara
dos planos urbanísticos é constituída por Deliberação da Municipal procede à abertura de um período de discussão
Câmara Municipal em articulação com o serviço central pública, através de aviso a publicar no Boletim oficial
do ordenamento do território, no prazo de 10 (dez) dias e a divulgar através da comunicação social, dos quais
após a realização da reunião preparatória, a publicar consta a indicação do período de discussão, das eventuais
através do aviso no Boletim Oficial, e em outros meios sessões públicas a que haja lugar, dos locais onde se
de comunicação. encontra disponível a proposta, acompanhada do parecer
8. No prazo de 3 (três) dias apos a publicação a que se da comissão de acompanhamento e dos demais pareceres
refere o número anterior, a Câmara Municipal solícita aos eventualmente emitidos, bem como da forma como os
serviços que integram a comissão de acompanhamento interessados podem apresentar as suas reclamações,
dos planos urbanísticos a designação dos respetivos observações ou sugestões.
representantes, a qual deve ser efetuada no prazo de 7 4. O período de discussão pública deve ser anunciado
(sete) dias. com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias e com a
9. Findo prazo de 7 (sete) dias, a Câmara Municipal duração de 30 (trinta) dias.
2 620000 004832

comunica ao membro do Governo que tutela a área do


ordenamento do território a eventual falta de designação 5. Os planos urbanísticos em consulta pública devem
dos representantes de serviços e entidades da administração ser acompanhados de um resumo não técnico, e devem
direta ou indireta do Estado, para efeitos de participação ser expostos em locais acessíveis por forma a facilitar a
às tutelas respetivas. participação de todos os interessados, devendo as camaras
sempre que possível descentralizar secções públicas de
10. A falta de designação dos representantes a que alude apresentação do plano junto das comunidades.
o número anterior não impede o início dos trabalhos da
comissão de acompanhamento dos planos urbanísticos. 6. [Anterior n.º 5]
11. O parecer final da comissão de acompanhamento é 7. [Anterior n.º 6]
emitido no prazo máximo de 15 (quinze) dias. 8. [Anterior n.º 7]
12. A comissão de acompanhamento dos planos 9. [Anterior n.º 8]
urbanísticos é presidida pelo representante da Câmara
Municipal. 10.São obrigatoriamente públicas todas as reuniões
13. O funcionamento da comissão de acompanhamento da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal que
consta de regulamento interno a aprovar pela respetiva respeitem à elaboração ou aprovação de qualquer categoria
comissão. de instrumento de gestão territorial.

Artigo 93.º
11.O relatório da consulta pública deve acompanhar a
proposta do plano apresentado pela Camara Municipal
[…] à Assembleia Municipal.
1. Concluída a elaboração, a Câmara Municipal remete, Artigo 97.º
para parecer, a proposta do plano, acompanhada do parecer
da comissão de acompanhamento dos planos urbanísticos, […]
às entidades que, no âmbito da mesma, hajam formalmente 1. O Plano Diretor Intermunicipal e o Plano Diretor
discordado das soluções projetadas. Municipal devem, no prazo máximo de 15 (quinze) dias,
2. Os pareceres aos quais se refere o número anterior a contar da data da sua aprovação serem submetidos
incidem sobre as razões da discordância oposta à proposta à ratificação do Governo, através do departamento
do plano. governamental responsável pelo Ordenamento do Território.
3. Os pareceres referidos nos números anteriores são 2. A ratificação pelo Governo do Plano Diretor Intermunicipal
emitidos no prazo de 15 (quinze) dias, interpretando- destina-se a verificar a sua conformidade com as disposições
se a falta de resposta dentro desse prazo como parecer legais e regulamentares vigentes, bem como com quaisquer
favorável que sana a discordância anteriormente oposta. outros instrumentos de gestão territorial eficazes.
4. Recebidos os pareceres, a Câmara Municipal promove a 3. A ratificação é dada por portaria do membro do
realização de reuniões com as entidades que os tenham emitido Governo responsável pelo Ordenamento do Território no
tendo em vista obter uma solução concertada que permita ultrapassar prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data da
as objeções formuladas, nos 15 (quinze) dias subsequentes. receção do processo no serviço central competente.
5. [Revogado] 4. [Anterior n.º 3]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1964 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

5. Não são suscetíveis de aquisição por silêncio Artigo 104.º


administrativo as faculdades urbanísticas que violem […]
o disposto na presente lei e nos planos e normas de
ordenamento do território. 1. […]
6. [Anterior n.º 4] a) […]
7. [Anterior n.º 5] b) […]
8. [Anterior n.º 6] c) […]
Artigo 98.º d) […]
[…]
2. […]
1.Os atos da ratificação e aprovação final são publicados a) […]
no Boletim Oficial, sendo os custos ou encargos resultantes
da publicação suportados pela entidade proponente. b) […]
2. […] c) […]
Artigo 99.º
d) […]
[…]
3. […]
1. O PDM é o instrumento de gestão de território que
rege a organização espacial da totalidade do território a) […]
municipal. b) […]
2. O PDM, com base na estratégia de desenvolvimento c) […]
local, estabelece a estrutura espacial, a classificação e
qualificação básica do solo, bem como os parâmetros d) […]
de ocupação, considerando a implantação resiliente dos
equipamentos sociais e das infraestruturas. e) […]
Artigo 103.º f) A delimitação das áreas a abranger por PD;
2 620000 004832

[…] g) […]
[…] 4. […]
a) […] a) […]
b) […] b) […]
c) […] 5. [Revogado]
d) […] Artigo 115.º

e) A identificação dos riscos de desastres (multi-perigos) […]


e a avaliação da probabilidade, intensidade e O Plano Detalhado (PD) é o instrumento de gestão
consequências potenciais da sua materialização; territorial que define com detalhe os parâmetros de
f) [Anterior alínea e)] aproveitamento do solo de qualquer área delimitada do
território municipal, de acordo com o uso definido por PDM.
g) [Anterior alínea f)] Artigo 116.º
h) [Anterior alínea g)] […]

i) [Anterior alínea h)] 1. O PD desenvolve e concretiza propostas de organização


espacial de qualquer área específica do território municipal
j) [Anterior alínea i)] definindo com detalhe a conceção da forma de ocupação e
servindo de base aos projetos de execução das infraestruturas,
k) [Anterior alínea j)] da arquitetura dos edifícios e dos espaços exteriores, de
l) [Anterior alínea k)] acordo com as prioridades estabelecidas nos programas
de execução constantes do PDM.
m) [Anterior alínea l)]
2. [Revogado]
n) [Anterior alínea m)]
3. […]
o) [Anterior alínea n)] Artigo 117.º
p) [Anterior alínea o)] […]

q) [Anterior alínea p)] 1. […]


r) [Anterior alínea q)] a) […]
s) [Anterior alínea r)] b) […]
t) [Anterior alínea s)] 2. […]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1965

3. Nas situações de manifesto interesse público devidamente Artigo 122.º


justificado pelo membro do Governo responsável pelo […]
Ordenamento do Território, a área estipulada no número
anterior pode ser superior. O plano detalhado e o projeto de loteamento de iniciativa
Artigo 118.º
particular são adotados por deliberação da Câmara
Municipal da qual deve constar uma análise expressa e
[…] detalhada dos seguintes elementos:
1.[…] a) […]

a) […] b) […]
c) A adequação à prossecução dos interesses que a
b) Adaptação e pormenorização das disposições do Administração prosseguiria com um plano ou
PDM, quando aquele não exista; projeto da mesma natureza.
c) […] Artigo 123.º

d) […] […]

e) […] 1. O plano de iniciativa particular, uma vez adotado


pela Câmara Municipal, segue os ulteriores termos como se
f) […] tratasse de um plano de iniciativa oficial, designadamente
submetendo-o à consulta pública e parecer das entidades
g) […] competentes, seguido da aprovação pela Assembleia
Municipal, e publicação nos termos do presente diploma.
h) […]
2. O projeto de loteamento segue os procedimentos
i) […] estabelecidos no Regime Jurídico de Operações Urbanísticas.
Artigo 125.º
j) […]
[…]
2. O PD pode ainda, por deliberação da Câmara
Municipal, adotar uma das seguintes modalidades 1. […]
específicas:
a) O ato de aprovação final, no caso de Diretiva
a) O plano de intervenção na área rural; Nacional de Ordenamento do Território, Esquema
2 620000 004832

Regional de Ordenamento do Território, Planos


b) O plano detalhado de reabilitação urbana; Sectoriais de Ordenamento do Território, Planos
Especiais de Ordenamento de Território, Plano
c) O plano detalhado de salvaguarda. Detalhado Intermunicipal e Plano Detalhado;
d) [Revogado] b) O ato de ratificação, no caso de Plano Diretor
Intermunicipal e Plano Diretor Municipal.
e) [Revogado]
2.[…]
3. [Revogado] Artigo 127.º
Artigo119.º […]
[…] 1. Os instrumentos de gestão territorial podem ser
objeto de alteração, de alteração em regime simplificado,
1. […] de revisão e de suspensão.
2. […] 2. […]
3. […] a) […]
4. […] b) […]

a) O extrato do PDM em vigor para a área, assinalando 3. A revisão dos instrumentos de gestão territorial decorre
as disposições adaptadas ou pormenorizadas; da necessidade de adequação das opções estratégicas
que determinaram a sua elaboração, e da adequação à
b) […] evolução, a medio e longo prazo, das condições ambientais,
económicas, sociais e culturais, que determinaram a
c) […] respetiva elaboração e ainda de suspensão dos instrumentos
de gestão territorial e da necessidade da sua adequação à
5. […] prossecução dos interesses públicos que a determinaram.
6. [Revogado] 4. […]
Artigo 121.º Artigo 128.º

[…] […]

1. […]
1. As entidades públicas e privadas podem, mediante
protocolo de colaboração celebrado com a Câmara Municipal, 2. […]
elaborar propostas de Planos Detalhados e projetos de
loteamento. 3. As alterações de regime simplificado previstas no
artigo 131.º estão sujeitas apenas à aprovação da Assembleia
2. […] Municipal, registo e publicação.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1966 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 129.º b) Por deliberação, da Assembleia Municipal, sob
[…]
proposta da Câmara Municipal, quando se
verifiquem circunstâncias excecionais resultantes
1. […] de alteração significativa das perspetivas de
desenvolvimento económico e social local ou de
2. […] situações de fragilidade ambiental incompatíveis
com a concretização das opções estabelecidas
3. […] no plano.
4. Os Planos Urbanísticos e os planos especiais de 3. A Resolução do Conselho de Ministros, o decreto
ordenamento do território só podem ser objeto de alteração regulamentar e a deliberação referidos nos números
decorridos 3 (três) anos sobre a respetiva entrada em vigor. anteriores devem conter a fundamentação, o prazo e a
incidência territorial da suspensão, bem como indicar
5. Excetuam-se do disposto no número anterior as expressamente as disposições suspensas.
alterações previstas no artigo 131.º, bem como a possibilidade
de alteração resultante de circunstâncias excecionais, 4. Os instrumentos de gestão territorial suspensos são
designadamente situações de calamidade pública ou de obrigatoriamente revistos ou alterados.
alteração substancial das condições económicas, sociais,
culturais e ambientais que fundamentaram as opções 5. A suspensão dos planos urbanísticos não produz
definidas no plano. efeitos quanto às servidões legais ou as que decorram do
plano na área a suspender.
Artigo 131.º
Artigo 136.º
[…]
[…]
1. […]
1. O órgão competente para determinar a elaboração,
a) As alterações aos instrumentos de gestão territorial alteração ou revisão de instrumentos de gestão territorial
que decorram da entrada em vigor de leis ou pode estabelecer que uma área, ou parte dela, que se
regulamentos; presuma vir a ser abrangida por esse instrumento
seja sujeita a medidas preventivas, destinadas a evitar
b) […] alteração das circunstâncias e condições existentes que possa
c) […] comprometer a execução do plano ou empreendimento ou
torná-la mais difícil ou onerosa.
d) As alterações aos planos diretores municipais que
2. […]
2 620000 004832

decorram da aprovação do Plano Detalhado.


2. […] 3. […]

a) […] 4. […]

b) […] 5. […]

c) […] 6. […]

d) Alterações até 3% da área de construção em PD. 7. […]

3.[…] 8. Quando as medidas preventivas envolvam a sujeição


a parecer, o órgão competente para o seu estabelecimento
Artigo 132.º determina quais as entidades a consultar.
[…] 9. […]
1. A revisão dos instrumentos de gestão territorial Artigo 139.º
pode decorrer:
[…]
a) […]
1. […]
b) […]
2. […]
2. […]
3. Quando o estado dos trabalhos de elaboração, alteração
Artigo 133.º ou revisão dos planos o permita, deve a entidade competente
[…] para o estabelecimento de medidas preventivas precisar
quais as disposições de futuro plano cuja execução ficaria
1. A suspensão, total ou parcial da DNOT, do EROT plano comprometida na ausência daquelas medidas.
sectorial e plano especial é determinada por Resolução do
Artigo 141.º
Conselho de Ministros quando se verifiquem circunstâncias
excecionais resultantes de alteração significativa das perspetivas […]
de desenvolvimento económico-social incompatíveis com a
concretização das opções estabelecidas no plano, ouvidas 1. […]
as Câmaras Municipais dos municípios abrangidos.
2. […]
2. A suspensão, total ou parcial, de planos urbanísticos
é determinada: 3. […]
a) Por decreto regulamentar, em casos excecionais de a) […]
reconhecido interesse nacional ou regional, ouvida
a Câmara Municipal do Município em causa; b) […]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1967

c) […] desenvolve-se no âmbito de unidades de execução do planeamento


delimitadas pela Câmara Municipal por iniciativa própria
d) […] ou a requerimento dos proprietários interessados.
e) Cessar o interesse na salvaguarda das situações Artigo 152.º
excecionais de reconhecido interesse nacional,
regional ou municipal. […]

4. […] 1.O sistema de execução programada é aplicável às


áreas de construção prioritária abrangidas por plano
5. Uma área só pode voltar a ser abrangida por medidas detalhado.
preventivas depois de decorridos 3 (três) anos sobre
a caducidade das anteriores, salvo casos excecionais, 2. O sistema de execução programada pode implicar
devidamente fundamentados. a expropriação dos terrenos e edifícios integrados nas
unidades de execução do plano detalhado.
6. Nas situações previstas no número anterior, o
estabelecimento de medidas preventivas dentro do prazo 3. […]
de 3 (três) anos após a caducidade das medidas anteriores
constitui a entidade competente para a sua adoção na 4. […]
obrigação de indemnizar as pessoas afetadas.
5. […]
7. […]
6. […]
8. […]
7. […]
9. […]
Artigo 153.º
Artigo 143.º
[…]
[…]
1. O sistema de execução contratada é aplicável às
1. As obras e os trabalhos efetuados com inobservância áreas de construção não prioritária abrangidas por plano
das proibições e condicionantes decorrentes das medidas detalhado.
preventivas, ainda que licenciados ou autorizados pelas
entidades competentes, podem ser embargados ou 2. […]
demolidos ou, sendo o caso, pode ser ordenada a reposição 3. […]
da configuração do terreno e da recuperação do coberto
vegetal segundo projeto a aprovar pela Administração. Artigo 166.º
2 620000 004832

2. A competência para ordenar o embargo, a demolição, […]


a reposição da configuração do terreno ou a recuperação
do coberto vegetal referidos no número anterior pertence A aprovação do PDM e do PD, pode legitimar a expropriação
ao Presidente da Câmara Municipal ou, quando se trate por utilidade pública e a posse administrativa dos terrenos
de medidas preventivas estabelecidas pelo Governo, ao e dos edifícios necessários à sua plena execução, nos termos
membro do Governo responsável pelo ordenamento do e de harmonia com o estabelecido no diploma legal que
território. regula a expropriação por utilidade pública.
Artigo 144.º Artigo 167.º
[…]
[…]

São nulos os atos administrativos que decidam pedidos 1. […]


de licenciamento com inobservância das proibições ou 2. […]
limitações consequentes do estabelecimento de medidas
preventivas. 3. As despesas com a compensação referidas no número
Artigo 146.º
anterior são suportadas pelo orçamento do órgão beneficiado
com a execução do instrumento de gestão territorial.
[…] Artigo 178. º
1. Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas […]
constantes de plano urbanístico ou plano especial de
ordenamento do território ou sua revisão, os procedimentos 1. À área da cedência média aplica-se o disposto no
de informação prévia, de licenciamento e de autorização artigo 38.º da Lei n.º 60/VIII/2014 de 23 de abril, que
ficam suspensos a partir da data fixada para o início do estabelece o regime jurídico das operações urbanísticas.
período de discussão pública e até à data da entrada em
vigor daqueles instrumentos de gestão territorial. 2. A área de cedência média é fixada por Portaria do
membro do Governo responsável pelo Ordenamento do
2. […] Território.
3. […] 3. [Anterior n.º 2]
4. […] a) […]
5. […] b) […]
6. […]
4. [Anterior n.º 3]
Artigo 149.º
5. [Anterior n.º 4]
[…]
a) […]
1. […]
b) […]
2. A execução dos planos através dos sistemas de execução
programada e contratada referidos no número anterior 6. [Anterior n.º 5]

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1968 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 180.º 4.Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre o
[…]
estado do ordenamento do território são submetidos a um
período de discussão pública de duração de 30 (trinta) dias.
1. […] Artigo 197.º
2. […] […]
3. As restrições singulares às possibilidades objetivas 1. […]
de aproveitamento do solo resultantes de revisão dos
instrumentos de gestão territorial vinculativos dos 2. Estão sujeitos a publicação na I Série do Boletim
particulares conferem direito a indemnização quando a Oficial os atos que determinam a elaboração, aprovação
revisão determina a caducidade ou a alteração das condições final, ratificação, bem como a suspensão e alteração
de um licenciamento prévio válido, ou informação previa dos instrumentos de gestão territorial, nos termos do
constitutivo de direito. presente diploma.
4. […] 3. […]
5. […] a) […]
6. É responsável pelo pagamento da indemnização prevista b) […]
no presente artigo o órgão beneficiado com a execução do
instrumento de gestão territorial que determina direta c) […]
ou indiretamente os danos indemnizáveis.
d) […]
7. [Revogado] Artigo 199.º
Artigo 191.º
[…]
[…]
1. O serviço central responsável pelo ordenamento do
1. […] território e planeamento urbanístico procede ao registo
de todos os instrumentos de gestão territorial e dos
a) […] projetos de loteamentos com o conteúdo documental
integral estabelecido no presente diploma, incluindo as
b) Pelo membro do Governo responsável pela área alterações, revisões e suspensões de que sejam objeto, bem
do ordenamento do território, quando violem como das medidas preventivas para consulta de todos os
plano especial de ordenamento do território; interessados.
2 620000 004832

c) […] 2. O registo e depósito referido no número anterior estão


2. Quando se verifique a realização de trabalhos ou obras sujeitos à uma taxa a regulamentar pelo serviço central
não precedidos do licenciamento legalmente devido que responsável pelo ordenamento do território.
violem plano urbanístico, o membro do Governo responsável 3. As Câmaras Municipais devem criar e manter um
pelo ordenamento do território deve participar o facto ao sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
Presidente da Câmara Municipal, para os efeitos previstos interessados dos instrumentos de gestão territorial e dos
no número anterior. projetos de loteamento com incidência sobre o território
3.[…] municipal.
Artigo 194.º 4. A consulta dos instrumentos de gestão territorial e
dos projetos de loteamentos prevista neste artigo deve
[…]
igualmente ser possível em suporte informático adequado
[…] e através da Internet.
Artigo 200.º
a) […]
[…]
b) […]
1. Para efeitos do registo e da publicação no Boletim
c) […] Oficial a que se referem os artigos anteriores, as entidades
d) […] responsáveis pela elaboração devem remeter ao serviço
central responsável pelo ordenamento do território e
e) Promover a melhoria de qualidade de vida, resiliência planeamento urbanístico, no prazo de 10 (dez) dias após a
aos riscos de desastres e a defesa dos valores aprovação do plano, duas coleções completas e autenticadas
ambientais e paisagísticos. das peças escritas e gráficas, acompanhado de uma cópia
digital e editável, que, nos termos do presente diploma,
Artigo 195.º constituem o instrumento de gestão territorial ou projetos
[…] de loteamento.

1. O Governo deve elaborar, de 3 (três) em 3 (três) anos, 2. Os planos sujeitos a ratificação são remetidos uma
um relatório sobre o estado do ordenamento do território única vez para efeitos do número anterior e dentro do
a submeter à apreciação da Assembleia Nacional. prazo de ratificação.

2. […] 3. Os custos inerentes do registo e da publicação são


suportados pelo promotor do Plano.
3. Os relatórios sobre o estado do ordenamento do
Artigo 201.º
território referidos nos números anteriores traduzem o
balanço da evolução do sistema territorial, da execução dos […]
instrumentos de gestão territorial, bem como dos níveis de
coordenação interna e externa obtidos, fundamentando As regras estabelecidas no presente diploma que sejam
uma eventual necessidade de revisão. diretamente exequíveis aplicam-se à elaboração, aprovação,

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1969

execução, alteração, revisão, suspensão e avaliação dos a) Construção de novas edificações e a reconstrução,
instrumentos de gestão territorial e projetos de loteamento alteração, ampliação ou demolição das edificações
que se encontre em curso à data da respetiva entrada em vigor. existentes, quando tal se revele necessário ao
exercício das atividades autorizadas no espaço
Artigo 202.º
rural;
[…]
b) Implantação de novas infraestruturas de circulação
A elaboração de instrumentos de gestão territorial de veículos, de animais e de pessoas, e de novos
e projetos de loteamentos em curso à data da entrada equipamentos, públicos ou privados, de utilização
em vigor do presente Regulamento pode prosseguir nos coletiva, e a remodelação, ampliação ou alteração
termos da legislação anterior, desde que a aprovação e dos existentes;
ou ratificação ocorra no prazo máximo de 6 (seis) meses
a contar daquela data. c) Criação ou beneficiação de espaços de utilização
coletiva, públicos ou privados, e respetivos
Artigo 204.º acessos e áreas de estacionamento;
[…]
d) Criação de condições para a prestação de serviços
No prazo de 2 (dois) anos, a contar da data da aprovação complementares das atividades autorizadas no
deste diploma, todas as Câmaras Municipais do país espaço rural
que não disponham de planos diretores municipais
regularmente aprovados e ratificados, devem promover e) Operações de proteção, valorização e requalificação
a respetiva elaboração e aprovação nos termos e com os da paisagem natural e cultural.
condiciona- lismos estabelecidos no presente diploma. Artigo 118.º-B
Artigo 206.º Plano detalhado de reabilitação urbana
[…]
1.O plano detalhado de reabilitação urbana abrange
1. Decorridos 3 (três) anos sobre a data de entrada em solo urbano o qual é reconhecida a vocação para processo
vigor do presente Regulamento, o Governo procede à sua de urbanização e edificação correspondente à totalidade
revisão, caso se revelar necessário. ou a parte de:
2. […] a) Centro histórico delimitado em plano diretor
municipal eficaz;
3. […]
Artigo 207.º
b) Área de reabilitação urbana constituída nos termos
2 620000 004832

da lei.
[…]
2.O plano detalhado de reabilitação urbana estabelece
[…] nomeadamente:
a) [Revogado] a) A delimitação das unidades de execução, para
efeitos de programação da execução do plano;
b) [Revogado]
c) [Revogado] b) A identificação e articulação, numa perspetiva
integrada e sequenciada, dos principais projetos
d) [Revogado] e ações a desenvolver em cada unidade de
execução; e
e) […]
c) Os princípios e as regras de uso do solo e dos
f) […] edifícios, com vista à:
g) […] i. Valorização e proteção dos bens patrimoniais,
h) […] culturais, naturais e paisagísticos existentes
na sua área de intervenção; e
i) Regulamento da taxa do registo e depósito dos
instrumentos de gestão territorial e dos projetos ii. Sua adequação à estratégia de revitalização
de loteamento; económica, social e cultural da sua área de
intervenção, em articulação com as demais
j) Critérios de localização, programação e dimensionamento políticas urbanas do município.
de equipamentos coletivos; e
iii. Sua adequação a estratégia de redução de
k) Portaria dos parâmetros de dimensionamento de riscos de desastres municipal e ao princípio
Cedências ao domínio público.” de reconstruir melhor aplicável ao processo de
recuperação pós-desastre.
Artigo 3.º
Aditamento iv. A identificação e classificação sistemática
dos edifícios, das infraestruturas urbanas, dos
São aditados os artigos 118.º-A, 118.º- B, 118.º- C, 120.º-A, equipamentos e dos espaços urbanos e verdes de
120.º-B, 120.º-C e 120.º-D ao Decreto-Lei n.º 43/2010, de utilização coletiva de cada unidade de execução,
27 de setembro, com a seguinte redação: estabelecendo as suas necessidades e finalidades
de reabilitação e modernização ou prevendo a
“Artigo 118.º-A
sua demolição, quando aplicável.
Plano de intervenção na área rural
3. Os planos detalhados de reabilitação urbana cuja
O plano de intervenção na área rural abrange o solo com área de intervenção contenha ou coincida com património
vocação para as atividades agrícolas, pecuárias, florestais cultural imóvel classificado ou em vias de classificação, e
ou minerais, assim como os que integram espaços naturais respetivas zonas de proteção, prosseguem os objetivos e
de proteção ou de lazer e estabelece as regras relativas a: fins dos planos detalhados de salvaguarda de património

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1970 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

cultural, tendo também para aquelas áreas o conteúdo Artigo 120.º-B


deste plano, consagrando as regras e os princípios de
Conteúdo material
salvaguarda e valorização do património classificado ou
em vias de classificação e respetivas zonas de proteção Em termos de conteúdo material, um projeto de
estabelecidos na respetiva legislação aplicável. loteamento, deve estabelecer:
Artigo 118.º-C a) A definição e caracterização da área de intervenção;
Plano detalhado de salvaguarda b) A situação fundiária da área de intervenção procedendo,
quando necessário, à sua transformação, ao
1. O plano detalhado de salvaguarda estabelece as parcelamento, reparcelamento e emparcelamento
orientações estratégicas de atuação e as regras de uso e da propriedade;
ocupação do solo e edifícios necessários à preservação e
valorização do património cultural existente na sua área c) Constituição de lotes para construção;
de intervenção, desenvolvendo as restrições e os efeitos d) A definição dos espaços públicos, de circulação
estabelecidos pela classificação do bem imóvel e pela zona viária e pedonal, de estacionamento bem
especial de proteção. como do respetivo tratamento, alinhamentos,
2. Sem prejuízo do conteúdo material próprio do plano implantações, a localização dos equipamentos
e zonas verdes;
detalhado, o plano detalhado de salvaguarda deve adotar
o conteúdo material específico apropriado à proteção e e) A definição de parâmetros urbanísticos, designadamente
valorização dos bens imóveis classificados e respetivas dimensão dos lotes, índices, densidade de fogos,
zonas especiais de proteção, estabelecendo, nomeadamente: número de pisos e cérceas;
a) A ocupação e os usos prioritários; f) A identificação do sistema de execução a utilizar
na área de intervenção.
b) As áreas a reabilitar;
Artigo 120.º-C
c) Os critérios de intervenção nos elementos construídos Conteúdo documental
e naturais;
1. Um projeto de loteamento deve ser constituído por:
d) A cartografia e o recenseamento de todas as partes
integrantes do bem imóvel e zona especial de a) Memória descritiva e justificativa;
proteção;
b) Regulamento;
e) As linhas estratégicas de intervenção, nos planos c) Peças gráficas;
2 620000 004832

económicos, social e de requalificação urbana


e paisagística; d) Programa de execução.
f) A delimitação e caracterização física, arquitetónica, 2. A Memória descritiva e justificativa deve conter:
histórico-cultural e arqueológica da área de a) Enquadramento da proposta e fundamentação dos
intervenção; objetivos associados à elaboração do projeto;
g) A situação fundiária da área de intervenção, procedendo, b) Integração urbana e paisagística da operação;
quando necessário, à sua transformação;
c) Superfície total do terreno objeto da operação;
h) As regras de alteração da forma urbana, considerando
as operações urbanísticas e os trabalhos de d) Número de lotes e respetivas áreas, bem como as
remodelação de terrenos; áreas destinadas à implantação dos edifícios;
e) Áreas destinadas a espaços de utilização coletiva,
i) As regras da edificação, incluindo a regulação de natureza e dimensionamento dos equipamentos;
volumetrias, alinhamentos e cérceas, o cromatismo
e os revestimentos exteriores dos edifícios; f) Natureza das atividades não habitacionais e
dimensionamento das áreas a elas destinadas;
j) As regras específicas para a proteção do património
arqueológico, nomeadamente, as relativas a g) Utilização dos edifícios e números de fogos e respetiva
medidas de carácter preventivo de salvaguarda tipologia, quando for o caso;
do património arqueológico; h) Condicionantes relativos à implantação dos edifícios
e construções anexas, se for o caso;
k) As regras a que devem obedecer as obras de
construção, reconstrução, ampliação, alteração, i) Solução adotada para o funcionamento das redes
conservação e demolição; de abastecimento da água, energia elétrica,
saneamento, e de telecomunicações e suas
l) As regras de publicidade exterior e de sinalética; ligações às redes gerais, quando for o caso;
m) A identificação dos bens imóveis, ou grupos de j) Estrutura viária adotada especificando as áreas
bens imóveis, que podem suscitar o exercício destinadas às vias, acessos e estacionamentos
do direito de preferência em caso de venda ou de veículos, incluindo as previstas em cave,
dação em pagamento. quando for o caso;
Artigo 120.º -A k) Disposições indicativas sobre a execução das
intervenções previstas, bem como sobre os
Loteamento meios de financiamento das mesmas;

O loteamento é um conjunto ações que tem por objeto ou l) Identificação dos técnicos autores dos projetos.
por efeito a constituição de um ou mais lotes destinados 3. O regulamento incide sobre o regime específico
imediata ou subsequentemente á edificação urbana, da edificação e parcelamento da propriedade urbana,
e que resulte da divisão de um ou vários prédios, ou a distribuição de funções e a definição de parâmetros
emparcelamento ou reparcelamento. urbanísticos.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1971

4. O projeto de loteamento é constituído pelas seguintes ANEXO


peças gráficas fundamentais: (A que se refere o artigo 5.º)
a) Planta de enquadramento, assinalando devidamente REPUBLICAÇÃO
os limites da área objeto de intervenção;
Decreto-lei n.º 43/2010
b) Planta da situação existente, à escala 1:1.000
ou superior, correspondente ao uso atual do de 27 de setembro
terreno e de uma faixa envolvente com dimensão
adequada à avaliação da integração da operação CAPÍTULO I
na área em que se insere, com indicação dos
elementos ou valores naturais e construídos, DISPOSIÇÕES GERAIS
de servidões administrativas e restrições de Secção I
utilidade pública, e ainda as infraestruturas
existentes; Objeto e princípios
c) Planta de implantação, à escala 1:1.000 ou superior, Artigo 1.º
contendo o loteamento, a dimensão dos lotes,
os limites das áreas de construção: Objeto
i. Subdivisão das quadras em lotes, com as 1. O presente diploma aprova o Regulamento Nacional
respetivas dimensões e numeração; do Ordenamento do Território e Planeamento Urbanístico
ii. Sistema de vias com a respetiva hierarquia; (RNOTPU) que estabelece o regime jurídico dos instrumentos
de gestão territorial.
iii. Sistema de acesso, incluindo a organização do
estacionamento, e os espaços públicos. 2. O RNOTPU desenvolve e concretiza as bases em que
assentam o ordenamento do território e o planeamento
5.O projeto de loteamento deve ser acompanhado urbanístico fixadas pelo Decreto Legislativo n.º 1/2006,
ainda pelos projetos de especialidade nos domínios de de 13 de fevereiro.
infraestruturas viárias, de abastecimento e de saneamento.
3. A existência de um RNOTPU não dispensa a adoção
Artigo 120.º-D de regulamentos de âmbito especial, sectorial ou local.
Âmbito territorial Artigo 2.º

1. As operações de loteamento só podem realizar-se nas Aplicabilidade direta dos princípios


áreas urbanizáveis.
2 620000 004832

1. Os princípios constantes das Bases I a VI, bem como


2. A área máxima de cada projeto de loteamento não as Bases IX, XXI, XXII, XXVI e XXVII, todos do Decreto-
pode ultrapassar os 10 (dez) hectares.” Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, com as
Artigo 4.º
alterações introduzidas pelos Decretos-Legislativos n.ºs
6/2010 de 21 de junho, e 4/2018, de 6 de julho, que aprova
Revogação a s bases do ordenamento do território e planeamento
urbanístico, são de aplicação direta e não depende de
Sem prejuízo das revogações referidas nos artigos ora quaisquer desenvolvimentos neste ou noutros diplomas
alterados, são ainda revogados: e podem ser invocados por qualquer pessoa para exigir um
comportamento ou uma pretensão.
a) Os artigos 15.º a 18.º, 20.º, 77.º, 79.º, 83.º, 105.º,
106.º, 109.º a 114.º, 130.º, 134.º, 135.º e 203.º 2. A inobservância pela Administração Central ou
do Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de setembro; Local dos princípios a que se refere o número anterior,
b) O n.º 2 dos artigos 51.º, 65.º e 68.º, o n.º 2 do artigo pode envolver o recurso a meios de tutela e garantias dos
138.º e n.º 2 do artigo 205.º do Decreto-Lei n.º administrados e de proteção de interesses difusos.
43/2010, de 27 de setembro. 3. Os princípios a que se refere o n.º 1 deste artigo
Artigo 5.º não excluem quaisquer outros decorrentes das leis e
regulamentos.
Republicação
Secção II
É republicado, em anexo ao presente diploma, do qual
faz parte integrante, o Decreto-Lei n.º 43/2010, de 27 de Direitos de informação e participação dos particulares
setembro, com as alterações e aditamentos ora introduzidos.
Artigo 3.º
Artigo 6.º
Direito à informação
Entrada em vigor
1. Todos os interessados têm direito a ser informados
O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao pelos competentes órgãos estaduais ou municipais sobre
da sua publicação. a elaboração, aprovação, acompanhamento, execução e
avaliação dos instrumentos de gestão territorial.
Aprovado em Conselho de Ministros do dia 26 de
setembro de 2018. 2. O direito à informação referido no número anterior
compreende as faculdades de:
José Ulisses de Pina Correia e Silva –Eunice Andrade
da Silva Spencer Lopes a) Consultar os diversos processos acedendo,
designadamente, aos estudos de base e outra
Promulgado em 4 de dezembro de 2018 documentação, escrita e desenhada, que
Publique-se. fundamentem as opções estabelecidas;
O Presidente da República, JORGE CARLOS DE b) Obter cópias de atas de reuniões deliberativas e
ALMEIDA FONSECA certidões dos instrumentos aprovados;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1972 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

c) Obter informações sobre as disposições constantes c) Dos riscos de desastres aos quais esta sujeito o
de instrumentos de gestão territorial, bem território, designadamente (perigos, exposição
como conhecer as condicionantes e as servidões e vulnerabilidade) e os impactos previsíveis das
aplicáveis ao uso do solo; mudanças climáticas;
d) Adquirir cópias e obter certidões dos elementos d) Da dinâmica demográfica e migratória;
do processo.
e) Das transformações económicas, sociais, culturais
3. Se o interessado requerer a passagem de certidões e ambientais;
ou reproduções autenticadas de documentos, é devida
uma taxa nos termos do presente Regulamento. f) Das assimetrias regionais e das condições de acesso
às infraestruturas, aos equipamentos, aos serviços
4. Os deveres que resultam da aplicação do presente e às funções urbanas.
artigo são extensivos às entidades privadas que elaborem
planos detalhados de iniciativa particular a que se refere 2. O disposto no número anterior é aplicável a quaisquer
a Base XVIII do Decreto Legislativo n.º 1/2006, de 13 de medidas de ordenamento do território e, em especial,
fevereiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto quando sejam restritivas dos direitos e interesses legítimos
Legislativo n.º 6/2010, de 21 de junho, e Decreto Legislativo dos cidadãos.
n.º 4/2018, de 6 de julho.
Secção III
Artigo 4.º
Interesses públicos com expressão territorial
Direito de participação
Subsecção I
1. Todos os cidadãos e as associações representativas
das ordens profissionais e dos interesses económicos, Harmonização dos interesses
sociais, culturais e ambientais têm o direito de participar
na elaboração, alteração, revisão, execução e avaliação Artigo 7.º
dos instrumentos de gestão territorial. Princípios gerais
2. O direito de participação referido no número anterior
compreende a possibilidade de formulação de sugestões, 1. Os instrumentos de gestão territorial identificam os
objeções, pedidos de esclarecimento e outras observações interesses públicos prosseguidos, justificando os critérios
que julgarem convenientes ao longo dos procedimentos utilizados na sua identificação e hierarquização.
de elaboração, alteração, revisão, execução e avaliação, 2. Os instrumentos de gestão territorial asseguram a
bem como a intervenção na fase de discussão pública que harmonização dos vários interesses públicos com expressão
precede obrigatoriamente a aprovação. espacial, tendo em conta as estratégias de desenvolvimento
económico e social, bem como a sustentabilidade, resiliência
2 620000 004832

3. As entidades públicas responsáveis pela elaboração,


alteração, revisão, execução e avaliação dos instrumentos e a solidariedade intergeracional na ocupação e utilização
de gestão territorial devem divulgar, designadamente do território.
através da comunicação social:
3. Os instrumentos de gestão territorial devem estabelecer
a) A decisão de desencadear o processo de elaboração, as medidas de tutela dos interesses públicos prosseguidos
alteração ou revisão, identificando os objetivos e explicitar os respetivos efeitos, designadamente quando
a prosseguir; essas medidas condicionem a ação territorial de entidades
públicas ou particulares.
b) A conclusão da fase de elaboração, alteração ou
revisão, bem como o teor dos elementos a submeter 4. As medidas de proteção dos interesses públicos
a discussão pública; estabelecidas nos instrumentos de gestão territorial
constituem referência na adoção de quaisquer outros
c) A abertura e a duração da fase de discussão pública; regimes de salvaguarda.
d) As conclusões da discussão pública; Artigo 8.º
e) Os mecanismos de execução utilizados no âmbito Graduação
dos instrumentos de gestão territorial;
f) O início e as conclusões dos procedimentos de 1. Nas áreas territoriais em que convirjam interesses
avaliação. públicos entre si incompatíveis deve ser dada prioridade
àqueles cuja prossecução determine o mais adequado
4. As entidades referidas no número anterior estão uso do solo, em termos ambientais, económicos, sociais
sujeitas ao dever de ponderação das propostas apresentadas, e culturais.
bem como de resposta fundamentada aos pedidos de
esclarecimento formulados. 2. Excetuam-se do disposto no número anterior os
interesses respeitantes à defesa nacional, à segurança,
Artigo 5.º a redução de riscos de desastres, à saúde pública e à
proteção civil, cuja prossecução tem prioridade sobre os
Garantias dos particulares demais interesses públicos.
Os particulares gozam das garantias estabelecidas na lei. 3. A alteração da classificação do solo rural ou com
Artigo 6.º vocação agrícola e ambiental, para solo urbano depende da
comprovação da respetiva indispensabilidade económica,
Fundamento técnico dos planos social e demográfica.
1. Os instrumentos de gestão territorial devem explicitar, Artigo 9.º
de forma racional e clara, os fundamentos das respetivas
previsões, indicações e determinações, a estabelecer com Identificação dos recursos territoriais
base no conhecimento sistematicamente adquirido:
Os instrumentos de gestão territorial identificam,
a) Das características físicas, morfológicas e ecológicas designadamente:
do território;
a) As áreas afetas à defesa nacional, segurança e
b) Dos recursos naturais e do património arquitetónico proteção civil, sempre que não haja prejuízo
e arqueológico; para os interesses do Estado e nos termos da lei;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1973

b) Os recursos, ecossistemas e valores naturais, os públicos com expressão territorial impõe ao Estado e às
sistemas indispensáveis à utilização sustentável autarquias locais o dever de coordenação das respetivas
do território, as medidas básicas e os limiares de intervenções em matéria de gestão territorial.
utilização que garantem a renovação e valorização
do património natural, bem como os recursos 2. A elaboração, aprovação, alteração, revisão, execução
territoriais com relevância estratégica para e avaliação dos instrumentos de gestão territorial obriga a
a sustentabilidade ambiental, resiliência e a identificar e a ponderar, nos diversos âmbitos, os planos,
solidariedade intergeracional, tais como a orla programas e projetos, designadamente da iniciativa da
costeira e zonas ribeirinhas, as águas públicas, Administração Pública, com incidência na área a que
as áreas protegidas, a rede hidrográfica e outros respeitam, considerando os que já existam e os que se
recursos territoriais relevantes para a redução encontrem em preparação, de forma a assegurar as
de riscos de desastres, conservação da natureza necessárias compatibilizações.
e da biodiversidade;
Subsecção II
c) As áreas agrícolas e florestais, bem como as áreas Coordenação das intervenções
fundamentais para a valorização da diversidade
paisagística, designadamente as áreas de reserva Artigo 12.º
agrícola;
Coordenação interna
d) A estrutura ecológica constituída pelas áreas,
valores e sistemas fundamentais para a proteção 1. As entidades responsáveis pela elaboração, aprovação,
e valorização ambiental dos espaços rurais e alteração, revisão, execução e avaliação dos instrumentos
urbanos, especialmente as áreas de reserva de gestão territorial devem assegurar, nos respetivos
ecológica; âmbitos de intervenção, a necessária coordenação entre
as diversas políticas com incidência territorial e a política
e) O património arquitetónico e arqueológico constituído por de ordenamento do território e urbanismo, mantendo uma
elementos e conjuntos construídos que representam estrutura orgânica e funcional apta a prosseguir uma
testemunhos da história da ocupação e do uso do efetiva articulação no exercício das várias competências.
território e assumem interesse relevante para
a memória e a identidade das comunidades; 2. A coordenação das políticas nacionais consagradas na
Diretiva Nacional de Ordenamento do Território DNOT),
f) As redes de acessibilidades constituídas pela rede no Esquema Regional do Ordenamento do Território (EROT),
rodoviária nacional, as estradas municipais, nos planos setoriais e nos planos especiais de ordenamento
os portos e aeroportos, bem como a respetiva do território incumbe ao Governo.
articulação com as redes locais;
2 620000 004832

3. A coordenação das políticas municipais consagradas


g) As redes de infraestruturas e equipamentos coletivos nos planos urbanísticos incumbe às Câmaras Municipais
de nível fundamental que promovem a qualidade e às Associações de Municípios.
de vida, reforçam a resiliência, apoiam a atividade
Artigo 13.º
económica e asseguram a otimização do acesso
à cultura, à educação e à formação, à justiça, Coordenação externa
à saúde, à segurança social, ao desporto e ao
lazer são identificadas nos instrumentos de 1. A elaboração, a aprovação, a alteração, a revisão, a
gestão territorial; execução e a avaliação dos instrumentos de gestão territorial
requerem uma adequada coordenação das políticas nacionais
h) O sistema urbano estabelecendo os objetivos e municipais com incidência territorial.
quantitativos e qualitativos que asseguram a
coerência, contribuem para a resiliência urbana 2. O Estado e as autarquias locais têm o dever de
e caracterizam a estrutura do povoamento; e promover, de forma articulada entre si, a política de
ordenamento do território, garantindo, designadamente:
i) A localização e a distribuição das atividades
económicas, industriais, turísticas, de comércio a) O respeito pelas respetivas atribuições na elaboração
e de serviços. dos instrumentos de gestão territorial nacionais,
regionais, intermunicipais e municipais;
Artigo 10.º
b) O cumprimento dos limites materiais impostos
Sistema de gestão territorial à intervenção dos diversos órgãos e agentes
relativamente ao processo de planeamento
1. O sistema de gestão territorial adota e considera nacional, regional, intermunicipal e municipal; e
como seus os instrumentos de defesa do ambiente, seja
de âmbito nacional, regional ou local. c) A definição, em função das estruturas orgânicas e
funcionais, de um modelo de interlocução que
2. Os instrumentos de gestão territorial de âmbito permita uma interação coerente em matéria
nacional, regional, local ou especial formam um todo de gestão territorial.
harmónico e interdependente, assente na unidade do
território nacional, na congruência dos seus diversos CAPÍTULO II
elementos.
INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL
Subsecção II
Secção I
Coordenação das intervenções Disposições Gerais
Artigo 11.º Artigo 14.º
Princípio geral Tipificação

1. A articulação das estratégias de ordenamento 1. Os instrumentos de gestão territorial, de acordo com


territorial determinadas pela prossecução dos interesses as funções diferenciadas que desempenham, integram:

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1974 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

a) Diretiva Nacional de Ordenamento do Território, Artigo 17.º


de âmbito nacional e de natureza estratégica,
que traduzem as grandes opções com relevância [Revogado]
para a organização do território, estabelecendo
diretrizes de carácter genérico sobre o modo Artigo 18.º
de uso do mesmo, consubstanciando o quadro [Revogado]
de referência a considerar na elaboração dos
demais instrumentos de gestão territorial; Artigo 19.º

b) Planos Sectoriais de Ordenamento do Território, Articulação entre os instrumentos de gestão territorial


que programam ou concretizam as políticas
de desenvolvimento económico e social com 1. A Diretiva Nacional de Ordenamento do Território
incidência espacial, determinando o respetivo prossegue objetivos de interesse nacional e estabelece os
impacte territorial, abrangendo, designadamente, princípios e as regras orientadoras da disciplina a definir
os domínios dos transportes, das comunicações, da pelos demais instrumentos de gestão territorial.
energia e recursos geológicos, da educação e da
formação, da cultura, da saúde, da habitação, do 2. O Esquema Regional de Ordenamento do território,
turismo, da agricultura, do comércio e indústria, respeita as orientações definidas na Diretiva Nacional de
das florestas e do ambiente; Ordenamento do Território, e traduzem um compromisso
reciproco de compatibilização com os Planos Setoriais e
c) Planos Especiais de Ordenamento do Território, de os Planos Especiais de ordenamento do território.
natureza regulamentar, constituindo um meio de
intervenção do Governo, visando a prossecução 3. Os Planos Especiais de ordenamento do Território
de objetivos considerados indispensáveis à prevalecem sobre os planos intermunicipais e municipais
tutela de interesses públicos e de recursos de ordenamento do território.
de relevância nacional com repercussão no
território, estabelecendo exclusivamente o 4. Os planos intermunicipais e municipais de ordenamento
regime de salvaguarda de espaços, recursos e de Território, desenvolvem e concretizam as orientações
valores naturais; abrangendo designadamente definidas na Diretiva Nacional de Ordenamento do Território
os Planos de ordenamento de áreas protegidas e Esquema Regional de Ordenamento do Território.
ou outros espaços naturais de valor cultural, 5. Os planos municipais de ordenamento do território
histórico ou científico; Planos de ordenamento das atendem as orientações definidas nos planos intermunicipais
zonas turísticas especiais ou zonas industriais; de ordenamento do território.
Planos de ordenamento da orla costeira Planos
2 620000 004832

de ordenamento das bacias hidrográficas; Planos 6. Em relação as figuras de planos municipais de


de ordenamento florestal; Ordenamento do Território, as disposições do Plano
Detalhado respeitam e compatibilizam-se com as disposições
d) Esquema Regional de Ordenamento do Território, do Plano Diretor Municipal.
estabelece as opções estratégica de organização
do território regional, servindo de referência 7. Sempre que entre em vigor uma Diretiva Nacional
para a elaboração de instrumentos de gestão de Ordenamento do Território ou um Esquema Regional
territorial intermunicipal e municipal e pode de Ordenamento do Território, é obrigatório a alteração
abranger uma ilha, um grupo de ilhas vizinhas dos planos intermunicipais e municipais de ordenamento
ou um conjunto de municípios da mesma ilha; do Território, que com eles não sejam compatíveis.
e) Planos Intermunicipais de Ordenamento do 8. Em nenhum caso o plano de grau hierárquico superior
Território, que estabelecem as opções estratégico pode afetar as previsões técnicas dos planos de grau
de desenvolvimento intermunicipal, o modelo hierárquico inferior quando tais previsões constituam
territorial intermunicipal, as opções de localização matéria específica destes planos.
de equipamentos públicos, abrangendo dois ou
mais municípios vizinhos, enquadrando-se nesta 9. A Resolução, deliberação ou decisão que ordenar
categoria, o Plano Diretor intermunicipal e o a elaboração de um instrumento de gestão territorial
Plano Detalhado intermunicipal; especifica a existência de planos de grau hierárquico
inferior, se os houver, e acautela, na medida do possível,
f) Planos Municipais de Ordenamento do Território, a sua observância.
de natureza regulamentar, que estabelecem o
regime de uso do solo, definindo modelos de 10. A aprovação de um plano de nível hierárquico inferior
evolução da ocupação humana e da organização contra as normas de um plano de nível hierárquico superior
de redes e sistemas urbanos e, na escala torna as suas disposições nulas e de nenhum efeito.
adequada, parâmetros de aproveitamento do
Artigo 20.º
solo, enquadrando-se nesta categoria, o Plano
Diretor Municipal e o Plano Detalhado. [Revogado]
2. Os instrumentos de gestão territorial referidos nas Artigo 21.º
alíneas e) e f) podem ser genericamente designados por
planos urbanísticos. Faseamento e condução

Artigo 15.º 1. A elaboração dos instrumentos de gestão territorial


obedece ao seguinte faseamento geral:
[Revogado]
a) Determinação da elaboração do plano e sua
Artigo 16.º publicitação;
[Revogado] b) Elaboração da proposta de plano;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1975

c) Aprovação prévia da proposta de plano; necessários para realização das medições, classificações e
outros trabalhos necessários ou impostos pela elaboração
d) Exposição pública; e execução de plantas, desenhos e outros documentos que
e) Consulta das entidades interessadas; integrem o plano.
Secção II
f) Esclarecimentos e respostas aos interessados;
g) Aprovação final do plano; Diretiva Nacional de Ordenamento do Território

h) Ratificação, no caso do Planos Diretores Municipais Artigo 25.º


e Planos Diretores Intermunicipais; Noção
i) Registo e depósito do plano; e A Diretiva Nacional de Ordenamento do Território é o
j) Publicação do plano. instrumento de gestão do território, de âmbito nacional e
de natureza estratégica, que traduz as grandes opções com
2. O diploma, deliberação ou decisão que determinar relevância para a organização do território, estabelecendo
a elaboração do plano especifica o prazo necessário para diretrizes de carácter genérico sobre o modo de uso
a elaboração da proposta de plano e a data em que a do mesmo, consubstanciando o quadro de referência a
proposta deve ser submetida a aprovação prévia, bem como considerar na elaboração dos demais instrumentos de
o período dentro do qual a proposta de plano fica sujeita a gestão territorial.
inquérito público e consulta das entidades interessadas
e bem assim o prazo dentro do qual deve ser submetida Artigo 26.º
a aprovação final.
Princípios orientadores
3. Os prazos a que se reporta o número anterior podem
variar consoante a natureza do plano. A DNOT deve, para além do disposto na Lei, obedecer
aos seguintes princípios orientadores:
Artigo 22.º
a) Desenvolvimento territorial sustentável, assegurando
Equipa técnica uma boa utilização dos recursos territoriais em
benefício das gerações atuais sem prejuízo das
1.A resolução ou deliberação que determinar a elaboração gerações futuras;
do plano fixa os requisitos de qualificação da equipa técnica
que deve ter, obrigatoriamente, natureza multidisciplinar b) Salvaguarda e valorização dos recursos territoriais,
e fixa o grau académico, não inferior à licenciatura, exigido proporcionando o pleno aproveitamento do
para cada elemento da equipa. potencial territorial;
2 620000 004832

2. Nas equipas técnicas participam técnicos das c) Coesão territorial, assegurando a equidade no
especialidades que se revelem indispensáveis ou acesso à provisão pública de bens e serviços de
aconselháveis à elaboração do plano. interesse geral, em articulação com a promoção
da coesão económica e social;
3.As equipas multidisciplinares dispõem de um coordenador
técnico, designado de entre os seus membros. d) Coordenação das atuações dos organismos e entidades
da Administração direta e indireta do Estado
Artigo 23.º com impacte territorial significativo;
Verificação das qualificações
e) Complementaridade das atuações do Estado e das
1. A verificação das qualificações a que se reporta o entidades privadas e organizações da sociedade
presente diploma incumbe à entidade competente para civil na valorização do território;
a respetiva elaboração, no caso dos planos urbanísticos, e f) Participação dos cidadãos e das organizações da
competente para o licenciamento, no caso das operações sociedade civil na preparação das decisões de
de loteamento. desenvolvimento territorial e na implementação
2. As qualificações oficiais devem ser verificadas mediante das políticas de ordenamento do território;
a apresentação de:
g) Organização policêntrica do território nacional,
a) Título emitido por associação pública profissional promovendo a estruturação e a consolidação
comprovando a inscrição, sempre que o exercício do sistema insular e, em particular, do seu
da profissão esteja legalmente dependente da sistema urbano, numa ótica de preservação da
inscrição nessas associações; e diversidade territorial e de pleno aproveitamento
do potencial territorial;
b) Certificado de habilitações e currículo comprovativo,
nos restantes casos. h) Conservação do solo e da biodiversidade, através
de medidas ativas de organização dos usos do
3. A experiência profissional é comprovada pelo respetivo solo no território nacional e de diretrizes para a
currículo. proteção e utilização dos solos agrícolas, para
a proteção e valorização do coberto vegetal,
4. A prova das qualificações a que se reporta o n.º 2 deste para a preservação da biodiversidade e para a
artigo fica dispensada quando o técnico estiver integrado prevenção da contaminação dos solos nas áreas
na função pública nessa qualidade. rurais e urbanas;
Artigo 24.º
i) Uso eficiente da água, através de medidas ativas
Direito de passagem de racionalização da ocupação do território e
diretrizes para a urbanização e edificação, que
A publicação da Resolução ou Deliberação que determina otimizem os consumos e minimizem as perdas a
a elaboração do instrumento de gestão territorial confere eles associadas, permitam a reutilização segura
às entidades competentes o direito de passagem e ocupação das águas residuais e reduzam a contaminação
temporárias dos terrenos e edifícios com os equipamentos dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1976 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

j) Aumento da resiliência aos fenómenos climáticos Artigo 28.º


extremos provocados pelas mudanças climáticas,
promovendo medidas ativas de adaptação às Conteúdo material
suas consequências e medidas concretas de luta 1. A DNOT concretizando as opções definidas no plano
contra a desertificação; nacional de desenvolvimento, define um modelo de
k) Aumento da resiliência aos riscos de desastres organização espacial que estabelece:
associados tanto com perigos de origem geológico,
biológico, tecnológico como climático e meteorológico, a) As opções e as diretrizes relativas à organização do
promovendo medidas de redução da exposição sistema urbano, das redes, das infraestruturas e
e vulnerabilidade e integrando o princípio de equipamentos de interesse nacional, bem como à
“reconstruir-melhor” nos processos de reconstrução salvaguarda e valorização das áreas de interesse
e reabilitação pós-desastre; nacional em termos ambientais, patrimoniais
e de desenvolvimento rural;
l) Aproveitamento sustentável dos recursos marinhos,
promovendo o melhor conhecimento do potencial b) Os objetivos e os princípios assumidos pelo Estado,
económico e ambiental da zona económica numa perspetiva de médio e de longo prazo, quanto
exclusiva e a boa gestão das utilizações do mar à localização das atividades, dos serviços e dos
e da plataforma continental; grandes investimentos públicos;

m) Proteção e valorização da orla costeira nacional, c) Os padrões mínimos e os objetivos a atingir em


preservando o domínio público marítimo e o matéria de qualidade de vida e de efetivação
acesso público ao mar, prevenindo os fenómenos dos direitos económicos, sociais, culturais e
de degradação, naturais e antropogénicos, e ambientais;
favorecendo usos compatíveis com os elevado
potencial ambiental e económico e valor social d) Os objetivos qualitativos e quantitativos a atingir
destas áreas; em matéria de estruturas de povoamento, bem
como de implantação de infraestruturas e de
n) Eficiência energética e utilização de energias equipamentos estruturantes;
renováveis, adotando formas de organização
das atividades no território e de ocupação do e) As orientações para a coordenação entre as políticas
solo que maximizem os ganhos energéticos e de ordenamento do território e de desenvolvimento
minimizem os consumos e promovendo medidas regional, em particular para as áreas em que as
ativas de conservação de energia e de produção condições de vida ou a qualidade do ambiente
de energia a partir de fontes renováveis; sejam inferiores à média nacional;
2 620000 004832

o) Estruturação e equipamento do território e reforço f) Os mecanismos de articulação entre as políticas de


da conectividade interna e internacional, numa ordenamento do território, de redução de riscos
ótica de valorização do potencial territorial e de de desastres e de ambiente que assegurem as
posicionamento geoestratégico de Cabo Verde condições necessárias à concretização de uma
no contexto da região da África Ocidental, e de estratégia de desenvolvimento sustentável, de
reforço ligação de Cabo Verde aos centros de resiliência aos riscos e de utilização parcimoniosa
decisão política, económica e financeira internacional dos recursos naturais; e
e às comunidades cabo-verdianas no estrangeiro;
g) As medidas de coordenação dos planos sectoriais
p) Melhoria da qualidade de vida das populações, com incidência territorial.
corrigindo assimetrias inter-regionais, intra-
regionais e locais no acesso à provisão pública de 2. A DNOT pode estabelecer diretrizes aplicáveis a
bens e serviços de interesse geral e promovendo determinado tipo de áreas ou de temáticas com incidência
condições básicas de segurança e bem-estar territorial, visando assegurar a igualdade de regimes e a
para as populações, independentemente da sua coerência na sua observância pelos demais instrumentos
localização geográfica no território nacional; de gestão territorial.

q) Reforço da cooperação territorial entre o Estado e os Artigo 29.º


municípios, para a melhoria da competitividade
regional e local; Conteúdo documental

r) Reforço da cooperação intermunicipal na provisão 1. A DNOT é constituída por:


pública de bens e serviços de interesse geral
às comunidades locais; a) Relatório;

s) Contenção da urbanização e da edificação dispersa b) Peças gráficas;


e da ocupação indisciplinada do solo; c) Programa de ação.
t) Qualificação das áreas urbanas existentes e salvaguarda
e valorização do património construído; 2. O relatório deve conter, designadamente, os seguintes
elementos:
u) Pleno aproveitamento e otimização da utilização
das infraestruturas territoriais e urbanas; a) Estudo de caracterização e diagnóstico do país
que, de entre outros, deve abordar os seguintes
v) Preservação e valorização das paisagens rurais aspetos:
e urbanas.
i. O posicionamento geoestratégico do país;
Artigo 27.º
ii. O Carácter geográfico e biofísico do país;
Âmbito territorial
iii. A estrutura de proteção e valorização ambiental;
A DNOT abrange a totalidade do território cabo-verdiano,
conforme definido na lei e nas Convenções internacionais. iv. As infraestruturas e equipamentos;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1977

v. O património natural e cultural; 2. O membro do Governo responsável pelo ordenamento


do território assegura a condução política do processo de
vi. A dinâmica Demográfica; elaboração da DNOT.
vii. A distribuição espacial da população, 3. Incumbe ao serviço central responsável pelo ordenamento
viii. O desenvolvimento económico; e do território promover a elaboração da proposta técnica
da DNOT, através de uma Equipa Técnica especialmente
ix. O perfil de riscos de desastres e estrutura de criada para o efeito nos termos do artigo seguinte.
gestão de riscos de desastres.
Artigo 32.º
b) A identificação dos grandes desafios e prioridades
territoriais que se colocam a Cabo Verde, no Equipa Técnica
contexto nacional, regional e internacional,
formulando uma visão para o desenvolvimento 1. A Equipa Técnica responsável pela elaboração da
territorial do país a médio e longo prazo; DNOT é constituída por despacho do membro do Governo
responsável pelo ordenamento do território.
c) A descrição do Modelo Territorial.
2. Compete à Equipa Técnica:
3. A DNOT inclui, designadamente, as seguintes peças
gráficas ilustrativas: a) Dar suporte técnico operacional direto às instâncias
de coordenação política do processo de elaboração
a) O Modelo Territorial que traduza as grandes opções da DNOT e ao serviço central do ordenamento
de política territorial de organização do território do território;
nacional e ilustre a respetiva incidência espacial;
b) Assegurar a qualidade da informação recolhida e
b) O mapeamento dos riscos e desastres; e produzida no processo de elaboração da DNOT;
c) Outras peças gráficas julgadas de interesse pela c) Garantir a internalização no serviço central responsável
Resolução do Conselho de Ministros que determinar pelo ordenamento do território do conhecimento
a elaboração da DNOT ou pela equipa técnica. resultante do processo da elaboração da DNOT;
4. O Programa de ação identifica e sistematiza, d) Manter o diálogo técnico com as equipas técnicas
nomeadamente: sectoriais;
a) As grandes atuações sectoriais do Estado com
incidência territorial no horizonte de médio e) Assegurar a posterior monitorização da aplicação
e observância das normas e dos princípios
2 620000 004832

e longo prazo e estabelecendo a sua relação


funcional e temporal com a concretização do estabelecidos pela DNOT.
Modelo Territorial adotado; Artigo 33.º
b) Os compromissos do Governo em matéria de medidas Comissão de Acompanhamento
legislativas, de investimentos públicos ou de
aplicação de outros instrumentos de natureza 1. A elaboração da DNOT é acompanhada por uma Comissão
fiscal ou financeira, para a concretização da de Acompanhamento que integra os representantes dos
política de desenvolvimento territorial; departamentos governamentais responsáveis pelos setores
c) As propostas do Governo para a cooperação neste das infraestruturas, transportes e telecomunicações, da
domínio com os municípios e as entidades reforma do Estado, das finanças, da administração interna,
privadas; do ambiente, desenvolvimento rural e recursos marinhos, da
descentralização, habitação, da saúde, da defesa nacional,
d) As condições de realização dos Programas de da economia, da energia e água, do trabalho, formação
Ação Territorial previstos na Base XXXVIII profissional e solidariedade social e da educação e ensino
da lei de bases do ordenamento do território e superior.
planeamento urbanístico;
2. [Revogado]
e) A identificação dos meios de financiamento, incluindo
a estimativa dos custos e o escalonamento temporal 3. A Comissão de Acompanhamento é presidida pelo
da execução das ações propostas; membro do Governo responsável pela área do ordenamento
do território, coadjuvado pela Presidente do Conselho
f) O sistema de monitorização e avaliação e o órgão Diretivo do Serviço Central responsável pelo Ordenamento
competente para o efeito. do Território que o substitui nas suas faltas e impedimentos.
Artigo 30.º 4. Os representantes das entidades setoriais da Administração
Pública na Comissão de Acompanhamento devem assegurar
Mútua compatibilização um acompanhamento continuado e assíduo dos trabalhos
de elaboração da DNOT, prestando toda a colaboração
A elaboração da proposta técnica da DNOT deve promover que lhes for solicitada nesse âmbito, em particular no que
ativamente a coordenação e a mútua compatibilização respeita à informação sobre os programas, planos e projetos
com instrumentos de gestão territorial e programas com previstos ou em curso na área de responsabilidade do sector
incidência territorial, existentes e previstos, da iniciativa que representam.
dos organismos e entidades da Administração direta e
indireta do Estado. Artigo 34.º

Artigo 31.º Comissão Consultiva


Elaboração 1. A elaboração da DNOT é ainda acompanhada por
1. A elaboração da proposta técnica da DNOT é determinada uma Comissão Consultiva constituída por representantes
por Resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do das seguintes entidades da Administração Local e da
membro do Governo responsável pelo ordenamento do território. Sociedade Civil:

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1978 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

a) Um representante da Associação Nacional dos 2. Compete ao membro do Governo responsável pelo


Municípios de Cabo-verdianos; ordenamento do território apreciar previamente a DNOT,
antes da sua submissão ao Conselho de Ministros,
b)Um representante da Ordem de Advogados; ajuizando-se da sua conformidade com a Constituição da
República, os compromissos assumidos por Cabo Verde
c)Um representante da Ordem dos Arquitetos no plano internacional em matéria de gestão de solos,
d)Um representante da Ordem dos Engenheiros; ambiente e urbanismo, nomeadamente os acordos, tanto
bilaterais, como multilaterais assinados neste domínio,
e) Um representante das associações representativas e bem assim com as disposições legais e regulamentares
dos sectores económicos que têm por objeto a aplicáveis.
exploração agrícola, pecuária, florestal e dos
recursos pesqueiros, comércio e indústria; 3. A desconformidade da DNOT com algum dos
instrumentos referenciados no número anterior pode não
f) Um representante da Plataforma Nacional de invalidar a sua aprovação prévia, desde que seja ordenado
Redução de Riscos de Desastres; o aperfeiçoamento dos aspetos reputados desconformes com
aqueles instrumentos e desde que esse aperfeiçoamento
g) Um representante da Universidade Pública; se realize antes da exposição pública a que se refere o
artigo seguinte.
h) Três a cinco personalidades de reconhecido mérito
na sociedade cabo-verdiana, com intervenção Artigo 38.º
destacada nos domínios da Cultura, das Artes,
da Ciência, da Técnica e da Administração. Exposição pública

2. Os representantes das entidades da Administração A DNOT deve ser objeto de exposição pública em todos
Local e da sociedade civil referidos no número anterior os municípios do país durante 60 (sessenta) dias antes
são designados por despacho do membro do Governo da sua aprovação final, para cumprimento do disposto
responsável pelo Ordenamento do Território, sob proposta na Base IV do Decreto Legislativo n.º 1/2006, de 13
da entidade que representam. de fevereiro, alterado pelos Decretos-Legislativos n.ºs
6/2010, de 21 de junho, e 4/2018, de 6 de julho, e demais
3. As personalidades de reconhecido mérito referidas disposições aplicáveis.
na alínea h) do n.º 1 do presente artigo são escolhidas e
Artigo 39.º
nomeadas por despacho do membro do governo responsável
pelo Ordenamento do Território. Aprovação Final
4. A Comissão Consultiva é presidida pelo membro do A DNOT é aprovada pela Assembleia Nacional, mediante
Governo responsável pelo Ordenamento do Território, proposta do Governo.
coadjuvado pelo presidente do Conselho Diretivo do serviço
2 620000 004832

central responsável pelo ordenamento do território que Artigo 40.º


o substitui nas suas faltas e impedimentos. Publicação
Artigo 35.º
Com a lei que aprova a DNOT são publicados o relatório
Funcionamento da Comissão de Acompanhamento e as peças gráficas ilustrativas.
e da Comissão Consultiva
Artigo 41.º
1. O funcionamento da Comissão de Acompanhamento e Vigência e revisão
da Comissão Consultiva é regulado por despacho do membro
do Governo responsável pelo ordenamento do território, 1. A DNOT tem um período de vigência de 15 (quinze)
que fixa igualmente os honorários ou os complementos anos.
de vencimentos que, eventualmente, se venha a atribuir
aos técnicos, em virtude da sua presença na Comissão. 2. Até o fim do prazo previsto no número anterior, a DNOT deve
ser avaliada e, caso se revelar necessário, alterada ou revista.
2. A participação da Associação Nacional dos Municípios
Cabo-verdianos na Comissão Consultiva e na Comissão Secção III
de Acompanhamento não dispensa cada Município, Esquema Regional do Ordenamento do Território
individualmente, de dar os pareceres e prestar as
informações que lhe forem formalmente solicitados no Artigo 42.º
âmbito da elaboração da DNOT, bem como de deduzir
oposição, junto do Serviço responsável pelo ordenamento Noção
do Território, relativamente às opções da proposta técnica O Esquema Regional de Ordenamento do Território
de DNOT que considere justificada face às orientações de (EROT) é o instrumento de planeamento que estabelece as
desenvolvimento territorial consagradas pelos instrumentos opções estratégicas de organização do território regional,
de gestão territorial de âmbito municipal em vigor. servindo de referência para a elaboração de instrumentos
Artigo 36.º
de gestão territorial intermunicipal e municipal.
Artigo 43.º
Linhas gerais de orientação
Âmbito territorial
Com base nos estudos preliminares a elaborar, o
Conselho de Ministros aprova, por Resolução, sob proposta O EROT, em termos do seu âmbito territorial, pode
do membro do Governo responsável pelo ordenamento do abranger uma ilha, um grupo de ilhas vizinhas, um
território, as linhas gerais da DNOT. conjunto de municípios da mesma ilha.
Artigo 37.º Artigo 44.º

Aprovação prévia Objetivos

1. A proposta da DNOT deve ser submetida à apreciação 1. O EROT identifica os interesses públicos de nível
e aprovação prévia do Conselho de Ministros no prazo regional por ele protegidos e estabelece as previsões e
máximo de 18 (dezoito) meses, a contar da data de entrada restrições relativas à transformação das áreas por ele
em vigor da Resolução que determinar a sua elaboração. abrangidas.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1979

2. Na prossecução dos objetivos estabelecidos no número 2. O Regulamento identifica e descreve as condicionantes


anterior, o EROT visa: especiais e remete para as normas legais aplicáveis em
cada caso.
a) Desenvolver as opções constantes do DNOT e dos
planos setoriais estabelecendo uma estratégia 3. Constituem peças gráficas ilustrativas do EROT,
espacial que permita uma boa articulação entre designadamente, as seguintes:
os interesses nacionais e municipais num
determinado âmbito ou região; a) A planta de condicionantes à escala 1:25.00 ou
b) Traduzir, em termos espaciais, os grandes objetivos 1:50.000;
de desenvolvimento económico e social sustentável
da região; b) O modelo territorial à escala 1:25:000 ou 1:50.000,
integrando a planta de condicionantes e as opções
c) Equacionar as medidas tendentes à atenuação das estratégicas, identificando nomeadamente, os
assimetrias de desenvolvimento inter-regionais limites dos Municípios, os principais sistemas
e contribuir para o incremento da qualidade de e redes de infra- estrutura regional, os polos
vida, nomeadamente, através da celebração de de assentamento, as áreas com potencialidade
protocolos entre a Administração Central, os para atividades económicas, especialmente as
Municípios e os agentes económicos, com vista da indústria e do turismo, e as zonas de uso
à concretização de programas ou projetos de extrativo;
âmbito regional;
d) Servir de base à formulação da estratégia nacional c) Outras peças gráficas julgadas de interesse pela
de ordenamento territorial e de quadro de Resolução do Conselho de Ministros que determinar
referência para a elaboração dos planos especiais, a elaboração do EROT ou pela equipa técnica.
intermunicipais e municipais de ordenamento
do território. 4. A planta de condicionantes a que se refere a alínea a)
do número anterior deve identificar, de entre outras, as
e) Servir de suporte à gestão do território, na ausência seguintes condicionantes especiais nos termos e condições a
de outros planos. estabelecer em Portaria do membro do Governo responsável
Artigo 45.º pelo ordenamento do território:

Conteúdo material a) Zonas de risco;


O EROT define um modelo de organização do território b) Zonas de proteção;
regional, nomeadamente estabelecendo:
2 620000 004832

a) A estrutura regional do sistema urbano, das redes, c) Servidões públicas.


das infraestruturas e dos equipamentos de 5. O relatório deve conter, designadamente, os seguintes
interesse regional, assegurando a salvaguarda
e a valorização das áreas de interesse nacional elementos:
em termos económicos, agrícolas, florestais,
ambientais e patrimoniais; a) Estudo de caracterização e diagnóstico relativo ao
carácter geográfico e biofísico, à definição das
b) Os objetivos e os princípios assumidos a nível unidades de paisagem, à estrutura regional de
regional quanto à localização das atividades e proteção e valorização ambiental, às infraestruturas
dos grandes investimentos públicos; e equipamentos, ao património natural e cultural, à
dinâmica demográfica, à distribuição da população
c) As medidas de articulação, a nível regional, das e ao desenvolvimento económico;
políticas estabelecidas na DNOT e nos planos
setoriais preexistentes, bem como das políticas b) Avaliação de riscos de desastres que compreenda
de relevância regional contidas nos planos uma identificação e análise de riscos multi-perigos
intermunicipais e nos planos urbanísticos
abrangidos; e uma análise das probabilidades e ocorrência,
intensidade e consequências esperáveis;
d) A política regional em matéria ambiental, bem
como a receção, a nível regional, das políticas e c) Identificação dos espaços agrícolas e florestais
das medidas estabelecidas nos planos especiais com relevância para a estratégia regional de
de ordenamento do território; desenvolvimento rural;
e) Diretrizes relativas aos regimes territoriais definidos d) Representação das redes de acessibilidades e dos
ao abrigo de lei especial, designadamente áreas equipamentos;
de reserva agrícola, domínio hídrico, reserva
ecológica e zonas de risco; e) Identificação e fundamentação das opções estratégicas
f) As condicionantes e as medidas específicas de de desenvolvimento; e
proteção e conservação do património histórico
e cultural. f) O sistema de monitorização e avaliação e o órgão
competente para o efeito.
Artigo 46.º
6. O Programa de execução contém os seguintes elementos:
Conteúdo documental

1. O EROT é constituído por: a) Disposições indicativas sobre a realização das


obras públicas a efetuar na região, bem como
a) Regulamento; de outros objetivos e ações de interesse regional
indicando as entidades responsáveis pela respetiva
b) Peças gráficas; concretização;
c) Relatório;
b) Identifica as fontes e faz uma estimativa de meios
d) Programa de execução. financeiros.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1980 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 47.º 2. A desconformidade do EROT com algum dos
instrumentos referenciados no número anterior pode não
Condicionamentos
invalidar a sua aprovação prévia, desde que seja ordenado
O EROT define os condicionamentos em relação a cada o aperfeiçoamento dos aspetos reputados desconformes com
uma das áreas referidas no artigo anterior no que concerne aqueles instrumentos e desde que esse aperfeiçoamento
a utilização e transformação do solo e do coberto vegetal, se realize antes da exposição pública a que se refere o
nos termos e condições a definir por Portaria do membro artigo seguinte.
do Governo responsável pelo ordenamento do território.
Artigo 50.º
Artigo 48.º
Exposição pública
Elaboração
O EROT deve ser objeto de exposição pública em todos
1. A elaboração do EROT é determinada por Resolução os Municípios abrangidos pelo seu âmbito de aplicação
do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do durante 60 (sessenta) dias antes da sua aprovação final,
Governo responsável pelo Ordenamento do Território. para cumprimento do disposto na Base IV do Decreto
2. O EROT deve ser elaborado por uma empresa ou Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, alterado pelos
conjunto de empresas recrutadas mediante concurso Decretos-Legislativos n.ºs 6/2010, de 21 de junho, e 4/2018,
público especialmente aberto para o efeito. de 6 de julho, e demais disposições aplicáveis.
3. No caso em que não estiverem reunidas as condições Artigo 51.º
para o cumprimento do disposto no numero anterior,
incumbe ao serviço central responsável pelo ordenamento Aprovação final
do território promover a elaboração da proposta técnica
do EROT, através de uma Equipa Técnica especialmente 1. O EROT é aprovado por Resolução do Conselho de
criada para o efeito. Ministros.

4. A elaboração do EROT deve ser acompanhada por 2. [Revogado]


uma comissão obrigatoriamente integrada pelos seguintes
elementos: Artigo 52.º

a) Representantes dos departamentos governamentais Vinculatividade


responsáveis pelos sectores das infraestruturas,
transportes e telecomunicações, da reforma do 1. As normas e princípios constantes do EROT vinculam
todas as entidades públicas e são de aplicação direta nas
2 620000 004832

Estado, das finanças, da administração interna,


do ambiente, desenvolvimento rural e recursos áreas em que não exista qualquer plano urbanístico ou
marinhos, da descentralização, habitação, da não disponham de qualquer outro instrumento de gestão
saúde, da defesa nacional, da economia, da territorial eficaz.
energia e água, do trabalho, formação profissional
e solidariedade social e da educação e ensino 2. A partir da entrada em vigor do diploma que aprovar o
superior; EROT, a elaboração, apreciação e aprovação de qualquer
plano, programa ou projeto que implique a ocupação, uso
b) Um representante de cada um dos Municípios ou transformação do solo por ele integrado deve observar
envolvidos; as suas disposições, sob pena de invalidade, sem prejuízo
c) Um representante das associações que tenham do disposto no presente diploma.
por objeto a exploração da atividade agrícola,
Artigo 53.º
fauna e flora na ilha ou região abrangida;
d) Um representante da Ordem dos Arquitetos; Publicação

e) Um representante da Ordem dos Engenheiros; Com a Resolução do Conselho de Ministros que aprova o
EROT são publicados o regulamento e o modelo territorial.
f) Três peritos nomeados pelo Ministro responsável
pelo ordenamento do território, sendo um deles Artigo 54.º
presidente da Comissão; e
Vigência
g) Representantes de outras entidades consideradas
relevantes. O EROT vigora pelo período que nele for fixado, mas
nunca superior a 12 (doze) anos.
5. A atividade da Comissão é determinada por Portaria
do membro do Governo responsável pelo ordenamento do Secção IV
território a quem compete aprovar, previamente, o EROT.
Planos setoriais de ordenamento do território
6. Concluída a elaboração, o Governo abre um processo
de concertação da proposta com as entidades que, no Artigo 55.º
âmbito da mesma, hajam formalmente discordado das
orientações do futuro plano. Noção

Artigo 49.º Os Planos Setoriais de Ordenamento do Território


Aprovação prévia
(PSOT) concretizam as políticas de desenvolvimento
económico e social com incidência espacial, determinando o
1. Compete ao membro do Governo responsável pelo respetivo impacto territorial, abrangendo, designadamente,
ordenamento do território aprovar previamente o EROT, os domínios dos transportes, das comunicações, da energia e
ajuizando-se da sua conformidade com a DNOT, quando recursos geológicos, da educação e da formação, da cultura,
esta exista, a Constituição da República, e bem assim da saúde, da habitação, do turismo, da agricultura, do
com as disposições legais e regulamentares aplicáveis comércio e indústria, das florestas e do ambiente.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1981


Artigo 56.º Artigo 60.º

Conteúdo material Participação e discussão pública

Os PSOT estabelecem, nomeadamente: 1. Emitidos os pareceres das entidades consultadas, bem


como da comissão de acompanhamento, quando exista,
a) As opções setoriais e os objetivos a alcançar no e, quando for o caso, decorrido o período de concertação, a
quadro das diretrizes nacionais aplicáveis; entidade pública responsável procede à abertura de um
período de discussão pública da proposta de plano sectorial
b) As ações de concretização dos objetivos setoriais através de aviso a publicar no Boletim Oficial e a divulgar
estabelecidos; através da comunicação social.
c) A expressão territorial da política sectorial definida; 2. Durante o período de discussão pública, que não pode
exceder 30 (trinta) dias, os documentos referidos no número
d) A articulação da política setorial com a disciplina anterior podem ser consultados nas sedes da entidade
consagrada nos demais instrumentos de gestão pública responsável pela elaboração e dos Municípios
territorial aplicáveis. incluídos no respetivo âmbito de aplicação.
Artigo 57.º 3. A discussão pública consiste na recolha de observações
e sugestões sobre as soluções da proposta de plano setorial.
Conteúdo documental
4. Findo o período de discussão pública, a entidade pública
1. Os PSOT estabelecem e justificam as opções e os responsável pondera e divulga os respetivos resultados e
objetivos setoriais com incidência territorial e definem elabora a versão final da proposta para aprovação.
normas de execução, integrando o regulamento, o relatório
e as peças gráficas necessárias à representação da respetiva Artigo 61.º
expressão territorial.
Aprovação e publicação
2. O relatório procede ao diagnóstico da situação
territorial sobre a qual o instrumento de política sectorial 1. Os PSOT são aprovados por Resolução do Conselho
intervém e fundamenta tecnicamente as opções e objetivos de Ministros, salvo norma especial que determine a sua
estabelecidos. aprovação por decreto-lei ou decreto regulamentar.

Artigo 58.º 2. Com o ato de aprovação dos PSOT são publicados o


regulamento e as peças gráficas ilustrativas.
2 620000 004832

Elaboração
Artigo 62.º
1. A elaboração dos PSOT compete às entidades públicas
que integram a administração central direta ou indireta. Vigência

2. Quando a pluralidade dos interesses a salvaguardar o Os PSOT vigoram pelo período que neles for determinado.
justifique, a elaboração dos PSOT é ainda acompanhada por
Secção V
uma comissão de acompanhamento cuja composição deve
traduzir a natureza daqueles interesses e a relevância Plano Especial de Ordenamento do Território
das implicações técnicas a considerar.
Artigo 63.º
3. A elaboração dos PSOT obriga a identificar e a
ponderar, nos diversos âmbitos, os planos, programas e Noção
projetos designadamente da iniciativa da Administração
Pública, com incidência na área a que respeitam, considerando 1. Os Planos Especiais de Ordenamento do Território
os que já existam e os que se encontrem em preparação, (PEOT) são instrumentos de natureza regulamentar,
por forma a assegurar as necessárias compatibilizações. constituindo um meio de intervenção do Governo, visando
a prossecução de objetivos considerados indispensáveis à
Artigo 59.º tutela de interesses públicos e de recursos de relevância
nacional com repercussão no território, estabelecendo
Acompanhamento e concertação exclusivamente o regime de salvaguarda de espaços,
recursos e valores naturais.
1. A elaboração dos PSOT é acompanhada pelos
Municípios cujos territórios estejam incluídos no respetivo 2. Os PEOT são, designadamente os seguintes:
âmbito de aplicação.
a) Planos de ordenamento de áreas protegidas ou
2. Quando a pluralidade dos interesses a salvaguardar outros espaços naturais de valor cultural,
o justifique, a elaboração dos PSOT é ainda acompanhada histórico ou científico;
pela comissão mista de coordenação cuja composição deve
traduzir a natureza daqueles interesses e a relevância b) Planos de ordenamento das zonas turísticas especiais
das implicações técnicas a considerar. ou zonas industriais;

3. O acompanhamento mencionado nos números c) Planos de ordenamento da orla costeira; e


anteriores é assíduo e continuado devendo, no final dos
trabalhos de elaboração, formalizar-se num parecer escrito d) Planos de ordenamento das bacias hidrográficas.
assinado pelos representantes das entidades envolvidas Artigo 64.º
com menção expressa da orientação defendida.
Âmbito territorial
4. Concluída a elaboração, o Governo abre um processo
de concertação da proposta com as entidades que tenham, O PEOT abrange a área que, fundamentadamente, se
no âmbito da mesma, formalmente discordado das mostre adequada para estabelecer o quadro espacial das
orientações do futuro plano. atuações setoriais por ele disciplinadas.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1982 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 65.º 2. O acompanhamento mencionado no número anterior
é assíduo e continuado, devendo, no final dos trabalhos
Objetivos de elaboração, formalizar-se num parecer escrito assinado
pela maioria dos representantes das entidades envolvidas
1. O PEOT, consoante as atuações a que se refere, com menção expressa da orientação defendida.
identifica os interesses públicos de nível sectorial por ele
protegidos e, consoante o caso, estabelece as previsões e 3. Concluída a elaboração, o Governo abre um processo
restrições relativas à transformação das áreas abrangidas. de concertação da proposta com as entidades que, no
âmbito da mesma, hajam formalmente discordado das
2. [Revogado] orientações do futuro plano.
Artigo 66.º Artigo 70.º
Conteúdo material Participação
Os PEOT estabelecem regimes de salvaguarda de recursos 1. Ao longo da elaboração dos PEOT, a entidade pública
e valores naturais fixando os usos e o regime de gestão responsável deve facultar aos interessados todos os elementos
compatíveis com a utilização sustentável do território. relevantes para que estes possam conhecer o estádio dos
trabalhos e a evolução da tramitação procedimental, bem
Artigo 67.º
como formular sugestões à entidade pública responsável
Conteúdo documental
e à comissão de acompanhamento.

1. Os PEOT são constituídos, designadamente, por: 2. A entidade pública responsável deve publicitar,
através da divulgação de avisos, a Portaria Conjunta
a) Regulamento; dos membros do Governo que determina a elaboração do
plano por forma a permitir, durante o prazo estabelecido
b) Relatório que justifica a disciplina definida; na mesma, o qual não deve ser inferior a 15 (quinze) dias,
a formulação de sugestões, bem como a apresentação de
c) Planta de condicionantes; informações sobre quaisquer questões que possam ser
consideradas no âmbito do respetivo procedimento de
d) Planta de síntese; elaboração.

e) Programa de execução e financiamento. Artigo 71.º

2. Os demais elementos que podem acompanhar os PEOT, Discussão pública


2 620000 004832

bem como a indicação das peças gráficas são fixados na


Portaria Conjunta que determina a sua elaboração. 1. Concluído o período de acompanhamento e, quando
for o caso, decorrido o período de concertação, a entidade
Artigo 68.º pública responsável procede à abertura de um período de
discussão pública, através de aviso a publicar no Boletim
Elaboração Oficial e a divulgar através da comunicação social, dos
quais consta a indicação do período de discussão, das
1. A elaboração do PEOT é determinada por Portaria eventuais sessões públicas a que haja lugar, dos locais
Conjunta dos membros do Governo responsáveis pela onde se encontra disponível a proposta, acompanhada
tutela dos interesses a proteger ou das atividades a do parecer da comissão mista de coordenação e dos
disciplinar e dela devem constar: demais pareceres eventualmente emitidos, bem como da
forma como os interessados podem apresentar as suas
a) A identificação do plano especial; reclamações, observações ou sugestões.
b) A finalidade do plano especial, com menção expressa 2. O período de discussão pública deve ser anunciado
dos interesses públicos prosseguidos; com a antecedência mínima de 8 (oito) dias e não pode
exceder 30 (trinta) dias.
c) A especificação dos objetivos a atingir;
3. A entidade pública responsável pondera as reclamações,
d) O âmbito territorial do plano especial, com menção observações, sugestões e pedidos de esclarecimento
expressa dos Municípios envolvidos; apresentados pelos particulares, ficando obrigada a
resposta fundamentada perante aqueles que invoquem,
e) A indicação da entidade, departamento ou serviço designadamente:
competente para a elaboração, bem como dos
Municípios que devem intervir nos trabalhos; a) A desconformidade com outros instrumentos de
gestão territorial eficazes;
f) A composição da comissão mista de acompanhamento; e
b) A incompatibilidade com planos, programas e
g) O prazo de elaboração. projetos que devessem ser ponderados em fase
de elaboração;
2. [Revogado]
c) A desconformidade com disposições legais e
Artigo 69.º regulamentares aplicáveis;
Acompanhamento e concertação d) A eventual lesão de direitos subjetivos.
1. A elaboração técnica dos PEOT é acompanhada 4. A resposta referida no número anterior é comunicada
por uma comissão de acompanhamento cuja composição por escrito aos interessados.
deve traduzir a natureza dos interesses a salvaguardar,
designadamente pela participação dos municípios implicados 5. Sempre que necessário ou conveniente, a entidade
e de organizações não-governamentais de ambiente, e a pública responsável promove o esclarecimento direto dos
relevância das implicações técnicas a considerar. interessados.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1983

6. Findo o período de discussão pública, a entidade pública existência, ao nível municipal, de planos territoriais do
responsável divulga e pondera os respetivos resultados e mesmo tipo, na área por eles abrangida, sem prejuízo
elabora a versão final da proposta para aprovação. das regras relativas à dinâmica de planos territoriais.
Artigo 72.º Artigo 76.º

Aprovação e publicação Natureza facultativa

1. A aprovação prévia e final do PEOT é da competência Os municípios podem elaborar PIMOT que visam a
dos membros do Governo referidos no n.º 1 do artigo 68.º. articulação estratégica entre áreas territoriais que, pela
sua interdependência, necessitam de uma gestão integrada.
2. O ato de aprovação final do PEOT reveste a forma de
Portaria Conjunta e com ele são publicados o regulamento Artigo 77.º
e as peças gráficas ilustrativas mais significativas.
[Revogado]
Artigo 73.º
Artigo 78.º
Vigência
Conteúdo material
Os PEOT vigoram enquanto se mantiver a indispensabilidade
de tutela por instrumentos de âmbito nacional dos Aos Planos Diretor e Detalhado intermunicipais são
interesses públicos que visam salvaguardar devendo aplicáveis, com as necessárias adaptações, as regras
ser reavaliados e, caso se revelar necessário, revistos no previstas para os Planos Diretor e Detalhado municipais.
prazo máximo de 12 (doze) anos.
Artigo 79.º
Artigo 74.º
[Revogado]
Remissão
Artigo 80.º
Em tudo o que não estiver regulado nesta secção é
aplicável ao PEOT, com as devidas adaptações, o disposto Elaboração
no presente Regulamento para os demais instrumentos de
gestão territorial, de acordo com o seu âmbito e natureza. 1. A elaboração dos PIMOT compete aos municípios
Secção VI
associados para o efeito ou às associações de municípios,
após aprovação respetivamente, pelas assembleias
2 620000 004832

Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território municipais interessadas ou pela Assembleia Intermunicipal


da respetiva proposta definindo a área abrangida e os
Artigo 75.º objetivos estratégicos a atingir.

Noção 2. A deliberação de elaboração do PIMOT deve ser


comunicada ao Governo, através do membro do Governo
1. Os Planos Intermunicipais de Ordenamento do Território responsável pelo ordenamento do território.
(PIMOT) são instrumentos de natureza regulamentar e
estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos Artigo 81.º
de ocupação territorial e da organização de redes e
sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros Acompanhamento, concertação e participação
de aproveitamento do solo, bem como de garantia da
sustentabilidade socioeconómica e financeira, da redução dos O acompanhamento, a concertação e a discussão
riscos de desastres e da qualidade ambiental, abrangendo pública dos planos intermunicipais de ordenamento do
dois ou mais municípios territorialmente contíguos. território regem-se, com as necessárias adaptações, pelas
disposições relativas aos planos urbanísticos municipais.
2. Os PIMOT são o Plano Diretor intermunicipal e o
Plano Detalhado intermunicipal e podem ser designados Artigo 82.º
por planos urbanísticos intermunicipais.
Aprovação
3. O Plano Diretor intermunicipal estabelece, a estratégia
de desenvolvimento estratégico de desenvolvimento Os PIMOT são aprovados por deliberação das assembleias
intermunicipal, o modelo territorial intermunicipal, municipais interessadas, quando se trate de municípios
as opções de localização de equipamentos públicos e associados para o efeito, ou por deliberação da Assembleia
as relações de interdependências entre dois ou mais Intermunicipal, após audição de todas as assembleias
municípios territorialmente contíguos. municipais envolvidas.
4. O Plano Diretor intermunicipal é um instrumento de Artigo 83.º
referência para a elaboração dos demais planos intermunicipais
e municipais, bem como para o desenvolvimento das [Revogado]
intervenções setoriais da administração, em concretização
do princípio da coordenação das respetivas estratégias Artigo 84.º
de ordenamento territorial.
Publicação e vigência
5. O Plano Detalhado intermunicipal abrange parte
do território contiguo dos concelhos a que respeitam, 1. Com o ato de ratificação do Plano Diretor intermunicipal
definindo a implantação e a volumetria das edificações, e aprovação final do plano Detalhado Intermunicipal são
a forma e organização dos espaços de utilização coletiva publicados o regulamento e as peças gráficas ilustrativas.
e o traçado das infraestruturas.
2. O Plano Diretor Intermunicipal e o Plano Detalhado
6. A existência de um Plano Diretor ou de um Plano Intermunicipal vigoram pelo período que neles for
Detalhado intermunicipal exclui a possibilidade de estabelecido.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1984 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Secção VII 2. Para os efeitos do presente diploma, entende-se por:
Planos Municipais de Ordenamento do Território a) Solo rural, aquele para o qual é reconhecida
Subsecção I
vocação para as atividades agrícolas, pecuárias,
florestais ou minerais, assim como o que integra
Disposições comuns os espaços naturais de proteção ou de lazer, ou
que seja ocupado por infra- estruturas que não
Artigo 85.º lhe confiram o estatuto de solo urbano;
Noção
b) Solo urbano, aquele para o qual é reconhecida
1. Os Planos Municipais de Ordenamento do Território vocação para o processo de urbanização e de
são instrumentos de natureza regulamentar, que edificação, nele se compreendendo os terrenos
estabelecem o regime de uso do solo, definindo modelos urbanizados ou cuja urbanização seja programada,
de evolução da ocupação humana e da organização de redes constituindo o seu todo o perímetro urbano.
e sistemas urbanos e, na escala adequada, parâmetros
de aproveitamento do solo, da garantia da qualidade 3. A reclassificação do solo como solo urbano tem
ambiental e da resiliência urbana. carácter excecional sendo limitada aos casos em que
tal for comprovadamente necessário face à dinâmica
2. Os Planos Municipais de Ordenamento do Território demográfica, ao desenvolvimento económico e social e à
são o Plano Diretor Municipal e o Plano Detalhado, e indispensabilidade de qualificação urbanística.
podem ser designados por planos urbanísticos municipais.
Artigo 86.º 4. [Revogado]

Objetivos Artigo 89.º

Os planos de ordenamento do território visam estabelecer: Qualificação do solo


a) A tradução, no âmbito local, do quadro de 1. A qualificação do solo, atenta a sua classificação
desenvolvimento do território estabelecido
nos instrumentos de natureza estratégica de básica, regula o aproveitamento do mesmo em função
âmbito nacional e regional; da utilização dominante que nele pode ser instalada ou
desenvolvida, fixando os respetivo uso, condicionantes e,
b) A expressão territorial da estratégia de desenvolvimento quando admissível, edificabilidade.
local;
2. [Revogado]
2 620000 004832

c) A articulação das políticas sectoriais com incidência


local; 3. [Revogado]
d) A base de uma gestão programada do território 4. [Revogado]
municipal;
e) A definição da estrutura ecológica municipal; 5. A definição da utilização dominante referida no n.º 1, bem
como das categorias relativas ao solo rural e solo urbano, as
f) Os princípios e as regras de garantia da redução condicionantes especiais e os respetivos usos compatíveis e
de riscos de desastres, qualidade ambiental e incompatíveis obedecem a critérios uniformes aplicáveis a
da preservação do património cultural; todo o território nacional a definir por Portaria do membro
do Governo responsável pelo ordenamento do território.
g) Os princípios e os critérios subjacentes a opções de
localização de infraestruturas, equipamentos, Artigo 90.º
serviços e funções;
h) Os critérios de localização e distribuição das Elaboração
atividades industriais, turísticas, comerciais
e de serviços; 1. A elaboração dos planos municipais de ordenamento
do território, incluindo os de iniciativa particular, é
i) Os parâmetros de uso do solo; determinada por deliberação dos seguintes órgãos
municipais:
j) Os parâmetros de uso e fruição do espaço público;
k) Outros indicadores relevantes para a elaboração a) Assembleia Municipal, no caso do Plano Diretor
dos demais instrumentos de gestão territorial. Municipal (PDM);
Artigo 87.º b) Câmara Municipal, no caso dos Planos Detalhados
(PD).
Regime de uso do solo

1. O regime de uso do solo é definido nos planos 2. Nos termos do disposto no número anterior, compete
urbanísticos de ordenamento do território através da à Câmara Municipal a definição da oportunidade e dos
classificação e da qualificação do solo. termos de referência dos PD.

2. A reclassificação ou requalificação do uso do solo 3. A elaboração de planos municipais de ordenamento


processa-se através dos procedimentos de revisão ou do território obriga a identificar e a ponderar, nos diversos
alteração dos planos urbanísticos. âmbitos, os planos, programas e projetos com incidência
na área em causa, considerando os que já existam e os
Artigo 88.º que se encontrem em preparação, por forma a assegurar
Classificação do solo as necessárias compatibilizações.

1. A classificação do solo determina o destino básico 4. As Deliberações referidas no n.º 1 são publicadas
dos terrenos, assentando na distinção fundamental entre na II Série do Boletim Oficial e divulgadas através dos
solo rural e solo urbano. órgãos e comunicação social.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1985


Artigo 91.º do ordenamento do território, no prazo de 10 (dez) dias
após a realização da reunião preparatória, a publicar
Participação das entidades públicas e dos particulares através do aviso no Boletim Oficial, e em outros meios
de comunicação.
A participação das entidades públicas e dos particulares
no processo de elaboração dos planos municipais do 8. No prazo de 3 (três) dias após a publicação a que se
ordenamento do território faz-se nos termos da Base refere o número anterior, a Câmara Municipal solícita aos
XXI do Decreto Legislativo n.º 1/2006, de 13 de fevereiro, serviços que integram a comissão de acompanhamento
alterado pelo Decreto Legislativo n.º 6/2010, de 21 de dos planos urbanísticos a designação dos respetivos
junho, e Decreto Legislativo n.º 4/2018, de 6 de julho, e representantes, a qual deve ser efetuada no prazo de 7
sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes. (sete) dias.
Artigo 92.º 9. Findo prazo de 7 (sete) dias, a Câmara Municipal
comunica ao membro do Governo que tutela a área do
Acompanhamento ordenamento do território a eventual falta de designação
dos representantes de serviços e entidades da administração
1. O acompanhamento da elaboração dos planos direta ou indireta do Estado, para efeitos de participação
urbanísticos visa: às tutelas respetivas.
a) Apoiar o desenvolvimento dos trabalhos e assegurar 10. A falta de designação dos representantes a que alude
a respetiva eficácia; o número anterior não impede o início dos trabalhos da
comissão de acompanhamento dos planos urbanísticos.
b) Promover a conformação com os instrumentos
de gestão territorial eficazes, bem como a 11. O parecer final da comissão de acompanhamento é
compatibilização com quaisquer outros planos, emitido no prazo máximo de 15 (quinze) dias.
programas e projetos de interesse municipal
ou supramunicipal; 12. A comissão de acompanhamento dos planos
urbanísticos é presidida pelo representante da Câmara
c) Permitir a ponderação dos diversos atos da Municipal.
Administração Pública suscetíveis de condicionar 13. O funcionamento da comissão de acompanhamento
as soluções propostas, garantindo uma informação consta de regulamento interno a aprovar pela respetiva
atualizada sobre os mesmos; comissão.
d) Promover o estabelecimento de uma adequada Artigo 93.º
concertação de interesses.
2 620000 004832

Concertação
2. O acompanhamento da elaboração dos planos urbanísticos
é assegurado por uma comissão de acompanhamento, 1. Concluída a elaboração, a Câmara Municipal remete,
cuja composição deve traduzir a natureza dos interesses para parecer, a proposta do plano, acompanhada do parecer
a salvaguardar e a relevância das implicações técnicas da comissão de acompanhamento dos planos urbanísticos,
a considerar, integrando técnicos oriundos de serviços da às entidades que, no âmbito da mesma, hajam formalmente
administração direta ou indireta do Estado, do Município, de discordado das soluções projetadas.
outras entidades públicas cuja participação seja aconselhável
2. Os pareceres a que se refere o número anterior incidem
no âmbito do plano, bem como de representantes dos sobre as razões da discordância oposta à proposta do plano.
interesses económicos, sociais, culturais e ambientais.
3. Os pareceres referidos nos números anteriores são
3. A comissão de acompanhamento fica obrigada a emitidos no prazo de 15 (quinze) dias, interpretando-
um seguimento assíduo e continuado dos trabalhos de se a falta de resposta dentro desse prazo como parecer
elaboração do futuro plano, devendo, no final, apresentar um favorável que sana a discordância anteriormente oposta.
parecer escrito, assinado por maioria dos seus membros com
menção expressa da orientação defendida, que se pronuncie 4. Recebidos os pareceres, a Câmara Municipal promove
sobre o cumprimento das normas legais e regulamentares a realização de reuniões com as entidades que os tenham
aplicáveis e, ainda, sobre a adequação e conveniência das emitido tendo em vista obter uma solução concertada que
soluções defendidas pela Câmara Municipal. permita ultrapassar as objeções formuladas, nos 15 (quinze)
dias subsequentes.
4. O parecer da comissão de seguimento é vinculativo e
exprime a apreciação realizada pelas diversas entidades 5. [Revogado]
representadas e substitui os pareceres, aprovações ou
autorizações que estas entidades devam emitir, havendo Artigo 94.º
lugar a posterior audiência pela Câmara Municipal Participação e discussão pública
daquelas que formalmente hajam discordado das soluções
projetadas. 1. Ao longo da elaboração dos planos urbanísticos, a
Câmara Municipal deve facultar aos interessados todos os
5. O parecer final da comissão de acompanhamento elementos relevantes para que estes possam conhecer o estado
deve acompanhar a proposta de plano apresentada pela dos trabalhos e a evolução da tramitação procedimental,
Câmara Municipal à Assembleia Municipal. bem como formular sugestões ao Município e à comissão
de acompanhamento.
6. A Câmara Municipal deve comunicar ao serviço central
do ordenamento do território o teor da Deliberação que 2. A Câmara Municipal publicita, através da divulgação
haja determinado a elaboração, alteração ou revisão do de avisos, a deliberação que determina a elaboração do
plano e solicitar a marcação de uma reunião preparatória plano por forma a permitir, durante o prazo estabelecido
que deve acontecer no prazo máximo de 10 (dez) dias. na mesma, num período máximo de 15 (quinze) dias, a
formulação de sugestões, bem como a apresentação de
7. A constituição da comissão de acompanhamento informações sobre quaisquer questões que possam ser
dos planos urbanísticos é constituída por deliberação da consideradas no âmbito do respetivo procedimento de
Câmara Municipal em articulação com do serviço central elaboração.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1986 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

3. Concluído o período de acompanhamento e, quando Artigo 96.º


for o caso, decorrido o período de concertação, a Câmara
Municipal procede à abertura de um período de discussão Aprovação final
pública, através de aviso a publicar no Boletim oficial
e a divulgar através da comunicação social, dos quais A aprovação final do plano urbanístico é da competência
consta a indicação do período de discussão, das eventuais da Assembleia Municipal.
sessões públicas a que haja lugar, dos locais onde se Artigo 97.º
encontra disponível a proposta, acompanhada do parecer
da comissão de acompanhamento e dos demais pareceres Ratificação pelo Governo
eventualmente emitidos, bem como da forma como os
interessados podem apresentar as suas reclamações, 1. O Plano Diretor Intermunicipal e o Plano Diretor
observações ou sugestões. Municipal devem, no prazo máximo de 15 (quinze) dias,
a contar da data da sua aprovação serem submetidos
4. O período de discussão pública deve ser anunciado à ratificação do Governo, através do departamento
com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias e com a governamental responsável pelo Ordenamento do Território.
duração de 30 (trinta) dias.
2. A ratificação pelo Governo do Plano Diretor Intermunicipal
5. Os planos urbanísticos em consulta pública devem destina-se a verificar a sua conformidade com as disposições
ser acompanhados de um resumo não técnico, e devem legais e regulamentares vigentes, bem como com quaisquer
ser expostos em locais acessíveis por forma a facilitar a outros instrumentos de gestão territorial eficazes.
participação de todos os interessados, devendo as Câmaras
sempre que possível descentralizar secções públicas de 3. A ratificação é dada por portaria do membro do
apresentação do plano junto das comunidades. Governo responsável pelo Ordenamento do Território no
prazo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da data da
6. A Câmara Municipal pondera as reclamações, receção do processo no serviço central competente.
observações, sugestões e pedidos de esclarecimento
apresentados pelos particulares, ficando obrigada a 4. Decorrido o prazo referido no número anterior, sem
resposta fundamentada perante aqueles que invoquem, ato expresso de recusa ou ratificação considera-se, para
designadamente: todos os efeitos, que esta foi concedida tacitamente.
5. Não são suscetíveis de aquisição por silêncio
a) A desconformidade com outros instrumentos de administrativo as faculdades urbanísticas que violem
gestão territorial eficazes; o disposto na presente lei e nos planos e normas de
b) A incompatibilidade com planos, programas e ordenamento do território.
projetos que devessem ser ponderados em fase
2 620000 004832

6. O prazo previsto no n.º 2 suspende-se nos casos em que,


de elaboração; sem que haja recusa de ratificação, sejam simplesmente
solicitadas elementos ou peças legalmente exigíveis.
c) A desconformidade com disposições legais e
regulamentares aplicáveis; 7. A recusa de ratificação é dada por despacho devidamente
fundamentado nos termos do n.º 2 mas não está sujeito
d) A eventual lesão de direitos subjetivos. a publicação.
7. A resposta referida no número anterior deve ser 8. O processo de ratificação, acompanhado do respetivo
comunicada por escrito aos interessados. requerimento, deve integrar duas coleções completas e
autenticadas das peças escritas e gráficas, acompanhado
8. Sempre que necessário ou conveniente, a Câmara de uma cópia digital em formato a regulamentar.
Municipal promove o esclarecimento direto dos interessados,
quer através dos seus próprios técnicos, quer através do Artigo 98.º
recurso a técnicos da administração direta ou indireta
do Estado. Publicação

9. Findo o período de discussão pública, a Câmara 1. Os atos da Ratificação e aprovação final são publicados
Municipal divulga e pondera os respetivos resultados e no Boletim Oficial, sendo os custos ou encargos resultantes
elabora a versão final da proposta para aprovação. da publicação suportados pela entidade proponente.

10. São obrigatoriamente públicas todas as reuniões 2. Os planos urbanísticos devem ainda ser publicados
da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal que nos sítios da Internet e, sempre que possível, nos Boletins
respeitem à elaboração ou aprovação de qualquer categoria ou Revistas dos Municípios e outros meios adequados
de instrumento de gestão territorial. que permitam a sua mais ampla divulgação no seio da
população.
11. O relatório da consulta pública deve acompanhar a
proposta do plano apresentado pela Câmara Municipal Subsecção II
à Assembleia Municipal. Plano Diretor Municipal
Artigo 95.º Artigo 99.º
Aprovação prévia Noção

1. A aprovação prévia da proposta de plano urbanístico 1. O PDM é o instrumento de gestão de território que
a submeter à Assembleia Municipal é da competência da rege a organização espacial da totalidade do território
Câmara Municipal. municipal.
2. Sem prejuízo do disposto nas subsecções seguintes, 2. O PDM, com base na estratégia de desenvolvimento
a proposta de plano urbanístico é reformulada sempre local, estabelece a estrutura espacial, a classificação e
que as suas soluções fundamentais suscitem profundas qualificação básica do solo, bem como os parâmetros
divergências entre os cidadãos e as entidades nelas de ocupação, considerando a implantação resiliente dos
interessadas. equipamentos sociais e das infraestruturas.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1987


Artigo 100.º l) A definição de unidades operativas de planeamento e
gestão, para efeitos de programação da execução do
Objeto plano, estabelecendo para cada uma das mesmas
1. O PDM estabelece o modelo de estrutura espacial do os respetivos objetivos, bem como os termos de
território municipal, constituindo uma síntese da estratégia referência para a necessária elaboração de planos
de desenvolvimento e ordenamento local prosseguida, de desenvolvimento urbano e de planos detalhados;
integrando as opções de âmbito nacional e regional com m) A programação da execução das opções de ordenamento
incidência na respetiva área de intervenção. estabelecidas;
2. O modelo de estrutura espacial do território municipal n) A identificação de condicionantes, designadamente
assenta na classificação do solo e desenvolve-se através reservas e zonas de proteção, bem como das
da qualificação do mesmo. necessárias à concretização dos planos de redução
Artigo 101.º
de riscos e desastres;
o) As condições de atuação sobre áreas críticas,
Âmbito territorial
situações de emergência ou de exceção, (em
O PDM abrange a totalidade do território municipal especial em contextos pós-desastre), bem como
a que respeita. sobre áreas degradadas em geral;
Artigo 102.º p) As condições de reconversão das áreas urbanas
de génese ilegal;
Elaboração obrigatória
q) A identificação das áreas de interesse público para
O PDM é de elaboração obrigatória. efeitos de expropriação, bem como a definição
das respetivas regras de gestão;
Artigo 103.º
r) Os critérios para a definição das áreas de cedência,
Conteúdo material bem como a definição das respetivas regras
de gestão;
O PDM define um modelo de organização municipal
do território nomeadamente estabelecendo: s) Os critérios de perequação compensatória de
benefícios e encargos decorrentes da gestão
a) A caracterização económica, social e biofísica da urbanística a concretizar nos instrumentos de
área de intervenção; planeamento previstos nas unidades operativas
b) A definição e caracterização da área de intervenção de planeamento e gestão;
2 620000 004832

identificando as redes urbana, viária, de t) A articulação do modelo de organização municipal do


transportes e de equipamentos de educação, de território com a disciplina consagrada nos demais
saúde, de abastecimento público e de segurança, instrumentos de gestão territorial aplicáveis.
bem como os sistemas de telecomunicações,
de abastecimento de energia, de captação, Artigo 104.º
de tratamento e abastecimento de água, de
Conteúdo documental
drenagem e tratamento de efluentes e de recolha,
depósito e tratamento de resíduos; 1. O PDM é constituído, designadamente por:
c) A definição dos sistemas de proteção dos valores e a) Regulamento;
recursos naturais, culturais, agrícolas e florestais,
identificando a estrutura ecológica municipal; b) Peças gráficas;
d) Os objetivos prosseguidos, os meios disponíveis e c) Relatório fundamentado as soluções adotadas,
as ações propostas; incluindo os estudos de caracterização do
território municipal;
e) A identificação dos riscos de desastres (multi-perigos)
e a avaliação da probabilidade, intensidade e d) Programa de execução contendo as disposições
consequências potenciais da sua materialização; indicativas sobre a execução das intervenções
municipais previstas bem como sobre os meios
f) A referenciação espacial dos usos e das atividades de financiamento das mesmas.
nomeadamente através da definição das classes
e categorias de espaços; 2. Constituem peças gráficas do PDM, designadamente
as seguintes:
g) A identificação das áreas e a definição de estratégias
de localização, distribuição e desenvolvimento a) A planta de enquadramento abrangendo a área de
resiliente das atividades industriais, turísticas, intervenção devidamente assinalada, as principais
comerciais e de serviços; vias de comunicação, as infra- estruturas e
equipamentos coletivos relevantes, os centros
h) A definição de estratégias para o espaço rural, urbanos mais importantes, extratos da faixa
identificando aptidões, potencialidades e referências adjacente à fronteira dos PDM dos Municípios
aos usos múltiplos possíveis; envolventes, quando existir, e outros elementos
considerados relevantes;
i) A identificação e a delimitação dos perímetros
urbanos, com a definição do sistema urbano b) A planta de condicionantes à escala de 1: 10.000 ou 1:
municipal; 25 000 indicando as zonas de risco, zonas de proteção
e servidões públicas, existentes e propostos, a fixar
j) A definição de programas na área habitacional; por Portaria do membro do Governo responsável
pelo ordenamento do território;
k) A especificação qualitativa e quantitativa dos índices,
indicadores e parâmetros de referência, urbanísticos ou de c) A planta de ordenamento à escala de 1: 10.000 ou
ordenamento, a estabelecer em plano de desenvolvimento 1: 25 000 que representa o modelo de estrutura
urbano e plano detalhado, bem como os de natureza espacial do território municipal de acordo com
supletiva aplicáveis na ausência destes; a classificação e a qualificação dos solos.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1988 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

3. A planta de ordenamento a que se refere a alínea c) Artigo 110.º


do número anterior deve indicar, de entre outros:
[Revogado]
a) Delimitação dos perímetros urbanos e periurbanos;
Artigo 111.º
b) O traçado esquemático da rede viária municipal
e das redes de infraestruturas urbanísticas; [Revogado]
Artigo 112.º
c) A localização dos principais equipamentos públicos;
[Revogado]
d) A referenciação espacial dos usos e das atividades
nomeadamente através da definição das classes Artigo 113.º
de espaços;
[Revogado]
e) A delimitação das unidades operativas de planeamento
e gestão; Artigo 114.º

f) A delimitação das áreas a abranger por PD; [Revogado]


g) Os condicionantes referidos na alínea c) devem Subsecção IV
ser incorporados na planta de ordenamento.
Plano Detalhado
4. O Regulamento deve estipular, de entre outros
aspetos: Artigo 115.º

Noção
a) A especificação qualitativa e quantitativa dos
índices, indicadores e parâmetros de referência, O Plano Detalhado (PD) é o instrumento de gestão
urbanísticos ou de ordenamento, a estabelecer territorial que define com detalhe os parâmetros de
por planos de hierarquia inferior, bem como aproveitamento do solo de qualquer área delimitada do
as normas provisórias aplicáveis na ausência território municipal, de acordo com o uso definido por PDM.
destes;
Artigo 116.º
b) O regime das unidades operativas de planeamento e
gestão, indicando os respetivos condicionamentos Objeto
e normas provisórias que regem até o cumprimento
2 620000 004832

dos referidos condicionamentos. 1. O PD desenvolve e concretiza propostas de organização


espacial de qualquer área específica do território municipal
5. [Revogado] definindo com detalhe a conceção da forma de ocupação e
servindo de base aos projetos de execução das infraestruturas,
Artigo 105.º da arquitetura dos edifícios e dos espaços exteriores, de
acordo com as prioridades estabelecidas nos programas
[Revogado] de execução constantes do PDM.
Artigo 106.º 2. [Revogado]
[Revogado] 3. O PD pode ainda desenvolver e concretizar os
Programas de Ação Territorial.
Artigo 107.º
Artigo 117.º
Prevalência e vinculatividade
Âmbito territorial
1. As disposições do Regulamento do PDM prevalecem
sobre quaisquer outros atos de natureza normativa emitidos 1. O PD pode abranger:
pelos órgãos do Município, incluindo regulamentos e
posturas municipais. a) As áreas urbanas ou periurbanas dos núcleos de
povoamento existentes ou a criar;
2. O PDM enquadra os planos de hierarquia inferior. b) As áreas não urbanizáveis em que se justifique
3. As disposições do PDM são vinculativas para os disciplinar a edificação rural.
particulares e todas as entidades públicas, incluindo o 2. A área máxima de cada PD não pode ultrapassar os
Município podendo ser invocadas por entidades públicas ou 60 (sessenta) hectares.
privadas, tanto por via de ação, como por via de exceção.
3. Nas situações de manifesto interesse público devidamente
Artigo 108.º justificado pelo membro do Governo responsável pelo
Ordenamento do Território, a área estipulada no número
Vigência anterior pode ser superior.
O PDM vigora por um período de 12 (doze) anos, contados Artigo 118.º
a partir da data da sua entrada em vigor.
Conteúdo material
Subsecção III
1. Sem prejuízo da necessária adaptação à especificidade
Plano de Desenvolvimento Urbano da modalidade adotada, o PD estabelece, nomeadamente:
Artigo 109.º a) A definição e caracterização da área de intervenção
identificando, quando se justifique, os valores
[Revogado] culturais e naturais a proteger;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1989

b) Adaptação e pormenorização das disposições do Artigo 118.º-B


PDM, quando aquele não exista;
Plano detalhado de reabilitação urbana
c) A situação fundiária da área de intervenção 1. O plano detalhado de reabilitação urbana abrange
procedendo, quando necessário, à sua transformação, solo urbano o qual é reconhecida a vocação para processo
procedendo ao parcelamento ou reparcelamento de urbanização e edificação correspondente à totalidade
da propriedade; ou a parte de:
d) A constituição de lotes para construção; a) Centro histórico delimitado em plano diretor
municipal eficaz;
e) O desenho urbano, exprimindo a definição dos
espaços públicos, de circulação viária e pedonal, de b) Área de reabilitação urbana constituída nos termos
estacionamento bem como do respetivo tratamento, da lei.
alinhamentos, implantações, modelação do 2. O plano detalhado de reabilitação urbana estabelece
terreno, distribuição volumétrica, bem como nomeadamente
a localização dos equipamentos e zonas verdes;
a) A delimitação das unidades de execução, para
f) A distribuição de funções e a definição d e parâmetros efeitos de programação da execução do plano;
urbanísticos, designadamente índices, densidade
de fogos, número de pisos e cérceas; b) A identificação e articulação, numa perspetiva
integrada e sequenciada, dos principais projetos
g) Indicadores relativos às cores e materiais a utilizar; e ações a desenvolver em cada unidade de
execução; e
h) As operações de demolição, conservação e reabilitação
das construções existentes; c) Os princípios e as regras de uso do solo e dos
edifícios, com vista à:
i) A estruturação das ações de perequação compensatória i. Valorização e proteção dos bens patrimoniais,
a desenvolver na área de intervenção; culturais, naturais e paisagísticos existentes
na sua área de intervenção; e
j) A identificação do sistema de execução a utilizar
na área de intervenção. ii. Sua adequação à estratégia de revitalização
económica, social e cultural da sua área de
2. O PD pode ainda, por deliberação da Câmara Municipal, intervenção, em articulação com as demais
adotar uma das seguintes modalidades especificas: políticas urbanas do município.
g) O plano de intervenção na área rural; iii. Sua adequação a estratégia de redução de
2 620000 004832

riscos de desastres municipal e ao princípio


h) O plano detalhado de reabilitação urbana; de reconstruir melhor aplicável ao processo de
recuperação pós-desastre.
i) O plano detalhado de salvaguarda.
iv. A identificação e classificação sistemática
j) [Revogado] dos edifícios, das infraestruturas urbanas, dos
equipamentos e dos espaços urbanos e verdes de
k) [Revogado] utilização coletiva de cada unidade de execução,
estabelecendo as suas necessidades e finalidades
3. [Revogado] de reabilitação e modernização ou prevendo a
sua demolição, quando aplicável.
Artigo 118.º-A
3. Os planos detalhados de reabilitação urbana cuja
Plano de intervenção na área rural área de intervenção contenha ou coincida com património
cultural imóvel classificado ou em vias de classificação, e
O plano de intervenção na área rural abrange o solo com respetivas zonas de proteção, prosseguem os objetivos e
vocação para as atividades agrícolas, pecuárias, florestais fins dos planos detalhados de salvaguarda de património
ou minerais, assim como os que integram espaços naturais cultural, tendo também para aquelas áreas o conteúdo
de proteção ou de lazer e estabelece as regras relativas a: deste plano, consagrando as regras e os princípios de
salvaguarda e valorização do património classificado ou
a) Construção de novas edificações e a reconstrução, em vias de classificação e respetivas zonas de proteção
alteração, ampliação ou demolição das edificações estabelecidos na respetiva legislação aplicável.
existentes, quando tal se revele necessário ao
Artigo 118.º-C
exercício das atividades autorizadas no espaço
rural; Plano detalhado de salvaguarda

b) Implantação de novas infraestruturas de circulação 1. O plano detalhado de salvaguarda estabelece as


de veículos, de animais e de pessoas, e de novos orientações estratégicas de atuação e as regras de uso e
equipamentos, públicos ou privados, de utilização ocupação do solo e edifícios necessários à preservação e
coletiva, e a remodelação, ampliação ou alteração valorização do património cultural existente na sua área
dos existentes; de intervenção, desenvolvendo as restrições e os efeitos
estabelecidos pela classificação do bem imóvel e pela zona
c) Criação ou beneficiação de espaços de utilização especial de proteção.
coletiva, públicos ou privados, e respetivos
acessos e áreas de estacionamento; 2. Sem prejuízo do conteúdo material próprio do plano
detalhado, o plano detalhado de salvaguarda deve adotar
d) Criação de condições para a prestação de serviços o conteúdo material específico apropriado à proteção e
complementares das atividades autorizadas no valorização dos bens imóveis classificados e respetivas
espaço rural; zonas especiais de proteção, estabelecendo, nomeadamente:
a) A ocupação e os usos prioritários;
e) Operações de proteção, valorização e requalificação
da paisagem natural e cultural. b) As áreas a reabilitar;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1990 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

c) Os critérios de intervenção nos elementos construídos os centros urbanos mais importantes, extratos
e naturais; da faixa adjacente à fronteira dos PD das zonas
envolventes, quando existir, e outros elementos
d) A cartografia e o recenseamento de todas as partes considerados relevantes;
integrantes do bem imóvel e zona especial de
proteção; b) A Planta da situação existente, à escala 1:1.000 ou
1:500, na qual se assinala os principais elementos
e) As linhas estratégicas de intervenção, nos planos do coberto vegetal, a divisão da propriedade,
económicos, social e de requalificação urbana as construções e as infra- estruturas gerais e
e paisagística; locais existentes;
f) A delimitação e caracterização física, arquitetónica, c) A Planta de condicionantes, que identifica as servidões
histórico-cultural e arqueológica da área de e restrições de utilidade pública em vigor que
intervenção; possam constituir limitações ou impedimentos
a qualquer forma específica de aproveitamento;
g) A situação fundiária da área de intervenção, procedendo,
quando necessário, à sua transformação; d) A Planta legal, à mesma escala da planta da situação
existente, na qual se registam, através de símbolos
h) As regras de alteração da forma urbana, considerando gráficos convencionados, a incidência especial das
as operações urbanísticas e os trabalhos de medidas indicativas e das disposições vinculativas
remodelação de terrenos; do plano nomeadamente o loteamento, os limites
das áreas de construção, o sistema de acesso,
i) As regras da edificação, incluindo a regulação de incluindo a organização do estacionamento, e os
volumetrias, alinhamentos e cérceas, o cromatismo espaços públicos;
e os revestimentos exteriores dos edifícios;
e) A Planta síntese, incorporando as principais soluções
j) As regras específicas para a proteção do património adotadas no planeamento.
arqueológico, nomeadamente, as relativas a
medidas de carácter preventivo de salvaguarda 4. O Relatório deve fundamentar as principais soluções
do património arqueológico; adotadas e a sua integração no planeamento e na
programação da atividade do Município, integrando
k) As regras a que devem obedecer as obras de ainda, designadamente, o seguinte:
construção, reconstrução, ampliação, alteração,
conservação e demolição; a) O extrato do PDM em vigor para a área, assinalando
as disposições adaptadas ou pormenorizadas;
2 620000 004832

l) As regras de publicidade exterior e de sinalética;


b) O Estudo de caracterização e diagnóstico sócio
m) A identificação dos bens imóveis, ou grupos de económico da área de intervenção identificando,
bens imóveis, que podem suscitar o exercício quando se justifique, os valores culturais e
do direito de preferência em caso de venda ou naturais a proteger;
dação em pagamento.
c) A estratégia de desenvolvimento, incluindo a
Artigo 119.º localização, distribuição e desenvolvimento
das atividades económicas, fundamentando
Conteúdo documental as principais soluções adotadas.
1. O PD é constituído, designadamente, por: 5. O programa de execução deve conter disposições
indicativas sobre a execução das intervenções municipais
a) Regulamento; previstas, bem como sobre os meios de financiamento
das mesmas.
b) Peças gráficas;
6. [Revogado]
c) Relatório;
Artigo 120.º
d) Programa de execução.
Vigência
2. O Regulamento dispõe, de entre outros, sobre:
O PD vigora por um período de 24 (vinte e quatro)
a) O regime específico da edificação e parcelamento anos, contados a partir da data da sua entrada em vigor.
da propriedade urbana;
Artigo 120.º-A
b) A distribuição de funções e a definição de parâmetros
urbanísticos, designadamente índices, densidade Loteamento
de fogos, número de pisos e cerceias;
O loteamento é um conjunto de ações que tem por
c) Os indicadores relativos às cores e materiais a objeto ou por efeito a constituição de um ou mais lotes
utilizar; destinados imediata ou subsequentemente á edificação
urbana, e que resulte da divisão de um ou vários prédios,
d) As condições de reconversão das áreas de génese ou emparcelamento ou reparcelamento.
ilegal.
Artigo 120.º-B
3. Constituem peças gráficas do PD, de entre outras,
as seguintes: Conteúdo material

a) A Planta de enquadramento, abrangendo a área Em termos de conteúdo material, um projeto de


de intervenção, devidamente assinalada, loteamento, deve estabelecer:
as principais vias de comunicação, as infra-
estruturas, e equipamentos coletivos relevantes, a) A definição e caracterização da área de intervenção;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1991

b) A situação fundiária da área de intervenção procedendo, 4. O projeto de loteamento é constituído pelas seguintes
quando necessário, à sua transformação, ao peças gráficas fundamentais:
parcelamento, reparcelamento e emparcelamento
da propriedade; a) Planta de enquadramento, assinalando devidamente
os limites da área objeto de intervenção;
c) Constituição de lotes para construção;
b) Planta da situação existente, à escala 1:1.000
d) A definição dos espaços públicos, de circulação ou superior, correspondente ao uso atual do
viária e pedonal, de estacionamento, bem terreno e de uma faixa envolvente com dimensão
como do respetivo tratamento, alinhamentos, adequada à avaliação da integração da operação
implantações, a localização dos equipamentos na área em que se insere, com indicação dos
e zonas verdes; elementos ou valores naturais e construídos,
de servidões administrativas e restrições de
e) A definição de parâmetros urbanísticos, designadamente utilidade pública, e ainda as infraestruturas
dimensão dos lotes, índices, densidade de fogos, existentes;
número de pisos e cérceas;
c) Planta de implantação, à escala 1:1.000 ou superior,
f) A identificação do sistema de execução a utilizar contendo o loteamento, a dimensão dos lotes,
na área de intervenção. os limites das áreas de construção:
Artigo 120.º-C i. Subdivisão das quadras em lotes, com as
respetivas dimensões e numeração;
Conteúdo documental
ii. Sistema de vias com a respetiva hierarquia;
1. Um projeto de loteamento deve ser constituído por:
iii. Sistema de acesso, incluindo a organização do
a) Memória descritiva e justificativa; estacionamento, e os espaços públicos.
b) Regulamento; 5. O projeto de loteamento deve ser acompanhado
ainda pelos projetos de especialidade nos domínios de
c) Peças gráficas; infraestruturas viárias, de abastecimento e de saneamento.
d) Programa de execução. Artigo 120.º-D

2. A memória descritiva e justificativa deve conter: Âmbito territorial


2 620000 004832

a) Enquadramento da proposta e fundamentação dos 1. As operações de loteamento só podem realizar-se


objetivos associados à elaboração do projeto; nas áreas urbanizáveis.
b) Integração urbana e paisagística da operação; 2. A área máxima de cada projeto de loteamento não
pode ultrapassar os 10 (dez) hectares.
c) Superfície total do terreno objeto da operação;
Subsecção V
d) Numero de lotes e respetivas áreas, bem como as
áreas destinadas à implantação dos edifícios; Planos Urbanísticos do Ordenamento do Território
de iniciativa particular
e) Áreas destinadas a espaços de utilização coletiva,
natureza e dimensionamento dos equipamentos; Artigo 121.º

f) Natureza das atividades não habitacionais e Elaboração


dimensionamento das áreas a elas destinadas;
1. As entidades públicas e privadas podem, mediante
g) Utilização dos edifícios e números de fogos e respetiva protocolo de colaboração celebrado com a Câmara
tipologia, quando for o caso; Municipal, elaborar propostas de Planos Detalhados e
projetos de loteamento.
h) Condicionantes relativos à implantação dos edifícios
e construções anexas, se for o caso; 2. A entidade promotora da iniciativa fica obrigada a
cumprir o disposto na lei relativamente aos mecanismos
i) Solução adotada para o funcionamento das redes de participação pública durante a fase de elaboração.
de abastecimento da água, energia elétrica,
saneamento, e de telecomunicações e suas Artigo 122.º
ligações às redes gerais, quando for o caso;
Adoção
j) Estrutura viária adotada especificando as áreas
destinadas às vias, acessos e estacionamentos O plano detalhado e o projeto de loteamento de iniciativa
de veículos, incluindo as previstas em cave, particular são adotados por deliberação da Câmara
quando for o caso; Municipal da qual deve constar uma análise expressa e
detalhada dos seguintes elementos:
k) Disposições indicativas sobre a execução das
intervenções previstas, bem como sobre os a) A conformidade às prescrições legais, designadamente
meios de financiamento das mesmas; a participação pública;
l) Identificação dos técnicos autores dos projetos. b) A compatibilização com os demais planos em vigor
ou em curso de elaboração;
3. O regulamento incide sobre o regime específico
da edificação e parcelamento da propriedade urbana, c) A adequação à prossecução dos interesses que a
a distribuição de funções e a definição de parâmetros Administração prosseguiria com um plano ou
urbanísticos. projeto da mesma natureza.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1992 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 123.º 3. A revisão dos instrumentos de gestão territorial decorre
da necessidade de adequação das opções estratégicas
Trâmites ulteriores que determinaram a sua elaboração, e da adequação à
1. O plano de iniciativa particular, uma vez adotado evolução, a médio e longo prazo, das condições ambientais,
pela Câmara Municipal, segue os ulteriores termos como se económicas, sociais e culturais, que determinaram a
tratasse de um plano de iniciativa oficial, designadamente respetiva elaboração e ainda de suspensão dos instrumentos
submetendo-o à consulta pública e parecer das entidades de gestão territorial e da necessidade da sua adequação à
competentes, seguido da aprovação pela Assembleia prossecução dos interesses públicos que a determinaram.
Municipal, e publicação nos termos do presente diploma. 4. A suspensão dos instrumentos de gestão territorial
pode decorrer da verificação de circunstâncias excecionais
2. O projeto de loteamento segue os procedimentos que se repercutam no ordenamento do território pondo
estabelecidos no Regime Jurídico de Operações Urbanísticas. em causa a prossecução de interesses públicos relevantes.
Secção VIII Artigo 128.º
Efeitos dos instrumentos de gestão territorial Procedimento
Artigo 124.º 1. As alterações aos instrumentos de gestão territorial
seguem, com as devidas adaptações, os procedimentos
Carácter público
previstos no presente diploma para a sua elaboração,
Os instrumentos de gestão territorial aprovados nos aprovação, ratificação e publicação.
termos do presente regulamento são públicos, podendo 2. A revisão dos planos urbanísticos e dos planos
quaisquer interessados ter acesso aos mesmos, mediante especiais de ordenamento do território segue, com as
simples solicitação. devidas adaptações, os procedimentos estabelecidos no
Artigo 125.º
presente diploma para a sua elaboração, aprovação,
ratificação e publicação.
Eficácia
3. As alterações de regime simplificado previstas no artigo
1. Os instrumentos de gestão territorial são plenamente 131.º estão sujeitas apenas à aprovação da Assembleia
eficazes uma vez publicados: Municipal, publicação e registo.

a) O ato de aprovação final, no caso de Diretiva Nacional Artigo 129.º


de Ordenamento do Território, Esquema Regional Alteração dos instrumentos de gestão territorial
de Ordenamento do Território, Planos Setoriais
2 620000 004832

e dos instrumentos de política setorial


de Ordenamento do Território, Planos Especiais
de Ordenamento de Território, Plano Detalhado
Intermunicipal e Plano Detalhado;
1. A DNOT, o EROT e os planos setoriais são alterados
b) O ato de ratificação, no caso de Plano Diretor sempre que a evolução das perspetivas de desenvolvimento
Intermunicipal e Plano Diretor Municipal. económico e social o determine.
2. A Administração e os administrados ficam obrigados 2. O EROT, os planos setoriais e os planos intermunicipais
ao cumprimento das disposições dos instrumentos de são ainda alterados por força da posterior aprovação de
gestão territorial plenamente eficazes. planos especiais de ordenamento do território que com
ele não se conforme, indicando expressamente as normas
Artigo 126.º alteradas, nos termos do presente regulamento.
Cessão dos efeitos dos instrumentos de gestão territorial 3. Nas situações previstas na alínea b) do n.º 2 do artigo
127.º, o conteúdo das novas regras é, com as necessárias
Os efeitos dos instrumentos de gestão territorial cessam adaptações, integrado no conteúdo dos instrumentos de
com a entrada em vigor da respetiva revisão ou outro gestão territorial assim alterados.
plano que o substitua.
4. Os Planos Urbanísticos e os planos especiais de
Secção IX ordenamento do território só podem ser objeto de alteração
decorridos 3 (três) anos sobre a respetiva entrada em vigor.
Alteração, suspensão e revisão dos instrumentos
de gestão territorial 5. Excetuam-se do disposto no número anterior as
alterações previstas no artigo 131.º, bem como a possibilidade
Artigo 127.º
de alteração resultante de circunstâncias excecionais,
Dinâmica designadamente situações de calamidade pública ou de
alteração substancial das condições económicas, sociais,
1. Os instrumentos de gestão territorial podem ser culturais e ambientais que fundamentaram as opções
objeto de alteração, em regime simplificado, de revisão definidas no plano.
e de suspensão.
Artigo 130.º
2. A alteração dos instrumentos de gestão territorial [Revogado]
pode decorrer:
Artigo 131.º
a) Da evolução das perspetivas de desenvolvimento
económico e social que lhes estão subjacentes Alterações sujeitas a regime simplificado
e que os fundamentam;
1.Estão sujeitas a um regime procedimental simplificado:
b) Da entrada em vigor de leis ou regulamentos que
colidam com as respetivas disposições ou que a) As alterações aos instrumentos de gestão territorial
estabeleçam servidões administrativas ou restrições que decorram da entrada em vigor de leis ou
de utilidade pública que afetem as mesmas. regulamentos;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1993

b) As alterações aos planos urbanísticos decorrentes b) Por deliberação, da Assembleia Municipal, sob
da incompatibilidade com a estrutura regional do proposta da Câmara Municipal, quando se
sistema urbano, das redes, das infra- estruturas verifiquem circunstâncias excecionais resultantes
e dos equipamentos de interesse regional definida de alteração significativa das perspetivas de
em Esquema Regional de Ordenamento do desenvolvimento económico e social local ou de
Território posteriormente aprovado; situações de fragilidade ambiental incompatíveis
com a concretização das opções estabelecidas
c) As alterações de natureza técnica que traduzam no plano.
meros ajustamentos do plano;
3. A Resolução do Conselho de Ministros, o decreto
d) As alterações aos planos diretores municipais que regulamentar e a deliberação referidos nos números
decorram da aprovação do Plano Detalhado. anteriores devem conter a fundamentação, o prazo e a
2. As alterações referidas na alínea c) do n.º 1 consistem, incidência territorial da suspensão, bem como indicar
designadamente, em: expressamente as disposições suspensas.

a) Correções de erros materiais nas disposições 4. Os instrumentos de gestão territorial suspensos são
regulamentares ou na representação cartográfica; obrigatoriamente revistos ou alterados.

b) Acertos de cartografia determinados por incorreções 5. A suspensão dos planos urbanísticos não produz
de cadastro, de transposição de escalas, de efeitos quanto às servidões legais ou as que decorram do
definição de limites físicos identificáveis no plano na área a suspender.
terreno, bem como por discrepâncias entre plantas
de condicionantes e plantas de ordenamento; Artigo 134.º

c) Correções de regulamentos ou de plantas determinadas [Revogado]


por incongruência entre os mesmos;
Artigo 135.º
d) Alterações até 3% da área de construção em PD.
[Revogado]
3. As alterações referidas no n.º 1 devem estar concluídas,
no prazo de 90 (noventa) dias, pela entidade responsável CAPÍTULO III
pela elaboração do plano através da reformulação de
regulamentos e de plantas na parte afetada, dando MEDIDAS CAUTELARES
conhecimento ao departamento governamental responsável
pelo ordenamento do território e assegurando a respetiva Secção I
2 620000 004832

publicidade nos termos do presente regulamento.


Medidas preventivas
Artigo 132.º
Artigo 136.º
Revisão dos instrumentos de gestão territorial
e dos instrumentos de natureza especial Âmbito material

1. A revisão dos instrumentos de gestão territorial 1. O órgão competente para determinar a elaboração,
pode decorrer: alteração ou revisão de instrumentos de gestão territorial
pode estabelecer que uma área, ou parte dela, que se
a) Da necessidade de adequação à evolução, a médio e presuma vir a ser abrangida por esse instrumento seja
longo prazo, das condições económicas, sociais, sujeita a medidas preventivas, destinadas a evitar alteração
culturais e ambientais que determinaram a das circunstâncias e condições existentes que possa
respetiva elaboração, tendo em conta os relatórios comprometer a execução do plano ou empreendimento
bianual de avaliação da execução dos mesmos; ou torná-la mais difícil ou onerosa.
b) De situações de suspensão do plano e da necessidade 2. Durante a suspensão do plano urbanístico é obrigatório
da sua adequação à prossecução dos interesses o estabelecimento de medidas preventivas.
públicos que a determinaram.
3. O estabelecimento de medidas preventivas por
2. A revisão prevista na alínea a) do número anterior motivo de revisão e alteração de um plano determina
só pode ocorrer decorridos 3 (três) anos sobre a entrada a suspensão da eficácia deste, na área abrangida por
em vigor do instrumento de gestão territorial. aquelas medidas.
Artigo 133.º
4. As medidas preventivas podem consistir na proibição,
Suspensão dos instrumentos de gestão territorial na limitação ou na sujeição a parecer vinculativo das
e dos instrumentos de política setorial seguintes ações:
1. A suspensão, total ou parcial da DNOT, do EROT, a) Operações de loteamento e obras de urbanização;
plano setorial e plano especial é determinada por
Resolução do Conselho de Ministros quando se verifiquem b) Obras de construção civil, ampliação, alteração
circunstâncias excecionais resultantes de alteração e reconstrução, com exceção das que estejam
significativa das perspetivas de desenvolvimento económico- sujeitas apenas a um procedimento de comunicação
social incompatíveis com a concretização das opções prévia à Câmara Municipal;
estabelecidas no plano, ouvidas as Câmaras Municipais
dos municípios abrangidos. c) Trabalhos de remodelação de terrenos;

2. A suspensão, total ou parcial, de planos urbanísticos d) Obras de demolição de edificações existentes, exceto
é determinada: as que, por regulamento municipal, possam ser
dispensadas de licença ou autorização;
a)Por Decreto-Regulamentar, em casos excecionais de
reconhecido interesse nacional ou regional, ouvida e) Derrube de árvores em maciço ou destruição do
a Câmara Municipal do Município em causa; solo vivo e do coberto vegetal.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1994 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

5. As medidas preventivas abrangem apenas as ações Artigo 141.º


necessárias para os objetivos a atingir, que devem ser o
mais determinadas possível, de acordo com as finalidades Âmbito temporal
do plano. 1. O prazo de vigência das medidas preventivas é fixado
6. Ficam excluídas do âmbito de aplicação das medidas no ato que as estabelecer, não podendo ser superior a 2
preventivas as ações validamente autorizadas antes da (dois) anos, prorrogável por mais 1 (um), quando tal se
sua entrada em vigor. mostre necessário.
2. Na falta de fixação do prazo de vigência, as medidas
7. Em casos excecionais, quando a ação em causa preventivas vigoram pelo prazo de 1 (um) ano, prorrogável
prejudique de forma grave e irreversível as finalidades do por 6 (seis) meses.
plano, a disposição do número anterior pode ser afastada.
3.As medidas preventivas deixam de vigorar quando:
8. Quando as medidas preventivas envolvam a sujeição
a parecer, o órgão competente para o seu estabelecimento a) Forem revogadas;
determina quais as entidades a consultar.
b) Decorrer o prazo fixado para a sua vigência;
9. Para salvaguardar situações excecionais de reconhecido
interesse nacional ou regional e garantir a elaboração dos c) Entrar em vigor o plano que motivou a sua aplicação;
planos especiais de ordenamento do território, o Governo d) A entidade competente abandonar a intenção de
pode estabelecer medidas preventivas e zonas de defesa elaborar o plano que as originou; e
e controlo urbano, nos termos definidos na Lei dos Solos.
e) Cessar o interesse na salvaguarda das situações
Artigo 137.º excecionais de reconhecido interesse nacional,
Natureza jurídica
regional ou municipal.
4. As medidas preventivas devem ser totais ou parcialmente
As medidas preventivas têm a natureza de regulamentos revogadas quando, com o decorrer dos trabalhos de
administrativos. elaboração ou revisão do plano, se revelem desnecessárias.
Artigo 138.º 5. Uma área só pode voltar a ser abrangida por medidas
Competências e procedimento
preventivas depois de decorridos 3 (três) anos sobre
a caducidade das anteriores, salvo casos excecionais,
1. Compete à Assembleia Municipal, mediante proposta devidamente fundamentados.
da Câmara Municipal, estabelecer medidas preventivas de
garantia da elaboração e execução dos planos urbanísticos. 6. Nas situações previstas no número anterior, o
2 620000 004832

estabelecimento de medidas preventivas dentro do prazo


2. [Revogado] de 3 (três) anos após a caducidade das medidas anteriores
constitui a entidade competente para a sua adoção na
3. Na elaboração de medidas preventivas está a entidade obrigação de indemnizar as pessoas afetadas.
competente dispensada de dar cumprimento aos trâmites
da audiência dos interessados ou da apreciação pública. 7. O valor da indemnização referida no número anterior
corresponde ao prejuízo efetivo provocado à pessoa em
Artigo 139.º causa em virtude de ter estado provisoriamente impedida
de utilizar o seu solo para a finalidade para ele admitida.
Limite das medidas preventivas
8. Os planos urbanísticos que façam caducar as medidas
1. O estabelecimento de medidas preventivas deve ser preventivas devem referi-lo expressamente.
limitado aos casos em que fundadamente se preveja ou
receie que os prejuízos resultantes da possível alteração das 9. A prorrogação das medidas preventivas está sujeita
características do local sejam socialmente mais gravosos às regras aplicáveis ao seu estabelecimento inicial.
do que os inerentes à adoção das medidas. Artigo 142.º
2. O estabelecimento de medidas preventivas deve Contraordenações
demonstrar a respetiva necessidade, bem como esclarecer
as vantagens e os inconvenientes de ordem económica, Constitui contraordenação punível com coima e com
técnica, social e ambientais consequentes da sua adoção. as sanções acessórias a definir por Portaria do membro
do Governo responsável pelo ordenamento do território
3. Quando o estado dos trabalhos de elaboração, alteração a violação das limitações decorrentes das medidas
ou revisão dos planos o permita, deve a entidade competente preventivas por parte dos particulares.
para o estabelecimento de medidas preventivas precisar
quais são as disposições do futuro plano cuja execução Artigo 143.º
ficaria comprometida na ausência daquelas medidas.
Embargo e demolição
Artigo 140.º
1. As obras e os trabalhos efetuados com inobservância
Âmbito territorial das proibições e condicionantes decorrentes das medidas
preventivas, ainda que licenciados ou autorizados pelas
1. A área sujeita às medidas preventivas deve ter a entidades competentes, podem ser embargados ou
extensão que se mostre adequada à satisfação dos fins demolidos ou, sendo o caso, pode ser ordenada a reposição
a que se destina. da configuração do terreno e da recuperação do coberto
vegetal segundo projeto a aprovar pela Administração.
2. A entidade competente para o estabelecimento das
medidas preventivas deve proceder à delimitação da área 2. A competência para ordenar o embargo, a demolição,
a abranger, devendo os limites dessa área, quando não a reposição da configuração do terreno ou a recuperação do
possam coincidir, no todo ou em parte, com as divisões coberto vegetal referidos no número anterior pertence ao
administrativas, ser definidos, sempre que possível, pela Presidente da Câmara Municipal ou, quando se trate de
referência a elementos físicos facilmente identificáveis, medidas preventivas estabelecidas pelo Governo, ao membro
designadamente vias públicas, estradas e linhas de água. do Governo responsável pelo ordenamento do território.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1995


Artigo 144.º das entidades públicas e privadas, procedendo à realização
Invalidade do licenciamento
das infraestruturas e dos equipamentos de acordo com o
interesse público, os objetivos e as prioridades estabelecidas
São nulos os atos administrativos que decidam pedidos nos planos urbanísticos, recorrendo aos meios previstos
de licenciamento com inobservância das proibições ou na lei.
limitações consequentes do estabelecimento de medidas
preventivas. 2. A coordenação e execução programada dos planos
urbanísticos determinam para os particulares o dever de
Artigo 145.º concretizarem e adequarem as suas pretensões às metas
Indemnização
e prioridades neles estabelecidas.

A imposição de medidas preventivas não confere o 3. A execução dos sistemas gerais de infraestruturas
direito a indemnização, salvo nos casos expressamente e equipamentos públicos municipais e intermunicipais
previstos no presente regulamento. determina para os particulares o dever de participar no
seu financiamento.
Secção II
Artigo 148.º
Suspensão de concessão de licenças
Artigo 146.º Princípios de atuação

Procedimentos de informação prévia, de licenciamento As atuações integradas na execução do planeamento


e de autorização urbanístico devem:
1. Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas
constantes de plano urbanístico ou plano especial de a) Respeitar as metas estabelecidas nos instrumentos
ordenamento do território ou sua revisão, os procedimentos de gestão territorial;
de informação prévia, de licenciamento e de autorização
ficam suspensos a partir da data fixada para o início do b) Ter em consideração os programas de atividade das
período de discussão pública e até à data da entrada em entidades públicas interessadas no ordenamento
vigor daqueles instrumentos de gestão territorial. do território; e

2. Cessando a suspensão do procedimento, nos termos c) Observar as disposições programáticas dos planos
do número anterior, o pedido de informação prévia, de urbanísticos.
licenciamento ou de autorização é decidido de acordo com
as novas regras urbanísticas em vigor. Subsecção II
2 620000 004832

3. Caso as novas regras urbanísticas não entrem em Sistemas de execução


vigor no prazo de 150 (cento e cinquenta) dias desde a
data do início da respetiva discussão pública, cessa a Artigo 149.º
suspensão do procedimento, devendo nesse caso prosseguir
a apreciação do pedido até à decisão final de acordo com Tipos
as regras urbanísticas em vigor à data da sua prática.
1.Os planos e as operações urbanísticas são executados
4. Não se suspende o procedimento nos termos do através dos sistemas de execução programada, contratada
presente artigo quando o pedido tenha por objeto obras de ou atuações não sistemáticas.
reconstrução ou de alteração em edificações existentes, desde
que tais obras não originem ou agravem desconformidade 2. A execução dos planos através dos sistemas de
com as normas em vigor ou tenham como resultado a execução programada e contratada referidos no número
melhoria das condições de segurança e de salubridade anterior desenvolve-se no âmbito de unidades de execução
da edificação. do planeamento delimitadas pela Câmara Municipal por
5. Quando haja lugar à suspensão do procedimento iniciativa própria ou a requerimento dos proprietários
nos termos do presente artigo, os interessados podem interessados.
apresentar novo requerimento com referência às regras
Artigo 150.º
do plano colocado à discussão pública, mas a respetiva
decisão final fica condicionada à entrada em vigor das
Delimitação das unidades de execução do planeamento
regras urbanísticas que conformam a pretensão.
6. Caso o plano seja aprovado com alterações ao 1. A delimitação de unidades de execução do planeamento
projeto a que se refere o número anterior, o requerente consiste na fixação em planta cadastral dos limites
pode, querendo, reformular a sua pretensão, de idêntica físicos da área a sujeitar a intervenção urbanística e com
possibilidade dispondo o requerente que não tenha feito identificação de todos os prédios abrangidos.
uso da faculdade prevista no mesmo número.
2. As unidades de execução do planeamento devem ser
CAPÍTULO IV delimitadas de forma a assegurar um desenvolvimento
EXECUÇÃO DO PLANEAMENTO URBANÍSTICO urbano harmonioso e a justa repartição de benefícios e
encargos pelos proprietários abrangidos, devendo integrar
Secção I as áreas a afetar a espaços públicos ou equipamentos
previstos nos instrumentos de gestão territorial.
Programação e sistemas de execução
Subsecção I 3. As unidades de execução do planeamento podem corresponder
a uma unidade operativa de planeamento e gestão, à área
Programação abrangida por um plano detalhado ou a parte desta.
Artigo 147.º 4. Na falta de plano detalhado aplicável à área abrangida
Princípio geral pela unidade de execução do planeamento, deve a Câmara
Municipal promover, previamente à aprovação, um período
1. O Município promove a execução coordenada e de discussão pública em termos análogos aos previstos
programada do planeamento territorial, com a colaboração para o plano detalhado.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1996 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


Artigo 151.º b) Compra direta, pela Câmara Municipal, do excesso
de edificabilidade;
Transformação dos terrenos

1. A transformação dos terrenos integrados numa c) Cedência à Câmara Municipal de terrenos dotacionais.
unidade de execução do planeamento urbanístico é operada 2. Se a edificabilidade do lote ou da parcela for nula
mediante o recurso a um dos seguintes sistemas: ou inferior à edificabilidade suscetível de aquisição pelo
a) Sistema de execução programada; seu titular, essa edificabilidade ou a parte que não é
materializável no lote ou na parcela pode ser objeto de
b) Sistema de execução contratada. acordo de cedência a proprietário em situação inversa ou
à Câmara Municipal.
2. Os terrenos não integrados numa unidade de execução
do planeamento urbanístico podem ser transformados 3. Na falta do acordo referido no número anterior, a
mediante atuações não sistemáticas. edificabilidade não suscetível de materialização deve ser
expropriada pela Câmara Municipal.
Artigo 152.º
Artigo 155.º
Sistema de execução programada
Informação sobre as obras públicas
1. O sistema de execução programada é aplicável às
áreas de construção prioritária abrangidas por plano As entidades públicas e os particulares mantêm as
detalhado. câmaras municipais informadas sobre o faseamento das
obras respeitantes a infraestruturas e equipamentos
2. O sistema de execução programada pode implicar públicos cuja realização não tenha motivado a celebração
a expropriação dos terrenos e edifícios integrados nas de contrato-programa ou acordo com o Município.
unidades de execução do plano detalhado.
Secção II
3. A Câmara Municipal pode propor a expropriação dos
terrenos e edifícios a favor do adjudicatário de concurso Instrumentos de programação urbanística
público que vise a transformação de uma ou várias
unidades de execução do planeamento. Subsecção I

4. As bases do concurso público são homologadas pelo Disposições gerais


membro do Governo responsável pelo do ordenamento
do território. Artigo 156.º

5. O adjudicatário do concurso assume a condição de Instrumentos de programação urbanística


2 620000 004832

beneficiário da expropriação, sem prejuízo da responsabilidade


solidária da Câmara Municipal no que respeita ao pagamento A execução dos planos urbanísticos subordina-se aos
das indemnizações devidas. seguintes instrumentos de programação urbanística:
6. Os proprietários dos terrenos podem solicitar à a) Do programa municipal de atuação urbanística;
Câmara Municipal a respetiva exclusão do sistema de
execução programada. b) Dos contratos-programa e acordos celebrados entre
a Câmara Municipal e as entidades atuantes;
7. O deferimento do pedido de exclusão implica a
delimitação da área excluída, cuja transformação fica c) Programas de ação territorial que visa a
automaticamente sujeita ao sistema de execução contratada. coordenação e o enquadramento das atuações
das entidades publicas e privadas interessadas
Artigo 153.º na definição das politicas de ordenamento do
território e de urbanismo e na execução dos
Sistema de execução contratada instrumentos de planeamento territorial.
1. O sistema de execução contratada é aplicável às Subsecção II
áreas de construção não prioritária abrangidas por plano
detalhado. Programa municipal de atuação urbanística

2. O sistema de execução contratada implica a celebração Artigo 157.º


de um contrato-programa entre a Câmara Municipal e
as entidades públicas ou os particulares que se propõem Regime
realizar as operações de parcelamento e as obras de
urbanização e de edificação. 1. A sistematização e o escalonamento temporal das
principais atuações urbanísticas a realizar no território
3. O não cumprimento do contrato-programa que visa a municipal são explicitados no programa municipal de
transformação de uma unidade de execução pelo sistema atuação urbanística.
de execução programada constitui fundamento para a
Câmara Municipal determinar a sujeição dessa unidade 2. O programa municipal de atuação urbanística visa:
ao sistema de execução programada. a) Definir as metas a alcançar em matéria de urbanização
Artigo 154.º do solo e de construção de equipamentos e casas
de habitação;
Atuações não sistemáticas
b) Estabelecer as bases da negociação urbanística dos
1. Nas áreas urbanas não integradas em unidade de contratos-programa e acordos a celebrar entre
execução, se a edificabilidade do lote ou da parcela exceder as câmaras municipais e as entidades atuantes;
a edificabilidade suscetível de aquisição pelo seu titular,
a materialização desse excesso só pode ocorrer mediante c) Fasear os investimentos municipais nos domínios
um dos seguintes procedimentos: do urbanismo e da habitação;
a) Cedência da edificabilidade em excesso a proprietário d) Disciplinar a distribuição do aproveitamento
em situação inversa; urbanístico dos terrenos para edificação.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1997

3. O programa municipal de atuação urbanística Artigo 160.º


prossegue os objetivos estabelecidos no planeamento
Partes contratantes
urbanístico e dispõe sobre:
Podem ser partes no contrato-programa de urbanização,
a) A delimitação de áreas de construção prioritária; além do Município e da entidade atuante:
b) A delimitação de unidades de execução do planeamento a) As empresas públicas e concessionárias de serviços
urbanístico; públicos que devam servir a área a transformar;

c) A fixação, para cada unidade de execução, da b) As entidades promotoras e financiadoras da atuação;


comparticipação dos proprietários nos custos c) As empresas de construção civil e de obras públicas;
de urbanização e nos custos de conservação
dos espaços públicos. d) As cooperativas de habitação e de construção.
Secção III
4. O programa municipal de atuação urbanística é
anexado ao plano municipal de desenvolvimento. Aquisição de terrenos e edifícios

5. O programa municipal de atuação urbanística pode Artigo 161.º


prever a alteração dos planos detalhados e dos alvarás de Modalidades de aquisição
licença de construção, sempre que tal se mostre necessário
à concertação e coordenação das atuações urbanísticas. O Município ou a entidade atuante procede à obtenção
dos terrenos e edifícios necessários à execução de planos
Artigo 158.º urbanísticos pelos modos de obtenção de terrenos previstos
na lei de solos.
Elaboração
Artigo 162.º
1. Compete à Câmara Municipal promover a elaboração Posse Administrativa de terrenos dotacionais
do programa municipal de atuação urbanística, mediante
ampla participação das populações. 1. A posse administrativa de terrenos dotacionais é
precedida pela fixação do aproveitamento urbanístico
2. As entidades públicas e os particulares interessados na dos terrenos para edificação.
execução do planeamento urbanístico informam a Câmara
Municipal das atuações que, pela sua natureza, devem 2. Os titulares dos prédios têm direito a ser indemnizados
ser enquadradas no programa municipal ou justifiquem pelo período de tempo que medeia entre a posse administrativa
a sua revisão. dos terrenos dotacionais e o ato de distribuição do
2 620000 004832

aproveitamento urbanístico.
3. O programa municipal de atuação urbanística é Artigo 163.º
submetido a inquérito público.
Reserva de terrenos e edifícios
4. Compete à Assembleia Municipal aprovar o programa 1. A Câmara Municipal, por iniciativa própria ou a pedido
municipal de atuação urbanística. da entidade atuante, pode reservar terrenos e edifícios
Subsecção III
destinados a infraestruturas ou equipamentos públicos.
2. A Câmara Municipal delimita a área reservada, fixa
Contratos-programa de urbanização o prazo de vigência da reserva, não superior a 4 (quatro)
anos, e identifica a entidade expropriante.
Artigo 159.º
3. Nos terrenos e edifícios reservados é vedada a
Regime realização de quaisquer obras que não representem
benfeitorias indispensáveis à sua conservação.
1. No caso de operações de parcelamento e de obras de
urbanização se preveja a intervenção de outras entidades 4. A reserva de terrenos e edifícios não determina a
além do interessado e da Câmara Municipal, as recíprocas sua expropriação imediata, no todo ou em parte, nem
obrigações podem ser objeto de contrato-programa. o pagamento de quaisquer indemnizações, a título de
perdas e danos, salvo o disposto nos números seguintes.
2. Os contratos-programa podem ter por objeto, 5. Os proprietários dos terrenos e edifícios reservados
designadamente: têm o direito de requerer, no prazo de vigência da reserva,
que sejam feitas as expropriações.
a) O financiamento das obras de urbanização;
6. No caso previsto no número anterior, terrenos e
b) A cedência de terrenos dotacionais ou destinados edifícios reservados entram imediatamente na posse da
à construção de equipamentos públicos e de entidade expropriante, que, até ao pagamento do valor da
casas de habitação social; expropriação, assegura aos expropriados, em cada ano,
uma indemnização igual ao juro daquele valor, calculado
c) A construção de equipamentos públicos e de casas pela taxa de desconto do Banco de Cabo Verde.
de habitação social;
Secção IV
d) A transferência do aproveitamento urbanístico Instrumentos de execução dos planos
dos terrenos para edificação;
Artigo 164.º
e) A remodelação de construções em desconformidade
com o plano; Direito de preferência
1. O exercício do direito de preferência visa assegurar:
f) As garantias destinadas a assegurar os encargos
decorrentes do impacto da atuação nos espaços a) A criação ou remodelação de espaços públicos,
públicos, infraestruturas urbanísticas, equipamentos infraestruturas urbanísticas e equipamentos
coletivos e serviços existentes. coletivos;

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

1998 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

b) A construção de casas de habitação social; Artigo 169.º

c) A instalação de atividades produtivas; Planta de servidões e restrições

d) A reabilitação de áreas degradadas; 1. As câmaras municipais podem submeter à aprovação


do Governo plantas de servidões e restrições destinadas
e) A proteção do património arqueológico, arquitetónico, a alterar os limites ou a suspender a vigência, servidões
urbanístico e paisagístico. administrativas e de restrições de utilidade pública ao
direito de propriedade constituídas por ato praticado pela
2. Não podem ser objeto do exercício do direito de administração do Estado.
preferência:
2. A planta de servidões e restrições visa compatibilizar o
a) Os terrenos para edificação dotados de aproveitamento regime das servidões e restrições com o regime urbanístico
urbanístico, no prazo de 6 (seis) anos contados a do solo definido nos instrumentos de gestão territorial, de
partir da data de emissão do respetivo certificado forma a evitar a dupla oneração da propriedade imobiliária.
de aproveitamento urbanístico;
Secção V
b) Os lotes ou parcelas recém-edificadas, no prazo
Compensação e indemnização
de 12 (doze) anos contados a partir da data
de emissão do respetivo alvará de licença de Subsecção I
utilização.
Disposições gerais
Artigo 165.º
Artigo 170.º
Associação com os proprietários
Compensação e indemnização
A Câmara Municipal pode assegurar a disponibilidade de
áreas a utilizar na execução do planeamento urbanístico, 1. Os instrumentos de gestão territorial vinculativos
mediante associação com os respetivos proprietários, nos dos particulares devem prever mecanismos equitativos
termos da lei de expropriação por utilidade pública. de perequação compensatória destinados a assegurar
a redistribuição entre os interessados dos encargos e
Artigo 166.º benefícios deles resultantes, nos termos a estabelecer na lei.
Expropriação e posse administrativa 2. Existe o dever de indemnizar, nos termos a estabelecer
na lei, sempre que os instrumentos de gestão territorial
2 620000 004832

A aprovação do PDM e do PD, pode legitimar a expropriação vinculativos dos particulares determinem restrições
por utilidade pública e a posse administrativa dos terrenos significativas de efeitos equivalentes a expropriação,
e dos edifícios necessários à sua plena execução, nos termos a direitos de uso do solo preexistentes e juridicamente
e de harmonia com o estabelecido no diploma legal que consolidados que não possam ser compensados nos termos
regula a expropriação por utilidade pública. do número anterior.
Artigo 167.º Subsecção II

Efeitos no direito de propriedade Compensação

1. A classificação e a qualificação do solo adotada pelo Artigo 171.º


plano urbanístico não confere direitos de indemnização,
salvo nos casos previstos no regulamento de execução ou Princípio da perequação compensatória dos benefícios
na Lei de expropriação por utilidade pública. e encargos

2. Os proprietários de terrenos e edifícios localizados em A compensação decorrente dos benefícios e encargos


áreas urbanas têm direito a uma compensação quando os decorrentes dos instrumentos de gestão territorial
instrumentos de gestão territorial imponham, ao exercício vinculativos dos particulares é calculada com base no
das faculdades do direito de propriedade, restrições princípio da perequação compensatória.
equivalentes a uma expropriação.
Artigo 172.º
3.As despesas com a compensação referidas no número
Direito à perequação
anterior são suportadas pelo orçamento do órgão beneficiado
com a execução do instrumento de gestão territorial. Os proprietários têm direito à distribuição perequativa
dos benefícios e encargos decorrentes dos instrumentos
Artigo 168.º
de gestão territorial vinculativos dos particulares.
Construções em desconformidade com o Plano Detalhado
Artigo 173.º
1. Podem ser expropriados por utilidade pública os Dever de perequação
imóveis com construções erigidas antes da aprovação
do PD e que não se conformem com as suas disposições, 1. Os instrumentos de gestão territorial vinculativos
designadamente em matéria de alinhamento, volumetria, dos particulares devem prever mecanismos diretos ou
estado de conservação e utilização dos edifícios, quando indiretos de perequação segundo os critérios definidos
o respetivo proprietário não proceder, no prazo fixado no presente diploma.
pela Câmara Municipal, ao realinhamento, reconstrução,
reabilitação e reutilização dessas construções. 2. A aplicação de mecanismos de perequação previstos
nesta secção realiza-se no âmbito dos planos detalhados
2. Excetuam-se do disposto no número anterior os ou das unidades de execução do planeamento referidas
imóveis classificados como monumentos nacionais ou de no presente regulamento, segundo os critérios adotados no
interesse concelhio. plano diretor municipal.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 1999


Artigo 174.º cobertos pelas edificações, zonas de sótãos sem pé-direito
regulamentar, terraços descobertos e estacionamentos e
Objetivos da perequação serviços técnicos instalados nas caves dos edifícios.
Os mecanismos de perequação compensatória a prever 5. Quando a edificabilidade do terreno for inferior à
nos instrumentos de gestão territorial vinculativos dos média, o proprietário deve, quando pretenda urbanizar,
particulares devem ter em consideração os seguintes ser compensado de forma adequada.
objetivos:
6. A compensação referida no número anterior deve ser
a) Redistribuição das mais-valias atribuídas pelo prevista em regulamento municipal através das seguintes
plano aos proprietários; medidas alternativas ou complementares:
b) Obtenção pelos municípios de meios financeiros a) Desconto nas taxas que tenha de suportar;
adicionais para a realização das infraestruturas
urbanísticas e para o pagamento de indemnizações b) Aquisição pelo Município, por permuta ou compra,
por expropriação; da parte do terreno menos edificável.

c) Disponibilização de terrenos e edifícios ao 7. Quando a edificabilidade do terreno for superior à


Município para a implementação, instalação ou média, o proprietário deve, aquando da emissão do alvará,
renovação de infraestruturas, equipamentos e espaços ceder para o domínio privado do Município uma área com
urbanos de utilização coletiva, designadamente a possibilidade construtiva em excesso.
zonas verdes, bem como para compensação de
particulares nas situações em que tal se revele 8. A cedência referida no número anterior é contabilizada
necessário; como cedência para equipamento já que se destina a
compensar o Município pela área que, para esse fim, por
d) Estímulo da oferta de terrenos para urbanização permuta ou compra, tem de adquirir noutro local.
e construção, evitando-se a retenção dos solos Artigo 177.º
com fins especulativos;
Compra e venda do índice médio de utilização
e) Eliminação das pressões e influências dos proprietários
ou grupos para orientar as soluções do plano 1. Em alternativa às medidas de compensação estabelecidas
na direção das suas intenções. nos n.ºs 6 e 7 do artigo anterior, o plano pode ainda
optar por permitir que os proprietários que, de acordo
Artigo 175.º com as disposições do mesmo, possam construir acima
da edificabilidade média adquiram o excesso a essa
2 620000 004832

Mecanismos de perequação potencialidade àqueles que, igualmente nos termos do


plano, disponham de um direito concreto de construção
1. Os municípios podem utilizar, designadamente, os inferior à mesma.
seguintes mecanismos de perequação:
2. As transações efetuadas ao abrigo desta disposição
a) Estabelecimento de um índice médio de utilização; são obrigatoriamente comunicadas à Câmara Municipal
e estão sujeitas a inscrição no registo predial.
b) Estabelecimento de uma área de cedência média;
Artigo 178.º
c) Repartição dos custos de urbanização.
Área de cedência média
2. O recurso ao mecanismo previsto na alínea a) tem
sempre de ser combinado com a previsão da alínea s). 1. À área da cedência média aplica-se o disposto no
artigo 38.º da Lei n.º 60/VIII/2014 de 23 de abril, que
3. O Município pode utilizar conjunta ou coordenadamente estabelece o regime jurídico das operações urbanísticas.
mecanismos de perequação.
2. A área de cedência média é fixada por Portaria do
Artigo 176.º membro do Governo responsável pelo Ordenamento do
Território
Índice médio de utilização
3. Aquando da emissão do alvará de loteamento devem
1. O plano pode fixar um direito abstrato de construir ser cedidas ao Município:
correspondente a uma edificabilidade média que é
determinada pela construção admitida para cada propriedade a) Parcelas de terreno destinadas a infraestruturas
ou conjunto de propriedades, por aplicação dos índices e e pequenos espaços públicos que vão servir
orientações urbanísticos estabelecidos no plano. diretamente o conjunto a edificar;

2. O direito concreto de construir resulta dos atos de b) Parcelas de terrenos destinadas a zonas verdes
licenciamento de operações urbanísticas, os quais devem urbanas, equipamentos e vias sem construção
ser conformes aos índices e parâmetros urbanísticos adjacente, conforme o previsto no plano.
estabelecidos no plano.
4. Quando a área de cedência efetiva for superior à
3. A edificabilidade média é determinada pelo quociente cedência média, o proprietário deve, quando pretenda
entre a soma das superfícies brutas de todos os pisos acima urbanizar, ser compensado de forma adequada.
e abaixo do solo destinados a edificação, independentemente 5. A compensação referida no número anterior deve ser
dos usos existentes e admitidos pelo plano e a totalidade prevista em regulamento municipal através das seguintes
da área ou sector abrangido por aquele. medidas alternativas ou complementares:
4. Para efeitos da determinação do valor da edificabilidade a) Desconto nas taxas que tem de suportar;
média prevista no número anterior, incluem-se, na soma das
superfícies brutas dos pisos, as escadas, caixas de elevadores, b) Aquisição da área em excesso pelo Município, por
alpendres e varandas balançadas e excluem-se os espaços livres compra ou permuta.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

2000 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

6. Quando a área de cedência efetuada for inferior Secção VI


à cedência média, o proprietário tem de compensar o
Município em numerário ou espécie a fixar em regulamento Reversão de terrenos e edifícios
municipal. Artigo 181.º

Artigo 179.º Direito de reversão

Repartição dos custos de urbanização 1. O cedente tem direito à reversão das parcelas
integradas em áreas dotacionais sempre que haja desvio
1. A comparticipação nos custos de urbanização pode da finalidade da cedência ou de fim de utilidade pública
ser determinada pelos seguintes critérios, isolada ou que a determinou.
conjuntamente:
2. À reversão de parcelas aplica-se, com as necessárias
a) O tipo ou a intensidade de aproveitamento urbanístico adaptações, o disposto quanto à reversão de bens expropriados
determinados pelas disposições dos planos; nos termos da lei de expropriações por utilidade pública.
Artigo 182.º
b) A superfície do lote ou da parcela.
Destino das parcelas revertidas
2. O pagamento dos custos de urbanização pode realizar-
se, por acordo com os proprietários interessados, mediante As parcelas que, nos termos do artigo anterior, tenham
a cedência ao Município, livre de ónus ou encargos, de revertido a favor do cedente ficam sujeitas às mesmas
lotes ou parcelas com capacidade aedificandi de valor finalidades a que estavam afetas quando integradas no
equivalente. domínio municipal, salvo existência de plano urbanístico
que disponha em sentido em contrário.
3. São designadamente considerados custos de urbanização
Artigo 183.º
os relativos às infraestruturas gerais e locais.
Construções erigidas na parcela revertida
Subsecção II
As construções erigidas na parcela revertida seguem
Indemnização o regime aplicável às benfeitorias.

Artigo 180.º Secção VII

Operações de realojamento
2 620000 004832

Dever de indemnização
Artigo 184.º
1. As restrições determinadas pelos instrumentos de
gestão territorial vinculativos dos particulares apenas Dever de realojamento dos moradores
geram um dever de indemnizar quando a compensação
nos termos previstos na secção anterior não seja possível. A Câmara Municipal ou a entidade atuante não
pode desalojar os moradores das casas de habitação
2. São indemnizáveis as restrições singulares às que tenham de ser demolidas ou desocupadas, embora
possibilidades objetivas de aproveitamento do solo, temporariamente, para a execução do planeamento
preexistentes e juridicamente consolidadas, que comportem urbanístico ou para a realização de qualquer trabalho,
uma restrição significativa na sua utilização de efeitos sem que tenha providenciado, quando tal se mostre
equivalentes a uma expropriação. necessário, pelo realojamento dos mesmos.
Artigo 185.º
3. As restrições singulares às possibilidades objetivas
de aproveitamento do solo resultantes de revisão dos Casas desmontáveis
instrumentos de gestão territorial vinculativos dos
particulares conferem direito a indemnização quando a O realojamento pode ter lugar através de casas desmontáveis,
revisão determina a caducidade ou a alteração das condições quando esse método seja o mais aconselhável ou quando
de um licenciamento prévio válido, ou informação previa não haja possibilidade de recurso a outro processo.
constitutivo de direito.
Artigo 186.º
4. Nas situações previstas nos números anteriores, o
Entidades concessionárias
valor da indemnização corresponde à diferença entre o
valor do solo antes e depois das restrições provocadas Quando se verifique expropriação em benefício de
pelos instrumentos de gestão territorial, sendo calculado entidade concessionária de serviço público ou do domínio
nos termos da lei das expropriações por utilidade pública. público, a Câmara Municipal ou a entidade atuante devem
construir as habitações necessárias ao realojamento
5. Nas situações previstas no n.º 3, são igualmente dos moradores, suportando o expropriante os encargos
indemnizáveis as despesas efetuadas na concretização de respetivos, conforme estiver estabelecido no contrato de
uma modalidade de utilização prevista no instrumento concessão.
de gestão territorial vinculativo dos particulares se essa
utilização for posteriormente alterada ou suprimida por CAPÍTULO V
efeitos de revisão ou suspensão daquele instrumento e
essas despesas tiverem perdido utilidade. VIOLAÇÃO DOS INSTRUMENTOS
DE GESTÃO TERRITORIAL
6. É responsável pelo pagamento da indemnização prevista
Artigo 187.º
no presente artigo o órgão beneficiado com a execução do
instrumento de gestão territorial que determina direta Princípio geral
ou indiretamente os danos indemnizáveis.
1. A compatibilidade entre os diversos instrumentos
7. [Revogado]. de gestão territorial é condição da respetiva validade.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 2001

2. A conformidade dos atos praticados com os instrumentos b) Pelo membro do Governo responsável pela área
de gestão territorial aplicáveis é condição da respetiva do ordenamento do território, quando violem
validade. plano especial de ordenamento do território;
Artigo 188.º c) Pelo membro do Governo responsável pelo ordenamento
do território, quando esteja em causa a prossecução
Invalidade dos planos de objetivos de interesse nacional ou regional.
1. São nulos os planos elaborados e aprovados em violação 2. Quando se verifique a realização de trabalhos ou obras
de qualquer instrumento de gestão territorial com o qual não precedidos do licenciamento legalmente devido que
devessem ser compatíveis. violem plano urbanístico, o membro do Governo responsável
pelo ordenamento do território deve participar o facto ao
2. Salvo menção expressa em contrário, acompanhada Presidente da Câmara Municipal, para os efeitos previstos
da necessária comunicação do dever de indemnizar, a no número anterior.
declaração de nulidade não prejudica os efeitos dos atos
administrativos entretanto praticados com base no plano 3. As despesas com a demolição correm por conta do
dono das obras a demolir e, sempre que não forem pagas
Artigo 189.º voluntariamente no prazo de 20 (vinte) dias a contar da
notificação para o efeito, são cobradas coercivamente,
Invalidade dos atos servindo de título executivo, certidão passada pelos
serviços competentes, donde conste, além dos demais
São nulos os atos praticados em violação de qualquer requisitos exigidos, a identificação do dono das obras e o
instrumento de gestão territorial aplicável. montante em dívida.
Artigo 190.º Artigo 192.º

Contraordenações Desobediência

1. Constitui contraordenação punível com coima a O prosseguimento dos trabalhos embargados nos termos
realização de obras e a utilização de edificações ou do solo do artigo anterior constitui crime de desobediência, nos
em violação de disposições de plano urbanístico ou de plano termos do Código Penal.
especial de ordenamento do território.
CAPÍTULO VI
2. No caso de realização de obras, o montante da coima é
fixado entre o mínimo de 300.000$00 (trezentos mil escudos) AVALIAÇÃO
e o máximo de 10.000.000$00 (dez milhões de escudos).
2 620000 004832

Artigo 193.º
3. No caso de utilização de edificações ou do solo, montante
da coima é fixado entre o mínimo de 150.000$00 (cento Avaliação
e cinquenta mil escudos) e o máximo de 5.000.000$00
(cinco milhões de escudos). 1. As entidades responsáveis pela elaboração dos
instrumentos de gestão territorial promovem a permanente
4. Tratando-se de pessoas coletivas, as coimas referidas nos avaliação da adequação e concretização da disciplina
n.ºs 2 e 3 podem elevar-se até aos montantes máximos de: consagrada nos mesmos.

a) 12.000.000$00 (doze milhões de escudos), em caso 2. Para os efeitos do disposto no número anterior, pode
de negligencia; e o membro do Governo responsável pelo ordenamento do
território e planeamento criar um observatório do território
b) 25.000.000$00 (vinte e cinco milhões de escudos) com a incumbência de recolher e tratar a informação
em caso de dolo. de carácter estatístico, técnico e científico relevante, o
qual elabora relatórios periódicos de avaliação incidindo
5. Do montante da coima, 60% (sessenta por cento) reverte nomeadamente sobre o desenvolvimento das orientações
para o Estado e 40% (quarenta por cento) reverte para a fundamentais do DNOT e em especial sobre a articulação
entidade competente para o processo de contra- ordenação entre as ações sectoriais, recomendando, quando necessário,
e aplicação da coima. a respetiva revisão ou alteração.
6. A tentativa e a negligência são sempre puníveis. 3. O observatório a que se refere o número anterior
promove:
7. São competentes para o processo de contraordenação
e aplicação da coima: a) As consultas necessárias aos diversos serviços da
administração central e municipal, os quais
a) O Presidente da Câmara Municipal, no caso de devem prestar atempadamente as informações
violação de plano urbanístico; solicitadas, e faculta aos mesmos a informação
por este solicitadas;
b) As entidades competentes em razão de matéria, no
caso de violação de plano especial de ordenamento b) Os contactos necessários com a comunidade científica;
do território;
c) A participação dos cidadãos na avaliação permanente
Artigo 191.º dos instrumentos de gestão territorial.
Embargo e demolição 4. O observatório integra um grupo de peritos, constituído
por especialistas e personalidades de reconhecido mérito
1. Sem prejuízo da coima aplicável, pode ser determinado no domínio do ordenamento do território, a designar pelo
o embargo de trabalhos ou a demolição de obras nos Governo.
seguintes casos:
5. Sempre que a entidade responsável pela elaboração
a) Pelo Presidente da Câmara Municipal, quando o considere conveniente, a avaliação pode ser assegurada
violem plano urbanístico; por entidades independentes de reconhecido mérito,

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

2002 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018

designadamente instituições universitárias ou científicas 3. São publicadas na II Série do Boletim Oficial:


nacionais ou estrangeiras com uma prática de investigação
relevante nas áreas do ordenamento do território. a) Os avisos de abertura do período de discussão
pública dos instrumentos de gestão territorial;
Artigo 194.º
b) A deliberação municipal que determina a elaboração
Propostas de alteração decorrentes da avaliação dos planos urbanísticos;
dos instrumentos de gestão territorial
c) A deliberação municipal que aprova as medidas
A avaliação pode fundamentar propostas de alteração preventivas, incluindo as respetivas plantas
do plano ou dos respetivos mecanismos de execução, de delimitação; e
nomeadamente com o objetivo de: d) A deliberação municipal que determina a suspensão
a) Assegurar a concretização dos fins do plano, tanto do plano urbanístico.
ao nível da execução como dos objetivos a médio Artigo 198.º
e longo prazo;
Outros meios e locais de publicitação
b) Garantir a criação coordenada das infra- estruturas
e dos equipamentos; Para além do Boletim Oficial, os instrumentos de gestão
territorial devem ser amplamente publicitados através
c) Corrigir distorções de oferta no mercado imobiliário; de jornais, brochuras, revistas e boletins municipais,
na Internet, especialmente por intermédio do portal do
d) Garantir a oferta de terrenos e lotes destinados sistema nacional de informação territorial.
a edificações com rendas ou custo controlados;
Artigo 199.º
e) Promover a melhoria de qualidade de vida, resiliência
aos riscos de desastres e a defesa dos valores Registo, depósito e consulta
ambientais e paisagísticos.
1. O serviço central responsável pelo ordenamento do
Artigo 195.º território e planeamento urbanístico procede ao registo
de todos os instrumentos de gestão territorial e dos
Relatório sobre o estado do ordenamento do território projetos de loteamentos com o conteúdo documental
integral estabelecido no presente diploma, incluindo as
1. O Governo deve elaborar, de 3 (três) em 3 (três) anos, alterações, revisões e suspensões de que sejam objeto,
um relatório sobre o estado do ordenamento do território bem como das medidas preventivas para consulta de
a submeter à apreciação da Assembleia Nacional. todos os interessados.
2 620000 004832

2. A Câmara Municipal deve elaborar, de 2 (dois) em 2 2. O registo e depósito referido no número anterior estão
(dois) anos, um relatório sobre o estado do ordenamento sujeitos à uma taxa a regulamentar pelo serviço central
do território a nível municipal, a submeter à apreciação responsável pelo ordenamento do território.
da Assembleia Municipal. 3. As Câmaras Municipais devem criar e manter um
sistema que assegure a possibilidade de consulta pelos
3. Os relatórios sobre o estado do ordenamento do interessados dos instrumentos de gestão territorial e dos
território referidos nos números anteriores traduzem o projetos de loteamento com incidência sobre o território
balanço da evolução do sistema territorial, da execução dos municipal.
instrumentos de gestão territorial, bem como dos níveis
de coordenação interna e externa obtidos, fundamentando 4. A consulta dos instrumentos de gestão territorial e
uma eventual necessidade de revisão. dos projetos de loteamentos prevista neste artigo deve
igualmente ser possível em suporte informático adequado
4. Concluída a sua elaboração, os relatórios sobre o e através da Internet.
estado do ordenamento do território são submetidos a um
período de discussão pública de duração de 30 (trinta) dias. Artigo 200.º

Artigo 196.º Instrução dos pedidos de registo e publicação

Sistema nacional de informação territorial 1. Para efeitos do registo e da publicação no Boletim


Oficial a que se referem os artigos anteriores, as entidades
O Governo, com o apoio do observatório do território responsáveis pela elaboração devem remeter ao serviço
promove a criação e o desenvolvimento de um sistema central responsável pelo ordenamento do território e
nacional de dados sobre o território, integrando os planeamento urbanístico, no prazo de 10 (dez) dias após a
elementos de análise relevantes aos níveis nacional, aprovação do plano, duas coleções completas e autenticadas
regional e municipal. das peças escritas e gráficas, acompanhado de uma cópia
digital e editável, que, nos termos do presente diploma,
CAPÍTULO VII constituem o instrumento de gestão territorial ou projetos
de loteamento.
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
2. Os planos sujeitos a ratificação são remetidos uma
Artigo 197.º única vez para efeitos do número anterior e dentro do
prazo de ratificação.
Publicidade e eficácia
3. Os custos inerentes do registo e da publicação são
1. A eficácia dos instrumentos de gestão territorial suportados pelo promotor do Plano.
depende da respetiva publicação no Boletim Oficial. Artigo 201.º
2. Estão sujeitos a publicação na I Série do Boletim Oficial os Aplicação direta
atos que determinam a elaboração, aprovação final, ratificação,
bem como a suspensão e alteração dos instrumentos de gestão As regras estabelecidas no presente diploma que sejam
territorial, nos termos do presente diploma. diretamente exequíveis aplicam-se à elaboração, aprovação,

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018 2003

execução, alteração, revisão, suspensão e avaliação dos Artigo 207.º


instrumentos de gestão territorial e projetos de loteamento
que se encontre em curso à data da respetiva entrada em vigor. Regulamentação

Artigo 202.º O Governo deve aprovar os regulamentos necessários


à boa aplicação da presente lei, designadamente, os
Planos urbanísticos em curso de elaboração seguintes:

A elaboração de instrumentos de gestão territorial a) [Revogado]


e projetos de loteamentos em curso à data da entrada
em vigor do presente Regulamento pode prosseguir nos b) [Revogado]
termos da legislação anterior, desde que a aprovação e c) [Revogado]
ou ratificação ocorra no prazo máximo de 6 (seis) meses
a contar daquela data. d) [Revogado]
Artigo 203.º e) A composição interdisciplinar mínima das equipas de
elaboração dos instrumentos de gestão territorial;
[Revogado]
f) O diploma legal de criação do observatório do
Artigo 204.º território;
Obrigação de elaborar planos Diretores Municipais g) Decreto-Regulamentar fixando conceitos técnicos
nos domínios do ordenamento do território e
No prazo de 2 (dois) anos, a contar da data da aprovação do urbanismo, designadamente relativos aos
deste diploma, todas as Câmaras Municipais do país indicadores, parâmetros, simbologia e sistematização
que não disponham de planos diretores municipais gráfica, a utilizar nos instrumentos de gestão
regularmente aprovados e ratificados, devem promover territorial;
a respetiva elaboração e aprovação nos termos e com
os condicionalismos estabelecidos no presente diploma. h) Decreto-Regulamentar fixando a cartografia a utilizar
nos instrumentos de gestão territorial, bem como
Artigo 205.º na representação de quaisquer condicionantes;

Consequência pela não elaboração de planos i) Regulamento da taxa do registo e depósito dos
instrumentos de gestão territorial e dos projetos
de loteamento;
2 620000 004832

1. A inobservância do disposto no artigo anterior pode


dar lugar às seguintes consequências:
j) Critérios de localização, programação e dimensionamento
a) A não autorização de expropriação por utilidade de equipamentos coletivos; e
pública; k) Portaria dos parâmetros de dimensionamento de
b) A não celebração de contratos – programa; cedências ao domínio público.
Artigo 208.º
c) A suspensão de auxílios financeiros concedidos ou
a conceder pelo Governo. Revogação

2. [Revogado] Ficam revogados o Decreto n.º 87/90, de 13 de outubro,


que regula a elaboração, aprovação e homologação dos
3.Compete ao membro do Governo responsável pelo planos urbanísticos e o Decreto n.º 88/90, de 13 de outubro,
ordenamento do território e planeamento urbanístico que regulamenta as figuras de plano urbanístico, bem
velar pela observância do disposto no número um. como as demais normas que contrariam o disposto no
presente diploma.
Artigo 206.º
Artigo 209.º
Revisão deste Regulamento Entrada em vigor

1. Decorridos 3 (três) anos sobre a data de entrada em O presente diploma entra em vigor no prazo de 90
vigor do presente Regulamento, o Governo procede à sua (noventa) dias contados a partir da data da sua publicação.
revisão, caso se revelar necessário.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
2. Durante o período referido no número anterior as
câmaras municipais e todas as entidades encarregadas José Maria Pereira Neves - Manuel Inocêncio Sousa -
da sua execução estão vinculadas a submeter ao serviço Maria Cristina Lopes de Almeida Fontes Lima - Cristina
central responsável pelo ordenamento do território e Isabel Lopes da Silva Monteiro Duarte - Lívio Fernandes
planeamento urbanístico todas as dúvidas e sugestões Lopes - Marisa Helena do Nascimento Morais - José Maria
que suscitar a sua aplicação. Fernandes da Veiga - Sara Maria Duarte Lopes

3. Os serviços técnico-jurídicos de todas as câmaras Promulgado em 20 de setembro de 2010


municipais que emitirem pareceres interpretativos ou Publique-se.
integrativos deste diploma, assim como memoranda,
informações ou outros documentos técnicos que se prendam O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES
com a sua boa aplicação, submetem os referidos documentos PIRES
ao serviço central responsável pelo ordenamento do território
e planeamento urbanístico para ulterior tratamento e Referendado em 22 de setembro de 2010.
aproveitamento do sentido que emprestam à revisão deste
regulamento. O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17
Documento descarregado pelo utilizador Cláudia Helena (10.72.112.57) em 10-12-2018 12:00:17.
© Todos os direitos reservados. A cópia ou distribuição não autorizada é proibida.

2004 I SÉRIE — NO 81 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 10 DE DEZEMBRO DE 2018


2 620000 004832

II SÉRIE

BOLETIM
O F I C I AL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001

Endereço Electronico: www.incv.cv

Av. da Macaronésia,cidade da Praia - Achada Grande Frente, República Cabo Verde.


C.P. 113 • Tel. (238) 612145, 4150 • Fax 61 42 09
Email: kioske.incv@incv.cv / incv@incv.cv

I.N.C.V., S.A. informa que a transmissão de actos sujeitos a publicação na I e II Série do Boletim Oficial devem
obedecer as normas constantes no artigo 28º e 29º do Decreto-Lei nº 8/2011, de 31 de Janeiro.

https://kiosk.incv.cv 3A9E9C63-3515-4552-BEC5-535006AA4C17

Você também pode gostar