PARA VIVER DIAS MELHORES

Lucas 6.27-36 NAA (LER // ORAR)

CONTEXTO (LUCAS 6)

• Jesus escolhe os 12 discípulos e começa a falar das Bem-aventuranças.

Lucas relata 4 bençãos reunidas com esperança para o futuro e 4
advertências para aqueles que ainda ignoravam a necessidade de um
Salvador.
• Então chega na parte que lemos, que também é descrita em Mt 5.
• Essa foi a oportunidade que Jesus usou para falar como Ele espera que seus
discípulos ajam. Não era um novo livro de regras, mas uma nova atitude do
coração – porque é manifestando o amor uns pelos outros, é que as
pessoas identificariam que eles eram discípulos de Cristo (Jo 13.35).
Nisto todos conhecerão que vocês são meus discípulos: se tiverem amor uns aos outros.
• Se o nosso propósito como igreja é AD, AP, SM, e nosso foco é SeFDisc,
nossa atenção precisa se voltar ao primeiro e segundo mandamento: Amar a
Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
• Mas aqui neste relato que lemos, quem eram os ouvintes de Jesus? Lucas
descreve que além dos 12, haviam uma grande multidão (v.17) – estas eram
agricultores, pescadores, coletores de impostos, prostitutas: pessoas que
faziam parte da classe mais baixa da sociedade da época, tanto aos olhos
do Império Romano quanto das autoridades religiosas judaicas.
• Essas pessoas tinham inimigos reais. Muitos os odiavam e desprezavam.
Imagine o impacto das palavras de Jesus, quando ele disse: “(...) amem os seus
inimigos, façam o bem aos que odeiam vocês. Abençoem aqueles que os amaldiçoam,
orem pelos que maltratam vocês.” (v. 27,28)
• Esse tipo de manifestação do amor é o que podemos chamar de
MISERICÓRDIA. E é sobre isso que vamos falar hoje...

• Misericórdia tem a ver com PACIÊNCIA, COMPAIXÃO, PERDÃO, BONDADE.

• É por meio da misericórdia de Deus, que é santo e amoroso, que podemos ter
um relacionamento com Ele, mesmo nós sendo pecadores.
• Além disso, a misericórdia não é um atributo exclusivo de Deus, mas Ele dá
a nós livremente para que possamos passar adiante...
“Sejam misericordiosos, como também é misericordioso o Pai de vocês.” (v.36)
• Veja! A Palavra nos diz que antes de sermos resgatados por Jesus, éramos
inimigos de Deus (Rm 5.10), destinados à ira como seguidores espontâneos
do próprio diabo (Ef 2.1-3). Esse é um cenário bem grave.
• Mas Deus escolheu agir em amor para conosco que éramos seus inimigos...A
cruz de Cristo foi a manifestação da graça, misericórdia e o favor divino para
nós. É pelo sacrifício de Jesus na cruz, que fomos salvos da morte eterna.
8
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós
 quando ainda éramos pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu
sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos
reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida! 11 E não apenas isto, mas também nos
gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos,
agora, a reconciliação. 12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade,
porque todos pecaram. (Rm 5:8-12)
• Você conhece a Deus como um Deus de misericórdia?
Você vê as pessoas ao seu redor como Deus vê – com olhos de
misericórdia?
• Se sua resposta para qualquer uma dessas perguntas for “não”, então com
certeza seus dias após a pandemia só pioraram.
• Entre Abril e Outubro/2020, de acordo com levantamento da Google (o maior
portal de pesquisas do mundo), a procura pelos termos "como entrar com
um pedido de divórcio" cresceu 3.750%; de "divórcio online", 1.150%, no
mesmo período. Há relatos de escritórios de advocacia em que a procura por
serviços de divórcio mais que dobrou, em comparação ao ano passado. Isso
é chocante e muito preocupante.
• Temos percebido que as pessoas não estão sabendo conviver umas com
as outras...casais não se reconhecem mais, pais que estão enfadados com
seus filhos...
• Você, que é casado, já pensou que uma das principais razões por que está
casado talvez seja passar adiante a misericórdia de Deus?
Ou ainda, que um dos principais papéis que você tem, ao criar seus filhos é
de demonstrar a misericórdia divina?
• Pense nisso...o casamento é um relacionamento onde dois pecadores
disseram “sim” para a formação de uma família...e é nela onde você não tem
“barreiras” para ser você mesmo, sem censura, sem maquiagem, sem
máscaras.
• Se os nossos olhos estiverem abertos, descobriremos coisas maravilhosas a
respeito de nosso cônjuge, de nossos filhos...coisas que talvez você mesmo
desconhecia. Porém, também descobriremos mais coisas sobre as
fraquezas das outras pessoas. É nessa hora que a misericórdia entra em
cena.
• Eu gosto do meu café sem açúcar, porque gosto de apreciar o aroma e o
sabor natural do café. Não é bem assim com a minha esposa Luana. Ela gosta
do café adoçado. Isso porque ela diz que o café sem açúcar é amargo.
Então, ela usa uma quantia generosa de adoçante em seu café para que o que
antes era amargo, se torne uma doce e deliciosa bebida quente.
• Assim é também a misericórdia. Ela muda o sabor dos relacionamentos
entre as pessoas.
• Queridos, sem a misericórdia, as diferenças entre nós tornam-se barreiras
divisoras e às vezes, “irreconciliáveis”.
• A misericórdia não é algo que devemos reter para nós mesmos, mas é algo
que precisamos receber, desfrutar, celebrar..., mas depois, precisamos passar
adiante. Deus derrama Sua misericórdia para que possamos compartilhá-la.
• Relacionamentos familiares felizes devem ser regados com essa misericórdia
compartilhada.
• Não estamos falando em “deixar pra lá”. A misericórdia não muda a
necessidade de falarmos a verdade. Mas ela transforma a nossa motivação.
• Nesta passagem de Lucas 6, Jesus está nos mostrando a extensão da
misericórdia. Ao tratar assuntos graves, Ele estabelece o padrão para nossa
vida normal.
• É como se Jesus dissesse: “— OK, gente. Agora vou falar sobre alguns casos
mais incomuns...como quando seus inimigos vêm e te atacam, te
amaldiçoam, te maltratam. Porque, quando vocês aprenderem a lidar com os
inimigos permanentes, vocês saberão como lidar com os conflitos do seu dia
a dia, na sua família, com seus amigos....
• Quando você consegue estender misericórdia aos odiosos, violentos,
egoístas e perversos, consegue estendê-la àqueles que o aborrecem,
ignoram ou decepcionam.
• (Abrir um parêntese) RELACIONAMENTOS ABUSIVOS/VIOLENTOS.
Nesses casos, que infelizmente acontecem até onde menos imaginamos, é melhor
separar aquele que maltrata das pessoas daqueles que sofrem seus abusos. Isso, de
fato, é uma expressão de misericórdia.
Essa solução não só protege aqueles que não têm culpa, mas também proporciona,
misericordiosamente, à pessoa presa em pecado violento a oportunidade de enfrentar a
si mesma, arrepender-se e mudar.
• Enfim, a misericórdia é dada por Deus a nós, para ser compartilhada com o
outro. Pecamos contra Deus, e Ele nos respondeu com misericórdia. Somos
chamados a fazer o mesmo (v.36)
• Mas como a misericórdia funciona do dia a dia?

1. ANTES DO ERRO: PRATIQUE A BONDADE

• Uma das coisas mais maravilhosas em Deus é que Ele nos ama mesmo
sabendo de nossas atitudes, nossas motivações e pensamentos pecaminosos.
Ele nos ama apesar de nossos pecados. A bondade do Senhor nos conduz
ao arrependimento (Rm 2.4). Isso quer dizer que a bondade de Deus nos
encontra antes do arrependimento e nos conduz a ele.
• Quando lemos Lc 6, vemos que Jesus não nos chama a atos de misericórdia
discretos e isolados, mas para uma disposição do nosso coração – um
chamado para a bondade.
• Quando há bondade em nosso coração, ela antecipa os nossos julgamentos
pecaminosos.
• Porque, se obedecermos ao Senhor, prosseguindo nessa mesma bondade
com a qual fomos salvos, então não precisamos esperar que alguém peque
contra nós para que possamos reagir com misericórdia.
• Mas como podemos ser bondosos sabendo que daqui a pouco outro pecado
pode ser cometido contra nós?
• Isso é possível se vivermos uma vida no Espírito, uma vida dirigida pelo
Espírito Santo, uma vida que produza o fruto do Espírito! (Gl 5.22)
12
Portanto, como eleitos de Deus, santos e amados, revistam-se de profunda compaixão,
de bondade, de humildade, de mansidão, de paciência. 13 Suportem-se uns aos outros
e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outra pessoa.
Assim como o Senhor perdoou vocês, perdoem também uns aos outros. 14 Acima de
tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. (Colossenses 3:12-14 NAA)
• Queridos, se as misericórdias do Senhor não tem fim, se renovam a cada
manhã (Lm 3:22,23), então há uma nova graça para cada falha tanto do
pecador como daquele contra quem o pecado foi cometido.
• E a bondade é uma postura do nosso coração. Se a semearmos todos os
dias, até mesmo nas maneiras mais comuns como:
- orar com seus filhos antes de dormir e lhes dar um beijo de boa noite;
- ajudar a sua esposa em alguma tarefa pois ela está muito atarefada com os
filhos ou com seu trabalho;
- fazer um café para seu marido pela manhã antes de ele sair para trabalhar
• Esses são momentos de graça que temos o privilégio de produzir mesmo
em meio a tempos de tribulação.

2. DURANTE O ATAQUE: DEMONSTRE-A AOS OUTROS

• Façam aos outros o mesmo que vocês querem que eles façam a vocês. Lc 6:31 – essa é
a regra mais importante para se viver em comunidade.
• Quando eu era criança, minha mãe citava esse versículo pra mim...acho que
para que eu não arranjasse brigas na escola e fizesse algum inimigo.
• Mas o contexto aqui neste versículo é que os inimigos já estão em cena. Jesus
nos ensina a reagir quando somos atacados. E isso vai contra o que o
mundo diz que é “pagar com a mesma moeda”.
• Só que isso só é possível se estivermos compartilhando a misericórdia que
o próprio Deus derramou em nós. O que podemos fazer então?
o Aprender a amar como a Palavra nos ensina 1 Co 13:4-5
4
O amor é paciente e bondoso. O amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é
orgulhoso, 5 não se conduz de forma inconveniente, não busca os seus interesses, não se
irrita, não se ressente do mal. 6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com
a verdade. 7 O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. (1 Coríntios 13:4-7)
o Memorizar e aplicar o conselho de Tg 1:19-20 “19 Vocês sabem estas coisas, meus
amados irmãos. Cada um esteja pronto para ouvir, mas seja tardio para falar e tardio para
ficar irado. 20 Porque a ira humana não produz a justiça de Deus.”
• Se posso evitar uma discussão de 2h, usando 2min de misericórdia, isso é
ganho para todas as pessoas envolvidas.

3. DEPOIS DO ERRO: COBRE O PECADO

• Talvez você não saiba, mas a Bíblia oferece um privilégio especial para lidar
com o pecado que alguém cometeu contra você. É a longaminidade, que
também é fruto do Espírito.
• Isso significa que podemos praticar o amor de tal modo que perdoe o pecado
que alguém cometeu contra você – embora essa possa não saiba ou não
reconheça o que fez.
• Isso não significa deixar para lá. Não é como uma super-paciência ou
gentileza. Não é ignorar o pecado.
• Na longaminidade, sabemos (ou pelo menos achamos) que um pecado foi
cometido contra nós, mas resolvemos não atentar à ofensa e esquecer o que
passou, estendendo uma atitude sincera de perdão e tratando o pecado
como se nunca tivesse acontecido. “O bom senso leva a pessoa a controlar a sua
ira; a sua glória é perdoar as ofensas.” (Pv 19:11)
• Porém, a longaminidade deve ser aplicada em casos específicos. Há
pecados que precisam ser tratados por meio de confrontação com a Palavra
de Deus. Então, precisamos de uma percepção dada pelo próprio Espírito
Santo e uma decisão ousada, inspirada pela Palavra de Deus, em cobrir
(quitar, saldar a dívida) esse pecado com amor.
• “Acima de tudo, porém, tenham muito amor (amem intensamente) uns para com os outros,
porque o amor cobre a multidão de pecados.” (1 Pe 4:8)
• Quando rasgamos a dívida do outro contra nós por causa do amor, tiramos o
pecado de cena. E, assim, podemos desfrutar de um novo nível de
comunhão.
• O tempo em que estamos vivendo pede essa longaminidade. Não conheço
uma só pessoa que não foi afetada, seja emocionalmente ou financeiramente,
pela pandemia.
• Sabendo que vivemos tempos difíceis, temos exercer ainda mais a
longaminidade: perdoando um excesso ou outro nas falas, encorajando ao
invés de criticar, compreendendo ou invés de condenar. Isso é um ato de
maturidade cristã – onde permitimos que um pouco de “lama” caia em nós
para que a outra pessoa também possa crescer em fé.
• Termos a atitude de “virar a outra face”, obedecemos glorificamos a Deus e
mostramos a graça e misericórdia que nos alcançaram.
• Precisamos andar mais uma milha, sermos instrumentos da manifestação da
graça e misericórdia do Senhor na vida das pessoas - pois somos a Carta viva
de Deus, a Bíblia que o mundo lê. (2 Co 3)
CONCLUSÃO
• Como você geralmente reage quando alguém comete um erro contra
você? Quando alguém te faz um mal? “Não acredito que você fez isso!” ou
“Eu não mereço isso!” ou ainda “Eu tenho o direito de ficar com raiva.” –
essas frases parecem ser cheias de misericórdia? Não. Elas são cheias de
justiça própria.
• É a justiça própria que faz de nós acusadores dos pecados dos outros. Mas
a bíblia declara que já tem alguém no papel de acusador (Satanás).
• Talvez a reação mais cômoda é pôr a pessoa no banco dos réus e você
mesmo ser juiz, promotor, escrivão do tribunal e júri. Quando vemos, já o
declaramos CULPADO.
• Você tem levado as pessoas ao seu tribunal ultimamente? Precisamos da
graça de Deus.
Algumas perguntas vão nos ajudar a batalhar contra nossa justiça própria:
• Tenho certeza de que vejo com clareza os supostos fatos, sem ser
tendencioso?
• Quando alguém erra comigo, rapidamente já atribuo razões para esse erro?
• Acho fácil criar um argumento contra alguém, de modo que eu pareça certo e
o outro pareça errado?
• Eu me preocupo mais em saber quem está errado do que resolver o
problema?
• Se você pensou “SIM” para alguma dessas perguntas, talvez você esteja
preso no pecado da justiça própria.
• A justiça própria não se manifesta apenas quando o outro peca contra nós,
mas também quando nos deparamos com suas fraquezas, com suas
tentações, com suas fragilidades...
• Mas todos somos fracos em alguma área. Se assim não fosse, não haveria
necessidade que o poder de Deus agisse em nós.
• Tg 2:13b A misericórdia triunfa sobre o juízo.
• Quando consigo enxergar o quão misericordioso Deus foi comigo, me
perdoando os pecados, me ajudando nas minhas fragilidades e me resgatando
do império das trevas, posso me compadecer das fraquezas do meu
próximo e me alegrar nas minhas, porque são nelas que o poder de Deus é
revelado (2 Co 12:9) ALELUIA.
• Talvez você esteja pensando...muito bonito, mas não funciona. Não dá certo.
• Vamos refletir: Qual é o propósito/objetivo da misericórdia? Eu concedo
misericórdia para obter algo em troca? Acho que é uma moeda de troca
onde eu distribuo misericórdia e, automaticamente, o outro muda?
• Jesus deixa claro que a misericórdia leva consigo uma promessa: mas é uma
promessa de recompensa e não de resultados. E qual é essa recompensa?
Vocês, porém, amem os seus inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar nada em
 troca; vocês terão uma grande recompensa e serão filhos do Altíssimo. Pois ele é
bondoso até para os ingratos e maus. Lc 6:35
• O que Deus tem pra nós é um nível tão profundo de relacionamento com
Ele, que ofuscará, pouco a pouco, qualquer ofensa feita contra nós.
▪ William Shakespeare escreveu:
A natureza da misericórdia jamais se esgota.
Ela goteja como chuva benéfica do céu
Que cai sobre a terra. É duas vezes bendita:
Abençoa aquele que dá e aquele que recebe.
• Neste Natal, onde talvez você vai se reunir com sua família, seus amigos (seja
presencial ou até online) ... receba toda a misericórdia que você puder.
• Mas não se esqueça de passá-la adiante. Exerça essa misericórdia. Seja um
agente do amor de Deus onde você estiver. Amém?
Vamos orar?