Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Orientações Sobre Chassi

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 33

Sumário

- Introdução.........................................................................................................4
- Notícias veiculadas...........................................................................................5
- Orientações acerca de inspeção veicular.........................................................6
-1. Os caracteres do chassi.................................................................................6

- 2. Níveis de processos de adulterações............................................................6

- 2.1 Nível I - substituição das placas....................................................................6

- 2.2 Nível II - Substituições das placas e remarcação dos numerais de fragmento


do chassi nos vidros.............................................................................................7

- 2.3 Nível III - Substituições das placas e adulteração dos sinais identificadores
de chassi..............................................................................................................9

- 2.4 Nível IV - Nível III mais supressão de numerais de motor............................10

- 3. Procedimentos de Implante e Transplante....................................................11

- 3.1 Implante......................................................................................................11

- 3.2 Transplante................................................................................................11

- 4. Outros indícios que podem apontar suspeitas..............................................12

- 4.1 Indícios a serem observados no lacre da placa...........................................12

- 4.2 Padrões de lacres DF em emplacamentos a partir de 2010........................13

- 4.3 Padrões de outras Unidades Federativas...................................................14

- 4.4 Indícios a serem observados na placa........................................................15

- 4.5 Indícios a serem verificados na etiqueta do cinto de segurança..................16

- 4.6 Indícios a serem observados no ano de fabricação do vidro veicular..........17

- 4.7 Indícios a serem observados no fragmento de oito dígitos do chassi exposto


no vidro..............................................................................................................18

- 4.7.1 Tabela de Relação...................................................................................19


Polícia Militar do Distrito Federal

- 5. Outras fraudes..............................................................................................21

- 5.1 Fraude com a utilização de placas inexistentes..........................................21

- 5.2 Processo de fraude com os dados do próprio veículo.................................21

- 5.3 Processo de fraude na locação de veículos destinados a clonagem...........22

- 5.4 Fraude por meio de veículo furtado antes do emplacamento.....................22

- 5.5 Fraude na venda de veículos sem procedência..........................................22

- 5.6 Fraude em seguradoras para fins também de clonagem............................23

- 5.7 Fraude caracterizada pela clonagem do próprio veículo para uso em


estados distintos................................................................................................23

- 6. Meios de checagem......................................................................................23

- 6.1 Aplicativo Sinesp/Cidadão..........................................................................22

- 6.2 Uso do Scanner..........................................................................................24

- 6.3 Consulta a localização exata da conexão OBD para conexão do scanner..25

- 6.4 Consulta do local exato de gravação do chassi ou Nº do motor...................26

- 7. Documentação a ser verificada....................................................................26

- 8. Legislação Pertinente...................................................................................27

- 8.1 Art. 114 do Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9503/97...........................27


- 8.2 Resolução Nº 24, de 21 de maio de 1998...................................................27

- 8.3 Art. 311 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40.........................................30

- 8.4 Art. 180 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40........................................31

- 8.5 Art. 304 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40.........................................32

- 8.6 Art. 297 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940..................32

- 8.7 Art. 168 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40........................................33

- 9. Referências Bibliográficas............................................................................34

- 10. Dedicatória.................................................................................................35

2
Polícia Militar do Distrito Federal

INTRODUÇÃO

Baseando-se na missão constitucional atribuída às Polícias


Militares de prevenção de crimes e manutenção da ordem pública, fez-se
necessário a atenção especial ao fenômeno verificado por meio de dados
estatísticos relacionados aos crimes de adulteração de sinais identificadores
veiculares e receptação de veículo, uma vez que tais tipicidades motivam a
prática de roubo/furto de veículo.

Desta forma, o combate veemente às condutas de clonagens


veicular além de restituir veículos roubados em livre trânsito, colabora para a
diminuição dos delitos de roubo/furto de veículos, pois boa parte dos veículos
roubados/furtados voltam à circulação após serem submetidos à processos de
duplicação com a utilização de dados de veículos legais.

Neste contexto, houve a necessidade de criação deste material a


fim de orientar e aperfeiçoar o efetivo policial acerca de condutas fraudulentas
que objetivam a duplicação ilícita de veículos para uso comum ou para emprego
em ações criminosas.

No entanto, neste material informativo trataremos de forma


didática, a partir de conhecimentos práticos oriundos de observação empírica,
de possíveis fraudes de adulteração veicular, com o propósito de alertar ações
policiais em fiscalizações de rotina.

Portanto, o objetivo principal a ser alcançado, por meio da difusão


deste conhecimento, é o de capacitar progressivamente a expertise policial para
que este, em desempenho de suas funções legais, venha a minimizar a ardileza
do transgressor, com o objetivo de melhorar cada vez mais a prestação de
serviço policial militar à sociedade.

3
Polícia Militar do Distrito Federal

Notícias veiculadas:

4
Polícia Militar do Distrito Federal

ORIENTAÇÕES ACERCA DE INSPEÇÃO VEICULAR

1. OS CARACTERES DO CHASSI:

Fonte:fazauto-automotores.blogspot.com.br

2. NÍVEIS DE PROCESSOS DE ADULTERAÇÕES:

2.1 Nível I - Substituições das placas:

Na grande maioria dos veículos produtos de crimes apreendidos,


após serem submetidos a processos de clonagem a frequência de adulterações
é, em maior número, encontrada apenas com a substituição das placas, ou seja,
após o carro ser roubado/furtado, o adulterador somente as substituem, por
outras de veículos com as mesmas características de ano/modelo, cor e
potência. Podendo, assim, ser detectada tal fraude simplesmente por meio
da conferência externa da relação entre numerais de placa e fragmento de
chassi exposto nos vidros.

A imagem abaixo retrata dois veículos com características


semelhantes ostentando os mesmos dígitos na placa (clonagem), dos quais o da
direita é o veículo original e o outro sofreu processo de adulteração. Embora
astucioso, o criminoso não se atentou para alguns detalhes no processo de

5
Polícia Militar do Distrito Federal

fraude, pois optou pela escolha de um modelo distinto. Logo, analisando os


veículos é possível identificar cinco divergências entre os veículos da imagem.
São elas: desenho do farol, modelo do para-choque, formato dos faróis de
neblina/milha, grade de ventilação do motor e suporte do retrovisor interno.
Assim, alguns detalhes são capazes de apontar suspeitas.

2.2 Nível II - Substituições das placas e remarcação dos numerais de


fragmento do chassi nos vidros:

Neste nível de fraude se remarca os numerais de chassi expostos


nos vidros conforme os numerais relacionados à placa a ser ostentada, não
podendo ser detectado o carro original a partir da consulta externa. Porém neste
procedimento, a remarcação ficará diferente da marcação original, uma vez que
ao ser realizada esta prática tais números fugirão aos padrões utilizados pelas
montadoras na marcação original. Assim, identificando uma possível
remarcação de chassi, em todos os vidros, sem motivo justificável, recomenda-
se a observação minuciosa dos demais sinais identificadores incluindo na
pesquisa a conferência da marcação dos numerais de chassi completo no
assoalho, a numeração do motor ou, ainda, a consulta eletrônica via scanner.

6
Polícia Militar do Distrito Federal

Obs.: Portanto, para a detecção deste nível de fraude é importante saber


que para cada montadora ou fabricante é adotado um padrão cuja distinção
faz se necessário a memorização das características dos moldes originais
de fábrica das marcações de fragmento de chassi constantes nos vidros e
saber também que a remarcação, além de fugir ao padrão original,
geralmente, apresenta desalinhamento, borrões e espaços irregulares
entre os caracteres e, ainda, podem criar determinado grau no vidro no
local onde havia a marcação original em consequência de polimento.

Veja nas figuras expostas abaixo, modelos de marcações originais e


remarcações:

a) Marcações originais:

b) Remarcações:

7
Polícia Militar do Distrito Federal

2.3 Nível III - Substituições das placas e adulteração dos sinais


identificadores de chassi:

A adulteração dos sinais identificadores de chassi consiste na


remarcação dos numerais de fragmento do chassi nos vidros, adulteração do
chassi gravado no assoalho, violação ou substituições de etiquetas plásticas
autocolante encontradas nas colunas das portas e no compartimento do motor.

Nestes casos, todos os sinais identificadores relativos ao chassi


foram adulterados, restando apenas a checagem eletrônica por meio de
aparelho scanner ou a verificação do número de motor ou câmbio, sendo este
último, possível somente em local apropriado, veja figuras abaixo:

a) Chassi adulterado – assoalho:

8
Polícia Militar do Distrito Federal

b) Etiqueta adulterada coluna porta:

Obs.: Esporadicamente podem acontecer algumas exceções, vidros serem


substituídos e remarcados ou, ainda, o veículo já ter sido objeto de
roubo/furto e ter sido submetido a adulteração e restituído ao proprietário
nessas condições.

2.4 Nível IV – NÍVEL III MAIS SUPRESSÃO DE NUMERAIS DE MOTOR:

Nos subitens acima mencionados foram tratadas apenas possíveis adulterações


envolvendo numerais de chassi, no entanto, há veículos fraudados, fato menos
comum, que além de tais adulterações, podem apresentar o numeral de motor

9
Polícia Militar do Distrito Federal

suprimido, ou seja, também remarcado. Neste caso, a constatação do veículo


original se dá somente por meio eletrônico (scanner) ou perícia
especializada, pois somente sobrará a verificação do numeral do câmbio.

3. PROCEDIMENTOS DE IMPLANTE E TRANSPLANTE:

3.1 Implante:

Trata-se da gravação de numeração em uma chapa de ferro ou


material similar e fixação desta sobre o local onde encontram-se sinais
identificadores de chassi, especialmente, no assoalho.

3.2 Transplante:

Trata-se do corte e remoção da peça onde encontra-se os


numerais identificadores de chassi para fixar em seu lugar outra peça que
contenha uma outra sequência identificadora sem restrição criminal.

Estas modalidades descritas nos subitens acima, fazem


principalmente com a utilização de veículos batidos anunciados a venda,

10
Polícia Militar do Distrito Federal

conforme imagem abaixo, aproveitados para corte e retirada das peças que
possuem sinais identificadores.

Fonte: www.google.com.br/?ion=1&espv=2#q=imagem+carro+batido+a+venda+df

4. OUTROS INDÍCIOS QUE PODEM APONTAR SUSPEITAS:

4.1 Indícios a serem observados no lacre da placa:

Este detalhe é de importância fundamental, especialmente, no que


concerne à cor do lacre e ao seu formato. Pois, cada estado, por meio do
DETRAN, segue um padrão cuja divergência se torna possível constatar
possível suspeita. Assim, até o ano de 2013, em alguns estados, eram utilizados
lacres de chumbo, principalmente no estado do Goiás. A partir de 2014 tal
padrão, em regra, mudou-se e os órgãos de trânsito, vêm se sofisticando cada
vez mais, sendo utilizado em alguns casos, tarjeta código de barra e dispositivo
de chip. No que se refere ao nosso serviço, nas vias do DF é frequente
abordarmos veículos de outros estados, dos quais os mais vistos são oriundos
de Goiás, Minas Gerais e Bahia. Sendo, no estado do Goiás, utilizados até 2013,
lacres padrão chumbo e posterior a este ano, padrão na cor azul com chip e
tarjetas com código de barras. Em MG utiliza se a partir de 2014 lacres de cor
vermelha assim como na Bahia. Todavia, tais características não são suficientes

11
Polícia Militar do Distrito Federal

para determinar se o veículo é ou não produto de crime, más são indícios que
podem apontar suspeita de fraude. Contudo, no lacre também contém dados que
informam a Unidade Federativa de emplacamento do veículo, sendo comum em
veículos apreendidos, a verificação do indício criminoso de placa de outros
estados utilizando lacre do Distrito Federal, veja na figura abaixo, placa de
origem do estado de Goiás, utilizando, de modo discrepante, lacre oriundo do
DF.

4.2 Padrões de lacres do DF em emplacamentos a partir de 2010:

12
Polícia Militar do Distrito Federal

4.3 Padrões de outras Unidades Federativas:

13
Polícia Militar do Distrito Federal

4.4 Indícios a serem observados na placa:

Em regra, os veículos clonados apreendidos ostentam placas


novas ou recém instaladas, em função destas terem sido encomendadas
justamente para o referido feito criminoso ou, ainda, podem ter sido furtadas para
este fim de outro veículo com características semelhantes. Na prática, durante a
abordagem este deve ser mais um fator a ser observado, uma vez que em dadas
situações podem acontecer do veículo já possuir alguns anos de uso e,
estranhamente, ostentar placas novas, sem justificativas cabíveis, tais como,
perda da placa, possível procedimento de lanternagem ou processo de
transferência. Dessa forma, tal indício se dá em função da necessidade de
substituição da placa oriunda de um carro com restrição de roubo/furto objeto de
crime para outra relacionada a veículo com as mesmas características e sem
restrição criminal, a fim de burlar a fiscalização superficial. Todavia, além da
condição de uso há de ser observar, também, a data de fabricação da placa
exposta de forma vertical ou horizontal na lateral, pois em algumas fraudes não
se tem o cuidado de gravá-la ou, às vezes, sua marcação fraudulenta não condiz
com a originalidade. Confira na imagem os exemplos:

14
Polícia Militar do Distrito Federal

a) Com gravação:

b) Sem gravação:

4.5 Indícios a serem verificados na etiqueta do cinto de segurança:

Na etiqueta do cinto de segurança há dados que indicam o ano de


fabricação daquele dispositivo que, naturalmente, não pode esta data ser
posterior ao ano de fabricação do veículo, quando se tratando de peças originais.
Sendo, esta contradição, uma divergência que pode apontar possível fraude
quando esta data for posterior ao ano de fabricação do veículo. A exemplo
aleatório há carros apreendidos que ostentaram criminosamente placas de
determinado ano cujas etiquetas de fabricação dos cintos de segurança se
remetem a anos posteriores. Ex: carro original ano 2013 com etiquetas no cinto

15
Polícia Militar do Distrito Federal

de segurança do respectivo ano de fabricação do veículo e placas falsas


relacionadas a veículos de 2012, tornando, assim, possível a identificação deste
indício. Veja exemplos, nas figuras abaixo, demonstrativos de datas de
fabricação expostas em etiquetas de cinto:

4.6 Indicações a serem verificadas no ano de fabricação do vidro veicular:

Em cada vidro contém dados de informações dos quais há dígito


que indica o ano de fabricação deste acessório. Desse modo, semelhante ao
exemplo da etiqueta do cinto, vista no subitem 4.5, originalmente, o ano de
fabricação do vidro, em regra, deve ser anterior ou mesmo ano de fabricação do
veículo salvo, quando este é substituído por motivos justificáveis. Em síntese, é
mais um indício que pode apontar uma possível fraude. As imagens abaixo
ilustram exemplos:

16
Polícia Militar do Distrito Federal

4.7 Indícios a serem verificadas no fragmento de oito dígitos do chassi


exposto no vidro:

Conforme visto, no subitem 1, o chassi completo é composto por


17 dígitos os quais, cada caractere possui função informativa, sendo que os oito
últimos dígitos do chassi estão expostos nos vidros veicular. Neste sentido, o
primeiro dígito do fragmento do vidro, remete se ao ano/modelo do veículo, sob
a descrição na tabela abaixo:

17
Polícia Militar do Distrito Federal

4.7.1 Tabela de relação:

Ano / Modelo Ano / Modelo


Números Letra
2000 y 2010 A
2001 1 2011 B
2002 2 2012 C
2003 3 2013 D
2004 4 2014 E
2005 5 2015 F
2006 6 2016 G
2007 7 2017 H
2008 8 2018 I
2009 9 2019 J

Exemplos:

a) Veículo ano/modelo 2013/2013:

Marcação original do fragmento do chassi exposto no vidro em que o


primeiro dígito letra D, relaciona-se ao ano/modelo 2013, conforme tabela
4.7.1. Tal situação, encontra-se em concordância com o caractere
informativo de fabricação do vidro dígito informativo 3.

18
Polícia Militar do Distrito Federal

b) Veículo ano/modelo 2010/2011:

Marcação original do fragmento do chassi exposto no vidro em que o


primeiro dígito letra B, relaciona-se ao modelo 2011, diferente do ano,
2010. Portanto, apesar da discordância a situação está dentro dos
princípios de normalidade.

c) Veículo ano/modelo 2011:

Remarcação do fragmento do chassi no vidro fora dos padrões de fábrica,


caractere informativo de fabricação do vidro 2011, primeira letra A,
conforme tabela 4.7.1, ano modelo 2010. Indícios de fraude, logo há
necessidade de inspeção minuciosa.

19
Polícia Militar do Distrito Federal

5. OUTRAS FRAUDES:

5.1 Fraude com a utilização de placa inexistente:

Dentre o rol de veículos adulterados apreendidos já foi possível a


verificação de veículo circulando nas vias públicas ostentando placas
inexistentes que posterior a abordagem constatou-se que o adulterador escolheu
os caracteres, aleatoriamente, e estes não remetiam a nenhum veículo
cadastrado, segue imagens:

5.2 Processo de fraude com os dados do próprio veículo:

Há casos em que o proprietário legal após ter a perda de seu


veículo em acidente com resultado de perda total encomenda outro veículo com
características semelhantes a fim de adulterá-lo aproveitando os dados
relacionados ao veículo perdido, em seu nome, convertendo os sinais
identificadores. Para tal, como este já possui os respectivos documentos resta-
lhe apenas a adulteração dos sinais identificadores.

20
Polícia Militar do Distrito Federal

5.3 Processo de fraude na locação de veículos destinado a clonagem:

Tem sido praticado por meio de documentos falsos o crime de


apropriação indébita, estipulado no Art. 168 do Código Penal Brasileiro,
vitimando, inicialmente, empresas locadoras de veículos. Neste sentido, boa
parte destes veículos locados com a intenção de não restituição destina-se a
adulteração e clonagem. Neste caso, no que tange a identificação do veículo
original por meio dos métodos de inspeção veicular quando se apura a placa
original esta não apresentará restrição de roubo ou furto, portanto não será
percebida em realização de pesquisa simples tipo aplicativo Sinesp havendo,
assim, a necessidade de pesquisa mais detalhada em sistemas de ocorrências
policiais.

5.4 Fraude por meio de veículo furtado antes do emplacamento:

Esta modalidade criminosa consiste principalmente na prática da


subtração do veículo em poder ainda de concessionárias. Neste caso também
em consulta simples ao chassi do veículo não será possível chegar ao resultado
dos dados da placa, uma vez que o veículo foi objeto de furto antes do
emplacamento legal em órgão competente, sendo assim a restrição criminal
relacionada ao chassi.

5.5 Fraude na venda de veículo sem procedência:

Constantemente, pessoas têm sido supostamente vítimas de


fraude, quando na aquisição de veículos, especialmente, quando estes são
comprados em feiras, sites de vendas, tipo OLX, Mercado livre ou, ainda, de
terceiros desconhecidos. Em muitos casos, carros sem procedência, produtos
de crimes, são anunciados com propostas tentadoras de menor preço de
mercado e promessas de facilidade na aquisição. De modo que convença o

21
Polícia Militar do Distrito Federal

interessado a se submeter ao pagamento de uma entrada, com promessa de


que a transferência seja realizada em momento posterior junto ao pagamento de
parcelas adicionais, ocasião em que o vendedor, maliciosamente, de posse do
valor da entrada, desaparece e não mais cumpre as promessas de transferência,
deixando, assim, a suposta vítima com o veículo produto de crime. Porém, há de
se ressaltar, casos que pessoas compram tais veículos cientes da procedência
criminosa e quando flagradas utilizam-se deste álibi com a intenção de se
passarem por vítimas.

5.6 Fraude em seguradoras para fins também de clonagem:

Esta fraude caracteriza pela simulação de roubo ou furto do veículo


assegurado para fins de recebimento de indenização cabível podendo, ainda, o
veículo objeto de fraude ser destinado a clonagem, aproveitando, deste modo,
de duplo benefício criminoso. Pois, para tal, fará necessária apenas a
transformação dos sinais identificadores e respectiva documentação.

5.7 Fraude caracterizada pela clonagem do próprio veículo para uso em


estados distintos:

Também cometida pelo proprietário do veículo que duplica os


sinais identificadores de seu carro e o utiliza em dois estados, uma vez que este
dispõe de toda documentação e caso procurado para confirmação de posse em
possível abordagem policial já possui, pré-dispostamente, a história-cobertura
para confirmação de acordo com seus anseios criminosos.

6. MEIOS DE CHECAGEM:

22
Polícia Militar do Distrito Federal

Para a fiscalização veicular é sugerido algumas ferramentas


julgadas úteis que podem facilitar no momento da abordagem:

6.1 Aplicativo Sinesp Cidadão:

Trata-se de um aplicativo de uso público disponibilizado pelo


Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública, baixado em
aparelhos tipo smartphone, que dispõe de dados importantes para simples
conferência marca/modelo, ano, cor, Unidade Federativa e os últimos cinco
caracteres do chassi:

6.2 Uso do Scanner:

A conferência eletrônica faz-se por meio de utilização de aparelhos


tipo scanners o qual, por meio da central eletrônica, lê o chassi completo com 17
dígitos possibilitando, assim, a consulta veicular criminal.

23
Polícia Militar do Distrito Federal

6.3 Consulta à localização exata da conexão OBD, para conexão do


scanner:

Em assistência à utilização do scanner veicular, conexão OBD,


recomenda-se a utilização do site outilsobdfacile.com, este indica, por meio da
escolha do fabricante e modelo, o local exato onde se encontra a respectiva
conexão.

24
Polícia Militar do Distrito Federal

Fonte: www.outilsobdfacile.com

6.4 Consulta ao local exato da gravação do chassi ou número de motor:

O site Dr. Carro, contém orientações por meio de vídeos no youtube


acerca da localização exata de numerais de Chassi e Motor, de acordo com o
modelo e ano de cada veículo.

Fonte: www.doutorcarro.com.br

25
Polícia Militar do Distrito Federal

7. DOCUMENTAÇÃO A SER VERIFICADA:

Acerca da documentação a ser fiscalizada, não convém, em


abordagem, determinar quanto à autenticidade, ainda que haja vestígios,
cabendo tal procedimento a polícia científica. Dessa forma, em suspeita
embasada e, em alguns casos, acrescida de outras divergências apresentadas
em sinais identificadores, sugere se a apreensão dos respectivos documentos,
bem como do veículo para fins de perícia.

OBSERVAÇÃO: Em todos as possibilidades acima descritas, salvo no


subitem 5.2, diante de suposta suspeita de clonagem, a fim de auxiliar na
inspeção, orienta-se também o contato com o proprietário do veículo, a fim
de confirmar quanto à posse e localização do veículo naquele momento.
Uma vez que, diante da realização de clonagem veicular, geram pelo menos
duas vítimas, sendo uma o proprietário do veículo produto de crime, objeto
da fraude e a outra vítima relacionada à placa ostentada, sendo esta última,
vítima da adulteração, já que qualquer infração de trânsito ou cometimento
de crime com a utilização do veículo adulterado, preliminarmente, a
responsabilidade será atribuída a respectiva pessoa.

8. LEGISLAÇÃO PERTINENTE:

- 8.1 Art. 114 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97


Institui o Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 114. O veículo será identificado obrigatoriamente por caracteres gravados


no chassi ou no monobloco, reproduzidos em outras partes, conforme dispuser
o CONTRAN.
§ 1º A gravação será realizada pelo fabricante ou montador, de modo a identificar
o veículo, seu fabricante e as suas características, além do ano de fabricação,
que não poderá ser alterado.

26
Polícia Militar do Distrito Federal

§ 2º As regravações, quando necessárias, dependerão de prévia autorização da


autoridade executiva de trânsito e somente serão processadas por
estabelecimento por ela credenciado, mediante a comprovação de propriedade
do veículo, mantida a mesma identificação anterior, inclusive o ano de
fabricação.
§ 3º Nenhum proprietário poderá, sem prévia permissão da autoridade executiva
de trânsito, fazer, ou ordenar que se faça, modificações da identificação de seu
veículo.

- 8.2 Resolução Nº 24, de 21 de maio de 1998

Estabelece o critério de identificação de veículos, a que se refere o art. 114 do


Código de Trânsito Brasileiro

O CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO - CONTRAN, usando da


competência que lhe confere o art. 12, inciso I, da Lei n.º 9.503, de 23 de
setembro de 1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro e, conforme o
Decreto n.º 2.327, de 23 de setembro de 1997, que dispõe sobre a coordenação
do Sistema Nacional de Trânsito, resolve:

Art. 1º Os veículos produzidos ou importados a partir de 1º de janeiro de


1999, para obterem registro e licenciamento, deverão estar identificados na
forma desta Resolução.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os tratores, os


veículos protótipos utilizados exclusivamente para competições esportivas e as
viaturas militares operacionais das Forças Armadas.

Art. 2º A gravação do número de identificação veicular (VIN) no chassi ou


monobloco, deverá ser feita, no mínimo, em um ponto de localização, de acordo
com as especificações vigentes e formatos estabelecidos pela NBR 3 nº 6066
da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em profundidade mínima
de 0,2 mm.

27
Polícia Militar do Distrito Federal

§ 1º Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão


identificados, no mínimo, com os caracteres VIS (número sequencial de
produção) previsto na NBR 3 nº 6066, podendo ser, a critério do fabricante, por
gravação, na profundidade mínima de 0,2 mm, quando em chapas ou plaqueta
colada, soldada ou rebitada, destrutível quando de sua remoção, ou ainda por
etiqueta autocolante e também destrutível no caso de tentativa de sua remoção,
nos seguintes compartimentos e componentes:

I - na coluna da porta dianteira lateral direita;

II - no compartimento do motor;

III - em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros, quando


existentes;

IV - em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes,


excetuados os quebra-ventos.

§ 2º As identificações previstas nos incisos "III" e "IV" do parágrafo anterior,


serão gravadas de forma indelével, sem especificação de profundidade e, se
adulterados, devem acusar sinais de alteração.

§ 3º Os veículos inacabados (sem cabina, com cabina incompleta, tais


como os chassis para ônibus), terão as identificações previstas no § 1º,
implantadas pelo fabricante que complementar o veículo com a respectiva
carroçaria.

§ 4º As identificações, referidas no §2º, poderão ser feitas na fábrica do


veículo ou em outro local, sob a responsabilidade do fabricante, antes de sua
venda ao consumidor.

§ 5º No caso de chassi ou monobloco não metálico, a numeração deverá


ser gravada em placa metálica incorporada ou a ser moldada no material do
chassi ou monobloco, durante sua fabricação.

§ 6º Para fins do previsto no caput deste artigo, o décimo dígito do VIN,


previsto na NBR 3 nº 6066, será obrigatoriamente o da identificação do modelo
do veículo.

28
Polícia Militar do Distrito Federal

Art. 3º Será obrigatória a gravação do ano de fabricação do veículo no


chassi ou monobloco ou em plaqueta destrutível quando de sua remoção,
conforme estabelece o § 1° do art. 114 do Código de Trânsito Brasileiro.

Art. 4º Nos veículos reboques e semi-reboques, as gravações serão feitas,


no mínimo, em dois pontos do chassi.

Art. 5º Para fins de controle reservado e apoio das vistorias periciais


procedidas pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Trânsito e por
órgãos policiais, por ocasião do pedido de código do RENAVAM, os fabricantes
depositarão junto ao órgão máximo executivo de trânsito da União as
identificações e localização das gravações, segundo os modelos básicos.

Parágrafo único. Todas as vezes que houver alteração dos modelos


básicos dos veículos, os fabricantes encaminharão, com antecedência de 30
(trinta) dias, as localizações de identificação veicular.

Art. 6º As regravações e as eventuais substituições ou reposições de


etiquetas e plaquetas, quando necessárias, dependerão de prévia autorização
da autoridade de trânsito competente, mediante comprovação da propriedade do
veículo, e só serão processadas por empresas credenciadas pelo órgão
executivo de trânsito dos estados ou do Distrito Federal.

§ 1º As etiquetas ou plaquetas referidas no caput deste artigo deverão ser


fornecidas pelo fabricante do veículo.

§ 2º O previsto no caput deste artigo não se aplica às identificações


constantes dos incisos III e IV do § 1º do art. 2º desta Resolução.

Art. 7º Os órgãos executivos de trânsito dos estados e do Distrito Federal


não poderão registrar, emplacar e licenciar veículos que estiverem em
desacordo com o estabelecido nesta Resolução.

Art. 8º Fica revogada a Resolução 659/89 do CONTRAN.

Art. 9º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

29
Polícia Militar do Distrito Federal

- 8.3 Art. 311 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40


CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador


de veículo automotor, de seu componente ou equipamento: (Redação dada pela
Lei nº 9.426, de 1996))
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426,
de 1996)
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão
dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo
indevidamente material ou informação oficial. (Incluído pela Lei nº 9.426, de
1996)

- 8.4 Art. 180 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40


CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio


ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426,
de 1996)
Receptação qualificada (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma
utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:(Redação dada pela Lei nº
9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426,
de 1996) § 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo
anterior, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o

30
Polícia Militar do Distrito Federal

exercício em residência. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) § 3º -


Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida
por meio criminoso: (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Redação
dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em
consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa
aplica-se o disposto no § 2º do art. 155. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado,
Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de
economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
(Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

- 8.5 Art. 304 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40.

CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que
se referem os arts. 297 a 302:

Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

Supressão de documento

- 8.6 Artigo 297 do Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940


CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:

31
Polícia Militar do Distrito Federal

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.


§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado
a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade
de segurado obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com
as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no
§ 3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000).

- 8.7 Art. 168 do Código Penal - Decreto Lei 2848/40


CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
testamenteiro ou depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

32
Polícia Militar do Distrito Federal

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRASIL. Código Penal. Decreto Lei nº 2.848, de 07 de Dezembro de 1940. Vade


mecum.São Paulo: Saraiva, 2008.
BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. Decreto Lei 9503, de 23 DE SETEMBRO
DE 1997.
<http://www.google.com.br>. Acesso em 5 de julho de 2016.
<http://www.g1.com.br>. Acesso em 5 de julho de 2016.
<http://www.metropole.com.br>. Acesso em 5 de julho de 2016.
<http://www.jornaldebrasilia.com.br>. Acesso em 5 de julho de 2016.

“Deus não só convoca os capacitados mas, também, capacita os convocados”

33

Você também pode gostar