Análise Capitular
Análise Capitular
Análise Capitular
Complementa ainda que o homem que nasceu livre encontra-se hoje podado
pela ordem social, independente de ser um cidadão na massa ou até mesmo
um governante dos demais.
Fica nítido que a ordem trata-se de um direito sagrado servindo como base
para todos os outros, não possuindo porém suas origens na natureza, mas
em convenções próprias.
Capítulo IV – Da escravidão
As convenções constituem as bases de toda e qualquer autoridade legítima
entre os homens, visto que nenhum homem tem autoridade natural (sendo
todos semelhantes) sobre os demais e a força física, como visto
anteriormente, não produz nenhum efeito de direito.
Jean Jacques condena a ideia de que um homem possa alienar sua liberdade
gratuitamente e que um povo não pode optar pela escravidão de livre e
espontânea vontade, e mesmo que cada um pudesse de fato decidir abdicar
sua liberdade, não poderia porém alienar seus filhos, que nascem livres e
tem direito de decidirem viver como melhor lhes convier.
Desta forma, a situação com dois lados, onde no primeiro encontra-se uma
autoridade absoluta reinando e na outra uma população fiel e obediente, na
visão de Rousseau, é uma convenção ultrapassada e contraditória.
Tendo isto em vista, o problema principal que tem o contrato social como
solução consiste em encontrar uma maneira de associação que parta a favor
da pessoa e de seus bens, de forma que cada qual, unindo-se a todos,
obedeça a si próprio e mantenha-se livre como sempre fora.
LIVRO II
Capítulo I – A soberania é inalienável
Apenas a vontade geral tem poder de dirigir forças do Estado. Visto que a
oposição face os interesses particulares deu origem a união em sociedade de
forma a atender interesses que são aceitos por todos, é sensato que este
interesse em comum seja então aquele considerado na governança da
sociedade. Entende-se então que a finalidade da instituição do Estado é o
bem comum.
Rousseau crê que a soberania representa a vontade geral e é, inclusive,
alienável. O soberano entende-se como um ser coletivo, que pode ser
representado apenas por si mesmo. O motivo de ser visto como um ser
coletivo deve-se, pois nenhum representante poderia exercer o poder de
acordo com a vontade de todos os homens. E devido a isso os homens
podem transferir seus poderes, porém não suas vontades.
Considerando que o Estado constitui uma só pessoa moral, cuja vida gira em
torno da união de seus membros, o seu mais importante cuidado deve ser o
de sua própria conservação, onde a existência de uma força universal e
compulsória se faz necessária para dispor cada uma das partes de maneira
que melhor convier para o todo.
É necessário que haja uma ligação ativa entre os homens e o corpo social,
pois o homem não trabalha para outros sem antes trabalhar para si próprio.
A vontade geral tem como essencial partir de / ser aplicada a todos. Quando
a vontade geral tende a algum objeto individual e determinado, sua natureza
é agredida, devido ao julgamento dos homens a partir de algo que lhes é
considerado estranho, não sendo conduzida por fim pela igualdade.
“O poder soberano, todo absoluto, todo sagrado, todo inviolável que é, não
passa nem pode passar além dos limites das convenções gerais, e que todo
homem pode dispor plenamente da parte de seus bens e da liberdade que
lhe foi deixada por essas convenções; de sorte que o soberano jamais possui
o direito de sobrecarregar um vassalo mais que outro, porque então,
tornando-se o negócio particular, deixa o seu poder de ser competente.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.44)
Capítulo VI – Da lei
Por meio do pacto social origina-se a vida ao corpo politico, onde por meio
da legislação lhe é dado movimento e vontade. Rousseau defende a
existência de uma justiça universal, à qual os homens não sabem como lidar
e portanto necessitam de governos e leis.
Uma lei é algo que o povo coloca acima de todo o povo, sem que haja
qualquer divisão do todo; é um ato que se concretiza a partir de uma
vontade geral.
A lei não pode ser injusta, pois sua elaboração (pelo povo) é feita pensando
em todos os membros do pacto social e inclusive a si próprios. Desta forma a
lei não pode ser injusta porque ninguém é injusto consigo próprio.
Capítulo X – Continuação
Existe duas formas distintas de medir o copo político: por sua extensão e
pelo número de habitantes. Rosseau acreditava que os homens eram os
responsáveis por fazerem o estado, mas é porém o território que alimenta o
homem, mostrando assim a sua relevância. Vale frizar, que apesar de tudo
isso, não é possível que se calcule uma relação fixa entre extensão territorial
e número suficiente de habitantes.
Conclusão
O Contrato Social resulta no esclarecimento onde o soberano e o povo sejam
concentrados em uma única pessoa. Como regra existe a obrigatoriedade de
seguir a vontade geral, a qual institui a ordem e atua como princípio
primeiro do governo e da economia pública. Esse conceito inclui, ainda, a
vontade da maioria.