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Análise Capitular

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LIVRO I

Capítulo I - Assunto deste primeiro livro


Rousseau acredita que aquele que é obrigado a oferecer obediência a algum
senhor, o faz, de forma que possa mais tarde exigir sua liberdade reforçando
que não havia qualquer razão posterior em face de privação da mesma.

Complementa ainda que o homem que nasceu livre encontra-se hoje podado
pela ordem social, independente de ser um cidadão na massa ou até mesmo
um governante dos demais.

Fica nítido que a ordem trata-se de um direito sagrado servindo como base
para todos os outros, não possuindo porém suas origens na natureza, mas
em convenções próprias.

“O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros. De tal


modo acredita-se senhor dos outros, que não deixa de ser mais escravo que
eles.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.21)

Capítulo II – Das primeiras sociedades


O autor afirma que a mais antiga de todas as sociedades e também a única
de origem natura é a família. Os laços naturais interligados entre os pais e os
filhos só permanecem, porém, enquanto existe a necessidade de cuidados
referente à sua conservação, sendo que mesmo após o fim destas
necessidades a família permanecer unidade, já não se pode considerar o laço
de união como natural, mas voluntário. Além disto, é possível afirmar que a
a família foi e é atualmente o primeiro modelo das sociedades políticas, cuja
figura paterna representa o chefe, e o povo é interpretado pelos filhos, ainda
que todos tenham nascido completamente livres e sem distinções sociais,
fazendo com que a liberdade seja ignorada em troca de necessidade própria
ou espontânea vontade. A diferença, porém é que o pai sente carinho pelos
filhos, diferentemente do chefe que possui, por sua vez, prazer em
comandar.

Grotius, Hobbes e Calígula, entretanto possuem uma visão antagônica das


ideias de Rousseau de forma que compara o governante com o povo,
distinguindo-os por pastor de natureza superior e humano versus gado de
natureza inferior e não humano que ainda é o provedor de alimento ao
pastor.

A concepção de Aristóteles, porém, é tida como palpável por Jean Jacques,


que consiste na ideia de que certos homens nascem escravos e outros para
governar. Desta forma, aquele que nasce como escravo habitua-se a sua
realidade e não faz nada para alterá-la e tentar elevar de patamar social,
sendo que naturalmente foi constituído desta maneira e covardia selou seu
destino.

Capítulo III – Do direito do mais forte


Rousseau elucida que o mais forte nunca é eternamente forte o bastante
para ser chefe se não converter sua força em direito e a obediência em dever.
Desta maneira, entende-se que independente da imposição da força física,
ainda assim não é o bastante quando o assunto diz respeito a relações de
poder. Conclui-se por fim, que a força não faz o direito, pelo simples fato de
não gerar dever, sendo que a obediência deve ser oferecida apenas a uma
legítima autoridade (composta não necessariamente pelo mais forte
fisicamente).

Capítulo IV – Da escravidão
As convenções constituem as bases de toda e qualquer autoridade legítima
entre os homens, visto que nenhum homem tem autoridade natural (sendo
todos semelhantes) sobre os demais e a força física, como visto
anteriormente, não produz nenhum efeito de direito.

Jean Jacques condena a ideia de que um homem possa alienar sua liberdade
gratuitamente e que um povo não pode optar pela escravidão de livre e
espontânea vontade, e mesmo que cada um pudesse de fato decidir abdicar
sua liberdade, não poderia porém alienar seus filhos, que nascem livres e
tem direito de decidirem viver como melhor lhes convier.

Desistir dos direitos e deveres da humanidade, ignorando a qualidade de


homem e destruindo toda a moralidade de suas ações é um ato tido como
inconcebível pela natureza humana e é o que representa o ato de alienar sua
própria liberdade para Rousseau.

Desta forma, a situação com dois lados, onde no primeiro encontra-se uma
autoridade absoluta reinando e na outra uma população fiel e obediente, na
visão de Rousseau, é uma convenção ultrapassada e contraditória.

Segundo o autor, a guerra não constitui uma relação de homem a homem,


porém de estado a estado, na qual os indivíduos são considerados inimigos
acidentalmente, entendendo que não exista portanto um direito que garante
poder a uma pessoa para fazer outra de escrava. Direito e escravidão
possuem conceitos completamente contraditórios.

“Dizer que um homem se dá gratuitamente é dizer coisa absurda e


inconcebível; um tal ato é ilegítimo e nulo, pelo simples fato de não se
achar de posse de seu juízo quem isto comete. Dizer a mesma coisa de todo
um povo é supor um povo de loucos: a loucura não faz direito.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.25)
Capítulo V – É preciso remontar sempre a um primeiro convênio
O conceito de regência de uma sociedade é mais amplo do que apenas
submeter uma multidão. Por mais que todos constituíssem um único, povo,
uma única sociedade, ainda assim o chefe continuaria em uma esfera
particular e superior buscando interesses próprios e distintos dos interesses
de seus comandados.

Antes de um líder se estabelecer, o povo já era unido e o motivo de um


alguém ter subido o poder significa que foi uma decisão mútua dos
integrantes deste povo. Portanto, pode-se afirmar que o processo de eleição
de um rei, considerando a atitude deste povo, seria mais democrático e não
implicaria na obrigação de poucos indivíduos de se submeterem à escolha
da maioria.

Capítulo VI – Do pacto social


Visto que os homens não tem como criar novas forças, a não ser unir e
dirigir as forças já existentes, para que tenham sucesso em sua preservação,
eles tem a opção de se organizarem em uma única soma de forças, soma esta
que só é possível vinda da cooperação de muitos, fazendo da força e
liberdade de cada indivíduo instrumentos importantes de sua própria
conservação.

Tendo isto em vista, o problema principal que tem o contrato social como
solução consiste em encontrar uma maneira de associação que parta a favor
da pessoa e de seus bens, de forma que cada qual, unindo-se a todos,
obedeça a si próprio e mantenha-se livre como sempre fora.

Quando o pacto social é desrespeitado, cada participante tem de volta seus


primeiros direitos e readquire a liberdade natural, perdendo, por sua vez, a
liberdade convencional cuja foi abdicada.

Todas as cláusulas integrantes do contrato social resumem-se na alienação


total de cada associado, com todos os seus direitos, em detrimento de toda a
comunidade. Se cada qual se entregar inteiramente de forma homogênea
para todos, não haveria gastos para os demais.

O ato de associação promovido por meio do pacto social gera um corpo


moral e coletivo, composto de muitos membros, tanto quanto os que o
firmaram.

A pessoa pública formada a partir da união da vontade de todos pode ser


chamada de Cidade, República ou Corpo Político. Este é chamado por seus
membros como: Estado, quando passivo; soberano, quando ativo; e
autoridade, quando comparado a seus semelhantes.
A partir deste ponto entende-se que “Cidade, República ou Corpo Político” é
a figura da pessoa pública formada a partir da união e da vontade de todos.
Denominado por seus membros, quando passivo, como Estado, quando
ativo, como soberano e quando comparado a seus semelhantes, como
autoridade. Coletivamente os associados constituem um povo. Estes
associados podem ser enquadrados como cidadãos, sendo estes
participantes na autoridade soberana ou de vassalos quando obrigados a
obedecer às leis do Estado.

Capítulo VII – Do soberano


Após o acordo realizado através do contrato social, cada indivíduo sente-se
na obrigação de cumprir uma relação dupla como membro do soberano em
respeito aos indivíduos, e como membro do Estado em respeito ao soberano.

“Contudo, o corpo político ou o soberano, extraindo sua existência


unicamente da pureza do contrato, não pode jamais obrigar-se, mesmo
para com outrem, a nada que derrogue esse ato primitivo, como alienar
qualquer porção de si mesmo, ou submeter-se a outro soberano. Violar o
ato pelo qual existe seria aniquilar-se, e o que nada é nada produz.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.32)

A composição do soberano consiste nos particulares que o compõe, não


deixando espaço para interesses contrários aos deles. Desta forma, os
interesses do próprio soberano não podem ir contra os interesses dos
particulares que o compõe.

O pacto social obriga o indivíduo a aderir ao mesmo, de forma que caso


rebele-se contra a vontade geral, o mesmo seria constrangido pelo corpo em
conjunto e seria forçado a viver fora desta sociedade.

A condição do pacto social é oferecer os cidadãos à pátria, protegendo-os,


por sua vez, de toda dependência pessoal. Esta condição legitimam as
obrigações civis, que casos inexistentes resultariam em tirania e abuso de
poder.

Capítulo VIII – Do estado civil


A transição do estado de natureza para estado civil originou no homem uma
mudança essencial, levando à substituição do instinto pela justiça,
acrescentando ainda a moralidade às suas ações, que antes era inexiste.
Neste novo contexto, o homem é indagado a ter sua conduta em acordância
com outros princípios e fazer uso da razão antes de qualquer atitude.

Apesar de o contrato social trazes privações ao homem de muitas das


vantagens oriundas do campo da natureza, o mesmo possui benefícios
compensadores, tais como faculdades exercitadas e desenvolvidas,
ampliação de ideias, sentimentos enobrecidos, etc. Com o contrato social o
homem abdica de sua liberdade natural e seu direito ilimitado a tudo que
tenta e almeja, porém, em contra partida, ganha a liberdade civil e a
propriedade de tudo aquilo que tenha posse.

A diferenciação entre liberdade natural e civil consiste na limitação pela


liberdade geral e a posse (com referencia a liberdade natural), enquanto que
a liberdade civil é limitada apenas pelas próprias forças do indivíduo.

A única liberdade capaz de fazer o homem senhor de si mesmo é a liberdade


moral. Aceitar os impulsos do mero apetite significa escravidão.

Capítulo IX – Do domínio real


A partir do momento em que uma comunidade é formada, cada membro
doa-se a mesma. A natureza da posse mantem-se tornando, por sua vez,
propriedade controlada pelo Estado, sendo a posse pública mais forte e mais
irrevogável que a individual.

O Estado diante de seus súditos representa o senhor de todos os bens pelo


contrato social, diferentemente de sua interpretação em face de outras
potências, que o enxerga como senhor pelo direito de primeiro a ocupar
concedido pelos súditos.

O direito de primeiro ocupante apenas tem vigência após o direito de


propriedade se concretizar. O homem tem direito, porém, ao que lhe é
necessário, sendo todo o resto excluído após o ato que o torna proprietário.
Uma vez proprietário de seus bens, o homem limita-se a estes sem qualquer
direito para com a comunidade, que pode ser explicado pelo fato de o direito
de primeiro ocupante (não muito respeitado no estado de natureza,
entretanto respeitável pelos homens civis).

A igualdade natural é substituída pela igualmente moral, através do pacto


fundamental, e reforça o que a natureza criou de desigualdade física entre os
homens, sendo que mesmo desiguais entre si em força ou talento, tornam-se
iguais por convenção e direito.

LIVRO II
Capítulo I – A soberania é inalienável
Apenas a vontade geral tem poder de dirigir forças do Estado. Visto que a
oposição face os interesses particulares deu origem a união em sociedade de
forma a atender interesses que são aceitos por todos, é sensato que este
interesse em comum seja então aquele considerado na governança da
sociedade. Entende-se então que a finalidade da instituição do Estado é o
bem comum.
Rousseau crê que a soberania representa a vontade geral e é, inclusive,
alienável. O soberano entende-se como um ser coletivo, que pode ser
representado apenas por si mesmo. O motivo de ser visto como um ser
coletivo deve-se, pois nenhum representante poderia exercer o poder de
acordo com a vontade de todos os homens. E devido a isso os homens
podem transferir seus poderes, porém não suas vontades.

A vontade geral normalmente causa oposição a particular e tende para


utilidade pública.

Alienando sua vontade própria e submetendo-se à obediência de um senhor,


o corpo político fica desestruturado, pois o povo perderia a partir desse sua
qualidade de povo, visto que não mais haveria um soberano (um ser
coletivo).

Capítulo II – A soberania é indivisível


Da mesma maneira em que a soberania é considerada inalienável, é também
indivisível, sendo que ou é composta pela vontade geral ou não. A vontade
geral corresponde a todo o povo ou apenas a uma de suas partes,
constituindo ato de sobraria e criando leis. A vontade particular ocupa
posição de magistrado e é no máximo decreto.

Além disto Rousseau afirma ainda que é inapropriada a divisão da soberania


em força e vontade, em poder legislativo e executivo.

Capítulo III – A vontade geral pode errar


A vontade geral e a vontade de todos diferenciam-se quanto a consideração
do bem comum, que caracteriza a vontade de todos, enquanto que a vontade
geral tem como base o interesse privado, que representa a soma de vontades
particulares.

“Há muitas vezes grande diferença entre a vontade de todos e a vontade


geral; esta olha somente o interesse comum, a outra o interesse privado, e
outra coisa não é senão a soma de vontades particulares; mas tirai dessas
mesmas vontades as que em menor ou maior grau reciprocamente se
destroem, e resta como soma das diferenças a vontade geral.”

(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p. 41)

Capítulo IV – Dos limites do poder soberano


A união de seus membros compõe o Estado.

Considerando que o Estado constitui uma só pessoa moral, cuja vida gira em
torno da união de seus membros, o seu mais importante cuidado deve ser o
de sua própria conservação, onde a existência de uma força universal e
compulsória se faz necessária para dispor cada uma das partes de maneira
que melhor convier para o todo.

Da mesma forma que a Natureza dá a cada homem poder total sobre os


demais, o pacto social propicia um poder absoluto ao corpo político sobre
todos os seus membros. A soberania representa esse poder absoluto, que o
corpo político exerce sobre todos os seus membros, direcionado pela
vontade geral.

É necessário que haja uma ligação ativa entre os homens e o corpo social,
pois o homem não trabalha para outros sem antes trabalhar para si próprio.

A vontade geral tem como essencial partir de / ser aplicada a todos. Quando
a vontade geral tende a algum objeto individual e determinado, sua natureza
é agredida, devido ao julgamento dos homens a partir de algo que lhes é
considerado estranho, não sendo conduzida por fim pela igualdade.

O pacto social privilegia a igualdade de forma a colocar todos os cidadãos


sob as mesmas condições e direitos.

Todo ato de soberania é representa um ato da vontade geral, pois obriga e


favorece todos os cidadãos.

“Um ato de soberania não é um convênio entre o superior e o inferior, mas


sim uma convenção do corpo com cada um de seus membros: convenção
legítima, porque tem por base o contrato social; eqüitativa, porque é
comum a todos; útil, porque não leva em conta outro intento que não o
bem geral, porque possui como fiadores a força do público e o poder
supremo.” (ROUSSEAU, Jean Jacques, p.44)

“O poder soberano, todo absoluto, todo sagrado, todo inviolável que é, não
passa nem pode passar além dos limites das convenções gerais, e que todo
homem pode dispor plenamente da parte de seus bens e da liberdade que
lhe foi deixada por essas convenções; de sorte que o soberano jamais possui
o direito de sobrecarregar um vassalo mais que outro, porque então,
tornando-se o negócio particular, deixa o seu poder de ser competente.”
(ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.44)

Capítulo V – Do direito de vida e morte


Jean Jacques tinha como conceito que todo homem possui direito de
arriscar sua vida para conservá-la. Seguindo este raciocínio, o contrato
social tem como objetivo a preservação de suas partes, seus contratantes.

Capítulo VI – Da lei
Por meio do pacto social origina-se a vida ao corpo politico, onde por meio
da legislação lhe é dado movimento e vontade. Rousseau defende a
existência de uma justiça universal, à qual os homens não sabem como lidar
e portanto necessitam de governos e leis.

Uma lei é algo que o povo coloca acima de todo o povo, sem que haja
qualquer divisão do todo; é um ato que se concretiza a partir de uma
vontade geral.

As leis representam atos da vontade geral, e, por conseguinte, são de


competência do povo. Entende-se então que que ordenações provenientes
do soberano, porém de caráter particular são considerados decretos e não
leis, por não visar a vontade geral. O soberano não está acima da lei, visto
que também é membro do Estado.

A lei não pode ser injusta, pois sua elaboração (pelo povo) é feita pensando
em todos os membros do pacto social e inclusive a si próprios. Desta forma a
lei não pode ser injusta porque ninguém é injusto consigo próprio.

O homem é ao mesmo tempo livre e obedientes às leis porque as próprias


leis foram elaboradas com base em suas vontades. “República” é como
Rousseau considera todo Estado regido por leis, independente de sua de
administração, desde que governado não pelo interesse privado, porém
público.

“O povo, de si mesmo, sempre deseja o bem; mas nem sempre o vê de si


mesmo. A vontade geral é sempre reta; mas o julgamento que a dirige nem
sempre é esclarecido. (...) Os particulares vêem o bem que rejeitam, o
público deseja o bem que não vê. Todos igualmente necessitam de guias; é
preciso obrigar a uns a conformar suas vontades com sua razão; é necessário
ensinar a outrem a conhecer o que pretende. Então, das luzes públicas
resulta a união do entendimento e da vontade no corpo social; daí, o exato
concurso entre as partes e, finalmente, a maior força do todo. Eis de onde
nasce a necessidade de um legislador.” (ROUSSEAU, Jean-Jacques, p.49 -
50)

Capítulo VII – Do legislador


Para que as melhores regras fossem aplicadas a sociedade seria necessário
uma inteligência superior que não tivesse nenhuma relação com a natureza
humana para inserí-las. Esta Inteligência ficou por conta do legislador, que
é tido por Rousseau como um homem de grandes feitos dentro do Estado,
devido a seu gênio e função. Função esta que é particular e superior as
demais.

O legislador é considerado um homem extraordinário no Estado. É


importante frizar, porém que quem dirige as leis não deve dirigir os homens,
assim como tão pouco os que dirigem os homens devem dirigir as leis, pois
caso fosse possível, leis injustas e atreladas aos sentimentos humanos
seriam criadas.

Capítulo VIII – Do povo


Um tempo para o amadurecimento das nações precisa ser esperado para
que as leis possam ser devidamente aplicadas, defendia Rousseau. Segundo
ele a maturidade de um povo nem sempre é fácil de conhecer e, se
forçarmos, o trabalho se perde.

Capítulo IX – Continuação do capítulo precedente


Um Estado deve ter limites quanto à sua extensão, de forma que não seja
muito grande ao ponto de não conseguir ser governado e nem muito
pequeno, mantendo-se por si mesmo. Rousseau é a favor de um equilíbrio.

O governo teria um controle reduzido em um território muito extenso,


sendo que não observar as leis, impedir as afrontas, corrigir os abusos,
prevenir a iniciativas sediciosas, etc, tornariam tarefas complexas e de difícil
conclusão. Em uma visão do povo, os mesmos provavelmente teriam menos
afeição per seus chefes, que nunca veriam, por conseguinte por sua pátria.

Conforme explicitado acima, para que o Estado tenha sucesso, é necessária


uma base sólida, pois apenas desta maneira ele resistiria aos abalos que, por
sua vez, não deixarão de ocorrer e aos esforços que será obrigado a fazer
para que possa sustentar-se.

Capítulo X – Continuação
Existe duas formas distintas de medir o copo político: por sua extensão e
pelo número de habitantes. Rosseau acreditava que os homens eram os
responsáveis por fazerem o estado, mas é porém o território que alimenta o
homem, mostrando assim a sua relevância. Vale frizar, que apesar de tudo
isso, não é possível que se calcule uma relação fixa entre extensão territorial
e número suficiente de habitantes.

Capítulo XI – Dos diversos sistemas de legislação


O sistema legislativo possui dois principais objetos, sendo estes a liberdade
e a igualdade. Isso acontece, pois a dependência particular retira certa força
do Estado, sendo portanto necessária a liberdade. A liberdade, por sua vez,
só poderá subsistir correspondendo-se à igualdade. Desta forma, a
constituição do Estado é reforçada e eternizada na medida em que as
conveniências são colocadas. No mesmo conceito temos as leis e as relações
naturais, que se asseguram entre si umas às outras.

Capítulo XII – Divisão das leis


As leis políticas, ou leis fundamentais, são as que proporcionam melhor
forma possível à coisa pública. Estas controlam as ações do soberano com o
Estado. O povo tem força para alterar leis caso não mais sejam as melhores
de forma coletiva e estejam a causar prejuízos também a si mesmos.

As leis civis controlam as relações dos membros entre si ou com o corpo


inteiro, de forma que cada cidadão sinta-se, porém independente de todos
os outros.

As leis criminais regulam um tipo particular de lei que define sanções a


serem aplicadas para aqueles que faltarem com obediência a outras leis.

Os usos e os costumes são substitutos para a força do hábito à autoridade e


mantém o povo dentro do espírito de sua instituição.

Conclusão
O Contrato Social resulta no esclarecimento onde o soberano e o povo sejam
concentrados em uma única pessoa. Como regra existe a obrigatoriedade de
seguir a vontade geral, a qual institui a ordem e atua como princípio
primeiro do governo e da economia pública. Esse conceito inclui, ainda, a
vontade da maioria.

Partindo-se dessa concepção de coletivo é formado um corpo moral, onde


surge a obrigação de cada cidadão obedecer, quando o fizer, apenas a si
mesmo, pois tem em vista o bem coletivo, comum. O homem em questão é
possuidor de plena liberdade, a qual uma vez renunciada, resultaria a
abdicação à sua própria existência – e o livre consentimento à vontade geral.

Um ponto importante a ser enaltecido é a distinção feita entre Estado e


governo. O Estado é tido como soberano, devido ao embasamento na
vontade geral, é intransferível (inalienável) e indivisível enquanto que o
governo é apenas um órgão administrativo encarregado da aplicação e
controle da lei e da manutenção operacional das liberdades civis e política.

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