Proxima Singradura
Proxima Singradura
Proxima Singradura
Sumrio
Editorial - Nossa Capa ..................................................................................................................................................................02 Carta do Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais .......................................................................................................04
A Prxima Singradura
Introduo.....................................................................................................................................................................................09 O Que Somos e Nossos Valores Essenciais ...............................................................................................................................10 A Estratgia Nacional de Defesa e o Corpo de Fuzileiros Navais ...............................................................................................18 Viso de Futuro ............................................................................................................................................................................30 Doutrina ........................................................................................................................................................................................36 Material .........................................................................................................................................................................................44 Recursos Humanos ......................................................................................................................................................................60
omo rgo de divulgao do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), a primeira revista foi editada em setembro de 1939 com o nome O Naval, circulando at 1943. Em maro de 1954, surgia o primeiro jornal dos Fuzileiros O Anfbio, publicado at 1977. Aproveitando esta ltima denominao, a partir de 1961, iniciou-se a edio da Revista dos Fuzileiros Navais, O Anfbio, em circulao at hoje. Destina-se a divulgar a doutrina anfbia e o moderno emprego de Foras de Fuzileiros Navais, difundir a histria e tradies do CFN e constituir-se em foro para debate de idias que estimulem o aperfeioamento tcnico-profissional.
O ANFBIO no 28 Ano XXIX 2010 EDIO EXTRA Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais Almirante-de-Esquadra (FN) Alvaro Augusto Dias Monteiro Editor Responsvel Capito-de-Mar-e-Guerra (FN) Renato Rangel Ferreira Projeto Grfico e Editorao Capito-Tenente (T) Ericson Castro de Santana Capa Capito-Tenente (T) Tonery W. Pernambucano Jnior
Assessoria de Comunicao Social do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Fortaleza de So Jos, s/n - Ilha das Cobras Centro Rio de Janeiro RJ CEP: 20091-000 - Tel.: (21) 2126-5029
As opinies emitidas nos artigos deste peridico so de inteira responsabilidade de seus autores, no refletindo, necessariamente, o pensamento ou atitude do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, a no ser que assim esteja expressamente declarado.Todos os trabalhos aqui publicados so de carter gratuito. permitida a reproduo total ou parcial das matrias. Solicita-se a citao da fonte e a remessa de um exemplar da publicao.
Editorial
Nossa Capa
Nossa capa retrata a cena que representa a essncia estratgica dos Fuzileiros Navais na arte da guerra, o Desembarque Anfbio. A imagem original ganha efeito de pintura, em aluso paixo dos combatentes anfbios por seu ofcio. Para esses valentes guerreiros sua misso, alm de um sacerdcio, tambm uma arte.
sta edio extraordinria do O Anfbio, de cunho doutrinrio, editada em 2010, ocorre por uma demanda do Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, quem sentiu necessidade de traar um direcionamento geral para o futuro desenvolvimento do CFN. Esta necessidade decorreu de uma srie de novos fatos e conjunes com que o CFN vem se deparando, dentre os quais se destacam: a promulgao da Estratgia Nacional de Defesa e o impacto que a participao na Misso das Naes Unidas para a Estabilizao do Haiti (MINUSTAH) vem exercendo sobre o perfil operacional do Corpo de Fuzileiros Navais. Para poder definir com mais segurana o rumo a navegar, precisou-se voltar ao passado para, ao compreender as razes daqueles que nos antecederam, identificar as vocaes e o ethos operacional consolidados ao longo de nossa histria. Com este propsito, revisitou-se o extraordinrio trabalho, denominado O Combatente Anfbio, elaborado por outro Comandante-Geral, o Almirante de Esquadra (FN) Luiz Carlos da Silva Cantdio. Este estudo realou, ainda mais, o valor desta obra, que se mostra, em muitos aspectos, plenamente atual, e, portanto, de valor histrico excepcional. Assim, o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais decidiu publicar ambos os trabalhos em uma mesma edio. Na primeira parte deste O Anfbio, encontra-se A Prxima Singradura. Neste artigo, a partir de breve anlise de nossa histria e das vocaes e valores dos Fuzileiros Navais, realizou-se um estudo estratgico do emprego das foras anfbias, para, ento, estabelecer-se a Viso de Futuro do CFN, com seus consequentes impactos sobre a doutrina, o material e os recursos humanos. Na segunda parte, faz-se o resgaste histrico de O Combatente Anfbio, em uma verso ilustrada que, perenizada, alm de conferir-lhe o devido valor, facilitar sua consulta e estudo. Cabe destacar que O Combatente Anfbio j consta do Programa de Leitura Profissional do CFN.
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Carta do ComGer
O Corpo de Fuzileiros Navais destinase, prioritariamente, a projetar poder por meio de operaes anfbias e a defender navios, instalaes navais e porturias, arquiplagos e ilhas ocenicas.
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CARTA DO ComGerCFN Ensinam os velhos marinheiros que s pode haver ventos feio, quando se sabe o rumo a aproar. Essa lio marinheira, que mencionei em minha Ordem do Dia n 01/2010, alusiva ao 202 aniversrio do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), traduz com muita propriedade a percepo que tenho, aps quase quatro anos como Comandante-Geral, da necessidade de redefinir o rumo do CFN nesta prxima singradura que principiamos a navegar. Necessidade que decorre de uma srie de novos fatos e conjunes com que o CFN vem se deparando. Entre tantos, destaco o ambiente gerado pela promulgao, em dezembro de 2008, da Estratgia Nacional de Defesa (END), fomentando o debate, no apenas no meio militar mas envolvendo, de forma indita, seno a sociedade como um todo, parcela significante e influente de sua liderana civil. Nunca ser demais ressaltar que o papel o qual a END impe ao CFN, de importncia mpar, culminando aspirao de todos os Fuzileiros Navais de hoje e de sempre, requerer de todos ns, para seu adequado desempenho, extraordinria dedicao. Outro ponto a destacar deriva do impacto que os seis anos consecutivos e ininterruptos da exitosa participao na Misso das Naes Unidas para a Estabilizao do Haiti (MINUTAH) trazem sobre o perfil operacional do Fuzileiro Naval. Diversos indcios do conta que nossos oficiais e praas, nossa doutrina e material esto sendo atrados por essa cativante operao de paz. A possibilidade de participar de uma operao real, a realizao profissional decorrente dessa participao, a gratificante sensao de se estar ajudando um povo amigo, as benesses remuneratrias, enfim, tudo conduz para um envolvimento cada vez mais forte com essas operaes militares, ditas de no guerra. No se pode esquecer, contudo, que as operaes de paz, como as do Haiti e de Angola, possuem carter estritamente terrestre. Portanto, embora nossa participao nelas traga enormes benefcios, no representam nosso emprego prioritrio. No devem, por conseguinte, condicionar, absolutamente, nosso preparo, pois se assim o fizermos estaremos nos especializando em algo no exclusivo e essencial do Poder Naval, qual sejam as operaes anfbias; estas, sim, nossa razo de existir. A percepo de uma possvel postura dissocivel ou, ao menos, no inteiramente alinhada ao Poder Naval fez-me recordar do extraordinrio trabalho realizado pelo Almirante de Esquadra (FN) Luiz Carlos da Silva Cantdio, denominado O Combatente Anfbio, trabalho que compe a segunda parte desta edio de O Anfbio. O Almirante Cantdio foi o Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais de 1990 a 1994, perodo no qual se fez necessrio, tambm, definir o rumo que o CFN deveria seguir. Foi essa necessidade que o fez debruar-se sobre nossa histria, a fim de, a partir de nossas origens e principais influncias recebidas, identificar as vocaes mais firmemente consolidadas do CFN. Com esse prumo, analisou os cenrios previsveis e definiu o rumo a navegar. Na apresentao que redigiu para o Combatente Anfbio, o Almirante de Esquadra Jelcias Baptista da Silva Castro, ento Comandante de Operaes Navais, destacou duas importantes, corajosas e tempestivas recomendaes do Almirante Cantdio: A primeira diz respeito absoluta necessidade da integrao do Corpo de Fuzileiros Navais viso estratgica da Marinha, como agente de valor, includo por vocao, por racional e por gosto no Poder Naval. A segunda, corolrio da primeira, nos alerta quanto ingenuidade perigosa de sonhar, isoladamente, com um componente que venha a ser incoerente com as reais possibilidades e limitaes do nosso Poder Naval.
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Dezessete anos depois, sinto-me no dever de conjecturar sobre o rumo do Corpo de Fuzileiros Navais. Empreendi, ento, o artigo que compe a primeira parte deste O Anfbio. Denominei-o de A Prxima Singradura, e, semelhana de O Combatente Anfbio, valendome de estudos realizados, confirmei a importncia de nossas vocaes consolidadas como prisma para essa conjectura. Tambm adotei a premissa do incondicional alinhamento de postura estratgica com a Marinha. Importar mais para o CFN aquilo que for igualmente, ou mais, importante para a Marinha do Brasil. Por fim, gostaria de destacar a importncia da leitura e do debate acerca dos fatos e ideias apresentados nos dois artigos O Combatente Anfbio e A Prxima Singradura. A compreenso da trajetria trilhada pelos nossos antecessores, suas razes e dificuldades, deve servir de lio para que copiemos os exemplos de sucesso e nos desviemos daquilo que, outrora, nos obrigou a bordejar. O trabalho do Almirante Cantdio, ao perscrutar as experincias acumuladas por nossos veteranos, revelou um legado doutrinrio, moral e material, de inestimvel valor que modelou nosso perfil operacional e nossa especificidade de sermos tropa anfbia. Legado que a END no s confirmou como enalteceu e que todos os Fuzileiros Navais temos o dever de preservar. Da mesma forma, cnscios dessas lies reveladas, A Prxima Singradura, cujos rumos e velocidades esta publicao busca definir, tem o propsito de assegurar que o Corpo de Fuzileiros Navais do futuro esteja apto a cumprir sua destinao institucional, contribuindo com a Marinha do Brasil para a defesa e o desenvolvimento nacionais. Um futuro no qual o Corpo de Fuzileiros Navais seja, realmente, imprescindvel ao emprego do Poder Naval. Assim, o Corpo de Fuzileiros Navais poder tornar feio os novos e bons ventos que se prenunciam no horizonte. Quando chegarem, j deveremos saber o rumo a aproar. ADSUMUS! VIVA A MARINHA!
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INTRODUO
O artigo A Prxima Singradura, nos mesmos moldes de O Combatente Anfbio, visa a delinear um rumo que possa orientar o desenvolvimento do Corpo de Fuzileiros Navais nos prximos anos. Leva o nome de A Prxima Singradura, pois, nos tempos vindouros, outras singraduras, outros rumos devero ser navegados para fazer frente s evolues que o tempo opera nos interesses das naes, com consequncia direta sobre seus objetivos e estratgias. Por outro lado, a escolha do termo singradura buscou tambm ressaltar que se trata, to somente, de uma linha traada sobre carta nutica. Como si ocorrer em toda navegao, e da mesma forma como tm ocorrido ao longo da histria do Corpo de Fuzileiros Navais, por diversas oportunidades haveremos de bordejar, negociando procelas, ventos e correntes sem, contudo, perder de vista a direo geral a seguir. A definio do rumo adequado iniciou-se com uma breve anlise dos principais aspectos histricos que conformaram, ao longo da existncia do Corpo de Fuzileiros Navais, suas atuais caractersticas, vocaes e valores essenciais. A identificao desses conceitos primordiais, alm de possibilitar a justa compreenso do ethos do Fuzileiro Naval e de sua forma de emprego, permitiu se formarem parmetros que nortearam todo o desenvolvimento intelectual realizado. Esses parmetros foram os sextantes empregados para definir a posio atual do CFN em face das orientaes da Estratgia Nacional de Defesa e a postura e o papel a serem desempenhados pela Marinha do Brasil e seu Corpo de Fuzileiros Navais ante os imperativos nela contidos.
Foto Jos Mauro Leandro Pimentel
No terceiro captulo, aps compreender a insero estratgica que cabe ao CFN, passamos a alinhavar um rumo que viabilizasse a consecuo de todas as diretrizes impostas Marinha. A Viso projetada para o CFN nos prximos vinte anos, como no poderia deixar de ser, apontou para a importncia de nossa Amaznia Azul. Contribuir para a proteo das guas Jurisdicionais Brasileiras passar a ser a principal tarefa do CFN. Os captulos seguintes abordam aspectos a serem considerados no desenvolvimento de nossa doutrina de emprego, material e recursos humanos de forma que ao final desta prxima singradura tenhamos alcanado os propsitos desejados.
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O QUE SOMOS
O Corpo de Fuzileiros Navais uma fora de pronto-emprego...
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Valores Essenciais do Corpo de Fuzileiros Navais - arte publicada na revista A Galera, n 159, Turma Almirante Guilhem.
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Histrico
mbora o rigorismo histrico indique que as razes do Corpo de Fuzileiros Navais fincam-se no final do sculo XVIII, sua venturosa existncia comeou a ser contada a partir de 7 de maro de 1808, dia em que a Brigada Real da Marinha aportou no Rio de Janeiro, dando por finda sua misso de guarnecer as naus e embarcaes de guerra da Armada Real Portuguesa que demandaram a imensido do mar oceano, a fim de transmigrar para o Brasil as armas e os bares assinalados. Desde sua chegada ao Rio de Janeiro, a Brigada Real da Marinha, que nunca mais deixou o Brasil, empenhou-se em honrar os valores que motivaram sua criao. Ainda em 1808, participou, com pleno xito, da conquista de Caiena, capital do territrio ultramarino francs, evitando o uso daquelas terras como base de operaes navais que permitissem a projeo de poder sobre a margem esquerda do Amazonas e garantissem o sonhado direito navegao e consequente acesso fluvial francs s minas do Peru e de Potosi,1 pois, j em 1796, a Frana disseminava o interesse em ampliar os limites da Guiana Francesa at o Rio Negro e margem esquerda do Amazonas.2 O empenho das tropas napolenicas na Pennsula Ibrica tornava oportuno o efetivo controle do Oiapoque e dos acessos ao Amazonas por sua calha norte. A conquista de Caiena enterrou, definitivamente, aquela ambio geopoltica francesa. Nesses mais de duzentos anos de existncia no Brasil, os Fuzileiros Navais participaram dos eventos e fatos mais significativos da histria nacional, neles imprimindo, sempre, o inexcedvel valor de sua presena, pois homens dotados da ousadia de sair de suas embarcaes e entranhar-se em terra, sem outra alternativa que no a vitria, so de extraordinrio valor, so guerreiros destemidos, em quem poder no tem a morte. Nessa trajetria, 1622 Fuzileiros Navais imolaram suas vidas no altar da Ptria por um Brasil uno e soberano. Desde que regressaram de Caiena, em 1809, os Fuzileiros Navais ocuparam a majestosa Fortaleza de So Jos, onde a brisa marinha vem diariamente lembrar que os Fuzileiros Navais so gente do mar. Portanto, sua formao, cultura, adestramento, organizao e meios devem obrigatoriamente subordinar-se ao ambiente martimo e aos condicionantes da guerra no mar. Hoje, medida que os conflitos mais se aproximam das fmbrias dos mares, o Corpo de Fuzileiros Navais constitui instrumento anfbio de grande valor dissuasrio. Suas caractersticas de prontido operativa e capacidade expedicionria conferem ao Poder Naval brasileiro credibilidade ao exerccio de sua presena.
1 GOYCOCHA, Castilhos. A Diplomacia de Dom Joo VI em Caiena. Rio de Janeiro: Edies GTL, 1963. p. 65-68. 2 Id., p. 55-56. 12
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Fortaleza de So Jos.
Caractersticas
So competncias que conformam nosso perfil operacional. Apesar de apresentarem carter permanente, essas caractersticas precisam ser constantemente reavaliadas e, caso necessrio, atualizadas a fim de assegurar, naquilo que nos pertence, o atendimento aos ditames estratgicos nacionais. Profissionalismo o Corpo de Fuzileiros Navais uma tropa exclusivamente composta por militares voluntrios, submetidos a rigoroso processo de seleo e treinamento, bem adestrada e eficiente que, rapidamente, adquire status de tropa veterana, pelo tempo de permanncia de seus integrantes em suas fileiras e pela realizao de seguidas operaes, permitindo um ciclo de transmisso de conhecimentos aos jovens Fuzileiros Navais. Todos os integrantes do Corpo de Fuzileiros Navais so profissionais da guerra anfbia. Combinao de Meios de Combate, de Apoio ao Combate e de Apoio de Servios ao Combate as tropas de Fuzileiros Navais so sempre empregadas por meio de grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav). Esse modelo organizacional, alm de conferir flexibilidade e versatilidade a seu comandante, pois combina as capacidades e competncias dos meios de combate, de apoio ao combate e de apoio de servios ao combate de forma complementar e integrada, possibilita gradualismo no seu emprego. Desse modo, os GptOpFuzNav esto em condies de cumprir extensa gama de tarefas, podendo ser empregados em operaes com diferentes nveis de violncia, desde misses humanitrias at as de combate, e em ambientes operacionais diversos, como o ribeirinho ou o urbano. Essa organizao adotada tanto nas operaes singulares como nas conjuntas. Carter Naval e Anfbio o Corpo de Fuzileiros Navais o brao anfbio do Poder Naval. Seus marinheirossoldados so adaptados tanto para a vida de bordo como para o combate em terra. Os meios de Fuzileiros Navais so especficos para o embarque em navios e posterior desembarque em terra. Esse carter naval, que tanto nos distingue de outras Foras, foi percebido e descrito no prprio Alvar de Criao da Brigada Real da Marinha, Unidade que nos deu origem, o qual, j em 1797, frisava ser intil que tropas de embarque sejam exercitadas a grandes manobras e evolues prprias dos regimentos de meu Exrcito de Terra e devendo ser prprias, particularmente, para defenderem as embarcaes de guerra e para fazerem algum desembarque e tentar algum ataque: sobre objetos anlogos a este fim proposto que devem principalmente exercitar-se. Capacidade expedicionria a capacidade expedicionria do CFN derivou diretamente de nossa vocao anfbia. Ela possibilita o emprego tempestivo de fora autossustenFoto: Jos Mauro Leandro Pimentel A PRXIMA SINGRADURA
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... os Fuzileiros Navais esto, permanentemente, prontos para serem empregados, com mnimo tempo de reao.
tvel, para cumprir misso por tempo limitado, sob condies austeras e em rea operacional distante de sua base. A necessidade de haver doutrina, organizao e meios prontos para o embarque e o tempestivo deslocamento em navios da Marinha do Brasil para os cenrios de interesse imps um perfil operacional gil e eficaz. justamente esse perfil que habilita os Fuzileiros Navais a serem empregados rapidamente, em diferentes ambientes, longe de suas bases e com distintas capacidades operativas. Cabe destacar, no entanto, que expedicionrio h que ser o conjugado anfbio e no, unicamente, o Fuzileiro Naval, pois nosso principal vetor de mobilidade estratgica sempre foram e sempre sero os meios navais da Marinha do Brasil. Releva destacar que, no que concerne aos Fuzileiros Navais, expedicionrio refere-se ao aspecto expedito e tempestivo com o qual o conjugado anfbio pode ser posto em ao, e no apenas noo de seu emprego em uma expedio. Curioso notar que o moderno conceito militar de expedicionrio foi difundido no idioma ingls, no qual a palavra grafada como expeditionary. Esse termo deriva das palavras latinas expeditus, que significa um soldado levemente armado, e expedire, que significa estar preparado, pronto e livre para partir. O mesmo radical ped-, na lngua portuguesa, pode ser encontrado tanto na palavra expedio como em expedito, cuja natural acepo se refere ao que gil, que desempenha tarefas ou resolve problemas com presteza, rapidez; diligente3 e nunca a outras acepes que possam denotar improviso ou falta de planejamento. Assim, o conceito em ingls consegue reunir em torno da mesma palavra, tanto a acepo de expedition, referindo-se necessria expedio para se cumprir uma misso distante de sua base, como a de expeditious, referindo-se presteza e prontido operativa. Quando os Fuzileiros Navais se valem desse termo para se referir ao seu pendor para executar uma operao expedicionria, eles o fazem na acepo internacionalmente consagrada. Nesse sentido, ela uma operao que envolve a projeo de poder militar, apoiada em extensas linhas de comunicao, sobre uma rea operacional distante, para realizar uma misso especfica dentro de um prazo delimitado. Envolve, na maioria das vezes, a pronta-resposta e o rpido deslocamento estratgico de foras. Prontido operativa os Fuzileiros Navais esto, permanentemente, prontos para serem empregados, com mnimo tempo de reao. Tal situao obtida pelo prprio carter da fora, composta exclusivamente por profissionais, adequadamente, armados e equipados, e continuamente adestrados, segundo parmetros doutrinrios nicos de vis expedicionrio.
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HOUAISS, Antnio. Dicionrio da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva Ltda., 2001.
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Vocaes
No decorrer de sua histria, os Fuzileiros Navais consolidaram as seguintes vocaes que, hoje, condicionam seu perfil operacional. Anfbia a determinao dos Fuzileiros Navais, de hoje e os de sempre, fecundou na Marinha do Brasil uma doutrina anfbia que lhe confere diferencial de expressivo valor estratgico. A continuidade da evoluo operativa dos Fuzileiros Navais culminou o atual legado que combina uma doutrina consolidada com tropas e meios aprestados e adequados para o emprego a partir do mar, o que, por sua vez, caracteriza sua vocao para as operaes anfbias. As Foras de Fuzileiros Navais constituem o ncleo do componente anfbio do Poder Naval brasileiro. Defesa de Instalaes uma das tarefas mais antigas do Corpo de Fuzileiros Navais a de defender navios e instalaes navais e porturias. O prprio Alvar de Criao da Brigada Real da Marinha, de 1797, categoricamente, expressa que as tropas dessa brigada deveriam ser prprias, particularmente, para defenderem as embarcaes de guerra e para fazerem algum desembarque e tentar algum ataque. Assim, desde ento, vm os Fuzileiros Navais empenhando-se na proteo e defesa de navios e de instalaes de interesse do Poder Martimo. Em futuro prximo, essa vocao estender-se- aos arquiplagos e ilhas ocenicas dos cenrios de interesse do Poder Naval.
Pgina do Alvar de Criao do CFN que contm o trecho descrito acima. Acervo do Museu do CFN.
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Valores Essenciais
I RE 2 DO NA
O Corpo de Fuzileiros Navais uma fora de pronto-emprego. Quando chamados, os Fuzileiros Navais no tm tempo para terminar sua prontificao operativa e, muito menos, para forjar o carter moral de suas foras. O desafio de se manterem, permanentemente, prontos para serem empregados , em muito, facilitado pelo culto diuturno e determinado dos valores essenciais dos Fuzileiros Navais: honra, competncia e determinao. Na combinao desses valores e no zelo para sua permanente observncia assenta-se a base da capacidade operacional dos Fuzileiros Navais. Esses valores essenciais, alm de mostrarem quem so os Fuzileiros Navais, revelam aquilo em que acreditam. Honra bem intangvel, que sintetiza os valores mais altos do ser humano, como a tica, a moral e a integridade. o alicerce da conduta de todo o Fuzileiro Naval e o farol o qual o guia. Sem honra no tem valor nossa servido militar, a qual tanto exige de ns, mas a que, voluntariamente, nos entregamos. Como nos ensinou nosso Patrono da Marinha, Almirante Tamandar: Honra a fora que nos impele a prestigiar nossa personalidade. o sentimento avanado do nosso patrimnio moral, um misto de brio e de valor. Ela exige a posse da perfeita compreenso do que justo, nobre e respeitvel, para elevao de nossa dignidade: a bravura para desafrontar perigos de toda ordem, na defesa da verdade, do direito e da justia. Em nome dessa honra, todo Fuzileiro Naval um patriota responsvel por seus atos, que cumpre com suas obrigaes, zela pela integridade de seus companheiros, lidera pelo exemplo e possui coragem mental, moral e fsica. Competncia a soma de conhecimentos e habilidades que nos permitem cumprir com eficincia as mais variadas tarefas. Nesta era do conhecimento, no mais ser possvel liderar, argumentar, debater, comandar, enfim, sem um profundo quinho de saber. A credibilidade profissional do CFN repousa na compreenso de que uma fora anfbia e expedicionria deve estar sempre bem adestrada e instruda. A competncia faz com que todo Fuzileiro Naval esteja sempre pronto para tomar difceis decises, em ambientes complexos, e lidar com o novo, seja durante seu adestramento, seja sob a tenso do combate. Determinao esprito de dedicao e disciplina prprios dos Fuzileiros Navais, sempre prontos para cumprir toda e qualquer tarefa com o mximo de excelncia, independentemente de sua importncia ou relevncia. Sem determinao teria sido impossvel aos Fuzileiros Navais de antanho realizar suas aspiraes, por mais utpicas que fossem, mas que nem por isso deixaram de ser realizadas. a determinao que nos faz manter compromisso inabalvel com nossas utopias e crer que um dia haveremos de realiz-las, todas! a determinao que nos faz executar com profissionalismo as tarefas a ns atribudas e a firmar laos de mtua confiana que prosperam a cada desafio suplantado, pois, nada nos ser dado, tudo deve ser conquistado.
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Principais eventos nos quais houve a participao do Corpo de Fuzileiros Navais Reproduo do piso do Memorial Fuzileiros Navais Mortos em Combate. Mais detalhes na revista O Anfbio n 26, Corpo de Fuzileiros Navais 200 Anos.
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O Presidente Lula assina ato que lana a Estratgia Nacional de Defesa, em 18 dezembro de 2008. Foto de Ricardo Stuckert - Presidncia da Repblica.
Para assegurar sua capacidade de projeo de poder, a Marinha possuir ainda meios de Fuzileiros Navais, em permanente condio de pronto emprego. A existncia de tais meios tambm essencial para a defesa das instalaes navais e porturias, dos arquiplagos e ilhas ocenicas nas guas Jurisdicionais Brasileiras...
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...o preparo para o emprego do Poder Naval no Atlntico Sul o farol que dever orientar o preparo de todos que integram a Marinha do Brasil.
A Estratgia Nacional de Defesa, no tpico Marinha do Brasil: a hierarquia dos objetivos estratgicos e tticos, assim se refere-se ao CFN: Para assegurar sua capacidade de projeo de poder, a Marinha possuir ainda meios de Fuzileiros Navais, em permanente condio de pronto emprego. A existncia de tais meios tambm essencial para a defesa das instalaes navais e porturias, dos arquiplagos e ilhas ocenicas nas guas Jurisdicionais Brasileiras, para atuar em operaes de paz, em operaes humanitrias, em qualquer lugar do mundo. Nas vias fluviais, sero fundamentais para assegurar o controle das margens durante as operaes ribeirinhas. O Corpo de Fuzileiros Navais consolidar-se- como a fora de carter expedicionrio por excelncia. A publicao da END, estabelecendo claras diretrizes estratgicas, trouxe as questes de defesa para a agenda nacional e provocou a formulao de planejamentos de longo prazo para a defesa do Pas. Resgatou, ainda, valores como a soberania, integridade do patrimnio e do territrio e unidade nacional, dentro de um amplo contexto de plenitude democrtica. Nesta oportunidade em que a sociedade brasileira volta suas preocupaes para a defesa e o desenvolvimento, dedicando, por via de consequncia, maior interesse e ateno ao mar, a Marinha do Brasil se prepara para atender aos ditames estratgicos nacionais. Avulta de importncia sua responsabilidade de vigiar e proteger os interesses brasileiros em toda a Amaznia Azul, extensa rea martima que, englobando a Zona Econmica Exclusiva e a Plataforma Continental, ocupa 4,5 milhes de km. Afora essa enorme extenso martima, cabe ainda destacar os fatos da economia nacional ter forte dependncia do trfego martimo, internacional ou costeiro, da existncia de elementos vitais infraestrutura nacional localizados prximos ao litoral e da presena de grande riqueza, em termos de recursos naturais, submersa em nossas guas Jurisdicionais. Tudo isso demandando uma efetiva capacidade de proteo. Sem mencionar os abundantes recursos marinhos, localizados fora da Amaznia Azul, considerados, atualmente, como pertencentes humanidade, mas cuja prospeco j desperta o interesse de grupos econmicos. A END clama por uma transformao das Foras Armadas para melhor defender o Brasil e estabelece o imperativo de se negar o uso do mar a qualquer concentrao de foras inimigas que se aproxime do Brasil por via martima. Essa diretriz guiar o desenvolvimento desigual e conjunto, permitindo a reconstruo de um Poder Naval balanceado entre seus tradicionais componentes: naval, que a END subdivide em submarino e de superfcie; aeronaval, que a END denomina de aeroespacial, e anfbio, que engloba os Fuzileiros Navais e os navios anfbios. Assim, o preparo para o emprego do Poder Naval no Atlntico Sul o farol que dever orientar o preparo de todos que integram a Marinha do Brasil. Para assegurar a defesa de nossos interesses e de nossa fronteira martima, a Marinha do Brasil precisa dispor de uma Fora Naval capaz de operar tanto nas guas azuis como nas marrons, projetando-se sobre litoral. Por isso, os guerreiros anfbios so instrumento imprescindvel para a defesa da Amaznia Azul. Para tanto, o CFN, nas prximas dcadas, dever intensificar seu contato com o mar. Esse o vetor que nesta prxima singradura dever orientar, adequar e condicionar seu emprego s demandas apontadas pela END. A defesa da Amaznia Azul, assim como de qualquer outra operao defensiva, no deve restringir-se s operaes no interior da rea a ser defendida. As foras adversas devem ser detidas, ou preferencialmente, dissuadidas, muito alm dos limites dos Espaos Martimos Brasileiros.
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Para tanto, o Poder Naval brasileiro deve espraiar-se por todo nosso entorno estratgico, sendo capaz de influenciar o Atlntico Sul, seus litorais, pontos focais e ilhas ocenicas. Fica claro notar que o Poder Naval brasileiro no dever se restringir a operar nas guas azuis desse mar considerado de interesse. Consoante as tendncias atuais, ele necessariamente precisar ser capaz de atuar tambm nas ilhas e nos litorais que contornam nosso mar estratgico. Essa capacidade, a ser aperfeioada conjuntamente com os meios navais da Marinha do Brasil, ir conjugar a vocao atlntica de nossa Esquadra com a vocao anfbia dos Fuzileiros Navais. Esse esforo de integrao requer a construo de capacidades anfbias teis Fora Naval, com forte contribuio, no apenas s Operaes e Aes de Guerra Naval mas tambm s Operaes de Paz de Carter Naval, como as Patrulhas e Inspees Navais, ampliando, dessa forma, sua versatilidade e seu poder dissuasrio. As potencialidades do componente anfbio do Poder Naval iro contribuir com as quatro Tarefas Bsicas do Poder Naval, segundo o que j prev a Doutrina Bsica da Marinha: Na negao do uso do mar, o componente anfbio pode ser empregado na conquista de areas focais que impeam o uso pelo inimigo de determinada rea martima; na destruio ou neutralizao das bases avanadas do inimigo ou seus pontos de apoio, em litorais ou ilhas ocenicas, ou na conquista e controle de pontos focais que dominem Linhas de Comunicao Martimas de interesse. No controle de rea martima, o componente anfbio pode ser empregado para conquistar reas terrestres que controlam reas de trnsito ou onde esto localizadas bases de apoio inimigas em litorais ou ilhas ocenicas; atacar ou neutralizar foras inimigas em suas bases; conquistar areas focais que garantam segurana s Linhas de Comunicaes Martimas de interesse ou conquistar rea de interesse para apoiar a conduo da guerra naval ou area. Na projeo de poder sobre terra, o componente anfbio pode reduzir o poder inimigo pela destruio ou neutralizao de objetivos importantes; conquistar rea estratgica para a conduta da guerra naval ou area, ou para propiciar o incio de uma campanha terrestre; negar ao inimigo o uso de uma rea capturada; apoiar operaes em terra; salvaguardar a vida humana; ou resgatar pessoas e materiais de interesse. Outra contribuio bastante contempornea a realizao de operaes anfbias de limitada envergadura com a projeo de conjugado anfbio sobre litoral permissivo, com a finalidade de contribuir para a preveno de conflitos ou para mitigar crises. Nesses casos, poderia haver o emprego de um escalo avanado da Fora de Emprego Rpido (FER), com o valor de um Elemento Anfbio, mas com a estrutura de comando e controle de uma Unidade Anfbia, possuindo capacidade de pronta resposta em apoio a operaes, tais como: Operaes Humanitrias; de Segurana; de Apoio a Desastres Ambientais; Civis-Militares; de Evacuao de No Combatentes; de Paz etc. Para dissuadir o acesso de foras hostis aos limites das guas Jurisdicionais Brasileiras e impedir-lhes o uso do espao areo nacional, segundo a END, preciso estar preparado para combater. Essa percepo deve ser claramente notada pelos potenciais adversrios, assim como pelos aliados. A presena viva do Poder Naval em diversos litorais de interesse no nosso mar estratgico, demonstrando sua capacidade, no apenas de cruzar o mar oceano mas de, ainda, espraiar seu poder verstil e til sobre terra, servir para consolidar a imagem de uma Marinha com estatura de potncia regional. justamente essa percepo dissuasria que se conformar como um dos principais instrumentos para a defesa da Amaznia Azul. A tarefa dos Fuzileiros Navais na defesa dos nossos interesses no mar pode parecer simples, pois nossa vocao anfbia vem sendo forjada h sculos. No entanto, essa capacidade precisa ser constantemente aperfeioada e ampliada para fazer frente aos novos cenrios que se formam. Alm disso, nosso desenvolvimento no pode ser apartado da nossa contrapartida naval.
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Os diversificados espaos de batalha martimos do futuro demandaro o emprego integrado dos trs componentes do Poder Naval: o componente naval, o aeronaval e o anfbio. Nesse contexto, as operaes anfbias extrapolam seus quatro tradicionais tipos: o assalto, a incurso, a demonstrao e a retirada. J nos dias atuais, e muito mais nos tempos vindouros, as operaes anfbias ampliam suas possibilidades passando a considerar um quinto tipo, a Projeo Anfbia, que abrange desde desembarques visando prover ajuda humanitria para evacuar no combatentes, proteger populaes ou at para combater as chamadas novas ameaas. A projeo de tropa anfbia em terra o que caracteriza a operao anfbia moderna, no importando o grau de hostilidade do ambiente nem o tipo de misso a ser cumprida. A capacidade anfbia, no entanto, necessita ser desenvolvida concomitantemente com seus vetores estratgicos: os navios anfbios. A extenso fsica
da Amaznia Azul e do mar que a protege impe a necessidade da mobilidade estratgica. Assim, os Navios de Propsitos Mltiplos (NPM) previstos pela END sero fundamentais para o desenvolvimento conjunto do moderno conjugado anfbio, cuja prontido operativa conferir credibilidade mobilidade estratgica do Poder Naval, permitindo a desejada alternncia entre concentrao e disperso de foras, alm de possibilitar, pela permanncia, gradualismo no emprego dos GptOpFuzNav. A mobilidade ttica, por sua vez, ser conferida pela combinao do emprego de helicpteros, embarcaes de desembarque e viaturas anfbias, meios j previstos no Plano de Articulao e Equipamento de Defesa (PAED). Os Fuzileiros Navais ampliaro sua capacidade de operar com esses vetores, aproveitando o mximo do potencial das tecnologias do movimento, considerando o mar como mais um espao para a manobra; jamais como um obstculo a transpor. Particularmente, as Embarcaes de Desembarque de Carga Geral (EDCG) e as de Viaturas e Material (EDVM) continuaro a ser, ainda por um bom tempo, os vetores de mobilidade ttica preferenciais. Essas embarcaes, de baixo custo de construo e manuteno, so mundialmente reconhecidas por sua flexibilidade e confiabilidade. Elas se constituem em um til vetor para a consolidao da projeo anfbia, em cenrios cada vez mais frequentes, nos ambientes martimos do panorama poltico atual e futuro. A combinao anfbia dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais, aliada s suas prontides operativas, alcance e permanncia estratgicos e mobilidade ttica, conferem capacidade expedicionria
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O Corpo de Fuzileiros Navais, alm de contribuir para a defesa da Ptria, dever se encontrar em sintonia com os anseios da sociedade.
ao Poder Naval, contribuindo para que este atenda ao triplo imperativo da defesa nacional: monitoramento/controle, mobilidade e presena. Desses imperativos resultar a definio da capacitao operacional da Marinha para melhor desempenhar sua destinao constitucional e suas atribuies na paz e na guerra. As consequentes reorganizao e reorientao foram contempladas pelo Plano de Articulao e Equipamento da Marinha do Brasil (PAEMB). Alm da participao acima descrita, o Corpo de Fuzileiros Navais dever estar apto a contribuir para a satisfao das demais demandas elencadas na END. Assim, o material de Fuzileiros Navais ser cada vez mais oriundo da indstria nacional, visando a fortalec-la e a assegurar nossa autonomia operacional ante o mercado internacional. Essa opo pela indstria nacional, um dos eixos estruturantes da END, no deve, no entanto, imperar, absoluta, sobre solues estrangeiras consagradas que visaram e visam prover nosso arsenal com sistemas de armas geis e leves, assim como, com vetores de mobilidade ttica, todos adequados ao emprego anfbio. Apesar da premente opo pela indstria nacional, a condicionante anfbia, decorrente de nossa peculiar maritimidade, deve ser o fator preponderante na definio do material de Fuzileiros Navais. Essa independncia nacional ser tambm alcanada pela capacitao tecnolgica autnoma, inclusive, nos estratgicos setores ciberntico e nuclear. No independente quem no tem o domnio das tecnologias sensveis, tanto para a defesa como para o desenvolvimento. O fortalecimento do setor ciberntico atende da mesma maneira ao conceito de flexibilidade. Assim, todas as operaes de Fuzileiros Navais sero centradas em redes que conectaro desde os Centros de Operaes de Combate dos altos escales at o ltimo Fuzileiro Naval em ao na frente de contato, sem, contudo, em hiptese alguma, tornarem-se instrumentos de cerceamento da iniciativa do combatente anfbio. Os ambientes complexos dos engajamentos futuros requerero dos altos escales rgida disciplina intelectual a fim de evitar que, merc dos meios de comunicaes centrados em rede, interfiram nas decises do Fuzileiro Naval, engajado na frente de combate, restringindo sua iniciativa, pois, s o combatente que atua na cena de ao tem perfeita compreenso dos ditames e condicionantes do combate. Os instrumentos de batalha de comando e controle devero possuir dispositivos e procedimentos de segurana que reduzam sua vulnerabilidade contra ataques cibernticos. No campo nuclear, as Companhias de Defesa Qumica, Biolgica e Nuclear de Aramar e de Itagua provero tanto a segurana nuclear como a segurana orgnica das instalaes do Centro Tecnolgico da Marinha em So Paulo e da futura base de submarinos. A possibilidade de prover defesa nuclear, qumica e biolgica, aliada capacidade anfbia e expedicionria do conjugado anfbio, agregar ao Poder Naval as opes de levar essa capacidade aonde for necessrio, seja para emprego humanitrio, seja operacional, em proveito de nossas foras. Com relao ao terceiro eixo estruturante da END, que versa sobre a composio dos efetivos, cabe registrar que o Corpo de Fuzileiros Navais continuar sendo um espao republicano, acima das classes sociais, no qual a Nao se reconhecer, o que contribuir para a mobilizao do povo brasileiro em defesa da soberania nacional. O CFN manter sua poltica de formar seus quadros, nica e exclusivamente, com militares profissionais. Os Fuzileiros Navais continuaro a ser democraticamente recrutados em todas as regies do Pas, segundo critrios de vigor fsico, aptido e capacidade intelectual, mantendo representaes de todas as classes sociais. Sua formao, no entanto, ser centralizada e uniforme, o que garantir elevado nvel de profissionalizao, unidade de pensamento e
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prontificao operativa. Esse procedimento, alis, vem sendo h muito tempo praticado pelo CFN que, desde suas origens, teve seus quadros formados por militares oriundos dos mais distantes rinces do Pas. O Corpo de Fuzileiros Navais, alm de contribuir para a defesa da Ptria, dever se encontrar em sintonia com os anseios da sociedade. Estaro em pauta, permanentemente, aspectos como a proteo do meio ambiente, sade pblica nacional ou internacional, alm das tarefas subsidirias da Marinha como atuar na garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem; atuar em aes sob a gide de organismos internacionais e em apoio poltica externa do Pas e cumprir as atribuies subsidirias previstas em lei, com nfase naquelas relacionadas autoridade martima. A participao em operaes internacionais de paz ou humanitrias, preferencialmente, as de carter naval, fora do territrio e das guas Jurisdicionais Brasileiras, em qualquer regio que configure um cenrio estratgico de interesse naval, atuando isoladamente, em conjunto com outras foras ou em coalizo multinacional, outra possibilidade das tropas anfbias, que podem ser usadas como resposta imediata para respaldar a poltica externa brasileira. Convm, no entanto, manter sempre em perspectiva que, apesar da importncia e do destaque da participao em operaes de paz ou humanitrias, o Corpo de Fuzileiros Navais, assim como toda e qualquer Fora Armada, foi concebido e organizado, precipuamente, para a defesa da Ptria. Portanto, especializar uma tropa, ou parcela pondervel dela, para atuar em operaes no blicas, tem impacto negativo sobre sua doutrina, equipamento, armamento e perfil operacional. As mesmas caractersticas que as tropas de Fuzileiros Navais conferem ao Poder Naval para a defesa da Amaznia Azul so as que as habilitam a atuar em outros ambientes. A prontido e a capacidade anfbia e expedicionria possibilitaro sua atuao nas vias fluviais, garantindo a segurana das margens durante as operaes ribeirinhas, tanto no ambiente amaznico quanto no pantanal. Elas sero tambm teis para a defesa das instalaes navais e porturias, dos arquiplagos e ilhas ocenicas. Por fim, volta-se a destacar que o Atlntico Sul, seus contornos, ilhas e litorais, sendo a linha do vento de nossa estratgia naval, passaro a ser foco de muitas das atividades, operaes e esforos dos combatentes anfbios. Nesta prxima singradura, o Corpo de Fuzileiros Navais, parcela intrnseca do Poder Naval, oferecer Marinha do Brasil capacidade anfbia moderna e verstil e ser, nos moldes apresentados, imprescindvel para a defesa dos interesses nacionais na imensa Amaznia Azul. REFLEXOS DAS DIRETRIZES DA END NO CFN A END, documento ostensivo e, portanto, disponvel para consulta por toda a sociedade brasileira, estabelece diversas premissas, assumidas a partir de suas vinte e trs diretrizes, que estabelecem as orientaes e objetivos para a estruturao das Foras Armadas brasileiras. Entre essas diretrizes, destacam-se algumas que maior impacto provocam no CFN, descritas e analisadas a seguir. A Diretriz n 1 descreve a necessidade de dissuadir a concentrao de foras hostis nas fronteiras terrestres, nos limites das guas Jurisdicionais Brasileiras (AJB) (grifo nosso), e impedir-lhes o uso do espao areo nacional Para dissuadir preciso estar preparado para combater, ou seja, o CFN deve dominar vasta gama de capacidades operacionais e possuir credibilidade de emprego dessas capacidades diante de potenciais adversrios. A tecnologia, por mais avanada que seja, jamais ser alternativa ao combate. Ser sempre instrumento do combate.4 Vale esclarecer que a estratgia da dissuaso se caracteriza pela manuteno de foras militares suficientemente poderosas e prontas para emprego imediato, capazes de desencorajar qualquer agresso militar.5 Verifica-se, assim, aderncia conceitual com vrias caractersticas inerentes s foras expedicionrias
4 Brasil. Ministrio da Defesa. Estratgia Nacional de Defesa. Braslia, DF, 2008. p. 4. 5 Brasil. Ministrio da Defesa. Manual MD35-G-01 Glossrio das Foras Armadas. 4 ed. Braslia, DF, 2007. p. 98. 24
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e de emprego-rpido, tpicas dos GptOpFuzNav. Essa diretriz impe ao CFN, de forma direta, algumas necessidades essenciais. Inicialmente, o CFN pode contribuir com o potencial dissuasrio por meio do preparo e da prontido operativa dos seus meios, com nfase na organizao de uma Brigada Anfbia aprestada e apta ao pronto embarque nos navios da Esquadra. Verifica-se tambm a necessidade de incrementar a prtica de aes que contribuam com a dissuaso a partir dos limites das AJB, expresso que diz respeito soberania nacional sobre as ilhas ocenicas brasileiras e a plena garantia de explorao da Zona Econmica Exclusiva e Plataforma Continental. Isso traz evidentes reflexos para o CFN, que dever buscar contribuir para a ampliao da credibilidade da presena do Poder Naval no Atlntico Sul, por meio de sua capacidade de projeo de poder sobre essa vasta regio, que pode requerer a realizao de operaes militares nas ilhas ocenicas, apoio s aes de Inspeo Naval, prontido dos meios Distritais (Rio Grande, Rio de Janeiro, Salvador, Natal e Belm), entre vrias outras tarefas. A Diretriz n2 estabelece que as Foras Armadas devem estar organizadas sob a gide do trinmio monitoramento/controle, mobilidade e presena, destacando dever esse trinmio resultar a definio de suas capacitaes operacionais. Para o atendimento de tal diretriz fundamental a tomada da conscincia situacional martima de nosso entorno estratgico, com a efetiva compreenso de tudo que est associado com o meio marinho o qual possa causar impacto na segurana, na defesa, na economia e no meio ambiente. A ampliao de tal conscincia situacional sobre o Atlntico Sul conferir profundidade defesa do territrio nacional ao possibilitar o monitoramento e o controle por meio da deteco, acompanhamento e identificao, das ameaas o mais distante e antecipadamente possvel. Essa antecipao, conjugada com a devida mobilidade e a presena com credibilidade do Poder Naval brasileiro, possibilitar a defesa das guas Jurisdicionais Brasileiras O Poder Naval dever instar confiana mtua com os pases de nosso entorno estratgico e prover apoio para mitigar crises e combater novas ameaas que certamente surgiro neste espao de interesse. Nesse sentido, a participao dos Fuzileiros Navais ser de grande valia. A tomada de conscincia do que ocorre no nosso domnio martimo e seu bom uso sero tambm fundamentais para cristalizar o poder de nossa marinha no Atlntico Sul. A Diretriz n 4 refere-se ao desenvolvimento lastreado na capacidade de monitorar/controlar, da capacidade de responder prontamente a qualquer ameaa ou agresso e ressalta que o imperativo de mobilidade ganha importncia decisiva, dadas a vastido do espao a defender e a escassez dos meios para defend-lo. O esforo de presena, sobretudo ao longo das fronteiras terrestres e nas partes mais estratgicas do litoral, tem limitaes intrnsecas. a mobilidade que permitir superar o efeito prejudicial de tais limitaes.6 No tocante ao CFN, torna-se novamente evidente a necessidade de prontido operativa e efetiva capacidade de projetar poder das diversas unidades de FN, contribuindo diretamente para reduzir o tempo de resposta para o embarque dos GptOpFuzNav. Verifica-se tambm a possibilidade de criao de novos ncleos operativos nas reas citadas mais estratgicas do litoral, principalmente, aquelas mais distantes da sede da atual Esquadra, provendo MB maior mobilidade e poder de combate para a pronta resposta nessas regies. Entre as opes visualizadas para atender diretriz, projeta-se que a existncia de unidades as quais permitam organizar por tarefas Unidades Anfbias (UAnf) e Elementos Anfbios (ElmAnf) na Regio Norte/Nordeste e a manuteno desses efetivos prximos s reas de embarque distritais contribuem para minimizar as limitaes inerentes ao vasto territrio brasileiro, no que se refere ao pronto emprego da MB. As Diretrizes n 5, 12 e 13 enfatizam a necessidade de se aprofundar o vnculo entre os aspectos tecnolgicos e os operacionais da mobilidade, de se
6 Brasil, op. cit., p. 4.
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No tocante ao CFN, torna-se evidente a necessidade de prontido operativa e efetiva capacidade de projetar poder das diversas unidades de FN.
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desenvolver o conceito de flexibilidade no combate e o repertrio de prticas e de capacitaes operacionais dos combatentes. No que tange mobilidade estratgica, torna-se prioritrio o zelo com a modernizao e recompletamento dos meios navais anfbios da Esquadra. A incorporao, prevista no PAEMB, de NPM ampliar sobremaneira a capacidade de atuao do Poder Naval que, por meio do seu conjugado anfbio, poder cumprir extensa gama de tarefas, desde misses de combate at as respostas humanitrias. Essa ampliao da presena e participao ativa do Poder Naval nas guas do nosso entorno estratgico fortalecer sua credibilidade regional. Quanto mobilidade ttica, trs principais vetores se destacam. As Embarcaes de Desembarque de Carga Geral, ou as de Viaturas e Material, continuaro a ser fundamentais para a consecuo da projeo do Poder Naval em reas de interesse. As principais marinhas do mundo no aposentaram essas valiosas embarcaes, pelo contrrio, aumentaram suas quantidades e as modernizaram. Outro vetor, os helicpteros, ser tambm de grande valia para o emprego do conjugado anfbio em vrias tarefas. Com a incorporao dos NPM, com seus mltiplos spots, essas possibilidades certamente se multiplicaro. O ltimo vetor, as Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal, o que facilita o efetivo cumprimento da misso depois do movimento-navio-para-terra. Deve-se buscar balancear mobilidade e proteo, sem perder de vista a possibilidade de emprego em diversos ambientes, desde os urbanos at campo aberto, o que indica a necessidade de se compor nosso arsenal com um misto de viaturas com capacidades diferenciadas. Estas, no entanto, devem todas observar o imperativo de possuir carter naval e anfbio. Em termos organizacionais e de capacidade de comando e controle, cumpre mencionar que a flexibilidade no emprego dos GptOpFuzNav de forma escalonada e conectado em rede contribui com a mobilidade. Isso ocorre medida que o Comandante do GptOpFuzNav e respectivas agncias de comando, juntamente, com o escalo avanado podem iniciar, tempestivamente, o deslocamento para uma rea de crise, embarcados em um nico navio anfbio. Esse escalo avanado pode ser posteriormente multiplicado por outros mdulos operativos os quais porventura necessitem de mais tempo para se deslocar e que podem chegar ao local da crise por outros meios navais ou areos. A conexo em rede, via um Centro de Operaes de Combate digitalizado, favorece a mobilidade ao ampliar o nvel de conscincia situacional, o que, por sua vez, permite reduzir os ciclos decisrios e tempos de reao. A Diretriz n 6 descreve a necessidade de fortalecer trs setores de importncia estratgica: o espacial, o ciberntico e o nuclear. Nesse ltimo, identifica-se claramente a retomada do programa nuclear da MB, com o desenvolvimento do projeto do submarino nuclear, o qual inclui bases navais e centros cientficotecnolgicos capazes de desenvolver a infraestrutura necessria ao projeto. No contexto do CFN, considerando, especialmente, sua tarefa de defesa das instalaes navais, verifica-se a relevncia de desenvolver a capacidade de defesa qumica, biolgica e nuclear (QBN) em apoio ao projeto nuclear, nas reas de segurana e proteo especializadas, relativas aos meios da futura Marinha Nuclear. As Diretrizes n 8, 9 e 10 referem-se, respectivamente, ao reposicionamento dos efetivos das trs Foras, ao adensamento da presena de unidades do Exrcito, da Marinha e da Fora Area nas fronteiras, que incluem as fronteiras hdricas das AJB, e prioridade para a Regio Amaznica.7 Especificamente MB, essas diretrizes reconhecem a necessidade de defender as maiores concentraes demogrficas e os maiores centros industriais do Pas. No entanto, estabelecem claramente que a Marinha dever estar mais presente na regio da foz do Amazonas e nas grandes bacias fluviais do Amazonas e do Paraguai-Paran. Destacam, ainda, que nas guas Jurisdicionais Brasileiras as unidades da Marinha tm, sobretudo, tarefas de vigilncia, compondo sistema integrado de monitoramento/controle e atuao como reservas tticas regionais e estratgicas. Entre os vrios reflexos para o CFN, verifica-se que o incremento da ao de
7 Ibid., p. 6-7. 28
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presena da MB em vastas reas geogrficas requer, invariavelmente, a presena fsica de efetivos de FN capazes de prontamente embarcar em navios e aeronaves, capacitando-a a projetar poder e contribuir com a dissuaso. A dificuldade de monitoramento de reas da Amaznia e do Pantanal potencializam a necessidade de efetivos de FN como elemento humano essencial para complementar a cobertura de modernos sistemas de controle a serem instalados. Alm disso, tais diretrizes implicam a criao de novas unidades para operaes ribeirinhas, sem comprometer meios da Fora de Fuzileiros da Esquadra, com nfase nas trs reas tipicamente ribeirinhas brasileiras: a Amaznia Oriental (a regio fluviomartima do delta Amaznico), a Amaznia Ocidental e o Pantanal. Tendo em vista a necessidade de apoio mtuo entre foras navais, aeronavais e de fuzileiros navais principalmente nessas reas ribeirinhas, verifica-se a importncia de considerar o equipamento e articulao de todos esses componentes, de modo a garantir plena capacidade de emprego nessas regies. Nesse contexto, considerar a ampliao das unidades do Sistema de Segurana do Trfego Aquavirio, das unidades de transporte fluvial e dos esquadres regionais ser fundamental ao esforo ribeirinho da MB, no qual j ocorre um crescente incremento na participao de efetivos de Fuzileiros Navais em aes de patrulha e inspeo naval. A Diretriz n 17 diz respeito ao cumprimento de misses de garantia da lei e da ordem, nos termos da Constituio Federal. Apesar do desempenho do papel de polcia no ser a atividade fim dos GptOpFuzNav, sua flexibilidade possibilita a atuao nesses tipos de misso, o que, provavelmente, continuar a ocorrer no futuro. Porm, alm desse emprego em operaes terrestres sem carter naval, os Fuzileiros Navais podero contribuir com a ampliao da capacidade do Poder Naval de atuar na garantia da lei e da ordem. Particularmente, dever ocorrer um incremento da participao de Fuzileiros Navais embarcados em meios navais para cumprir misses de imposio da lei no mar. A Diretriz n 19 refere-se ao preparo das Foras Armadas para desempenharem responsabilidades crescentes em operaes de manuteno da paz, considerando que o fortalecimento do sistema de segurana coletiva benfico paz mundial e defesa nacional. Nesse contexto, verifica-se que o CFN possui um considervel histrico, no qual merece destaque, mais recentemente, sua participao na MINUSTAH, desde o primeiro contingente, em 2004. Alm da participao na MINUSTAH, diversas outras iniciativas nessa rea, tais como a participao de oficiais e praas em misses de observao das Naes Unidas e de desminagem humanitria, demonstram o engajamento do CFN nas operaes de paz, precedendo, at mesmo ao lanamento da END. Nesse preparo, outro vis, ainda, no devidamente mencionado, referese s operaes de paz de carter naval, nas quais a participao dos Fuzileiros Navais a bordo dos navios empregados nessas operaes essencial. Por fim, a Diretriz n 21 refere-se ao desenvolvimento do potencial de mobilizao militar e nacional para assegurar a capacidade dissuasria e operacional das Foras Armadas, as quais devero permanecer habilitadas a aumentar rapidamente os meios humanos e materiais disponveis para a defesa. Entre as principais aes visualizadas para o CFN, verifica-se a relevncia de ampliar o controle do contingente de oficiais e praas da reserva, incrementando programas que permitam atualizar conhecimentos e procedimentos operativos, bem como avaliar o condicionamento fsico, em meio a outras medidas necessrias manuteno da capacidade de mobilizao de meios de FN. importante ressaltar que na poltica de mobilizao do CFN as foras distritais, representadas pelos grupamentos de Fuzileiros Navais, constituem as reservas imediatas para elevar os efetivos dos GptOpFuzNav organizados pela FFE, quando essa Fora tiver exauridos seus recursos humanos. Nesse caso, a mobilizao dos oficiais e praas da reserva visaria atender s tarefas executadas pelos grupamentos de Fuzileiros Navais Distritais cujos efetivos foram empenhados para suprir as necessidades da FFE.
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At 2030, o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), parcela intrnseca, portanto, indissocivel do Poder Naval, consolidar-se- como a fora estratgica por excelncia, de carter expedicionrio, de pronto emprego e de projeo de poder. Como integrante do componente anfbio da Marinha do Brasil, conferir prontido operativa e capacidade expedicionria ao Poder Naval ampliando suas possibilidades para atuar, tempestiva e eficazmente, em qualquer regio que configure um cenrio estratgico de interesse. O CFN ser imprescindvel para a proteo da Amaznia Azul, pois contribuir para conferir credibilidade presena do Poder Naval no Atlntico Sul, seus contornos e ilhas ocenicas.
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Detalhamento da viso
Parcela intrnseca do Poder Naval: os laos que unem os Fuzileiros Navais Marinha do Brasil esto indissociavelmente atados, pois deles depende nossa capacidade de vencer batalhas e de executar operaes com carter anfbio e expedicionrio de pronta resposta, caractersticas que tornaro o CFN uma opo mpar e imprescindvel de emprego de fora. Sem o vetor naval de projeo estratgica perdemos nossa mais cara e profunda identidade operacional que h mais de 200 anos conforma nossas tradies e modela nossa doutrina , recursos humanos e materiais. Do mar sempre viremos e para ele sempre haveremos de retornar. Essa condicionante continuar a conformar o CFN do futuro, ainda mais, medida que conflitos e tenses se aproximam do litoral, passando a exigir do Poder Naval uma tempestiva capacidade anfbia que o habilite a projetar sua influncia sobre terra. Apartados da Marinha perderamos a razo de existir; sem a capacidade anfbia provida pelos Fuzileiros Navais, a importncia estratgica do Poder Naval brasileiro estaria significativamente diminuda. Fora estratgica: o CFN de hoje j possui inegvel valor estratgico, merc de capacidades e caractersticas desenvolvidas ao longo de sua histria. Uma fora estratgica deve possuir estruturas flexveis e versteis, ser dotada de grande mobilidade estratgica e ter capacidade de pronta resposta em situaes nas quais a rapidez e a oportunidade constituam fatores preponderantes para seu emprego, dentro ou fora do territrio nacional. Compete aos Fuzileiros Navais de hoje e de sempre cuidar para que os aspectos os quais nos distinguem como fora estratgica se consolidem e se acentuem. A anlise de cenrios prospectivos indica ser cada vez mais fundamental a existncia de foras de pronto emprego, com permanente prontido operacional e capacidade de projeo de poder nas reas de interesse estratgico do Pas, para atender a uma extensa gama de demandas operacionais. A versatilidade e a flexibilidade conferida pelo conceito de emprego por meio de GptOpFuzNav, capazes de rapidamente se adaptar a diferentes perfis de misso, atuando em todo o espectro da violncia em combate, seja em aes humanitrias, no combate s novas ameaas, seja no combate convencional, sero fatores preponderantes para sermos a melhor opo de emprego de fora estratgica da nao. Os GptOpFuzNav ampliaro sua capacidade de executar operaes ribeirinhas, com foco na segurana e no controle das margens dos rios. O CFN ter envergadura compatvel com a estatura poltico-estratgica do Pas e estar sempre apto a respaldar a poltica externa brasileira e atender aos interesses da Marinha do Brasil. Fora Anfbia: a eficcia do Poder Naval brasileiro estar relacionada sua capacidade de integrar os seus componentes clssicos: o naval, o aeronaval e o anfbio, para atuar em diversificadas operaes, em cenrios estratgicos de interesse. Os caracteres naval e anfbio dos GptOpFuzNav sero cada vez mais o diferencial do CFN no contexto das Foras Armadas brasileiras. Com o moderno entendimento de que operaes anfbias so todas e quaisquer operaes nas quais foras, vindas do mar, se lanam sobre terra, para atender a alguma demanda operacional, que tanto pode ser de combate como de no guerra, ampliam-se as opes para o Poder Naval projetar sua influncia nas reas de interesse. Os marinheiros soldados sero o vetor anfbio e expedicionrio da Marinha, pronto e forte, tanto para futuros embates em espaos de batalhas prximos aos litorais, contra ameaas convencionais ou assimtricas, quanto para apoiar aes no campo diplomtico. Para tanto, os GptOpFuzNav sero modernos e flexveis e estaro permanentemente prontos para atuar no mar, a partir do mar ou em guas inte32
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riores, de forma singular ou conjunta, dentro de prazos de reao exguos. Para serem os primeiros a atuar, esses grupamentos sero balanceados entre ser forte o bastante para vencer batalhas e leve o suficiente para facilitar seu rpido deslocamento estratgico. Fora expedicionria: a natureza da capacidade expedicionria que permeia as foras de Fuzileiros Navais guarda intrnseca relao com nossa vocao anfbia de projeo de poder. Definem os requisitos que devem possuir foras expedicionrias: mobilidade estratgica, flexibilidade, versatilidade, capacidade de assalto e retirada planejada, permanncia, prontido e austeridade. No CFN, o desenvolvimento desses requisitos foi decorrncia direta dos esforos de nossos antecessores em forjar uma fora anfbia, cuja doutrina, adestramento e meios foram concebidos para o embarque nos meios navais e o posterior desembarque para o cumprimento de misses em terra. Tal imperativo naval nos fez leves e geis, caractersticas basilares tanto para a capacidade anfbia como para a expedicionria. Esse mesmo imperativo estarmos sempre prontos para rapidamente embarcar em navios da Marinha do Brasil, e sermos estrategicamente por ela deslocados para cenrios de interesse dever continuar a pautar nossa preparao para o combate. Assim como no passado, dever ser o vetor naval no futuro quem forjar nosso perfil operacional. Esta ser, todavia, uma singradura na qual no poderemos navegar sozinhos, pois, expedicionrio h que ser o conjugado anfbio, e no, unicamente, o Fuzileiro Naval. Proteo da Amaznia Azul: a defesa da Amaznia Azul no deve ser conduzida de seu interior. Para proteg-la, sero necessrias aes nos nveis poltico, estratgico-militar e operacional, as quais no estaro restritas aos espaos martimos brasileiros. A segurana da Amaznia Azul decorrer da propagao da influncia do Poder Naval brasileiro pelo Atlntico Sul, suas adjacncias e ilhas ocenicas. A presena crvel do Poder Naval dever ser percebida no apenas no mar mas tambm nos litorais de nosso entorno estratgico. Nessa presena, uma fora que avance sobre terra, a partir de bordo, seja para combater, seja para oferecer apoio humanitrio, ser uma ferramenta imprescindvel no balano de poder da futura esfera de influncia da Marinha do Brasil.
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Viatura Blindada de Transporte de Pessoal sobre Rodas - Piranha - um dos vetores necessrios mobilidade ttica do CFN.
cionar o desenvolvimento da doutrina, do material e dos recursos humanos do CFN em consonncia com os rumos traados no presente artigo para esta prxima singradura. Operao Anfbia: o primeiro e mais importante eixo o regate, a valorizao e o permanente aperfeioamento da nossa capacidade de realizar operaes anfbias. Ao nos prepararmos para essas complexas operaes, estaremos tambm aptos a conduzir outras, de diferentes naturezas e envergaduras. Apesar de termos que estar, sempre, prontos para cumprir qualquer misso, o nosso foco e, consequentemente, nossa energia e recursos humanos, materiais e doutrinrios no devem nunca, por qualquer razo, abandonar esse eixo. ele que nos distingue e assegura nosso nicho operacional. GptOpFuzNav: o segundo eixo a ampliao da capacidade de emprego dos GptOpFuzNav, particularmente, pelo aumento de sua mobilidade, poder de fogo e meios de comando e controle, bem como pelo incremento de sua participao em diferentes misses. Esse modelo organizacional que combina, de forma modular, meios de combate, de apoio ao combate e de apoio de servios ao combate, terrestres ou areos, , particularmente, apropriado para a realizao de operaes anfbias de qualquer tipo ou envergadura. Sua peculiar caracterstica de poder ser empregado de forma escalonada, variando rapidamente o valor de sua tropa, dever constituir ferramenta indispensvel para futuros embates. Guerra de Manobra: o terceiro eixo estruturante a opo pela adoo do estilo de guerra conhecido como Guerra de Manobra. Esse estilo de guerra naturalmente adequado ao emprego de fora em ambientes de ameaas incertas, hbridas ou difusas, que exijam iniciativa e rapidez de deciso, ou quando uma fora tenha de se engajar em combate, sem apoio de retaguarda, em frentes amplas as quais impeam a concentrao de seu poder de combate, como o caso das operaes anfbias. A eficincia no emprego de GptOpFuzNav demanda a adoo de conceitos que valorizem a liderana em todos os nveis, a rapidez, a surpresa, a audcia e a capacidade de empregar armas de forma combinada que so fundamentos do estilo da Guerra de Manobra.
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A NO CFN
A doutrina do CFN ser capaz de se adaptar rapidamente s evolues tecnolgicas e blicas, permeando e orientando todos os esforos de formao de recursos humanos, de obteno e manuteno de materiais e do adestramento e emprego operacionais. As lies aprendidas com nossas prprias experincias contribuiro para o refinamento da doutrina. Esta no dever prescrever frmulas ou solues vitoriosas dos conflitos passados, mas apresentar-se como ferramenta de anlise, permitindo que o planejador aplique da melhor forma os meios disponveis para atingir os efeitos desejados determinados pelo escalo superior. VISO DE FUTURO DA DOUTRINA
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A doutrina, portanto, faz a ponte entre o passado e o futuro, inter-relacionando estratgia e ttica.
xito no emprego de foras militares est relacionado existncia de um entendimento comum sobre como traduzir os ditames estratgicos em tticas, tcnicas e procedimentos padronizados. Tal entendimento comum a doutrina no pressupe um conjunto de regras rgidas, mas, sim, a soma de experincias acumuladas, adaptadas s realidades e demandas operacionais correntes ou visualizadas para o futuro. A doutrina no deve ser considerada um dogma imutvel; ela evolui medida que evoluem as circunstncias, os sistemas de armas, as peculiaridades das Foras etc... Nessa evoluo, a doutrina subordina-se, irremediavelmente, aos ditames dos Princpios de Guerra; estes, sim, tm caractersticas de perenidade uma vez que derivam da natureza humana. Assim, para que se guarde aderncia realidade, partindo-se da estratgia, deve-se modelar a doutrina que servir de guia para se organizar, equipar e adestrar foras para um adequado e coerente emprego. A doutrina deve compor um conjunto de entendimentos e crenas mtuos que orientar os militares, individualmente ou em conjunto, garantindo eficincia e familiaridade na execuo de tticas, tcnicas e procedimentos, bem como no emprego dos diferentes sistemas de armas. A doutrina, portanto, ao mesmo tempo que se vale de todo o cabedal de conhecimento e de experincia acumulado por uma Fora ao longo de sua existncia, tem que ser orientada para permitir o atendimento das diretrizes estratgicas de interesse nacional. Se rompermos com o passado, perderemos nossa referncia operacional, desperdiaremos a vocao e competncia construdas e arriscaremos tornar obsoleto nosso arsenal. Por outro lado, se no focarmos nas demandas estratgicas nacionais, correremos o risco, muito provvel, do planejamento e preparo de nosso emprego tornarem-se despropositados e, consequentemente, dispensvel nossa prpria existncia. A doutrina, portanto, faz a ponte entre o passado e o futuro, inter-relacionando estratgia e ttica. O estudo da END apontou a necessidade de o CFN estar pronto, precipuamente, visando contribuir para a defesa da Amaznia Azul. Nossa doutrina deve, portanto, subordinar-se a esse imperativo. Deve valer-se de nossas caractersticas e vocaes consolidadas para modelar um conjunto de opes de emprego que sejam teis para a aplicao com credibilidade do Poder Naval no Atlntico Sul. A vocao anfbia do CFN ser um valioso instrumento para projetar poder naval em ilhas ocenicas e em litorais de interesse. Essa projeo no pressupe apenas o uso de fora. Muitas vezes, o poder se materializa em aes pouco blicas, como as ajudas humanitrias ou as aes para mitigar crises. Nossa prontido operativa, aliada mobilidade estratgica do conjugado anfbio, dever ser constantemente aperfeioada. Para estabelecer a adequada ligao com a END, nossa doutrina anfbia ter que ser revitalizada, de modo a oferecer uma diversificada capacidade ao Poder Naval. Para tanto, trs principais pilares, eixos norteadores de nosso desenvolvimento doutrinrio, continuaro a ser a base de nossa doutrina: a expertise na execuo das operaes anfbias, o modelo de combinar meios de combate de apoio ao combate e de apoio de servios ao combate por meio de GptOpFuzNav e seu emprego segundo os preceitos da Guerra de Manobra. A flexibilidade e versatilidade inerentes aos GptOpFuzNav sero fundamentais para a consecuo das tarefas que nos sero impostas.
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Alm do imperativo anfbio, abrangendo todo seu espectro de emprego, desde o combativo assalto anfbio at a projeo anfbia de carter humanitrio, nossa doutrina dever tambm contemplar a defesa de ilhas ocenicas e de reas de interesse naval. Alm disso, crescer de importncia o emprego de Fuzileiros Navais na proteo fsica dos meios navais, necessidade cada vez mais premente ante o aumento da incidncia de novas ameaas que devem ser combatidas pelo Poder Naval. Sem comprometer suas competncias desenvolvidas, o CFN dever estar pronto para enfrentar inimigos difusos em ambientes complexos, tais como litorais urbanizados ou com sistemas antiacesso, nos quais diversos atores interagem simultnea e irregularmente, podendo empregar uma extensa gama de armas assimtricas, desde as mais rsticas at as cibernticas. No futuro, os ambientes tendero cada vez mais a se tornarem extremamente complexos em razo da crescente urbanizao dos litorais e, portanto, da necessidade de se atuar no interior dessas reas intensamente urbanizadas, onde existe grande presena de no combatentes e mandatria a interao com diversificados atores governamentais ou no governamentais. O CFN ter que aperfeioar sua capacidade de lidar com culturas diferentes, sabendo identificar lideranas locais e interagir com diversificadas populaes e suas demandas, o que no futuro se constituir em um enorme diferencial operacional, multiplicando o poder de combate de nossas tropas. Para tanto, ser necessrio que cada Fuzileiro Naval, a par de sua competncia profissional, desenvolva tambm, independentemente de seu posto ou graduao, adequada competncia cultural. Esse novo e catico ambiente, com visibilidade global decorrente da quase onipresena da mdia, demandar uma tropa capaz de empregar fora de forma eficaz, porm legtima, humana e respeitosa. Os GptOpFuzNav devero ser capazes, merc do gradualismo de seu emprego, proporcionado pelas caractersticas do Poder Naval de mobilidade e permanncia, de multiplicar rapidamente seu valor militar a fim de atender evoluo dos propsitos de suas variadas misses; versteis e flexveis, tero que saber conjugar operaes de informao, de combate e civis-militares.
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O PROCESSO DOUTRINRIO A doutrina do CFN deve ser entendida como um processo contnuo, cclico, sistematizado e integrado. Trata-se de um processo contnuo medida que busca atender s permanentes demandas de atualizao doutrinria em face da evoluo da guerra. O carter cclico decorre da realimentao do processo que mantm a doutrina atual e corrige eventuais falhas em sua formulao, contribuindo para seu aperfeioamento. Esse processo segue uma sistematizao estabelecida em um planejamento de longo prazo, denominado Plano de Desenvolvimento da Srie de Publicaes do CGCFN, que define a metodologia a ser seguida em todas as fases do seu ciclo. No entanto, para que todo o processo seja efetivo, ele deve estar plenamente integrado s atividades de ensino, instruo e adestramento, bem como s atividades de planejamento e execuo do reaparelhamento do CFN. A doutrina orienta no apenas o emprego como a organizao e o material, em razo da interdependncia existente entre eles. A doutrina no CFN dever estar em permanente evoluo, observando o Ciclo Doutrinrio que compreende pesquisa, formulao, validao, ensino e seu posterior refinamento.
Ciclo Doutrinrio
a) Pesquisa Decorre da necessidade de reviso ou elaborao de novas publicaes, com o intuito de perseguir o estado da arte. O Comando-Geral delineia as alteraes, ou desenvolve o arcabouo das novas publicaes, mediante a definio preliminar das abordagens e principais aspectos de seus contedos. So partcipes ou fornecem subsdios para tal atividade, entre outras, as seguintes fontes: o Centro de Estudos do CFN; as lies aprendidas; as publicaes doutrinrias da MB; as publicaes doutrinrias do MD, EB e FAB; as publicaes estrangeiras; os contedos programticos de cursos ministrados no Pas ou no exterior; os manuais de fabricantes de equipamentos; os oficiais de intercmbio no Pas e no exterior; e os subsdios e sugestes, oriundos de fontes diversas, colecionados no ComandoGeral. b) Formulao Depois de a pesquisa coletar os conhecimentos necessrios, aqueles que trabalham na reviso ou elaborao da publicao, quer individualmente, quer como integrantes de um Grupo de Trabalho, transformam todo esse material em uma minuta de manual ou de sua atualizao. A fase da formulao tambm de primordial importncia para a definio sobre a aquisio e emprego dos sistemas de armas.
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Durante a formulao devem ser verificados os seguintes aspectos: todo detalhamento doutrinrio deve estar coadunado com os preceitos estabelecidos pela Doutrina Bsica da Marinha; os documentos doutrinrios de maior precedncia, como os oriundos do MD, devem ser observados; o emprego conjunto das Foras Armadas, uma diretriz da END, impe o condicionante da interoperabilidade para a doutrina do CFN; portanto, a doutrina vigente no EB e na FAB devem ser consideradas; por ser o CFN uma fora que vem do mar, toda sua doutrina deve obedecer a trs imperativos: O emprego de tropas sempre organizadas por meio de GptOpFuzNav, organizao especialmente adaptada ao emprego naval; A observncia dos preceitos da Guerra de Manobra, estilo de conduo do combate adequado para foras que vindas do mar, so leves e geis; e A necessria adaptao ao mar e guerra anfbia de seus vetores de projeo e sistemas de armas e, por via de consequncia, tambm de suas tticas, tcnicas e procedimentos.
c) Validao Depois de sua formulao e antes de sua divulgao, a doutrina precisa ser experimentada para que se possa verificar a adequao da teoria prtica. O Centro de Avaliao da Ilha da Marambaia funcionar como instrumento para testar os princpios que serviram de base para o corpo doutrinrio do CFN, culminando com a validao da doutrina proposta. d) Ensino Depois da validao a doutrina precisa ser difundida. Isso ocorre por meio, principalmente, do ensino, mas o adestramento e a instruo nas OM operativas tambm exercem papel importante na sua correta assimilao em todos os nveis. Assim, os Centros de Instruo, os de Adestramento, e as unidades operativas precisaro estar permanentemente atentos a eventuais evolues em nosso corpo doutrinrio, devendo ser flexveis para introduzir os necessrios aperfeioamentos, de modo a promover a divulgao da doutrina de forma equnime. e) Refinamento Apesar das slidas bases em que se assentam qualquer evoluo doutrinria, sempre haver espao para seu aperfeioamento, particularmente, depois de ela ser posta em prtica pelas unidades operativas. Sua interao com a realidade do combate e operaes, reais ou fictcias, forando sua confrontao e emprego em situaes no imaginadas na fase de sua formulao, faz com que sejam descerrados aspectos que precisam ser refinados. A realimentao do Ciclo Doutrinrio ocorre por meio da observao de exerccios, elaborao de cuidadosos relatrios, particularmente os de operaes reais pela coleta de lies aprendidas, assim como por meio do emprego de sistemas de avaliao e simulao, com emprego de moderna tecnologia, que podem ser aplicados aos procedimentos de avaliao operacional. O colecionar das experincias obtidas, preferencialmente sob a forma de lies aprendidas, decorrente da aplicao prtica dos preceitos doutrinrios, seja em emprego real, seja em exerccios de adestramento, possibilitar o fechamento do Ciclo Doutrinrio, remetendo os planejadores sua atividade primeira: a pesquisa para a obteno de solues para o adequado emprego dos GptOpFuzNav.
Adestramento de tiro no Centro de Instruo e Adestramento Almirante Milciades Portela Alves (CIAMPA)
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A DOUTRINA NO CFN No futuro, o CFN dever dispor de um Comando de Desenvolvimento Doutrinrio que controle e dirija todo o ciclo do desenvolvimento doutrinrio. Esse Comando buscar cobrir a atual lacuna organizacional do setor CGCFN, que no possui nenhuma OM vocacionada para o desenvolvimento e aplicao da doutrina em todas as fases de seu ciclo. A primeira fase do Ciclo Doutrinrio, a pesquisa, ser bastante ampliada com o desenvolvimento do Centro de Estudos do CFN. As atividades desse centro devero estar voltadas para garantir a aplicao dos conhecimentos adquiridos por meio de lies aprendidas, bem como para proporcionar uma estrutura para pesquisa e desenvolvimento de novas concepes doutrinrias, pela manuteno de um acervo documental e bibliogrfico e de profissionais capacitados a conservar o acervo histrico do conhecimento militar acumulado no CFN, nas demais Foras Armadas e em outros pases. Para o desempenho de suas funes, o Centro de Estudos do CFN dever contribuir com a avaliao do conhecimento acadmico produzido por oficiais e praas, bem como com a anlise e registro das discusses e assuntos tratados em simpsios e seminrios de interesse do CFN, a aplicao do programa de leitura profissional, o acompanhamento de atividades operativas e o acompanhamento dos conflitos e operaes em andamento. O Centro de Estudos do CFN participa ainda da fase final do Ciclo Doutrinrio por meio da gerncia das lies aprendidas, que, por se constiturem na retroalimentao ideal da doutrina formulada, contribuem significativamente para seu refinamento. A fase da validao do Ciclo Doutrinrio ser a principal tarefa do Centro de Avaliao da Ilha da Marambaia, que se valer da estrutura de apoio ao adestramento existente e das potencialidades de ampliao de suas capacidades. Esse centro dever estar capacitado a realizar a avaliao e apoio ao adestramento conduzido pela Fora de Fuzileiros da Esquadra e, na medida de suas necessidades, s Unidades de Fuzileiros Navais distritais, bem como prover o apoio a atividades prticas de ensino conduzidas pelos Centros de Instruo do CFN.
Centro de Avaliao da Ilha da Marambaia - onde sero realizadas as validaes dos processos doutrinrios do CFN
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MATERIAL
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Os GptOpFuzNav possuiro adequados meios materiais que ampliem sua eficcia e capacidade de durar em combate. A letalidade, mobilidade e proteo conferidas por esses armamentos e equipamentos sero um fator de multiplicao do poder de combate, mas sero, ao mesmo tempo, ligeiros e leves para no comprometerem nosso carter naval e expedicionrio. Esses grupamentos tero a capacidade de explorar ao mximo as possibilidades do apoio logstico seletivo prestado a partir de bordo dos navios em proveito das unidades em terra.
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Outro ponto de bastante relevncia para o futuro logstico dos Fuzileiros Navais reside no fato de que o CFN controlar todo o seu material.
desenvolvimento do material do Corpo de Fuzileiros Navais em consonncia com os eixos estruturantes deve ser balizado pela necessidade de se ampliar a capacidade anfbia do Poder Naval e de se consolidar o emprego dos Fuzileiros Navais por meio de GptOpFuzNav. Equipar adequadamente as Unidades de Fuzileiros Navais que contribuiro para a proteo da Amaznia Azul ser o objetivo principal desse processo. O foco da guerra no mar vem migrando dos engajamentos de esquadras em alto-mar para o combate no litoral, a incluindo a projeo do Poder Naval sobre terra. Em contrapartida a essa tendncia, muitas naes tm aperfeioado suas estratgias antiacesso, que objetivam resguardar suas costas de ameaas exgenas. Essas posturas antagnicas, entrada forada e antiacesso, prenunciam o desenvolvimento de doutrina, armamento e equipamento para emprego em conflitos nos litorais. nesse sentido que cresce de importncia a incorporao dos conceitos da guerra de manobra como elemento multiplicador do poder de combate da fora que, vinda do mar, vence as barreiras antiacesso e cumpre sua misso, partindo de poder de combate em terra quase nulo. A logstica dos Fuzileiros Navais passa a merecer destaque dentro de tal cenrio, pois o que confere credibilidade a uma fora a qual vem do mar sua capacidade de ser projetada em determinada rea, em uma moldura temporal desejada e sustentar, ainda que em condies austeras, o poder projetado at o cumprimento da misso. Essa peculiaridade, e por que no dizer, desafio, deve continuar a ser o norte de todo e qualquer esforo que vise ao aperfeioamento do apoio logstico prestado aos marinheiros-soldados. Outro ponto de bastante relevncia para o futuro logstico dos Fuzileiros Navais reside no fato de que o CFN controlar todo o seu material. Os armamentos, equipamentos e sistemas de uso exclusivo ou preponderante do CFN, antes controlados, adquiridos e distribudos por diretorias especializadas da MB, so agora gerenciados pelo Comando do Material de Fuzileiros Navais. Essa evoluo administrativa permitir o atendimento tempestivo das necessidades das unidades de FN, contribuindo para um melhor aprestamento de nossas foras. LOGSTICA Carter naval e natureza expedicionria so os traos fortes com que se desenha o tipo de apoio logstico prestado s foras anfbias. Esse desenho peculiar e nico em decorrncia do imperativo de se necessitar apoiar, a partir do mar, tropas que combatem e atuam em terra. A logstica, de forma geral, obedece a um ciclo que tem incio e termina nas unidades e foras. Esse processo dividido em trs fases: determinao das necessidades; obteno; e distribuio. A fase mais importante a primeira, pois uma acurada determinao das necessidades tem influncia direta na eficincia de todo o processo. Durante a obteno, as solicitaes e demandas transformamse em armas, equipamentos, alimentos, munio, reforos e em tudo o que for necessrio para sustentar o poder de combate. O ciclo se encerra com a distribuio dos itens obtidos s unidades e foras. A distribuio abrange, alm do transporte, todo um sistema composto por bases, depsitos, procedimentos e mtodos de controle. Do processo acima descrito, cabe salientar que o ciclo comea e termina nas unidades e foras, e estas devem ser a motivao principal de toda e qualquer atividade logstica desenvolvida. A logstica no um fim em si mesma, ela existe
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Nesse sentido, o apoio logstico s foras anfbias revestese de particular importncia, pois ele dever ser um multiplicador de seu poder de combate...
e deve ter suas atividades conduzidas para sustentar e impulsionar, nunca inibir, as aes de combate e de apoio ao combate. Por essa razo, o foco de todo o sistema de material e logstico do CFN deve estar centrado no Fuzileiro Naval em ao na frente de contato. Tudo deve ocorrer a partir de tal ponto de referncia. Nesse sentido, a transferncia da gerncia de todo o material de Fuzileiros Navais para o CFN torna-se um enorme facilitador. O Comando de Material pode agora, mais facilmente, identificar e satisfazer todo o espectro de demandas operacionais. Espectro esse que se inicia no prprio Fuzileiro Naval, o qual dever portar uniforme e equipagem individual no estado da arte e em condies de prover conforto operacional e identidade institucional. A qualidade, eficincia e apresentao militar desses itens devem ser razo de destaque na participao dos Fuzileiros Navais em qualquer atividade, o que dever ajudar a consolidar sua credibilidade de soldados altamente profissionais, alm de reforar, individualmente, aspectos como moral e esprito de corpo. Todo soldado de aspecto profissional denota ter uma retaguarda logstica responsvel e eficiente, o que vem a ser, em ltima anlise, um multiplicador de poder de combate. A logstica, apesar de lidar primordialmente com o mundo fsico, tem papel fundamental na manuteno do moral e da coeso mental da tropa, provendo conforto, alimento e os meios necessrios conduo das operaes. Isso serve para liberar a fora para focar em aspectos combativos e dar tropa a sensao de que tudo est funcionando conforme o planejado, contribuindo para reforar o moral do combatente anfbio. Com relao aos aspectos combativos, cabe salientar que os enfrentamentos no litoral, com foras partindo de um poder de combate inicial em terra prximo do zero, ensejam a adoo de conceitos da guerra de manobra, pois demandam maior flexibilidade, rapidez, descentralizao e foco no inimigo. Nesse sentido, o apoio logstico s foras anfbias reveste-se de particular importncia, pois ele dever ser um multiplicador de seu poder de combate, evitando ser um fator de inibio que restrinja o alcance ou retire a flexibilidade da tropa apoiada. Assim, a logstica deve possuir: postura proativa; capacidade de se adaptar fluidez do combate e de se antecipar s necessidades da prxima batalha; reagir prontamente a novas situaes impostas e em meio desordem inerente aos campos de batalha e um sistema de comando e controle logstico apto a operar em meio nvoa da guerra, lidando com informaes imprecisas e incompletas. MODERNIZAO O mar continuar a ter papel relevante na conduo das operaes militares futuras. Assim, cumpre que seja mantida e aprimorada a capacidade de se operar a partir de bases no mar. Essa capacidade, a ser aperfeioada conjugadamente com os meios navais, no deve ficar restrita ao apoio logstico prestado s tropas anfbias em terra. Deve-se buscar tambm robustecer as foras ofensivas ou defensivas que operem no mar, ou a partir do mar, incrementando sua letalidade, manobrabilidade, sustentabilidade e visibilidade do campo de batalha. A operacionalizao desse conceito, no entanto, no tarefa fcil. Ela se baseia em grande medida na incorporao aos inventrios navais de inovaes tecnolgicas de vulto, algumas com previso de se tornarem realidades em futuro no muito prximo. Mas isso no deve impedir que a logstica anfbia evolua nessa direo geral, onde se enfatiza a utilizao de meios navais como base em detrimento s reas de apoio em terra e onde o apoio logstico navio-objetivo deva prevalecer sobre o navio-praia-objetivo. Dificilmente, se configurar a situao na
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qual a Fora de Desembarque possa prescindir dos meios navais por estar firmemente estabelecida em terra. As principais marinhas do mundo tm tambm caminhado nessa direo e tm buscado ampliar suas capacidades de conduzir operaes de entrada forada e de operar baseadas no mar, por meio da incorporao de navios anfbios capazes de projetar foras em terra e de sustent-las a partir do mar. A modelagem dessa modernizao logstica deve ter como objetivo principal o aumento da prontido combativa e da flexibilidade e letalidade dos grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais, por meio do uso de moderna tecnologia da informao, conjugada com novos processos de gerenciamento em todas as fases da logstica. O foco de tal modernizao deve ser colocado no prprio Fuzileiro Naval em ao. O produto de toda e qualquer melhoria deve trazer resultados prticos para a tropa que se encontra na linha de contato. Para tanto, o primeiro passo buscar colher as lies aprendidas com o emprego dos GptOpFuzNav-HAITI e, particularmente, com as aes decorrentes dos terremotos no Haiti e no Chile. A experincia adquirida no emprego de tropa nessas aes mostrou a importncia de aprimorarmos as sistemticas logsticas hoje existentes na MB, visando dar celeridade ao atendimento das demandas. Embora as operaes de paz no sejam a razo maior de nossa existncia, o esforo logstico desenvolvido para a prontificao tempestiva dos GptOpFuzNav nelas empregados e a manuteno de sua condio operacional em reas distantes de suas bases servem de excelentes instrumentos de aperfeioamento de nossas estruturas logsticas.
Outro ponto importante diz respeito atual postura logstica das unidades de Apoio de Servios ao Combate do CFN, que devem buscar apoiar as unidades de combate e de apoio ao combate, no s nas operaes e adestramentos mas tambm nas atividades rotineiras a bordo de suas bases, cumprindo rotinas similares s desenvolvidas em combate. Assim, as unidades de Apoio de Servios ao Combate, alm de se adestrarem na tarefa de propiciar todas as funes e atividades logsticas necessrias, podem participar ativamente do adestramento da unidade apoiada, familiarizando-se com a forma de operar dos comandantes e com os esquemas de manobra, processos e procedimentos da unidade apoiada, o que deve fomentar o esprito
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de equipe, criar laos tticos e tornar mais suave a transio de uma situao de adestramento para a de combate. Nas operaes reais ou nos adestramentos, devem ser aplicados os conceitos de logstica focada e proativa. A logstica focada a habilidade de prover os GptOpFuzNav com pessoal, equipamento e suprimentos adequados no tempo, local e quantidades certos. Na logstica proativa, o apoio prestado sob presso, procurando antecipar-se s necessidades das unidades em ao em vez de aguardar a solicitao dessas unidades para, s ento, prover o apoio solicitado. Visualizasse que o apoio de servios ao combate deva ser capaz de: utilizar os navios no desenvolvimento do apoio de servios ao combate; manter elevados nveis de disponibilidade em campanha de modo a no refrear a impulso ttica do GptOpFuzNav; prover abastecimento seletivo em terra, o que demanda permanente acompanhamento das aes tticas e das demandas logsticas geradas; e adaptar-se s flutuaes de combate agindo de forma proativa. Para tornar real esses conceitos, alm da mudana de postura e de procedimentos, deve-se dispor de sistemas informatizados, com visibilidade total das informaes logsticas em tempo real, conectando os logsticos e os combatentes em primeiro escalo em todas as funes e atividades logsticas. As bases de Fuzileiros Navais devem continuar a se desenvolver buscando aliviar as unidades operativas de encargos administrativos, permitindo que estas se concentrem em sua atividade fim. O apoio administrativo s unidades operativas deve ser o Ponto Focal de Esforo das bases. Os eventuais empregos das bases em atividades operativas de apoio de servios ao combate nos adestramentos e operaes devem ocorrer, sempre, por intermdio das unidades concebidas para esse fim, preferencialmente, reforando-as. A no observncia dessa condicionante, apesar de resolver um problema imediato, cria distores perenes ao desenvolver capacidades operativas em unidades com vocao administrativa e atrofiar a capacidade logstica das unidades da Tropa de Reforo. A busca pela preservao da capacidade de operar a partir do mar deve ter seus passos acertados com os dos rgos responsveis pelo desenvolvimento da logstica naval, visando aumentar a integrao de meios e processos necessrios conduo dos combates anfbios do futuro. Alm dos processos e conceitos, os equipamentos e armamentos de Fuzileiro Naval devem tambm ser modernizados, guardando sempre a perspectiva de que nossos meios devem possuir caractersticas navais e oferecer mobilidade e flexibilidade aos GptOpFuzNav. Combatente Anfbio do Presente: o aprestamento do combatente anfbio deve receber prioridade. Os itens de equipagem individual e, particularmente, os de proteo devem ser mantidos no estado da arte. Eles no podem ser pensados de forma estanque; ao contrrio, devem ser concebidos, ou pesquisados no mercado, para serem empregados em conjunto, de forma harmnica e ergonmica para o Fuzileiro Naval em combate. No basta, contudo, que tais itens sejam adequadamente concebidos ou pesquisados; todo o processo de aquisio deve ser controlado para garantir que o item entregue tropa possua as mesmas caractersticas tcnicas projetadas de conforto operacional, proteo individual e durabilidade. Para tanto, fundamental se fazer uma especificao detalhada e se acompanhar com testes a entrega dos itens pelo fabricante. Da mesma forma, o uniforme de campanha do Fuzileiro Naval deve capacit-lo para as caractersticas do combate futuro. No caso do CFN, o ambiente operacional mais provvel de emprego o litoral do nosso entorno estratgico, frica Atlntica e Caribe, em seus ambientes costeiros e urbanos. O padro da camuflagem de nosso uniforme e de alguns itens de equipagem deve ser adequado a esses ambientes. Alm disso, o desenho do uniforme deve tambm ser projetado para atender s necessidades do combatente em ao, aumentando sua capacidade de sobrevivncia, sua maneabilidade e o distinguindo de outras foras armadas, nacionais ou estrangeiras, o que, ao conferir identidade institucional dever reforar o esprito de corpo dos combatentes anfbios.
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Combatente Anfbio do Futuro: ainda relacionado ao aprestamento do combatente anfbio est sua insero em um amplo sistema de Comando e Controle Digital. Essa iniciativa tem o propsito de ampliar a visibilidade e a compreenso do espao de batalha dos GptOpFuzNav, permitindo a sincronizao de suas aes e o direcionamento mtuo de esforos, o que deve aumentar sua eficincia em combate. Nesse sentido, cada Fuzileiro Naval, no futuro, dever estar conectado a uma rede de comunicaes de voz e de dados que lhe permita compartilhar sua viso da ao e apoiar, quando necessrio, suas decises. A sua conexo com seus pares formar uma rede dentro de sua Esquadra de Tiro. Essa rede, por sua vez, estar conectada a sucessivas redes que comporo o amplo sistema de comando e controle de um Centro de Operaes de Combate digitalizado (COC Digital). Esse COC Digital se desenvolver sobre a mesma plataforma do j consagrado Sistema de Jogos Didticos (SJD) do CFN, prevendo uma capilaridade que atinja at o soldado, individualmente, na frente de contato, constituindo um imprescindvel instrumento para a conduo da guerra no futuro. Cada militar dever ter disponvel ferramentas de comunicao de voz e de dados, de localizao geogrfica e de registro de udio e vdeo. A similaridade da interface do COC Digital e do SJD facilitar a conduo do ensino do ambiente de Comando e Controle pelo CIASC, do adestramento dos GptOpFuzNav pela FFE e da sua avaliao operacional pelo Centro de Avaliao da Ilha da Marambaia. Para tanto, o SJD dever adquirir caractersticas de portabilidade, com o intuito de possibilitar seu emprego em apoio ao adestramento e avaliao operacional tanto em Itaoca, no Esprito Santo, como na Ilha da Marambaia. O desenvolvimento do SJD deve ocorrer por meio de parceria com o meio acadmico, estimulado cada vez mais a colaborar com este e outros projetos, firmando laos de cooperao fundamentais para a pesquisa, experimentao e o futuro desenvolvimento tecnolgico do CFN. Dessa forma, o Fuzileiro Naval do futuro ser parte integrante de um sistema conectado em rede. Para a adequada conduo de guerras centradas em redes, no entanto, torna-se necessrio o desenvolvimento da mentalidade da Guerra de Manobra, para que se possa potencializar os benefcios de um ciclo de deciso mais rpido e incorporar a mentalidade de no se tolher a iniciativa dos subordinados. Ao mesmo tempo, h que se desenvolver ferramentas e procedimentos os quais possibilitem lidar com maior volume de informaes, filtrando, processando, disseminando e protegendo os conhecimentos gerados. A superioridade de informao e o ritmo acelerado dos ciclos decisrios devero conduzir superioridade na deciso e na ao, sendo fundamentais para facilitar a manobra e aumentar a preciso dos engajamentos dos GptOpFuzNav. Outro ponto de fundamental importncia, decorrente da ampliao da visibilidade e do conhecimento situacional do espao de batalha, a tendncia, que deve ser evitada a todo custo, do superior tentar controlar todas as aes, inclusive, as dos subordinados na frente de contato. A exacerbada quantidade de dados canalizados para os altos escales ampliando seu domnio virtual no deve nunca retirar a iniciativa do Fuzileiro Naval em combate, pois s ele detm o verdadeiro conhecimento da cena de ao e a capacidade de pronta resposta. Para tanto, ser necessrio conferir ao Fuzileiro Naval adequada autonomia. Mobilidade e Proteo Blindada Coletiva: um dos principais objetivos da modernizao o de ampliar a mobilidade e a proteo dos GptOpFuzNav. Com relao a tal aspecto, as caractersticas navais e anfbias constituem a referncia constante na definio dos meios que devem compor nosso inventrio. A mobilidade ttica para os Fuzileiros Navais necessitar ser baseada em trs vetores: embarcaes de desembarque, helicpteros e viaturas blindadas. As Embarcaes de Desembarque de Carga Geral (EDCG), assim como as de Viaturas e Material (EDVM), continuaro a ser, ainda por um bom tempo, fundamentais tanto para a projeo dos GptOpFuzNav em terra como para seu sustento a partir do mar. O conceito de apoio logstico a partir do mar demanda conectores flexveis e confiveis entre as bases embarcadas e a tropa em terra. Essas
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embarcaes, de importncia comprovada em recentes operaes internacionais de combate, humanitrias ou de evacuaes de no combatentes sero cada vez mais necessrias para fortalecer a presena do Poder Naval brasileiro no Atlntico Sul, seus litorais, pontos focais, e ilhas ocenicas. Helicpteros operando a partir de Navios Anfbios ou, no futuro, nos de Propsitos Mltiplos sero tambm vetores de mobilidade ttica importantes para operaes de perfis diversificados. Tanto em Projees Anfbias sobre litorais hostis ou permissivos como em Operaes de Paz de Carter Naval, transportando Fuzileiros Navais em operaes de interdio martima, esas aeronaves de transporte de tropa sero imprescindveis. Outro vetor de mobilidade ttica a Viatura Blindada de Transporte de Pessoal. Tais viaturas, assim como todos os meios de Fuzileiros Navais, devem observar o imperativo de poderem ser transportados por meio naval e desembarcados anfibiamente, sem a necessidade do apoio de um cais. O atual inventrio dessas viaturas blindadas composto pelos Carros Lagarta Anfbios e pelas Viaturas Blindadas para Transporte de Pessoal sobre lagarta e sobre rodas tem se mostrado adequado para a proteo blindada coletiva e o apoio ao movimento dos GptOpFuzNav. A complementaridade existente entre a lagarta e roda constitui uma preciosa capacidade que deve ser preservada, pois confere flexibilidade, permitindo ampliar a mobilidade do Fuzileiro Naval tanto em ambientes urbanos como em campo aberto. O CFN continuar a investir nessas famlias de blindados, buscando aperfeio-los. Assim, os M-113 TP, uma viatura empregada em mais de 30 pases, esto tendo os seguintes sistemas modernizados: conjunto de fora (motor, caixa de transferncia e diferencial), suspenso (patins e amortecedores), torre, eltrico, de intercomunicao e de arrefecimento. O Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do CFN executar, integralmente, essa modernizao, incorporando a respectiva tecnologia a ser transferida pela firma vencedora da licitao internacional.
Com relao s viaturas blindadas sobre rodas, a opo pela famlia Piranha IIIC tem mostrado seu acerto nas ruas de Porto Prncipe, Haiti, onde essas viaturas vm sendo empregadas h mais de dois anos com grande eficincia. At 2014, o CFN possuir 30 viaturas Piranha IIIC, que, por sinal, so empregadas em outros 15 pases.
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Helicpteros, Embarcaes de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM) e Viaturas Blindadas Anfbias: trs vetores necessrios mobilidade ttica do CFN.
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Simuladores: esses equipamentos sero fundamentais para adestrar os Fuzileiros Navais, preparando-os, de forma econmica, para atuar nos diversos ambientes empregando extensa gama de armamentos. Alm dos atuais simuladores de tiro de fuzil e do simulador ttico de infantaria, que permite avaliar os engajamentos das fraes em nvel ttico, o CFN deve buscar incorporar sistemas que simulem os tiros e a coordenao dos fogos de artilharia e de outras armas de apoio de fogo. Os simuladores do tipo que possibilita ao combatente efetivamente atingir seus opositores com munies especiais, podem agregar bastante realismo aos adestramentos, complementando o sistema de simulao de interaes, e incorporando simulao nova dimenso sensorial a ttil , com as decorrentes sensaes de dor e medo, sempre presentes em combate, mas de difcil simulao. A busca pela simulao no deve ficar restrita ao mero emprego de equipamentos, estes devem ser empregados, sempre que possvel, inseridos em um contexto operacional, onde a realidade fsica e a virtual possam se complementar. Alguns pases j dispem de pistas ou instalaes em que seus militares so adestrados nas mais diversificadas aes militares, com auxlio da interao entre seus simuladores e um ambiente fsico montado, com construes, populao civil e fora adversa compondo o ambiente operacional. Defesa Qumica, Biolgica e Nuclear: as companhias de Defesa Qumica Biolgica e Nuclear de Itagua, no Rio de Janeiro, e de Aramar, em So Paulo,
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foram contempladas, respectivamente, com a segunda e terceira prioridades de um total de 83 estabelecidas pelo Ministrio da Defesa em seu Plano de Articulao e Equipamento da Defesa. A MB j iniciou os estudos para a implantao de ambas as companhias, e o CGCFN est planejando a aquisio de material e o detalhamento da doutrina de emprego dessas subunidades. As duas companhias tero as tarefas de prover tanto a segurana nuclear como a segurana orgnica das instalaes do Centro Tecnolgico da Marinha, em So Paulo, e da futura base de submarinos da Marinha em Itagua, no Rio de Janeiro. O conhecimento adquirido por essas companhias, com seus militares, equipamentos e doutrina, deve ser empregado para ampliar a capacidade dos GptOpFuzNav em conduzir aes de Defesa Qumica, Biolgica e Nuclear. Essa capacidade, aliada ao carter naval do conjugado anfbio, representar uma valiosa opo de emprego, seja para a rea operacional, seja para a ajuda humanitria. Cincia e Tecnologia: o reconhecimento do Centro de Reparos e Suprimentos Especiais do CFN como um Instituto de Cincia e Tecnologia (ICT) permitir que o corpo se integre Estrutura de Cincia, Tecnologia e Inovao da MB. Essa iniciativa permitir intensificar as atividades de pesquisa necessrias ao desenvolvimento cientfico e tecnolgico de interesse do CFN e da MB. O CRepSupEspCFN ser a unidade responsvel por coordenar as aes de desenvolvimento tecnolgico e inovao no mbito do CFN, devendo, para tanto, atrair pesquisas da comunidade acadmica que sejam de interesse para o desenvolvimento do material de Fuzileiros Navais. Outros Sistemas: encontra-se em andamento a modernizao de outros sistemas. A transferncia do controle e gerncia do material de uso especfico ou preponderante do CFN para o Comando do Material de Fuzileiros Navais permitir que esses processos sejam conduzidos de forma mais clere e focada. Assim, os sistemas de comunicao e de direo de tiro sero em breve aperfeioados. Outras modernizaes visaro aos lanadores de granada de 40mm, aos radares de defesa antiarea, aos morteiros 60mm e 81mm, aos fuzis de preciso e s viaturas operativas. EQUIPAMENTO Para atender aos ditames estratgicos da END, a Marinha do Brasil conduziu amplo estudo no sentido de definir o necessrio equipamento e a correspondente articulao de suas foras. O Comando-Geral do CFN teve participao ativa nesse processo no qual foram identificados vrios projetos que visavam especificamente a modernizao do material de FN em mdio e longo prazo. O principal foco desse planejamento foi ampliar a capacidade anfbia do Poder Naval brasileiro. Destacam-se os seguintes projetos: Obteno de Navios de Propsitos Mltiplos (NPM): um navio com capacidade de realizar diversas tarefas, como as operaes anfbias, incluindo a projeo anfbia, a participao no controle de rea martima, as operaes areas, as de apoio humanitrio, as de evacuao de no combatentes, as aes de defesa civil, alm de servir como Navio de Comando e Controle ou Navio de Recolhimento e Tratamento de Baixas. Segundo o conceito de emprego do CFN, trs NPM sero sediados no Rio de Janeiro, onde a necessidade de embarque de tropas dos Fuzileiros Navais maior, compondo a 1 Esquadra, e um NPM ser alocado para compor a 2 Esquadra, a ser constituda no Norte/Nordeste, conforme determina a END. Obteno de Embarcaes de Desembarque de Carga Geral (EDCG), de Embarcaes de Desembarque de Viaturas e Material (EDVM) e de Embarcaes de Desembarque sobre Colches de Ar (EDCA): as Embarcaes de Desembarque so meios utilizados primordialmente como plataforma de projeo dos meios embarcados nos NPM, permitindo a atuao em atividades de transporte de pessoal e de material em reas restritas navegao, em apoio transio do poder naval do mar para a terra. Cada NPM ter a capacidade de embarcar duas EDCA, quatro EDCG ou oito EDVM.
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Obteno de Navios-Transporte de Apoio (NTrA): so meios com amplo emprego na Marinha, ressaltando-se o transporte de tropa e de material para operaes anfbias, o apoio logstico s Organizaes Militares distribudas pelo territrio nacional, o transporte de pessoal e de material para o apoio s aes de Defesa Civil ou Humanitrias, no Brasil ou no exterior, e em operaes de Resgate/Evacuao de No Combatentes. Modernizao e obteno de Navios-Patrulha Fluvial (NPaFlu): os NPaFlu so meios com amplo emprego, ressaltando-se a patrulha naval nas hidrovias navegveis, o apoio s atividades de inspeo naval e de busca e salvamento da vida humana, contribuindo para a defesa da soberania nacional, a segurana do trfego aquavirio, o combate a ilcitos transfronteirios e crimes contra o meio ambiente. So fundamentais para a realizao de patrulhas fluviais nas bacias Amaznica e do Paraguai-Paran, operaes e aes de apoio s populaes ribeirinhas, contribuindo para o desenvolvimento nacional e aumentando a presena da Marinha nas fronteiras. A elevao de 10 para 14 NPaFlu, sendo 10 para Bacia Amaznica, dos quais quatro sero de grande porte, com capacidade de operar helicptero, seis de pequeno porte e quatro para a Bacia do Paraguai-Paran, todos de pequeno porte, justifica-se porque parte dessa distribuio substituir os atuais NPaFlu, que deixaro o servio ativo, sendo cinco na Amaznia e cinco no Pantanal. A diferena de porte, consequentemente de calado dos meios, funo da necessidade de penetrao e acesso aos pontos mais distantes do territrio nacional (Amazonas e Pantanal) em todas as pocas do ano, propiciando mobilidade, independentemente do regime de guas anuais. Obteno de Navios-Transporte Fluvial (NTrFlu): os NTrFlu so os meios responsveis pelo transporte de tropas e material de Fuzileiros Navais, sendo indispensveis para a realizao de operaes ribeirinhas. Alm disso, devem ser capazes de operar helicpteros de pequeno porte. A MB dispor de oito NTrFlu, sendo seis para Bacia Amaznica (quatro em Manaus e dois em Belm) e dois para a Bacia do Paraguai-Paran (Ladrio). Essa quantidade de meios atender a capacidade de transporte necessria aos batalhes de Operaes Ribeirinhas do Corpo de Fuzileiros Navais. Obteno de Navios de Apoio Logstico Fluvial (NApLogFlu): os NApLogFlu so os meios responsveis pelo apoio logstico mvel aos meios navais e de Fuzileiros Navais em operaes nas calhas dos rios, fornecendo combustveis, lubrificantes, aguada, munio, gneros e sobressalentes. Devem ser equipados com armamento de autodefesa e ter capacidade de operar e apoiar um helicptero (He) de pequeno porte. Obteno de Lanchas de Combate para ambiente fluvial: a END dita que a Marinha deve contar com embarcaes de combate, inclusive fluviais, concebidas e fabricadas com foco em emprego verstil. Tambm no que concerne a vias fluviais citado que os Fuzileiros Navais sero fundamentais para assegurar o controle das margens durante as operaes ribeirinhas. As Lanchas de Combate (LC) sero os meios propcios para a execuo dessas tarefas. Essas lanchas tero capacidade para abrigar um Grupo de Combate de Fuzileiros Navais (13 militares), apresentaro rapidez, agilidade em manobras e pequeno calado; alm disso, devero ser blindadas e dotadas de lanadores de msseis antinavio de curto alcance e metralhadoras pesadas. Sendo assim, podero oferecer adequado poder de fogo e proteo balstica para o Movimento-Navio-Terra das tropas dos batalhes de Operaes Ribeirinhas de Fuzileiros Navais, para infiltrao e retiradas, para o controle das margens de rios e para as tarefas de Inspeo Naval nas regies Amaznica e do Pantanal. As LC substituiro gradativamente as Lanchas de Ao Rpida (LAR) em uso corrente na Marinha do Brasil, as quais possuem atributos semelhantes, porm no dotadas de blindagem. Obteno de Carros Lagarta Anfbio (CLAnf): so veculos blindados anfbios empregados para transporte de tropa, normalmente lanados e recolhidos dos Navios Anfbios ou dos NPM. So utilizados como meio capital
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de projeo dos Fuzileiros Navais sobre terra, conferindo-lhes mobilidade com proteo blindada do mar para terra e vice-versa, sendo propcios para abordagem de litoral hostil, inclusive em reas ribeirinhas. A quantidade proposta de 78 CLAnf corresponde quantidade mnima prevista na doutrina de emprego para apoiar as aes de combate a serem empreendidas pela Fora de Fuzileiros da Esquadra por meio de uma Brigada Anfbia no Rio de Janeiro (BAnf-RJ) e uma Unidade Anfbia na Regio Norte/Nordeste (UAnf N/NE). Obteno de Carros de Combate (CC): so veculos blindados dotados de canho que em operaes anfbias so normalmente lanados e recolhidos dos Navios Anfbios ou dos NPM por meio de ED. Servem para conferir poder de fogo, particularmente nas manobras ofensivas, proporcionando capacidade de ao de choque no binmio com as tropas de Infantaria. A quantidade proposta, 26 CC, corresponde quantidade mnima prevista na doutrina de emprego para apoiar as aes de combate a serem empreendidas pela Fora de Fuzileiros da Esquadra por meio da BAnf-RJ e da UAnf N/NE. Obteno de Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Rodas (VBTP SR): so viaturas blindadas sobre rodas para transporte de pessoal e reconhecimento, com vocao para a proteo da tropa em localidades urbanas. Como so veculos dotados de pneus, e no de lagartas, apresentam menor dificuldade em progredir nos arruamentos urbanos e, normalmente, no danificam essas vias. Prev-se a aquisio de mais 24 VBTP SR PIRANHA, para se somarem aos 30 veculos j adquiridos, e assim completar a dotao de 54 viaturas da BAnf-RJ. Alm disso, est previsto a obteno de 18 VBTP SR PIRANHA para a UAnf N/NE, totalizando 70 viaturas.
Modernizao e obteno de Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal sobre Lagartas (VBTP SL): as VBTP SL M113 possuem, como indica sua nomenclatura, proteo blindada e so utilizadas para o transporte de pessoal e material. Tm ainda a possibilidade de atuar como veculos de comando quando dotados com equipamentos de comunicaes especficos para Comando e Controle. Essas viaturas possuem, com alguma limitao, capacidade de ultrapassar obstculos, pequenos cursos de gua e regies alagadas. Suas lagartas, apesar de conferirem maior trafegabilidade que as rodas, podem danificar vias urbanas, sendo assim mais propcias para emprego em campo. Em razo de sua menor silhueta, possui capacidade
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de atingir posies inviveis para o Carro Lagarta Anfbio. Como dosagem doutrinria, a BAnf-RJ necessita de 54 veculos para o transporte da tropa, o que j inclui a Viatura de Comando e a de Socorro; e a UAnf N/NE necessita de 18 veculos, totalizando a quantidade necessria de 72 VBTP SL, das quais o CFN j possui 26, presentemente, submetidas a adequado programa de modernizao. Obteno de Baterias de Artilharia de Campanha: a Artilharia de Campanha confere ao Comandante do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais a possibilidade de intervir na manobra, aplicando seus fogos com rapidez e preciso em uma larga faixa do terreno, garantindo, assim, o apoio de fogo contnuo e cerrado s tropas de Fuzileiros Navais. A execuo dos fogos de artilharia, em coordenao com o Fogo Naval e Areo, adequadamente cumprida por baterias de Obuses 105mm e 155mm. Para o apoio BAnf-RJ necessrio o emprego de trs baterias de Artilharia 105mm, com seis obuseiros cada uma, alm dos subsistemas para clculos balsticos e aquisio de alvos. Para a UAnf N/NE, a dosagem doutrinria estabelece o quantitativo de duas baterias, tambm a seis peas, totalizando 30 unidades. Alm disso, os grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais devem dispor de armas de maior alcance e poder de destruio, a fim de permitir o aprofundamento dos fogos sobre as defesas inimigas. Para tanto, conveniente a existncia de uma Bateria de Obus 155mm, tambm a seis peas, a qual se encarregar de executar esses tipo de misses de apoio de fogo. Obteno de Bateria de Lanadores Mltiplos de Foguetes (LMF): esses lanadores so organizados e empregados em baterias montadas sobre viaturas. Tais foguetes so aplicados na saturao de rea, sendo necessrios para estender o alcance da Artilharia de Campanha em profundidade. Atualmente podem atingir alvos a mais de 80km, possuindo grande efeito dissuasrio. Doutrinariamente, um sistema desse tipo apoia as necessidades de uma BAnf. Assim, a BAnf-RJ deve dispor de um sistema completo de LMF para seu apoio de fogo com oito lanadores sobre viaturas, no se considerando essa necessidade na UAnf N/NE. Obteno de Sistemas de Msseis Antinavio: segundo a END, compete MB a defesa pr-ativa dos arquiplagos e das ilhas ocenicas nas guas Jurisdicionais Brasileiras. Nesse sentido, a vocao anfbia do CFN poder contribuir com a defesa da Amaznia Azul, viabilizando a projeo de poder sobre terra em reas focais de interesse ou em ilhas ocenicas. Com relao a essas ilhas, que conformam um natural arco de proteo da costa brasileira, as tropas anfbias no futuro necessitaro estar em condies de projetar em terra a capacidade de influir no mar. Os GptOpFuzNav no futuro devero possuir sistemas anfbios de msseis antinavio. Tais sistemas so formados por radares e msseis superfcie-superfcie de longo alcance, desembarcados em ilhas ou em pontos litorneos que dominam reas de trnsito, reas martimas restritas ou Linhas de Comunicao Martima de interesse e empregados de forma coordenada com as foras navais. Para atender a essas demandas, visualiza-se a necessidade de dois sistemas de defesa antinavio: um para a BAnf-RJ e outro para a UAnf N/NE. Obteno de Armamento Anticarro: faz-se necessria a incorporao futura de um armamento anticarro orgnico s Companhias de Fuzileiros Navais. O sistema de defesa anticarro dos GptOpFuzNav atualmente composto pelos msseis anticarro das Companhias de Apoio de Fogo e pela munio AT-4, distribuda pelos pelotes de Fuzileiros Navais, existindo, portanto, uma lacuna na defesa anticarro, no nvel de CiaFuzNav. Esse armamento dever ser organizado em uma Seo Anticarro dos pelotes de Petrechos, nos mesmos moldes das antigas Sees de Lana Rojo, bem como do tipo sem recuo e porttil. Obteno de Sistemas Antiareos de Autodefesa da MB: esse sistema formado por radares de vigilncia e de controle areo, canhes antiareos e msseis superfcie-ar. As armas e os sensores da defesa antiarea baseada
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no solo, em conjunto com as aeronaves embarcadas de interceptao da Marinha, so imprescindveis para a execuo da misso de um Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais sempre que houver a possibilidade do emprego de aeronaves pelo opositor. Para atender s necessidades de defesa antiarea da BAnf-RJ e da UAnf N/NE so necessrios dois sistemas de DefAAe, um para cada regio, os quais diferiro entre si na quantidade de msseis e canhes, em razo do escalo a ser protegido Obteno de Sistema de Guerra Eletrnica: faz-se necessria a existncia de um Sistema de Guerra Eletrnica para o CFN de fcil transporte e desembarque por navio e que possibilite no somente a utilizao do sistema integrado no mbito da MB (inclusive com os navios e aeronaves) mas tambm com caractersticas de interoperabilidade com os meios de Guerra Eletrnica das demais Foras Armadas. Tal sistema deve ser capaz de interferir e de monitorar o espectro eletromagntico das comunicaes adversrias. Para atender s necessidades da BAnf-RJ UAnf N/NE so necessrios dois sistemas distintos, os quais diferiro entre si na quantidade e complexidade dos equipamentos. Obteno de Veculos Areos no Tripulados embarcados (VANT): uma plataforma area de baixo custo operacional que pode ser operada por controle remoto ou executar perfis de voo de forma autnoma. Possui diversas aplicaes operacionais, tais como: reconhecimento, vigilncia, busca de alvos, inteligncia, guerra eletrnica, comando e controle e ataque. Esses veculos podem explorar a decolagem e o pouso em locais de operao invivel a outros meios areos, alm de potencialmente preservarem a vida de tripulantes que, de outra feita, estariam expostos a riscos em combate ou mesmo por fatores meteorolgicos e do ambiente. Para o atendimento da BAnf-RJ so necessrios 24 VANT, de alcance aproximado, cerca de 10km, e de fceis lanamento, operao, recolhimento e controle, para atender s necessidades tticas dos batalhes e companhias de Infantaria ou de Operaes Especiais. Outros seis veculos, de maior alcance (70 a 100km) e capacidade de carga, devem ser previstos para operar em apoio geral BAnf-RJ como um todo, constituindo uma imprescindvel ferramenta para a conduo da batalha profunda dos GptOpFuzNav. Quanto UAnf N/NE, sero necessrios seis VANT de alcance aproximado e dois de apoio geral.
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RECURSOS
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S HUMANOS
O Fuzileiro Naval continuar a ser o principal bem do CFN. Seus homens e mulheres sero recrutados, instrudos e adestrados com excelncia, pois disso depender todo e qualquer sucesso no campo de batalha. A guerra um fenmeno essencialmente humano e, como tal, depende de tropa com moral elevado, aspecto psicolgico com potencial de sobrepujar inimigos mais fortes materialmente. Sob o enfoque da guerra de manobra, vale acrescentar a diferena entre derrotar e destruir o inimigo, sendo a primeira fortemente influenciada pelo moral, por uma sensao psicolgica de vitria e a segunda, pela atrio fsica, pela contagem de meios incapacitados. Nesse contexto, desenvolver a capacidade de identificar fraquezas no moral inimigo torna-se um vis to importante quanto manter o moral do Fuzileiro Naval elevado. O apoio famlia anfbia conferir o necessrio conforto social aos combatentes em ao, elevando seu moral e multiplicando sua capacidade combativa.
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...um soldado muito mais do que a soma do equipamento que ele carrega.
odo e qualquer emprego de fora militar um empreendimento executado por pessoas. So elas que formulam e executam o planejamento; produzem e disseminam as informaes; abastecem, operam e mantm os equipamentos; empregam seu armamento e investem, mesmo em circunstncias desfavorveis, contra os obstculos, em busca do cumprimento da misso. Logo, no h como pensar no CFN de amanh sem considerar, desde j, o Fuzileiro Naval de hoje. Tal esforo se iniciar na seleo de pessoal e permanecer por todas as etapas de seu preparo ao longo da carreira. Dever incluir, ainda, o acompanhamento de suas necessidades, por toda sua vida, inclusive na inatividade. Esse Fuzileiro Naval selecionado, treinado e valorizado o esteio do CFN, pois um soldado muito mais do que a soma do equipamento que ele carrega. O FUZILEIRO NAVAL com incontido orgulho que se pode afirmar: todo Fuzileiro Naval um soldado voluntrio e profissional, admitido em concurso pblico de mbito nacional e submetido, na escola de formao, a rigoroso treinamento, com a finalidade de prepar-lo para os desafios de uma nova carreira, nas unidades da MB. Conforme progride profissionalmente, deve ser instrudo, apoiado e motivado a fim de realizar eficazmente suas tarefas e assumir responsabilidades cada vez maiores. Da mesma forma, deve ser cobrado, de modo a ter a oportunidade de mostrar sua capacidade. Somente assim, sero identificados os mais aptos para cada tipo de tarefa, em especial aqueles que melhor conjugam as qualidades necessrias para o mais importante trabalho de um Fuzileiro Naval graduado: liderar. Sua preparao deve aperfeioar sua capacidade para participar de operaes militares, com nfase para as anfbias, vocao primeira do CFN. Deve tambm incluir o estmulo ao desenvolvimento pessoal, norteado por nossos valores essenciais: HONRA, COMPETNCIA e DETERMINAO. A chave do sucesso do Fuzileiro Naval a prontido. Como combatente de uma tropa de natureza expedicionria, deve compreender que seu principal fator de fora a capacidade de desembarcar e estabelecer-se, em uma regio de conflito ou de potencial risco, poucos dias ou mesmo horas depois de receber os primeiros alertas. No deve esperar longos perodos de preparao e treinamento aps o incio de uma crise para ser empregado em ao. Ao ser chamado, dever estar pronto para partir para a misso: aqui estamos ADSUMUS! Para tanto, o Fuzileiro Naval deve estar sempre: Profissionalmente preparado Todo Fuzileiro Naval do Almirante ao Soldado antes de tudo um combatente. Nunca deve perder de vista sua atividade fim: realizar operaes militares, a partir do mar ou em ambientes ribeirinhos, em situaes que podero reunir elevados nveis de incerteza, exposio a rigores climticos, desgaste fsico elevado e engajamento contra os mais diversos tipos de adversrios. A preparao profissional de todo Fuzileiro Naval deve estar respaldada nos trs eixos estruturantes de nossa doutrina de emprego: preparo para a execuo de operaes anfbias, por meio de GptOpFuzNav, segundo os preceitos da Guerra de Manobra. Essa deve ser a base de todo o ensino e adestramento dos Fuzileiros Navais. O Fuzileiro Naval, sob quaisquer condies, dever estar apto a liderar, o
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Ao Corpo de Fuzileiros Navais coube um acrscimo de 392 oficiais e 4472 praas, o que far com que nosso efetivo autorizado aproxime-se de vinte mil militares.
que exigir a capacidade de compreender situaes em rpida evoluo, decidir com base em dados incompletos e transmitir suas ordens com clareza. O Fuzileiro Naval do sculo XXI dever reunir o vigor e a resistncia tradicionais dos soldados, aliados flexibilidade e criatividade necessrias para adaptar-se aos mais diversos tipos de operaes militares. Para tanto, dever somar educao formal recebida nos Centros de Instruo uma cultura profissional-naval gradualmente desenvolvida, por meio da leitura, estudo e reflexo. Ser necessrio que o Fuzileiro Naval tenha incutido a preocupao, voluntria, com sua permanente atualizao e a conscincia de que o domnio de novas tecnologias ser condio bsica para seu xito profissional. O estudo de idiomas e sua dedicao ao Programa de Leitura Profissional contribuiro bastante para esse fim. Fisicamente preparado O Fuzileiro Naval deve cuidar de seu corpo como o templo da alma do esprito. Para que tenha plena ateno em todas as atividades do dia, h necessidade de equilbrio. E o equilbrio estar fsica e mentalmente bem, em todos os juzos, para dar chance aos valores essenciais de se manifestarem. So incontestveis os benefcios que a atividade fsica prov ao ser humano. Para o Fuzileiro Naval, uma preparao fsica adequada permitir ainda reagir satisfatoriamente s mais elevadas demandas dos adestramentos e, eventualmente, das operaes militares. Dessa capacidade para executar tarefas rduas diante das adversidades do terreno e do clima podero depender sua vida e a de seus companheiros. A preparao fsica deve ser incentivada e exigida nas escolas de formao e em todas as organizaes militares que empregam Fuzileiros Navais. Tal direcionamento, embora necessrio, no suficiente; logo, cabe ao prprio militar compreender a importncia de estar fisicamente apto e disciplinar-se para atingir tal fim. Mentalmente preparado Uma das principais caractersticas da natureza da guerra, e, por conseguinte, das operaes militares, sua dimenso humana: combates so conduzidos por pessoas, cujos comportamentos so influenciados por emoes como o medo e a incerteza. A vontade individual do soldado deve sobressair perante tais sentimentos, a fim de realizar, com rapidez e eficcia, as aes necessrias. Nas crises e conflitos, partidos adversrios realizam grandes esforos para derrotar psicologicamente seus inimigos, mesmo antes do primeiro tiro. Embora fundamentais, sero insuficientes a preparao fsica e profissional, se o Fuzileiro Naval no possuir seus objetivos norteados nos nossos valores essenciais: honra, competncia e determinao. O CFN E O AUMENTO DE EFETIVOS DA MB Por dcadas, a despeito do expressivo aumento de tarefas atribudas Marinha do Brasil, seu efetivo permaneceu praticamente inalterado. Estudos mostram que nos ltimos quarenta anos nossos efetivos foram ampliados em menos de 9%. Tal crescimento mostrava-se insuficiente em face do crescimento da atividade econmica do Pas, particularmente na Amaznia Azul; s aes decorrentes do Programa Nuclear da Marinha; ampliao de nossos meios e consequentes estruturas de apoio e aos rumos ditados pela recente Estratgia Nacional de Defesa. Respondendo a essa necessidade, foi sancionada, em 11 de maro de 2010, a Lei no 12.216, que alterou os limites do efetivo da Marinha do Brasil. Ao Corpo
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de Fuzileiros Navais coube um acrscimo de 392 oficiais e 4472 praas, o que far com que nosso efetivo autorizado aproxime-se de vinte mil militares. Esses novos efetivos traro consigo maiores desafios e responsabilidades. Contudo, no podemos deixar de ressaltar que esse aumento no representa, efetivamente, 4.800 novos cargos em Tabela de Lotao (TL) a serem criados, pois temos de reservar determinado percentual para que sejam estabelecidas algumas ferramentas de controle da administrao de recursos humanos, tais como: taxa de administrao, escola virtual e margem de segurana. Taxa de Administrao: representa a quantidade de militares que, por fora de afastamentos temporrios, no poder ser considerada para fim de designao ou nomeao para o exerccio de cargos; Escola Virtual: um elemento organizacional que congrega a parcela de pessoal militar que estiver realizando cursos previstos no Sistema de Ensino Naval, cujas duraes sejam iguais ou superiores a seis meses; e Margem de Segurana: parcela do efetivo autorizado ao qual no so alocados cargos em TL de modo a assegurar que o nmero total de militares existentes no ultrapasse o efetivo fixado em lei. A ampliao de nossos recursos humanos, contudo, no se dar imediatamente. Os efetivos sero aumentados de forma gradual, de modo a alcanar os novos limites em um prazo de vinte anos. Tal planejamento visa assegurar a apropriada distribuio de pessoal pelos cargos existentes e um fluxo de carreira adequado a nossos militares. Ser, portanto, com os atuais quinze mil Fuzileiros Navais que o CFN iniciar a conquista dos objetivos traados para essa prxima singradura. Em poucos anos, contudo, espera-se atender s primeiras prioridades estabelecidas pelo PEAMB, com o atendimento das carncias da Fora de Fuzileiros da Esquadra, em especial aquelas decorrentes dos novos meios e atribuies recebidas; com a contribuio do CFN ao Programa Nuclear da Marinha, concretizada com a ativao de duas companhias de Defesa Qumica, Biolgica e Nuclear, sendo uma em ARAMAR (SP) e a outra em Itagua (RJ); e com as mais urgentes necessidades advindas da Estratgia Nacional de Defesa, principalmente no que se refere priorizao da Regio Amaznica. No ano de 2030, com a concluso do aumento do efetivo ora aprovado, o Brasil contar com um Corpo de Fuzileiros Navais maior e mais bem distribudo pelo Pas, que com certeza trar orgulho a todos os brasileiros. LIDERANA A importncia da liderana na vida militar evidenciada em diversos episdios da histria militar. O Corpo de Fuzileiros Navais continuar a dedicar ateno prioritria e constante a assunto de tamanha importncia. O contexto urbano dos conflitos atuais e a consequente descentralizao das aes impem o desenvolvimento de lderes em todos os nveis, principalmente, nos escales mais baixos. Desse modo, a preparao em termos de liderana no Corpo de Fuzileiros Navais tem visado atender a essa necessidade. Para tanto, os valores de nossa instituio devem ser enfaticamente ensinados, praticados e cobrados em todos os escales. Seu ensino deve ser realizado em todas as unidades de ensino do CFN. Esse ensino da Liderana deve ser centrado em valores os quais possibilitem que o Fuzileiro Naval tenha capacidade de decidir diante de situaes inusitadas, mesmo sem orientao dos escales superiores. A utilizao de metodologia voltada para estudos de caso tem sido muito importante na consecuo do efeito desejado de desenvolver lderes no CFN. No que diz respeito prtica da liderana, esta dever estar presente no dia a dia de todas as unidades de Fuzileiros Navais, seja nas instrues, seja no comportamento habitual de cada fuzileiro. Os valores essenciais de honra, competncia e determinao, o culto ao exemplo, o esprito de corpo, a valorizao do subordinado e o foco no interesse da instituio continuaro a ser os parmetros basilares para o desenvolvimento da liderana nas unidades do Corpo de Fuzileiros Navais.
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MENSAGEM FINAL Este artigo teve o propsito de sugerir uma singradura a ser navegada pelo Corpo de Fuzileiros Navais, nos anos vindouros. Conforme dito no incio, a prpria escolha do termo singradura enseja que, no futuro, mesmo imediato, condicionado s circunstncias, outras singraduras, com outros rumos, sejam traadas e seguidas. Em meio s aes decorrentes da implementao da Estratgia Nacional de Defesa, este rumo foi traado com o propsito de confluir os esforos de desenvolvimento do Corpo de Fuzileiros Navais com os da Marinha do Brasil e convidar ponderao acerca de assuntos afetos ao emprego dos marujos-anfbios em combate. Neste sentido, esta prxima singradura poderia ser resumida pela ltima sentena da Viso de Futuro projetada: O CFN ser imprescindvel para a proteo da Amaznia Azul, pois contribuir para conferir credibilidade presena do Poder Naval no Atlntico Sul, seus contornos e ilhas ocenicas. A proteo Amaznia Azul o destino; o rumo o da total integrao e conjugao de esforos com a Marinha. Neste alinhamento, procurou-se traar os aspectos relacionados doutrina, ao material e aos recursos humanos que possibilitariam atingir o propsito planejado. A doutrina ser alicerada em trs eixos estruturantes, a saber: o regate, a valorizao e o permanente aperfeioamento da nossa capacidade de realizar operaes anfbias; a ampliao da capacidade de emprego dos GptOpFuzNav, particularmente, pelo aumento de sua mobilidade, poder de fogo e meios de comando e controle, bem como pelo incremento de sua participao em diferentes misses; e a opo pela adoo do estilo de guerra conhecido como Guerra de Manobra. O desenvolvimento do material do Corpo de Fuzileiros Navais dever ocorrer em consonncia com os eixos estruturantes. Equipar adequadamente as Unidades de Fuzileiros Navais que contribuiro para a proteo da Amaznia Azul, preservando seu carter naval e anfbio, ser o propsito principal desse processo. Com relao aos recursos humanos, o Fuzileiro Naval continuar a ser o nosso bem de maior valor. O caminho para o CFN de amanh passa, obrigatoriamente, pelo Fuzileiro Naval de hoje. Assim, a seleo do pessoal e sua adequada preparao, ao longo de todas as fases da carreira, continuar a merecer ateno constante e prioritria. Todo combatente anfbio, em seus respectivos nveis, dever estar pronto para contribuir para a defesa da Amaznia Azul, por meio, principalmente, da capacidade de realizar operaes anfbias, organizados em GptOpFuzNav e observando os preceitos da Guerra de Manobra. Estou seguro que, no futuro, ns, Fuzileiros Navais, como sempre ocorreu ao longo de nossa histria, estaremos prontos para bradar o nosso ADSUMUS aps o cumprimento de qualquer misso, seja ela em terra ou nos mares de nossa imensa Amaznia Azul.
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APRESENTAO O convite que recebi do Almirante Cantdio para comentar seu mais recente trabalho profissional foi extremamente desvanecedor. No tanto pela longa amizade e admirao que lhe dedico mas, sobretudo, por compreender que o convite foi feito, especialmente, ao Comandante de Operaes Navais, cargo que, com muita honra, ocupo no presente. nesta perspectiva eminentemente profissional, que expresso o meu profundo reconhecimento pelo valor do que apresentado, com vistas ao preparo e ao emprego das Foras Navais, de Fuzileiros Navais e Aeronavais que integram o Setor Operativo da Marinha. A longa senda percorrida pelo Corpo de Fuzileiros Navais coincide, em tempo, com a da prpria Marinha. Contudo, como concisa e precisamente expostos nos primeiros captulos, por vezes, os caminhos trilhados no coincidiam, no eram sequer paralelos, mas divergentes, emulando padres diferentes e sujeitos a influncias que se chocavam. Foi necessrio grande esforo e igual perseverana para que uma pliade de Oficiais Fuzileiros Navais, ao longo dos muitos anos recentes, enxergassem para dentro da Marinha, aqui buscassem uma posio definida e correta que pudesse ser vista e avaliada, at que fosse reconhecida pela prpria Marinha como parte sua, componente e inseparvel. Com a integrao doutrinria, ressalta um CFN coerente com o que se entende por Poder Naval, bem assim compatvel com o vulto desse Poder Naval, no Brasil em que vivemos. Apoiado em uma exposio convincente da evoluo histrico-doutrinria, passa, o autor, a tratar dos captulos mais substantivos. De incio - com um ttulo muito feliz: Vocaes consolidadas - so apresentadas as duas faces das Foras de Fuzileiros Navais, igualmente importantes e que merecem igual prestgio, face s suas distintas expectativas. Os Fuzileiros Navais da Fora de Fuzileiros da Esquadra e aqueles dos Grupamentos Regionais, sem serem diferentes, constituem as partes que compem um todo harmnico e flexvel bastante, para que as partes se complementem e se apiem mutuamente; nem por isso, no entanto, podem deixar de ser zelosos e dedicados s suas respectivas responsabilidades, sob pena das partes fraquejarem e do todo ressentir-se. Considero ser tal compreenso muito til e oportuna, mormente queles todos que compem o Setor Operativo da MB, para que planejemos e entreguemos os meios, com propriedade e sensibilidade. Das anlises e das concluses dos dois ltimos captulos, despontam, a meu juzo, duas importantes, corajosas e tempestivas recomendaes. A primeira diz respeito absoluta necessidade da integrao do Corpo de Fuzileiros Navais viso estratgica da Marinha, como agente de valor, includo por vocao, por racional e por gosto no Poder Naval. A segunda, corolrio da primeira, alerta-nos quanto a ingenuidade perigosa de sonhar, isoladamente, com um componente que venha a ser incoerente com as reais possibilidades e limitaes do nosso Poder Naval. Compreendo, assim, o esmerado cuidado com que o autor expe sua viso to clara do assunto, de enorme valor para todos ns que pretendemos e lutamos por um Poder Naval mais forte, mais atualizado, mais eficaz e mais convincente s expectativas. Se no se deixa inebriar pelos sonhos ingnuos e descompromissados, o autor no nos priva de concluir com uma bela lio de entusiasmo, de otimismo e de crena, apontando as etapas futuras dessa evoluo do CFN, com a mente lcida, o corao vibrante e muita esperana. Estou seguro que a leitura, a discusso e a compreenso do que apresentado neste admirvel trabalho h de torn-lo proveitoso e compensador aos Oficiais de Marinha em geral e queles do Setor Operativo, por especial interesse. Rio, outubro de 1992. JELCIAS BAPTISTA DA SILVA CASTRO Almirante -de - Esquadra Comandante de Operaes Navais
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INTRODUO
Este estudo foi realizado em 1992 com o propsito de destacar os fatores que podero influenciar, de forma consistente, o futuro dos Fuzileiros Navais, como parcela da Marinha, no desempenho de sua destinao constitucional. Para isso foram relembradas, no captulo I, as suas razes histricas, com nfase no perodo compreendido entre a chegada da Brigada Real de Marinha ao Brasil, em 07 de maro de 1808, at a criao do atual Corpo de Fuzileiros Navais, em 29 de fevereiro de 1932. Nessa rememorao ficou evidenciado que os Fuzileiros Navais realizaram, desde ento, operaes de projeo de poder, quer por bombardeios como Artilharia de Marinha, quer em operaes de desembarque como Infantaria de Marinha. A fase mais recente, durante a qual o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) se estruturou paulatinamente como uma Combinao de Armas e Servios, foi examinada no captulo II sob o enfoque das influncias doutrinrias predominantes: doutrina de Fora Terrestre no perodo de 1932 a 1950; e doutrina de Fora Anfbia de 1950 aos dias atuais.
Tais influncias, que foram teis em cada perodo, ainda hoje continuam presentes e, embora por vezes conflitantes, convergiram para um mesmo vale: o das Operaes Anfbias. Alis, os resultados j obtidos indicam que a integrao de ambas ser continuamente maior, com a natural predominncia dos aspectos de natureza anfbia. No captulo III, foi feito um retrospecto do processo de assimilao de vivncias decorrentes de encargos atribudos Marinha durante os ltimos 60 anos, isto , desde 1932. Da resultou a concepo de vocaes consolidadas, impondo-se como primordiais, em termos de Foras de Fuzileiros Navais: proteger Instalaes de insteresse do Poder Naval em reas do territrio nacional; e projetar poder, como vetor terrestre do conjugado anfbio.
A facilidade de interao dessas vocaes d FFE, em caso de emprego real, a significativa possibilidade de resposta em curto prazo e com pessoal habilitado, j que seus claros iniciais podero ser preenchidos, de imediato, por pessoal proveniente dos GptFN. Tal possibilidade, principalmente em se tratando da Fora destinada ao pronto emprego, decorre, em grande escala, do fato de os Fuzileiros Navais constiturem uma tropa de combatentes anfbios profissionais com formaes homogneas e utilizadores dos mesmos meios. O panorama poltico-militar atual, sob o ponto de vista dos interesses brasileiros, oferece cenrios que podero exigir o emprego do Poder Naval. A caracterizao dos cenrios de
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interesse maior para o Brasil, bem como as conseqentes possibilidades de emprego das Foras de Fuzileiros Navais, foram analisadas no captulo IV. Da resultaram alguns parmetros para o dimensionamento, a estrutura e a doutrina de emprego que podero capacitar as Foras de Fuzileiros Navais a dispor de Poder de Combate (Poder Combatente), no contexto do Poder Naval, compatvel com os cenrios previsveis. Finalmente, no captulo V, foram consolidadas, sob o enfoque de valorizao de nossas vivncias, as experincias adquiridas, tanto como Artilharia de Marinha e Infantaria de Marinha quanto como Corpo de Fuzileiros Navais, quer em guerras externas, quer em perturbaes da ordem interna de variadas motivaes. A partir de tal acervo de conhecimentos tericos e prticos, j incorporados aos setores Comando-Geral do CFN e Comando de Operaes Navais, foi formulada uma soluo gradativa para o desenvolvimento de modelo doutrinrio, consoante com a realidade nacional, destinado projeo de poder sobre terra. Essa formulao foi acompanhada das conseqentes concepes relativas composio e valor de Fora de Desembarque, em termos de Unidade Anfbia (UAnf) e Brigada Anfbia Leve (BAnf Leve) Atingiu-se, ento, o propsito mencionado ao incio, destacando-se, como consistentes para orientar o futuro do CFN, em termos de Poder de Combate, com capacidade dissuasria ou realizadora de batalhas vitoriosas, os clssicos fatores: humano; material; e idias inovadoras.
Foto Jos Mauro Leandro Pimentel
Esses fatores foram naturalmente afetados pelas peculiaridades das operaes anfbias, especialmente quanto adoo de uma doutrina coerente com a capacidade potencial de combate, existncia permanente de lideranas eficientes em todos os escales e operao de um sistema logstico eficaz. As consideraes anteriormente apresentadas consubstanciaram a anlise do preparo do combatente anfbio brasileiro, segundo dois importantes componentes: evocaes de experincias passadas, identificando-se as vocaes consolidadas no presente; e levantamento de possveis ameaas futuras, podendo-se visualizar a dimenso, a estrutura e a doutrina de emprego para as Foras de Fuzileiros Navais sob a tica da valorizao do homem, do pensamento criativo e do cuidado com o material.
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Fundamentos
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Histricos
atual Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) percorreu uma longa trajetria histrica, durante a qual passou por trs fases: - Artilharia de Marinha (1808-1847); - Infantaria de Marinha (1847-1932); e - Combinao de Armas e Servios (a partir de 1932).
a verdade, a origem do CFN remonta ao final do sculo XVII, quando D. Maria I de Portugal, atravs de Alvar de 28 de agosto de1797, considerando a existncia de corpos distintos embarcados na Armada Real, decidiu o seguinte: Tendo-me sido presentes os graves inconvenientes que se seguem ao meu real servio, e a disciplina da minha Armada Real e o aumento de despesa que se experimenta por haver trs corpos distintos a bordo das naus, e outras embarcaes de guerra da minha Armada Real quais so os Soldados Artilheiros, os Soldados de Infantaria, e os Marinheiros; sendo necessrias consequncias desta organizao, em primeiro lugar a falta de disciplina, que dificilmente se pode estabelecer entre corpos pertencentes a diversas reparties; em segundo lugar a falta de ordem, que nasce de serem os servios de infantaria e de artilharia muito diferentes no mar do que na terra, e ser necessrio que os corpos novamente embarcados aprendam novos exerccios, a que no esto acostumados; sou servida mandar criar um corpo de artilheiros marinheiros, de fuzileiros marinheiros, de artfices e lastradores marinheiros, debaixo da denominao da Brigada Real da Marinha...
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Pgina do Alvar de Criao do CFN que contm o trecho descrito ao lado - Museu do CFN
osteriormente, aquela Brigada Real da Marinha, com a fuga da corte portuguesa para o Brasil, sob ameaa napolenica, guarneceu as naus em que estava embarcada a famlia real e que aportaram no Rio de Ja-
neiro a 7 de maro de 1808. Da ser esta a data considerada como de criao do CFN. Variadas foram as tarefas desempenhadas pela Brigada Real da Marinha, em apoio aos interesses da Coroa portuguesa durante a permanncia de D. Joo VI no Brasil. Regressando aquele monarca a Portugal, em 1821, aqui permaneceu um contingente da Brigada, com a denominao de Batalho da Brigada Real da Marinha, destacado no Rio de Janeiro. E aqui permaneceu porque, segundo afirmou o Ministro da Marinha, Joaquim Jos Monteiro Torres, a Brigada era uma tropa disciplinada e leal. Foram essas virtudes militares, reconhecidas desde ento, que exerceram decisiva influncia no fortalecimento e preservao do ESPRITO DE CORPO, sempre presente em todas as fases posteriores da histria dos Fuzileiros Navais.
leo sobre tela de Miranda Jnior: a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil.
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PRIMEIRA FASE - Artilharia de Marinha A primeira fase puramente brasileira da histria do CFN se inicia quando D. Pedro I, considerando que aquele batalho, destacado no Rio de Janeiro, prestara relevantes servios ao Governo e poderia atender s necessidades decorrentes da criao de uma Marinha Nacional, mandou que se denominasse Batalho Artilharia da Marinha do Rio de Janeiro, por Decreto de 24 outubro de 1822; portanto, pouco depois da proclamao da Independncia. Ainda nesse perodo, recebeu sucessivamente as denominaes de: Imperial Brigada de Artilharia da Marinha (l826); e Corpo de Artilharia de Marinha (1827). A adoo de estrutura de Artilharia de Marinha, para a parcela do Batalho da Brigada Real que permaneceu no Brasil, ajustava-se importncia do Poder Naval nas lutas pela consolidao da independncia, desenvolvidas em um extenso cenrio, dominado pela maritimidade e sem facilidades terrestres para todos os deslocamentos de tropas destinados aplicao do poder militar. A Artilharia de Marinha era, ento, comandada por oficiais de Artilharia originrios do Exrcito e nomeados, normal e cumulativamente, comandantes da Fortaleza de So Jos, o que certamente visava ao preparo bsico das guarnies de artilharia de bordo. Cabe lembrar que o Primeiro Imprio teve, inclusive, que contratar oficiais estrangeiros para a Marinha. Nessa condio de Artilharia de Marinha, os antigos Fuzileiros Navais participaram das lutas pela consolidao da Independncia quando, vencendo as resistncias portuguesas na Bahia, em Pernambuco, no Maranho e na Provncia Cisplatina, realizaram projeo de poder atravs de bombardeios e desembarques. SEGUNDA FASE - Infantaria de Marinha Na segunda fase de sua histria, iniciada no Segundo Imprio, os Fuzileiros Navais foram reorganizados para emprego como Infantaria de Marinha na realizao de abordagens, na defesa dos navios em aes em terra. Assim, em 11 de setembro de 1847, receberam pela primeira vez a denominaco de Corpo de Fuzileiros Navais. Sob essa denominao, os Fuzileiros Navais participaram da guerra contra Oribe e Rosas, embarcados na Esquadra, essa sob o comando do Vice-Almirante J. P. Greenfel, cujas operaes terminaram em fevereiro de 1852. No mesmo ano, pelo Decreto n 1067-A de novembro, passou a denominar-se Batalho Naval, com um efetivo de 1216 homens, distribudos por oito Companhias de Fuzileiros e duas Baterias de Artilharia. Convm salientar que o Segundo Imprio se iniciou com tranqilidade social e desenvolvimento econmico. As preocupaes do Governo se voltaram ento para o Sul, motivadas por desentendimentos quanto utilizao das vias fluviais e problemas de fronteiras. A guerra contra Aguirre e a guerra do Paraguai foram as conseqncias inevitveis. E nelas, o Batalho Naval, estruturado como Infantaria de Marinha, foi empregado em operaes de segurana externa projetando poder sobre terra, ainda que incipiente. A compreenso, na Marinha do Imprio, dos Fuzileiros Navais como manifes-
Quadros de lvaro Martins. Tomada de Sebastopol na Batalha de Paissandu (abaixo, esquerda). Fuzileiros Navais na Batalha do Riachuelo (abaixo, direita).
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tao do Poder Naval, fica bem evidenciada pela nomeao, para servir na Esquadra em operaes no Paraguai, do CF Joo Manoel de Moraes e Valle, ento comandante do Batalho Naval, a fim de continuar a exercer sobre as praas do Batalho Naval a jurisdio de comandante, devendo tomar o comando delas quando tivessem de desembarcar em funes do Corpo. No desempenho desse encargo, o comandante do Batalho Naval estabeleceu seu quartel no acampamento de Porto Elizrio e, posteriormente, em Humait. Durante aquelas campanhas externas, os soldados navais realizaram diferentes tipos de aes, tais como: desembarque de 100 praas e duas peas de artilharia na margem esquerda do rio Uruguai para atacar, por terra, o Forte Sebastopol (nos moldes atuais de uma operao ribeirinha) reforando tropas do Partido Colorado; desembarques de soldados navais, para reconhecimento de margens do rio Paran; desembarque, a quatro lguas ao sul de Empedrado e no Rincn del Soto, para dar cobertura ao desembarque e reeembarque das tropas do General Argentino Wenceslau Paunero; vigilncia do rio Paran, a bordo de embarcaes midas prximo a Corrientes; o Chefe-de-Diviso Inacio Joaquim da Fonseca registrou, em seu livro, que dessa vigilncia muito dependeu a segurana dos navios; desembarque para ataque e tomada da cidade de Corrientes; policiamento do rio Uruguai na vila de Uruguaiana; ocupao de ilha fronteira margem direita do rio Paran, a fim de apoiar a Esquadra no ataque ao Forte Itapiru; ocupao da ilha de Cerrito, onde foi montado um estabelecimento naval para a Esquadra (desenvolvimento de base); desembarque em variados tipos de embarcaes midas para conquista de posies fortemente guarnecidas junto lagoa Vera, em frente a Humait (comandava os soldados navais, o 2 Tenente Porphrio de Souza Lobo, que anos depois, no posto de Vice-Almirante, viria a exercer o cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada (1911 e 1912) ; e construo da estrada do Chaco, feito esse muito elogiado pelo Comandanteem-Chefe da Esquadra, Visconde de Inhama, em sua Ordem do Dia n 77 de 17 de agosto de 1867. Aps o trmino da guerra do Paraguai, o Batalho Naval voltou a ser empregado em questes internas, e, na madrugada de 15 de novembro de 1889, reunindo 400 fuzileiros, marchou para o Campo de Santana, incorporando-se s tropas comandadas por Deodoro da Fonseca, para depor o Gabinete do Visconde de Ouro Preto. Foi, em seguida, proclamada a Repblica. Com a posterior renncia de Deodoro, assumiu Floriano Peixoto, em meio extrema fermentao poltica, tendo decretado estado de stio e prendido civis e militares adversrios da situao dominante. O Batalho Naval, comandado pelo CMG Eliezer Coutinho Tavares, aderiu Revolta da Armada, em 1893, embarcando nos navios da Esquadra ancorados na Baa de Guanabara. O Batalho Naval foi ento extinto, assim como foram destitudos de suas imunidades, privilgios e prerrogativas todos os navios de guerra e fortalezas que aderiram Revolta. Foi extinto porque, fiel s suas origens, uniu-se a seus companheiros da Esquadra, ento revoltosos. Em 15 de fevereiro de 1895, porm, com a anistia, renascia o Batalho Naval, com a denominao de Corpo de Infantaria de Marinha, sob o comando do CF Jos Antonio de
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Oliveira, com o efetivo de 400 praas: 216 de bom comportamento do antigo Batalho Naval e 184 do Exrcito, que estavam embarcadas em navios da Esquadra. Mas, em 1908, voltou a denominar-se Batalho Naval. Em 1924 recebeu o nome de Regimento Naval, j com o efetivo ampliado para 1500 homens, resultado natural da intranqilidade interna dos anos 20, que culminou com a chegada ao poder, atravs de processo revolucionrio, de um novo presidente em 1930. Aproximava-se do fim a segunda fase da histria do CFN, durante a qual os Fuzileiros Navais foram comandados, sempre, por oficiais de Marinha, o que exerceu acentuada influncia nos acontecimentos que deram origem e sentido fase seguinte. A pgina seguinte relaciona alguns oficiais que serviram no Batalho Naval e que, posteriormente, exerceram funes de destaque na Marinha. TERCEIRA FASE - Combinao de Armas e Servios Em 1932, sendo ministro da Marinha o Almirante Protgenes Pereira Guimares, que comandara por trs vezes o Batalho Naval, foi criado, pelo Decreto n 21.106 de 29 de fevereiro, o Corpo de Fuzileiros Navais com a misso de cooperar com as foras navais na defesa nacional e participar dos servios em geral da Marinha de Guerra. O mesmo decreto estabeleceu a constituio inicial do Quadro de Oficiais, os quais seriam transferidos, a juzo do Governo, do Corpo da Armada para o de Fuzileiros Navais. Cuidava-se, pois, de assegurar no apenas continuidade administrativa, mas tambm manter a integrao no mbito da Marinha, com apoio na preservao de tradies e experincias geradas nas lutas pela consolidao da independncia, em defesa da soberania nacional e pelo aprimoramento das instituies republicanas. Iniciava-se ento a terceira fase da histria dos Fuzileiros Navais, to significativa para a evoluo do CFN que merece ser destacada sob os ttulos de Influncias Doutrinrias e de Vocaes Consolidadas, que constituem os dois captulos seguintes.
Livro Leis do Brasil, volume II, 1932 Gabinete do Ministro da Marinha. Fonte: DPHDM
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INFLUNCIAS
ato de 1932, como se ver, no representou uma simples mudana de denominao. Naquela ocasio, o Ministro da Marinha decidira pela criao de um componente do poder naval que, combinando Armas e Servios, viesse a assegurar no futuro, no quadro das operaes navais, uma capacidade dissuasora ou realizadora de batalhas vitoriosas. Tal propsito certamente se fundamentara na incorporao das experincias de 85 anos de Infantaria de Marinha, especial78 78
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Fonte: DPHDM
mente sob a denominao de Batalho Naval, adquiridas em guerras externas e insurreies internas, bem como se ajustava s finalidades gerais da chamada Reforma Protgenes. Assim que o contedo do art. 2, a seguir, transcrito do decreto de aprovao do Regulamento de 1932 para o CFN, e os acontecimentos posteriores indicam que fora visualizada, naquela ocasio, a criao de uma futura capacidade anfbia, mesmo que modesta, na Marinha do Brasil:
DOUTRINRIAS
s dados fundamentais, relativos s influncias doutrinrias vividas pelo CFN na busca de capacitao anfbia e promovedores de estudos para o futuro, so as respostas conjunturais dadas pela Administrao Naval atravs, primordialmente, da Misso, Atribuices ou Finalidades e Estruturao estabelecidas por sucessivos regulamentos, os quais, em conjunto, moldaram a terceira fase de sua histria. A partir dessa aproximao do problema, o presente captulo sob o ttulo abrangente de Influncias Doutrinrias, foi dividido em dois perodos: Influncias Predominantes de Fora Terrestre (1932-1950); e Influncias Predominantes de Fora Anfbia (a partir de 1950).
Art. 2 - A finalidade do Corpo de Fuzileiros Navais, decorrente de sua misso, : a) efetuar operaes de desembarque; b) assegurar a ligao do litoral entre as praas que operam em terra e as foras navais; c) guarnecer as bases navais de qualquer categoria e suas fortificaes; d) dar guarda para as reparties, estabelecimentos navais e destacamentos para os navios; e) fornecer praas para os servios de ordenana, de guarda e conduo de pessoas e para os servios auxiliares de administrao naval em geral; e f) fornecer bandas de msica para os navios e estabelecimentos.
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Fonte: DPHDM
Regulamento de 1932
Regulamento de 1934
Regulamento de 1940
INFLUNCIAS PREDOMINANTES DE FORA TERRESTRE Essas influncias se desenvolveram, basicamente, atravs dos Regulamentos para o CFN de 1932, 1934 e 1940, os quais incorporaram diversas prescries que estimularam os Fuzileiros Navais a adotar procedimentos tpicos das tropas terrestres (Exrcito Brasileiro). Deve ser destacado, contudo, que a Misso constante do art. 1 do Regulamento de 1932 revelava preocupao com tal influncia, ao definir a inteireza dos Fuzileiros Navais constituindo um Corpo e ao reafirmar, atravs de sua misso, ser ele uma parte integrante da Marinha, repetindo o que constava do decreto de criao do CFN: Art. 1 - Os Fuzileiros Navais formam um Corpo, denominado Corpo de Fuzileiros Navais, com a misso de cooperar com as Foras Navais na defesa nacional e participar dos servios da Administrao Naval. Os Regulamentos de 1934 e 1940 mantiveram a mesma conceituao, passando entretanto a definir o CFN como uma Fora organizada basicamente como Infantaria de que dispe a Marinha. Essa conceituao, destacando a idia de que os Fuzileiros Navais constituem um todo - o CFN - como parcela da Marinha, consolidou, posteriormente, a manifestao legtima de orgulho profissional marinheiro que se revela, ainda hoje e de forma peculiar, no seu esprito de corpo. Foi, tambm, muito importante na gerao de motivaes e no desenvolvimento de procedimentos relativos a projeo de poder sobre terra. Quanto s Atribuies ou Finalidades, os trs regulamentos foram praticamente idnticos, mantendo a tarefa de efetuar operaes de desembarque. Na prtica, porm, a falta de meios apropriados a tais operaes no permitiu seu desenvolvimento doutrinrio. Mas, como no quadro das operaes anfbias, ao desembarque seguem-se operaes terrestres, procurou-se atender ao que seria possvel, isto , preparar os oficiais e as praas para realizar operaes terrestres. Nesse mister, a Escola de Aperfeioamento de Oficiais (EsAO) e a Escola de Sargentos de Infantaria (ESI), ambas do Exrcito, foram os grandes instrumentos de aprimoramento profissional dos Fuzileiros Navais naquela ocasio. Estava assim estimulada uma forte vinculao ao pensamento militar do Exrcito, exceto no que dizia respeito Artilharia. Os artigos 18, 19 e 20 do Regulamento de 1934 informam bem sobre essa questo, embora vrias outras disposies regulamentares enfatizassem ser o CFN uma parcela da Marinha e instrumento do Poder Naval.
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Regulamento de 1934
No que tange Estruturao do CFN, os trs regulamentos sob exame expressaram concepes tpicas de Fora Terrestre. Tais concepes, aliadas reduzida transferncia de oficiais do Corpo da Armada para o CFN, bem como origem bastante diversificada daqueles que ingressavam no quadro de oficiais (Escola Naval, CPOR, Curso da Escola de Oficiais da Polcia Militar do DF e Curso Provisrio ministrado no CFN) e, ainda, matrcula obrigatria na EsAO, como j registrado, constituindo requisito para promoo a Capito-de-Corveta, no estimularam convenientemente o preparo das Foras de Fuzileiros Navais como instrumento de projeo do Poder Naval. Entretanto, graas ao esforo de um certo nmero de oficiais e sargentos, apoiados em conhecimentos adquiridos principalmente no Exrcito, foi desenvolvida uma capacidade operativa, ainda que modesta, atravs da realizao de exerccios que, em essncia, no passavam de marchas, acampamentos e prtica de maneabilidade e tiro, desenvolvidos em singelos enquadramentos tticos desvinculados das exigncias da doutrina das operaes anfbias, inclusive quando utilizavam embarcaes midas em deslocamentos de navios para a praia. Nem mesmo a participao da Marinha em operaes militares da II Guerra Mundial deu sentido anfbio, nos primeiros anos, formao dos oficiais FN, que j se iniciara em 1937, na Escola Naval. Por sua vez, aos oficiais superiores que cursavam a Escola de Guerra Naval, praticamente nada era ensinado sobre operaes anfbias. Terminava aquela guerra, em 1945, e os Fuzileiros Navais continuavam capacitados apenas para emprego em aes de segurana interna, orientados por doutrina da Fora Terrestre. O exame comparativo dos trs regulamentos que vigoraram at 1950 permite concluir, com reforos da consulta a documentos diversos e da tradio oral, que: o CFN como Fora Naval foi estruturado em 1932 para, no campo da defesa nacional, aprimorar-se na realizao de operaes de desembarque e prover segurana s instalaes das bases navais (inicialmente Ladrio e Belm); a inexistncia de material especializado, destinado s operaes de desembarque, aliada importncia conjuntural dos problemas de segurana interna, impediu o desenvolvimento de procedimentos tcnicos e tticos prprios de Fora de Desembarque; ao CFN foram atribudos, ento, encargos mais amplos nos servios da Administrao Naval; e
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ao final dos anos 40, o CFN constitua uma Fora (como preconizava o regulamento em vigor) composta, porm, apenas por tropas de guarda e segurana e baterias de artilharia. Era natural, pois, que as influncias doutrinrias de Fora Terrestre se estendessem s dcadas seguintes, tanto que, ainda nos anos 50, foram realizados exerccios que embora melhor elaborados, pois se desenvolviam segundo temas que abrangiam a conquista de objetivos pela infantaria apoiada por fogos reais da artilharia, das armas automticas da infantaria sobre as tropas e da Fora Area, no contavam ainda com o emprego de meios navais, e as aes eram desencadeadas quase sempre paralelas praia, sem aprofundamento no terreno, mesmo que a situao geral descrevesse um quadro anfbio. Na verdade, tais exerccios representavam os resultados da dedicao de oficiais e praas que, desde os anos 30, vinham tentando obter o aprimoramento operativo que julgavam indispensvel s operaes terrestres realizadas no contexto das operaes de desembarque. INFLUNCIAS PREDOMINANTES DE FORA ANFBIA
Terminada a II Guerra Mundial, a Marinha do Brasil havia estabelecido uma forte aproximao com a Marinha norte-americana, o que, aliada s repercusses das notveis vitrias dos assaltos anfbios no Atlntico e no Pacfico, com seu potencial gerador de idealizaes, encorajou afinal a aprovao, em 1950, de um novo regulamento para o CFN. Essa afirmativa se fundamenta no fato de que o regulamento incorporou conceitos, princpios, preceitos, estruturao e finalidades resultantes da experincia vivida pelo United States Marine Corps (USMC). Um analista militar isento consideraria aquele regulamento uma pretenso alm dos limites do razovel ou um desafio estimulante porm irrealizvel. Mas foi aprovado e aplicado de forma persistente, quase mstica; certamente com a crena de que qualquer resultado seria melhor do que a situao anterior. Quando essa experincia foi iniciada, a situao do CFN caracterizava-se por: utilizao de uma doutrina de emprego de Fora Terrestre, cuja principal fonte era a EsAO; inexistncia de material anfbio; disponibilidade reduzida de material blico; e adoo de procedimentos sedimentados de emprego de tropa como Unidade de Guarda e Segurana. Apesar disso ou por isso, o Regulamento de 1950 prescrevia sob o ttulo de Definio: Art. 1 - O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) uma Fora de que dispe a Marinha de Guerra para operar com as Foras Navais e demais Foras em operaes de carter naval, com a responsabilidade principal no desenvolvimento da doutrina, da ttica e do material de operaes anfbias.1 Em conseqncia, o art. 3 estabelecia, como finalidades primrias: Art. 3 - O Corpo de Fuzileiros Navais deve ter organizao, instruo e meios materiais e pessoais necessrios a: a) participar de operaes anfbias; b) tomar parte em operaes combinadas; c) capturar bases avanadas, areas ou pontos necessrios s Operaes Navais; e d) assegurar a defesa imediata de Bases Navais de qualquer espcie e guarnecer suas fortificaes. As letras a), b) e c) indicavam novas e mais amplas finalidades para os Fuzileiros Navais do Brasil, como Fora de Desembarque. A letra d) era apenas uma nova redao das mesmas tarefas no campo da defesa nacional, constantes dos regulamentos do perodo de influncia doutrinria predominante de Fora Terrestre. As finalidades secundrias, por sua vez, diziam respeito a encargos de guardas, ordenanas e bandas de msica. O art. 5, sob o ttulo de Organizao-Geral, indicava a transio da dependncia instruo do Exrcito para um caminho apropriado aos Fuzileiros Navais (trecho su1 O trecho sublinhado era cpia da misso do USMC. 82
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blinhado) como parte integrante do Poder Naval: Art. 5 - O Corpo de Fuzileiros Navais organizado nos moldes de uma Grande Unidade do Exrcito com as adaptaes necessrias s suas misses especiais e ao meio Naval. Coerentemente com as prescries dos artigos anteriores, o art. 21 estabelecia que para o atendimento das finalidades principais, o CFN mantm uma Fora de Fuzileiros da Esquadra, constituda por agrupamentos operativos prontos para ao, de acordo com as determinaes do EMA. Na verdade, o art. 21 apenas previa a necessidade da criao da Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE), o que no ocorreu de imediato, pois para atender ao propsito da sua criao, ou seja, dispor da capacidade de realizar operaes de desembarque no quadro de uma operao anfbia, teria que se combinar pessoal qualificado e material adequado em busca de um resultado, de natureza militar, nessa rea especfica de atividades. A residia a grande tarefa a ser realizada. Quanto ao pessoal do CFN, era evidente a necessidade de qualific-lo, em todos os nveis, para a realizao de operaes anfbias. Isso demandaria tempo, alm do que, combinar homens e material - qualificados e em condies de emprego - para obter dessa combinao resultados que alterassem favoravelmente a situao que nos pressionava, exigia o conhecimento e adoo de princpios, processos, tcnicas e tticas pertinentes. Esse o campo de atuao da doutrina, e a escolhida foi a do USMC. Atravs dela foram incorporados o modelo de estrutura organizacional e, para fins de estudos, a variedade e dimenso dos meios por ela preconizados. Essa escolha tem promovido, at hoje, um conflito permanente entre o recomendvel como doutrina e o realizvel como capacidade material. Coerentemente, no plano doutrinrio, foram enviados inicialmente dois oficiais para realizarem cursos nos Estados Unidos e, em seguida, trs outros para visitarem diversas organizaes do USMC, particularmente as de formao de pessoal. Um deles, aps retornar, foi pouco tempo depois designado para chefiar o Departamento de Fuzileiros Navais da Escola Naval. Prestou imensos servios, traduzindo e introduzindo manuais do USMC na instruo dos Aspirantes. Posteriormente foi nomeado para comandar o ento recm-inaugurado Centro de Instruo do CFN, a partir de seu primeiro ano letivo, onde encontrou, como instrutores, seus antigos Aspirantes, o que facilitou a introduo da doutrina norte-americana nos cursos do pessoal subalterno. Os demais oficiais atuaram como instrutores na EGN, na formao de praas e na estruturao organizacional do CFN. O processo de assimilao doutrinria foi se ampliando, a cada ano, com a designao de oficiais para cursos no USMC e a progressiva divulgao daquela doutrina atravs de cursos de carreira no Brasil. Relativamente ao material adequado s operaes anfbias, foi muito alentadora a compra dos Navios-Transporte de Tropa e de Carga: Barroso Pereira e Custdio de Mello incorporados em 1955, e Soares Dutra e Ary Parreiras em 1957. Tais navios e as embarcaes de desembarque de viaturas e pessoal (EDVP), construdos no Japo, estimularam a criao da Fora de Transporte da Marinha em 1956, o que consolidou a disponibilidade de certa capacidade de transporte e de desembarque especializados, embora inicialmente tivessem sido aqueles meios muito utilizados em transporte comercial. Apesar disso, a Fora de Transporte da Marinha foi, sem dvida, o instrumento que verdadeiramente deu conseqncia operativa de natureza anfbia aos conhecimentos doutrinrio-tericos que os Fuzileiros Navais iam paulatinamente obtendo em cursos no pas e no estrangeiro. Isso ficou claro aps o ano de 1958, quando se iniciou a participao daquela Fora nos exerccios anfbios. Foi, pois, na segunda metade dos anos 50 que passaram a existir condies mnimas para uma prtica consistente da doutrina de operaes anfbias. Tais condies eram as seguintes: estavam incorporados Marinha os navios-transporte e as EDVP; existiam oficiais com cursos no USMC (em nvel tcnico e de Estado-Maior), bem como com conhecimentos decorrentes de visitas e da observao de exerccios; a EGN ampliara os estudos, em nvel de Estado-Maior, relativos s operaes anfbias;
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Custdio de Mello
Soares Dutra
Ary Parreiras
Fonte: DPHDM
os Aspirantes, na EN, continuavam a receber uma orientao anfbia na sua formao; o Centro de Instruo do CFN j estava funcionando e transmitindo, s praas, conhecimentos sobre operaes anfbias; e existia disponibilidade de pessoal (oficiais e praas) para a organizao do 1 Grupamento Operativo da FFE. Foram ento assinados dois decretos pelo Presidente da Repblica, relativos criao e organizao da FFE.
Fonte: DPHDM
Aquelas condies e esses dois decretos ofereceram estmulos doutrinrios, apoio material e respaldo regulamentar para o incio de exerccios anfbios, o que ocorreu atravs das Operaes Aragem (ABR 58) e Badejo (NOV 58). Para essa ltima operao, foi ativado o 1 Grupamento Operativo, o qual deu origem ao atual 1 Batalho de Infantaria - Batalho Riachuelo - (primeira Unidade do Ncleo da 1 Diviso de Fuzileiros Navais - DivFuzNav).
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Paralelamente, foram incentivados cursos por correspondncia e ampliado o nmero de oficiais selecionados para realizar estudos mais diversificados nos Estados Unidos. O Marine Corps, tornando-se uma nova fonte doutrinria, permitiu comparaes com o que vinha sendo assimilado do Exrcito. Ficou ento constatado, como era de se esperar, que essa nova fonte oferecia respostas mais apropriadas destinao do CFN e, por isso, sua influncia foi se ampliando a cada dia. Em 1968, o Decreto n 62.860, que Estabelece a Estrutura Bsica de Organizao do Ministrio da Marinha, provocou, aps 22 anos de vigncia do Regulamento de 1950, a elaborao de um novo regulamento para o CFN, aprovado por decreto de 1972, o qual apresentou, como aspectos de relevo para os fins deste trabalho, os seguintes pontos: conceituou o CFN como um organismo de comando e apoio; no mais apenas como Fora; estabeleceu uma estrutura organizacional, no seu art. 4, que j refletia solues originadas em nossas prprias vivncias; Art. 4 - O CFN comandado por um Comandante-Geral e compreende: I - Comando-Geral (CGCFN) II - Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE); III - Foras de Seguranas (FS)2; e IV - Comando de Apoio (CApCFN) atribuiu ao CFN, como um todo, a finalidade de realizar aes e operaes terrestres de carter naval, o que orientou a destinao da FFE, expressa no art. 7 daquele regulamento: Art.7 - A Fora de Fuzileiros da Esquadra (FFE) constituda por Grandes Unidades de diferentes tipos permanentemente aprestadas para pronta ao, destinada ao emprego em operaes com Foras Navais, Aeronavais e outras Foras Singulares subordinou o CFN ao Comando de Operaes Navais, estimulando um debate interno sobre a nfase que deveria ser dada aos exerccios anfbios, em termos de motivaes estratgicas referentes ao nosso Poder Naval; infelizmente, a predominncia de questes de segurana interna e desconfianas indesejveis arrefeceram aqueles debates; e introduziu encargos relativos ao material peculiar s operaes anfbias. Mas, em essncia, o Regulamento de 1972 expressou ainda e apenas uma adaptao do modelo norte-americano, que no alterou o que j vinha sendo praticado em relao prontificao e ao emprego das foras de desembarque providas pelo CFN. Alis, naquela poca, a EGN, atravs da rea de Estudos de Fuzileiros Navais, traduzindo, aplicando e divulgando os manuais de nosso interesse, editados principalmente pelo USMC, desempenhou papel extremamente importante, chegando, a partir de certo momento, mesmo que independentemente de sua vontade, a dar o ritmo e a profundidade do processo de assimilao da doutrina anfbia de origem norte-americana. Merecem ainda registro as aproximaes com os Fuzileiros Navais equatorianos e argentinos, que alm de efmeras, foram pouco proveitosas em termos de conhecimentos doutrinrios, pois ambos tambm se apoiavam na mesma doutrina norte-americana. Mais recentemente, o CFN tem mantido intercmbio - atravs de cursos - com a Infantaria de Marinha da Espanha e o Royal Marines do Reino Unido, da resultando a obteno de dados que oferecem opes de nosso interesse, em decorrncia da dimenso dos meios e dos tipos de aes que realizam no quadro das operaes anfbias. Por ocasio da revogao do Regulamento de 1972, o que ocorreu em 1981, j se considerava a predominncia da influncia doutrinria de fora anfbia, at porque, no estgio atual do aprimoramento operativo das Foras de Fuzileiros Navais, ela essencial, pois, alm de outras razes: assegura a vantagem estratgica da capacitao de projetar poder sobre terra a partir do mar; e oferece a opo ttica adequada, no que tange disponibilidade previsvel dos meios navais, para as operaes terrestres de carter naval at o nvel de Brigada Anfbia.
2 Constitudas pelos Grupamentos Distritais e Destacamentos de Fuzileiros Navais
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POSSIBILIDADES DE INTEGRAO DOUTRINRIA As Foras de Fuzileiros Navais dos dias que vivemos continuam nitidamente influenciadas por duas vertentes doutrinrias: de Fora Terrestre (do EB) ; e de Fora de Desembarque (do USMC). A vertente de Fora Terrestre, predominante at o incio dos anos 50, cuja origem se encontra nos regulamentos mencionados no incio deste captulo, consolidou sua influncia atravs de cursos que oficiais e praas do CFN realizavam no Exrcito. Eram cursos de natureza tanto tcnica como ttica. O da EsAO era o primeiro de nvel ttico que os oficiais realizavam na carreira, sendo essa prtica estimuladora da adoo de procedimentos e viso tpicos de Fora Terrestre. A associao dos ensinamentos desses cursos carncia de material anfbio priorizava os estudos das operaes terrestres, o que influenciava o CFN, inconscientemente, para a configurao prtica de uma Diviso Anfbia de Exrcito. A outra vertente decorreu da nossa adeso, aps a II Guerra Mundial, doutrina anfbia adotada pelo USMC. Tratava-se de uma doutrina com extraordinria capacidade de apelo por seu emprego com sucesso em vrios conflitos e, especialmente, por se apoiar em abundantes meios materiais e em recursos humanos muito bem qualificados e de boa imagem militar. Tudo isso estimulava o CFN a construir, desde logo, uma capacidade anfbia ainda que restrita. Contudo, a falta de experincia de guerra e de material adequado levou os Fuzileiros Navais brasileiros a caminharem na direo da configurao terica de Reserva Ativa do USMC. Isso pode ser afirmado porque em todas as anlises de emprego da FFE surgia, com nfase, a sua participao num quadro interaliado, recebendo material do USMC. Ambas as influncias foram teis em determinados instantes, pois uma e outra permitiram aquisio de conhecimentos capazes de prover capacidade operativa. interessante notar que essas duas influncias, embora divergentes, no eram rigorosamente opostas. Nenhuma teve capacidade de anular a outra. Na prtica, as duas vertentes doutrinrias convergiram para um mesmo vale: o das operaes anfbias. Elas tm convivido com certo nvel de conflito, mas ambas tm se prestado para atender s carncias do CFN, tanto no plano doutrinrio como no da prtica. A integrao possvel dessas influncias, com natural predominncia dos aspectos doutrinrios de natureza anfbia, ser aprofundada nos captulos III e IV, visando ao aprimoramento futuro das Foras de Fuzileiros Navais.
Navio-auxiliar Vital de Oliveira, uma das unidades navais brasileiras na Segunda Guerra Mundial. Naufragou na noite de 19 de julho de 1044, tendo falecido seis Fuzileiros Navais.
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Desembarque e assalto anfbio da Marinha Brasileira nos moldes da ttica da Marinha de Guerra Americana na Guerra do Pacfico. Fonte: Jornal "A Manh", de 14 de maro 1948.
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VOCAES
m termos amplos, a prontificao das Foras de Fuzileiros Navais, a partir de 1932, tem sido institucionalmente orientada para a realizao de operaes anfbias, de segurana de bases navais, de operaes ribeirinhas e especiais e, tambm, de defesa territorial como desdobramento das tarefas atribudas em tempo de paz aos Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN). Por outro lado, para se obter a melhor aplicao do Poder de Combate (Poder Combatente) das Foras de Fuzileiros Navais (FFE e GptFN), as suas concepes de emprego devem ser harmoniosamente integradas, visando obteno de resultados mutuamente proveitosos. Essa integrao existe como resultante de um processo de assimilao de vivncias. Isto , ao longo dos anos elas foram sendo praticadas atravs do emprego dos GptFN e da FFE, para atender aos encargos atribudos Marinha em decorrncia de diferentes conjunturas poltico-militares. A partir de tais vivncias foram, ento, consolidadas duas vocaes primordiais para as Foras de Fuzileiros Navais: a. proteger instalaes de interesse do Poder Naval em reas do territrio nacional; e b. projetar poder como vetor terrestre do conjugado anfbio. PROTEGER INSTALAES DE INTERESSE DO PODER NAVAL EM REAS DO TERRITRIO NACIONAL A presena das Foras de FN em diferentes regies do territrio nacional teve seu incio atravs das antigas Companhias Regionais, mais tarde denominadas de Grupamentos de Fuzileiros Navais (GptFN), subordinados aos Comandos dos Distritos Navais. Organizados fundamentalmente como tropa de defesa de bases e de instalaes navais, passaram a realizar tambm operaes de segurana interna e, mais recentemente, considerando determinadas peculiaridades regionais, receberam atribuies especficas quanto a operaes ribeirinhas. Para uma melhor compreenso do emprego dos GptFN, segue-se uma apresentao da criao dessas unidades, destacando-se as tarefas a elas atribudas. Em 1932, foram criadas, para a segurana das duas nicas bases navais fora do Rio de Janeiro naquela ocasio - Ladrio e Belm - respectivamente as 1 e 2 Companhias Regionais, com efetivos retirados dos Batalhes de Infantaria do CFN sediados no Rio de Janeiro. Somente durante a II Guerra Mundial foram implantadas com sede em Natal, Salvador e Recife, as 3, 4 e 5 Companhias Regionais, cujas razes de criao esto embutidas nas suas misses: segurana da Base Naval de Natal (em construo), das instalaes do Comando Naval do Leste (Salvador) e da Estao Rdio da Marinha em Recife; vigilncia das praias; e vigilncia, policiamento e defesa dos portos. Com o trmino da II Guerra Mundial, em 1945, diminuram as preocupaes com a segurana das fronteiras martimas. Resolveu, ento, o governo dar a necessria
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CONSOLIDADAS
ateno s fronteiras molhadas do Sul, onde se haviam desenvolvido, no decorrer da guerra, atividades de comrcio ilegal que se tornaram extremamente danosas aos interesses do pas. A fronteira com a Argentina transformara-se em palco de constantes incidentes entre brasileiros e argentinos. Em 1948 foi ento criada, mas no ativada, a 6 Cia Regional, sediada em Florianpolis. Contudo, ainda em 1948, foi enviado um destacamento para a cidade de Uruguaiana, retirado do efetivo previsto para a 6 Cia Regional, com as tarefas especficas de: manter a integridade e a soberania naquela parte do territrio nacional; efetuar o patrulhamento fluvial do rio Uruguai; efetuar a represso ao contrabando; e exercer capatazia no rio Uruguai. Tarefas bem peculiares e que revelam a viso especial do significado de segurana para um pas ainda em desenvolvimento. Em determinados momentos da vida de tais pases, pode se tornar dramtico o conflito entre o interesse nacional momentneo e a doutrina de emprego da fora militar, especialmente se a doutrina importada de um pas com estgio de desenvolvimento bem mais avanado. Para as naes menos desenvolvidas, freqente a necessidade de administrar esse tipo de conflito. Impem-se, pois, os necessrios preparo e alerta para a defesa oportuna e bem fundamentada da destinao das Foras Armadas. Em 1955 foi, afinal, criada com sede em Uruguaiana a 7 Cia Regional, efetivando os contingentes existentes na rea. Tambm neste ano de 1955, a 5 Cia Regional foi transformada em 3Btl Regional. Ele foi denominado 3 porque integrava o 3DN. O escalo batalho resultou da idia de aumentar a capacidade de emprego das unidades regionais. Coerentemente com tal idia e em decorrncia da Lei de Fixao de Foras, de 1955, que autorizou o efetivo de 10.000 homens para o CFN, foi criado o Gpt Regional de Uruguaiana, englobando as 6 e 7 Cia Regionais. Em Florianpolis, sede do 5 DN, permaneceu um pequeno destacamento. Aps a mudana da Capital para Braslia, em 1961 foi criado o GptFN de Braslia, com as seguintes misses bsicas que davam destaque aos conceitos de defesa territorial e segurana interna, bem como relacionavam operativamente os grupamentos com a FFE: - efetuar misses de defesa territorial e de segurana interna; - apoiar e eventualmente reforar unidades da FFE que operarem em sua rea de responsabilidade; - reforar a FFE; e - desempenhar outras tarefas atribudas pelo Comando Naval de Braslia. Em 1963, com sede exatamente nas duas principais reas porturias do Brasil, sob fortes influncias da crise poltica interna que culminou com a Revoluo de 1964, foram criados os GptFN de Santos e do Rio de Janeiro. Ainda em 1963, o Gpt Regional de FN de Uruguaiana foi transformado em GptFN de Uruguaiana mantendo as mesmas misses bsicas.
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GptFN Ladrio
Prtico - AGO1971
GptFN Belm
GptFN Natal
Entrada principal
GptFN Salvador
Fachada
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GptFN Recife
GptFN Brasilia
1970
GptFN Manaus
LOCAL
LADRIO BELM NATAL SALVADOR RECIFE FLORIANPOLIS (NO ATIVADA) URUGUAIANA URUGUAIANA RECIFE URUGUAIANA D.F. SANTOS RIO URUGUAIANA RECIFE URUGUAIANA SANTOS RIO GRANDE MANAUS
EVENTO
CRIAO DA 1CIA REGIONAL CRIAO DA 2CIA REGIONAL CRIAO DA 3CIA REGIONAL CRIAO DA 4CIA REGIONAL CRIAO DA 5CIA REGIONAL CRIAO DA 6CIA REGIONAL ENVIADO UM DESTACAMENTO, REGIONAL DO EFETIVO PREVISTO PARA A 6 CIA REGIONAL CRIAO DA 7CIA REGIONAL, EFETIVANDO OS CONTINGENTES EXISTENTES NA REA TRANSFORMAO DA 5CIA REGIONAL EM 3BATALHO REGIONAL CRIAO DO GPT REGIONAL DE URUGUAIANA, ENGLOBANDO 6 E 7 CIA REGIONAIS CRIAO DO GPRFN BRASLIA CRIAO DO GPTFN DE SANTOS CRIAO DO GPTFN DO RIO DE JANEIRO TRANSFORMAO DO GPT REGIONAL DE FN DE URUGUAIANA EM GPTFN DE URUGUAIANA FORAM EXTINTOS OS RESPECTIVOS GRUPAMENTOS CRIAO DO GPTFN DE RIO GRANDE CRIAO DO GPTFN DE MANAUS
1976 1985
G
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JAN1986
Fachada
Plataforma de Transbordo
Em 1968 foram iniciados os estudos para a criao de um GptFN em Rondnia, com sede em Porto Velho, sob motivao casustica, felizmente no concretizada. No ano de 1976, a ttulo de economia de recursos financeiros, foram extintos os Gpt de Uruguaiana, Santos e Recife. O resultado benfico mais significativo foi o aumento dos efetivos das unidades da FFE. Finalmente, em 1985, foram criados os GptFN de Rio Grande, cidade que passara a sediar o Comando do 5 Distrito Naval, e o GptFN de Manaus, graas valorizao econmica e militar da regio amaznica. A criao progressiva dos Grupamentos de Fuzileiros Navais constituiu, sistematicamente, respostas conjunturais aos sucessivos quadros poltico-militares, envolvendo segurana interna e externa, ocorridos a partir de 1932. Corrigidas algumas distores, ficou, ento, assegurada a existncia de um GptFN na sede de todos os Distritos Navais e tambm nas duas bacias fluviais (Amaznica e Rio Paraguai) consideradas as suas importncias no planejamento estratgico da Marinha. Quanto estruturao desses Gpt, foi utilizada como modelo, at o final da II Guerra Mundial, a Companhia dos Batalhes de Caadores do Exrcito. Somente aps a II Guerra Mundial (com o Regulamento para o CFN de 1950) foi adotada a doutrina do USMC, de que resultou a flexvel soluo de Grupamento. O Decreto n 77.272 de 1976 posicionou os GptFN e estabeleceu as suas atribuies no art. 4. Art. 4 - Aos Comandos dos Distritos Navais e Comando Naval subordinam-se Foras Navais Distritais e Grupamentos de Fuzileiros Navais, tendo como atribuies principais efetuar opees navais e terrestres de carter naval incluindo: Patrulha Costeira; Polcia Naval; Defesa de Porto; Socorro e Salvamento Martimo; Operaes de Minagem e Contraminagem; Operaes Fluviais; Defesa de Bases e Instalaes Navais; e Operaes de Segurana Interna. Como visto, ao longo dos ltimos 50 anos, aos GptFN foram atribudos variados encargos fortemente influenciados por razes de segurana de contedos militar, poltico e scio-econmico. Por esta via, cada atual GptFN consolidou sua capacitao, beneficiado por sua prolongada presena em reas do territrio nacional, para realizar particularmente as trs ltimas operaes terrestres, de carter naval, citadas no decreto acima. A proteo de instalaes de interesse do Poder Naval , pois, uma vocao gerada pelas atividades dos GptFN posicionados: - em reas onde a concentrao de meios do Poder Naval do Brasil demande a existncia dessas unidades para a defesa de bases, de instalaes navais diversas e da manuteno da ordem interna; e - em reas sensveis que por suas dimenses, caractersticas geopolticas e/ou presena prxima e constante de componentes do Poder Naval estrangeiro, requeiram a sua efetiva ocupao e vigilncia e/ou a realizao de operaes ribeirinhas (tarefa bsica de projetar poder).
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Esta capacidade comeou a se desenvolver verdadeiramente durante o perodo de influncia doutrinria de fora anfbia, tendo sido fortemente estimulada pelo Regulamento para o CFN de 1950. A prtica dessa capacidade foi iniciada, como operao terrestre de carter naval, aps a aquisio dos navios-transporte que deram origem atual Fora de Apoio. As EDVP, que, como j mencionado, vieram com aqueles navios, foram logo depois transferidas para o Centro de Instruo do CFN, situado na Ilha do Governador, onde tiveram intenso emprego no treinamento das Equipes de Embarcaes (EE), constitudas inclusive por Guardas-Marinha, e nas tcnicas do Movimento-Naviopara-Terra (MNT). Naqueles treinamentos, o embarque das EE se dava em uma das praias, praticava-se o deslocamento para a rea de Reunio, a transposio da Linha de Partida e as formaes adequadas. A abicagem era feita em outra praia que permitisse o desenvolvimento de situaes tticas terrestres compatveis. Aqueles exerccios foram de motivao inestimvel. Em 1959, as EDVP, ainda no Centro de Instruo do CFN, receberam a denominao de Grupo Anfbio e seu Encarregado passou a ser um oficial do Corpo da Armada. A ento Fora de Transporte da Marinha transferiu, em 1963, o Grupo Anfbio para a Ilha de Mocangu, onde ainda hoje se encontra com a denominao de Grupo de Embarcaes de Desembarque (GED), subordinado atualmente, como unidade autnoma, Fora de Apoio. Em termos de material, especialmente destinado s operaes anfbias, aqueles navios-transporte e embarcaes de desembarque constituram tudo o que inicialmente se dispunha para desenvolver a capacitao anfbia da Marinha do Brasil. Tal iniciao foi facilitada porque o estudo sistemtico da teoria das operaes anfbias j comeara atravs de cursos, visitas e estgios no USMC, bem como com a introduo de assuntos pertinentes nos currculos dos cursos de carreira da MB. Na mesma poca, teve incio, tambm, a prtica de exerccios de desembarque, embora de reduzida complexidade. Foi a fase das j mencionadas Operaes Aragem e Badejo, seguidas pela Brisa (OUT 59), Corvina (NOV 59), Arfagem (SET 60) e Abelha (AGO 61). Essa ltima operao foi planejada como uma das conseqncias da renncia do ento Presidente da Repblica, no tendo contudo se concretizado o assalto anfbio no litoral de Santa Catarina. Merece ser destacado, ainda, que pela primeira vez foram utilizados navios mercantes - Ararangu e Rio Mossor - para transporte de tropa integrando uma Fora-Tarefa Anfbia (ForTarAnf) no Brasil. A Operao Abelha, por suas implicaes em termos de flexibilidade de aplicao do Poder Naval, evidenciou que a Marinha ampliara sua capacidade de interveno na soluo de problemas de natureza poltico-militar, particularmente
de perturbao da ordem interna, pois, alm de navios no mar, passara a dispor de tropa embarcada para aplicao em algumas reas do litoral. Isso ficou bem ntido da para o futuro. Relativamente aos meios aeronavais, tambm em 1961 foram criados o Comando da Fora Aeronaval e o 1 Esquadro de Helicpteros de Emprego Geral (Esqd HU-1). Suas aeronaves Whirlwind S-55 (UH-5) passaram a participar de operaes com Foras de Fuzileiros Navais, aumentando a flexibilidade e a capacidade de atuao das Foras de Desembarque (ForDbq), dando-lhes maior rapidez e profundidade nas aes e abrindo-lhes extensos trechos de litoral antes inabordveis pelas embarcaes de desembarque. Posteriormente, em 1965, com a soluo presidencial sobre a aviao embarcada, foram recebidos pela MB seis helicpteros SH-34J - designados SH-l e apelidados de Baleia - e criado o 1 Esquadro de Helicpteros Anti-submarino, que, apesar de sua destinao primria, participou com suas aeronaves, inclusive os ento novos SH-3, no desenvolvimento dos procedimentos de emprego de helicpteros nas operaes anfbias. O ano de 1964 foi um verdadeiro marco para o desenvolvimento das operaes anfbias no Brasil. Naquela ocasio foi realizada a primeira operao da srie Drago. Continuando at os dias de hoje, um dos exemplos mais caractersticos das influncias
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doutrinrias que conflitam e coexistem no CFN. Da Operao Drago I at a Drago X, as fases clssicas da OpAnf eram desenvolvidas segundo o modelo do USMC at o final do MNT; as aes em terra, por sua vez, influenciadas pelo quadro poltico nacional e conseqente combate subverso, desenvolviam-se orientadas pelos conhecimentos, adquiridos na EsAO, relativos Guerra Revolucionria. J a partir da Operao Drago XI as situaes criadas permitiram desenvolver temas relativos a conflitos regionais, porm o emprego das Foras de Desembarque tinha como propsito exclusivo permitir o desembarque de tropas do Exrcito para prosseguimento das aes em terra. Simultaneamente com essa nova srie, a FFE participou de exerccios interaliados (as Operaes Veritas e Caribex), que facilitaram a aquisio bastante objetiva de conhecimentos de guerra anfbia pelos oficiais e praas da FFE. Os anos 70 ofereceram duas grandes contribuies para a ampliao da capacidade da MB de projetar poder sobre terra atravs de operaes anfbias. Uma delas, de carter doutrinrio-institucional, teve origem no Plano Estratgico da Marinha (PEM) ao estabelecer: As Operaes Anfbias ainda que de vulto moderado, emprestam s Foras Na-
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vais uma grande capacidade de interveno em territrio nacional ou estrangeiro. A outra, de natureza instrumental, foi o recebimento dos Navios de Desembarque de Carros de Combate (NDCC) - primeiros navios realmente anfbios da Marinha - que ampliaram a possibilidade de desembarque de variados meios, com influncia marcante sobre o prosseguimento das operaes em terra. Apesar do significativo aprestamento que j fora alcanado pelos Fuzileiros Navais como Fora, a FFE continuava, ao longo dos anos 70, a no possuir comando prprio. Seu Comandante era, cumulativamente, o Comandante-Geral do CFN, cujo Estado-Maior tratava de todos os problemas - administrativos e operativos - do CFN. Era uma situao administrativamente conveniente, porm no atendia plenamente s exigncias de prontificao de uma Fora destinada ao emprego combinado de meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais - ou conjugado anfbio, particularmente quanto s relaes de comando e integrao dos seus componentes. No nicio dos anos 80 - j se passara praticamente meio sculo desde a criao do novo CFN e a FFE completara vinte e trs anos de existncia - tornara-se evidente que o Corpo de Fuzileiros Navais, com um contingente correspondente a cerca de 1/3 da Marinha, distribudo pelo Comando-Geral, Comando de Apoio, FFE e Foras de Segurana, estas com suas sedes nas reas dos diferentes Distritos Navais, necessitava de uma atualizao de seus servios e atividades, de modo a aumentar a eficincia de seu emprego. Alm disso, as peculiaridades decorrentes do fato de suas foras realizarem operaes terrestres de carter naval, visando atender o planejamento estratgico da Marinha, recomendavam a participao do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais no processo decisrio de alto nvel da Marinha, conforme explicitado na Exposio de Motivos do Ministro da Marinha, de 20 de agosto de 1980. Em decorrncia, ocorreu a alterao da Estrutura Bsica da Organizao do Ministrio da Marinha, atualmente em vigor, posicionando-se o Comandante-Geral no Almirantado, o Comando-Geral no Setor Apoio e permanecendo a Fora de Fuzileiros da Esquadra e os Grupamentos de Fuzileiros Navais no Setor Operativo. Da, a nova conceituao recebida pelo CFN, atravs do art. 2 do Decreto n 85.924 de abril de 1981: O Comando-Geral do CFN, como Orgo de Direo Setorial (ODS), manteve Art. 2 - O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), parcela da Marinha destinada a aes e operaes terrestres necessrias a uma Campanha Naval, bem como a guarda e segurana de instalaes navais ou de interesse da Marinha e ao respectivo apoio especfico, tem seus elementos componentes redistribudos dentro da estrutura bsica da organizao do Ministrio da Marinha, nos diversos nveis dos setores Operativos e de Apoio.
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o encargo de prover s Foras de Fuzileiros Navais com recursos humanos profissionalmente aprimorados e material especfico adequado, os quais recebem, no Setor Operativo, aprestamento compatvel com as condies previsveis de emprego. Essas, por sua vez, podem provocar demanda de novos meios (humanos e materiais) de crescentes nveis de desempenho. A implantao do Curso de Aperfeioamento de Oficiais (CAO-CFN) e a aquisio dos CLAnf, na dcada passada, foram respostas a tais demandas. Da mesma forma, tambm deve ser entendida a aquisio dos He Super Puma (UH-l4). Ficou, assim, consolidada uma relao de mtua essencialidade entre os setores, indispensvel eficincia operativa da Marinha. Por seu turno, a permanncia da FFE e dos GptFN no mbito do Comando de Operaes Navais - a FFE com comando prprio - foi e um fator estimulador da necessria integrao das foras navais, aeronavais e de fuzileiros navais, com reflexos no desempenho dos componentes do conjugado anfbio. Neste sentido reala a ativao do Grupo de Desenvolvimento de Ttica do ComFFE, ao qual se deve creditar o Sistema de Avaliao de Exerccios (SAE), com influxos inovadores tambm sobre os aspectos logsticos. Tudo isso representou um esforo gigantesco para a Marinha. Foi tambm portentoso o esforo do Comando-Geral do CFN, em termos de preparo do pessoal e de seleo e manuteno dos meios especficos, que, combinados para estruturarem os Grupamentos Operativos da FFE, consolidaram a vocao para projetar poder sobre terra. Assim a FFE, por sua mobilidade, flexibilidade e versatilidade, vem se tornando particularmente apta para o: emprego, a partir de uma situao de paz em que se fizer necessria a ampliao da presena do Poder Naval inicialmente provida pelos GptFN, em operaes de complexidade varivel podendo evoluir para incurso ou assalto anfbio; e emprego, como ForDbq, nas diferentes configuraes de guerra e de conflitos visualizadas no planejamento do preparo e emprego do Poder Naval brasileiro. INTERACO DAS VOCAES Foi visto, nos seus principais aspectos, como, a partir de 1932, os Fuzileiros Navais iniciaram e desenvolveram, em etapas sucessivas, vivncias que, embora diversificadas, consolidaram uma concepo de emprego integrado de suas Foras (FFE e GptFN). A importncia dessa concepo est realada pelo fato de que os GptFN constituem, pela utilizao de parte de seus efetivos, a fonte que poder preencher, mais prontamente, os claros iniciais existentes na FFE em caso de seu emprego real. Os contingentes resultantes de mobilizaes que sero desencadeadas progressivamente atendero ento: aos claros provocados nos GptFN pelo atendimento das necessidades iniciais da FFE; e s futuras necessidades decorrentes de baixas e expanses da FFE. Em contrapartida, a FFE, por sua capacidade de projetar poder, tem condies de superar, atravs da ampliao da presena do Poder Naval, a impossibilidade de existncia, desde os tempos de paz, de GptFN capazes de guarnecerem plenamente todas as reas ao longo do nosso litoral e outras reas sensveis, especialmente fronteirias, onde existam instalaes de interesse da Marinha. O fundamento mais estvel dessa concepo de emprego integrado, ou interao das vocaes consolidadas pela FFE e GptFN, repousa no fato de que no existe Fuzileiro Naval de primeira e de segunda categorias. Afinal, trata-se de uma tropa de combatentes anfbios profissionais, com cursos de formao, especializao e aperfeioamento homogneos e utilizadores dos mesmos meios.
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CENRIOS
teve conseqncias profundas sobre o relacionamento humano e sobre a vida das naes. Ainda prematuro afirmar o que ser o mundo na virada do sculo a seguir, mas improvvel que venham a criar estruturas polticas que, no futuro previsvel, tornem prescindvel a capacidade militar. O Brasil no pode, portanto, descurar de sua defesa, numa era de mudanas cujos resultados so ainda incertos.
Projeto de Reconstruo Nacional destaca que o mundo est vivendo um processo de acelerada mudana histrica. O impacto do desenvolvimento da cincia e da tecnologia
O Corpo de Fuzileiros Navais, como parcela da Marinha, deve inserirse nesse contexto, orientando seus recursos humanos e materiais para fazer face s possibilidades de emprego contra as ameaas decorrentes da concretizao de hipotticos cenrios adversos.
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PREVISVEIS
CARACTERIZAO DOS CENRIOS O emprego das Foras de Fuzileiros Navais deve ser considerado dentro de cenrios previsveis com componentes adversos aos interesses brasileiros, segundo critrios estabelecidos pelo Comando de Operaes Navais. Esses cenrios adversos podem ser de: guerra regional; perturbao da ordem interna; crises poltico-estratgicas; e guerra global. No cenrio de guerra regional as possibilidades de conflito tendem a ser decrescentes, pois o Brasil vive atualmente um perodo caracterizado pela conciliao e o entendimento regionais, com as preocupaes voltadas para a resoluo dos problemas econmicos e sociais. Entretanto, num mundo organizado em Estados soberanos, cujos interesses nem sempre so coincidentes, no sensato abandonar a possibilidade de se dispor de capacidade de afirmao da soberania nacional, pelo menos no mbito da comunidade internacional regional. Desse modo, as Foras de Fuzileiros Navais devem contribuir para a constituio de uma capacidade manifestada, idora e desestimuladora de aventuras militares,contra a nossa soberania e integridade territorial, por parte de poderes homlogos do continente. Essa capacidade dissuasria deve ser expressa no somente na estruturao da FFE, mas tambm na capacidade real de projetar poder sobre terra em uma regio onde no se espere forte contraposio ao desembarque e s subseqentes aes em terra, bem como na possibilidade concreta de realizar aes de comandos. No caso de perturbao, da ordem interna a atuao das Foras de Fuzileiros Navais dar-se-ia, isoladamente ou em cooperao com as demais Foras Singulares, atravs do emprego dos GptFN, desencadeando aes pertinentes manuteno da ordem, em reas fluviais, particularmente as fronteirias, ou em reas costeiras. A FFE dispe de capacidade mediante o engajamento de Grupamentos Operativos de FN (GptOpFN), de valores variveis, para complementar ou suplementar essa atuao, devendo, para isso, dispor de conhecimentos sobre o ambiente operacional e de condies de se deslocar rapidamente para a rea, empregando inclusive o transporte por aeronaves. As crises poltico-estratgicas, tambm chamadas crises sem guerra, tm origens nas seguintes realidades da vida internacional: presso da grande potncia em virtude de contenciosos diversos; comprometimento da ordem e da garantia da vida humana em reas crticas externas; perturbao da ordem martima e fluvial em reas de jurisdio brasileira; e aes fronteirias resultantes de atividades ilcitas. Quando o exame corrente da situao indicar tendncia para qualquer dessas configuraes, a participao das Foras de Fuzileiros Navais deve ser efetivada, como a seguir examinado, mediante o emprego de GptOpFN previstos como Fora-Pronta, pelo Comando de Operaes Navais, a fim de garantir a preservao dos interesses nacionais. Em contencioso com uma grande potncia, as Foras de Fuzileiros Navais seriam chamadas a participar se as aes de natureza poltica ou de um componente do Poder Militar, com capacidade dissuasria, no fossem suficientes para manter as operaes afastadas do territrio nacional. Em tal caso, a atuao se daria atravs de aes de comandos ou como infantaria leve, procurando causar o maior nmero de baixas ao adversrio. Poderiam, tambm, as Foras de Fuzileiros Navais operar em conjunto com
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as demais Foras Singulares nos diversos tipos de aes previstas para a campanha. Por sua vez, os comprometimentos com a manuteno da ordem e garantia da vida humana em reas crticas poderiam justificar a atuao atravs de projeo de poder sobre terra em regies onde fosse esperada pequena contraposio ao desembarque e s subseqentes aes em terra. Essas aes seriam destinadas a apoiar o restabelecimento da ordem, a salvaguardar vidas humanas e a retirar no-combatentes das reas conflagradas. Com referncia ordem martima e fluvial, a participao dos Fuzileiros Navais se limitaria aos destacamentos, especialmente embarcados nos meios empregados para o seu restabelecimento. Relativamente s aes fronteirias, resultantes de atividades ilcitas, a Regio Amaznica e a rea do Pantanal Mato-grossense so as partes do territrio nacional mais sensveis s aes irregulares oriundas de pases vizinhos, realizadas sem apoio ou mesmo contrariando os governos daqueles pases. A participao das Foras de Fuzileiros Navais no combate a essas aes se daria, principalmente, atravs dos GptFN em cenrios ribeirinhos para os quais estaro operacionalmente bem preparados. A FFE, como mencionado anteriormente no tocante defesa da ordem interna, atuaria na complementao ou suplementao dessas aes, mantendo os mesmos condicionamentos. Finalmente, no conflito global, o de menor probabilidade de envolvimento brasileiro, a certamente limitada participao de Foras de Fuzileiros Navais ocorreria, em carter seletivo, dentro de um quadro interaliado. POSSIBILIDADES DE EMPREGO DAS FORAS DE FUZILEIROS NAVAIS As anlises dos cenrios indicam que a formao dos recursos humanos e o material especfico dos Fuzileiros Navais devem atender s exigncias para que suas foras, aps adestradas no mbito do Comando de Operaes Navais, representem um efetivo poder dissuasrio e, portanto, estejam capacitadas a: a) realizar isoladamente: projeo de poder sobre terra no Atlntico Sul, em cenrio regional clssico ou de comprometimento da ordem e da garantia da vida humana em reas crticas, contra pequena oposio ao desembarque e atuao em terra; operaes especiais no cenrio regional, atravs ou no de projeo de poder sobre terra; operaes especiais e atuao como infantaria leve, em territrio nacional, contra tropas invasoras atravs ou no de projeo sobre terra; operaes ribeirinhas; projeo de poder sobre terra e operaes especiais em defesa da ordem interna; e b) participar de: projeo de poder sobre terra, no Atlntico Sul, em conjunto com foras anfbias aliadas, em cenrio de guerra regional ou de comprometimento da ordem e da garantia da vida humana em reas crticas; aes anfbias seletivas, dentro de uma fora interaliada em conflito global; aes em conjunto com as demais Foras Singulares, em territrio nacional, contra tropas invasoras atravs ou no de projeo de poder sobre terra; aes de defesa territorial mediante emprego dos GptFN; aes, em conjunto com as demais Foras Singulares, para a manuteno da ordem interna em regies fronteirias, particularmente em ambientes ribeirinhos, em reas costeiras e regies fluviais navegveis, mediante, ou no, projeo de poder sobre terra; operaes ribeirinhas na defesa da ordem interna e em crises poltico-estratgicas; e Fora Internacional de Paz, nos moldes da FAIBRAS na Repblica Dominicana (com participao de tropa nos anos de 1965 e 1966) ou apenas com a presena de observadores, como aconteceu no Congo, Paquisto, El Salvador/Honduras e presentemente na Nicargua, Angola e Iugoslvia.
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DIMENSIONAMENTO DAS FORAS DE FUZILEIROS NAVAIS Tendo em vista que a Doutrina Bsica da Marinha (DEM) determina que o nvel de aprestamento do Poder Naval dever ser compatvel com as exigncias de uma guerra limitada e que garanta credibilidade como fator dissuasrio, em face dos poderes homlogos do continente, lcito admitir que a atual estrutura das Foras de Fuzileiros Navais, quantitativa e qualitativamente, j apresenta uma resposta inicial a essa diretiva. Os posicionamentos dos GptFN em reas que apresentam maior concentrao de meios do Poder Naval e nas regies mais sensveis - fronteirias, costeiras e fluviais - que por suas dimenses, caractersticas hidrogrficas e climticas requeiram efetiva ocupao e vigilncia por pessoal aclimatado ao ambiente operacional, tambm atendem s necessidades, no que tange s operaes ribeirinhas, defesa de bases e instalaes navais e manuteno da ordem interna previstos no Decreto n 77.272 de 1976, analisado no captulo III. Tais capacitaes adquirem maior consistncia em virtude da FFE poder complementar ou suplementar a atuao dos GptFN. No que tange capacidade de projetar poder, as limitaes do parque industrial brasileiro e de recursos financeiros para uso militar indicam, claramente, que essa capacitao deve ser baseada em foras de desembarque equipadas e adestradas para explorarem, como fora leve, a rapidez nos desembarques e a mobilidade nas manobras, engajando pontos de pequena resistncia, ou mesmo sem resistncia em litoral hostil. Para tal, devem possuir, tambm, uma boa capacidade de produzir informaes, de executar medidas imaginativas de despistamento e de participar, como componente de uma Fora Tarefa Anfbia, de manobras em termos de arte operacional para assegurar o desembarque potencialmente sem oposio. Portanto, a dimenso e o aprestamento atuais das Foras de Fuzileiros Navais indicam que no devemos apenas nos limitar a uma capacidade dissuasria, em relao aos poderes homlogos regionais na atual conjuntura. Mas, necessrio que, mediante algumas alteraes estruturais e aquisies, por vezes no estrangeiro (ver Anexo I), ou substituies de armamentos e viaturas, fique assegurada a base de um Poder de Combate compatvel com as alternativas de emprego em face dos cenrios previsveis. Contudo, as mutaes conjunturais, aliadas ao tempo necessrio para a concluso da montagem desse Poder de Combate, geram novos desafios. H, pois, necessidade de uma proposta temporal e flexvel em que o dimensionamento, a includa a composio das Foras, seja apenas um dos parmetros. De tal proposta se ocupar o captulo que se segue, adotando uma janela de tempo que abranja o final da primeira dcada do prximo milnio.
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Apesar dessas diferenas significativas, admissvel, em princpio, buscar-se nveis aceitveis de similitude estrutural e doutrinria entre as Foras de Desembarque dos dois Corpos, pois semelhantes so as suas destinaes principais. Outro ponto de nossas vivncias a considerar a influncia do EB longamente permeada nas reas operacional e administrativas do CFN. No se deve descurar de que, embora a estrutura organizacional das Unidades do CFN e o material por elas usado guardem semelhanas com os da Fora Terrestre, a concepo de emprego das Foras de Fuzileiros Navais orientada pela mobilidade, flexibilidade e versatilidade atributos de fora naval exigidas no cumprimento de misso de terra, no quadro de uma operao anfbia. Assim, aquela influncia deve ser minimizada e limitar-se aos conhecimentos tcnicos aplicveis s atividades em que possam ser teis (e algumas realmemte so e no comprometem a destinao anfbia das Foras de Fuzileiros Navais). Quanto ao conhecimento da sua doutrina ttica, visando-se adoo do que for de interesse das operaces terrestres de carter naval - acolhimento, substituio em posio ou por ultrapassagem, juno e outras - ser suficiente o seu acompanhamento, atravs da presena de reduzido nmero de oficiais FN em cursos de aperfeioamento daquela Fora Singular, e a participao em exerccios conjuntos dentro de um quadro operacional compatvel, de preferncia de natureza anfbia. Inquestionavelmente, as influncias dessas duas fontes - Exrcito e USMC - foram de importncia especial para o CFN nos perodos mais acentuados de carncia de meios, de dificuldades em atender sua destinao e de afirmao como instituio. Por certo, uma parcela do que j foi assimilado dessas fontes continuar a ser til nas etapas futuras de aprimoramento das Foras de Fuzileiros Navais brasileiras. Felizmente, enquanto ocorria a assimilao dessas influncias, nos ltimos 40 anos, foram realizadas experimentaes tericas e prticas, com participao intelectual ativa de oficiais do Corpo de Fuzileiros Navais e do Corpo da Armada, as quais geraram conhecimentos peculiares s operaes terrestres de carter naval aplicveis s necessidades operativas da MB. Assim, dever ser crescentemente mais significativa a valorizaco das prprias vivncias da MB, na formulao do modelo e no aprestamento da Fora de Desembarque de que ela necessitar, em face dos novos tempos e das realidades do poder nacional. UMA EVOLUO GRADATIVA A opo por uma evoluo gradativa, para as Foras de Fuzileiros Navais, oferecer respostas compatveis com cada etapa da evoluo do Poder Naval do Brasil, privilegiando-se, fundamentalmente, a montagem da capacidade de projetar poder, uma vez que a vocao para proteger instalaes de interesse do Poder Naval em reas do territrio nacional j se encontra consolidada pelas experincias adquiridas em mais de cinqenta anos de existncia dos Grupamentos de Fuzileiros Navais distritais. Enquanto o Brasil no dispuser de Poder Nacional pondervel - especialmente de capacidade industrial blica - a MB ter que conviver com a situao dicotmica de, por um lado, dispor de Foras de Desembarque equipadas com material estrangeiro, alguns com altos ndices de sofisticao (o que pode induzir tentativa de emprego da doutrina para a qual o equipamento foi idealizado), e, por outro lado, ter de empreg-las segundo modelo doutrinrio fortemente influenciado pelas possibilidades e peculiaridades da realidade nacional, sob pena de, no o fazendo, amargar desagradveis conseqncias de experincias frustrantes. A definio de Operaes Anfbias, constante da Doutrina Bsica da Marinha, a instruo ministrada sobre esse tipo de operao de guerra naval nos diferentes nveis de preparao do pessoal da MB, bem como o adestramento conduzido pelo setor operativo esto relacionados a tticas essencialmente lineares, prprias do estilo de guerra de atrio (a qual exige grandes efetivos e substancial quantidade de suprimentos, especialmente de munio, e cujas manobras so elementares e apresentam intenes bvias). Por sua vez, a valorizao, por diversos pases, da existncia do nvel operacional da guerra - intermedirio entre o estratgico e o ttico - estimulou o ressurgimento do estilo de guerra de manobra (j empregada por Anbal, Belisrio, Gngis Khan, Sabutai,
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Turene, Napoleo, Von Hutier e Guderian) . Esse estilo requer apurada compreenso da arte da guerra privilegiando o emprego de foras mais leves, de maior mobilidade e com acentuados graus de entrosamento e flexibilidade dos comandos envolvidos(o que fcil de se obter no caso brasileiro, em termos de operaes anfbias, graas ao posicionamento da FFE). As realidades da conjuntura militar internacional vm estimulando, na MB, a busca de solues para a definio do modelo doutrinrio para empregos futuros de uma ForDbq e, consequentemente, para a composio e dimensionamento da mesma. Alm disso, os cenrios previsveis, delineados no captulo IV, recomendam a adoo de uma composio de ForDbq que oferea, pela combinao de seus meios, capacidade potencial de combate adequada s exigncias da defesa nacional. Porm, para que a capacidade potencial se transforme em Poder de Combate, gerador de efeito dissuasor e/ou de engajamentos vitoriosos, necessrio que seja: empregada segundo uma doutrina com ela consistente; dirigida por lideranas competentes; e apoiada por um sistema logstico eficaz.
O atendimento a todas essas condicionantes requer que o modelo doutrinrio de emprego de ForDbq atualmente em uso, fundamentado preferencialmente nas experincias vividas pelo USMC, seja: alimentado por experincias nacionais e particularidades do contexto internacional que abranjam os interesses do Brasil, de modo a torn-lo adequado a atender aos compromissos conjunturais do Poder Naval brasileiro; ajustado, em dimenso, s possibilidades do Poder Nacional, a fim de assegurar permanente exequibilidade a sua evoluo; e mantido aberto incorporao de aspectos doutrinrios, de diferentes origens, aplicavis s sucessivas realidades nacionais, para que, durante cada novo estgio de aprimoramento, sejam obtidos desempenhos sempre aceitveis.
Esse processo de busca de soluo para o modelo doutrinrio de projeo de poder sobre terra exige, paralelamente, concepes preliminares orientadoras quanto composio e escalo das ForDbq. Dever-se-, pois, ponderar que os interesses do Brasil, no mbito da comunidade internacional (diferentes e mais modestos do que os das grandes potncias), e os ambientes operacionais mais provveis indicam que no dever ser de ns exigido, a curto prazo, especialmente quando consideradas as novas realidades das relaes de poder mundial, realizar operaes, baseadas no poder de choque com ntida superioridade local, capazes de sobrepujar um inimigo forte e firmemente estabelecido em terra. O sucesso das projees anfbias brasileiras depender, inicialmente, mais da rapidez do desembarque, da mobilidade em terra da ForDbq, da sua capacidade de realizar operaes especiais e de identificar vulnerabilidades no dispositivo inimigo, bem como da eficincia do apoio a partir do mar, do que da superioridade de poder de combate. Isso no implica uma ForDbq despreparada para engajamentos vitoriosos; pelo contrrio, para que ela represente poder dissuasrio, em termos regionais, deve ter condies de superar resistncias inesperadas em terra, bem como de repelir contraataques imediatos, prosseguir em fora para os seus objetivos e possuir permanncia para acolher e apoiar uma fora de maior vulto em aes subseqentes. No tocante sua composio, essa ForDbq poder ser relativamente leve, devendo possuir acentuada mobilidade, para, nos nveis ttico e operacional (este, primordialmente em funo dos meios navais e aeronavais4 do Conjugado Anfbio), empregando a surpresa, a audcia e a oportunidade, explorar os pontos fracos do inimigo, desembarcando em praias menos defendidas, golpeando as vulnerabilidades do seu dispositivo, em especial nos flancos e reas de retaguarda, procurando causar-lhe os maiores danos possveis, quer pessoais/materiais, quer psicolgicos. importante considerar que postos de comando, unidades de artilharia e instalaes logsticas constituem-se
4 Resta ainda uma deficincia preocupante representada pela inexistncia de aeronaves de asa fixa orgnicas e destinadas ao cumprimento de tarefas de defesa area e de ataque. 104
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em objetivos compensadores. Ao considerar-se a dimenso atual do CFN, o escalo de ForDbq que efetivamente a MB poder dispor, desde logo, para a projeo de poder, nas condies acima descritas, de Unidade Anfbia (UAnf), cujo Componente de Combate Terrestre (CCT) o GDB (nucleado em um Batalho de Infantaria). O Batalho de Infantaria (Btllnf) de Exrcito tem sido doutrinariamente entendido como a menor organizao ttica com capacidade plena de realizar planejamento operacional e enquadrar reforos; no entanto, suas possibilidades de atuao isolada no campo de batalha so limitadas por no responder plenamente aos princpios da concentrao e da mobilidade, e, por serem os elementos de apoio ao combate e apoio de servios ao combate, da Fora Terrestre, destitudos da flexibilidade estrutural para apoiar eficientemente esse nvel de tropa. No mbito do CFN comum atribuir-se ao Batalho de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtllnfFuzNav) todas as limitaes dos Etllnf do EB. Entretanto, o BtllnfFuzNav, por ser empregado normalmente organizado por tarefas, nucleando o GDB, como CCT de uma UAnf, tem capacidade de atuao isolada, consoante com sua destinao anfbia, tendo em vista a combinao de armas e servios da UAnf, que estabelece estruturas de comando para as diferentes responsabilidades e proporciona variados meios de apoio ao combate e apoio de servios ao combate. Essa capacidade , tambm, ampliada pelo apoio prestado pelos diversos componentes navais do conjugado anfbio, conforme previsto na doutrina das operaes de guerra naval. Os Fuzileiros Navais devem atentar para essas diferenas. Dentro dos cenrios do Atlntico Sul, tratados no captulo IV, a UAnf representa uma capacidade de combate, para emprego em operaes no muito prolongadas, que se realizem em um espao fsico restrito. Esse fato no implica limitar a UAnf realizao de incurses anfbias. Ela pode ser tambm utilizada, quando o inimigo apresentar vulnerabilidades especficas, como precursora de uma Fora de Desembarque de maior vulto, ou na defesa em ponto forte ou, ainda, no estabelecimento de posio de bloqueio em territrio hostil, at o acolhimento de fora amiga, dotada de maior capacidade de durao nas aes, no necessariamente lanada do mar. Por sua constituio, mobilidade ttica, mobilidade estratgica (assegurada pelos meios navais) e flexibilidade, a UAnf , tambm, adequada para emprego em situaes de crise, particularmente para operaes de retirada de no-combatentes, resgate de pessoal e material e demonstraes de fora. Pelas mesmas caractersticas, esse tipo de GptOp poder ser utilizado, ainda, em aes pertinentes manuteno da ordem em reas costeiras e regies fluviais, quer isoladamente, quer ampliando a atuao dos GptFN distritais. Deve-se salientar que, no momento, a FFE pode prover recursos humanos e materiais para constituir at duas UAnf. Todo o restante dos meios disponveis na FFE ser destinado a recompletar esses GptOp, at a prontificao dos primeiros meios mobilizados, Os GptFN constituem tambm uma fonte inicial de Recursos Humanos. Eis a o atual nvel de Capacidade Potencial de Combate das Foras de Fuzileiros Navais, para projetar poder atravs de operaes anfbias, consentneo com a nossa realidade. A BRIGADA ANFBIA LEVE A necessidade de descentralizao das aes no campo de batalha, manifestada nas ltimas dcadas e acentuada pelos avanos mais recentes da tecnologia militar, promoveu e consolidou o ressurgimento das Brigadas, constitudas por nmero varivel de batalhes. As Foras Terrestres tomaram a Brigada como a Grande Unidade bsica de combinao de armas, integrada por unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio administrativo, com capacidade de atuar independentemente e durar na ao. A UAnf, como mencionado anteriormente, incorpora tambm uma combinao de armas e servios, fato que lhe proporciona a mesma flexibilidade de uma Brigada do Exrcito. Entretanto, sua capacidade de ocupao fsica e de manuteno do terreno
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mais limitada, tendo em vista o ncleo de seu CCT (GDB) ser constitudo por apenas um BtllnfFuzNav. Assim, entre os GptOp formados pelas Foras de Fuzileiros Navais, a Brigada Comando Comando Comando Anfbia (BAnf), com o seu CCT formado UAnf CCT-GDB CASC por um mnimo de trs GDB, aquele que constitui o menor valor de ForDbq capaz de realizar o assalto anfbio para conquista Dst Dst Comando e manuteno de uma cabea-de-praia, com CiaCom CiaCom espao e tempo suficientes para que foras de maior vulto desembarquem administraDst Dst CiaCmdo tivamente, organizem-se e conduzam aes BtlOpEsp CiaCom subseqentes. Em termos de planejamento a mdio Dst Dst prazo, justificvel, pois, que a prxima CiaFuz CiaGE BtlMnAbst soluo gradativa, em relao ao escalo da ForDbq, para emprego no atendimento aos Dst Dst compromissos do Poder Naval brasileiro, CiaSv (-) BiaMSA BtlSv deva ser a BAnf, tendo em vista o seu potencial de combate decorrente de maior e mais variada combinao de armas e servios do BiaArt que a UAnf. O Ministro da Marinha, Almirante Mario Cesar Flores, denominou-a de BRIGADA ANFBIA LEVE, incluindo-a PelCC entre os projetos de reaparelhamento prioritrios de sua administrao (figuras 1 e 2). Alm disso, a globalidade dos recursos PelPion humanos e materiais j existentes, bem como os de obteno planejada, permitem considerar a disponibilidade, desde logo, Dst de uma BAnf para fins de instruo e adesCiaReconTer tramento. Esse entendimento estimular estudos e ensaios, proveitosos tanto para o Dst Comando-Geral do CFN como para o CoCiaAC mando de Operaes Navais. Tais estudos devero ser orientados para os recursos humanos e materiais destinados composio de uma Brigada Anfbia que atue empregando modelo doutrinrio de projeo de poder sobre terra, moderado pelos condicionamentos da realidade brasileira, sem descurar, contudo, das tendncias militares mundiais. Nesse sentido, deve-se ainda ponderar que existe, em carter permanente, a possibilidade de demanda de Foras de Fuzileiros Navais para emprego imediato, portanto de valor mximo igual ao existente, estruturadas como fora-pronta, e visando preservao corrente dos interesses nacionais. Com base, ento, nesses trs parmetros - instruo, adestramento e fora-pronta podero ser articulados pessoal e material para, em nveis gradativos, permitir o estudo e o ensaio da prontificao das Foras de Fuzileiros Navais em termos de capacidade/ utilidade (figura 3). Para fins de instruo, desde j, a Brigada Anfbia Leve ideal - guarnecida com todo o pessoal constante das Tabelas de Lotao para Situao de Combate (TLC) e dotada com a totalidade do material previsto no Programa de Reaparelhamento da Marinha - servir, nos setores correspondentes, de: base para planejamento de mdio prazo, relativo determinao de necessidades e obteno de pessoal e material (tanto o especfico das Foras de Fuzileiros Navais quanto o das Foras Navais e Aeronavais);
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UAnf
Comando CCA
Figura 1
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BAnf
Comando BAnf
Comando CCT
instrumento de instruo, em profundidade compatvel com os propsitos dos cursos da EGN, do CIASC e da EN. Para emprego em adestramento, a BAnf Leve mesmo que incompleta, pois atualmente este nvel de GptOp dispe no mximo do pessoal previsto nas TLA e do material existente nas OM, dever ser utilizada: como base de planejamento, a curto prazo, para a distribuio do pessoal e do material; em exerccios de prtica doutrinria, em nvel de Operao Drago, visando ao desenvolvimento da ttica, da tcnica e do material utilizado pelas ForDbq; e como instrumento de adestramento de Comando de BAnf.5 Os exerccios, de nvel Brigada, enquanto perdurarem as carncias de meios (navais, aeronavais e de fuzileiros navais) como o caso, atualmente, da Operao Drago, visaro fundamentalmente ao adestramento de quadros, com a possvel presena de tropa para explorar os fatores tempo e espao nos movimentos tticos e nas atividades logsticas decorrentes. Para que sejam, ento, obtidos resultados compensadores desse adestramento, tendo em vista as restries de meios, deve-se adotar os seguintes procedimentos: assegurar estruturas de comando completas; e
CiaCom (-)
GDB
DST CiaCom
CiaGE
BtlMnAbst
BtlOpEsp
BtlSv
BiaArtAAe
BtlVtrAnf
BiaMSA
CiaMAC
BtlEng (-)
CiaReconTer
CiaS
CiaCC
CiaPol
CiaOpEsp
Figura 2
reagrupar os meios existentes, admitindo, se necessrio, concesses que, entretanto no comprometam a realidade do modelo doutrinrio empregado e conservem a capacidade operativa dos diferentes componentes da BAnf. Quanto Forca-Pronta, constituda pelos meios em condies de pronto empre-
NVEL DE FORA
PESSOAL
MATERIAL
CAPACITAO/UTILIZAO - Base de planejamento de mdio prazo, relativo determinao de necessidades e obteno de pessoal e material; - Objeto de pesquisa doutrinria; - Instrumento de instruo (EGN, CIASC, e EN) em profundidades compatveis. - Base de planejamento de curto prazo, relativo distribuio de pessoal e material; - Objeto a nvel de OPERAO DRAGO, de prtica doutrinria visando ttica, tcnica e ao material utilizados por ForDbq; - Instrumento de adestramento de Comado de BAnf. - Base para respostas imediatas s ameaas previsveis; - Instrumento de efetiva e pronta aplicao do Poder Naval.
Existentes
Fora-Pronta
Figura 3
Existente
Parcela do existente
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Navios-escolta (defesa no mar) Submarinos (defesa no mar) Nae (substituio) Navios amfbios e Fuzileiros Navais (projeo de poder) - Substituio de quatro navios-transporte de tropa - Reaparelhamento de uma Brigada Amfbia Leve Meios costeiras (controle de guas litorneas) Meios Fluviais (controle de guas fluviais) Meios para atividades subsidirias
MATERIAL
DESTINAO
SITUAO/OBSERVAES
ARMAMENTO Artilharia de Campanha Obuseiros 105 M101A1 Modernizao obuseiro 105 mm Morteiro 120mm Anti-Carro AT-4 Subcalibre Simulador Espingarda cal. 12 FFE/DivAnf Recebidos entre 1990 e 1992. FFE/GptArt FFE/GptArt Recebidos em 1991 Levantamento de firmas nacionais e estrangeiras
Programas principais
ASD
Projeto da DACM para completar dotaes. O material em questo est sendo distribudo pela DACM de acordo com as dotaes. Empregados em CDC, principalmente com munio de bala de borracha. Recebido em 1992.
VIATURAS OPERATIVAS CLAnf CiaCLAnf/BtlVtrAnf Assinatura de contrato. Entrega entre 1994 e 1996.
Viaturas Operativas Terrestres 1/2 Ton TNE Toyota 5 Ton TNE Reo 5 Ton Socorro Reo 2 1/2 Ton TNE Reo 5 Ton TNE Reo 5 Ton Basc 2 5 2 2 1/2 Ton TNE Reo Ton TNE Reo 1/2 Ton Cist A 1/2 Ton Cist C FFE FFE/BtlEng FFE/BtlMnAbst FFE Recebidas em 1991 Recebidas em 1991 (1 lote) Em aquisio (2 lote) Entrega prevista para 1993. Em aquisio (3 lote), com entrga prevista para MAR/93
FFE
2 1/2 Ton TNE M Benz 1/2 Ton AMb 1/2 Ton TNE Rbq p/ portada Reboque Tip Top
Recebidas e distribudas em 1992. Adquiridas em 1992, esto sendo militarizadas J recebidos pelo BtlEng em 1992. A ser adquirido aps aprovao de ALTEPA pelo EMA.
MATERIAL DE ENGENHARIA E DP Pa Mecnica 3 Ton Equipt Veic Lanc Est com 32 m de esteira Bobinas de Esteira de fibra (15 mm) Grupo Gerador S/R Tanque 12.000 litros Moto-bombas Moto-perfuratrizes MATERIAL DE ENGENHARIA E DP EDP-3 (Emb Dbq Pneumtica c/motor 10 HP) EPGE-4 (Emb Pneumtica de Emprego Geral c/ motor 25 HP) Motor 35 HP LPF (Lancha Patrulha Fluvial) BtlOpEsp - 07 BtlCmdoDivAnf - 06 GptFNSa - 02 BtlOpEsp - 04 BtlEng - 02 GptFNMa - 10 GptFNBe -10 GptFNBe - 09 GptFNMa - 09 FFE/BtlEng FFE/BtlSv FFE/BtlSv FFE/BtlSv Recebidas em 1991 Contrato assinado. Entrega prevista para 1993. Em aqusio (US. Navy). Recursos alocados permitiram a compra de 11 esteiras. Aguardase recebimento. Sero adquiridos aps aprovao de ALTEPA pelo EMA. Recebidas em 1992.
Em aquisio pela CNBW Contrato assinado. Entrega prevista para 1993. Em aqusio (US. Navy). Recursos alocados permitiram a compra de 11 esteiras. Aguardase recebimento. Recebidas 7 (em 1992) e distribudas 4 para o GptFNBe e 3 para o GptFNMa. Recebidas mais 11 (em 1992), estando no CRepSupEspCFN para distribuio.
MATERIAL DE COMUNICAES E GUERRA ELETRNICA Equipamento Terra-Ar Grupamentos de FN Destina-se aos GptFN Ribeirinhos. Neste projeto est includo ferramental para manuteno dos obuseiros 105 mm.
EQUIPAGENS
Equipt salto livre/infiltrao EIBC/EBE GERR (OpEsp) GERR (Mec) Capacete balstico
FFE/Gpt/ForSub
Recebido em 19991.
MATERIAL
DESTINAO
SITUAO/OBSERVAES
ARMAMENTO Missil Ac n[ivel BtlInf Missil AAe Armamento 5,56 mm FFE/DivAnf FFE/Cia MSA FFE/GptFN/ CApCFN Missil a ser definido. Missil a ser definido. Em fase de estudo.
Artilharia de Campanha Obuseiro 105 mm M101A1 Modernizao de obuseiros 105 mm Sensoreamento de alvos GpArt Aquisio em 1992. Radar a ser definido.
MATERIAL DE ENGENHARIA E DP Eqpt. Veic. abertura de brechas em CMin. VIATURAS OPERATIVAS Carros de Combate Vtr. Op. Terrestre CLAnf - modernizao FFE/CiaCC Forca Pronta FFE CC a ser definido. CLAnf recebidos em 1986. Em andamento - levantamento de necessidades FFE/BtlEng/ BtVtrAnf Em fase de estudos.
go, includos os GptFN integrantes das Foras Distritais, o instrumento de efetiva e imediata aplicao do Poder Naval, mediante a execuo de tarefas estabelecidas pelo Comandante de Operaes Navais. A eficcia e a eficincia dessa Fora esto intimamente ligadas qualidade da Instruo e do Adestramento a que foram submetidos os meios existentes. O desempenho da Fora-Pronta, cujo emprego permite a preservao dos interesses nacionais ameaados, um indicador seguro dos acertos e desacertos da instruo e do adestramento. Por fim, deve-se lembrar neste trabalho que o sucesso de qualquer ao militar est ligado a trs fatores: humano; material; e idias.
2 fase (1993/1994)
Os Fuzileiros Navais constituem os recursos humanos que devem ser valorizados pela Instruo e pelo Adestramento. Disciplina, lealdade, coeso, esprito de corpo e qualificao profissional so virtudes militares perenes que se deve continuar a cultivar, indispensveis que so ao preparo de foras para pronto emprego e ao exerccio da liderana em todos os escales. Quanto ao material, uma srie de itens modernos e sofisticados esto sendo adquiridos e introduzidos no inventrio do CFN. Entretanto, oportuno lembrar que a eficcia do material no depende apenas do desempenho, mas tambm do seu emprego e do aprestamento. Esse ltimo est relacionado com uma correta manuteno para assegurar a disponibilidade sempre que necessrio, o equipamento ideal aquele que se sabe operar bem e que tem grande disponibilidade para uso no sistema que se opera. Novamente merece ser ressaltado que a instruo e o adestramento, associados capacidade e mentalidade de manuteno, so essenciais para a obteno de um sistema confivel. No que se refere s idias, a prtica demonstra j ser hora de se encontrar solues prprias, consentneas com as possibilidades e necessidades do Poder Naval brasileiro, fugindo-se ao comodismo de efetuar simples tradues de manuais estrangeiros. Dificuldades de ordem financeira no podem justificar posturas niilistas e conformistas; pelo contrrio, elas obrigam a levantar criteriosamente necessidades, atribuir cuidadosamente prioridades e buscar novas solues. Que se vejam as dificuldades, que so apenas conjunturais, no como limitaes, mas sim como estmulo criatividade. Portanto,assegurada a desejada qualidade dos recursos humanos e materiais, so medidas apropriadas para que as Foras de Fuzileiros Navais no incio do sculo XXI alcancem um poder de combate expresso em uma Brigada Anfbia Leve:
Prosseguimento das aquisies iniciadas em 1991.
adotar uma evoluo gradativa de capacidade potencial de combate das Foras de Fuzileiros Navais, procurando, em etapas sucessivas, eliminar as deficincias setoriais que restrinjam a operacionalidade dessas Foras; desenvolver um modelo doutrinrio, para projeo de poder, consoante com a realidade brasileira, mantendo-o aberto a incorporaes de vivncias de diferentes origens; estabelecer um sistema de apoio logstico adequado e confivel; e estimular o aprimoramento da liderana, em todos os escales, fundamentada em slida compreenso da arte da guerra e na exaltao das virtudes militares. PENSAR E AGIR - disso depende NOSSO FUTURO.
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Almirante-de-Esquadra (FN) Luiz Carlos da Silva Cantdio nasceu em 23 de fevereiro de 1935, na cidade de Mossor no Estado do Rio Grande do Norte, filho de Joo Cantdio de Oliveira e Ildrica da Silva Cantdio, casou-se com Magdalena Antonietta Tavares da Rocha Cantdio, com quem teve trs filhos: Luiz Carlos da Silva Cantdio Junior, Luiz Ricardo Rocha da Silva Cantdio e Lucia Beatriz Rocha da Silva Cantdio. Formou-se na Escola Naval no ano de 1955, partindo em viagem de instruo no Navio-Escola Almirante Saldanha. Foi promovido ao posto de Segundo-Tenente em 10 de janeiro de 1956, ao de Primeiro-Tenente em 26 de julho de 1957, ao de Capito-Tenente em 24 de setembro de 1959, ao de Capito-de-Corveta em 13 de agosto de 1963, ao de Capito-de-Fragata em 2 de outubro de 1968, ao de Capito-de-Mar-e-Guerra em 30 de abril de 1975, ao de Contra-Almirante em 31de maro de 1983, ao de ViceAlmirante em 25 de novembro de 1986 e ao de Almirantede-Esquadra em 25 de novembro de 1990. Exerceu as seguintes comisses: Instrutor de Estgio de Adaptao dos Segundos-Tenentes da Reserva remunerada no Centro de Instruo do Corpo de Fuzileiros Navais (CICFN); Comandante da Companhia de Comando e Servios e Ajudante de Pessoal do CICFN; Encarregado da Secretaria do Comando do CICFN; Encarregado e Instrutor da Escola de Educao Fsica do CICFN; Ajudante de Ordens do Comandante da Guarnio do Quartel- Central do Corpo de Fuzileiros Navais e Encarregado do Servio de Comunicaes do Quartel-Central do CFN; Ajudante de Ordens do Ministro da Marinha; Adjunto de Administrao
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do Material do Servio Especial do Material Blico; Comandante do Posto Oceanogrfico da Ilha da Trindade; Imediato do Grupamento de Fuzileiros Navais de Uruguaiana; Instrutor de Curso Complementar de Operaes Anfbias, no CICFN; Encarregado do Recebimento de Armamento Porttil na Blgica -Comisso Naval Brasileira em Paris e Haia; Adjunto da Subseo de Material Blico da 4 Seo do Estado-Maior do Corpo de Fuzileiros Navais; Oficial de Relaes Pblicas do CFN, responsvel pelo O ANFBIO; Adjunto da Diviso de Assuntos Militares da Escola Superior de Guerra; Chefe da Subseo Padro GE4/SNI no Estado Maior do Comando Naval de Braslia; Comandante do Grupamento de Fuzileiros Navais de Braslia; Adjunto e Encarregado da Subseo de Assuntos Internacionais da Seo de Operaes do Estado-Maior das Forcas Armadas; Delegado do Brasil na Junta Interamericana de Defesa; Encarregado da Seo de Organizao do Estado-Maior do CFN; Chefe do Departamento de Recursos Humanos do Comando-Geral do CFN; Chefe de Planejamento e Coordenao do Comando-Geral do CFN; Chefe de Gabinete do Comandante-Geral do CFN; Comandante da Tropa de Reforo; Comandante do Centro de Instruo e Adestramento do CFN; Comandante da Fora de Fuzileiros da Esquadra; Comandante de Apoio do CFN; e Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais. Realizou os seguintes cursos: Curso de Tcnica de Ensino para Oficiais, no Centro de Instruo Almirante Wandenkolk; Curso Bsico de Material Blico, no Exrcito Brasileiro; 0 Curso Officer Basic Extension; Comunication Officers Extension, Curso de Aperfeioamento
Ordem do Mrito Naval, no grau de Comendador; Ordem do Mrito Militar, no grau de Oficial; Ordem do Mrito Aeronutico no grau de Comendador; Ordem do Rio Branco, no grau de Oficial; Ordem do Mrito Judicirio Militar, na categoria de distino; Ordem do Mrito de Braslia, no grau Grande Oficial; Medalha do Mrito Tamandar; Medalha do Pacificador; Medalha Militar de Ouro; Medalha do Mrito Santos Dumont; Medalha do Mrito Anhanguera, do Estado de Gois; Mrito Naval, no grau de Grande Oficial; Ordem do Mrito Militar, no grau de Comendador; Ordem do Mrito Naval, no grau de Gr Cruz; Ordem do Mrito das Foras Armadas, no grau de Grande Oficial; Medalha Militar de Platina; Ordem do Mrito Aeronutico no grau de Grande-Oficial.
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