Relatório 05 - Preparação Do Cicloexeno - Gabriel e Thamires
Relatório 05 - Preparação Do Cicloexeno - Gabriel e Thamires
Relatório 05 - Preparação Do Cicloexeno - Gabriel e Thamires
LICENCIATURA EM QUÍMICA
QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL II
Prof° Hildegardo Seibert França
1. OBJETIVO:
2. INTRODUÇÃO TEÓRICA:
Reações de eliminação são uma das mais importantes e fundamentais classes de reações
químicas. Basicamente, o mecanismo da eliminação compreende a saída de dois átomos ou
grupos de átomos em uma molécula orgânica. Eliminações do tipo 1,2 fornecem ligações
duplas, sendo uma ótima metodologia para a preparação de alcenos. Quando um álcool é
aquecido na presença de um ácido forte, ocorre a eliminação de água com formação de um
alceno. Esta reação é conhecida como desidratação de álcoois. Quando tratados com ácidos,
álcoois secundários e terciários geralmente eliminam água através de um mecanismo
envolvendo a participação de um carbocátion como intermediário (mecanismo E1).
3. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS:
Equipamentos para destilação simples (figura 1): manta aquecedora, balão de fundo redondo,
cabeça de destilação, condensador, mangueira, termômetro e béquer.
Equipamentos para extração líquido-líquido (figura 2): funil de separação, haste universal,
garras do tipo anel e erlenmeyer.
Equipamentos para filtração simples (figura 3): funil, papel de filtro, haste universal, garra do
tipo anel e béquer.
Figura 1: Sistema de destilação simples
Fonte: Autoral
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Figura 2: Sistema de extração líquido-líquido
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:
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a) Coloque cerca de 5 gotas do produto em um tubo de ensaio, adicione 2 gotas da
solução de KMnO4 e agite. O que aconteceu?
b) Coloque cerca de 5 gotas do produto em um tubo de ensaio, adicione 2 gotas da
solução de bromo e agite. O que aconteceu?
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES:
A prática em questão consistiu na obtenção do alceno, cicloexeno, a partir de um álcool,
cicloexanol. Um álcool pode sofrer uma reação de eliminação, formando um alceno pela
perda uma hidroxila (OH) de um carbono e de um hidrogênio do carbono adjacente,
resultando da perda de um molécula de água, a reação é conhecida como desidratação[1].
Neste sentido, dando início ao experimento, em um balão de fundo redondo foram
adicionados uma solução contendo 20 mL de cicloexanol e 5 mL de ácido fosfórico (H3PO4),
sendo estes aquecidos em um sistema de destilação simples para promover a reação e obter o
cicloexeno. A reação geral de desidratação está exposta na figura 4, a seguir.
Fonte: Autoral
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Visto o mecanismo, pode-se afirmar que a reação de desidratação é uma reação do tipo
E1 de um álcool protonado[2].
Durante o processo de destilação simples a temperatura foi controlada, uma vez que
segundo Bruice (2006), para ser desidratado, um álcool secundário deve ser aquecido de
forma que não exceda 105°C. Assim, observou-se que a primeira gota de destilado aconteceu
a 75°C e a última em 96°C, com fluxo contínuo em 85°C. O fluxo contínuo a 85°C pode ser
explicado pelo ponto de ebulição do cicloexeno que é em 83°C, já o ∆𝑇 obtido entre a
temperatura da primeira gota com a última evidencia a formação de possíveis subprodutos no
meio reagente. Além disso, outro ponto que comprova a existência de subprodutos, é o fato
de que após a coleta do destilado observou-se um líquido turvo (figura 6), ao contrário do que
afirma a literatura consultada que diz que o alceno obtido é translúcido.
Fonte: Autoral
Fonte: Autoral
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No sistema da figura 7 a fase inferior é a aquosa, logo sendo descartada. Após,
adicionou-se 5 mL de carbonato de sódio ( Na2CO3) 5% para neutralizar possíveis resquícios
de ácidos presentes no meio. Efetuou-se o descarte da fase aquosa, novamente. Depois que
um solvente orgânico é agitado com uma solução aquosa, ele ficará "úmido", isto é, terá
dissolvido um pouco de água, mesmo no caso de sua solubilidade em água não ser grande.
Assim, adicionou-se como agente secante o sulfato de sódio (Na2SO4) que é um sal
inorgânico anidro que adquire águas de hidratação quando exposto ao ar úmido ou a uma
solução úmida[3]. Sua adição foi feita até que a solução estivesse translúcida, como mostra a
figura 8.
Figura 8: Solução de cicloexeno na presença do agente secante.
Fonte: Autoral
Por fim, montou-se um sistema de filtração simples para a remoção do Na2SO4 e
obtenção do cicloexeno bruto. Como resultado final, obteve-se 5,8 mL do alceno.
Fonte: Autoral
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Figura 9: Reação de caracterização com o KMnO4
6. RENDIMENTO:
Assim, a partir da densidade (d = 0,962 g/mL) e da massa molar (MM = 100,158 g/mol)
do cicloexanol encontrou-se o número de mols envolvido.
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Segundo o cálculo teórico, 19,4567 mL de cicloexeno deveriam ser sintetizados, no
entanto na prática foram obtidos 5,8 mL, pelo cálculo a seguir conclui-se que houve um
rendimento de 29,81%.
5,8 𝑚𝐿
Rendimento = 19,4567 𝑚𝐿 . 100%
Rendimento = 29,809%
7. PERGUNTAS:
7.1 Por que os álcoois terciários eliminam água mais facilmente, quando
comparados aos álcoois primários?
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Zaitsev para formar o alceno mais estável. Além disso, poderá ocorrer uma reação de
eliminação tanto sin quanto anti independente da quantidade de prótons estar ligado ao
carbono β (Beta) seja um ou dois hidrogênios, os produtos E e Z serão formados. A
velocidade desta reação irá depender da estabilidade do carbocátion intermediário formado,
que na reação em estudo é formado um carbocátion secundário. Diante disso, existe um
porém pelo fato que o grupo de saída é fraco (OH-) e há a necessidade da protonação deste
grupo com um ácido forte, desse modo formando o alceno mais substituído.
Sobre a estereosseletividade da reação E2, Bruice (2006) estabelece que se o reagente tiver
dois hidrogênios ligados ao carbono do qual um hidrogênio será removido, ambos os
produtos (E e Z) serão obtidos pela eliminação anti.
Conclui-se que o cicloexanol apresenta no seu carbono beta apenas um hidrogênio passível de
sofrer remoção, portanto favorecendo a reação E1.
A técnica de destilação simples é muito útil para a separação de uma mistura líquida
quando os componentes têm diferentes pontos de ebulição, sendo aquele com menor ponto de
ebulição será vaporizado e condensado primeiro. Dessa forma, para retirar o cicloexeno
formado deve-se usar o sistema de destilação, pois este possui menor ponto de ebulição (PE
83°C) quando comparado ao cicloexanol (PE 161 °C).
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7.6 Esquematize as reações de caracterização do cicloexeno.
a) Caracterização do cicloexeno com permanganato de potássio (KMnO4): (explicado na
seção 5.1)
As reações de eliminação são os meios para importantes para sintetizar alcenos, desse
modo pode-se destacar dois métodos para a síntese de alquenos baseados em reações de
eliminação: a desidroalogenação de haletos de alquila e a desidratação de álcoois (utilizado na
prática em questão)[2].
As melhores condições reacionais a serem utilizadas quando da síntese de um alqueno
através da desidroalogenação são aquelas que envolvem um mecanismo E2. Em um
mecanismo E2, uma base remove um hidrogênio β do carbono β quando se forma uma
ligação dupla e um grupo de saída é removido do carbono α.
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Com a formação dos quatro compostos tem-se que o produto majoritário será o
composto 2, devido ao rearranjo carbocátion levando ao produto mais estável.
Primeiro há a adição do eletrófilo (H+) ao carbono sp2 que está ligado ao maior número
de hidrogênios, em seguida o nucleófilo (H2O) se adiciona a outro carbono sp2. Por fim, a
H2O remove um próton do álcool protonado, regenerando o catalisador ácido.
8. CONCLUSÃO:
Por fim, conclui-se que é possível produzir um alceno através de uma reação de
desidratação de álcool catalisada por ácido. Comparando a prática efetuada com a literatura
consultada, confirmou-se que utilizando cicloexanol na presença de ácido fosfórico obteve-se
cicloexeno, no entanto devido à erros cometidos na execução do procedimento o rendimento
ficou abaixo do esperado, sendo apenas de 29% quando comparado ao rendimento teórico.
Dessa forma, fica evidente que o manejo correto dos processos, bem como a limpeza dos
equipamentos/vidrarias devem ser bem efetuadas.
9.REFERÊNCIAS:
[1] BRUICE, Paula Yurkanis. Química orgânica. 4.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2006 - vol. 1.
[2] SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC, v. 2, 2002.
[3] ENGEL, Randall G. et al. Química orgânica experimental: técnicas de pequena escala.
3. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
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[4] GRECCO, Caroline Fernandes et al. Extração Líquido-líquido assistida pelo efeito
salting out para análise de amostras biológicas. Scientia Chromatographica 2018; 10(2):
99-110. Disponível em
<https://www.siga.fiocruz.br/arquivos/ss/documentos/editais/2_QUIMICA.pdf> Acesso em
28 set. 2021.
[6] SOLOMONS, G.; FRYHLE, C. Química Orgânica. Rio de Janeiro: LTC, v. 2, 2002.
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