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Estimulação Da Capacidade de Tomada de Decisões - Livro

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Estimulação da capacidade

de tomada de decisões
EDITORES DA SÉRIE
Cristiana Castanho de Almeida Rocca
Telma Pantano
Antonio de Pádua Serafim

Estimulação da
capacidade de tomada
de decisões

AUTORES
Talita Helena Spada
Priscila Lima Cerqueira Ferreira Sertori
Cristiana Castanho de Almeida Rocca
Telma Pantano
Antonio de Pádua Serafim
Copyright © Editora Manole Ltda., 2021, por meio de contrato com os editores e os autores.

A edição desta obra foi financiada com recursos da Editora Manole Ltda., um projeto de iniciativa da Fundação Faculdade de
Medicina em conjunto e com a anuência da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – FMUSP.

Logotipos Copyright © Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo


Copyright © Hospital das Clínicas – FMUSP
Copyright © Instituto de Psiquiatria

Editor gestor: Walter Luiz Coutinho


Editora: Juliana Waku
Projeto gráfico: Departamento Editorial da Editora Manole
Capa: Ricardo Yoshiaki Nitta Rodrigues
Editoração eletrônica: HiDesign
Ilustrações: Freepik, iStockphoto

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
T722e

Spada, Talita Helena


Estimulação da capacidade de tomada de decisões / Talita Selena Spada, Priscila Lima Cerqueira Ferreira Sertori. - 1. ed.
- Barueri [SP] : Manole, 2021.
23 cm. (Psicologia e neurociências)

Inclui bibliografia e índice


ISBN 978-65-5576-042-2

1. Neuropsicologia. 2. Psicologia educacional. 3. Distúrbios da cognição - Pacientes - Reabilitação. I. Sertori, Priscila


Lima Cerqueira Ferreira. II. Título. III. Série.

20-65093 CDD: 616.8


CDU: 616.8
Camila Donis Hartmann - Bibliotecária - CRB-7/6472

Todos os direitos reservados.


Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, por qualquer processo, sem a permissão expressa dos editores. É proibida a
reprodução por fotocópia.
A Editora Manole é filiada à ABDR – Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.

1ª edição – 2021

Editora Manole Ltda.


Av. Ceci, 672 – Tamboré
06460-120 – Barueri – SP – Brasil
Fone: (11) 4196-6000
www.manole.com.br | https://atendimento.manole.com.br/

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
EDITORES DA
SÉRIE PSICOLOGIA E NEUROCIÊNCIAS

Cristiana Castanho de Almeida Rocca


Psicóloga Supervisora do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia, e em atuação no Hospital Dia Infantil do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(IPq-HCFMUSP). Mestre e Doutora em Ciências pela FMUSP. Professora Colaboradora na FMUSP e
Professora nos cursos de Neuropsicologia do IPq-HCFMUSP.

Telma Pantano
Fonoaudióloga e Psicopedagoga do Serviço de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Vice-coordenadora do Hospital Dia Infantil do
Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e especialista em Linguagem. Mestre e Doutora em Ciências e Pós-
doutora em Psiquiatria pela FMUSP. Master em Neurociências pela Universidade de Barcelona, Espanha.
Professora e Coordenadora dos cursos de Neurociências e Neuroeducação pelo Centro de Estudos em
Fonoaudiologia Clínica.

Antonio de Pádua Serafim


Diretor Técnico de Saúde do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia e do Núcleo Forense do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-
HCFMUSP). Professor Colaborador do Departamento de Psiquiatria da FMUSP. Professor do Programa de
Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo
(UMESP)
AUTORES

Talita Helena Spada


Psicóloga formada pela Universidade Metodista de São Paulo. Realizou o programa de Aprimoramento de
Neuropsicologia no Contexto Hospitalar no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP). Colaboradora no IPq-HCFMUSP e em
consultório particular para avaliação neuropsicológica e psicoterapia.

Priscila Lima Cerqueira Ferreira Sertori


Psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestre em Ciências pelo
Instituto de Psicologia da USP. Especialista em Neuropsicologia pelo IPq-HCFMUSP, em Psicologia
Hospitalar pelo Instituto do Coração-HCFMUSP e em Cuidados Paliativos pela UniSant’Anna. Trabalha na
Fundação Anne Sullivan em São Caetano do Sul, SP. Colaboradora no IPq-HCFMUSP e em consultório
particular para psicoterapia, avaliação neuropsicológica e reabilitação cognitiva.

Cristiana Castanho de Almeida Rocca


Psicóloga Supervisora do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia, e em atuação no Hospital Dia Infantil do
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(IPq-HCFMUSP). Mestre e Doutora em Ciências pela FMUSP. Professora Colaboradora na FMUSP e
Professora nos cursos de Neuropsicologia do IPq-HCFMUSP.

Telma Pantano
Fonoaudióloga e Psicopedagoga do Serviço de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Vice-coordenadora do Hospital Dia Infantil do
Instituto de Psiquiatria do HCFMUSP e especialista em Linguagem. Mestre e Doutora em Ciências e Pós-
doutora em Psiquiatria pela FMUSP. Master em Neurociências pela Universidade de Barcelona, Espanha.
Professora e Coordenadora dos cursos de Neurociências e Neuroeducação pelo Centro de Estudos em
Fonoaudiologia Clínica.

Antonio de Pádua Serafim


Diretor Técnico de Saúde do Serviço de Psicologia e Neuropsicologia e do Núcleo Forense do Instituto de
Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (IPq-
HCFMUSP). Professor Colaborador do Departamento de Psiquiatria da FMUSP. Professor do Programa de
Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).
Professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo
(UMESP)
SUMÁRIO

Apresentação da Série

Introdução
Estrutura do treino de tomada de decisão
Objetivo
Procedimentos
Dica para o mediador

Sessões
Sessão 1 – Psicoeducação
Sessão 2 – Discutindo os prós e contras das mudanças
Sessão 3 – Choque das comparações
Sessão 4 – Montando frases
Sessão 5 – Ajudando a dar solução
Sessão 6 – Jogos para treinar o cérebro
Sessão 7 – Resolvendo labirintos
Sessão 8 – Resolvendo as situações
Sessão 9 – Criando histórias
Sessão 10 – Pensando na vida diária
Sessão 11 – Ciclo das decisões
Sessão 12 – Situações de vida diária

Anexos
Anexo A – Escala de Apoio
Anexo B – Termômetro das Emoções
Anexo C – Pensômetro para familiares
Anexo D – Pensômetro para participante do grupo
Anexo E – Ciclo da Tomada de Decisão
Anexo F – Tabela dos Pensamentos
Anexo G – Recuperando a Atividade
Anexo H – Labirintos

Referências bibliográficas
Slides
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE

O processo do ciclo vital humano se caracteriza por um período significativo de aquisições e


desenvolvimento de habilidades e competências, com maior destaque para a fase da infância e adolescência.
Na fase adulta, a aquisição de habilidades continua, mas em menor intensidade, figurando mais a
manutenção daquilo que foi aprendido. Em um terceiro estágio, vem o cenário do envelhecimento, que é
marcado principalmente pelo declínio de várias habilidades. Este breve relato das etapas do ciclo vital, de
maneira geral, contempla o que se define como um processo do desenvolvimento humano normal, ou seja,
adquirimos capacidades, estas são mantidas por um tempo e declinam em outro.
No entanto, quando nos voltamos ao contexto dos transtornos mentais, é preciso considerar que tanto os
sintomas como as dificuldades cognitivas configuram-se por impactos significativos na vida prática da
pessoa portadora de um determinado quadro, bem como de sua família. Dados da Organização Mundial da
Saúde (OMS) destacam que a maioria dos programas de desenvolvimento e da luta contra a pobreza não
atinge as pessoas com transtornos mentais. Por exemplo, 75 a 85% dessa população não têm acesso a
qualquer forma de tratamento da saúde mental. Deficiências mentais e psicológicas estão associadas a taxas
de desemprego elevadas a patamares de 90%. Além disso, essas pessoas não têm acesso a oportunidades
educacionais e profissionais para atender ao seu pleno potencial.
Os transtornos mentais representam uma das principais causas de incapacidade no mundo. Três das dez
principais causas de incapacidade em pessoas entre as idades de 15 e 44 anos são decorrentes de transtornos
mentais, e as outras causas são muitas vezes associadas com estes transtornos. Estudos tanto prospectivos
quanto retrospectivos enfatizam que de maneira geral os transtornos mentais começam na infância e
adolescência e se estendem à idade adulta.
Tem-se ainda que os problemas relativos à saúde mental são responsáveis por altas taxas de mortalidade
e incapacidade, tendo participação em cerca de 8,8 a 16,6% do total da carga de doença em decorrência das
condições de saúde em países de baixa e média renda, respectivamente. Podemos citar como exemplo a
ocorrência da depressão, com projeções de ser a segunda maior causa de incidência de doenças em países de
renda média e a terceira maior em países de baixa renda até 2030, segundo a OMS.
Entre os problemas prioritários de saúde mental, além da depressão estão a psicose, o suicídio, a
epilepsia, as síndromes demenciais, os problemas decorrentes do uso de álcool e drogas e os transtornos
mentais na infância e adolescência. Nos casos de crianças com quadros psiquiátricos, estas tendem a
enfrentar dificuldades importantes no ambiente familiar e escolar, além de problemas psicossociais, o que
por vezes se estende à vida adulta.
Considerando tanto os declínios próprios do desenvolvimento normal quanto os prejuízos decorrentes
dos transtornos mentais, torna-se necessária a criação de programas de intervenções que possam minimizar
o impacto dessas condições. No escopo das ações, estas devem contemplar programas voltados para os
treinos cognitivos, habilidades socioemocionais e comportamentais.
Com base nesta argumentação, o Serviço de Psicologia e Neuropsicologia do Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, em parceria com a Editora
Manole, apresenta a série Psicologia e Neurociências, tendo como população-alvo crianças, adolescentes,
adultos e idosos.
O objetivo desta série é apresentar um conjunto de ações interventivas voltadas para pessoas portadoras
de quadros neuropsiquiátricos com ênfase nas áreas da cognição, socioemocional e comportamental, além
de orientar pais e professores.
O desenvolvimento dos manuais da Série foi pautado na prática clínica em instituição de atenção a
portadores de transtornos mentais por equipe multidisciplinar. O eixo temporal das sessões foi estruturado
para 12 encontros, os quais poderão ser estendidos de acordo com a necessidade e a identificação do
profissional que conduzirá o trabalho.
Destaca-se que a efetividade do trabalho de cada manual está diretamente associada à capacidade de
manejo e conhecimento teórico do profissional em relação à temática a qual o manual se aplica. O objetivo
não representa a ideia de remissão total das dificuldades, mas sim da possibilidade de que o paciente e seu
familiar reconheçam as dificuldades peculiares de cada quadro e possam desenvolver estratégias para uma
melhor adequação à sua realidade. Além disso, ressaltamos que os diferentes manuais podem ser utilizados
em combinação.
CONTEÚDO COMPLEMENTAR

Os slides coloridos para uso nas sessões de atendimento estão disponíveis no site:

manoleeducacao.com.br/conteudo-complementar/saude

(Voucher: CONCENTRACAO)

Durante o processo de edição desta obra, foram tomados todos os cuidados para assegurar a publicação de
informações técnicas, precisas e atualizadas conforme lei, normas e regras de órgãos de classe aplicáveis à matéria,
incluindo códigos de ética, bem como sobre práticas geralmente aceitas pela comunidade acadêmica e/ou técnica,
segundo a experiência do autor da obra, pesquisa científica e dados existentes até a data da publicação. As linhas
de pesquisa ou de argumentação do autor, assim como suas opiniões, não são necessariamente as da Editora, de
modo que esta não pode ser responsabilizada por quaisquer erros ou omissões desta obra que sirvam de apoio à
prática profissional do leitor.
Do mesmo modo, foram empregados todos os esforços para garantir a proteção dos direitos de autor
envolvidos na obra, inclusive quanto às obras de terceiros e imagens e ilustrações aqui reproduzidas. Caso algum
autor se sinta prejudicado, favor entrar em contato com a Editora.
Finalmente, cabe orientar o leitor que a citação de passagens da obra com o objetivo de debate ou
exemplificação ou ainda a reprodução de pequenos trechos da obra para uso privado, sem intuito comercial e desde
que não prejudique a normal exploração da obra, são, por um lado, permitidas pela Lei de Direitos Autorais, art.
46, incisos II e III. Por outro, a mesma Lei de Direitos Autorais, no art. 29, incisos I, VI e VII, proíbe a reprodução
parcial ou integral desta obra, sem prévia autorização, para uso coletivo, bem como o compartilhamento
indiscriminado de cópias não autorizadas, inclusive em grupos de grande audiência em redes sociais e aplicativos
de mensagens instantâneas. Essa prática prejudica a normal exploração da obra pelo seu autor, ameaçando a edição
técnica e universitária de livros científicos e didáticos e a produção de novas obras de qualquer autor.
INTRODUÇÃO

O conceito de função executiva

O termo função executiva passou por várias revisões ao longo dos anos. As formas de atividades
conscientes devem ser apontadas como sistemas funcionais complexos e a sua localização não deve ser
estabelecida de forma rígida, mas levando em conta que é um sistema randomizado e complexo1.
Função executiva diz respeito a um conjunto de processos cognitivos que incluem iniciação, inibição de
comportamentos, raciocínio verbal, resolução de problemas, planejamento de ações, sequenciamento,
automonitoramento, flexibilidade cognitiva e tomada de decisão, entre outros. Dessa maneira, essas funções
controlam e organizam o comportamento humano em benefício de um objetivo específico2.
As funções executivas abrangem vários comportamentos, sendo então divididas em funções frias e
quentes. As primeiras referem-se a aspectos lógicos e abstratos, não dependendo da ativação emocional para
seu desempenho afetivo; já as funções quentes estão correlacionadas a aspectos relacionados à emoção,
envolvendo de forma direta a regulação de comportamentos sociais e de conflitos. Essa diferenciação em
funções quentes e frias também está relacionada ao lado do cérebro em que estão localizadas: as quentes
estão associadas às regiões ventrais e mediais, enquanto as funções frias estão relacionadas à região
dorsolateral do córtex pré-frontal3.

Tomada de decisão: uma função executiva

Segundo Bechara4, a tomada de decisão é uma das várias funções executivas que o ser humano tem para
auxiliar seu comportamento e é uma das funções mais importantes, pois auxilia-o a conviver em sociedade,
ou seja, ajuda a emitir comportamentos mais assertivos e está devidamente interligada com a funcionalidade
do córtex pré-frontal, de modo que, com qualquer alteração nessa porção do cérebro, os comportamentos do
sujeito podem sofrer alterações. Com base na classificação já descrita, essa função está correlacionada como
uma “função quente”, pois nela são envolvidas as questões de sentimentos.
De acordo com Butman e Allegri5, a tomada de decisão pode ser definida como a capacidade de escolher
uma determinada opção de resposta entre muitas opções disponíveis, em um momento específico e uma
determinada situação. Assim, para que o sujeito consiga ter essa capacidade de decisão, torna-se necessário
o conhecimento da situação, a identificação das opções de ação, e a previsão mínima das consequências
imediatas ou futuras de cada uma das ações como opção de escolha.
Para Cardoso e Cotrena2, a tomada de decisão é concebida como função cognitiva essencial para que o
sujeito tenha uma interação adequada no contexto social. Outro ponto que esses autores ressaltam é a
definição dessa função para a psicologia cognitiva, definindo como a capacidade de optar entre várias
opções de resposta e ressaltando que, para essa capacidade de escolha, o sujeito se utiliza da lógica formal
para auxiliá-lo na resolução de problemas.
A tomada de decisão foi muito estudada ao longo do tempo, porém Antônio Damasio em meados dos
anos 1990 começou a estudar a tomada de decisão e a maneira como ela impacta na vida diária do ser
humano, assim percebendo que, juntamente com a tomada de decisão, há fatores denominados marcadores
somáticos5.
Segundo Damasio, esses marcadores somáticos são alterações corpóreas espontâneas, compreendidas
como modificações vegetativas, neuroendócrinas, musculares, que auxiliam para uma tomada de decisão
mais favorável em longo prazo. Assim, esses marcadores somáticos são influenciáveis por associações das
experiências de vida do sujeito ao longo de sua vida, tanto as atuais quanto as passadas, passando a atuar
como sinais de alerta, não conscientes, que têm a capacidade de expandir a precisão e acabam influenciando
o processo de tomada de decisão, ao adiantar as possíveis consequências de uma determinada ação.
Segundo o autor citado, o comportamento de tomar uma decisão está intrinsecamente ligado aos
processos atencionais e à memória operacional. Isso ocorre porque os sistemas que coordenam ambos estão
localizados no córtex pré-frontal e essa porção do cérebro está ligada a todo o resto da massa encefálica. A
memória operacional está ligada à tomada de decisão, porque ela ajudaria o sujeito a recordar estímulos
anteriormente vividos, naquele momento em que está sendo exigida essa habilidade4.
De acordo com Damasio, encontramos autores como Mischel6, que considera que a atenção está
intimamente ligada à tomada de decisão e às funções executivas, pois auxiliaria o indivíduo a esfriar os seus
impulsos e, assim, passar a pensar e concentrar a atenção, conseguindo flexibilizar-se e alcançar os seus
objetivos.
Para que essa função possa ser avaliada, Bechara e Damasio4 criaram uma tarefa chamada Iowa
Gambling Task (IGT), um jogo de cartas que tem o objetivo de avaliar as habilidades de tomada de decisão a
partir de uma situação da vida cotidiana.

Treino em tomada de decisão

Os treinos de uma forma geral são um dos componentes que, se integrados e bem organizados, permitem
desenvolver propostas de reabilitação. O treino de tomada de decisão constitui-se como um dos
componentes a serem considerados dentro de uma proposta de estimulação ou reabilitação das funções
executivas. A reabilitação torna-se assim um processo mais complexo e integrado do que o treino e envolve
o desenvolvimento de estratégias internas e externas, a modificação do ambiente, a orientação e a mudança
de manejo de familiares ou cuidadores e a intervenção farmacológica7.
Em acordo com a proposta acima citada, autores como Wilson9 referem que a reabilitação é um termo
mais amplo que tem como objetivo auxiliar na adaptação do sujeito no ambiente onde ele está inserido, após
alguma lesão cerebral ou devido a dificuldades decorrentes de transtornos psiquiátricos. Dessa forma, a
reabilitação objetiva resgatar a capacidade de o sujeito processar, interpretar e conseguir apresentar uma
resposta adequada aos estímulos do ambiente e também fazê-lo criar estratégias e procedimentos para
compensar as funções perdidas, necessárias nos ambientes familiar, social, educacional e ocupacional. A
reabilitação com enfoque cognitivo visa a restabelecer a memória, a linguagem, a motricidade e as funções
executivas.
Já o treino cognitivo, se usado de forma isolada, permite que seja utilizado em diversas situações uma
vez que a capacidade focada é necessária para a regulação e mehora do comportamento final. Pode ser
utilizada de forma a estimular ou aprimorar a capacidade-alvo10.
Uma das técnicas mais utilizadas para a estimulação das funções executivas é a Goal Management
Training (GMT), que tem como objetivo gerenciar as tarefas a partir de cinco passos denominados
“pensamentos básicos”:

Parar e pensar em um objetivo.


Definir um objetivo (tarefa).
Enumerar os passos necessários para chegar ao objetivo.
Organizar e memorizar os passos.
Checar se está realizando tudo corretamente como pretendido - metamonitoramento7.

Segundo Sohlberg e Matter10, a função executiva desenvolve-se conforme a criança/adolescente vai


crescendo, permitindo assim utilizar o processo de maturação cerebral em áreas pré-frontais.
ESTRUTURA DO TREINO DE
TOMADA DE DECISÃO

Este trabalho denominado Estimulação da capacidade de tomada de decisões foi elaborado a partir de
um projeto institucional no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (IPq-HCFMUSP) e seu objetivo foi estruturar um treino cognitivo para auxiliar
na reabilitação/estimulação no processo de tomada de decisão de pais e adultos acompanhados no serviço.
Foi desenvolvido em doze sessões com atividades que proporcionem o treino e a conscientização dessas
funções.
Antes de iniciar, é necessário entender a estruturação das sessões. As primeiras três atividades
encontradas a seguir referem-se a questões psicoeducacionais que envolvem principalmente a aprendizagem
necessária para que um problema possa ser reconhecido e o que pode ser considerado falha no processo de
tomada de decisão. As outras seis atividades que se seguem são relacionadas à estimulação da cognição,
contendo treinos que favorecem a atenção, a memória, o raciocínio lógico que são habilidades diretamente
relacionadas às funções executivas como um todo, mas são de fundamental importância para a tomada de
decisão. Para finalizar, são apresentadas atividades que auxiliam e orientam os participantes na hora de se
planejar e tomar decisões.
OBJETIVO

Apresentar atividades de estimulação cognitiva no processo de tomada de decisão para adultos.


É indicado que o participante esteja alfabetizado e/ou regularmente matriculado em instituições de
ensino e apresentem queixas relativas a dificuldades na tomada de decisão, autonomia,
planejamento e baixa assertividade para a faixa etária.
PROCEDIMENTOS

Número
da Atividade Habilidades requeridas Objetivo
sessão

Levantamento das dificuldades Breve discussão do tema, para o


1 Psicoeducação decorrentes da tomada de acolhimento e estabelecimento
decisão e criação de objetivos de setting para o trabalho

Explanação de como os
Identificação das variáveis que
participantes se sentem
Discutindo os prós e contras da podem ocorrer diante das
2 realizando essa tarefa e em
mudança diferentes escolhas feitas no
outros momentos e explicação
processo de tomada de decisão
com exemplos de prós e contras

Explanação sobre a importância


Favorecer a reflexão:
de esse questionário ser
autopercepção do paciente e
3 Choque das comparações respondido separadamente e da
percepção do familiar sobre os
importância da inserção do
comportamentos prejudicados
familiar neste processo

Exemplificações das atividades


de vida diária para clarificar e
Situações da vida diária que auxiliar o pensamento dos
4 Montando frases
estimulam a tomada de decisão participantes e como eles se
sentem diante de cada uma
dessas situações

Orientar os participantes de
forma individual em relação às
Trabalha situações da vida diária
situações propostas; sempre
5 Ajudando a dar soluções que estimulam a tomada de
antes verificar o comportamento
decisão
que os participantes teriam antes
de qualquer orientação

Orientar sobre a importância de


manter a atenção e a
Memória, atenção, concentração,
concentração durante o jogo e de
6 Jogos para treinar o cérebro tomada de decisão e raciocínio
conseguir pesar sobre os prós e
lógico
os contras de cada jogada antes
de realizá-la

Orientar sobre a importância de


observar o labirinto antes de
iniciar, de manter a atenção e a
Atenção, memória, concentração,
concentração durante a atividade
7 Resolvendo os labirintos raciocínio lógico e tomada de
e de conseguir pesar sobre os
decisão sobre vários estímulos
prós e os contras antes de
realizar cada rabiscada referente
ao caminho

Propor espaço para os


participantes discutirem sobre os
Raciocínio lógico, planejamento e
8 Quebrando a cuca prós e os contras das decisões,
tomada de decisão
incentivar a concentração e o
raciocínio de forma independente

9 Criando histórias Criatividade, raciocínio, Exige a discussão e a orientação


planejamento, capacidade de da importância de criar histórias
Número
da Atividade Habilidades requeridas Objetivo
sessão
julgamento e crítica e tomada de objetivas e com lógica
decisão

Discussão e orientação sobre


Criatividade, raciocínio, observar e pensar as duas
planejamento, capacidade de situações apresentadas. Vale
10 Pensando na vida diária
julgamento e crítica e tomada de propor relatarem experiências
decisão pessoais e deixar o grupo
resolver brevemente

Retomar a importância de
sempre relembrar o ciclo da
11 Ciclo das tomadas de decisões Planejamento tomada de decisões e tentar
correlacionar a tomada de
decisão com uma emoção

Retomar a importância de
sempre relembrar e usar o ciclo
Situações cotidianas para se Planejamento, tomada de
12 da tomada de decisões e tentar
planejar decisão e raciocínio lógico
correlacionar a tomada de
decisão com uma emoção
DICA PARA O MEDIADOR

Considere que os pais são modelos quanto a regulação dos comportamentos das crianças. Os temas
trabalhados neste treino têm por finalidade instrumentalizá-los quanto a recursos para que possam ajudar
seus filhos no planejamento de situações cotidianas, nas quais é preciso tomar decisões.
Para tanto é importante que o profissional que esteja na condução do grupo também seja um modelo
para eles, o que significa ficar atento para posturas ponderadas quando for necessário intervir em alguma
colocação feita pelos participantes. Críticas devem ser evitadas, abrindo espaço para questionamentos que
promovam uma atitude reflexiva. Em alguns momentos, pode ocorrer “um desvio” dos assuntos alvos das
sessões, sendo necessário fazer a ligação entre o comentário expresso daquele momento e o tema abordado.
Trabalhar com pais é lidar com expectativas e ansiedades. Neste sentido, quando o trabalho é
apresentado, os mesmos acreditam que aquilo ajudará de fato a lidar com as crianças, então é necessário
explicar que todas as informações passadas irão se acomodar com o tempo, na vida diária de cada um. Por
outro lado, há pais que percebem as intervenções como algo arbitrário, algo relacionado a “treinamento e
ensinamentos”, sendo necessário tranquilizá-los e demonstrar que o objetivo do grupo é informar e
promover uma reflexão e o desenvolvimento de melhores estratégias em situações conflituosas nas quais
precisam tomar uma decisão
SESSÕES
SESSÃO 1 – PSICOEDUCAÇÃO

Apresentar a estrutura do grupo aos participantes.


Explicar o que é tomada de decisão.
Observar as expectativas dos participantes em relação ao grupo.
Sensibilizar com relação à importância da tomada de decisões no cotidiano das pessoas.

Slide 1.1

É necessário o mediador explicar aos participantes do grupo sobre como serão esses 12 encontros,
investigando primeiro as ideias que eles trazem. Deste modo, é interessante perguntar: “o que vocês esperam
destes encontros? O que vocês entendem sobre tomada de decisão?”
O mediador pode promover uma conversa com o grupo, podendo assim tirar dúvidas que podem
aparecer sobre o grupo e explicar que a participação ativa (fazendo comentários) é muito importante neste
momento.

Slide 1.2

Explicar que este grupo tem como objetivo falar sobre situações do cotidiano dos participantes, sobre
como eles se percebem tomando decisões no dia a dia. As situações que serão expostas durante as sessões
poderão representar como os participantes se sentem e, caso se sintam à vontade, eles poderão dar exemplos
de situações da vida deles.
É necessário deixar claro que não há respostas certas ou erradas, mas é indicada a importância da
participação de todos.

Slide 1.3

Para que eles entendam minimamente o funcionamento do grupo, o mediador deve ler o exemplo de
uma situação do cotidiano das crianças que está no slide e perguntar o que elas fariam se fossem a pessoa do
exemplo.
“Você está no seu primeiro dia de trabalho. De manhã, você fez amizade com uma pessoa, que lhe
chamou para almoçar, mas agora você acabou de ser chamado por outra pessoa, o que fazer?”
Após a resposta, enfatizar que, para darem a resposta, eles tiveram que tomar uma decisão sobre o que
fazer.

Dica para o mediador


Neste momento o mediador pode enfatizar que há diversas situações que ocorrem na vida, desde
decisões mais simples e automatizadas, como esta acima, e decisões complexas. O treino proposto parte do
princípio de progressão, começando de decisões simples até algo mais complexo.
Se algum participante achar complexa esta decisão, o mediador pode estimular o grupo quanto ao
oferecimento de possíveis decisões, para que ele possa avaliar quais para ele são mais pertinentes.

Exemplos de respostas dadas por adultos em situação de grupo


Exemplo 1:
“Chamar os dois para almoçarem comigo, assim não magoo nenhum dos dois.” Neste tipo de
resposta, o mediador deve reforçar a resposta do participante, pois é coerente e próxima de um
comportamento adaptativo, salientando que as pessoas podem ter as suas escolhas, como aceitar ir
todos juntos ou não.

Exemplo 2:

“Almoçaria somente com a pessoa que me chamou e não iria almoçar com a outra pessoa.” Neste
exemplo de resposta, o mediador deve questionar:
“Você acredita que esse comportamento te trará benefícios nas relações?”
“O que você pensa sobre a possibilidade de juntar os dois colegas de trabalho neste almoço?”
“Você acha que seu novo amigo ficaria chateado?”
“O que seu primeiro amigo acharia da sua atitude?”

Exemplo 3:

“Eu não faria nada!” Quando uma resposta assim aparece, o mediador deve chamar e colocar o
participante, na situação, e questioná-lo:
“Como o(a) senhor(a) agiria para ajudar a resolver o problema?” Neste exemplo em específico, o
mediador deve auxiliar o participante a instigar a resolver essa situação de forma coerente e mais
próxima de comportamentos adaptativos.

Slide 1.4

Explicar que neste momento é importante que eles respondam a Escala Likert de Apoio. O mediador
pede a eles que parem e reflitam sobre o seu dia a dia em cada resposta dada. Nesse momento será realizada
a escala de apoio. Para respondê-la é necessário que os participantes pensem nas situações do cotidiano.
O mediador pode utilizar a Escala de Apoio (Anexo A) nesta primeira sessão e reaplicá-la na última
sessão. O objetivo desta coleta de dados é aproximar o mediador do seu grupo, conhecendo as características
que são contempladas na escala. O mediador poderá quantificar as respostas para identificar mudanças de
comportamento/pensamento nos participantes do grupo ao final do processo.
Essa Escala de Apoio também é um instrumento que pode auxiliar para conhecer o tipo de público com
que você está trabalhando, servindo como norteador das intervenções.

Dica para o mediador


É necessário que possamos conhecer as dificuldades de cada participante e o nível de consciência
referente as mesmas. Em contrapartida, se você pegar um grupo no qual irá responder a Escala de Apoio
indicando que discorda de tudo, você terá que ser mais cauteloso durante as mediações. Uma sugestão é que
o mediador convide o participante a esperar o próximo passo.
É importante lembrar que essa Escala de Apoio foi montada pensando em uma escala Likert, na qual são
apresentadas 10 perguntas que o participante lê e pensa no quanto cada uma lhe representa e assinala a
alternativa.

Slide 1.5

Neste momento o mediador tem que deixar claro que o assunto enfatizado nesses 12 encontros é a
tomada de decisão, podendo realizar a seguinte pergunta também para os participantes: “Como fazemos as
nossas escolhas?”.

Slide 1.6

Este slide é utilizado para introduzir e explicar as definições de tomada de decisão (assunto do treino). O
mediador deve explicar as definições de tomada de decisão, como essa função se apresenta em nossa vida
cotidiana e o motivo de os participantes estarem inseridos neste grupo. As definições de tomada de decisão
foram retiradas de Bechara e Damasio11.
Reforçando conceitos com o mediador

Slide 1.7

Aqui é o momento de explorar possíveis falhas na tomada de decisão com o grupo. Você pode enumerar
estas três dificuldades, mas, se sentir à vontade, pode explanar mais algumas áreas. A seguir, um exemplo de
explicação com o slide:
“As dificuldades em se organizar e planejar estão relacionadas a dificuldades de entender os diferentes
passos lógicos para realizar atividades práticas. Para muitas pessoas, essa dificuldade leva ao não
cumprimento da tarefa, ao adiamento de sua realização, aos sentimentos de menos valia e de desempenho
abaixo do esperado.”
Os prejuízos ao funcionamento causado por falhas de organização e planejamento influenciam na
tomada de decisão e podem acarretar dificuldades nos ambientes familiar, laboral e social.
Nesse momento, é frequente aparecer reações dos participantes: “Sou eu! Parece comigo!”.

Slide 1.8

Agora é o momento de exemplificar as dificuldades e começar a preparar o grupo para a tarefa em si.
Leia a tabela e no final questione se conseguem se identificar com as situações.
Incentive, explicando para os participantes que essas dificuldades podem ocorrer, que aquelas que você
está pontuando são as mais comuns e que você estará lá para conversar com eles sobre exatamente isso.

Slide 1.9

Aqui o mediador pode perguntar ao grupo como eles se sentem diante dessas situações e causar uma
breve discussão, para verificar se os participantes estão se identificando com as explicações dadas até o
presente momento.
Aqui também podem surgir discussões que levam à tabela do slide 1.8, assim tendo que reforçar que
essas dificuldades são recorrentes quando não se consegue tomar uma decisão.
O mediador sempre deve oscilar nos exemplos, verbalizando conteúdos que abrangem a vida diária dos
participantes.
Aqui também o mediador deve acolher o grupo, pois é o momento em que todos começam a perceber
que têm dificuldades de se planejar, de escolher e fatidicamente de tomar uma decisão de forma correta.
Dica para o mediador
Quando falamos em acolher, estamos falando em incentivar os participantes a continuar no grupo,
porque estas ansiedades poderão ser “trabalhadas” no decorrer do processo.

Slide 1.10

Neste slide, o mediador faz perguntas abertas ao grupo, como forma de indagação/provocação, para
incentivar o grupo para a tarefa que virá adiante. É algo simples como forma de motivar o grupo a se
empenhar na tarefa.

“Você gostaria de encarar as tarefas cotidianas de forma diferente?”


“Outras pessoas comentam sobre a forma como você realiza suas atividades? Que adjetivos são
usados? Onde você observa dificuldades?”
“Agora que você conhece o que é tomada de decisão, você acha que tem dificuldade nessa área?”

Slide 1.11

Neste momento, o mediador deve sugerir e apresentar pela primeira vez o modelo para tomar uma
decisão, adaptado pelo Goal Management Training (GMT). Assim, começa-se a introduzir o conceito
principal para uma boa resolução de problemas tentando minimizar conflitos.
“O que você acha se diante de uma dificuldade a gente fizesse este passo a passo? Você acha que
funciona?”
Pode ocorrer que nesse momento os participantes se admirem ou demonstrem que de fato eles não
pensam assim no dia a dia, começando então a ter a sensibilidade de que esse esquema é possível de se
utilizar na vida cotidiana com seus filhos e até mesmo em suas próprias vidas.

Slide 1.12

O mediador neste momento pode brincar falando: “Chega de conversar e vamos pôr a mão na massa. Ou
como todos dizem, vamos trabalhar.”

Dica para o mediador


Conforme propormos uma atividade, os participantes podem apresentar certa resistência, falando que
estão cansados por conta da sua rotina, pela rotina de cuidar dos filhos, então neste momento é necessário
incentivar os participantes do grupo a realizar a atividade.

Slide 1.13

Para realizar esta tarefa o mediador irá precisar de:

Lápis ou caneta.
Escala de Apoio (Anexo A).
Folhas de papel sulfite.
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 1.14

Distribuir as folhas de papel sulfite e instruir que eles façam a lista pensando no que eles esperam do
treinamento. Devem então fazer uma lista com os objetivos que eles desejam alcançar com essas
intervenções.
Comando: “Agora eu quero que vocês elaborem uma lista de desejos, do que vocês acreditam que
possam alcançar com este grupo ou de como ele será. Darei 5 minutos para isso.”

Slide 1.15
Antes de iniciar de fato a tarefa, o mediador deve relembrar o passo a passo sugerido, ou seja, o ciclo da
tomada de decisão, e orientar para que eles tentem fazer a tarefa, sempre lembrando desse breve esquema, e
que percebam se ele ajuda ou atrapalha na hora de construção da lista. No final o mediador pode reforçar
que esse esquema pode ser usado em todas as tarefas de tomada de decisão.

Slide 1.16

É importante incentivar que todos os participantes realizem a tarefa, utilizando as frases motivacionais.
Mas pode ocorrer de algum dos participantes não querer fazer a tarefa solicitada. Nesse momento o
mediador deve reforçar e incentivar a participação de todos, dizendo que eles conseguem.
Aqui neste exemplo o mediador deve explicar novamente a importância de ter claros os objetivos da
tarefa e sua importância. O aplicador tem que ser claro sobre seus objetivos, para que consiga chegar ao
final da tarefa.
Também pode acontecer de os participantes não entenderem o comando, por exemplo: “Como assim,
criar uma lista?”. Responder: “De como será o grupo, como tomar decisões mais rápido, saber argumentar
as suas escolhas, não ter medo de demonstrar as opiniões ou se você acredita que pode alcançar algum
objetivo por meio do grupo...”

Slide 1.17

O participante sempre irá nutrir alguma expectativa em relação ao grupo, mas é necessário falar que
também podem aparecer dificuldades. Nesse momento, deve-se introduzir a pergunta: “Vocês acham que
podem surgir dificuldades durante as nossas tarefas?”.
Aqui o mediador terá que lidar com as possíveis frustrações que ocorram, pois essa pergunta pode
despertar o sentimento de fracasso, de que eles não vão conseguir realizar a tarefa proposta. Caberá ao
mediador acalmá-los e falar: “Tudo é um processo e estamos aqui para construir esse processo juntos”.
No grupo experimental foi observado que os acompanhantes indagavam perguntas, por exemplo, se há
remédio para a tomada de decisão, se de fato o grupo ia resolver as dificuldades com seus filhos. A resposta
a ser dada nesses casos é: “O remédio não existe ou há medicações que podem até auxiliar a melhorar o
processo, mas há também o nosso 50% envolvido no processo. Entretanto, se pegarmos essas dicas dadas
aqui e as transpormos para nossa vida diária, há como identificar mudanças. A repetição é o melhor caminho
a ser feito”.

Slide 1.18

Neste primeiro momento você pode pedir para eles realizarem uma lista com cinco dificuldades que eles
sintam durante o dia a dia deles. Caso percebam timidez ou medo de se expor para o grupo, você pode pedir
para eles relembrarem cinco dificuldades do quadro apresentado anteriormente.

Slide 1.19

Neste slide, o mediador mostra que o processo de tomada de decisão também está ligado a atenção,
memória e aprendizagem e que, quando eles estão com dificuldade nessas áreas, isso pode indicar também
um prejuízo na tomada de decisão.

Dica para o mediador


Conforme mostramos para os participantes como as funções cognitivas estão interligadas, surgem muitas
dúvidas de memória, como o exemplo a seguir:

Participante do grupo com idade entre 30 e 35 anos.


Participante: “Estou tendo problemas de memória direto, sempre falo que vou fazer determinada coisa e
quando chego no ambiente, paro e penso o que eu vim fazer aqui, aí não consigo recordar e quando eu volto
para o lugar que eu estava eu me lembro do que fui fazer ali!”
Mediador: “E como você se sente nestes momentos?”
Participante: “Eu me sinto muito mal, parece que vai me dando brancos!”
Mediador: “Lógico que há tarefas que vão aparecendo conforme o nosso dia vai acontecendo, mas o
diferencial é vocês, conforme acordarem, escreverem uma lista de afazeres por ordem de prioridade para o
dia a dia, assim vocês não deixam passar batido as principais atividades que têm para fazer.”

Slide 1.20

Neste slide, para começar a finalização da atividade, o mediador tem que expor que às vezes eles
também sentem dificuldades em decidir algo, pois a sua atenção pode estar voltada para outra atividade ou
pensamento que não tem nada a ver com o momento. Assim eles se dispersam e não conseguem prestar
atenção no que está sendo pedido11.
Exemplo: aqui, você pode estar olhando para mim, mas pensando em qualquer outra coisa, ou seja, sua
atenção não está voltada para o que estamos fazendo.
O mediador deve completar que, às vezes, a memória pode falhar, por exemplo, quando eles esquecem a
ordem dada ou o que lhes foi pedido e, por isso, na hora de escolher ou tomar a decisão, não conseguem
decidir11.
Exemplo: se você não está tendo a atenção direcionada ao grupo, quando eu pedir para você lembrar
cinco itens da tabela sobre as dificuldades, você não lembrará o que eu falei.
Dificuldades no processo de aprendizagem também podem ocorrer. Deste modo, se você tem um
prejuízo na tomada de decisão automaticamente a atenção, memória e aprendizagem estarão prejudicadas.
Ao longo das sessões os participantes poderão identificar a sua dificuldade e a partir disso melhorar o
rendimento nesses processos.
Exemplo: “Se você não está mantendo atenção na atividade, terá dificuldade para armazenar a
informação e evocar posteriormente, tanto no curto prazo quanto no longo prazo, o que prejudica
diretamente a aprendizagem.”

Slide 1.21

Neste slide, o mediador tem que deixar claro aos participantes que os conceitos apresentados
previamente apresentam um funcionamento interligado, mas, para facilitar a compreensão, é feita a divisão
nos conceitos. Sendo assim, quando um deles está prejudicado, todo o sistema é afetado.
Quando não se consegue decidir de forma correta, esse fato irá interferir na vida. No caso das crianças,
isso pode aparecer no processo de aprendizagem, que é a escola.
Para explicar tudo o que foi falado acima, o mediador pode verbalizar: “A atenção, a memória e a
aprendizagem são processos que precisamos utilizar para compreender uma situação e decidir o que e como
fazer, sendo necessários para se tomar uma decisão.”

Slide 1.22

A utilização do Recuperando a Atividade (Anexo G) é uma forma de o mediador reforçar essas três
funções e ir começando a estimulação para que esses processos que iremos trabalhar se fixem e se tornem
automáticos para os participantes a longo prazo.

Dica para o mediador


Algumas vezes, nos grupos experimentais, em vez de as respostas serem dadas de forma individual nas
folhas entregues aos participantes, a discussão foi mais enriquecedora quando as perguntas eram lidas e o
grupo ia respondendo, promovendo assim um momento de discussão e reflexão.
Contudo, é importante ressaltar que é interessante apresentar as folhas impressas para serem respondidas
individualmente, pois assim é possível comparar a evolução ao longo das sessões.
SESSÃO 2 – DISCUTINDO OS PRÓS E
CONTRAS DAS MUDANÇAS

Demonstrar que toda decisão tem prós e contras.


Falar sobre consequências de curto e longo prazo.
Falar sobre consequências.

Slide 2.1

Para iniciar a Sessão 2, o mediador pode aplicar o Termômetro (Anexo B), por meio do qual se pode
saber quais são as expectativas para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo para não chegar já
realizando a tarefa.

Dica para o mediador


Observou-se, nos grupos experimentais, que essa atividade é bem flexível, então, em vez de aplicar o
termômetro usando folhas de papel, o mediador pode também promover uma roda de conversa e perguntar
ao grupo: “No dia de hoje, como vocês estão se sentindo para tomar uma decisão?” [Ansiosos, felizes,
nervosos, tristes, tranquilos, indecisos.]
Entretanto, a vantagem de se aplicar em papel é que o mediador poderá juntar todos os termômetros
preenchidos e comparar as respostas ao longo das sessões.

Slide 2.2

Neste momento podemos conversar um pouco com os participantes do grupo. Conforme eles forem
fazendo o termômetro, pode acontecer de um dos participantes falar: “Não sei como estou me sentindo!”
O papel do mediador é incentivar a participação e estimular para que olhem para si. Assim podemos
falar: “Perceba-se. Como você está? De alguma forma você está se sentindo!”

Slide 2.3

Dada a frase no slide “ficar irritado e decidir por impulso, fazer o trabalho escolar de qualquer jeito. Isso
dá certo ou errado?”, o mediador a lê e pergunta aos participantes o que eles acham, questionando se essa
conduta dá certo ou errado.
Neste momento o grupo irá dizer o que eles pensam sobre as respostas imediatas e como eles percebem
as consequências dessas situações.

Slide 2.4

Neste momento o aplicador apresentará a ideia de que uma resposta imediata pode prejudicar a
realização de planos de longo prazo.
O mediador deve introduzir a noção de comportamentos de longo versus curto prazo e que sempre há
consequências nas duas escolhas.
Nos grupos experimentais ocorreram diversos tipos de resposta, como os que se seguem.
Exemplo 1:
“É uma solução, mas talvez não a certa!” Aqui o mediador deve ir esmiuçando o que o grupo vem
trazendo, como:
“Por que vocês acham que não é o certo ainda?” Permaneça conversan- do com o grupo, deve ser
uma discussão em que eles naturalmente vão achando os prós e contras da situação.

Exemplo 2:

“Com certeza não é o certo a se fazer!” Nesse exemplo o mediador reforça esse tipo de resposta,
pois é a mais próxima de comportamentos adaptativos.

Exemplo 3:

“Está certo isso aí, eu não mudaria nada!” Em um dos grupos experimentais, um dos participantes
respondeu este diálogo. Nesse momento, o mediador deve tentar entender o porquê dessa resposta,
perguntando:
“Por que você acha que está certo?”
“Mas você não teria que refazer a tarefa depois?”
“Você resolveu o seu problema de uma vez por todas?” Se a resposta persistir, temos que trazer o
participante para a discussão, perguntando-lhe:
“Como você resolveria essa situação?”
Tente explicar para ele por que não é correta essa solução para a situação: “Você acha que essa
tomada de decisão te beneficia ou atrapalha?”

Slide 2.5

Apresentar os prós e contras antes de agir a partir do exemplo da lição de casa. Essa orientação deve ser
usada para as escolhas do cotidiano, assim, eles irão generalizar o aprendizado das sessões.
Neste slide, o mediador apresenta as vantagens de realizar uma tarefa desse modo, por exemplo, a
pessoa que solicitou a tarefa vai achar que está tudo feito, assim evitando conflitos entre você e ela. Neste
momento pode-se abrir uma breve discussão para este assunto e deixar o grupo começar a elucubrar para
esse recorte da vida cotidiana.

Slide 2.6

Neste slide, o mediador irá trazer as consequências negativas, mostrando que essa atitude pode
prejudicar em longo prazo a impressão causada na pessoa que solicitou algo, desta maneira causando
impressões sobre o seu desempenho.
Neste momento pode ocorrer de os participantes questionarem o que foi falado, assim, o mediador terá
que ir respondendo esses questionamentos, salientando que as perguntas sempre devem ser devolvidas ao
grupo, para causar uma reflexão, perguntando: “O que o grupo acha?”

Slide 2.7

Agora você deve falar que irão começar a atividade do dia e que é muito importante que eles se
empenhem para que tudo dê certo no final. Motive-os sempre.

Slide 2.8

Separar previamente antes do grupo:

Tabela dos Pensamentos (Anexo F).


Lápis ou caneta.
Folha Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 2.9
Neste momento o mediador irá pedir para os participantes do grupo pensarem em alguma situação que
eles estejam vivendo e criarem uma lista de prós e contras da situação que eles querem decidir.

Slide 2.10

Para ajudar na compreensão de como será essa tabela de prós e contras é importante o mediador fazer
uma atividade com os participantes para eles visualizarem e entenderem como fazer na hora em que
estiverem sozinhos. O mediador lê para o grupo a situação criada para praticar.
Conforme você propuser a atividade, mostrar a folha e explicar como realizá-la. Você poderá tomar dois
rumos para a condução do grupo.

Opção A: pedir que eles façam de forma individual.


Opção B: pedir para eles fazerem em grupo ou duplas.

Nos grupos experimentais o grupo fluiu realizando a tarefa no sistema de duplas.

Slide 2.11

Aqui o mediador apresenta as opções disponíveis para a resolução do problema, sempre questionando os
participantes sobre as opções apresentadas.

Dica para o mediador


Pode ocorrer (geralmente ocorre) dos participantes do grupo darem mais exemplos de resoluções do
problema. Conforme isso for ocorrendo, o mediador deve incentivar e trabalhar com essas novas hipóteses
que eles vão criando.

Slide 2.12

Neste momento o mediador apresenta o que eles devem fazer na atividade, verbalizando: “Como
colocamos essa breve situação e suas opções na nossa tabela? Vamos tentar juntos?”

Dica para o mediador


Neste momento o mediador deve enfatizar que toda e qualquer decisão na vida tem os prós e contras da
situação vivida. Levantar as possibilidades de cada decisão pode gerar sentimentos vividos ou lembranças
de situações anteriores. É importante que possamos ter a consciência desses pensamentos e dessas decisões.

Slide 2.13

O mediador deve solucionar a situação dada nos slides anteriores, demonstrando como eles devem fazer
na próxima parte da tarefa.

Slide 2.14

O mediador apresenta a folha dos prós e contras em branco, sem resolução, para que eles consigam
visualizar que essa folha pode ser usada em qualquer situação.

Slide 2.15

Devem-se abrir as possibilidades de discussão sobre impressões gerais de como foi realizar a atividade.
Neste momento é importante verificar como eles se sentiram e realizar troca de experiências entre o grupo
com a leitura da decisão de cada pessoa.

Dica para o mediador


Durante a aplicação nos grupos experimentais surgiram falas como:

“Me senti estranho!”


“Nunca pensei que todas as situações têm coisas boas e ruins!”
“Achei difícil! Pensei que seria mais fácil!”

A condução neste momento vai depender da condução que o grupo der para essa indagação do mediador
e também da sensibilidade do mediador em perceber qual assunto ainda é mais sensível para o grupo
discutir.

Slide 2.16

Neste momento você deve questionar o grupo de como foi fazer a tarefa solicitada.
“Agora que você já sabe os prós e contras, é mais fácil de tomar a decisão?”
Nos grupos experimentais ocorreu de os participantes se apropriarem mais desse momento, assim o
mediador pode ouvi-los. O interessante é que começam a aparecer exemplos da vida diária do grupo.
Em seguida o mediador deve verbalizar a seguinte dica “sempre que tiverem em dúvida do que escolher,
façam essa lista de prós e contra”.

Slide 2.17

Sugerir para o grupo que, para sabermos os prós e os contras das decisões a serem tomadas, também
precisamos pensar previamente.
O mediador deve ler o esquema do Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E), que facilita a tomada de
decisão.

Slide 2.18

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 3 – CHOQUE DAS COMPARAÇÕES

Estimular a participação dos familiares no grupo de estimulação cognitiva.


Promover a conscientização da importância do uso das informações aprendidas no grupo nas
situações do cotidiano.
Promover conscientização de parcerias entre familiares e participantes do grupo.

Slide 3.1

Para iniciar a Sessão 3, o mediador pode aplicar o Termômetro (Anexo B), por meio do qual se pode
saber quais são as expectativas para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo para não chegar já
realizando a tarefa.

Slide 3.2

O objetivo é que os participantes percebam a importância de discutirem e refletirem juntos os problemas


do cotidiano para que juntos possam tomar as decisões levando em consideração todos os pontos de vista.
Para isso, o mediador inicia a sessão questionando se o participante acredita que sua participação no
grupo pode refletir no dia a dia com o seu filho e auxiliá-lo a tomar decisões.

Dica para o mediador


Se os participantes do grupo forem pais de crianças, nesta sessão, o mediador pode pedir para eles
chamarem seus filhos para participarem da sessão junto com eles.

Slide 3.3

Aqui os familiares que estiverem participando podem se questionar: “Como posso ajudar, se já fiz de
tudo e ele não ajuda, não muda?”
O mediador poderá responder de acordo com os questionamentos que surgirem e serem apresentadas
estratégias ou intervenções para serem feitas, como forma de promover breve discussão: “Podemos
acrescentar pequenas coisas na nossa rotina e na deles, como...”

Slide 3.4

O mediador deve ler para os participantes estas breves estratégias para auxiliar no dia a dia.

Utilizar agendas/calendários.
Bilhetes na agenda.
Exercícios de respiração para acalmar em momentos de acesso de raiva.
Utilizar o ciclo de tomada de decisão e os prós e contras antes das tarefas.

Slide 3.5

O mediador deverá lembrar que diante de uma situação em que é necessário tomar uma decisão, pode-se
sempre fazer os passos do Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E), e, se possível, os responsáveis devem
demonstrar isso para as crianças/adolescentes.
O mediador pode solicitar que os participantes deem um exemplo.

Slide 3.6

O mediador deve incentivar a participação do grupo, pois agora é a hora da tarefa propriamente dita.

Slide 3.7

Separar previamente antes do grupo:

Pensômetro para familiares (Anexo C).


Pensômetro para participantes do grupo (Anexo D).
Prós e contras em conjunto.
Caneta ou lápis.
Jogo Pega Varetas.
Folha Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 3.8

O mediador distribui os Pensômetros (Anexos C e D) com as perguntas voltadas para os familiares e


para os participantes do grupo e os auxilia na realização das atividades. Se surgirem pequenas dúvidas,
responda-as de forma clara e objetiva. Se for necessário fazer uma grande roda de conversa, não há
problemas, desde que todo o grupo se empenhe na tarefa proposta. Eles terão aproximadamente 10 minutos
para refletirem.
Neste momento é sempre bom reforçar que haverá participantes com a capacidade de julgamento e
crítica mais preservada e outros não, então é fundamental saber lidar com essas diferenças entre os grupos,
tentando explicar as perguntas e a tarefa de variadas formas.

Dica para o mediador


O objetivo do pensômetro é que, a partir das perguntas, ambos comecem a refletir sobre suas atitudes,
assim começando a fazer uma reflexão mais ampla sobre as suas dificuldades.

Slide 3.9

O mediador deve fazer as perguntas que estão no slide e ir mediando as respostas. Lembrando que não
devemos tomar partido nem do participante do grupo nem dos familiares e sim mostrar que essas duas partes
se encaixam nesse processo que estamos oferecendo e que um precisa do outro.

“Como foi responder essas perguntas?”


“Foi fácil ou difícil?”
“Você percebe nas perguntas algo que se assemelha a sua vida?”

Pode ocorrer de os adolescentes/crianças esboçarem cansaço/falta de paciência no dia a dia por conta
dos comportamentos não assertivos dessas crianças/adolescentes, como não aguentarem mais ir ao colégio
por conta das reclamações. Nesses momentos o mediador tem que demonstrar empatia pela reclamação e
tentar conciliar, sempre verbalizando que eles são peças-chave nessa construção.

Slide 3.10

Aqui oferecemos a proposta de uma ação em conjunto, em que a criança/adolescente e o seu


acompanhante realizam uma atividade de tomada de decisão que beneficie ambos. Caso os participantes
desejem, são oferecidos alguns temas para atividade:

Aonde ir no final de semana?


Que horas fazer a lição de casa?
Escolher a comida que irão pedir no restaurante.

Slide 3.11

Neste momento o mediador apresenta uma forma de resolução de problema, com uma das sugestões
apresentadas para elaborar a tomada de decisão, dadas no slide anterior.

Slide 3.12

Neste slide são dadas as instruções para os familiares de como auxiliar as crianças/adolescentes na tarefa
em questão.

Dicas para o mediador

Ler o que está no slide para o grupo.


Ajudar a pensar no passo a passo.
Direcionar o pensamento.
Auxiliar na tomada de decisão.

Também podemos aproveitar o momento e perguntar: “Essas dicas podem ser utilizadas em casa, por
exemplo?”
O mediador neste momento também pode encontrar uma negativa do grupo. Se isso ocorrer, o mediador
tem que tentar entender por que o não fazer se torna difícil para o participante, tentando sanar possíveis
dúvidas que surjam.

Slide 3.13

Apresentar o exemplo da folha e explicar que eles terão que colocar os prós e contras, tanto do lado dos
familiares/acompanhantes quanto do lado do participante do grupo. Salientar que esta é uma decisão para ser
realizada em conjunto.

Slide 3.14

Após a realização da atividade, é necessário saber como os participantes se sentiram diante da tarefa,
assim devemos questionar:

“Quais argumentos vocês usaram para decidir em conjunto?”


“O argumento tinha a intenção de beneficiar somente você?”
“É fácil se colocar no lugar do outro para achar uma solução que fosse boa para ambos?”

Slide 3.15

Para concretizar a mensagem do grupo, antes do término é interessante a aplicação do jogo Pega Varetas,
mas o mediador tem que falar que não é um contra um, mas sim os dois jogando juntos como se fosse eles
contra os palitinhos.

Slide 3.16

Dica para o mediador


O mediador deve apresentar as regras do jogo Pega Varetas. O jogo constitui-se por várias varetas
coloridas e uma vareta preta. O jogo começa com todas as varetas sendo jogadas ao acaso na mesa, para que
os jogadores tentem pegar aquelas de sua respectiva cor. Cada jogador deve, na sua vez, tentar retirar
quantas varetas puder sem que nenhuma se mova. Quando essa tentativa for frustrada, passa a ser a vez do
próximo jogador. No final do jogo soma-se a pontuação de cada participante (cada cor apresenta um
determinado ponto). É indicada a leitura da instrução do seu jogo para verificar a pontuação sugerida pela
empresa.
É indicado que o jogo seja realizado em grupos de 2 a 6 jogadores. Caso na sua sessão tenha mais de 6
participantes, uma sugestão que temos é fazer vários grupos menores.
Esse jogo é comercializado no Brasil por inúmeros fabricantes de brinquedo.

Slide 3.17

O mediador deve iniciar o fechamento do grupo questionando: “Como foi o jogo? Um precisou da ajuda
do outro na hora de fazer as jogadas? Com as dicas da outra pessoa, ficou mais fácil de mexer os palitos?
Você teria conseguido se não tivesse ajuda?”
O mediador deve indicar que, ao realizarem a tarefa juntos, fica mais fácil identificar a jogada certa e o
mesmo ocorre nas situações do cotidiano, em que pontos de vista diferentes facilitam a análise dos
problemas.

Slide 3.18

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 4 – MONTANDO FRASES

Estimular a crítica.
Estimular a construção de argumentação.
Estimular a escolha entre várias opções.

Slide 4.1

Para iniciar a Sessão 4, o mediador aplica o termômetro que é a folha do Anexo B, por meio do qual se
pode saber quais são as expectativas para essa tarefa e também quebrar o gelo para não chegar já realizando
a tarefa.

Slide 4.2

Neste momento é necessário que o mediador questione sobre como está sendo realizar a tarefa do
termômetro, pois a tendência é que com o passar das sessões o assunto fique mais natural ao ser abordado,
assim diminuindo a questão da ansiedade e do nervosismo, e as respostas dadas aos questionamentos
abordados por você fiquem mais “naturais”.

Dica para o mediador


Sugestão de perguntas adicionais para o mediador:

“Vocês se sentem menos incomodados com o assunto abordado no grupo?”


“O que antes era mais difícil?”
“Para o acompanhante: quais mudanças vocês identificam?”
“Até o momento, qual atividade te chamou mais atenção? Por quê?”

Falar de sentimentos, conforme é realizada a atividade do termômetro, com o passar das sessões, torna
mais fácil a comunicação e o controle dos comportamentos. Nos grupos experimentais os participantes
começaram a se autorregular e regular uns aos outros com relação aos pensamentos e emoções associados.

Slide 4.3

Neste momento devemos pedir para que os participantes criem/contem uma situação para impactar o
grupo sobre uma tomada de decisão deles. Então o mediador lê a situação proposta e realiza os
questionamentos apontados no grupo.

“Qual sentimento você sentiu ao tomar essa decisão?”


“Foi algo difícil de decidir?”
“Como você fez para tomar essa decisão? De forma mais automática ou impulsiva?”

Slide 4.4

Agora o mediador começa a introduzir o ciclo de tomada de decisão, sempre lembrando que este ciclo é
uma adaptação do Goal Management Training (GMT) e perguntando aos participantes: “Será que essa
tomada de decisão ficaria mais fácil com estes passos aqui?”
Dica para o mediador
No grupo experimental, foi observado que os participantes nesse momento criam uma racionalização,
para justificar as decisões erradas que tomam no dia a dia, verbalizando sobre processos automáticos
(caminho para ir ao trabalho, sem questionar muito o que fazer). Aqui o mediador pode conversar sobre isso
que o grupo trouxe para a discussão.

Slide 4.5

Lembrando que este treino é baseado em um ciclo de estratégias, neste momento o mediador deve
reforçar o esquema para auxiliar na melhora da tomada de decisão, assim relembrando o passo a passo no
esquema proposto.
O mediador pode explorar situações do cotidiano com o grupo, assim tornando mais rica a discussão do
esquema e agindo como forma de aquecimento.

Slide 4.6

Nesse momento o mediador deve avisar os participantes que começaremos as atividades do dia. É
importante que todos se preparem.

Slide 4.7

Materiais necessários:

Lápis ou caneta.
Folha Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 4.8

“O objetivo desta atividade é sabermos argumentar diante de várias opções de escolhas, já que em
diversos momentos da nossa vida temos várias opções disponíveis que fazem sentido, mas não sabemos o
que fazer diante disso e nem colocar os prós e contras de situações parecidas.”
“Nesta atividade, todas as alternativas fazem sentido, entretanto, você terá que se contentar com somente
uma resposta. Vamos ao desafio. Argumente sobre como foi feita a escolha. Veja bem, todas as alternativas
são compatíveis, mas como você terá que escolher uma, precisará justificar. Como você explicaria o motivo
da sua escolha?”
Conforme foi dada a instrução, o mediador tem que deixar claro que o importante é argumentar.
Podemos dar por volta de 10 minutos para a atividade.

Slides 4.9, 4.10, 4.11, 4.12 e 4.13

São apresentadas as frases e suas alternativas para que o mediador possa apresentar.
Nos grupos experimentais os acompanhantes das crianças associaram essas situações com
acontecimentos de vida diária deles. Não barre esse rico momento, vá mediando, conversando com o grupo
e utilizando esses exemplos para completar a atividade.
Na primeira situação de ir ao shopping ocorreu o seguinte diálogo com um dos participantes:
Participante: “Eu escolheria ir ao restaurante, de preferência no restaurante X.”
Mediador: “Por que você escolhe o X?”
Participante: “Porque os lanches são gostosos e grandes…”
Mediador: “Então, os lanches do restaurante Y são bem maiores e você compra na promoção comprando
um lanche e acaba levando dois.”
Participante: “Mas o outro você sabe a qualidade!”
Mediador: “O outro desbancou esse restaurante aonde você quer ir, porque eu até ganho um brinde, e o
lugar aonde você quer ir, não…”
Dica para o mediador
A partir dos exemplos do cotidiano surgem discussões muito ricas (como a que ocorreu no grupo
experimental), em que o mediador deve indicar que conforme tomamos decisões sempre há pessoas para
questionar as nossas escolhas e sempre teremos que estar fortes para argumentarmos essas preferências.
Como essa discussão do melhor restaurante de lanches, eles terão que saber justificar suas escolhas e
geralmente não é tarefa fácil.
Neste momento o mediador deve assumir um papel no qual questione de forma consciente tudo o que for
colocado de argumento por parte dos participantes, já que o objetivo desta sessão é causar uma reflexão
sobre questionamentos perante as nossas decisões. Não tenha medo de ser um mediador criterioso e em
alguns momentos ser considerado “chato” de tanto argumentar.

Slide 4.14

Como a atividade a priori é algo simples, temos que reforçar por que a argumentação e os
questionamentos são interessantes na hora de tomarmos uma decisão. Nesse momento temos que falar dos
benefícios de sabermos argumentar diante de situações, tanto mentalmente quanto com outra pessoa.
O mediador deve no final questionar “É mais fácil argumentar ou simplesmente agir?”. Com isso, os
participantes também poderão contar como normalmente agem, se explicam as suas escolhas, se
argumentam ou se simplesmente agem.

Dica para o mediador


Reforçar com o grupo o quanto argumentar consigo mesmo diante de uma situação na qual exija mais
cautela por parte deles auxiliará no processo de tomada de decisão.

Slide 4.15

É necessário reforçar e incentivar os nossos participantes a sempre argumentarem as suas decisões e


também saberem como estão se saindo nas atividades já realizadas. Para isso, o mediador perguntará como
eles se sentem após terem feito esse exercício de questionamentos.

“Você agora se sente pronto para escolher entre duas opções?”


“E para justificar a sua escolha?”

Dica para o mediador


Neste momento, o grupo experimental trouxe novamente a questão à tona de decisões que são
automáticas e simplórias no decorrer do nosso dia a dia. O mediador pode debater com o grupo sobre esse
tema, caso considere necessário.
Tomar decisões automáticas não é algo ruim, pois em alguns momentos é normal e ocorre todos os dias
em nossa vida, entretanto, há momentos em que não é aceitável, pois nos coloca em situações de risco e
desagradáveis (situações impulsivas).
O objetivo nesse momento é informar aos participantes do grupo que não existe decisão certa, mas
existem decisões que nos trazem menos prejuízos (contras), então o correto é pensar e decidir pelo que traz
mais prós do que contras.

Slide 4.16

Neste momento o mediador questiona o grupo sobre como eles realizam a tomada de decisão no seu
cotidiano, se é algo que de fato eles param e pensam ou é algo mais mecanizado. A parte mais importante
deste momento é enfatizar a tomada de decisão, perguntando para o grupo:

“Como você realiza a tomada de decisão? De forma mais mecânica?”


“Antes você analisa as consequências da tomada de decisão diante de uma situação?”
Você listava as suas desvantagens e vantagens?

Slide 4.17
Chegando ao fim da sessão, o mediador pergunta ao grupo: “Se vocês pudessem escolher uma carinha
(smile) para representar essa discussão, qual vocês escolheriam?”

Dica para o mediador


Em todos os grupos experimentais os participantes respondem com um smile pensativo. Quando a
maioria responder isso, o mediador deixa a questão para o grupo pensar:
“Por que ao falarmos da tomada de decisão, que de acordo com você é algo automático, você fica tão
pensativo e mexe com você? Será um indicativo de que precisamos parar e pensar nas nossas decisões ou
que talvez não tomamos decisões tão facilmente assim?”
Procure colocar e deixar interrogações para os participantes, no momento de discussões; é a partir disto
que eles começarão a se perceber durante o dia a dia e trarão situações para discussões.

Slide 4.18

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 5 – AJUDANDO A DAR SOLUÇÃO

Estimular a escolha entre duas opções.


Estimular a tomada de decisão com uma situação pessoal.
Demonstrar o modelo de tomada de decisão visual.

Slide 5.1

Para iniciar a Sessão 5, o mediador pode aplicar o termômetro, que é a folha do Anexo B, por meio do
qual se pode saber quais são as expectativas para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo para não
chegar já realizando a tarefa do dia.

Slide 5.2

O mediador deve explicar que todas as atividades que fizemos são interligadas, e no dia de hoje
precisaremos usar o conhecimento de todas as lições já ensinadas.

Slide 5.3

O mediador traz novamente à tona o ciclo da tomada de decisão.

Dica para o mediador


É importante que as sessões possam também ter um cunho lúdico e que tragam reflexões dentro de um
contaxto mais informal. Você pode fazer uma brincadeira com os participantes, levar um bombom e
perguntar a eles quem lembra os passos do ciclo de tomada de decisão. Para quem acertar dê o bombom.
Proporcionamos assim uma retomada dos conhecimentos de forma diferenciada.

Slide 5.4

Neste momento o mediador começa a instigar os participantes do grupo, perguntando:

“Você se sente pronto para escolher entre duas opções?”


“Ou ainda se sente um pouco perdido?”

Slide 5.5

O mediador tem que enfatizar com o grupo que, a partir deste momento, eles irão começar a atividade do
dia.

Slide 5.6

O mediador pode apresentar de forma breve os materiais que serão utilizados durante a atividade.
Materiais utilizados:

Lápis ou caneta.
Tabela prós e contras.
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 5.7

Aqui o mediador apresenta a situação para o grupo, lendo o que está no slide.

Instruções
“Será apresentada uma situação em que você precisará fazer uma escolha.”
“Como escolherá?”
“Lembre-se de argumentar.”

Slide 5.8

Situação 1
Objetivo: “Cláudio, um rapaz de 18 anos, foi ao shopping para se distrair um pouco antes de outro
compromisso, só que há um porém: ele tem exatamente 2 horas e 20 minutos para fazer isso e não chegar
atrasado. Ele precisa considerar que o dinheiro que ele tem (R$ 60,00) é a quantia que deverá ser usada até o
retorno a sua casa. Esses dois fatores, tempo e dinheiro, têm que ser levados em conta, mas ele está na
dúvida diante das duas opções abaixo. Vamos ajudá-lo?”

Slide 5.9

O mediador lê as opções que o personagem tem disponível para solucionar seu problema.
Opção 1: ir a uma livraria de um shopping onde ele pode escolher o livro que quiser e sentar no cantinho
de leitura da própria livraria. Cláudio escolheu um livro de aproximadamente 39 folhas, sendo que Cláudio
demora 1 hora e 30 minutos para ler tal livro e ainda pode sair da livraria e comer alguma coisa em algum
lugar. No entanto, houve um problema nos restaurantes do shopping e só há um restaurante aberto, onde ele
irá gastar R$ 59,90 na refeição. Pelo menos, ele irá para o próximo compromisso alimentado.
Opção 2: ir ao cinema e assistir a um filme que ele quer muito ver desde que estreou, só que o filme tem
duração de 2 horas e 30 minutos, assim Cláudio irá se atrasar aproximadamente 15 minutos para o seu
próximo compromisso, só que Cláudio ganhou esse ingresso de um amigo e não gastará dinheiro nenhum
nesse dia.
No final da leitura, o mediador já pode questionar o que os participantes acharam ao ouvir as opções da
história.

Dicas para o mediador


Exemplo 1: no grupo experimental, conforme a situação acabou de ser apresentada aos participantes do
grupo, ocorreu algo interessante: os participantes por si só começaram a discutir a situação apresentada e já
dando uma resposta para a solução.
Exemplo 2:
Pai do participante: “Não faria nenhuma das duas opções!”
Mediador: “Então o que você faria?”
Pai de participante: “Pensei em outra solução!”
Quando essa situação ocorre, é um indicativo de que o grupo está engajado na discussão. Nesse
momento não pare a discussão, deixe que ela ocorra, nem que depois tenhamos que pontuar o que eles
decidiram.

Slide 5.10

Neste slide há o esboço da folha da atividade para o participante colocar os prós e contras da decisão a
ser tomada, assim conseguindo ver sua decisão de forma visual e conseguindo minimamente visualizar as
opções e ponderar as escolhas.
O mediador deve incentivar a utilização dessa tabela. Algumas vezes os participantes relatam
dificuldades para tomar uma decisão porque é muito abstrato pensar nas opções. Essa orientação de usar a
folha com o registro dos prós e contra das diferentes situações pode ajudar a tornar a decisão mais concreta,
facilitando a a resolução do problema.

Dica para o mediador


Sugestão de mediação para a situação 1
Sobre a opção 1: Cláudio ficaria mais tranquilo para “controlar” o horário, mas o gasto com a refeição
pode ser um problema para ele. Como ele está em um shopping, ele poderia procurar por alternativas mais
baratas e até mesmo mais rápidas na praça de alimentação. O foco precisa estar no horário da reunião.
Sobre a opção 2: discutir a importância de manter o horário do compromisso, então, se a opção 2 for
escolhida, ele deverá sair antes de terminar o filme impreterivelmente e ver o final em outra oportunidade
(TV ou internet). Conversar com os participantes sobre o controle emocional necessário para interromper o
filme apesar do interesse de saber o final da história. Ponderar sobre a troca de horário do ingresso e assim ir
para reunião e depois assistir ao filme tranquilamente, ou adiantar o horário do filme para que termine muito
antes da reunião.

Slide 5.11

O mediador apresenta a segunda situação a ser discutida, lendo o slide para o grupo.

Situação 2
“Luana, 15 anos, foi convidada para ir a um churrasco na casa da sua melhor amiga, no sábado dia 8 de
agosto às 14 horas. Entretanto, um dia antes do churrasco, a prima de Luana, que também sempre está com
ela e sua melhor amiga, convidou Luana para irem a uma sorveteria no mesmo dia e horário. Luana está
muito confusa, mas, depois de muito pensar, chegou a duas opções.”

Slide 5.12

O mediador lê as opções que a personagem tem disponível para solucionar o seu problema.
Opção 1: Luana teve a ideia de ir aos dois compromissos, indo primeiro a casa de sua melhor amiga, no
churrasco, e depois ir à sorveteria com sua prima. Assim, comeria um pouco dos dois e não decepcionaria
nenhuma delas. Alegaria para sua prima que havia trânsito para chegar na sorveteria e esse atraso seria de 30
minutos apenas.
Opção 2: falar para sua prima que não poderá ir à sorveteria com ela, pois ela tem um churrasco, no qual
ela marcou dias antes, mas que depois do churrasco, à noite, as duas podem se ver e ir tomar esse tão
desejado sorvete. Assim poderá aproveitar o churrasco com sua melhor amiga sem se preocupar com o
horário e não decepcionaria nenhuma das duas.
Qual das opções você escolheu? Pare, pense e reflita com seu grupo qual seria a melhor das opções.

Slide 5.13

O mediador deve novamente apresentar a folha de prós e contras.

Dicas para o mediador


Sugestões de mediação
Sobre a opção 1: discutir com os participantes do grupo os riscos que Luana corre ao escolher os dois
compromissos, já que contratempos existem e podem ocorrer a todo instante, sem depender da intenção da
pessoa, e a sua desculpa cairia água abaixo. Aqui também é o momento de pensar os prós e contras dessa
atitude.
Nessa atividade também se encaixa a discussão sobre omissão versus mentira. Como saber
recusar/rejeitar um compromisso que não cabe na sua agenda/dia.
Também no grupo experimental houve momentos em que a discussão ficou mais rica, pois os
participantes trouxeram o quanto é difícil falar não para o outro e que há momentos na vida em que
acabamos fazendo as coisas por medo de decepcionar as pessoas que nos cercam.
Sobre a opção 2: na segunda opção podem ser abordadas as emoções que a pessoa pode sentir ao ter que
falar um não e como ela reagiria, já que, supostamente, a prima de Luana ficaria chateada ao ouvir a
verdade. Aqui também é o momento de pensar os prós e contras dessa atitude.
Para ampliar o repertório comportamental e social do participante e ajudá-lo a treinar a se expressar,
sugere-se a seguinte intervenção: o participante segura duas bexigas, uma em cada mão, e simula que cada
bexiga é um personagem da história. Nessa simulação eles podem fazer uso de diferentes tons e volumes da
voz, expressões faciais e corporais até descobrir a forma que consideram ideal de se expressar.

Slide 5.14

Neste momento, o mediador deve pedir para o participante do grupo ilustrar situações parecidas com as
que foram colocadas, perguntando: “Com vocês já aconteceu algo parecido?”

Dica para o mediador


Aqui neste momento começaram a surgir exemplos do cotidiano dos participantes.
Exemplo 1:
Participante: “Teve uma vez que uma conhecida minha me chamou para o casamento da filha dela, me
deu o convite e tudo, estava tudo certo de que eu iria ao casamento, já tínhamos conversado até de roupa e
tudo, daí a minha sobrinha, faltando uma semana para o casamento dela, veio me dar o convite para eu ir,
alegando que não teve tempo de entregar antes. Aí eu pensei: ir ao casamento da filha da minha amiga que
me deu o convite há dois meses antes ou ir ao casamento da minha sobrinha, pois, afinal de contas é
família?”
Mediador: “E o que a senhora decidiu fazer nessa situação?”
Participante: “Na hora fiquei totalmente perdida, atordoada, sem saber o que decidir. Tive que parar,
pensar e analisar a situação, para tomar a decisão. Como a minha amiga tinha me avisado com antecedência
e ela já estava contando comigo naquele dia, eu decidi ir para o casamento da filha dessa amiga. Cheguei
para a minha sobrinha e expliquei tudo o que tinha acontecido, mas fiquei com muito medo de ela [sobrinha]
me interpretar mal, ainda mais por ser família.”
Mediador: “O grupo tomaria outra decisão, diferente da dela?”
Assim, o mediador segue de acordo com as respostas que forem surgindo. O interessante desse exemplo
é que ele se correlaciona com a situação 2.
Após essa pergunta aberta para o grupo, o mediador deve distribuir folhas de papel sulfite e pedir para
eles descreverem uma situação na qual eles não sabem qual caminho/decisão tomar.
“Descrevam uma situação na qual vocês estão em dúvida sobre qual caminho seguir.”

Slide 5.15

Salientar que, na situação que estão descrevendo, eles também têm diferentes opções, como os
personagens Cláudio e Luana, e que eles devem colocar todas as opções disponíveis no papel.

Slide 5.16

O mediador pode distribuir a folha dos prós e contras das situações para que eles consigam visualizar as
opções que eles têm para resolver ou deixar de forma visual no slide para eles olharem e irem se lembrando.

Dica para o mediador


Quando falamos sobre atividades na qual os participantes têm que escrever, há grupos que os integrantes
são mais resistentes à escrita e de fato não querem escrever, então o mediador pode ficar à vontade para
realizar essa ou outra parte escrita de forma oral, só que será necessária muita atenção do mediador para não
deixar nenhum item sem preencher e comentário.
Slide 5.17

Aqui o mediador investiga como foi para o grupo realizar as atividades visualizando os prós e contras da
decisão e questiona como eles se sentiram durante a tarefa.

“As listas de prós e contras ajudaram na escolha das opções?”


“Houve diferenças para fazer escolhas para uma pessoa fictícia ou para vocês?”
“Conseguiram tomar uma decisão?”
“Como você se sentiu?”

Slide 5.18

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 6 – JOGOS PARA TREINAR O CÉREBRO

Demonstrar a tomada de decisão de forma lúdica.


Desenvolver a noção de consequências em longo prazo x curto prazo.
Estimular estratégia e planejamento diante das situações.

Slide 6.1

Para iniciar a Sessão 6, o mediador pode aplicar o termômetro que é a folha do Anexo B.

Slide 6.2

Nesta tarefa, antes de iniciar os jogos, o mediador pergunta se o grupo acredita que duas atividades
como jogos e a tomada de decisão podem combinar. Permitir que o grupo se posicione.
Nos grupos experimentais, geralmente a resposta é afirmativa, então o mediador tem que instigar e
perguntar por que eles acreditam que combinam. “Porque você tem que escolher para qual casinha você vai
andar, escolher onde você vai colocar o X ou a bolinha para não perder o jogo, e isso são tomadas de
decisão.”
Mediador: “Muito bem, G! É por aí mesmo. Mais alguém quer acrescentar algo?”

Slide 6.3

Neste momento, o mediador responde a própria pergunta, devendo explicar que todas essas funções se
combinam, sim, pois todas elas estão envolvidas na tomada de decisão e no jogo.

Slide 6.4

Neste momento o mediador dá ênfase para a tarefa em questão enfatizando por que eles acreditam que
especificamente essas habilidades (atenção, memória, planejamento, criação de objetivos) são importantes
para a tomada de decisão no jogo.

Slide 6.5

O mediador explica por que essas habilidades são utilizadas durante o jogo: assim o sujeito terá que
treinar sua atenção para ficar atento às jogadas do seu adversário durante a partida, treinar a memória,
porque é preciso recordar a jogada anterior e recordar as regras do jogo, para criar sua estratégia (planejar), e
decidir/tomar a decisão do lugar da sua próxima jogada, para alcançar o objetivo, que é ganhar o jogo.

Dica para o mediador


Nos grupos experimentais, observou-se em alguns participantes somente o objetivo de ganhar o jogo,
porém esse objetivo não pode ser alcançado se não forem criadas estratégias eficientes.
Em um dos grupos um participante falou: “O importante é ganhar, e às vezes tem que trapacear!”
Mediador: “Mas o trapacear tem os seus prós e contras. E tem mais o quê? Situações favoráveis ou
desfavoráveis?”
Criança: “Não sei.”
Mediador: “O que vocês acham, grupo?”
Integrante do grupo: “Acho que mais desfavorável, do contra!”
Mediador: “Vamos pensar por quê?”
No final da discussão, caso o grupo tenha problemas para resolver a situação, o mediador pode falar:
“Pode ser algo vantajoso, porque você vai ganhar. Mas se estivéssemos em uma competição, eu fosse o juiz
e te pegasse trapaceando, você poderia ser eliminado da competição e ainda tomaria outras punições.”
“Em uma situação da vida normal, você pode até ganhar e ninguém descobrir, mas como você irá se
sentir? Quais os pensamentos que virão dessa sua ação?”

Slide 6.6

Conforme as respostas vão aparecendo, o mediador conduz as respostas e ajuda o grupo a pensar junto.
Assim, damos as possibilidades de que os próprios participantes possam dar as soluções para os seus
questionamentos e os de seus colegas.

Slide 6.7

Neste momento o mediador pontua que daremos início aos exercícios do dia.

Slide 6.8

Materiais necessários:

Folhas de papel sulfite.


Dois lápis de cores diferentes.
Jogo de damas.
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

O mediador apresenta de forma rápida para os participantes o material a ser utilizado.

Slide 6.9

Neste momento o mediador deve relembrar os passos para tomar uma decisão adequada e reforçar que,
para o jogo, os participantes do grupo também podem e devem fazer esses passos para conseguir realizar as
jogadas.
Espera-se que nesta sessão de treino os passos para a resolução de problemas já estejam mais
automáticos para a recordação. Caso o mediador sinta necessidade, algum slide anterior ou sessão podem ser
retomados.

Slide 6.10

O mediador pontua para os participantes do grupo que será realizada uma atividade muito simples: Jogo
da Velha.

Dica para o mediador


Nesta sessão temos que tomar o máximo de cuidado e prestar atenção, pois os participantes podem
começar a competir entre si. Nos grupos experimentais notou-se que em alguns momentos os
acompanhantes incentivam a competição. Devemos lembrar que o objetivo dos jogos é fazer com que eles
prestem atenção nos seus pensamentos, para tomarem a decisão na hora de cada jogada.

Slide 6.11

O mediador apresenta as regras básicas para o jogo da velha, lendo as regras para o grupo e tirando
pequenas dúvidas que venham a aparecer.
O objetivo do jogo é ser o primeiro a fazer uma sequência de três símbolos iguais, seja em uma linha,
coluna ou na diagonal.
As regras são:

Um jogador joga com o círculo (O) e outro com o xis (X).


Cada jogador, na sua vez, desenha (ou coloca a peça) em uma lacuna que esteja vazia.
Quando um jogador conquista o objetivo, costuma-se riscar os três símbolos

Slide 6.12

O mediador neste momento dá dicas para auxiliá-los durante o jogo, dando algumas estratégias para o
início.

Podemos começar pelo centro do tabuleiro.


Pode-se iniciar pela lateral do tabuleiro.
Nunca deixe seu adversário sair na frente com dois símbolos.
Às vezes, podemos causar a “velha” (ninguém ganha).

Slides 6.13 e 6.14

Estes slides são para facilitar a explicação do que foi verbalizado anteriormente, com algumas imagens
das jogadas principais. Neste momento podem surgir dúvidas, portanto o mediador terá que saná-las.
Também é possível que algum participante do grupo queira dividir alguma jogada em especial, nesse
momento é importante o mediador permitir que isso ocorra.

Slide 6.15

Antes de iniciar o jogo de fato, o mediador deve relembrar novamente o ciclo da tomada de decisão com
o grupo, incentivando-os a lembrar desse ciclo sempre que se sentirem inseguros ou com dúvidas.

Slide 6.16

Neste momento o mediador deve dar mais uma estratégia extra sobre o jogo, para eles iniciarem pelas
laterais, tentando facilitar ao máximo o interesse dos participantes pelo jogo e incentivando-os a pensar
antes de cada jogada.

Slide 6.17

O mediador pede para os participantes do grupo iniciarem o jogo, dando aproximadamente 15 minutos
para realizarem a tarefa.

Dica para o mediador


Nos grupos experimentais, ocorreram diversas situações como:

Participante tentando ganhar trapaceando. Nesta situação, o mediador pode repetir as regras
estabelecidas no início da sessão ou, se sentir mais seguro, pode realizar uma interpretação de
acordo com o paciente. Geralmente essa infração da regra ocorre nos grupos por insegurança da
parte do participante, mas isso pode se modificar de acordo com o grupo.
Participante criando jogadas que não existem, assim o mediador teve que corrigir a situação. Nesee
momento, o mediador deve sinalizar para o participante, verbalizando que a jogada é inexistente, ou
até mesmo tentar entender por que o participante criou essa jogada.
Participante ficando irritadiço conforme vai perdendo. Nessa situação, deve-se conversar com o
participante, explicar para que é uma atividade de grupo e que não são todas as pessoas que podem
ganhar. Estimular para o retorno da tarefa. Pode-se tentar entender o que o deixou irritado
(pensamentos associados).
Caso essas situações ocorram, o mediador deve intervir.

Slide 6.18

Antes de iniciar o jogo de damas, o mediador pode também abrir um espaço para os participantes
contarem como foi o jogo da velha, perguntando:

“Como foi o jogo da velha?”


“Algo de especial aconteceu?”

Slide 6.19

Após o jogo da velha, o mediador avisa aos participantes do grupo que terão mais um jogo para treinar o
cérebro, que será o jogo de damas.

Slide 6.20

O mediador lê para os participantes do grupo as regras do jogo de damas. Conforme surgirem dúvidas, o
mediador deve saná-las.

O lance inicial cabe sempre a quem estiver com as peças brancas.


A pedra anda para a frente, uma casa de cada vez, mas também pode andar na horizontal (lado) e na
diagonal. Quando a pedra atinge a oitava linha do tabuleiro, ela é promovida à dama.
Dama é uma peça de movimentos mais amplos. Ela anda para a frente e para trás, quantas casas
quiser. A dama não pode saltar uma peça da mesma cor.

Slide 6.21

Aqui o mediador dá dicas de estratégias de como ir bem no jogo de damas, podendo ler para os
participantes e demonstrar no tabuleiro para que os participantes entendam.
Algumas das estratégias são:

Mantenha a última fileira (de trás) sem mexer.


Sempre jogue suas peças nas casas do centro do tabuleiro, lembrando que ficar nervoso pode fazer
você perder a concentração.
A sua saída tem que ter lógica.
Pensar sempre em três jogadas adiante.
Evite colocar peças nas laterais do tabuleiro.

Slides 22 e 23

Neste momento o mediador mostra imagens de como devem ser feitas as jogadas, ilustrando o que foi
feito verbalizado no slide anterior, facilitando o entendimento do jogo.

Slide 6.24

Neste momento o mediador indica algumas estratégias extras aos participantes, como a possibilidade de
capturar mais de uma peça, quando possível.

Slide 6.25

O mediador pede para que as duplas iniciem o jogo e dá aproximadamente 15 minutos para sua
realização.

Dica para o mediador


Foi nítido que as crianças apresentaram mais dificuldades no jogo de damas, então neste jogo devemos
ficar muito atentos para irmos auxiliando os participantes do grupo.
Exemplo 1: no grupo experimental, o que mais chamou a atenção é que sempre um jogador começa a se
destacar e o outro não, por não saber jogar ou ser ansioso em suas jogadas. Aqui o mediador deve sempre
incentivá-los, relembrar os conceitos do ciclo das decisões e tentar jogar uma a duas jogadas com o
participante, para demonstrar estratégias de como reverter essa situação.
Exemplo 2: um dos participantes deixa o outro ganhar por perceber que este tem dificuldades
(facilitando a jogada). Neste momento, o mediador deve ser firme e pedir para os participantes não
facilitarem, argumentando:
“Há situações em que vocês na vida não terão a possibilidade de alguém facilitar/afrouxar a situação
para vocês e vice e versa, assim teremos todos que decidir sozinhos”.

Slide 6.26

No meio do jogo, parar o grupo e perguntar como está indo o processo. Sempre devemos mostrar
interesse pelo que está ocorrendo durante os jogos.
Perguntar:

“Como está sendo a tarefa?”


“Está sendo fácil ou difícil?”
“Você está conseguindo realizar o passo a passo?”

Slide 6.27

Após encerrados os jogos, o mediador promove uma breve discussão de como fazer essa atividade
lúdica, pensando na tomada de decisão, fazendo algumas indagações aos participantes do grupo:

“Como foi jogar esses jogos?”


“Os jogos ficaram mais fáceis com o nosso passo a passo?”
“Ficou mais fácil com as dicas de estratégias?”
“Você mudaria alguma coisa no jeito de jogar?”

Slide 6.28

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 7 – RESOLVENDO LABIRINTOS

Utilizar raciocínio lógico (função fria).


Estimular a estratégia e o planejamento.
Estimular a percepção de duas soluções possíveis.

Slide 7.1

Para iniciar a Sessão 7, o mediador pode aplicar o termômetro que é a folha do Anexo B.

Slide 7.2

O mediador neste primeiro momento deve explicar que a tarefa que será realizada é a de labirintos e tem
ligação com algumas funções que utilizamos para tomar decisões, como atenção, planejamento e controle
motor.

Dica para o mediador


Para não se ter uma condução engessada das sessões o mediador pode perguntar para o grupo: “Vocês
acham que labirinto e tomada de decisão combinam?”

Slide 7.3

Neste slide o mediador deve explicar o motivo da atenção ter relação com a atividade de realizar um
labirinto (é necessário prestar atenção nos caminho e ouvir a instrução), a relação do planejamento com o
labirinto (saber da onde irá partir, simular o caminho mentalmente antes de riscar) e a relação entre o
controle motor e o labirinto (para não esbarrar nas linhas e ter controle do caminho que será feito).

Slide 7.4

Neste momento o mediador deve pontuar que dará início aos exercícios.

Slide 7.5

Materiais necessários:

Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).


Labirintos (anexo H).
Lápis ou caneta.
Recuperando a Atividade (anexo G).

Slide 7.6

Aqui o mediador passa a instrução para que os participantes consigam realizar os labirintos:
“Agora temos os labirintos. Fiquem atentos! Alguns têm duas formas de completar a missão, uma que é
mais rápida e fácil e outra mais demorada e mais difícil. Teremos sempre que pensar na que compensa
mais.”
Em seguida o mediador deve reforçar que é necessário que o próprio participante identifique quantos
caminhos existem naquele labirinto.

Slide 7.7

Neste momento o mediador tem que reforçar algumas regras básicas para os participantes, como:

Não iniciar o labirinto de trás para frente.


Os participantes devem tentar ser objetivos e precisos.
Simular o caminho antes mentalmente.

Slide 7.8

O mediador deve passar algumas estratégias básicas para a obtenção de bons resultados, assim
facilitando a resolução dos labirintos.
Algumas estratégias são:

Siga uma parede.


Encontre o ponto de viragem,ou seja, quando ele muda a direçãoque foi projetado.
Use a memória para mapear as áreas já rastreadas.
Procure ter calma e controle da ansiedade.

Slides 7.9, 7.12, 7.16, 7.19 e 7.23

Entregar a folha com o labirinto para os participantes do grupo e aguardar que todos o resolvam.

Dica para o mediador


Nos grupos experimentais observou-se que sempre há algum participante que apresenta dificuldade para
realizar labirintos. Assim sendo, é necessário sempre incentivar essa pessoa e, se possível, acompanhá-la
mais de perto. Caso o grupo se mostre mais agitado e esse acompanhamento não for possível, também é
interessante pedir para formarem duplas antes de iniciar a atividade. Caso essa dificuldade apareça, pode-se
pedir para a dupla também auxiliar na resolução.
O mediador tem que tentar passar para o participante com dificuldade que o próprio fato de ter
consciêcia da dificuldade é o primeiro passo para que possamos criar soluções para saná-las. As dificuldades
podem aparecer mesmo no nivel fácil, o interessante é tentar modificar a forma que estamos vendo o
problema e pensar em diferentes soluções para saná-las.

Slide 7.10

No meio da resolução do labirinto e, principalmente, se identificar que algum participante está com
dificuldades, perguntar:

“Como está sendo?”


“Como está se sentindo resolvendo o labirinto? Está fácil ou difícil?”
“O que podemos fazer para melhorar a nossa atuação no próximo?”

Slides 7.11, 7.14, 7.17, 7.21 e 7.23

Mostrar a imagem com o labirinto resolvido, para confirmar que todos encontraram a entrada e a saída.

Slide 7.13

Quando os participantes acabarem o segundo labirinto, o mediador deve perguntar:

“Como está sendo?”


“Como está se sentindo resolvendo o labirinto? Está fácil ou difícil?”
“O que podemos fazer para melhorar a nossa atuação no próximo?”

Slide 7.15

Neste momento, o mediador deve apresentar o ciclo da tomada de decisão e relembrá-los que eles
podem utilizar esse passo a passo para resolver o labirinto.

Slide 7.18

Neste momento pode ocorrer de os participantes do grupo já demonstrarem um cansaço, então, é


necessário incentivá-los para que eles façam mais alguns labirintos.

Slide 7.20

O mediador deve indagar se alguém percebeu algo de diferente na hora que foi resolver o labirinto,
abrindo espaço para breve discussão.

Slide 7.22

Reforçar o ciclo das tomadas de decisões para os próximos labirintos, que podemos ter dois modos de
resolução e que ter consciência disso nos auxilia na tomada de decisão.

Slide 7.25

Neste momento o mediador promove uma roda de discussão com o grupo, levantando algumas questões
como: “Na hora de resolver o labirinto você se lembrou de que ele poderia ter duas versões?”

Slide 7.26

Agora o mediador deve prosseguir a discussão em grupo, indagando os participantes:

“Com as dicas dadas no início ficou mais fácil de resolver os labirintos?”


“Qual foi o principal sentimento que vocês sentiram durante a resolução dos labirintos?”
“Seu acompanhante/familiar auxiliou nas dúvidas que teve durante o labirinto?”

Dica para o mediador


Na segunda indagação, que é sobre os sentimentos, é muito importante o mediador dar voz às respostas
que vão surgindo, pois é comum os participantes falarem sobre ansiedade, agitação. Neste momento, o
mediador pode fazer um paralelo com lidar com decisões sobre pressão de tempo, já que os participantes
terão terão um tempo para resolver os labirintos.

Slide 7.27

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 8 – RESOLVENDO AS SITUAÇÕES

Estimular a resolução de problemas em situações mais complexas.


Estimular a tomada de decisão em situações com pressões ambientais.
Promover a capacidade empática do grupo e/ou participante.

Slide 8.1

Para iniciar a Sessão 8, você pode aplicar o termômetro, que é a folha do Anexo B, por meio do qual se
pode saber quais são as expectativas para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo para não chegar já
realizando a tarefa.

Slide 8.2

O mediador questiona o grupo verbalizando: “O seu nível de ansiedade ou nervosismo para tomar uma
decisão é o mesmo da primeira sessão?”

Dica para o mediador


No grupo experimental, apareceu a seguinte resposta para a pergunta acima:
Participante: “Esses níveis não diminuíram, ainda continuo protelando muito para tomar uma decisão e
acabo ficando ansiosa, mas percebo que hoje é mais claro como tomar uma decisão. Serve?”
Mediador: “Como assim hoje é mais claro para tomar uma decisão?”
Participante: “Hoje eu sei como agir, tenho que parar, pensar, sempre analisar os prós e os contras e não
ir tomando a decisão porque eu tenho que tomar.”
Mediador: “Bom! O que o grupo acha?”
Aqui temos que lidar com as respostas que aparecerem, assim tentando entender se já há alguma
mudança de pensamento no grupo. Aproveitar para promover uma reflexão com todos os participantes.

Slide 8.3

Pontuar que daremos início a um exercício. Utilizar este momento para incentivar todos a fazer a
atividade explanando que ela é importante para a continuidade das sessões. O mediador pode verbalizar:
“Vamos lá pessoal, todos conseguem solucionar este pequeno probleminha que vem pela frente!”

Slide 8.4

O mediador apresenta brevemente a lista de materiais que serão utilizados para fazer essa atividade.
Materiais necessários:

Lápis ou caneta.
Folha da situação (Anexo I).
Folha Recuperando a Atividade (Anexo G).
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slides 8.5 e 8.6


Antes de começar a leitura da situação, o mediador deve avisar que eles têm que ouvir atentamente e
tentar se visualizar na situação, utilizando a capacidade de abstração. O mediador lê para os participantes do
grupo a situação elaborada.

Dica para o mediador


Como a situação apresentada é um pouco complexa, deve-se entregar a situação impressa para os
participantes poderem reler depois e, no final da leitura, deve-se enfatizar que há duas possibilidades, se
salvar ou ajudar os outros.
Aqui o mediador pode verbalizar: “Há também uma terceira hipótese que é se salvar e ajudar o outro.
Vamos parar e pensar e se colocar na situação para conseguirmos resolver isso juntos.”

Slide 8.7

O mediador neste slide apresenta as opções disponíveis para resolver esse problema. Aqui é interessante
que o mediador estimule a reflexão dos participantes do grupo e, conforme for apresentando as opções
disponíveis, vá discutindo os prós e contras de cada opção e deixe o grupo refletir, expor as suas opiniões.

Dica para o mediador


Faça deste momento um momento agradável para ir surgindo questionamentos. Nos grupos
experimentais, o grupo acaba criando uma ou duas opções novas, que não estão disponíveis nos slides.

Slide 8.8

Conforme a discussão vai ocorrendo, o mediador demonstra a tabela com os prós e contras de cada
opção, assim causando um momento de reflexão para o grupo. É comum que enquanto eles discutam sobre
as opções, naturalmente já relatem os prós e contras.
O mediador lê essas opções e começa a discutir.

Slide 8.9

Neste momento o mediador começa a questionar e buscar a capacidade empática dos participantes do
grupo, perguntando-lhes: “Nas opções B e D como você se sentiria após ter conseguido resolver o
problema?”

Dica para o mediador


Nos grupos experimentais, muitos participantes responderam que nessa primeira opção se sentiriam
bem, por salvar as suas vidas. Mas não é somente isso que devemos obter como resposta. O mediador deve
tentar entender o que é esse “sentir bem”, perguntando a quem responder:

“Como assim ‘bem’?”


“Nas opções A e C, como você se sentiria com a responsabilidade de guiar o grupo?”

Dica para o mediador


O mediador aqui tem que sentir como é para o grupo se colocar no lugar do outro e realizar paralelos nos
quais muitas vezes em nossas vidas teremos que tomar decisões por outras pessoas, não necessariamente em
situação de risco como a atividade propõe, mas teremos que guiar as pessoas para a decisão.
A partir dessa reflexão, procurar identificar como os participantes do grupo se sentem quando auxiliam
as pessoas a tomarem decisões.
Como o grupo é feito com pais de crianças/adolescentes, é interessante o mediador abranger o assunto
de como os pais se sentem ao terem que tomar decisões pelos seus filhos, sendo que ser pai é tomar decisões
por terceiros, enquanto eles não amadurecem esta função.

Slide 8.10

Neste momento o mediador questiona o grupo com as seguintes perguntas:


“O que você faria?”
“Pediria para você ou para ajudar as pessoas?”
“Qual o porquê da sua decisão?”

A partir das respostas que forem surgindo o mediador vai discutindo com o grupo e causando um
momento de reflexão com os participantes.

Dica para o mediador


Pode ocorrer de ter alguma pessoa no grupo que responda que se salvaria e não ajudaria as outras
pessoas. Não se assuste! Neste momento, deve-se tentar entender por que a pessoa resolveria a situação
desse jeito, tentando trazê-la para a reflexão do grupo. Caso não ocorra o “resultado esperado”, tentar
compreender o porquê dessa forma de pensamento.

Slide 8.11

Apresentar ao grupo o ciclo da tomada de decisão e questioná-los se, conforme eles foram tentando
solucionar a situação apresentada, eles pensaram no ciclo. Refazer a leitura com o grupo.

Dica para o mediador


Aqui é legal que o mediador pergunte: “Dos seis passos que tem o ciclo de tomada de decisão, qual
vocês acham que é o mais importante para resolver a situação apresentada e por quê?”
Aguardar a resposta dada pelo grupo e questioná-los sobre o motivo daquele passo ser o mais
importante.

Slide 8.12

O mediador fará a pergunta: “Você já tentou se colocar no lugar de outra pessoa diante de uma tomada
de decisão?”
Aqui irão surgir algumas histórias de vida dos participantes. O mediador deve ouvir atentamente e tentar
entender como aquela pessoa se sentiu no lugar da outra, questionar se foi para tomar alguma decisão ou
não, assim promovendo uma roda de conversa para ir finalizando o grupo.

Slide 8.13

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 9 – CRIANDO HISTÓRIAS

Estimular o planejamento e a tomada de decisão.


Estimular a criatividade.
Estimular resoluções de problemas.

Slide 9.1

Para iniciar a Sessão 9, o mediador aplica o termômetro que é a folha do Anexo B, por meio do qual se
pode saber quais são as expectativas dos participantes para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo.

Slide 9.2

Neste momento o mediador introduz brevemente o que será feito. Explicar que a história será criada em
duplas e haverá regras para que essas histórias sejam criadas. É importante tentar seguir essas regras. No
final de cada história a dupla poderá apresentar para o grupo, só que o grupo poderá trocar o que acontece na
história.

Slide 9.3

Para criar as histórias, o mediador lê as regras, que os participantes terão que seguir para criar suas
histórias.
Regras:

Uma situação em que os personagens entrem em uma situação de risco.


A resolução dessa situação de risco.
Como eles se sentiram nessa situação.
Terminando a sua história, conte para o grupo e observe as opiniões e diferentes resoluções.

O mediador deve colocar algumas situações que podem ocorrer durante a condução do grupo, lembrando
que esse momento é uma discussão com os participantes.

“Como vocês lidariam se alguém mudasse a sua história?”


“Vocês pensam que será fácil construir a história?”
“Vocês já fizeram algo parecido?”
“Quais são as expectativas em relação a esta tarefa?”

Conforme os questionamentos forem surgindo e sendo direcionados para o mediador do grupo, ele deve
colocar de volta para o grupo e deixá-lo resolver essas perguntas, assim criando um momento de reflexão.

Slide 9.4

Neste momento o mediador lê com os participantes do grupo o ciclo da tomada de decisão, enfatizando
que ele está adaptado para a nossa atividade do dia.

Slide 9.5
Para enfatizar o ciclo da tomada de decisão e os participantes perceberem que podem aparecer situações
que vão exigir um passo específico do ciclo da tomada de decisão, perguntamos qual dos passos eles
acreditam que teremos que enfatizar nesta atividade.
O mediador deve questionar “Qual desses passos é o mais importante, na sua opinião?” e se eles acham
que pensar nas consequências do seu desfecho é importante ou não.

Slide 9.6

Aqui o mediador pontua para o grupo que iremos começar a nossa atividade do dia.

Slide 9.7

Materiais necessários:

Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).


Lápis ou caneta.
Folhas de papel sulfite.
Recuperando a Atividade (Anexo G).

Slide 9.8

Neste momento, dar a folha de papel sulfite para os participantes, apresentar o quadro com os elementos
a serem utilizados para criar a história de número 1 e dar um tempo para que a criação da história ocorra.
As palavras para história 1 são: Luciana, férias e carro.

Slide 9.9

Pedir que os participantes contem de forma breve as suas histórias. Se o grupo for grande, priorizar de
duas a três histórias e gerar uma breve discussão grupal.

Dica para o mediador


Exemplo de história: “Luciana foi para o Rio de Janeiro de férias. Chegando lá, entrou em uma rua
errada e quis pedir informações. Um moço falou para ela não ficar lá porque era muito perigoso. Luciana
então deu a volta e foi para a estrada, onde pediu informações para os policiais, porque ficou com medo.”
[História de um homem de 39 anos do grupo experimental.]

Slide 9.10

Entregar os materiais para os participantes, apresentar o segundo quadro com os elementos que eles
deverão utilizar para criar a história de número 2 e dar um tempo para a produção.
As palavras para história 2 são: montanha-russa, final de semana e borboleta.

Slide 9.11

Pedir para algum dos participantes contar a sua história ao grupo e criar uma breve discussão grupal.

Dicas para o mediador


Se o grupo for grande, escolher dois ou três para criar a dinâmica proposta, lembrando também que o
interessante é circular entre os participantes para não serem sempre os mesmos a ler. Salientamos que pode
ocorrer de os participantes serem mais retraídos, assim, não se deve forçar a participação.
Exemplo de história: “Dois irmãos foram para o parque de diversões com os seus pais e quiseram ir à
montanha russa. Entretanto, um deles não amarrou direito o cinto de segurança. Quando a montanha russa
estava lá no alto, uma borboleta passou, a criança menor tentou pegá-la e quase caiu da montanha russa. Só
não caiu porque o seu pai a segurou pela camiseta e ela ficou pendurada.” [História de uma mulher de 53
anos do grupo experimental.]
Slide 9.12

Entregar uma folha de papel sulfite para os participantes, apresentar o terceiro quadro com os elementos
que eles deverão utilizar para criar a história e dar um tempo para a produção.
As palavras para história 3 são: Marcelo, Marta, dia de sol, parque e Paris.

Slide 9.13

Pedir para algum dos participantes contar sua história para o grupo.

Slide 9.14

Neste momento o mediador deverá instigar a reflexão do grupo, realizando as seguintes perguntas e
causando breve discussão:

“Como você se sentiu com a interferência das pessoas sobre a sua narrativa?”
“Já aconteceu com você de estar contando algo e alguém te interromper, modificar ou fazer
interferências?”
“Como você se sentiu na realização dessa tarefa? E na situação narrada por você?”

Neste momento, promover uma breve conversa com os participantes do grupo, tentando levantar
exemplos da vida diária dos participantes.

Slide 9.15

O mediador deverá iniciar uma discussão sobre os sentimentos deles, e deverá perguntar ao grupo: “Qual
foi o sentimento que predominou quando você teve que ouvir a interferência dos seus colegas sobre o que
você estava contando?”
Neste momento, é interessante que o mediador conduza a discussão encaixando o tema da empatia na
conversa, tentando associar se esse sentimento que eles sentiram durante esta tarefa já foi sentido em algum
momento da vida deles.

Dica para o mediador


Tentar conduzir este assunto sempre de maneira leve, tentando associar o tema da atividade com a vida
diária dos participantes, criando paralelos com a teoria da tomada de decisão.
Sempre relembrar que o mediador, por mais que conduza as conversas e tente sempre encaminhar a
condução para o caminho, terá que lidar com os desvios de assuntos que aparecem por parte dos
participantes e sempre direcionar a produção de fala dos participantes para as questões relativas à tomada de
decisão.

Slide 9.16

Neste momento o mediador lança a pergunta para o grupo: “Você já se sentiu em perigo por alguma
decisão que você tomou?”
Discuta com o grupo conforme as respostas forem aparecendo e tente causar uma reflexão entre os
participantes.

Slide 9.17

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 10 – PENSANDO NA VIDA DIÁRIA

Trazer situações do cotidiano para o encontro de tomada de decisão.


Estimular raciocínio de prós versus contras das situações.
Estimular a checagem da tarefa realizada.

Slide 10.1

Para iniciar a Sessão 10, o mediador aplica o termômetro que é a folha do Anexo B, por meio do qual se
pode saber quais são as expectativas do participante para essa tarefa e também quebrar um pouco o gelo.

Slide 10.2

Neste momento, o mediador começa a esquentar os ânimos dos participantes do grupo, propondo uma
breve discussão sobre uma situação, na qual eles terão que tomar uma decisão. Essa situação pode parecer
uma situação simplória, porém, é importante tomarmos uma decisão, mesmo nas coisas simples.
Situação: “O que você faria se visse uma pessoa arrancando uma árvore no parque perto da sua casa
enquanto você conversa com o seu amigo?”

Dica para o mediador


Neste exemplo, se o mediador quiser, pode adaptar o assunto conforme o tema do momento, para sempre
os participantes terem opiniões e ser algo ligado às experiências de vida deles.

Slide 10.3

Aqui conforme os participantes forem dando as respostas, o mediador as classificará como algo positivo
(prós) ou negativo (contra) e conduzirá uma breve discussão. O maior desafio do mediador neste momento é
fazer links com tudo o que já foi dado até aqui.

Slide 10.4

Após o aquecimento, perguntamos para o grupo se há mais alguma situação de tomada de decisão que
alguém queira compartilhar.

Exemplos de condução para o mediador


No grupo experimental um dos participantes contou a seguinte situação:
Participante: “Ontem no meu serviço, uma das máquinas quebrou e eu chamei a manutenção, mas os
responsáveis não vinham, então eu tinha duas opções: a primeira era tentar segurar a produção no braço,
mas machucaria a minha lombar, e a segunda era parar a máquina e ver no que daria… Eu fiquei com medo,
mas não podia machucar as minhas costas.”
Mediador: “E o que você fez?”
Participante: “Eu decidi parar a máquina para não me machucar.”
Mediador: “Ok! Você sabe me falar os prós e contras da sua decisão?”
Participante: “Sim! O pró seria me prevenir de acidente, já que o lema da empresa é a segurança do
trabalhador, e o contra seria tomar uma bronca do meu encarregado ou até mesmo tomar uma advertência.”
Mediador: “Muito bom! E o que ocorreu depois dessa tomada de decisão?”
Participante: “O meu encarregado passou e foi perguntando por que a máquina estava parada, aí tive que
explicar tudo o que estava acontecendo, ele até tentou me questionar, mas argumentei e mostrei que a minha
decisão foi a melhor a ser tomada.”
Mediador: “O que vocês acham dessa história, grupo?”

Dica para o mediador


O mediador pode aproveitar o exemplo de um dos participantes para que os outros se coloquem no lugar
da pessoa e consigam visualizar se foi uma escolha que evitaria problemas ou que poderia aumentá-los. Este
é o momento de convidar a todos para participar da atividade.

Slide 10.5

Aqui o mediador pontua para o grupo que iremos começar a nossa atividade do dia.

Slide 10.6

Neste slide, o mediador apresenta rapidamente os materiais a ser utilizados. Materiais utilizados:

Resolução de problemas.
Tabela dos Pensamentos (Anexo F).
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Lápis ou caneta.
Folhas de papel sulfite.
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).

Slide 10.7

O mediador apresenta uma situação em que há um personagem chamado Pedro, que está passando por
dificuldades escolares. Ele precisa tomar uma decisão, e o grupo deve se colocar no lugar dele para fazer a
escolha.

Slide 10.8

Neste momento o mediador mostra o slide com as opções disponíveis para o nosso personagem para
tomar sua decisão. Dar um tempo de 5 minutos para que os participantes respondam a situação apresentada
na sua folha.

Dica para o mediador


Nos grupos experimentais, ocorreu que após a leitura das opções disponíveis, os participantes foram
discutindo entre eles e chegando a conclusões, em dados momentos até criando hipóteses não apresentadas.
Deve-se valorizar essa criação.

Slide 10.9

Após a leitura da situação e antes que comece a discussão, o mediador apresenta para os participantes do
grupo o ciclo da tomada de decisão e enfatiza sua importância para a resolução dos problemas das situações.

Slide 10.10

O mediador enfatiza que não é somente o ciclo das situações que nos auxilia a escolher, mas que,
também, dependendo da nossa escolha, há prós e contras, e isso gera consequências em longo ou curto
prazo, portanto é sempre importante que eles se lembrem disso.

Slide 10.11
Neste momento o mediador confirma com o grupo que para ter sempre uma boa resolução de problemas
e consequentemente uma tomada de decisão correta, é necessário unir os dois passos citados anteriormente e
treinados em todas as sessões até o momento.
O mediador deve incentivar que os participantes juntem as as duas fórmulas para tentar resolver o
exercício apresentado.

Slide 10.12

Aqui o mediador pergunta qual opção cada um dos participantes escolheu, assim direcionando para o
bloco, por exemplo:
O participante escolheu a opção A, ele irá para o bloco A.
O participante escolheu a opção B, ele irá para o bloco B.

Slide 10.13

O mediador lê as opções disponíveis dentro do bloco A. O mediador pode abrir janelas de prós e contras
de cada opção, assim deixando a atividade mais rica em conteúdo.

Slide 10.14

Neste slide, juntamente com os participantes, o mediador realiza as divisões de prós e contras, conforme
eles vão analisando a situação.

Slide 10.15

O mediador lê as opções disponíveis dentro do bloco B e auxilia os participantes a ponderarem suas


escolhas.

Slide 10.16

Após o mediador apresentar as opções que os participantes têm, dar um tempo para reflexão de forma
individual e depois começar a discutir em grupo, qual foi a escolha e por quê.
Aqui, conforme o participante verbaliza sua decisão, o mediador também pode indagar se eles se
lembraram desses conceitos na hora de tomar a decisão para ajudar o personagem.
Nos grupos experimentais a experiência foi boa, pois, conforme a situação foi apresentada aos
participantes, eles já começaram a discutir entre si e achar soluções, nem sendo necessário, assim, utilizar a
folha de papel sulfite.

Slide 10.17

Neste momento o mediador apresenta o quadro das consequências de curto e longo prazo e os
sentimentos envolvidos nessa decisão.

Dica para o mediador


No grupo experimental, por estarmos no décimo encontro, os participantes começaram a separar
sozinhos em consequências de longo e curto prazo conforme foram ouvindo a situação e as opções
disponíveis. O que precisou ser estimulado foram os sentimentos envolvidos.

Slide 10.18

O mediador irá esmiuçar como foi resolver esse breve problema, realizando as seguintes perguntas ao
grupo:

“Como você resolveu este problema?”


“Foi fácil ou difícil?”
“Conforme você leu o problema, já sabia o que fazer?”
Slide 10.19

Neste momento o mediador apresenta aos participantes a segunda situação do dia.


“Alex é um garoto de 12 anos que gosta muito de doces, frituras e carboidratos. No entanto, ele ganhou
muito peso nos últimos três meses e tem sentido as consequências, ou seja, alterações durante o treino de
futebol como cansaço e falta de ar durante os treinos. A nutricionista teve que fazer algumas alterações na
dieta de Alex e terá que tomar algumas decisões.”
Pode-se ler os slides para eles ou dar a folha com a situação.

Slide 10.20

Neste momento o mediador mostra o slide com as opções disponíveis que o nosso personagem tem para
tomar sua decisão. Dar um tempo de 5 minutos para que os participantes respondam na sua folha a situação
apresentada.

Slide 10.21

Aqui o mediador pergunta se, para todas as respostas dadas até o momento, eles pensaram nesse
esquema em que analisam ao mesmo tempo os prós e contras e as consequências de curto e longo prazo.
Reler o esquema para o grupo, enfatizando que geralmente as situações ocorrem dessa maneira.

Dica para o mediador


Conforme o mediador pergunta para o grupo se eles se lembram do ciclo de tomada de decisão e vier
uma resposta negativa, tem que tentar explorar o porquê dos participantes não se lembrarem do ciclo, numa
tentativa de entender o que está ocorrendo. Tentar introduzir novamente o ciclo ou até mesmo questioná-los
o que está fazendo que eles não se lembrem.

Slide 10.22

Começar a indagá-los para que se inicie uma discussão grupal sobre a situação apresentada, realizando
as seguintes perguntas:
“Quais consequências de curto e longo prazo você encontrou?”
“Quais são positivas e quais são negativas?”
“Qual opção você escolheu?”
“Você teve dúvidas de como faria a atividade?”

Slide 10.23

Neste momento o mediador apresenta a situação três aos participantes. Aqui o mediador pode ler o slide
ou entregar a folha com a situação.
“João tem dois cachorros que dormem com ele, mas seus pais começaram a perceber que seu quarto
além de muito desorganizado, estava muito sujo. João erá que tomar algumas decisões em relação a sua
higiene e cuidado com o cachorro.”

Slide 10.24

O mediador lê as opções que os participantes têm para resolver a situação apresentada. Dar um tempo de
aproximadamente 5 minutos para a resolução do caso e posterior discussão.

Slide 10.25

Começar a indagá-los para que se inicie uma discussão grupal sobre a situação apresentada, realizando
as seguintes perguntas:
“Quais consequências de curto e longo prazo você achou?”
“Quais foram as consequências positivas e negativas?”
“Qual opção você escolheu?”

Slide 10.26

Agora o mediador se encaminha para o fechamento desse encontro, realizando as seguintes perguntas
aos participantes:
“Como foi realizar a tarefa do dia?”
“Qual sentimento você sentiu mais ao longo da tarefa?”
“Você mudaria algum comportamento que teve durante a tarefa? Qual?”
“Você já viveu algo parecido? Como foi?”

Slide 10.27

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).

Dica para o mediador


Conforme o mediador pergunta qual assunto foi tratado na sessão, geralmente os participantes
respondem: “Tomada de decisão!”. Não se contente somente com essa resposta, tente tirar mais conteúdos
dos participantes, podendo até o mediador fazer a pergunta e logo na sequência já responder, tomada de
decisão, para abrir espaço para outros tópicos.
SESSÃO 11 – CICLO DAS DECISÕES

Estimular a empatia pelo personagem apresentado.


Estimular a tomada de decisão.
Estimular o planejamento para as tarefas.

Slide 11.1

Para iniciar a Sessão 11, o mediador aplica o termômetro que é a folha do Anexo B, por meio do qual
conhecemos quais são as expectativas dos participantes para essa tarefa.

Slide 11.2

Neste momento, o mediador comunicará aos participantes que juntaremos todos os conhecimentos e
experiências vividas até aqui, realizando as seguintes perguntas:

“Você se lembra da nossa última atividade?”


“O que você achou dela?”
“Como foi tomar uma decisão pensando nas consequências de seus atos?”

Slide 11.3

Após as respostas das perguntas acima, o mediador tem que enfatizar que, para uma boa resolução de
problemas e uma tomada de decisão, sempre é necessário se lembrar dos passos do ciclo da tomada de
decisão, assim lendo os ciclos para os participantes.

Slide 11.4

Enfatizar também que todo ciclo tem um complemento e ler para os participantes esse esquema do slide,
reforçando que toda tomada de decisão tem as suas consequências em curto e longo prazo e os seus prós e
contras.

Dica para o mediador


Aqui o mediador pode deixar claro que todas tomadas de decisões em nossa vida têm consequências, só
que temos que tomar decisões que nos tragam menos prejuízos, ou seja, menos consequências ruins/contra.

Slide 11.5

Aqui o mediador apresenta novamente a folha de prós e contras. Deve falar sobre a importância de
reconhecermos quais sentimentos estão envolvidos na tomada de decisão, assim influenciando os prós e
contras.

Dica para o mediador


Como já estamos nos aproximando do final, no grupo experimental, colocamos teoria e abrimos um
espaço para falar sobre a diferença entre tomada de decisão fria (algo mais voltado para o racional) e quente
(algo mais voltado para a impulsividade, mistura de sentimentos). Após essa breve discussão, deixar um
espaço para breve discussão.

Slide 11.6

O mediador enfatiza que neste momento daremos início a nossa atividade do dia.

Slide 11.7

Materiais utilizados:

Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).


Tabela dos Pensamentos (Anexo F).
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Lápis e caneta.

Neste momento o mediador apresenta de forma rápida para os participantes os materiais a serem
utilizados nesta sessão.

Slide 11.8

O mediador apresenta para o grupo a situação. Ela pode ser lida no slide ou entregue em papel impresso,
ficando a critério do profissional ou da dinâmica do grupo. Espera-se que os participantes já tenham
consolidado o ciclo de tomada de decisão, então, nesta atividade, os participantes se colocariam no lugar do
personagem (empatia) e tentariam da melhor forma resolver o problema apresentado, já pensando nos prós e
contras de cada decisão.
“Ricardo tem 17 anos e o seu aniversário é no sábado dia 11 de novembro. Ele decidiu fazer uma festa
para os seus amigos da escola e da rua de sua casa. Ricardo também resolveu colocar um tema na festa para
ficar mais divertido: “a noite da pizza”. Só que ele só conseguiu pensar no objetivo que é fazer a noite da
pizza no sábado dia do seu aniversário, mas ele ficou muito ansioso com a festa e não consegue mais pensar.
Qual é o próximo passo? Nesse momento o grupo deve discutir as possíveis etapas e tomadas de decisões
que Ricardo terá que tomar.”

Slide 11.9

Neste momento o mediador deverá explicar as sugestões para resolução da atividade para os
participantes, dando as seguintes opções:

Colocar os passos que o personagem deverá fazer no esquema a seguir.


Criar a sua própria lista e depois passar a limpo no esquema.

Slide 11.10

Como estratégia para deixar os participantes mais confiantes nesta sessão, o mediador deve apresentar o
ciclo da tomada de decisão e enfatizar que eles terão que fazer este ciclo pensando na situação dada.

Slide 11.11

O mediador deve discutir os passos mais importante na resolução dessa atividade.


Primeiro, identificar qual é o objetivo do Ricardo e depois fazer a simulação de como seria a lista de
tarefas que ele teria que realizar.

Dica para o mediador


Este slide pode ser utilizado de dois modos:

Conforme os participantes forem dando as respostas.


Após os participantes darem a resposta – checklist das respostas.

Slide 11.12

O mediador deve perguntar para os participantes qual passo o personagem esqueceu na hora de tomar a
sua decisão.

Slide 11.13

Aqui o mediador deve verbalizar que será dada mais uma situação, assim podendo ler o slide ou entregar
a situação impressa para os participantes. Marcela tem 11 anos e está no quinto ano da escola e daqui a duas
semanas será sua feira de ciências. Ela terá que montar uma maquete falando sobre os diferentes estados da
água e apresentar para os seus professores e seus pais. Situação que a está deixando ansiosa e nervosa,
sentimentos que estão bloqueando o seu pensamento e ela não sabe por onde começar a montar a maquete.”
Nesse momento o grupo deve discutir as possíveis etapas e tomadas de decisões que Marcela terá que
tomar.

Slide 11.14

Neste momento o mediador dá o comando para a realização da tarefa falando: “Liste os seis primeiros
passos do ciclo de tomada de decisão para auxiliar Marcela nesta tarefa.”

Slide 11.15

Neste segundo momento, após a realização da primeira instrução, o mediador fala: “Vamos anotar os
passos que Marcela deve fazer para conseguir montar sua maquete com os estados da água para apresentar.”

Slide 11.16

Durante as atividades, sempre será necessário incentivar os participantes. Este é o momento, incentive os
participantes, reforce-os a continuar a treinar com mais uma atividade.

Slide 11.17

Neste momento o mediador avisa que tentaremos mais um desafio, assim podendo-se ler a situação
número três ou entregar para os participantes a folha impressa com a situação. O ideal é que sejam feitas as
duas opções citadas.
“Rafael tem 8 anos e adora jogar futebol com os meninos que moram na sua rua. Um de seus amigos deu
a ideia deles fazerem um campeonato de futebol no final de semana e dividiram as tarefas. Rafael ficou
encarregado de trazer as bandeirinhas, para decorar, os sucos para servir na festinha do time ganhador e os
salgadinhos. Por algum motivo, Rafael confundiu as datas e quando percebeu já era sexta-feira à tarde e o
campeonato começa no sábado às 8 horas. Ele ficou tão ansioso e perdido que não consegue se organizar
para fazer as coisas e entregá-las no prazo.”
Nesse momento o grupo deve discutir as possíveis etapas e tomadas de decisões que Rafael terá que
tomar.

Slide 11.18

Aqui o mediador pode ajudar os participantes a se organizarem para fazer a atividade e incentivar a
tomada de decisão e a resolução de problemas, perguntando aos participantes:

“O que Rafael deve fazer primeiro?”


“Quando Rafael se sentir nervoso ou ansioso, será fácil de resolver o problema e tomar sua
decisão?”
“Qual dos passos do ciclo da tomada de decisão Rafael tem que priorizar?”
Slide 11.19

Como a sessão está finalizando, o mediador deverá realizar as perguntas a seguir:

“Como foi ter que pensar em situações que podem ocorrer no nosso dia a dia?”
“Você se identificou com alguma situação?”
“Em qual passo do nosso ciclo de tomada de decisão você pensou primeiro? Por quê?”
“Agora, durante a nossa discussão, você mudaria a sua tomada de decisão? Por quê?”

Dica para o mediador


Esse é um momento de reflexão. É importante dar valor às falas espontâneas e percepções de cada
participante. Essa reflexão é muito importante para que os participantes se apropriem da forma que estão
tomando as suas decisões.

Slide 11.20

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).


SESSÃO 12 – SITUAÇÕES DE VIDA DIÁRIA

Explicação sobre os tipos de tomada de decisão (fria e quente).


Recapitular o aprendido até o momento.
Estimular a tomada de decisão.
Estimular planejamento.

Slide 12.1

Para iniciar a Sessão 12, o mediador aplica o termômetro que é a folha do Anexo B.

Dica para o mediador


Como esta é a última sessão, aqui o mediador pode explorar, se os participantes do grupo conseguem
perceber se há diferença nos seus sentimentos relatados no início de cada sessão.
Exemplo:
Mediador: “Como vocês estão se sentindo hoje para tomar uma decisão?”
Participante: “Menos ansioso!”
Mediador: “Como assim?”
Participante: “Pensando nos últimos encontros, estou me sentindo menos ansioso.”
Mediador: “Se formos pensar nos seus termômetros, de todas as sessões, você acha que os seus
sentimentos em relação à tomada de decisões mudaram?”
Participante: “Sim!”

Slide 12.2

Neste momento, o mediador deverá começar a estimular os participantes do grupo a participarem:

“Você está preparado para utilizar tudo que foi aprendido até aqui?”
“Se não, por quê?”

Após as respostas, o mediador pode ir conversando com o grupo, incentivando-os.

Dica para o mediador


Caso surjam falas de que os participantes não se sentem preparados para tomar uma decisão com tudo
que já foi trabalhado até aqui é indicado que se explore o motivo dessa insegurança. Será que ele não
entendeu as etapas do Ciclo de Tomada de Decisão? Será que ele não sabe avaliar as consequências? Será
que ele tem dificuldade de se colocar no lugar do outro? Essa resposta será muito importante para direcionar
as novas orientações do mediador.

Slide 12.3

O mediador repassa o que já foi apresentado ao longo das sessões, retomando os esquemas apresentados
no slide sobre a identificação dos prós e contra em uma situação específica e como isso influencia na tomada
de decisão.

Slide 12.4
Neste momento, o mediador pode ir colocando os participantes já no clima da sessão, realizando as
seguintes perguntas aos participantes do grupo:
“Nesse momento tem alguma situação que você queira decidir?”
“Você se sente mais preparado para tentar decidir essa situação? Se não, por quê?”

Slide 12.5

O mediador enfatiza que irá começar a atividade do dia.

Slide 12.6

Materiais utilizados:
Ciclo da Tomada de Decisão (Anexo E).
Recuperando a Atividade (Anexo G).
Lápis ou caneta.

O mediador apresenta de forma rápida os materiais que serão usados na sessão.

Slide 12.7

O mediador explica um pouco mais sobre tomada de decisão, mas para isso faz com que os participantes
parem e pensem nas situações do cotidiano deles. Assim o mediador indaga: “Há situações que envolvem
emoções mais fáceis ou mais difíceis de lidar, mas as emoções estão e devem estar envolvidas em todas as
nossas decisões”.
O mediador pergunta: “Em qual dessas situações você se sente melhor para tomar uma decisão? Por
quê?”

Slide 12.8

O mediador deve indicar que: “Pensando no que aprendemos durante essas 12 sessões, vamos parar e
pensar em uma situação que você gostaria de planejar, tomar a decisão e colocar em prática. Pode ser
qualquer situação que venha à sua mente.”

Dica para o mediador


É muito importante que o mediador estimule que os participantes deem exemplos pessoais das situações
que precisam tomar decisão. Assim o grupo poderá refletir sobre uma situação real que realmente envolve
questões emocionais associados.

Slide 12.9

O mediador relembra que, para resolver essa situação que eles colocaram no papel, é necessário sempre
se lembrar do ciclo de tomada de decisão.

Slide 12.10

Neste slide, o mediador enfatiza que toda decisão que tomamos tem seu lado positivo e negativo e as
consequências a curto e a longo prazo, assim demonstrando o slide aos participantes.

Slide 12.11

Conforme o mediador dá o tempo da atividade e deixa os participantes resolvendo a situação, no meio


do tempo ou conforme o mediador sentir necessidade, ele indaga os participantes:

“Como estamos indo?”


“Está sendo fácil ou difícil?”
“Está utilizando o ciclo de tomada de decisão?”
Slide 12.12

Aqui iniciamos a finalização do grupo, assim o mediador deve promover a compreensão da tarefa,
perguntando:

“Qual foi a sua maior dificuldade para iniciar a tarefa?”


“Conseguiu pensar em algo com facilidade?”
“Essa tarefa foi mais fácil do que as outras? Se não, por quê?”

Slide 12.13

Neste momento continuamos os questionamentos, perguntando aos participantes:

Que ansiedades e nervosismos essa situação te lembra?


Essa situação já ocorreu? Você faria diferente? Como?
Conseguiu identificar os prós e contras dessa decisão?

Slide 12.14

Finalizar com o Recuperando a Atividade (Anexo G).

Slide 12.15

Aqui, como sugestão, o mediador pode quantificar os dados do seu grupo, ficando a seu critério a
aplicação da Escala de Apoio (Anexo A).
ANEXO A – ESCALA DE APOIO

Nome do participante: __________________________


Data da aplicação: ___________________________

Questionário pré e pós-treino cognitivo

Antes do início das atividades, responda às perguntas a seguir de forma adequada e com sinceridade, não
tendo vergonha. Lembre-se de que não há certo ou errado.
Este questionário tem 10 afirmativas. Depois de ler cada afirmativa, circule o número (1, 2, 3, 4 ou 5),
próximo à afirmação, que melhor descreve a maneira como você pensa e se sente.

1. Quando estou diante de uma situação em que irei viajar, por exemplo, e tenho que arrumar as minhas
malas, deixar meu quarto organizado e limpar as tigelas do meu cachorro, ou seja, tenho que me
planejar, eu me sinto nervoso e irritado por não conseguir fazer as coisas certas.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

2. Quando tenho que escolher entre dois jogos divertidos para brincar com um colega e não consigo me
decidir, eu geralmente me sinto confuso e irritado.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

3. Eu me sinto nervoso quando tenho que tomar decisões ou fazer escolhas.


1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

4. Eu me sinto ansioso quando tenho que tomar uma decisão, planejar algo ou escolher entre várias opções.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

5. Diante de uma decisão ou planejamento, eu me sinto uma pessoa ruim por não conseguir e ser diferente
das outras pessoas.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

6. Diante de uma decisão ou planejamento, eu me sinto a pessoa mais centrada naquele momento.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

7. Muitas vezes eu deixei de participar de alguma atividade por ter vergonha do meu comportamento
desajeitado.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

8. Há momentos em que eu sinto uma tristeza profunda e não consigo agir diante das situações, como se
algo me paralisasse.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

9. Quando estou em uma roda de amigos, tenho a sensação de não pertencer ao grupo que frequento,
sentindo-me sempre com medo de falar, de expor minhas opiniões.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.

10. Há momentos em que percebo não prestar atenção nas coisas que faço e acabo não conseguindo me
organizar.
1. Nada a ver comigo.
2. Pouco a ver comigo.
3. Indiferente.
4. Muito a ver comigo.
5. Tudo a ver comigo.
ANEXO B – TERMÔMETRO DAS EMOÇÕES

Como você está se sentindo no dia de hoje para tomar uma decisão? Pare, pense e perceba como você está se sentindo.
ANEXO C – PENSÔMETRO PARA FAMILIARES

1. Quais são os sintomas da falta de planejamento que você considera mais problemáticos para você que
está inserido na família com ele?

2. Quais são os três aspectos mais importantes em que os sintomas (citados acima) afetaram a relação dele
com os amigos?
ANEXO D – PENSÔMETRO PARA
PARTICIPANTE DO GRUPO

1. Quais são os sintomas de falta de planejamento que você considera mais problemáticos e que dificultam
sua vida?

2. Quais são os três aspectos mais importantes em que esses sintomas (citados acima) prejudicaram seu
relacionamento com seus amigos?
ANEXO E – CICLO DA TOMADA DE DECISÃO
ANEXO F – TABELA DOS PENSAMENTOS

Prós Contras

Escolhas em curto prazo

Sentimentos envolvidos

Escolhas em longo prazo

Sentimentos envolvidos
ANEXO G – RECUPERANDO A ATIVIDADE

Agora é hora de relembrar o que você aprendeu durante a atividade proposta. Olhe as perguntas e tente
recordar-se.

1. Sobre o que a atividade de hoje falou? (Pode ser definido em uma palavra.)

2. Qual parte da atividade você considera mais importante?

3. Se você puder escolher um símbolo, qual você escolheria para definir a atividade de hoje?

4. Qual parte da atividade realizada e do conteúdo conversado você mudaria?

5. Se um amigo muito legal, de quem você gosta muito, chegasse para você e te contasse que está tendo as
dificuldades que foram faladas neste grupo hoje e você tivesse que ajudá-lo ou até mesmo explicar o que
ele poderia fazer com base no que acabou de ser realizado, como você explicaria para ele o que foi
discutido hoje? (Pode ser da forma como você preferir: escrita ou com desenhos.)
ANEXO H – LABIRINTOS

Labirinto 1

Labirinto 2
Labirinto 3

Labirinto 4
Labirinto 5
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Luria AR. Fundamentos de neuropsicologia. Rio de Janeiro: Universidade de São Paulo; 1981.
2. Cardoso CO, Cotrena C. Tomada de decisão examinada pelo Iowa Gambling Task: análise das variáveis de desempenho.
Revista Neuropsicologia Latinoamericana. 2013;5(2):24-30.
3. Zelazo PD, Wendy SC, Happaney KR. Assessment of hot and cool executive function in young children: age-related changes
and individual diferences. Toronto: Development Neuropsychology; 2005.
4. Bechara A, Damasio H, Damasio AR. Emotion, decision making and the orbitofrontal cortex. Iowa: Departament of
Neurology, Division of Behavioral Neurology and Cognitive Neuroscience, University of Iowa College of Medicine; 2000.
5. Butman J, Allegri R. A cognição social e o córtex cerebral. Psicologia: Reflexão e Crítica. 2001;14(2):275-9.
6. Mischel W. O teste do marshmallow. Por que a força de vontade é a chave do sucesso. Rio de Janeiro: Objetiva; 2016.
7. Abrisqueta-Gomes J. Reabilitação neuropsicológica: abordagem interdisciplinar e modelos conceituais na prática clínica.
Porto Alegre; 2012.
8. Santos FH, Andrade VM, Bueno OFA. Neuropsicologia hoje. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2015.
9. Wilson BA. Reabilitação da memória: integrando teoria e prática. Porto Alegre: Artmed; 2011.
10. Sohlberg MM, Matter CA. Reabilitação cognitiva: uma abordagem neuropsicológica integrada. São Paulo: Santos; 2010.
11. Bechara A, Tranel D, Damasio H. Characterization of the decision-making deficit of patients with ventromedial prefrontal
cortex lesions. Brain. 2000;123(11):2189-202.
12. Batllori J. Jogos para treinar o cérebro: desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais. São Paulo: Madras; 2007.
13. Carvalho JCN, Cardoso CO, Cotrena C, Bakos DGS, Kristensen CH, Fonseca RP. Tomada de decisão e outras funções
executivas: um estudo correlacional. Ciências e Cognição. 2002;17(1):94-104.
14. Fuentes D, Malloy-Diniz LF. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: Artmed; 2008.
15. Fuentes D, Malloy-Diniz LF. Neuropsicologia: teoria e prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2014.
16. Garon NM. Complex decision-making in early childhood. Canada: Dalhousie University; 2004.
17. Gomes AJ. Reabilitação neuropsicológica: abordagem interdisciplinar e modelos conceituais na prática clínica. Porto Alegre:
Artmed; 2012.
18. Lezak MD, Hoieson DB. Neuropsychological assessment. 5. ed. New York: Oxford University Press; 2012.
19. Malloy-Diniz LF. Avaliação neuropsicológica. Porto Alegre: Artmed; 2010.
20. Malloy-Diniz LF, Mattos P. Neuropsicologia: aplicações clínicas. Porto Alegre: Artmed; 2016.
21. Manes F, Sahakian B, Clark L. Decision-making process following damage to the prefrontal cortex. Brain. 2002;125(3):624-
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22. Moraes PHP, Malloy-Diniz LF. Avaliação neuropsicológica: panorama interdisciplinar dos estudos na normatização e
validação de instrumentos no Brasil. São Paulo: Vetor; 2008.
23. Schneider DG, Parente MAMP. O desempenho de adultos-jovens e idosos na Iowa Gambling Task (IGT): um estudo sobre a
tomada de decisão. Porto Alegre: Artmed; 2006.
24. Zelazo PD. The imensional change card sort (dccs): a method of assessing executive function in children. Ontario:
Department of Psychology. University of Toronto; 2006.
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27. Zelazo PD, Craik FIME, Booth L. Executive function across the life span. Acta Psycologica. 2004;115(2-3):167-83.
SLIDES
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