TCC JulianaInacio
TCC JulianaInacio
TCC JulianaInacio
São José – SC
Fevereiro / 2011
Juliana Camilo Inácio
Orientador:
Prof. Mário de Noronha Neto, Dr. Eng.
São José – SC
Fevereiro / 2011
Monografia sob o tı́tulo “ Implementação de um Rádio Definido por Software usando
MATLAB e um par Transmissor/Receptor FM ”, defendida por Juliana Camilo Inácio e apro-
vada em 18 de fevereiro de 2011, em São José, Santa Catarina, pela banca examinadora assim
constituı́da:
Dedico meus sinceros agradecimentos àqueles que muito me ajudaram para concluir este
trabalho. Agradeço à minha famı́lia e amigos pelo apoio e compreensão que me foram conce-
didos. Agradeço aos responsáveis pelo trabalho (ALVES, 2010), pelas orientações fornecidas.
Agradeço também ao meu orientador pelo auxı́lio prestado ao longo deste trabalho. Com cer-
teza essas pessoas tornaram a realização deste trabalho uma tarefa prazerosa.
This paper implements a real system of radio frequency using the concept of Software
Defined Radio using the software MATLAB. It performs the transmission and reception of
alphanumeric characters, using a pair of FM transmitters/receiver. The stages of development
and the main settings are described, making possible the reuse of this system for other academic
work.
Sumário
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
1 Introdução p. 12
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 13
3 Sistema Implementado p. 19
3.5.1 Informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 24
3.5.2 Quadro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . p. 25
4 Conclusões p. 46
Lista de Abreviaturas p. 47
Referências Bibliográficas p. 48
Lista de Figuras
1 Introdução
Os sistemas de comunicação sem fio estão em constante evolução. Para a concepção de no-
vos sistemas, além da preocupação com as taxas de transmissão de dados elevadas, há também
a busca por transceptores mais flexı́veis. Nesta linha, uma tendência para tais transceptores é a
utilização do conceito de Rádio Definido por Software (Software Defined Radio (SDR)) (SDR
FORUM, 2011).
Em seguida temos o baixo custo, já que vários componentes são substituı́dos por um único
dispositivo digital programável, podendo ser um Field Programmable Gate Arrays (FPGA), Di-
gital Signal Processors (DSP), entre outros. Alguns problemas que antes afetavam o hardware
passam a ser problemas de software, que podem ser resolvidos com uma reprogramação, dando
maior flexibilidade ao sistema. Porém, a implementação de um SDR utilizando FPGA ou DSP
ainda é uma tarefa complexa de ser realizada.
o sistema de processamento foi realizado em um FPGA. Vale ressaltar que os algoritmos utili-
zados neste trabalho diferem em diversos aspectos quando comparados aos de (ALVES, 2010).
Em (FERNANDES, 2007) é apresentado um enlace de comunicação digital utilizando sinais
acústicos e MATLAB.
Além de não se ter muitas referências sobre este assunto, a documentação encontrada não
continha todas as informações necessárias para a realização do trabalho, o que dificultou seu
desenvolvimento. O aluno Mattia Edoardo Vismara participou da realização deste trabalho,
desde a parte de embasamento teórico até a implementação do código. No semestre 2011/1 ele
continuará este trabalho.
1.1 Motivação
No Capı́tulo 2 será descrito o conceito de Rádio Definido por Software e algumas arquite-
turas de rádio existentes. No Capı́tulo 3 será descrito o sistema implementado, a estrutura, as
técnicas e os principais algoritmos utilizados, além do funcionamento do sistema. Por fim, no
Capı́tulo 4 são apresentadas as conclusões sobre este trabalho.
14
Primeiramente, um rádio pode ser qualquer dispositivo sem fio que efetua a transmissão ou
recepção de sinais (dados, voz, imagem ou vı́deo) em Rádio Frequência (RF) (SDR FORUM,
2011). Até o século XX a comunicação de áudio, vı́deo e dados através de longas distâncias era
feita por Rádio Definido por Hardware (Hardware Defined Radio (HDR)). Isto significa que
todos os processos de transmissão e recepção eram feitos por componentes de hardware, com
pouco ou nenhum controle de software (BURNS, 2002).
O SDR pode ser entendido como uma digitalização da maioria dos processos que estão
envolvidos antes da transmissão e depois da recepção dos sinais (TUTTLEBEE, 2002). O ob-
jetivo é que tal digitalização seja feita o mais próximo possı́vel da antena, dispensando o uso
de inúmeros componentes de hardware como multiplicadores, moduladores e demoduladores,
amplificadores, filtros, entre outros. Tal substituição implica numa série de vantagens. Primei-
ramente, melhor desempenho do sistema, devido às vantagens fornecidas pelo processamento
digital. Em seguida temos o baixo custo, já que vários componentes são substituı́dos por um
único dispositivo digital reconfigurável - podendo ser um FPGA, DSP, processadores de uso ge-
2.1 Arquiteturas de Sistema de Rádio 15
ral, entre outros - e ainda, dependendo do dispositivo, este pode ser reutilizado inúmeras vezes,
prolongando o tempo de vida útil do equipamento. Os problemas que antes afetavam o hard-
ware passam a ser problemas de software que podem ser resolvidos com uma reprogramação,
dando maior flexibilidade ao sistema. Essa talvez seja a maior vantagem do SDR, sendo que o
sistema de rádio pode ser alterado com uma simples atualização de software (BURNS, 2002).
Além de todas as vantagens citadas, o SDR reduz o tempo que um produto leva para che-
gar ao cliente final (“time to market”) - passando pelas etapas de projeto, desenvolvimento,
produção e chegada ao mercado - quando comparado ao tempo gasto por transceptores tradici-
onais para as mesmas etapas, resultando em maior rotatividade de mercado.
Para entender melhor a arquitetura do SDR implementado neste trabalho, é necessário en-
tender as principais arquiteturas de rádio existentes.
A Figura 2.1 ilustra uma arquitetura de rádio defindo por hardware tradicional. Utilizando
um transceptor superheterodyne - este será descrito no Capı́tulo 3 - é possı́vel identificar os
principais estágios de um sistema de comunicação sem fio. Nesse tipo de arquitetura todos
os estágios ilustrados são desempenhados por componentes eletrônicos, sem nenhum controle
de software. Se o sistema necessitar de alguma alteração em sua configuração, é necessária a
substituição de componentes ou de até mesmo equipamentos.
No transmissor o sinal analógico em banda base é modulado e em seguida passa pelo Filtro
Passa Baixa (FPB), chegando ao multiplicador que será responsável pelo deslocamento do sinal
para a Frequência Intermediária (FI). O sinal em FI é novamente multiplicado, agora pelo
Oscilador Local (OL) 1 que deslocará o sinal para uma frequência mais alta. Logo, o sinal
passa pelo Amplificador de Potência (AP) e novamente por um Filtro Passa Faixa (FPF), estando
agora pronto para a transmissão.
No receptor, o sinal que chega da antena passa pelo FPF para eliminar interferências. Em
seguida, passa pelo amplificador de ruı́do baixo (Low Noise Amplifier (LNA)), e então é deslo-
cado para a FI, resultado da multiplicação do sinal de entrada com o OL1. Este sinal é filtrado
e mais uma vez deslocado, só que agora para banda base, pela multiplicação realizada pelo
OL2. Logo, o sinal é demodulado pra reproduzir a informação recebida analógica. O número
2.1 Arquiteturas de Sistema de Rádio 16
Em uma arquitetura ideal de SDR, como a ilustrada na Figura 2.2, temos um sistema digital
interagindo com um simples sistema analógico. Este é o objetivo do conceito SDR, trazer a
digitalização dos processos de um sistema de comunicação sem fio o mais próximo possı́vel da
antena. A parte analógica se restringe apenas às funções como antena (transmissão e recepção),
filtragem de RF, amplificação de ruı́do baixo (LNA), Amplificador de Potência (AP) e OL de
referência.
Os outros dois filtros, o FPB e o FPF do estágio analógico do receptor, fazem a última
conversão para banda base antes da conversão de analógico para digital e a limitação em banda
do sinal de entrada, respectivamente (BURNS, 2002).
Depois que o sinal passa pelo Conversor Analógico/Digital (CAD), todas as funções ilus-
tradas no estágio digital, como demodulação, codificação de canal, equalização, entre outras,
são realizadas por software implementado em dispositivos como DSP, FPGA (BURNS, 2002).
2.1 Arquiteturas de Sistema de Rádio 18
3 Sistema Implementado
A Figura 3.1 ilustra o sistema implementado com todos os componentes fı́sicos utilizados.
Adquirimos um par transmissor/receptor FM padrão, encontrado facilmente no mercado, onde
o único cuidado tomado foi que o receptor possuı́sse uma entrada auxiliar, para que este fosse
conectado ao computador. O transmissor e o receptor FM foram conectados na saı́da e na
entrada da placa de som do computador, respectivamente, constituindo o estágio analógico do
sistema, como ilustra a Figura 3.1.
Já o estágio digital é composto pelo computador, onde foram abertas duas instâncias do
software MATLAB, uma para desempenhar as funções do transmissor e outra para desem-
penhar as funções do receptor. O software MATLAB foi a melhor opção encontrada para
a implementação do conceito de SDR, pois ele atende as necessidades computacionais ne-
cessárias para a implementação do sistema e o tempo para desenvolvimento do algoritmo é
menor, quando comparado ao tempo de desenvolvimento com um dispositivo de processamento
digital reconfigurável.
Optamos também por implementar o sistema em um único computador com duas intâncias
de MATLAB funcionando separadamente, simulando o cenário de dois computadores diferen-
tes.
3 Sistema Implementado 20
• Uma frase fixa é gerada e processada pelo software responsável pela transmissão;
• Depois do sinal processado, ele é enviado à saı́da da placa de som que está conectada ao
transmissor FM;
• Da placa de som, o sinal passa novamente pelo processamento digital, que é realizado
por um código e por uma instância de MATLAB diferente da utilizada no transmissor, e
a frase enviada é então recuperada.
Para fazer a integração do software MATLAB com o par transmissor/receptor FM, utiliza-
mos o Toolbox Data Acquisition do MATLAB para realizar as aquisições e o envio dos sinais
à placa de som do computador. O toolbox permite ler, enviar, armazenar, e configurar dados,
sendo que estes dados podem ser entradas ou saı́das, analógicos ou digitais (MATHWORKS,
2005). A função demoai fft do toolbox foi muito utilizada para o acompanhamento do nı́vel
de ruı́do e de sinal do objeto analog input (ai) criado. Esta função permite que o sinal de en-
trada e sua transformada rápida de Fourier sejam ilustradas graficamente, sendo que o gráfico é
atualizado a cada 0,1 segundos 1 .
A Figura 3.2 ilustra exatamente o momento em que o sinal estava sendo transmitido, ou
seja, o toolbox realizava a integração do software com o hardware e a função demoai fft é quem
permite esta visualização. As principais configurações de aquisição de dados para este trabalho
estão relacionadas ao trigger. O tipo de trigger escolhido indica de que forma a captura do áudio
será realizada. Seguindo orientações de (ALVES, 2010), optamos por um trigger acionado por
software, em borda de subida, com um limiar de tensão igual ou superior à 0,4V. A frequência
de amostragem Fs foi definida como 44,1KHz, de acordo com a configuração da placa de som
do computador, que será descrita Seção 3.4.
1 Help do MATLAB
3.2 Arquitetura Superheterodyne 22
Optando por outra arquitetura, provavelmente o sistema também funcionaria, mas como o
transmissor FM seria o responsável pelo deslocamento do espectro do sinal, nós não poderı́amos
observar esta etapa diretamente do MATLAB.
A modulação utilizada no sistema implementado foi a Binary Phase Shift Keying (BPSK).
Optamos por esta modulação por ser de fácil implementação e robusta, onde os sı́mbolos pos-
suem uma variação de fase de 0◦ e 180◦ (SKLAR, 2001), o que é desejável para o nosso sistema
já que o ruı́do inserido pelo canal é significativo. A modulação BPSK pode ser expressa pela
equação 3.1
r
2E
si (t) = cos[ωo (t) + φi (t)] (3.1)
T
2πi
φi (t) = (3.2)
M
A função demoai fft do toolbox Data Acquisition foi muito importante nesta fase de imple-
mentação, pois graças a ela, foi possı́vel observar o comportamento do sinal na placa de som do
computador. Para o bom funcionamento do sistema, foram necessárias algumas configurações
de volume no sistema operacional do computador e no receptor FM. O volume do compu-
tador foi fixado no nı́vel 6 e o receptor FM teve seu volume fixado no nı́vel máximo. As
configurações, que serão descritas a seguir, foram realizadas em um notebook HP 540, com
o sistema operacional Windows VistaT M Business, 32 bits, processador Intel Core 2 Duo de
1,8GHz e memória RAM de 3GB.
A Tabela 3.1 lista os parâmetros do dispositivo microfone, enquanto a Tabela 3.2 lista os
parâmetros do dispositivo auto-falante.
Esses parâmetros foram ajustados depois de várias tentativas e combinações diferentes, até
chegar ao resultado desejado. A frequência de amostragem do sinal Fs no sistema implemen-
tado, foi definida de acordo com a opção avançado da Tabela 3.1 e 3.2, fixada em 44100Hz.
3.5 Etapas de Implementação 24
A Figura 3.4 ilustra as etapas implementadas para o funcionamento do sistema. Cada bloco
presente nesta figura será descrito nas seções seguintes. No transmissor o estágio digital é
formado pelos blocos Conversão BPSK, Montagem do Quadro, Formatação de Pulso e
Frequência Intermediária, enquanto que o estágio analógico é formado pelos blocos Conver-
sor Digital/Analógico (CDA) e Transmissor FM. Já no receptor o estágio analógico é formado
pelos blocos Receptor FM e Conversor Analógico/Digital (CAD), enquanto que o estágio di-
gital é formado pelos blocos Filtro Passa Baixa, Sincronismo de Fase, Controle Automático
de Ganho, Frequência Intermediária, Filtro Casado, Sincronismo Temporal, Sincronismo
de Quadro, Desmontagem de Quadro e Conversão BPSK.
3.5.1 Informação
3.5.2 Quadro
1
Amplitude
−1
−2
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Amostras(símbolos)
1
Amplitude
−1
−2
0 10 20 30 40 50 60
Amostras(símbolos)
0.5
Amplitude
−0.5
−1
−1.5
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Amostras 4
x 10
0.5
Amplitude
−0.5
−1
−1.5
2.5 2.55 2.6 2.65 2.7 2.75 2.8 2.85 2.9 2.95 3
Amostras 4
x 10
Com o quadro montado para a transmissão, passamos agora pela etapa de formatação do
sinal, como mostra a Figura 3.4. O pulso escolhido foi o Square Root Raised Cosine (SRRC)
ou Raı́z Quadrada do Cosseno Levantado, que é muito utilizado em sistemas de comunicações
de banda limitada e minimiza a IIS (JOHNSON; SETHARES, 2003). Ele conserva a largura
de banda efetiva do sinal e sua resposta impulso tende a zero rapidamente. A convolução do
pulso formatador com o filtro casado na recepção resulta em um pulso de Nyquist (JOHNSON;
SETHARES, 2003).
O pulso SRRC utilizado está ilustrado na Figura 3.7 e foi implementado através da função
rcosfir do MATLAB, com fator de roll-off igual a 0,4 e ordem igual a 800. A Figura 3.8 mostra
uma comparação entre o espectro do sinal antes e depois da formatação de pulso, através da
Densidade Espectral de Potência (DEP) de cada um, sendo visı́vel a otimização da largura de
banda do sinal. Na Figura 3.9 temos a forma de onda do sinal na saı́da do bloco Formatação
de Pulso da Figura 3.4.
0.25
0.2
0.15
Amplitude
0.1
0.05
−0.05
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Amostras
−60
−65
dB/Hz
−70
−75
−80
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequência (KHz)
Figura 3.8: Comparação entre o espectro do sinal antes e depois da formatação de pulso
0.2
Amplitude
−0.2
−0.4
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Amostras x 10
4
0.2
Amplitude
−0.2
−0.4
4 4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5
Amostras x 10
4
A frequência da portadora foi fixada em 15KHz, pois a maioria dos rádios FM operam até
essa faixa de frequência, mas esta pode ser alterada, desde que esteja de acordo com o teorema
de Nyquist e com a norma (RECOMMENDATION ITU-R BS.704, 1990). A Figura 3.10 ilustra
de forma clara, o deslocamanento do sinal em banda base para a FI antes da transmissão. Na
saı́da do bloco Frequência Intermediária temos o sinal digital pronto para a transmissão,
ilustrado na Figura 3.11.
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−140
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−140
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequência (KHz)
Amplitude 0.2
−0.2
−0.4
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Amostras 4
x 10
0.2
Amplitude
−0.2
−0.4
4 4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5
Amostras 4
x 10
Com o sinal digital pronto para transmissão, passamos do estágio digital para o estágio
analógico. A primeira etapa deste estágio é o envio do sinal à placa de som do computador
através do Toolbox Data Acquisition. Na placa de som ocorre a conversão, representada na
Figura 3.4 pelo bloco CDA. A placa de som do computador está conectada ao transmissor FM,
e este foi sintonizado na frequência 91.7MHz, pelo simples fato de não estar sendo utilizada por
nenhuma estação de rádio.
Amplitude 0.5
−0.5
−1
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Amostras 4
x 10
0.5
Amplitude
−0.5
−1
4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5
Amostras 4
x 10
O sinal recebido passa agora pelo filtro de recepção para limitar a faixa de ruı́do no sinal
inserida pelo canal (ALVES, 2010). Esse é um filtro passa faixa, de ordem 64, e foi realizado
através da função fir1 do MATLAB. Na Figura 3.13 podemos observar a comparação entre DEP
do sinal recebido e do sinal filtrado. Já na Figura 3.14 temos ilustrada a forma de onda do sinal
na saı́da do bloco Filtro Passa Faixa da Figura 3.4.
−30
−40
−50
dB/Hz
−60
−70
−80
−90
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−140
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
0.6
0.4
Amplitude
0.2
−0.2
−0.4
−0.6
0 1 2 3 4 5 6
Amostras 4
x 10
0.6
0.4
Amplitude
0.2
−0.2
−0.4
4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45 4.5
Amostras 4
x 10
Um dos problemas relacionados ao Costas Loop é garantir que os filtros passa baixa sejam
iguais, mas como se trata de filtros digitais é possı́vel garantir a igualdade entre eles (SKLAR,
2001). Na Figura 3.15 temos a ilustração do funcionamento do algoritmo Costas Loop, sendo
que as variáveis presentes estão de acordo com o código do algoritmo ilustrado na Figura 3.16.
O sinal recebido r(k) passa por dois caminhos. No primeiro, r(k) é multiplicado por
2cos(2πFct(k) + θ [k]) , onde θ [k] é a variável da fase estimada. Em seguida o sinal modulado
zc passa pelo FPB e chega ao multiplicador. No segundo caminho, o sinal r(k) é multiplicado
por 2sen(2πFct(k) + θ [k]), em seguida o sinal modulado zs passa pelo FPB e também chega ao
multiplicador. A saı́da do multiplicador passa pelo bloco µΣ que estima uma nova fase. A nova
fase estimada θ [k] é armazenada e realimenta o algoritmo para a próxima estimação, e assim
sucessivamente.
ado para auxiliar no laço de estimação de desvio de fase, e a variável mu é o passo de adaptação
deste laço, ela representa o bloco µΣ da Figura 3.15. O vetor da fase estimada θ [k] tem seu va-
lor inicial em zero, ou seja, θ [1] = 0. O funcionamento do laço é basicamente o procedimento
descrito na Figura 3.15. Com o vetor θ estimado, temos a curva do desvio da fase estimada,
ilustrada na Figura 3.17.
1.2
1
Desvio de Fase (graus)
0.8
0.6
0.4
0.2
−0.2
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4
Amostras
A Figura 3.18 ilustra o trecho de código adaptado, sendo que o vetor a, inicialmente com-
posto de zeros com exceção do primeiro termo inicializado em 1, é o vetor parâmetro do al-
goritmo. O sinal r(k) é multiplicado pelo valor a(k). Ou seja, a cada interação do laço um
novo valor a(k) é calculado, sendo armazenado e utilizado na próxima interação. A Figura 3.19
ilustra a forma de onda do sinal na saı́da do bloco Controle Automático de Ganho da Figura
3.4. Comparando com o sinal na saı́da do filtro de recepção, na Figura 3.14, podemos observar
o ganho de amplitude que o CAG proporcionou ao sinal.
O sinal recebido em FI é agora multiplicado pela exponencial e− j2π fLOt para realizar deslo-
camento do sinal para banda base. O sinal deslocado, que está na saı́da do bloco Frequência
Intermediária da Figura 3.4, é ilustrado na Figura 3.20.
3.5 Etapas de Implementação 36
1
Amplitude
−1
−2
−3
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Amostras x 10
4
1
Amplitude
−1
−2
−3
4 4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45
Amostras 4
x 10
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−140
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
−40
−60
dB/Hz
−80
−100
−120
−20 −15 −10 −5 0 5 10 15 20
Frequencia (KHz)
O filtro casado é um filtro linear projetado para que na sua saı́da a relação sinal/ruı́do seja
maximizada (SKLAR, 2001). Neste trabalho sua implementação é através da função conv do
MATLAB, que realiza a convolução do sinal em banda base com o mesmo filtro formatador
utilizado na transmissão descrito na Seção 3.5.3. Na Figura 3.21 temos a forma de onda do
sinal na saı́da do filtro casado, representado pelo bloco Filtro Casado na Figura 3.4. Na Figura
3.21 é visı́vel a maximização do sinal quando comparada sua amplitude com a amplitude do
sinal na Figura 3.19, depois do CAG.
10
5
Amplitude
−5
−10
−15
0 1 2 3 4 5 6
Amostras 4
x 10
10
5
Amplitude
−5
−10
−15
4.05 4.1 4.15 4.2 4.25 4.3 4.35 4.4 4.45
Amostras 4
x 10
Nyquist, sendo que esses instantes não são conhecidos no receptor e devem ser determinados
através das informações do próprio sinal recebido.
A Figura 3.22 ilustra o trecho de código do algoritmo que realiza o sincronismo temporal,
este algoritmo basicamente estima um intante ótimo de amostragem através da interpolação.
A variável mu é o passo de adaptação do algoritmo e auxilia na estimação do próximo desvio
temporal, representado pela variável tau que é inicializada em zero. As funções interpsinc e
quantalph utilizadas no laço de estimação de desvio temporal, também adaptadas de (JOHN-
SON; SETHARES, 2003), desempenham a função do interpolador e do demodulador BPSK,
respectivamente.
T /2
1
Rwv ( j) = lim ∑ w[k]v[k + j] (3.3)
T →∞ T
k=−T /2
Na saı́da do bloco Sincronismo de Quadro da Figura 3.4 temos o sinal sincronizado ilus-
trado na Figura 3.24, obtida através das amostras do sinal. Essa Figura é interessante pois,
podemos observar o efeito causado pelo sincronismo de fase e temporal. Quando o sincronismo
de fase é realizado com sucesso, os pontos iniciais do gráfico começam com amplitude zero,
como na Figura 3.24, e vai aumentando ou diminuindo, até estabilizar num valor único de am-
plitude (JOHNSON; SETHARES, 2003). Porém como pode ser observado, ainda na Figura
3.24, o sinal depois de estabilizado ficou variando numa faixa de amplitude, mais ou menos en-
tre 0,4 e 0,6 e entre -0,4 e -0,6. Este comportamento, onde o sinal fica espalhado, é caracterı́stico
do sinal sincronizado temporalmente com sucesso (JOHNSON; SETHARES, 2003).
15
10
Amplitude
−5
Sinal Sincronizado
0.8
0.6
0.4
0.2
Amplitude
−0.2
−0.4
−0.6
−0.8
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Amostras
Este algoritmo além de implementar a decisão dos sı́mbolos, converte os sı́mbolos recupe-
rados para caracteres alfanuméricos, através da função base2dec do MATLAB. O processo é
exatamente inverso ao descrito na Seção 3.5.1. A Figura 3.25 ilustra os sı́mbolos BPSK recu-
perados, sendo que a informação recuperada na saı́da do bloco Conversão BPSK da recepção
na Figura 3.4 é apresentada no prompt do MATLAB responsável pela recepção.
Símbolos Recuperados
2
1.5
0.5
Amplitude
−0.5
−1
−1.5
−2
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450
Amostras
Até aqui vimos todas as etapas e configurações necessárias para a implementação do sitema,
agora vamos observar o funcionamento do sistema. O primeiro passo é inicializar o código
do receptor, pois ele fica aguardando o evento na placa de som, ou seja, quando ele receber
algum sinal com amplitude superior a 0,4V em borda de subida, ele o captura. Com o receptor
inicializado, iniciamos a transmissão. A Figura 3.26 ilustra a tela do MATLAB responsável
pela transmissão. Ele informa ao usuário que a mensagem foi enviada, e ainda apresenta na tela
a frase enviada.
Já na Figura 3.27 temos a imagem da tela do MATLAB responsável pela recepção. No
momento que ele é inicializado ele informa ao usuário através da mensagem “Receptor Inici-
alizado! Aguardando Informação....”. Quando o receptor detecta um evento na placa de som,
ele informa ao usuário através da mensagem “− − −− > Informação Recebida Aguarde Pro-
cessamento....”. E enfim, depois do sinal processado e recuperado ele informa ao usuário a
mensagem recuperada.
3.6 Funcionamento do Sistema 43
Porém, há casos em que o sistema sofre interferências e nem sempre consegue recuperar
a mensagem. Como há vários fatores que influenciam no desempenho do sistema, tais como,
configurações corretas, aparelhos eletrônicos ligados muito próximos ou celulares, isso faz com
que a mensagem seja corrompida. A Figura 3.28 ilustra um exemplo do sinal sincronizado, mas
que sofreu interferência, apresentando erro na recuperação da informação.
1.5
1
Amplitude
0.5
−0.5
−1
−1.5
−2
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Amostras
6. Inicie as instâncias do MATLAB (transmissor e receptor) e a função demoai fft para ve-
rificar o nı́vel de ruı́do na placa de som do computador;
4 Conclusões
Como proposto, neste trabalho foi realizada a implementação de um sistema real de Rádio
Frequência (RF) empregando o conceito de Software Defined Radio (SDR), que efetua a trans-
missão e recepção de caracteres alfanuméricos.
Para trabalhos futuros fica a sugestão do aprimoramento do código, pois este ainda apre-
senta alguns pontos a serem melhorados, e a reutilização deste sistema para a implementação
de outras técnicas, como por exemplo a Orthogonal Frequency Division Multiplexing (OFDM),
ou ainda a implementação deste sistema em um dispositivo de processamento digital recon-
figurável. O aluno Mattia Edoardo Vismara, que participou do desenvolvimento do sistema,
continuará este trabalho, aprofundando o estudo e análise de novas configurações tais como,
codificação, diferentes modulações, análise espectral, entre outras.
47
Lista de Abreviaturas
ai analog input
AP Amplificador de Potência
DD Decisão Dirigida
FI Frequência Intermediária
OL Oscilador Local
RF Rádio Frequência
Referências Bibliográficas
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Disponı́vel em: <http://www.gnu.org/software/gnuradio/doc/exploring-gnuradio.html#usrp>.
Acesso em: 20 de fevereiro de 2011.
MATHWORKS, T. Data Acquisition Toolbox 2.8. [S.l.]: The Mathworks Inc. MATLAB, 2005.
MIRABBASI, S.; MARTIN, K. Classical and Modern Receiver Architectures. [S.l.]: IEEE
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Disponı́vel em: <http://www.wirelessinnovation.org>. Acesso em: 19 jan. 2011.
TUTTLEBEE, W. Software Defined Radio - Enabling Technologies. [S.l.]: John Wiley & Sons,
2002.