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Resumo CN 7

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Dinâmica Externa da Terra

1 - Paisagens geológicas e os minerais

Paisagem: é o panorama que observas quando te encontra num espaço exterior

Paisagem magmática vulcânica:


quando existem cones vulcânicos e
lagoas se as rochas são escuras que por
vezes formam colunas e as praias têm
areia escura

Paisagem magmática plutónica:


blocos rochosos arredondados e
dispersos na superfície

Paisagem sedimentar: quando existem


grutas de calcário, praias com dunas ou
com arribas feitas de rochas que se
apresentam em camadas

Paisagem metamórfica: quando os vales


são encaixados as rochas estão dobradas
ou se observam formações rochosas
estreitas e alongadas que se destacam na
paisagem como cristas.

As paisagens geológicas distinguem-se pelo tipo de rocha dominante na região e


vão-se transformando ao longo do tempo em resultado da dinâmica interna do
planeta e a dinâmica externa do planeta pela ação dos elementos do clima da água
e dos seres vivos.

A terra é um planeta rochoso onde existem condições para a formação de 3 grandes


grupos de rochas:

1- Magmáticas

1
2- Sedimentares
3- Metamórfica

Relação entre rocha e mineral

As rochas são agregados naturais de minerais na natureza encontram-se muitas


rochas constituídas por vários minerais(xisto) mas tbm à rochas formadas por um só
mineral (mármore)

Um mineral é um solido natural inorgânico de composição química e estrutura


cristalina especifica.

Propriedades dos minerais

Algumas propriedades são facilmente observáveis outras apenas através de testes


em laboratórios mais complexos.

1- Cor: a propriedade que mais depressa se observa no mineral porem por vezes
é difícil identificar os minerais apenas por esta propriedade

2- Brilho: é um modo como um mineral reflete a luz incidente para determinar


esta propriedade são usadas superfícies não alteradas resultante de fraturas
recentes.

Os minerais podem apresentar brilho:

a) Metálico que é um brilho intenso característico dos minerais não


transparentes e metais
b) Não metálico característico dos minerais transparente e translucido a pirite
é um mineral que facilmente se confunde com o ouro por ter cor e brilho
semelhante por isso chamada de ouro dos tolos

3 Traço ou risca que é a cor do pó do mineral e pode ser determinado riscando


uma superfície de porcelana não vidrada esta propriedade caracteriza um
mineral pois tendo uma variedade de cores o seu traço é sempre igual.

4 Fratura que é a propriedade apresentada por minerais que se fragmentam


segundo superfícies irregulares já noutros minerais apresentam clivagem,
ou seja, um tipo de fratura na qual a rutura do mineral ocorre segundo
superfícies planas e brilhantes de direções bem definidas e constantes.

2
5 Densidade alguns minerais tem elementos químicos de maior maça (g) e
ocupam menor espaço (cm3) estes minerais têm maior massa volúmica isto
é a razão entre a massa do corpo e o volume por ela ocupado por rela é maior,
ou seja, têm maior densidade.

6 Dureza consiste na resistência que o mineral apresenta ao ser riscado por


outro e para determinar essa dureza utilizasse a escala de Mohs composta
por 10 minerais ordenados por uma dureza crescente

3
7 Efervescência com ácidos um dos testes mais comuns para identificar
minerais é a efervescência com acido clorídrico diluído a 10% que permite
identificar o mineral calcite.

8 Outras propriedades á minerais que apresentam sabores e odores


característicos que permitem diferentes sensações ao toque:
1- A halite é salgada
2- O enxofre cheira a ovos podres
3- A magnetite atrai objetos
4- O talco tem um toque parecido com sabão
5- E a calcite apresenta dupla refração

4
2 - Rochas sedimentares

A geodinâmica é o ramo da geofísica q estuda as forças e os processos atuantes na


superfície e no interior do planta terra

As rochas sedimentares formam-se a partir de sedimentos, ou seja, fragmentos de


outras rochas ou minerais, restos de seres vivos ou substâncias dissolvidas q podem
ser transportados e depositados num outro local.

Agentes de geodinâmica externa: Agentes que modelam as paisagens

• Água

⤷ ação física:

⤷ dissolve minerais

⤷ remove e transporta fragmentos rochosos

⤷ congela, aumenta de volume e desagrega rochas em blocos

⤷ ação química:

⤷ reage com os minerais provocando a sua alteração

• Vento

⤷ ação física:

⤷ transporta partículas rochosas que ao chocarem com afloramentos rochosos


causam desgaste originando assim novas partículas rochosas

• Seres vivos

⤷ ação física:

⤷ as raízes das plantas e os animais (por escavamento) fragmentam e desagregam


as rochas

⤷ ação química:

⤷ libertam substâncias que reagem com as rochas e provocam a sua alteração

A formação das rochas sedimentares é feita através da sedimentogénese e a


diagénese.

5
A - Sedimentogénese: é o conjunto de processo que conduz à formação de
depósitos de sedimentos e q inclui:

1) Meteorização: conjunto de processos físicos e químicos que alteram as


características iniciais das rochas e resulta da atuação de agentes de geodinâmica
externa quando se encontram à superfície as rochas podem apresentar fraturas, as
diáclases que favorecem a atuação desses agentes.

A meteorização física provoca a desagregação da rocha em fragmentos menores.

A Meteorização química consiste na alteração da composição química e


mineralógica das rochas levando à formação de novos minerais e é tanto maior
quanto maior for o estado de desagregação física das rochas.

2) Erosão: é a remoção dos materiais resultantes da meteorização e tem como


agentes de erosão a água o gelo e o vento.

3) transporte: é a deslocação dos materiais resultante da erosão por ação da água


do vento e do gelo

A distância percorrida pelos sedimentos nos rios depende da velocidade de


escoamento da água + do tamanho do grão + do declive do terreno.

Nos rios o declive do leito e a velocidade da água diminuem da nascente para a foz
pelo que o transporte também diminui.

4) sedimentação: deposição dos materiais transportados

Quando a velocidade do agente transportador diminui os sedimentos vão se


depositando por ação da gravidade tanto em ambientes terrestres como aquáticos

Estas deposição ocorre sobe a forma de um sucessão de camadas horizontais e


paralelas chamadas extratos.

B) Diagénese: acontece quando os sedimentos depositados sofrem um conjunto de


alterações físicas e químicas que os transforma em rochas sedimentares.

Este processo envolve:

Compactação: redução do volume dos poros entre os sedimentos com eliminação


de água lá existente provocada pela pressão que os extratos superiores fazem

Sedimentação: união dos sedimentos por um cimento natural que pode ressoltar
da precipitação de sustâncias dissolvidas na água

6
Classificação das rochas sedimentares

Estas podem ser classificadas com base em critérios relacionados com a sua
composição química e mineralógica ou com a origem dos sedimentos que as
constituem e é com base nesta que podemos classificar como:

1- Detríticas ou clásticas: são construídas por fragmentos (detritos ou clastos


de outras rochas) sólidos de composição mineralógica e dimensão variadas
provenientes de alteração de rochas pré-existentes.
O quartzo é um mineral comum nessas rochas (é dos mais resistentes à
meteorização) tal como a argila (resulta da alteração química de outros
minerais)
⤷ argilito → formado a partir de argila
⤷ arenito → formado a partir de areia
⤷ brecha → formada a partir de balastros angulosos
⤷ conglomerado → formado a partir de balastros arredondados (seixos)

2- Biogénicas: Rochas que se podem formar a partir da atividade ou da


transformação de restos de seres vivos.
O carvão forma-se a partir da acumulação e do soterramento de grandes
quantidades de restos vegetais em ambientes aquáticos pouco profundos
como pântanos.
O calcário recifal resulta da atividade de seres vivos nomeadamente corais
que produzem exoesqueletos de carbonato de cálcio (calcite)
⤷ calcário fossilífero:
⤷ calcário recifal → formado por organismos recifais
⤷ calcário conquífero → formado por conchas
⤷ carvão → formado a partir de restos de plantas

3- Quimiogénicas: que se formam através da precipitação de substâncias


dissolvidas numa solução as mais comuns são:
Travertino que resulta da precipitação de carbonato de cálcio proveniente da
dissolução de outras rochas.
Formam-se pela precipitação de constituintes dissolvidos em água:
⤷ calcário → formado pela precipitação da calcite
As que se formam através da evaporação da água do mar ou lagos salgados
designam-se evaporitos
⤷ sal-gema → formada pela precipitação da halite (cloreto de sódio)
⤷ gesso → formado pela precipitação de sulfato de cálcio

7
Aspetos característicos das paisagens sedimentares

As paisagens geológicas são diferentes em função do tipo de rochas dominante na


região e transformam-se ao longo do tempo em resultado da dinâmica interna e
externa do planeta.

As paisagens sedimentares vão sendo alteradas em função dos agentes da


geodinâmica externa dando origem a formações característica.

1- Bloco pedunculado: a Acão erosiva do vento nas zonas mais áridas faz-se
sentir de forma mais intensa. Na base dos afloramentos rochosos sendo as
areias transportadas pelo vento que acentuam o desgaste das rochas junto
ao solo formando um bloco em forma de cogumelo a que se chama o bloco
peduncular

2- Estratos: as rochas sedimentares são as rochas estratificadas em que há a


deposição de sedimentos de diversas origens em camadas horizontais
sobrepostas formando estratos

3- Dunas: o vento transporta as areias finas que se depositam quando


encontram um obstáculo formando dunas

8
4- Chaminés de fada: as ações continuadas da água da chuva em rochas com
diferentes grãos de resistência à erosão originam as chaminés de fada que
são estruturas em forma de coluna que têm em cima fragmentos de rochas
mais resistentes e de diferentes tamanhos

5- Praias e revinas: os milhares de grãos minerais que constituem a praia


tiveram origem em processos de sedimentogénese sendo que em algumas
praias podemos ver sulcos nas vertentes das rochas chamados de ravinas que
resultam da ação moderadora da água em terrenos inclinados pouco coesos e
com pouca vegetação.

6- Modelado cárcico: a ação química da chuva ligeiramente acidificada dissolve


o calcário originando este tipo de paisagem da qual resultam campos de lapiás
grutas, algares e dolinas. Estalactites e estalagmites resultam da precipitação
do carbonato de cálcio

9
Estrutura e Dinâmica da Terra
3 - A Deriva continental e a tectónica de placas

Hipótese da deriva continental

Esta hipótese foi proposta por Alfred Wegener em que os continentes apresentavam
mobilidade e que há cerca de 250 M.a. existia um único continente chamado Pangeia
rodeado por um único oceano chamado Pantalassa este supercontinente ter-se-ia
fraturado nos continentes que se afastaram até às atuais posições e continuaram a
afastar-se lentamente.

As linhas das costas de alguns continentes encaixam como um puzzle e esta


complementaridade constitui o argumento morfológico da hipótese da deriva
continental.

Outros argumentos de Wegener são:

1- Paleontológicos, ou seja, a presença de fosseis idênticos em continentes


atualmente distantes
2- Litológicos, ou seja, a existência de formações rochosas que apresentam
continuidade em continentes diferentes
3- Paleoclimáticos: a existência de vestígios de climas do passado em locais
com condições climáticas atuais muito diferentes

Por em todos estes argumentos não forma suficientes para que esta hipótese fosse
aceite pois não dão resposta a duas questões s importantes:

a) O que provocou a rotura de pangeia e;


b) Qual o mecanismo responsável pela deslocação dos continentes?

Só mais tarde estudos trouxeram esclarecimento dobre a mobilidade dos continentes.

Estrutura Interna da Terra

A composição química e as propriedades físicas dos materiais que compõem a Terra


permitem definir dois modelos da sua estrutura interna:

1- Modelo geofísico em que a Terra é constituída por 5 camadas que se


distinguem pelas propriedades físicas que apresentam em especial o seu
estado físico

10
2- Modelo Geoquímico: em que a Terra é constituída por 3 camadas e função
da sua composição química:

Expansão dos fundos oceânicos

O conhecimento da estrutura interna da terra + os dados obtidos sobre a morfologia


dos fundos oceânicos e mais o paleomagnetismo das rochas que o constituem
contribuíram para o estudo da expansão dos fundos dos oceanos.

Morfologia dos fundos oceânicos:

Com a tecnologia sonar (navegação e determinação da distância pelo som) e outros


instrumentos foi possível estudar o fundo dos oceanos

Planície abissal: superfície horizontal com uma profundidade média de 4000 m


podendo apresentar cones vulcânicos marinhos. Estes vão crescendo devido à
atividade vulcânica e quando atingem a superfície podem formar ilhas.

Talude continental: marca a transição entre a área continental e oceânica.


Apresenta um declive médio de cinco graus e uma profundidade que varia entre os
200 e os 4000m

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Plataforma continental: corresponde ao prolongamento dos continentes sobre o
mar é uma zona com declive inferior a 2 graus cuja profundidade não ultrapassa os
200m e tem uma largura média de 70km.

Fossas oceânicas: são as zonas + profundas dos fundos oceânicos compridas e


estreitas que podem atingir vários quilómetros de profundidade a fossa das marianas
no oceano pacifico é o local mais profundo do planeta com aproximadamente 11km
de profundidade

Dorsal oceânica: são as cordilheiras montanhosas mais extensas do planeta no


centro das quais se encontra uma depressão estreita e alongada por onde ascende o
magma - rifte.

Paleomagnetismo

O Terra possui um campo magnético funcionando como um íman com o polo norte e
sul magnético.

O paleomagnetismo é o estudo da evolução do campo magnético terrestre em


épocas geológicas passadas através da análise das rochas.

Ao estudarem as rochas no fundo dos oceanos os geólogos concluíram que ao longo


do tempo aconteceram inversões na orientação do campo magnético terrestre.

Harry Hess publicou os seus estudos sobre a expansão dos fundos oceânicos,
em que nos riftes ocorre a formação de uma nova litosfera que se move sobre a
astenosfera, em que a nova litosfera alastra para ambos os lados das dorsais e sofre
subducção: mergulha lentamente na astenosfera sendo destruída.

Nos locais do planeta onde ocorre a subducção é que se formam as fossas oceânicas.

Desta forma a litosfera oceânica renova-se continuamente verificando um equilíbrio


entre a quantidade de litosfera que se forma nos riftes e a quantidade de litosfera
que é destruída nas zonas de subducção.

12
A teoria da tectónica das placas

Surge nos anos 60 do sec XX e defende que a litosfera terrestre é formada por um
conjunto de placas de várias dimensões que apresentam um movimento continuo.

Fronteiras de placas litosféricas

São zonas ativas e instáveis onde pode ocorrer atividade sísmica e vulcânica
formação de montanhas e expansão de fundos oceânicos, sendo que no seu interior
as placas são relativamente estáveis e é pouco frequente as manifestações vulcânicas
e sísmicas.

Fronteiras convergentes

São fronteiras onde uma placa desliza lateralmente em relação a outra em sentidos
opostos não havendo destruição nem construção de litosfera sendo o exemplo mais
conhecido a falha de Santo André na Califórnia.

Fronteiras divergentes

Fronteiras onde dua placas se afastam uma da outra em que o magma sobe e origina
uma nova litosfera oceânica. Este tipo de fronteira está associado à rotura dos
continentes e à formação de dorsais oceânicas.

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Fronteiras convergentes

Fronteiras onde ocorre a convergência entre 2 placas ao longo das quais pode ocorrer
a subducção de uma placa oceânica e logo a destruição da litosfera oceânica. Na
colisão de placas co0ntinentais nenhuma delas se destrói formando-se uma cadeia
montanhosa.

Mobilidade da litosfera

Os investigadores explicam o movimento das placas litosféricas com base nas


correntes de convecção do manto e das forças que atuam ao nível das zonas de
subducção e das dorsais oceânicas.

Correntes de convecção do manto são movimentos de circulação lenta de


materiais provocados por diferenças de temperatura e de densidade.

Os materiais do interior do manto encontram-se a temperaturas mais elevadas do


que as que estão próximas da superfície do planeta.

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Esta diferença de temperatura está na origem do movimento de materiais quentes e
menos densos para as regiões mais frias.

Este movimento ascendente é compensado pelo movimento descendente de material


mais frio e por isso mais denso.

O movimento das placas litosféricas depende ainda de um conjunto de forças que


atuam nas dorsais e nas zonas subducção. Nos riftes o material quente e menos
denso ascende até à superfície formando uma nova litosfera que é quente e por isso
menos densa o que contribui para a sua elevação formando as dorsais que por ação
da força da gravidade a litosfera da dorsal mais elevada do que a das planícies
abissais desliza e imporá a litosfera adjacente e assim à medida que a litosfera mais
antiga se afasta continua a ocorrer a ascensão de magma e a formação da nova
litosfera no rifte.

Nas zonas de subducção os materiais mais frios e mais densos da litosfera oceânica
mergulham arrastando com sigo a restante placa litosférica e em profundidade os
materiais aquecem e fundem ocorrendo a destruição da litosfera.

Enquadramento tectónico dos Açores

A estrutura e dinâmica tectónica da região onde está o arquipélago dos açores é


responsável pela formação das ilhas que o constituem e pela atividade sísmica e
vulcânica que nele tem ocorrido

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4 – A deformação das rochas

Deformação da litosfera

Desde a formação da terra a sua superfície tem sofrido alterações sendo o


afastamento e a convergência das placas litosféricas exemplos disso

A mobilidade das placas sujeita os materiais rochosos a forças que os deformam de


modo permanente originando dobras, falhas e foliações.

A deformação das rochas depende do tipo de comportamento que apresentam:

1- Comportamento dúctil: as rochas deformam-se sem fraturar


2- Comportamento frágil: as rochas deformam-se e fraturam

O mesmo material rochoso pode ter um comportamento dúctil em zonas mais


profundas da litosfera onde a temperatura é superior à da superfície e frágil em zonas
menos profundas e de menor temperatura.

As rochas podem ser deformadas por ação de diferentes forças:

1- As forças distintivas: alongam as rochas


2- As forças compressivas: encurtam as rochas
3- As forças de cisalhamento: deformam as rochas num movimento
semelhante ao da abertura das laminas de uma tesoura

Falhas

Os materiais com comportamento frágil quando submetidos a forças tectónicas


originam fraturas, ou seja, superfícies que resultam da perda de coesão da rocha e
que a dividem em dois ou mais blocos.

As falhas são fraturas ao longo das uai ocorre movimento de dois blocos que se
designam por teto ou muro quando se localizam respetivamente por cima ou por
baixo da superfície da falha.

A classificação das falhas baseia-se no movimento relativo dos blocos adjacentes à


superfície da falha.

Falha normal: o teto desce em relação ao muro por ação de forças distensivas
observadas nas fronteiras divergentes das placas litosféricas.

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Falha inversa: o teto sobe em relação ao muro devido. À ação de forças
compressivas e pode ser observado nas fronteiras convergentes das placas
litosféricas.

Falha transformante: os blocos deslizam horizontalmente em sentidos opostos ao


longo da superfície da falha por ação de forças de cisalhamento, estas falhas
constituem as fronteiras transformantes das placas litosféricas

Dobras

São deformações que se caracterizam pelo encurvamento de uma superfície


inicialmente plana.

Podem formar-se por exemplo em rochas com comportamento dúctil quando sobre
elas atuam forças compressivas

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Formação de montanhas

O movimento das placas litosféricas pode ser um dos responsáveis pela deformação
das rochas e por vezes essa deformação pode afetar áreas continentais muito
extensas.

A formação de cordilheiras, ou seja, grandes cadeias de montanhas, está associada


à ação de forças compressivas que deformam as rochas originando falhas e dobras.

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5 - Vulcanismo

O vulcanismo engloba processos associados à formação e à atividade dos vulcões


como as erupções vulcânicas (vulcanismo principal) e outras manifestações de
atividade vulcânica como a libertação de gases de origem vulcânica através de
fissuras no terreno (vulcanismo secundário)

Os vulcões são estruturas geológicas que permitem a subida de materiais do interior


do planeta mais quentes do que o ambiente superficial originando erupções
vulcânicas.

A palavra tmb é utilizada para designar o edifício cónico resultante da acumulação de


materiais expelidos durante as erupções e conforme a conduta que permite a
ascensão dos materiais podemos considerar 2 tipos de vulcanismo principal central
e fissural.

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Fenómenos que ocorreram na erupção do vulcão dos Capelinhos

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Vulcanismo principal

Está relacionado com a ocorrência de erupções vulcânicas como o dos Capelinhos e


os vulcões que aqui se enquadram são geralmente constituídos por câmara
magnética, chaminé vulcânica, cratera vulcânicas e cone vulcânico sendo que
este pode apresentar diferentes formas e dimensões.

Materiais expelidos pelos vulcões

Os materiais podem ser no estado solido líquido e gasoso os piroclastos são


fragmentos resultantes da solidificação da lava que podem ser classificados conforme
a sua dimensões e lava que resulta do magma que ascendeu à superfície

21
apresentando comparativamente a este um menor teor de gases uma vez que se
foram libertando durante a erupção

As lavas de baixa viscosidade formam escoadas extensas que adquirem diferentes


formas conforme o local onde arrefecem.

Em ambiente terrestre podem originar lavas escoriáceas ou encordoadas.

No meio aquático podem originar pilow lavas (lavas em almofadas)

As lavas de elevada viscosidade apenas podem formar escoadas curtas.

As lavas com uma viscosidade tao elevada que não permite a formação de uma
escoada vai permitir a acumulação e solidificação da lava no interior da chaminé
vulcânica originando agulhas vulcânicas ou na cratera formando domos
vulcânicos.

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Tipos de erupções vulcânicas

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Formação de caldeiras

As caldeiras vulcânicas formam-se quando após uma erupção vulcânica ocorre o


esvaziamento parcial ou total da camara magmática.

A parte superior do edifício vulcânico fica sem suporte colapsando e assim a


depressão formada aproximadamente circular e de grandes dimensões pode
acumular água das chuvas originado lagoas.

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Vulcanismo Secundário ou atenuado

Manifestasse através da libertação de gases ou águas a elevadas temperaturas

Vantagens e desvantagens do vulcanismo

Desvantagens:

1- Risco de ocorrência:
A- Sismos
B- Emissão de gases tóxicos
C- Projeção de piroclastos
D- Fluxos de lava e fluxos de lama (mistura de cinzas com água)
E- Nuvens ardentes

Quanto maior for o poder destrutivo e a densidade populacional da região onde o


vulcão se insere maior será a probabilidade de ocorrência de danos pela população.

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Porem algumas zonas vulcânicas são densamente povoadas e os seus habitantes
beneficiam das vantagens que o vulcanismo pode dar através das cinzas ricas em
sais minerais que fertilizam os solos tornando-os para a agricultura.

Nas regiões vulcânicas a libertação do calor interno da terra (geotermia) é mais


intensa podendo ser aproveitado para a produção de energia elétrica aquecimento
de estufas edifícios piscinas, etc.

Outra vantagem é a utilização de depósitos minerais de origem vulcânica em diversas


indústrias aproveitamento das águas termais para a saúde e bem-estar a atração
turística das paisagens criadas pelos fenómenos vulcânicos.

Prevenção e previsão vulcânica

Através da monitorização dos vulcões podemos recolher dados que permitam prever
e prevenir as erupções vulcânicas.

Existem medidas de prevenção vulcânica que podem minimizar as suas


consequências:

1-Avaliaçao dos perigos vulcânicos

2- Elaboração de mapas de rico vulcânico com base na história eruptiva do vulcão


onde se definem as zonas de risco que são fundamentais para:
A- Elaboração de planos de evacuação das populações
B- Planeamento das áreas urbanizadas
C- Educação da população para os riscos vulcânicos

A previsão vulcânica é a determinação de quando uma erupção vulcânica vai ocorrer


contribuindo para minimizar os riscos associados ao vulcanismo.

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6 - Rochas magmáticas

Em determinadas condições de pressão e temperatura as rochas do interior da terra


podem fundir-se dando origem a magma.

As rochas magmáticas formam-se quando materiais rochosos em fusão, magma


ou lava arrefecem e solidificam. Quando a solidificação da lava ocorre à superfície ou
muito próximo da mesma formam-se rochas magmáticas vulcânicas como o
basalto e o riólito. Se o magma solidificar em profundidade formam-se rochas
magmáticas plutónicas, como o gabro ou o granito.

A textura das rochas magmáticas relaciona-se com o aspeto que a rocha apresenta
em função da dimensão e arranjo dos seus minerais. A rocha apresenta texturas
faneríticas quando os minerais eu a constituem são bem desenvolvidos e visíveis a
olho nu. A rocha apresenta textura afanítica quando os minerais que a constituem
são na sua maioria pequenos e visíveis apenas ao microscópio o que confere à rocha
um aspeto mais homogéneo.

Rochas magmáticas plutónicas

As rochas magmáticas plutónicas resultam do arrefecimento lento e da


solidificação do magma em profundidade.

O granito é uma rocha magmática plutónica de cor clara com textura fanerítica
constituído essencialmente por quartzo feldspato moscovite e biotite.

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Rochas magmáticas vulcânicas

As rochas magmáticas vulcânicas resultam do arrefecimento rápido e da


solidificação da lava à superfície ou próximo dela.

O basalto é uma rocha magmática vulcânica de cor escura com textura afanítica
constituído essencialmente por plagióclases olivinas e piroxenas.

Aspetos característicos das paisagens magmáticas plutónicas

Nas paisagens magmáticas plutónicas destacam-se as estruturas relacionadas com a


alteração do granito, como o caos de blocos.

Aspetos característicos das paisagens magmáticas vulcânicas

Nas paisagens magmáticas vulcânicas são características as estruturas associadas à


ocorrência de erupções vulcânicas.

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Rochas metamórficas

Estas formam-se a partir de outras rochas pelo processo de metamorfismo isto é o


conjunto de transformações mineralógicas e às vezes texturais sofridas pelas rochas
geralmente em profundidade por ação de fatores de metamorfismo como a
temperatura e a pressão sem que haja a fusão da rocha.

Todos os tipos de rochas podem ser metamorfizadas.

As transformações que as rochas sofrem ao serem metamorfizadas dependem da


intensidade dos fatores de metamorfismo.

Quanto mais elevadas forem as condições de pressão e temperatura a que as rochas


estão sujeitas maior será o grão de metamorfismo que estas apresentam.

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Podemos distinguir dois tipos de metamorfismo:

1 - Metamorfismo de contacto: acontece nas zonas envolventes das intrusões


magmáticas afetando Áreas pouco extensas e dando origem a rochas metamórficas
neste tipo as rochas são transformadas pela ação do calor libertado pelo magma
formando uma aurela de metamorfismo em que esta corresponde à facha rochosa
metamorfizada que se forma em à volta duma intrusão magmática por ação do calor.

Com o aumento da temperatura a rocha pré-existente sofre transformações


mineralógicas e texturais permitindo que os seus mineiras se tornem maiores ou
mudem de forma.

As rochas assim formadas apresentam textura não foliada, ou seja, os seus


minerais não apresentam um alinhamento preferencial.

2 - Metamorfismo regional: Acontece em áreas extensas da litosfera por aumento


da pressão e da temperatura.

Isto é característico das fronteiras convergentes de placas litosféricas estando


associado aos fenómenos tectónicos de formação de cadeias montanhosas e zonas
de subducção.

As rochas resultantes do metamorfismo regional apresentam uma textura foliada


que se caracteriza pelo alinhamento dos minerais ou disposição dos minerais claros
e escuros em bandas.

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Como exemplos temos a gnaisse que é uma rocha metamórfica que apresenta
alternância de bandas de minerais claros e escuros, que podem resultar, por exemplo,
da deformação dos minerais originais da rocha.

O xisto que é uma rocha metamórfica formada geralmente por cristais de micas de
grandes dimensões que se encontram alinhados.

31
Aspetos característicos das paisagens metamórficas

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7 – O ciclo das rochas

Ciclo das rochas

A Terra está em constante transformação resultado das manifestações da sua


dinâmica, interna e externa.

As montanhas são uma consequência do movimento das placas litosféricas.

As rochas que se formam no interior do planeta vêm à superfície.

Também à superfície a lava solidifica originado novas rochas.

Os agentes de geodinâmica externa alteram a superfície terreste.

O ciclo das rochas consiste no conjunto de processos dos quais se formam rochas
que se podem transformar noutras ao longo do tempo de modo continuo e cíclico.

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9 – A atividades sísmica

Sismos

Os sismos correspondem a vibrações das rochas da litosfera produzidas por uma


rápida libertação de energia. O ramo da geofísica que corresponde aos sismos é a
sismologia.

Os sismos de origem natural podem ser:

1 – Tectónicos – resultantes do movimento das placas litosféricas


2 – Vulcânicos – resultantes do movimento do magma
3 – De colapso – resultantes do abatimento de grutas e deslizamentos de terras

Os sismos tectónicos são os mais frequentes. Estes resultam da rutura do material


rochoso na sequência da atuação continuada do movimento de placas litosféricas.

No interior da Terra as rochas são sujeitas a tensões muito elevadas. As rochas devido
às forças tectónicas vão acumulando energia, quando atingem o seu limite de
resistência fraturam e os 2 blocos deslocam-se ao longo da superfície de falha. As
energias acumuladas chamam-se ondas sísmicas que se libertam no hipocentro ou
foco.

O hipocentro é o local no interior da Terra a partir do qual se liberta a energia


acumulada nas rochas. O epicentro é o local na superfície, na vertical do hipocentro
que tem mais força das ondas sísmicas.

34
Um sismo pode ser precedido e sucedido por sismos menores, os mesmos se forem
precedidos chamam-se abalos premonitórios caso sejam sucedidos chamam-se
réplicas.

Registo de sismos

Milhares de sismos são apenas detetados por sismógrafos - instrumentos que


registam permanentemente as vibrações verticais e horizontais da litosfera terrestre
- e o registo sai na forma de sismograma.

Os sismogramas permitem calcular o epicentro do sismo.

Existem diferentes tipos de ondas sísmicas:

1 – ondas P (primárias) e ondas S (secundárias, que partem do hipocentro)

2 - ondas superficiais que se formam quando as ondas P e S atingem a superfície

Avaliação de sismos

Para estudar, comparar e descrever os sismos são usadas escalas de avaliação


sísmica.

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Magnitude sísmica e escala de Richter

A magnitude sísmica é o indicador da quantidade de energia que se liberta no


hipocentro.

É expressa através de escala de Richter, uma escala considerada aberta por não
apresentar limite superior.

Intensidade sísmica e escala macrossísmica europeia

A intensidade sísmica é medida com base nos efeitos do sismo, ela pode depender:

1 – da quantidade de energia libertada no hipocentro e da profundidade deste ponto,


sismos que libertam maior quantidade de energia e/ou são mais superficiais,
provocam maior destruição

2 – da distancia ao epicentro. Geralmente a intensidade sísmica diminui com a maior


distancia a este ponto

3 – da qualidade das construções. O sismo é mais destrutivo em construções de


fraca qualidade

4 – do tipo de rochas. Ocorrer a maior destruição quando as ondas atravessam


sedimentos soltos e/ou saturados em água.

5 - da topografia do terreno. Em zonas inclinadas, a intensidade sísmica pode ser


aumentada pelos deslizamentos de terra.

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Na Europa, desde 1998, determina-se a intensidade utilizando a Escala
Macrossismica Europeia (EMS-98), uma escala com 12 graus de intensidade
crescente.

37
Com base nos valores de intensidade sísmica é possível construir mapas ou cartas
de isossistas.

As isossistas são linhas curvas, fechadas e irregulares que, num mapa, delimitam
áreas em que o sismo foi sentido com igual intensidade. Estas linhas não se traçam
nas zonas correspondentes aos oceanos e mares uma vez que, na ausência de
construções, não é possível definir a intensidade.

Portugal apresenta risco sísmico moderado, existindo, contudo, registo de alguns


sismos de grande intensidade.

Consequências dos sismos

Os sismos podem ter várias consequências, como os deslizamentos de terra, a


destruição de construções e os incêndios, o que contribui para a perda de vidas
humanas. Quando os sismos têm epicentro na litosfera oceânica, podem causar
tsunamis – ondas originadas pelo deslocamento repentino de um grande volume de
água que podem atingir a costa com um enorme poder destruidor.

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Previsão sísmica

A previsão sísmica implica que sejam definidos três elementos essenciais de um


sismo: data, localização e magnitude. Embora ainda não seja possível fazer previsão
sísmica com exatidão, há alguns sinais precursores que podem ser considerados
indicadores da ocorrência de um sismo.

A “sismologia em tempo real” consiste na emissão


de um alerta imediatamente após a chegada das
ondas P aos sismógrafos localizados na proximidade
do epicentro. Em alguns casos, este alerta pode
chegar à população antes das vibrações sísmicas

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Proteção das populações

Não é possível impedir a ocorrência de um sismo. Contudo, existem medidas que


podem ser adotadas para diminuir os seus efeitos, tais como:

• a educação da população sobre o risco sísmico;

• o estudo da sismicidade histórica;

• a identificação das áreas com elevado risco sísmico;

• a construção antissísmica;

• a elaboração de planos de ordenamento do território;

• a elaboração de planos de emergência;

• a instalação de redes de estações sismográficas;

• a instalação de sistemas de alerta de tsunami.

Estas medidas permitem uma prevenção mais eficaz e, como tal, uma maior proteção
da população.

Distribuição geográfica de sismos e vulcões

Os sismos e os vulcões não se distribuem ao acaso no nosso planeta.

A maior parte da atividade sísmica e vulcânica ocorre próximo das fronteiras das
placas litosféricas, definindo três grandes regiões onde é mais intensa:

1) Dorsais oceânicas – das quais se destaca a dorsal médio-atlântica localizada


na região central do oceano Atlântico e onde se situam os Açores e a Islândia.
2) Cintura mediterrânico-asiática – região que se estende desde Gibraltar até
ao sudoeste asiático.
3) Zona circumpacífica – também conhecida por Anel de Fogo do Pacífico, onde
é libertada 80% da energia da atividade sísmica.

O conhecimento das principais zonas sísmicas e vulcânicas é muito importante para


a adoção de medidas preventivas.

40
10 - Os métodos para estudar para estudar o interior o da
Terra

Métodos para o estudo da estrutura interna da Terra

O estudo direto do interior da Terra torna-se difícil uma vez que ainda não existem
equipamentos capazes de resistir às elevadas condições de temperatura e
pressão, razão pela qual são também utilizados métodos indiretos para estudar o
interior da Terra.

Os métodos diretos baseiam-se no estudo de materiais provenientes do interior


da Terra, tais como:

1 - afloramentos rochosos;

2 - amostras de rochas retiradas em sondagens;

3 - amostras de rochas recolhidas em minas e escavações;

4 - materiais vulcânico

As sondagens, ou seja, perfurações na litosfera, permitem a recolha de amostras


de rocha a maior profundidade do que em minas e escavações.

Enquanto as minas mais profundas atingem cerca de 4 km, a maior sondagem,


realizada até à data, permitiu recolher amostras dos primeiros 12,2 km da
litosfera.

Mas as sondagens ultraprofundas exigem a construção de equipamentos capazes


de resistir às elevadas condições de pressão e de temperatura do interior da Terra
bem como elevados custos e demora na perfuração.

Os métodos indiretos permitem obter dados das zonas mais profundas da Terra,
inacessíveis através dos métodos diretos.

Os geofísicos estudam o interior da Terra com recurso a dados fornecidos por


diferentes áreas do conhecimento, como o geomagnetismo, a astrogeologia (o
ramo da Geologia que tem como objeto de estudo os corpos celeste) e a
sismologia.

Os cientistas defendem que a existência do campo magnético terreste fornece


informações sobre o interior da Terra. Apoia a existência, no interior da Terra, de
uma camada líquida e de composição metálica.

41
A Astrogeologia considera que todos os corpos do sistema solar se formaram a
partir dos mesmos materiais, pelo que se admite que a sua composição química
possa ser semelhante pelo que, o estudo da composição de meteoritos,
fragmentos de corpos do sistema solar que atingem a superfície terrestre,
contribui para o conhecimento da composição química dos materiais que
constituem o interior da Terra.

As ondas sísmicas mudam de velocidade ou alteram a sua trajetória de acordo


com a composição e o estado físico das rochas que atravessam.

As informações obtidas tanto pela sismologia como por outros métodos que
permitem, direta ou indiretamente, estudar o interior da Terra levaram à
conclusão de que este é constituído por camadas concêntricas que diferem na
composição química, na espessura e no estado físico dos materiais.

42
11 – Os Fósseis

Os fósseis são restos de seres vivos ou vestígios da sua atividade que ficaram
preservados nas rochas ou noutro material natural, como a resina ou o gelo. Os
fósseis podem ser classificados como:

1) Somatofósseis – partes mais ou menos completas do corpo do ser vivo, como


ossos, dentes, conchas, troncos ou folhas.

2) Icnofósseis – vestígios da atividade dos seres vivos, como, por exemplo, da


reprodução (sementes, pólenes e ovos), da locomoção (pegadas), e da alimentação
(coprólitos – fezes fossilizadas – e gastrólitos – pedras estomacais que foram
utilizadas por animais atualmente extintos que as ingeriam para ajudar a moer os
alimentos).

A ciência que se ocupa do estudo dos fósseis é a Paleontologia e os cientistas que


se dedicam a este estudo são os paleontólogos.

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Processos de fossilização

A fossilização corresponde ao conjunto de processos físicos e químicos que conduzem


à formação de um fóssil.

44
45
Mineralização

A mineralização é um processo no qual matéria mineral preenche cavidades,


substitui a matéria orgânica do organismo ou preenche os espaços existentes nos
seus tecidos.

46
Moldagem

A moldagem é um processo em que ocorre o desaparecimento das partes moles e


duras de um ser vivo, ficando gravada na rocha a sua morfologia interna ou externa.
Este processo de fossilização pode originar moldes internos, externos e impressões.

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Conservação

A conservação é o processo através do qual o ser vivo ou parte dele é preservado,


mantendo-se as suas partes moles e duras praticamente inalteradas. Estas
fossilizações excecionais ocorrem normalmente em gelo ou resina, materiais que
isolam o ser vivo e evitam a sua decomposição.

Importância dos fósseis

Os fósseis permitem conhecer espécies extintas e as suas características,


contribuindo para o estudo da evolução da vida na Terra.

O estudo da morfologia e do comportamento destes seres, permite uma melhor


compreensão das características de organismos do passado.

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Fósseis de fácies

Os fósseis de fácies ou de ambiente resultam de organismos que viveram em


ambientes com características muito específicas e restritas.

São, por isso, úteis na reconstituição de ambientes do passado, isto é, dos


paleoambientes. A identificação dos paleoambientes permite obter informações,
sobre:

1 - a posição dos continentes e oceanos no passado. Algumas rochas possuem


fósseis de seres vivos característicos de ambientes marinhos de águas
quentes o que significa que essas rochas se formaram em regiões próximas
do equador.
2 - extensão de ambientes aquáticos e terrestres. A existência de fósseis
marinhos numa área continental pode ser explicada pelo facto de essa região
já ter estado submersa.

Fósseis de idade

Os fósseis de idade são aqueles que permitem datar as rochas onde se encontram,
isto é, saber a época da História da Terra em que se formaram.

Consideram-se fósseis de idade aqueles que se formaram a partir de seres vivos que:

• viveram durante um curto período de tempo. O fóssil é característico de um


dado intervalo de tempo da História da Terra quando o tempo entre o aparecimento
ea extinção da sua espécie é curto.

• tiveram uma grande área de dispersão geográfica. Estes fósseis encontram-


se em diversos locais, permitindo comparar estratos geograficamente distantes.

• existiram em grande número. Em populações maiores, a probabilidade de se


formarem fósseis é superior.

49
12 – As grandes etapas das história da Terra

Princípios do raciocínio geológico

As transformações que ocorrem no nosso planeta são interpretadas pelos geólogos


com base em princípios do raciocínio geológico.

Atualmente, os geólogos baseiam-se no princípio do uniformitarismo, reconhecendo,


no entanto, o papel das catástrofes nas alterações da Terra.

A História da Terra inclui, assim, uma sucessão de acontecimentos, ora lentos e


graduais ora rápidos e catastróficos, que ficaram registados nas rochas e podem ser
sequenciados no tempo pela aplicação dos princípios de datação relativa e pela
datação absoluta.

Datação relativa

Para reconstituir a História da Terra é necessário organizar temporalmente os seus


acontecimentos com recurso a métodos de datação.

Datação absoluta: consiste na atribuição de uma idade em valores numéricos, cujo


cálculo é feito através de métodos específicos e complexos.

Datação relativa: consiste em ordenar a sequência dos acontecimentos geológicos


mediante a comparação entre o que ocorreu antes (mais antigo) e o que ocorreu
depois (mais recente). Esta baseia-se na aplicação dos seguintes princípios:

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Princípio da horizontalidade original – os sedimentos depositam-se formando
camadas horizontais.

Princípio da sobreposição dos estratos – numa sequência não deformada, cada


estrato é mais antigo do que os que estão sobre ele e mais recente do que os que
estão por baixo.

Princípio da identidade paleontológica – estratos com o mesmo conteúdo


fossilífero, mesmo separados geograficamente, têm a mesma idade e formaram-se
em ambientes semelhantes.

Princípio da inclusão – fragmentos de uma rocha incluídos noutra são mais antigos
do que a rocha que os contém.

Princípio da interseção – estruturas geológicas que intersetam outras são mais


recentes do que estas.

Tempo histórico e tempo geológico

Muitos acontecimentos marcaram a História da Terra e do Homem podendo ser


enquadrados respetivamente no tempo geológico e no tempo histórico, estes
possuem objetos de estudo diferentes. A Terra e o Homem (pelo que são medidos de
forma diferente).

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Tempo histórico

O tempo histórico corresponde ao intervalo de tempo que engloba a História da


Humanidade, desde o surgimento da espécie humana, há cerca de 200 mil anos, até
ao presente. Dele fazem parte acontecimentos que mudaram as sociedades
humanas, como, por exemplo, o aparecimento da escrita e a queda do Império
Romano.

Tempo geológico

O tempo geológico corresponde ao intervalo de tempo que engloba a História da Terra


desde a sua formação, há 4600 Ma, até ao presente. Dele fazem parte
acontecimentos, tais como glaciações, transgressões e regressões marinhas,
formação e fragmentação de supercontinentes, longos períodos de atividade
vulcânica e impacto de meteoritos, entre outros.

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Escala do tempo geológico

A escala do tempo geológico é uma sequência cronológica dos acontecimentos


que marcaram a História do nosso planeta desde a sua formação. Organiza-se em
intervalos de tempo que se designam éons, eras, períodos, épocas e idades.

As principais divisões foram estabelecidas com base nos momentos em que


ocorreram extinções em massa.

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Os geólogos identificam estes momentos através de mudanças significativas no
registo fossilífero que refletem acentuadas diminuições do número de espécies de
seres vivos.

As extinções são seguidas pelo aparecimento e domínio de novas espécies. A


organização temporal fez-se com base na datação relativa.

Aos intervalos de tempo estabelecidos por datação relativa foi atribuída uma idade
numérica através de métodos de datação absoluta.

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Pré-Câmbrico (de 4600 Ma a 541 Ma)

O Pré-Câmbrico, a etapa mais longa da História da Terra, engloba os éons Hádico,


Arcaico e Proterozoico. O seu registo fossilífero é escasso, uma vez que os seres vivos
não possuíam partes duras e muitas rochas terão sido transformadas pela ação da
dinâmica interna e externa da Terra. Durante o Pré-Câmbrico:

• formou-se a crusta terrestre e a atmosfera primitiva;

• surgiram, nos oceanos, há aproximadamente 3500 Ma, os primeiros seres vivos


unicelulares;

• surgiram os primeiros seres vivos fotossintéticos e a atmosfera passou a conter


oxigénio;

• apareceram os primeiros seres vivos multicelulares;

• os mares terão sido dominados por animais invertebrados que conhecemos através
dos fósseis de Ediacara.

Paleozoico (de 541 Ma a 252 Ma)

O Paleozoico é uma era caracterizada pelo grande aumento de biodiversidade e pela


conquista do ambiente terrestre. Durante o Paleozoico:

• apareceram os primeiros organismos marinhos com exoesqueleto rígido, como as


trilobites, animais invertebrados que dominaram os mares;

• surgiram os primeiros vertebrados marinhos – os peixes;

• formou-se a camada de ozono, que protege os seres vivos da radiação ultravioleta


emitida pelo Sol, e que permitiu a conquista do ambiente terrestre;

• desenvolveram-se grandes florestas e apareceram os primeiros insetos, anfíbios e


répteis;

• ocorreu a maior extinção em massa de seres vivos, com desaparecimento de 90%


da vida marinha (incluindo as trilobites) e 70% da vida terrestre.

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Mesozoico (de 252 Ma a 66 Ma)

O Mesozoico é a era da grande diversidade de répteis, entre os quais se destacaram


os dinossauros, razão pela qual também é designado por “era dos répteis” ou “era
dos dinossauros”. Durante o Mesozoico:

• ocorreu o domínio dos dinossauros;

• proliferaram os invertebrados marinhos, como as amonites;

• ocorreu o domínio das plantas sem flor;

• apareceram os primeiros mamíferos de pequeno porte, as aves e as plantas com


flor;

• ocorreu, no final desta era, uma extinção em massa, responsável pelo


desaparecimento de cerca de 75% dos seres vivos, incluindo dinossauros e amonites.

Cenozoico (de 66 Ma à atualidade)

O Cenozoico é a era da grande diversificação e proliferação de mamíferos, razão


pela qual se conhece por “era dos mamíferos”. Durante o Cenozoico:

• surgiram mamíferos de grandes dimensões, como mamutes, mastodontes e tigres-


dentes-de-sabre;

• ocorreu o domínio das plantas com flor;

• apareceram os primeiros hominídeos, tendo ocorrido a sua evolução e surgido a


espécie humana;

• ocorreram glaciações sucessivas que afetaram o hemisfério norte, causando a


extinção dos grandes mamíferos;

• teve início a formação das grandes cadeias montanhosas atuais – Andes, Alpes e
Himalaias.

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