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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

CENTRO DE ENGENHARIAS

Projeto de Pesquisa:

SECAGEM DA MADEIRA DE Pinus taeda L. DE DIFERENTES ESPESSURAS

Equipe:
Prof. Leonardo da Silva Oliveira
Profª. Érika da Silva Ferreira
Acadêmico Márcio da Fonseca Martins

Pelotas, março de 2019.


1.Introdução

A madeira sempre ocupou lugar de destaque dentre os diversos materiais


usados pelo homem. Atualmente, com o desenvolvimento técnico e científico, busca-
se cada vez mais conhecer e aprimorar os diversos processos que envolvem a
industrialização da madeira, visando melhorar sua utilização e aproveitamento
(Andrade, 2000).
O setor madeireiro brasileiro tem na madeira de Pinus taeda L. uma de suas
principais fontes de matéria-prima. Os maciços florestais dessa espécie representam
importante parcela do estoque das florestas plantadas, com finalidade de
aproveitamento industrial, particularmente na região sul do país.
Oliveira et al. (2006) destacam a relevância da madeira de P. taeda. tanto
para a indústria de celulose e papel como para a indústria madeireira de uma forma
geral, devido sua produtividade e qualidade da madeira. A utilização de Pinus taeda
na indústria madeireira brasileira tem sido crescente nos últimos anos. As
estimativas indicam que quase 40% do volume total de madeira para uso industrial
produzida no país são de P. taeda (Tomaselli, 1998).
De acordo com Marchiori (1996), a madeira de P. taeda apresenta
características que a qualifica para a utilização na construção civil, setor moveleiro e
caixotaria.
No processo de industrialização da madeira, a secagem está entre as
principais etapas. A presença de água na madeira além de interferir nas
propriedades mecânicas e trabalhabilidade, torna a madeira mais suscetível à ação
de agentes xilófagos, principalmente ao ataque de fungos, o que acaba
comprometendo severamente a utilização desse material.
Deste modo, a remoção da umidade da madeira é uma etapa obrigatória
para a maior parte das utilizações dessa nobre matéria-prima. Entretanto, a
secagem deve ser conduzida de forma criteriosa, com intuito de ser realizada no
menor tempo possível e com a menor incidência de defeitos.
O processo de secagem é influenciado por uma série de fatores, tanto
relacionados com o ambiente, como intrínsecos a própria madeira, tais como:
espécie, teor de umidade inicial, diferença de lenhos, orientação de corte e
espessura da peça.
Tomaselli (1980) salienta que a velocidade de secagem é inversamente
proporcional à espessura das tábuas. Portanto, uma maior espessura representa
períodos mais longos de secagem.
Conforme Simpson (1991), o tempo de secagem e a suscetibilidade a muitos
defeitos aumentam proporcionalmente ao aumento da espessura da madeira.
Quanto mais espessa a madeira, maior o tempo de secagem e maior a dificuldade
para secar sem criar defeitos.
Madeiras de espessuras diferentes apresentam taxas de secagem distintas,
contribuindo para variações no teor de umidade final. Peças de maior espessura
requerem tempos mais longos de secagem em comparação com as de menor
espessura. Além disso, o consumo de energia e os custos decorrentes da secagem
também aumentam (Simpson; Tschernitz, 1980).
Klitzke (2000) ressalta que a espessura das tábuas, além de influir
diretamente no tempo de secagem, apresenta uma estreita relação com o
surgimento de defeitos na madeira quando a secagem é conduzida de maneira
inadequada. A remoção da água da madeira é, invariavelmente, acompanhada pelo
desenvolvimento de tensões resultantes da diferença de umidade entre regiões
contíguas e da anisotropia de contração (Santini, 1992).
Segundo Simpson (1991), os defeitos de secagem mais comuns que
ocorrem na madeira de P. taeda são as rachaduras internas, superficiais e de topo.
Santini (1992) destaca que as rachaduras internas manifestam-se
principalmente no interior de peças espessas. Klitzke (2000) afirma que as
rachaduras superficiais e de topo são mais freqüentes em peças de maior
espessura.
Embora madeiras do gênero Pinus caracterizem-se por serem de fácil
secagem, observa-se ainda a necessidade de subsídios básicos na busca da
racionalização desse processo, possibilitando gerar redução no período de secagem
e obtenção de um produto final de qualidade, principalmente, para peças de maior
espessura.
Neste sentido, o objetivo do presente estudo é avaliar a influência da
espessura das peças na secagem da madeira de P. taeda, submetida a diferentes
temperaturas.
2. Objetivos

2.1 Objetivo geral:


Avaliar a influência da espessura na secagem da madeira de P. taeda
submetida a diferentes temperaturas.

2.2 Objetivos específicos:


a) Verificar a influência da espessura na taxa de secagem da madeira de
P. taeda submetida a diferentes temperaturas;
b) Elaborar curvas de secagem para madeira de P. taeda de diferentes
espessuras em diferentes temperaturas;
c) Relacionar a incidência de defeitos de secagem com a espessura da
madeira e temperatura de secagem;
d) Verificar o efeito da temperatura de secagem na contração da madeira
de P. taeda de diferentes espessuras.
3. Material e métodos

No experimento será utilizada madeira proveniente de povoamento


homogêneo de Pinus taeda L., localizado no município de Piratini-RS, com
aproximadamente 23 anos de idade. As árvores serão abatidas, seccionadas em
toras e transportadas para serraria onde serão desdobradas em tábuas.
Posteriormente, ocorrerá o dimensionamento das amostras, as quais terão as
seguintes dimensões: 10 cm de largura, 15 cm de comprimento e espessuras de
2,54; 5,08 e 8 cm.
Para a determinação do teor de umidade inicial serão retiradas três amostras
de cada carga de madeira. As seções serão extraídas de três posições da peça, nas
extremidades e no centro de cada amostra, e o teor de umidade será determinado
pelo método gravimétrico. A média aritmética entre as três seções será considerada
como o teor de umidade inicial de cada amostra. A média aritmética das três
amostras determinará o teor de umidade inicial da carga de madeira.
O experimento será constituído por nove tratamentos, onde será estudada a
espessura da peças de madeira (2,54; 5,08 e 8 cm) e a temperatura utilizada na
secagem (45, 60, e 75ºC). No experimento será adotado o delineamento interamente
casualizado, com arranjo bifatorial, tendo como fatores a espessura das peças e a
temperatura de secagem. A unidade amostral será constituída por dez peças de
madeira, tendo entre estas, três amostras de controle. Para cada tratamento serão
realizadas três repetições.
A secagem da madeira será realizada no Laboratório de Secagem da
Madeira da Universidade Federal de Pelotas. Será utilizada uma estufa elétrica da
marca Marconi, com convecção forçada de ar e controle termostático da
temperatura. Para o empilhamento das peças, serão utilizados separadores
(sarrafos) de madeira com 50 cm de comprimento e 2,54 cm de espessura e largura.
A taxa de secagem será determinada a partir da equação descrita por
Santini (1980). Será determinada a taxa de secagem para cada uma das amostras
de controle, sendo considerada para carga, a média das três amostras de controle.
As curvas de secagem serão obtidas através do acompanhamento periódico
do processo de secagem, quando será relacionado o teor de umidade da madeira,
com o tempo de secagem decorrido. Serão utilizadas as três amostras de controle
de cada carga.
A qualidade da madeira será avaliada em função da incidência de defeitos
de secagem, os quais serão quantificados de acordo com os procedimentos citados
em ABPM (1990). Antes do início da secagem, será realizada uma avaliação
preliminar da madeira, com a finalidade de constatar os eventuais defeitos
resultantes da derrubada da árvore e do desdobro das toras. Dentre os defeitos
típicos decorrentes da secagem de P. taeda, serão avaliadas as rachaduras de topo,
superficiais e internas.
Ao final do processo de secagem, as amostras de controle terão suas
extremidades seccionadas e o teor de umidade final determinado, seguindo o
método gravimétrico.
Após a secagem, as amostras de controle serão armazenadas em uma
câmara climatizada com 20ºC de temperatura e 65% de umidade relativa do ar. As
amostras permanecerão nessas condições até atingirem peso constante, quando
serão confeccionadas seções das extremidades das amostras para determinação da
umidade de equilíbrio (método gravimétrico).
Para a determinação da contração da madeira, serão realizadas
mensurações nas amostras antes da secagem, com a madeira úmida, e nas
mesmas posições nas amostras após a secagem, com a madeira seca. Os valores
serão obtidos por meio da utilização de paquímetro digital para mensurar a
espessura e a largura da peça bem como trena de precisão para determinar o
comprimento. A orientação anatômica será desconsiderada, determinando a
contração para largura, espessura e comprimento da peça, além da contração
volumétrica. Para tanto, serão utilizadas as equações descritas por Durlo e Marchiori
(1992).
O experimento será constituído por dois fatores: um qualitativo (espessura
da peça de madeira) e outro quantitativo (temperatura de secagem). As variáveis
avaliadas serão submetidas à análise de regressão e variância, sendo estabelecido
5% como nível de tolerância para significância.
4. Cronograma

2019 2020
Atividade 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
1º Trim.
Trim. Trim. Trim. Trim. Trim. Trim. Trim.
Revisão
X X X X X X X X
bibliográfica
Preparação das
X
amostras
Processo de
X X X X
secagem
Avaliação da
incidência de
X X X X
defeitos de
secagem
Analise de dados X
Elaboração de
X
artigo científico
Relatório final X
5. Referências

ANDRADE, A. Indicação de programas para a secagem convencional de


madeiras. 2000. 72p. Tese de Mestrado. Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRODUTORES DE MADEIRAS. Catálogo de
normas de madeira serrada de pinus. Caxias do Sul: Spectrum Comunições Ltda.,
1990. 34p.
DURLO, M.A.; MARCHIORI, J.N.C. Tecnologia da madeira: retratibilidade. Santa
Maria: CEPEF/FATEC, 1992. 33p. (Série Técnica, nº10).
KLITZKE, R.J. Secagem de madeira. Curitiba: Fundação Hugo Simas/UFPR, 2000,
90p. (Apostila didática).
MARCHIORI, J.N.C. Dendrologia das gimnospermas. Santa Maria: Ed. da UFSM,
1996. 158p.
OLIVEIRA, F.L.; LIMA, I.L.; GARCIA, J.N.; FLORSHEIM, S.M.B. Propriedades da
madeira de Pinus taeda L.em função da idade e da posição radial na tora. Instituto
Florestal, São Paulo, v. 18, n. único, p. 59-70, dez. 2006.
SANTINI, E.J. Influência de temperatura na taxa de secagem e contração da
madeira de Pinus elliottii proveniente de plantios de rápido crescimento.
Curitiba: FUPEF, 1980. 15p. (Série Técnica, nº 5).
SANTINI, E.J. Métodos usuais de secagem de madeiras. In: SEMINÁRIO SOBRE
SECAGEM DE MADEIRA, 1., 1992, Santa Maria. Anais… Santa Maria:
UFSM/CEPEF, 1992. p.47-59.
SIMPSON, W.T. Dry kiln operator's manual. Madison: USDA, Forest Service,
1991. 274p. (Agriculture Handbook, nº188).
SIMPSON, W.T.; TSCHERNITZ, J.L. Time, costs and energy consumption for drying
red oak lumber as affected by thickness and thickness variation. Forest Products
Journal, v. 30, n.1, p.23-28, 1980.
TOMASELLI, I. Planted forests in Brazil. In: PLANTED FORESTS IN SARAWAK: AN
INTERNATIONAL CONFERENCE, 1998, Sarawak. Proceedings. Sarawak: Kuching
Forest Department, 1998. p.2-35.
TOMASELLI, I. Secagem de madeira. Curitiba: FUPEF, 1980. 29p.

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