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O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Keiti

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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ UNOPAR

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


PEDAGOGIA - LICENCIATURA

KEITI DE MATOS QUADROS

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

São João do Sul/SC


2022
KEITI DE MATOS QUADROS

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Projetode Ensino apresentado à Universidade


Norte do Paraná Unopar, como requisito parcial
à conclusão do Curso de Pedagogia.

Tutor á Distância: Natália Micheli Villa

São João do Sul/SC


2022
INTRODUÇÃO

O trabalho a seguir teve como fundamento demonstrar o brincar na educação


infantil.
Um dos principais problemas enfrentados foi como brincar pode contribuir no
desenvolvimento da aprendizagem ainda quando criança. E este trabalho visa a
compreensão da importância das brincadeiras nas séries iniciais, utilizando elas
para o desenvolvimento cognitivo e ainda fazendo uma reflexão como forma de
aprendizado e conhecimento.
Com análises demonstradas através de dados de natureza qualitativos, por
meio de pesquisas bibliográficas e na internet, se conclui que brincar também é uma
maneira de aprender.
Brincar é uma necessidade básica assim como a alimentação, moradia,
saúde e a educação, ao brincar ela se esforça do mesmo jeito que andar, falar e
comer. Ao brincar na educação infantil é onde faz as crianças tomarem suas
decisões sozinhas e dá a elas o poder de explorar o mundo para assim
desenvolverem seus conhecimentos.
O texto foi estruturado e organizado em texto corrido e teve citações de
teóricos e autores e seus pensamentos e contribuições. Demonstrou o brincar na
educação infantil e como era a forma de aprendizagem e conhecimento na utilização
do brincar na educação infantil.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

O objetivo geral é abordar a importância do educar e brincar no processo de


ensino e aprendizagem dos alunos da Educação Infantil.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Os objetivos específicos são analisar a importância da brincadeira na


primeira infância.

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 investigar as relações que se estabelecem entre o brincar, jogos e
estratégias pedagógicas.
 Compreender o papel do professor na educação lúdica.

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PROBLEMATIZAÇÃO

Jogar é respeitar as regras, os adversários e trabalhar em equipe. Nesse


sentido, a escola de Educação Infantil deve promover momentos de jogos e
trabalhar conceitos como ganhar e perder, respeito às regras e o trabalho em grupo.
A criança é um sujeito histórico e, assim sendo, vivência sua infância dentro
do contexto histórico em que está inserida, compartilhando e produzindo, juntamente
com os adultos, os valores culturais, sociais, econômicos e religiosos de seu tempo,
ou seja, “[...] elas trazem a marca da geração a que pertencem” (AGOSTINHO, 2005
p. 73).

“O lúdico é uma necessidade básica da personalidade,


do corpo e da mente, fazendo parte das atividades essenciais
da dinâmica humana caracterizada por ser espontânea
funcional e satisfatória”. Feijó (1992, p. 02).

Portanto, não se deve retirar a ludicidade, valiosa característica que é


essencial para a criança, privando-a de praticá-la na escola, em meio a um ensino
centrado, somente em disciplina, regras estabelecidas, atividades prontas e
impressas, carteiras enfileiradas, onde todos os alunos desenvolvem a mesma rotina
escolar.Santin (1994, p. 03) salienta:

[...] a ludicidade promove ações vividas e sentidas, não


definíveis por palavras, mas compreendidas pela fruição,
povoadas pela fantasia, pela imaginação e pelos sonhos que
se articulam com materiais simbólicos.

O lúdico é característica da criança, está de fato enraizada no aprendiz.


Negrine (2000) salienta que as competências lúdicas estão pautadas na criança
desde sua pré-história em meio a sua vivência. Para o autor, a ludicidade

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caracteriza-se em situação espiritual e em saberes que gradualmente se instalam na
conduta do sujeito, diante das experiências vividas.
Diante deste argumtno a problemática que permeia este projeto consiste em
refletir sobre a seguinte questão: Qual a importância do lúdico e como ele pode
auxiliar na aprendizagem dos alunos?

REFERENCIAL TEÓRICO

Possibilidades e desafios para a utilização das metodologias ativas na


prática pedagógica em sala de aula

A prática pedagógica tem passado por diversas transformações e inovações


onde o professor precisa buscar melhorias quanto ao ensino para estimular o
processo de ensino e aprendizagem dos alunos, planejar aulas didáticas de forma
que desperte nos alunos um melhor interesse pelas aulas.
As metodologias ativas de ensino representam uma forma de estímulo ao
estudante para uma aprendizagem autônoma e participativa muitas vezes baseada
em problemas de situações reais que precisam ser resolvidos o que impõe, portanto,
um papel de protagonista ao aluno e favorece a construção de seu conhecimento
(CHIARELLA et al., 2015).
Assim, através das aulas utilizando as metodologias ativas o professor
consegue criar possibilidades de ensino, visto que muitos alunos não conseguem
aprender algum tipo de conteúdo quando se utiliza o método tradicional de ensino.
Segundo Mizukami (1983) o método tradicional utiliza uma metodologia de
ensino baseada em respostas padronizadas, baseada na capacidade de
memorização e, portanto, a avaliação do aprendizado é feita a partir de aprovação
ou reprovação baseado no quantitativo de conhecimento memorizado.
As metodologias ativas surgem como alicerce no princípio teórico Freiriano,
que tinha como proposta pedagógica a liberdade e inovação pressupondo um
estudante autônomo de seu processo formativo (MACHADO e QUARESMA, 2019).
Assim, com o surgimento das metodologias ativas o professor tem
possibilidade de transmitir conteúdos aos alunos, conteúdos estes que favorecem o

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conhecimento, principalmente de alunos com dificuldades de aprendizagem, sendo
preciso que o professor tenha um bom planejamento e alcance os objetivos.
A problematização é utilizada como metodologia de ensino-aprendizagem
ativo, com a meta de alcançar e motivar o estudante a partir da apresentação de
problemas no cenário educacional a fim de que todos os envolvidos participem
ativamente sempre centrados na realidade em que estão inseridos. (MITRE et al.,
2008).
A utilização de metodologias ativas favorece a autonomia do estudante
despertando curiosidade e estimulando a tomada de decisões tanto individuais como
coletivas e quando utilizada por docentes ajudar a conduzir futuros profissionais de
qualquer área do saber a uma formação crítica (BORGES E ALENCAR, 2014).
Portanto, trabalhar as metodologias ativas é uma forma do professor
diferenciar suas aulas, diversos professores seguem um planejamento tradicional
com o ensino transmitido através de quadro e caderno, de forma que o aluno precise
de novas práticas diferenciadas.
No método ativo, ao contrário do que ocorre no método tradicional, os
estudantes passam a ser compreendidos como sujeitos históricos assumindo seu
papel na aprendizagem, visto que tem suas experiências, saberes e opiniões
valorizadas como ponto de partida para construção do conhecimento. (VIANA et al.,
2018).
Porém, para muitos professores existem mais desafios que possibilidades
quanto as metodologias ativas em sala de aula, isto porque nem todos os
professores estão preparados para lecionar utilizando as metodologias ativa,
algumas escolas não tem os recursos necessários, mas o professor pode utilizar a
criatividade e planejar as aulas utilizando os recursos disponíveis.

O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O brincar como forma de educação infantil definiu-se por uma maneira que as
crianças têm de assimilar e interpretar o mundo, os objetos, a cultura as relações e
os afetos das pessoas. É uma forma que as crianças têm de experimentar o mundo
dos adultos sem adentrá-lo como participe e responsável.

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Nesta idéia é ao mesmo tempo, espaço de constituição infantil e lugar de
superação da infância, pela relação que estabelece com a representação e o
trabalho adulto. É uma forma de atividade social e infantil, com aspecto imaginativo
e diverso do significado cotidiano da vida fornece uma oportunidade educativa única
para as crianças. Na brincadeira a criança usa a imaginação e cria intenções
voluntárias e a formação dos planos de vida real e motivações volitivas, tudo
aparece no brinquedo também pode ser o espaço de reiteração de valores
retrógrados, conservadores, com as quais a maioria das crianças se confronta
diariamente.
Ao contrario desta atividade só pode ser encontrada e resolvida a partir de
uma decisão pedagógica e objetiva sobre os caminhos que se quer ampliar para as
crianças.
A brincadeira traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas no desenvolvimento
da criança.
Segundo Vygotsky é aí que ela sempre se comporta além do comportamento
diário no brinquedo, é como se ela fosse maior do que é na realidade.
´´O brinquedo fornece estrutura básica para mudanças
das necessidades e da consciência. A ação na esfera
imaginativa, numa situação imaginaria, a criação das intenções
voluntárias e a formação dos planos de vida real e motivações
volitivas, tudo aparece no brinquedo, que se constitui no mais
alto nível de desenvolvimento pré-escolar´´. (VYGOTSKY,
1984, p.117)

Segundo essa teoria podemos compreender de como as brincadeiras acabam


fazendo com que os docentes imaginem como serão suas escolhas no futuro,
podemos ainda ter uma percepção do gosto das crianças e seus sentimentos.
Com as brincadeiras as crianças conseguem estimular a sua criatividade,
podendo ainda demonstrar suas fantasias e maneira de ver o mundo através de um
desenho por exemplo, assim se torna possível a análise de seus medos e desejos.
Brincando as crianças desenvolvem e refletem sobre a realidade cultural na
qual estão inseridas, questionando regras e papéis, demonstrando assim, que
através do brincar, situações que ainda não conseguem expor através de palavras.

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´´A brincadeira possui três características: a imaginação,
a imitação e a regra. Elas estão presentes em todos os tipos de
brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de faz-de-
conta, como também nas estruturas. Pode aparecer também
no desenho, como atividade lúdica.´´ (VYGOTSKY, 1991)
Vygotsky (1991) também afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não
estruturada, possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido de
regras, até mesmo o faz-de-conta possui regras que conduzem o comportamento
das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com suas bonecas assume
comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu conhecimento de figura
materna. Para Vygotsky (1991) “o brincar é essencial para o desenvolvimento
cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação a levam
ao pensamento abstrato”.
De forma com a psicologia, o autor atribui ao brincar um papel importante,
aquele que supre uma atividade básica da criança, ou seja, ele é um motivo para a
ação. A brincadeira traz benefício social, cognitivo e afetivo para o desenvolvimento
da criança.
Concluímos que a criança ao brincar cria uma situação imaginária diferente
de outras formas de atividades. Conforme (VYGOTSKY, 1991, p.107), a qual contém
regras implícitas, da mesma forma que todo jogo com regras, implicitamente, uma
situação imaginária. É muito grande a influência do brincar no desenvolvimento de
uma criança. Entretanto ainda afirma (VYGOTSKY 1991) o brinquedo não é o
aspecto predominante da infância, mas é um importante fator para o
desenvolvimento. É significativa a mudança que ocorre no desenvolvimento do
próprio brinquedo, passando de uma predominância de situações imaginárias para a
predominância de regras.
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a
vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo
físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as
coisas.” Assim percebemos que quando a criança brinca, parece mais madura, pois
acaba de certa forma entrando no mundo adulto. Portanto, o brincar é essencial para
o desenvolvimento infantil na medida em que a criança pode transformar e produzir
novos pensamentos.

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O ato de brincar acontece em determinados momentos do dia-a-dia infantil,
conforme podemos observar no contexto de, Oliveira (2000) aponta o ato de brincar,
como sendo um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a
brincadeira de forma efetiva, criando vínculos mais duradouros. Assim, as crianças
desenvolvem sua capacidade de raciocinar, de julgar, de argumentar, reconhecendo
o quanto isto é importante para dar início à atividade em si.
O brincar incentiva o aperfeiçoamento humano por meio de diferentes
dimensões. No desenvolvimento da linguagem as brincadeiras promovem a
comunicação de pensamentos e sentimentos, no desenvolvimento moral surge um
processo de construção de regras, no cognitivo oportuniza um crescimento de
informações que por conseqüência desencadeia novas situações, no
desenvolvimento afetivo facilitando a expressão de seus afetos e emoções, e por
fim, no físico-motor explora o corpo, espaço, interagindo integralmente no meio
inserido. Com base nessas dimensões as brincadeiras devem ser propagadas
através de um jogo espontâneo também conhecido como livre ou por meio do jogo
dirigido.
Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, também chamados
brincadeira simbólica ou faz-de-conta, são jogos através dos quais a criança
expressa capacidade de representar dramaticamente. ” Assim, a criança
experimenta diferentes papéis e funções sociais generalizadas a partir da
observação do mundo dos adultos. Neste brincar a criança age em um mundo
imaginário, regido por regras semelhantes ao mundo adulto real, sendo a submissão
às regras de comportamento e normas sociais a razão do prazer que ela
experimenta no brincar.
Os críticos de Piaget costumam dizer que ele deu importância excessiva aos
processos individuais e internos de aquisição do aprendizado. Mas se pode analisar
que Vygotsky possui teorias similares as de Piaget, pois para eles, o aprendizado se
dá por interação entre estruturas internas e contextos externos. A diferença é que,
segundo Vygotsky, esse aprendizado depende fundamentalmente da influência ativa
do meio social, já Piaget considerava apenas uma "interferência" na construção do
conhecimento.
Sob o olhar de um professor atento, as brincadeiras infantis revelam
um conteúdo com grandes valores, que pode ser usado para estimular o

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aprendizado. Segundo os estudos de Gilles Brougère indicam que os pequenos se
baseiam na realidade imediata para criar um universo alternativo, que ele batizou de
segundo grau e no qual o faz de conta reina absoluto.
O brincar está presente em diferentes tempos e lugares e de acordo com o
contexto histórico e social que a criança está inserida. A brincadeira é recriada com
seu poder de imaginação e criação. As brincadeiras de outros tempos estão
presentes nas vidas das crianças, com diferentes formas de brincar, porque hoje,
nós temos diferentes espaços geográficos e culturais. O brincar é natural na vida
das crianças. É algo que faz parte do seu cotidiano e se define como espontâneo
prazeroso e sem comprometimento.
Por tanto tempo muitas crianças acabam desde cedo obtendo
responsabilidades de um indivíduo adulto, ou seja, são obrigadas a largar os
brinquedos e suas brincadeiras para assumir preocupações de seus pais, como por
exemplo cuidar dos irmãos mais novos. E seu único momento de aproveitar a
infância acaba sendo na escola, que é o ambiente onde eles mantêm contato com
outras crianças. Mas mesmo com o passar do tempo o termo brincar ainda não está
tão definido.
O ato de brincar faz parte da vida do ser humano desde o ventre de sua mãe.
Seu primeiro brinquedo é o cordão umbilical, onde, a partir da 17ª semana, através
de toques, puxões e apertos, o bebê, em desenvolvimento, começa a criar relação
com algo.
De acordo com que Machado (2003) diz “a mãe também brinca com seu bebê
mesmo antes de ele nascer, pois fica imaginando como será ser mãe, e associa as
lembranças de quando brincava com sua boneca”. E então, após o nascimento do
bebê, já há uma relação criada eles, ou seja, a mãe e o bebê, pois o mesmo já
reconhece sua voz. No início, a relação acontece como se o bebê fosse o brinquedo
de sua mãe e ao interagir com ele diariamente, a criança vai aprendendo a
linguagem do brincar e se apropriando dela.
Desde que nascemos, aprendemos as regras da vida brincando. Quando a
mãe vai dar sopinha ao filho, faz aviãozinho, trenzinho, enfim, promove uma
brincadeira para que a criança aprenda e queira se alimentar. Aprendemos a contar
brincando, contando com nossos pais: “um, dois, feijão com arroz; três, quatro, feijão
no prato! ”. Essas experiências passam a ser fonte de aprendizado e estímulo para

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outras buscas de conhecimento, porque a criança começa desde muito cedo a
mergulhar no universo da brincadeira, da fantasia e do faz de conta.
Segundo Carneiro e Dodge (2007, pág. 59), “o movimento é, sobretudo para
criança pequena, uma forma de expressão e mostra a relação existente entre ação,
6 pensamento e linguagem”. A criança consegue lidar com situações novas e
inesperadas, e age de maneira independente, e consegue enxergar e entender o
mundo fora do seu cotidiano. Hoje em dia as crianças entendem por brincadeira os
jogos eletrônicos, fazendo com que as mesmas não se movimentem e com isso vão
ficando sedentárias e obesas. Com as brincadeiras tradicionais, como, por exemplo,
pular corda, elástico, andar de bicicleta, cama elástica, pega-pega etc., fazem com
que as crianças se movimentem a todo instante, gastando energia e dando liberdade
para criar proporcionando alegria e bem-estar.
No olhar de Piaget sob o solo das brincadeiras é de como se caracterizam os
espaços, tempo e movimento das mesmas em cada faixa etária do desenvolvimento
infantil. Suas ideias estão voltadas para as possibilidades que tem a crianças de
recriar o real a partir das brincadeiras. O autor não define muito as diferenças entre
jogo e brincadeira, levando em consideração que o primeiro pode ser uma
ferramenta de atividade intelectual que auxilia na realização do segundo.
Piaget deixa claro também que a vivencia de regras e de situações
desafiadoras tem forte contribuição para o desenvolvimento infantil. As brincadeiras
devem conter regras de acordo com a faixa etária de cada criança. É importante que
não se exceda e se respeite o tempo de cada criança para que não sejam criados
outros problemas até mesmo de interação. Como por exemplo, crianças de 0 a 12
meses devem ter contato com brincadeiras que estimulem os movimentos, a
coordenação motora e o sistema auditivo, então para eles o ideal é a utilização de
brinquedos com barulhos e objetos que eles possam encaixar além do mais com
diversas cores para instigar os seus sentidos.
Através do olhar de Wallon (2007) “podemos afirmar que a brincadeira
é algo inseparável a infância e pode ter múltiplas manifestações no mundo infantil”.
O autor destaca ainda que a brincadeira se constitua como ferramenta eficaz para o
processo de memorização, socialização, articulação de idéias e espontaneidade.
Neste contexto jogo e brinquedo e si aliam as brincadeiras infantis numa dinâmica
que produz interação social e leva a criança ao desenvolvimento de habilidades.

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WALLON (2007) cita que a partir das brincadeiras e do faz de conta a criança
coloca em prática a imitação e a repetição, este processo leva a memorização de
sentenças complexas e potencializa a aprendizagem. A dinâmica da brincadeira leva
a criança a compreender o mundo com suas regras a través da imitação. O ideal é
que os pais utilizem as brincadeiras também em casa para que os filhos aprendam
de uma forma mais dinâmica o que é certo e o que é errado. A imitação é um
processo contínuo nas brincadeiras infantis e tem efeitos surpreendentes, “Pois,
inicialmente, sua compreensão é apenas uma assimilação do outro a si e de si ao
outro, na qual a imitação desempenha precisamente um grande papel. (...) a
imitação não é qualquer uma, é muito seletiva na criança”.
E neste sentido o autor afirma como a interpretação do mundo e das coisas a
sua volta se dão através da simbologia da brincadeira. Numa sala de aula ou num
pátio onde jogos e brincadeiras são elementos importantes na aprendizagem e no
desenvolvimento biológico da criança.
´´Esse caráter gratuito de obediência às regras do jogo
está longe de ser absoluto definitivo; sua observância pode ter
como efeito suprimir o jogo que elas foram feitas para
alimentar; pois embora seja verdade que sua significação
procede da atividade da qual se tornam guias, elas também
podem, inversamente, contribuir para lhe tirar o caráter da
brincadeira.´´(WALLON, 2007, p. 64)
Já para Vygotsky a imaginação é a regra maior nos jogos e onde as
brincadeiras se realizam. Ele destaca o brincar como situação que leva a criança
pequena ao mundo da imaginação. Este mundo imaginário tem suas próprias, não
funciona como algo nostálgico, mas se configura a partir das tentativas de novas
explorações da mente inovando as práticas sociais infantis.
Neste sentido ele afirma que a criança possui a habilidade e a força de
“transformação criadora das impressões para a formação de uma nova realidade
que responda às exigências e inclinações da própria criança” (VIGOTSKY, 1990,
p.12). Isto tudo leva ás relações interpessoais entre os sujeitos ele o chama de
situações de mediação da cultura e da mente em sistemas de internalizarão de
conhecimentos.

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Negrine (1994) contribui com o nosso diálogo quando aponta que Vigotsky é
de suma importância que ao se vivenciar uma situação brincadeiras, se possas levar
a criança a vivenciar um jogo de regras. Assim o que está no centro do docente não
a força destas regras no que diz respeito à clareza ou quantidade, mas a própria
experiência num processo de evolução em que a criança vá compreendendo o uso
das mesmas.
Froebel (1782-1852) dá uma acentuada importância à criança, a seus
interesses e atividades e valorizam sua liberdade de expressão que pode acontecer
por meios de brincadeiras livres e espontâneas, que segundo ele, devem ser
realizadas em cooperação com os outros, em trabalhos de que todos participem.
Entende que é por meio do brinquedo que a criança adquire a primeira
representação do mundo.
Para os docentes não é fácil entrar mundo de brincadeiras em sala de aula,
quem sabe por medo de perder o controle e o respeito, pois brincadeira sempre foi
vista como algo para a hora do recreio; sala de aula é um lugar de “coisa séria”. Um
dos grandes desafios é tentar se aproximar desse novo paradigma e se abrir e
deixar a criança que está adormecida renascer; reviver essa criança que existe em
cada um.
O brincar consiste em pensar num ensino e numa aprendizagem mais
atraente e mais próximo do real, pois leva a fazer uma ponte entre o real e o
imaginário. Por isso, é importante reconhecer a brincadeira como um método a mais
na sala de aula; devemos sempre tomá-la como um instrumento pedagógico, já que
sabemos que a brincadeira desenvolve os aspectos físicos e sensoriais, além do
desenvolvimento emocional, social e da personalidade da criança, brincar é
aprender.
O brincar, segundo o Referencial Curricular Nacional (MEC/SEC, 1998) é
umas das principais atividades para o desenvolvimento da identidade e da
autonomia de crianças na educação infantil. Através deste ato além de interagir e se
comunicar com um parceiro, desenvolve capacidades importantes como a atenção,
a imitação, a imaginação e a memória. Na brincadeira, a criança amadurece a
capacidade de socialização, na medida em que interage com os pares, compartilha
regras e atua em papéis diferentes. É também através da brincadeira que a criança
satisfaz grande parte de seus interesses e necessidades. Diante disso, a melhor

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maneira de envolver as crianças (alunos) em atividades no contexto escolar, é
através do lúdico (DALLABONA & MENDES, 2004).
Podemos ver que quanto mais a criança brinca, corre, pula, canta, mais
sinapses se forma em seu cérebro, através dessas mudanças físicas seu cérebro
cresce. Essa mudança se realiza a partir da interação da criança com o ambiente,
com outras pessoas, em suas atividades lúdicas e não apenas em conseqüência de
carga genética que são transferidas de pai para filhos.
´Três grandes teorias psicológicas oferecem subsídios para o
estudo do brincar, são elas: sociohistórica (Vygotsky), cognitiva
(Piaget), e psicanalítica (Winnicott). A seguir serão
comentadosalguns pressupostos das teorias mencionadas e
suas relações com o brincar na primeira infância.´´

Na literatura a concepção norteia grande parte das defesas que abordam o


brincar. Um dos pressupostos básicos de Vygotsky, principal autor desta forma,
refere-se ao fato de que “as origens das formas superiores de comportamento
consciente – pensamento, memória, atenção, devem ser achadas nas relações
sociais que o homem mantém´´. Ocorrência ressalta o papel ativo das crianças
durante as relações sociais, o que também ocorre em contexto de brincadeira,
quando os docentes agem sobre o mundo e transformam essas atividades,
constituindo o movimento de um plano interno.
O brincar não pode ser determinado como uma atividade unicamente
prazerosa à criança, uma vez que outras experimentações podem apresentar um
prazer ainda mais vigoroso, dependendo do resultado desta tarefa. A brincadeira,
por sua vez, faz com que a criança tenha um mundo de desejos realizáveis através
da criatividade dela. Com isto, o brinquedo tem um grande avanço, proporciona um
cenário imaginário. Ele desempenha várias funções no desenvolvimento da criança,
como: o preenchimento de suas necessidades, o envolvimento num mundo ilusório,
o desenvolvimento de sua esfera cognitiva e o fornecimento de um estágio de
transição entre o pensamento e o objeto real. (VYGOTSKY, 1998)
Ademais, Vygotsky (1998) entende que a brincadeira cria lugares de avanço
próximo, que se refere à distância entre o nível de desenvolvimento real (capacidade
da criança de resolver um problema sem ajuda) e o nível de desenvolvimento
potencial (capacidade de resolução de um problema sob a orientação de um adulto
ou em colaboração com outro companheiro). Para o autor, “o brincar cria ganhos

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qualitativos no desenvolvimento infantil e, neste sentido, a brincadeira aparece como
um caminho de transformação para níveis mais altos de desenvolvimento cognitivo
da criança”.
Nesta mesma perspectiva, o brincar é estabelecido como uma maneira de
desempenhar e assimilar o mundo. As crianças, neste contexto, estabelecem
relações e representações, o que traz vantagens sociais, cognitivas e afetivas na
medida em que elas “descobrem” seu mundo habitual. “O brincar também é definido
como uma atividade espontânea e prazerosa da criança, a qual se caracteriza pelo
entretenimento, ludicidade e atividade mental”. (WAJSKOP, 1995) Quando brincam
juntas, as crianças criam deduções, estimula a imaginação, constroem relações e
elaboram regras de convivência. A brincadeira mesmo sendo não estruturada,
possui regras que demonstram o comportamento das crianças em alguns momentos
de sua vida. E “essas regras, criadas entre os alunos, podem, inclusive, caracterizar
brincadeiras de meninos e de meninas”. (CORDAZZO & VIEIRA, 2008) Esse fato
pode ser evidenciado em um estudo realizado com 213 crianças em idade escolar,
as quais foram entrevistadas em sala de aula e observadas durante o período do
recreio. “Nas entrevistas foi constatado que os meninos tendem a estereotipar mais
brincadeiras do que as meninas”. (CORDAZZO & VIEIRA, 2008).
A teoria cognitiva tem com um dos seus principais autores, o biólogo Piaget.
Os estudos do autor estão voltados, sobretudo, ao desenvolvimento cognitivo.
Piaget não discute a brincadeira em si, embora esta seja dotada de grande
consistência. Em sua teoria, a brincadeira não recebe um conceito específico, sendo
entendida enquanto ação assimiladora e aparecendo como forma de expressão de
conduta, que é dotada tanto de características diferenciadas como espontâneas.
Para Piaget, quando a criança brinca, ela associa o mundo da sua maneira,
não havendo compromisso com a realidade. A comunicação com o objeto independe
da natureza do brincar, mas sim da função que a criança lhe atribui (jogo simbólico).
Inicialmente, o jogo se apresenta de maneira solitária, evoluindo para o estágio da
representação de papéis, como por exemplo, o brincar de enfermeira, de casinha, de
jogador de futebol. O brinquedo e o ato de brincar, nesta perspectiva, constituem-se
em elos importantes na construção do conhecimento, neste instante, o docente
através da simbolização assimila a sua realidade.

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A opinião psicanalítica, o brincar é remetido a questões de ordem
inconsciente, sendo considerada, inclusive, uma forma de intervenção clínica no
trabalho cognitivo das crianças. De maneira geral, para a psicanálise o brincar é
entendido como uma forma de expressão, de fala, da criança, que consegue, ao
brincar, manifestar questões inconscientes, que ainda não podem ser expressas em
palavras. Freud, o pai da psicanálise, já dizia que a criança brinca ativamente com
aquilo que ela vive passivamente. Com isso, a interpretação do brincar da criança é
importante, o que pode, por exemplo, revelar uma ansiedade de separação, típica da
infância, o que irá embasar a intervenção clínica. “Por isso, para a psicanálise, o
brincar é um favorável da comunicação, propiciando experiências inéditas de
desintegração e integração do paciente”. (FRANCO, 2003).
Um dos autores dessa teoria foi Winnicott, que assim como outros
psicanalistas importantes como Freud, Lacan, Mannoni e Dolto, era médico, e se
interessou, logo no início da carreira, pela pediatria. Segundo Winnicott o jogo e a
brincadeira são atos livres e criativos que emanam do sujeito e não da sociedade,
através de regras estabelecidas ou de uma organização. Para o autor, o ser humano
deve descobrir um lugar para operar no mundo, o qual é propiciado pelas primeiras
experiências. Esse lugar, que ele chama de espaço potencial, é o espaço do
imaginário, do jogo, o qual é preenchido, num primeiro momento, por um objeto
transição (objeto que não é nem a criança nem a mãe, que surge de uma falta entre
a criança e a mãe, que é escolhido e conservado pela criança). Encontra-se de um
espaço propriamente criativo e imaginário, no qual a criança utiliza todos os recursos
disponíveis em sua personalidade, algo que só pode acontecer no ambiente da
brincadeira. Para Winnicott, “neste contexto é possível a manifestação de todas as
partes do eu, não apenas do paciente, mas do analista também“.(FRANCO, 2003)
Nesse sentido, na visão do autor, o brincar na sessão terapêutica proporcionar o
encontro do outro e o encontro de si mesmo.
O educador precisa dar prioridade para o lúdico em sua prática pedagógica,
valorizando a liberdade de aprender de forma mais simples e eficiente: a brincadeira,
para chegar a esta meta, ele deve conscientizar-se de que necessita realizar
estudos e pesquisas sobre temas relativos à aprendizagem, buscar e experimentar
novas estratégias de ensino que atendam de forma adequada à necessidade de
formação do aluno.

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O pedagogo, como principal responsável pela organização das situações de
aprendizagem, deve saber o valor da brincadeira para o desenvolvimento do aluno.
Cabe a ele oferecer um espaço que mescle brincadeira com as aulas cotidianas, um
ambiente favorável à aprendizagem escolar e que proporcione alegria, prazer,
movimento e solidariedade no ato de brincar. Ele não precisa ensinar a criança a
brincar, pois este é um ato que acontece espontaneamente, mas sim planejar e
organizar situações para que as brincadeiras ocorram de maneira diversificada,
propiciando às crianças a possibilidade de escolher os temas, papéis, objetos e
companheiros com quem brincar.

METODOLOGIA

DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O TEMA ESCOLHIDO FOI “A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO AUXILIANDO A


FORMAÇÃO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS”.
Serão trabalhados conteúdos de raciocínio lógico e de socialização, o
desenvolvimento será em etapas onde cada dia será trabalhado uma atividade
diferente, onde os recursos utilizados no projeto serão recursos humanos e jogos
diversos.
Neste projeto a metodologia ativa utilizada é a ABP – Aprendizagem Baseada
em Projetos, onde cada dia será trabalhado um tipo de atividade lúdica com as
crianças.

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Nos dias de desenvolvimento do projeto, a professora iniciará a rotina de sala


de aula com atividades diferentes dos habituais, como: rodinha de conversa, oração,
música e outra que possa deixar as crianças mais à vontade.
Serão realizados três jogos:

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1ª aula

A professora iniciará a aula com uma oração compartilhada, onde ela


pronuncia as palavras e as crianças repetem.
Prosseguindo, ela explicará a atividade às crianças, com uma linguagem
simples, para que a compreendam.
A atividade escolhida para este dia é: O último Pega
A formação se fará com alunos em quartetos, espalhados pelo espaço
destinado à atividade pátio interno da escola.
O desenvolvimento é o seguinte: um dos alunos toca nas mãos estendidas
dos outros colegas e o último a levar palmada sai correndo, tentando pegar o colega
que o tocou.
Depois, troca-se o aluno responsável por tocar nas mãos dos colegas.
Essa atividade trabalha a atenção, a agilidade e outros tipos de coordenação
motora.

2ª Aula

Neste dia, a professora iniciará a aula, com a música “O pião entrou na roda”
em forma de roda.
Em continuidade à aula, a professora explicará detalhadamente a atividade e
a ilustrará com alguns alunos.
Para a segunda aula, a atividade escolhida será: Leva e Traz
A formação para a brincadeira será com alunos divididos em 3 ou 4 grupos e
colocados em filas, como colunas, espalhados pelo espaço destinado à atividade
(quadra); uma bola equilibrada sobre um cone em frente a cada coluna.
O desenvolvimento será da seguinte forma: os primeiros alunos de cada
coluna devem buscar a bola no cone e entregá-la ao segundo aluno da mesma
coluna. Este deve levar a bola novamente até o cone e assim sucessivamente, até o
último aluno da coluna.
Vence a fila/coluna que primeiro encerrar a corrida.

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3ª Aula

O início da terceira aula será com uma rodinha de conversa e a professora


fará perguntas que estimulem as crianças a falarem suas percepções sobre o
mundo que as cerca, por exemplo, a escassez de água, o que elas fizeram durante
o tempo em que estavam em casa e outras.
Em continuidade, a professora explicará a brincadeira, para que os alunos
possam realizá-la.
A atividade será:Saindo Corretamente-1
A formação será: alunos em pé, enfileirados sobre uma linha da quadra.
O professor explicará aos alunos as vozes de comando para a posição de
partida da corrida de velocidade.
Em seguida, sem sair do lugar, cada aluno treina um pouco: coloca um joelho
no chão eleva o quadril e corre.
Haverá uma linha de chegada, e essa corrida consiste em quando o colega
da frente chegar à linha final, o próximo iniciará uma corrida. Quando os alunos
estiverem alcançarem a linha de chegada, deverão encher um balão até que este
estoure.
Vencerá a equipe que chegar primeiro e estourar o balão final.
As três atividades lúdicas escolhidas envolvem a atividade física e algum
recurso concreto: mão, bola e balão. Essas atividades se constituem em lúdicas e
serão realizadas em espaços diferentes.

CRONOGRAMA

O Projeto de Ensino terá a duração de três dias, sendo 4 horas por dia,
totalizando 12 horas, em que cada uma das atividades será desenvolvida.

DIAS DA ATIVIDADES
SEMANA

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SEGUNDA No primeiro dia será trabalhado a brincadeira “o
FEIRA último pega”, essa brincadeira tem como objetivo Essa
atividade trabalha a atenção, a agilidade e outros tipos de
coordenação motora.
TERÇA Na segunda aula será trabalhado a brincadeira “leva
FEIRA e traz” onde a brincadeira será realizada na quadra
trabalhando a atividade física, os alunos serão divididos
em duas filas onde o primeiro deve correr até a cone,
pegar a bola e entregar ao próximo da fila.
QUARTA Nessa aula as crianças irão estimular mais uma vez
FEIRA a atividade física, será trabalhado a brincadeira “saindo
corretamente”, e essa corrida consiste em quando o colega
da frente chegar à linha final, o próximo iniciará uma
corrida. Quando os alunos estiverem alcançarem a linha
de chegada, deverão encher um balão até que este
estoure.

RECURSOS

Recursos humanos
- Professora
- Crianças da Educação Infantil.

Recursos materiais
- Aparelho de som
- Cones
- Bolas
- Balões.

AVALIAÇÃO

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A relevância do tema para enriquecimento do meu aprendizado se deu a
partir das disciplinas que enfocaram o recurso lúdico como necessário à
aprendizagem infantil.
O Projeto de conclusão de curso vem a aprimorar os conhecimentos
acadêmicos na área da pesquisa e a intensificar os estudos sobre o tema
apresentado, neste caso, os recursos lúdicos.Assim, a avaliação será de forma
contínua.
Portanto, as crianças serão avaliadas de acordo com o desenvolvimento nas
atividades lúdicas, levando em consideração as atividades propostas e
aprendizagem.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse trabalho, busquei aprofundar meus conhecimentos sobre o brincar na


educação infantil e comecei essa jornada falando sobre que o brincar é uma forma
que as crianças têm de experimentar o mundo dos adultos. Foi possível perceber
que o brincar surge desde que nascemos, e que aprendemos as regras da vida
brincando.
O brincar promove um ambiente escolar bem harmonizado entre o fazer
pedagogia e a aprendizagem infantil, pois organiza o processo de ensino e
aprendizagem em uma rotina mais prazerosa. Para Santos (1997) brincar é a forma
mais perfeita para perceber a criança e estimular o que ela precisa aprender e se
desenvolver.
Ter um bom espaço para que as crianças possam brincar é fundamental,
posso dizer que a criança que teve liberdade para brincar, se expressar será um
adulto bem sucedido, pois é brincando que se aprende a respeitar regras, enfrentar
desafios.
O brincar nos revela os jeitos que as crianças utilizam para organizar as
brincadeiras, os jogos, os brinquedos são os mesmos que ela utiliza para lidar como
o conhecimento. Nesse ponto de vista pude concluir que é fundamental esse
entendimento a fim de que o psicopedagogo possa identificar e intervir
positivamente nas dificuldades da criança.
Cabe também as escolas proporcionarem aos seus pedagogos um
ambiente rico para que os mesmos possam realizar suas atividades. Pois ao brincar
as crianças aumentam a sua independência, valorizam a cultura popular,
desenvolvem agressividade, exercitam a imaginação, assim elas têm um
desenvolvimento sadio.
Aos professores cabe permitir a ligação entre o brincar e o trabalho
pedagógico, pois aprender brincando não se resume apenas em passar os
conteúdos, mas sim mostrar o que o brincar pode lhe ensinar.
Finalizo este trabalho com a certeza que pra mim não mudará de que o
brincar, independentemente do local escolhido, dos brinquedos disponíveis e de
quem o pratica, sempre será positivo, trará benefícios e sempre gerará aprendizado,
tanto como atividade dirigida quanto livre.

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Encerro este trabalho coma frase de Vygotsky, porque acredito que o brincar
é o principal meio de aprendizagem da criança.
“É no brinquedo que a criança aprende a agir numa
esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa,
dependendo das motivações e tendências internas, e
não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos
externos. ´´ Vygotsky (1998, p. 126)

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação


Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil /
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. —
Brasília: MEC/SEF, 1998.

CORDAZZO, S. T. D.; VIEIRA, M. L. A brincadeira e suas implicações nos


processos de aprendizagem e de desenvolvimento. Estudos e pesquisas em
Psicologia. Rio de Janeiro, ano 7, n. 1, p. 89-101, jan/julho. 2007.

FRANCO, S. G. O brincar e a experiência analítica. Ágora v. 6, n. 1, p. 45-59,


jan/jun 2003.

Fonte:http://acervo.novaescola.org.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/brincar-
importante-criancas-pequenas-612994.shtml

Fonte:http://webartigos.com/artigos/jogos-brinquedo-e-brincadeiras-na-educacao-
infantil-sobe-o-olhar-de-piaget-vigotsky-e-wallon/127257

Freie, João Batista. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Scipione.1997.

MACHADO, Marina Marcondes. O brinquedo-sucata e a criança. São Paulo:


Loyola, 1994. 5ª edição.

POLETTO, R. C. A ludicidade da criança e sua relação com o contexto


familiar. Psicologia em Estudo. Maringá, v. 10, n. 1, p. 67-75, jan./abr. 2005

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos


psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. O lúdico na formação do educador. 5 ed. Vozes,
Petrópolis, 2002.

WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola. 7. ed- São Paulo: Cortez, 2007.

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