ENEM - Políticas Públicas e Cidadania
ENEM - Políticas Públicas e Cidadania
ENEM - Políticas Públicas e Cidadania
A partir da leitura dos textos motivadores a seguir e com base em seus conhecimentos e reflexões, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre o tema A
importância da conscientização política da população brasileira para o exercício da cidadania apresentando
proposta de intervenção para o problema levantado. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para a defesa do seu ponto de vista.
TEXTO I
A política determina o preço do feijão e do arroz, da gasolina ou da passagem de ônibus, a quantidade de vagas na
creche do bairro, o tamanho da fila do posto de saúde, o destino do lixo ou mesmo as relações de trabalho. [...]
Participar ativamente dela é, portanto, atuar no presente para colaborar na criação do futuro coletivo.
Então, além de participar das eleições, votando a cada dois anos, o que mais é possível fazer?
“Há diferentes maneiras de participar da vida pública a depender da fase da sua vida, seus interesses e
disponibilidade de tempo”, afirma o professor de administração pública da Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), Dr. Luiz Filipe Goldfeder Reinecke, que é também líder do Centro de Investigação em Governo Aberto e
Transparência (CIGAT) e membro da Rede Brasileira de Conselhos (RBDC).
Segundo o professor, a Constituição brasileira possui mais de trinta artigos que citam a questão da participação e
que criaram as chamadas instituições participativas ou canais institucionais de participação. São eles: os conselhos, as
audiências públicas, as conferências, as ouvidorias, o orçamento participativo, e, mais recentemente, os conselhos de
usuários.
Para Luiz Filipe, “há vários espaços que são criados e que podemos participar enquanto cidadãos, via organizações
da sociedade civil ou individualmente, podendo questionar, trazer soluções e sugestões para que se construam políticas
públicas mais plurais e acertadas, mais próximas de atenderem as necessidades da sociedade”.
Ele afirma ainda que esses espaços de opinião, crítica e fiscalização são conquistas sociais que oxigenam a
democracia, pois renovam, fortalecem, aprimoram e expandem esse sistema político baseado na soberania popular.
Texto adaptado. https://revistacasacomum.com.br/para-alem-das-eleicoes-a-participacao-para-a-construcao-coletiva-do-bem-comum-nos-territorios/
TEXTO II
Políticas públicas são um conjunto de processos (ações, programas, medidas e iniciativas) criados pelos governos,
sejam eles nacionais, estaduais ou municipais, com a participação de entes públicos ou privados para assegurar
determinado direito da população.
Vale dizer que esse direito pode beneficiar diversos grupos de uma sociedade ou uma parcela específica.
As ações podem contemplar áreas como saúde, educação, meio ambiente, segurança, entre outras.
Via de regra, as políticas de interesse público têm como objetivo garantir à população os direitos previstos na
Constituição Federal.
Por exemplo, no texto da Carta Magna, está escrito que educação, saúde, trabalho, previdência social, lazer,
segurança, entre outras questões são prerrogativas fundamentais asseguradas por lei.
Ou seja, cabe às lideranças desenvolverem políticas públicas que façam com que esses direitos sejam respeitados.
Outro ponto importante é entender que o conceito de “público” em políticas públicas não se refere ao governo,
mas sim ao interesse público, ou seja, de toda a sociedade.
Em uma visão simplista, os líderes eleitos democraticamente são os responsáveis por promover as políticas de
interesse público.
Afinal, entre as inúmeras promessas de campanha, a implementação de políticas está entre as principais.
Nesse sentido, cabe ao Poder Legislativo (vereadores, deputados e senadores) definir as políticas, e ao Poder
Executivo (prefeitos, governadores e presidente), colocar essas pautas em prática.
Ainda dentro desse contexto, existe o funcionalismo público, responsável por entregar subsídios para que as
lideranças possam tomar decisões mais acertadas na implementação de seus projetos.
E a população em geral, será que não tem participação nas políticas de interesse público?
Tem, sim, e com uma importância bem grande.
A sociedade civil tem o papel de acompanhar e fiscalizar todo o processo de implementação desses projetos.
Além do mais, é a partir de nós, cidadãos, que surgem a maioria das demandas e propostas.
Também existem situações em que a participação da sociedade na criação, acompanhamento e fiscalização das
políticas é garantida por lei.
É o caso, por exemplo, de algumas políticas educacionais e da área da saúde, onde os conselhos municipais,
estaduais e regionais têm voz ativa ao longo do processo.
Muitas vezes, as demandas da sociedade são apresentadas às autoridades por meio de sindicatos, associações
patronais e outras entidades, como ONGs, por exemplo.
https://fia.com.br/blog/politicas-publicas/
TEXTO III
Interesse aumenta de acordo com a renda
O interesse pelas eleições aumenta junto com a renda dos eleitores, segundo a pesquisa. O percentual de eleitores
que ganham mais de cinco salários mínimos e disseram estar muito interessados é de 52%. Somando o que têm
interesse médio (27%), o total chega a 79%.
Já entre os que ganham até um 1 salário mínimo, apenas 37% dizem estar muito interessados, e 26% têm interesse
médio, o que soma 63%.
A pesquisa ouviu 2.512 pessoas entre 9 e 11 de setembro em 158 municípios. A margem de erro é de dois pontos
percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01390/2022.
https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2022/pesquisa-eleitoral/noticia/2022/09/13/ipec-2-em-cada-3-brasileiros-dizem-estar-interessados-nas-eleicoes-de-outubro.ghtml
TEXTO IV
Cidadania é um conceito que se refere à condição de pertencimento de uma pessoa à comunidade de um país.
A consequência desse pertencimento são os direitos e deveres civis, políticos e sociais, que são assegurados ao
cidadão pela Constituição Federal.
Pense em um estrangeiro que adquiriu a cidadania brasileira, por exemplo. O título não implica na obrigação de se
adquirir hábitos dos brasileiros, mas sim de ter os mesmos direitos e deveres do cidadão que nasceu no Brasil perante a
lei. Há também a cidadania como aquilo que falamos na abertura do texto: a consciência do seu papel no todo. Pratica
um ato de cidadão aquele que exerce uma participação ativa em sua comunidade, visando promover o bem comum.
[...]
Não se configuram cidadania atos que privilegiam o interesse de determinado grupo, seja étnico, religioso,
político, cultural e outros, às custas do bem-estar dos demais. Pois a origem da cidadania e de um ato cidadão respeita a
coletividade em geral, sem discriminação e independentemente de suas demais dimensões sociais.
https://fia.com.br/blog/cidadania/