Aula 10 Unidade 3
Aula 10 Unidade 3
Aula 10 Unidade 3
Conteúdo
1 Ondas Mecânicas 1
1.1 Ondas Transversais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Ondas Longitudinais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Ondas Harmônicas 2
3 Ondas Estacionárias 3
4 Ondas Sonoras 3
4.1 Intensidade de Uma Onda Sonora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
4.2 A Voz Humana . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1 Ondas Mecânicas
Uma onda mecânica é uma oscilação da matéria produzida em meios que possuam elasticidade e inércia
e, portanto, transfere energia através de um meio. Embora ondas podem mover-se ao longo de grandes
distâncias, o movimento do meio de transmissão, o material, é limitado - ou seja, o material em oscilação não
se move para longe da sua posição inicial de equilı́brio. Além disso, ondas mecânicas transportam energia, a
qual se propaga no mesmo sentido que a onda. Qualquer tipo de onda (mecânica ou eletromagnética) tem
uma dada energia.
Uma onda mecânica requer uma entrada inicial de energia. Uma vez que é adicionado essa energia
inicial, a onda viaja através do médio até que toda a sua energia seja transferida. Em contraste, as ondas
eletromagnéticas requerem nenhum meio, mas ainda pode viajar através de um, como é o caso da luz que se
propaga no vácuo, mas também viaja na água.
Uma importante propriedade de ondas mecânicas é que suas amplitudes são medidas de uma maneira
incomum, dada pelo deslocamento dividido pelo comprimento de onda. Quando esta amplitude aproxima-
se de 1, efeitos não lineares efeitos significativos, tais como a geração de harmônicos podem ocorrer e, se
for suficientemente grande, pode resultar em efeitos caóticos. Por exemplo, as ondas na superfı́cie da água
quebram quando esta amplitude adimensional excede 1, resultando numa espuma na superfı́cie e numa
mistura turbulenta. Alguns dos exemplos mais comuns de ondas mecânicas são ondas água, ondas de som e
ondas sı́smicas.
Por transportarem energia, as ondas são muito importantes e utilizadas em tratamentos de saúde, ob-
servação interna de organismos e em pesquisas de um modo geral, com grande aplicação em áreas como
medicina, odontologia e biologia. A grande diversidade de aplicações deve-se ao vasto espectro de compri-
mentos de onda, podendo ser utilizadas também como meio de comunicação entre as espécies, ou ainda para
segurança por meio de detecção de possı́veis predadores e em casos mais desenvolvidos algumas espécies usam
ondas para sua geolocalização.
Existem três tipos de ondas mecânicas: ondas transversais, ondas longitudinais, e as ondas de superfı́cie.
1
partes - crista e vale, sendo a primeira o ponto de máxima amplitude da onda e a segunda o ponto de mı́nima
amplitude. A distância entre dois pontos consecutivos de crista (ou vale) define o comprimento de onda, λ.
Exemplos de ondas transversais são as ondas produzidas em cordas. A luz também é caracterizada por
ser uma onda transversal, contudo, nesse caso temos uma onda eletromagnética.
2 Ondas Harmônicas
Muitas vezes uma onda mecânica pode se descrita por meio de uma onda harmônica, ou seja, uma onda
cuja propagação espacial e amplitude de oscilação é descrita por uma função periódica, na forma de um seno
ou um cosseno. Assim, uma onda se propagando com uma velocidade v na direção x, com amplitude A0 e
frequência ν será representada por
Exemplo: Enquanto boiando em um barco no oceano, você vê cristas separadas por 14 m e com 3,6
m de altura. O barco leva 1,5 s para cruzar um vale e uma crista da onda. Qual a velocidade da onda?
Resolução: O tempo decorrido entre um vale e uma crista é metade do perı́odo, assim o perı́odo de
propagação da onda é τ = 3 s. O comprimento de onda é λ = 14 m, assim a velocidade será
λ 14
v= = = 4, 7m/s.
τ 3
Como dito anteriormente, toda onda mecânica contém energia e quando se desloca está transportando
energia na direção de seu movimento, por meio do movimento do meio no qual a onda está se propagando.
De modo geral, no caso de uma corda de comprimento L, a energia de uma onda harmônica propagando-se
nessa corda é proporcional ao quadrado de sua amplitude, ou seja,
1
E= µL(ωA0 )2 , (3)
2
onde µ é a densidade linear da corda.
Já a potência associada à uma onda senoidal harmônica, é definida como a taxa de variação de energia
dessa onda no tempo P = ∆E/∆t,
1 ∆L 1
P = µ(ωA0 )2 ≡ µ(ωA0 )2 v, (4)
2 ∆t 2
onde v é a velocidade de propagação da onda na corda.
O transporte de energia pela onda progressiva também pode ser descrito em termos da intensidade da
onda, definida como a taxa média de energia por unidade de área normal à direção de propagação da onda
mecânica.
2
Exemplo: Uma mangueira de jardim tem densidade linear mu = 0, 44 kg/m. Uma criança a puxa
com uma força de 12 N. A partir daı́ ela passa a chacoalhar a mangueira de um lado para o outro, dando
origem a uma onda com amplitude de 25 cm com 2 ciclos por segundo. Qual a potência fornecida à
mangueira pela criança durante o movimento?
Resolução: Primeiramente precisamos determinar a frequência angular e a velocidade de propagação
da onda. A frequência angular será ω = 2πν, onde ν é a frequência. Como a criança mexe a mangueira
à 2 ciclos por segundo, ν = 2 Hz, assim
3 Ondas Estacionárias
Ondas estacionárias são ondas de amplitude variável e nodos fixos, resultante da superposição de ondas
que se propagam em uma mesma direção porém com sentidos opostos. A superposição dessas ondas, leva
à interferência entre elas gerando uma configuração estacionária de vibração - ou seja, não há propagação
da onda. Exemplos desse tipo de onda, são ondas em cordas presas em suas extremidades, ondas em tubos
abertos ou fechados.
No caso de ondas em tubos, uma onda estacionária longitudinal pode ser dada por uma onda sonora, a
qual sempre apresentará máxima amplitude nas extremidades abertas do tubo, como mostra a figura 1, e
mı́nima amplitude (nodos) se a extremidade do tubo for fechada.
O modelo de onda estacionária mostrado na figura, é o mesmo que o de ondas estacionárias transversais
produzidas em uma corda com suas extremidades soltas. Como podemos notar, o comprimento de onda
é determinado pelo comprimento do tubo e, para o mesmo tubo, podemos ter mais que uma configuração
de onda estacionária. Cada configuração é conhecida como harmônico, cuja principal caracterı́stica está na
variação de sua frequência, uma vez que a velocidade de propagação da onda não é alterada nem o tamanho
do tubo. Assim, podemos obter uma relação para o comprimento de onda de cada harmônico no tubo como
2L
λn = , (5)
n
onde, n = 1, 2, 3, · · · e L é o tamanho do tubo. Sabendo a velocidade de propagação da onda no meio,
podemos facilmente determinar a frequência de oscilação da onda.
No caso de ondas em cordas presas nas nas duas extremidades o comportamento é bastante similar e
também temos o aparecimento de harmônicos com a mesma relação de comprimentos de onda. Temos ainda
o caso em que uma das extremidade do tubo ou da corda está aberta e a outra fechada, nos levando à seguinte
relação para os comprimentos de onda
4L
λn = , (6)
n
Nesse caso só temos o aparecimento de harmônicos ı́mpares, ou seja, n = 1, 3, 5, · · · .
4 Ondas Sonoras
Esse tipo de noção sobre ondas estacionárias é muito útil do ponto de vista de ondas em instrumentos
musicais. No caso dos instrumentos de corda, temos uma configuração na qual as cordas vibram de forma
3
Figura 1: Ondas em tubos com extremidades abertas, mostrando os harmônicos.
estacionária presas pelas duas extremidades, cuja frequência (comprimento de onda) é definida pelo com-
primento da corda e por caracterı́sticas da corda como sua densidade linear de massa e a tensão aplicada
à corda. No caso de ondas sonoras, a frequência de oscilação encontra-se em um regime limitado no qual
nossos ouvidos são capazes de percebê-las.
As ondas sonoras nada mais são que ondas que se propagam no ar, por meio de compressões e rarefações,
as quais excitam nossos ouvidos. Essa excitação é feita por meio da vibração de uma membrana nos ouvidos
chamada de tı́mpano, que por sua vez coloca pequenos ossos (estribo, bigorna e martelo - ver figura 2) em
movimento. As ondas sonoras, após atingir a orelha, são encaminhadas para o interior do canal auditivo,
local onde está localizada uma fina membrana que é chamada de tı́mpano. O tı́mpano é muito delicado e
sensı́vel, de modo que pequenas variações de pressão são capazes de colocá-lo em estado de vibração. Essas
vibrações são transmitidas a um conjunto de três pequenos ossos denominados de martelo, bigorna e estribo.
As vibrações passam primeiro pelo martelo, que ao entrar em vibração aciona a bigorna e este finalmente
faz o estribo vibrar. Durante esse processo as vibrações são ampliadas de forma que o ouvido passa a ter
capacidade de perceber sons de intensidades muito baixas.
Após serem ampliadas, as vibrações alcançam o ouvido interno, o qual possui forma de um caracol. Dentro
dessa pequena estrutura existem pequenos pelos e um lı́quido que facilita a propagação do som. Após passar
por essa estrutura, as ondas sonoras estimulam células nervosas que enviam, através de um nervo auditivo,
os sinais ao cérebro humano. Já no cérebro esses sinais sofrem inúmeras modificações, que no final faz com
que o ser humano tenha a percepção do som.
Quanto maior a frequência mais agudo será o som que percebemos e quanto menor for a frequência de
vibração da onda, mais grave será esse som. Temos que no caso de ondas numa corda, a frequência de
vibração dessa corda, ou a frequência da onda sonora, pode ser determinada como
s
n F
νn = . (7)
2L µ
onde n = 1, 2, 3, · · · , representam os harmônicos. Ou seja, uma corda de tamanho L pode vibrar em
4
Figura 2: Ouvido humano.
5
Figura 3: Limites da audição humana
Cada pessoa possui um timbre especı́fico, determinado pelos harmônicos que sua voz contém. É a partir
desse timbre que podemos diferenciar os diferentes tipos de voz. Algumas pessoa são capazes de alterar suas
próprias vozes para imitar o timbre de outras pessoas, para isso modulam suas cavidades orais e maneira de
falar.