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Artigo Canada Paiva

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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO

Graduação em Nutrição

Cananda
Maria Eduarda Lins

EFEITOS PSICOLÓGICOS E METABÓLICOS DA RESTRIÇÃO ALIMENTAR:


No tratamento da obesidade.

Salvador
2024
Cananda
Maria Eduarda Lins

EFEITOS PSICOLÓGICOS E METABÓLICOS DA RESTRIÇÃO ALIMENTAR:


No tratamento da obesidade.

“Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


curso de Nutrição do Centro Universitário Jorge
Amado como requisito parcial para obtenção do titúlo
de Bcharel em Nutrição”

Orientador (a): Profa. LAÍS ELOY.

Salvador
2024
RESUMO

A obesidade é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura


corporal, que pode ter impactos adversos na saúde. É uma doença multifatorial que
requer abordagens complexas para tratamento, incluindo restrição alimentar. Neste
sentido, o presente artigo visa examinar os efeitos psicológicos e metabólicos da
restrição alimentar como estratégia de tratamento para obesidade, oferecendo uma
visão abrangente dos benefícios e riscos associados. Uma revisão da literatura foi
realizada utilizando bases de dados eletrônicas, incluindo PubMed, Scopus e
PsycINFO, com critérios de inclusão específicos para estudos que investigam os
efeitos da restrição alimentar em pacientes com obesidade, tanto em termos de
resultados psicológicos quanto metabólicos. Embora a restrição alimentar possa
resultar em perda de peso inicial, seus efeitos psicológicos e metabólicos negativos
destacam a necessidade de abordagens mais holísticas e sustentáveis no tratamento
da obesidade. Estratégias que promovam uma relação saudável com a comida, como
uma dieta equilibrada, atividade física regular e suporte emocional, são essenciais
para garantir resultados duradouros e a saúde geral dos pacientes com obesidade.

Palavras Chaves: Obesidade restrição alimentar e efeitos psicológicos.

ABSTRACT

Obesity is a medical condition characterized by excessive accumulation of body fat,


which can have adverse impacts on health. It is a multifactorial disease that requires
complex approaches to treatment, including dietary restriction. In this sense, this article
aims to examine the psychological and metabolic effects of dietary restriction as a
treatment strategy for obesity, offering a comprehensive view of the associated benefits
and risks. A systematic review was carried out using electronic databases, including
PubMed, Scopus and PsycINFO, with specific inclusion criteria for studies investigating
the effects of dietary restriction in patients with obesity, both in terms of psychological
and metabolic outcomes. Although dietary restriction may result in initial weight loss,
its negative psychological and metabolic effects highlight the need for more holistic and
sustainable approaches to treating obesity. Strategies that promote a healthy
relationship with food, such as a balanced diet, regular physical activity and emotional
support, are essential to ensure lasting results and the general health of patients with
obesity.

Keywords: Obesity. Food restriction. Psychological effects

SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO---------------------------------------------------------------------------------04

2.0 EMBASAMENTO TEORICO---------------------------------------------------------------07

2.1 Restrição alimentar: Conceitos e fatores relacionados------------------------------07

2.2 Transtornos alimentares---------------------------------------------------------------------08

2.3 Aspectos psicológicos na obesidade----------------------------------------------------11

2.4 Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes---------------------12

2.5 Eefeitos psicológicos da restrição alimentar--------------------------------------------13

2.6 Fatores de risco associados à restrição alimentar------------------------------------16

2.7 Efeitos metabolicos da restrição alimentar----------------------------------------------16

2.8 Efeitos da restrição alimentar no transtorno de compulsão alimentar-----------17

2.9 O tratamento é indispensável---------------------------------------------------------------19

RESULTADOS E DISCUSSÕES-----------------------------------------------------------------19

CRONOGRAMA---------------------------------------------------------------------------------------19

3.0 CONCLUSÃO------------------------------------------------------------------------------------21

REFERÊNCIAS--------------------------------------------------------------------------------------22

APÊNDICE A-----------------------------------------------------------------------------------------24

APÊNDICE B------------------------------------------------------------------------------------------25

APÊNDICE C------------------------------------------------------------------------------------------26
4

1.0 INTRODUÇÃO

Este artigo traz como tema efeitos psicológicos e metabólicos da restrição


alimentar: no tratamento da obesidade.

Pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS,2006), obesidade é o


excesso de gordura corporal, em quantidade que determine prejuízos à saúde. Uma
pessoa é considerada obesa quando seu Índice de Massa Corporal (IMC) é maior ou
igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 18,5 e 24,9 kg/m2. Os indivíduos
que possuem IMC entre 25 e 29,9 kg/m2 são diagnosticados com sobrepeso e já
podem ter alguns prejuízos com o excesso de gordura.

A prevalência da obesidade tem crescido rapidamente e representa um dos


principais desafios de saúde pública neste início de século. Suas complicações
incluem o diabetes mellitus tipo 2, a hipercolesterolemia, a hipertensão arterial,
doenças cardiovasculares, apneia do sono, problemas psicossociais, doenças
ortopédicas e diversos tipos de câncer (Coutinho, 2007).

Devido à sua etiologia multifatorial é difícil mensurar a força de cada uma das
variáveis envolvidas no processo do ganho excessivo de peso. Entre elas, destaca-se
a influência dos fatores socioculturais que impõem um padrão de beleza esbelto em
que as mulheres, especialmente, vivem de acordo com a tirania da moda, contrariando
suas necessidades nutricionais. Controlar a ingestão alimentar por meio de dietas
restritivas e tornar crônico esse comportamento devido à pressão sociocultural, que
impõe padrões corporais cada vez mais magros, são atitudes possivelmente
desencadeadoras de transtornos alimentares (Herscovici, 1997).

A Teoria Social Cognitiva de Bandura oferece uma estrutura útil para entender
a associação entre obesidade e comportamento humano. Segundo essa teoria, o
comportamento humano é influenciado por interações complexas entre fatores
ambientais, cognitivos e comportamentais. Para iniciar um processo de mudanças no
comportamento alimentar e na atividade física necessita-se de processos ativos nos
quais as pessoas têm de se esforçar, consciente e consideravelmente, a fim de mudar
antigos hábitos. O comportamento alimentar envolve o apetite (sensação de fome e
saciedade), os estados motivacionais e a necessidade de ingestão energética
(processos fisiológicos e metabólicos), coordenados pela atividade dos sistemas
nervosos periférico e central (vias neurais e receptores) (Coutinho W, 1998).

Percebe-se que a normalização das dietas restritivas tem sido relacionada a um


estilo de vida saudável. Diariamente surgem novas dietas da moda que prometem
resultados incríveis, como a low carb, dieta dos pontos, jejum intermitente,
ortomolecular, cetogenica e várias outras. Algumas das dietas citadas, de fato, se bem
elaboradas, com acompanhamento profissional adequado e por um período de tempo
estipulado, podem sim funcionar e levar a resultados satisfatórios. Porém, nesse meio
existem variáveis que decidem o fracasso ou sucesso da dieta. É importante entender
que o organismo de cada paciente é diferente, bem como sua capacidade psicológica
de lidar com a abordagem escolhida.

A vontade de emagrecer rápido faz com que as pessoas optem pelos mais
variados tipos de dietas milagrosas. A dieta restritiva acaba sendo uma alternativa,
5

mas não é uma opção saudável e recomendável. Esta dieta se limita a deixar de
consumir um grupo ou só um tipo de nutriente – como os carboidratos, proteínas, entre
outros -, e cada um deles tem um papel importante para gerar energia necessária
diária ao corpo.

Segundo Sophie Deram (2014) fazer uma dieta restritiva é algo que assusta e
estressa o corpo e o cérebro. O cérebro não percebe a perda de peso como um
sucesso de beleza, percebe-a como um grande perigo, por isso, desenvolve
mecanismos de adaptação para proteger o organismo, ou seja, irá aumentar o apetite,
diminuir o metabolismo e aumentar cada vez mais a obsessão por alimentação,
justamente para que se coma e não se corra nenhum risco de perder tecido adiposo

Também é interessante pontuar que pacientes obesos frequentemente


apresentam uma série de alterações metabólicas que podem contribuir para
complicações de saúde. Algumas das principais alterações metabólicas observadas
em pacientes obesos incluem resistência à insulina, dislipidemia, inflamação crônica,
esteatose hepática, hipertensão arterial e síndrome metabólica. Além dos transtornos
psicológicos como por exemplo depressão e ansiedade. (Azeredo, 2014).

Este artigo se justifica pois a obesidade é um dos problemas de saúde pública


mais prevalentes e desafiadores em todo o mundo. Além das implicações metabólicas,
a obesidade também está associada a uma série de complicações psicológicas, como
baixa autoestima, depressão e transtornos alimentares. Diante disso, estratégias de
intervenção, incluindo a restrição alimentar, são frequentemente utilizadas como
manobras para redução do peso em pacientes obesos.

É pertinente dizer que restringir alimentos em uma dieta, juntamente de um


déficit calórico, vai promover a perda de peso. Entretanto dietas restritivas possuem
uma porcentagem de adaptação do paciente muito baixa, podendo ocasionar até em
alguma compulsão alimentar e agravar o quadro da obesidade. O profissional de saúde
que estiver fazendo o acompanhamento da paciente geralmente precisa de uma
abordagem multidisciplinar envolvendo conhecimentos da nutrição, endocrinologia,
psicologia e em alguns casos psiquiatria.

O problema da pesquisa é a utilização de formas exacerbadas das dietas


restritivas, principalmente por mulheres, seja pela exigência social do corpo perfeito
ou pelo receio dos problemas de saúde advindos sobretudo da obesidade,
priorizando-se medidas extremas desdejejum absoluto por alguns dias a outras que
passam semanas comendo apenas frutas e verduras, eliminando do cardápio
nutrientes indispensáveis para manter a boa saúde, acreditando-se que estes são os
culpados por sua insatisfação corporal.

A hipotese do artigo é motivar novas estratégias nutricionais que inviabilizem


as dietas restritivas, principalmente aquelas isentas de acompanhamento nutricional,
priorizando uma dieta que alcance as necessidades do indivíduo, e principalmente,
respeitando a individualidade biológica

O objetivo geral desta pesquisa é revisar a literatura acerca dos efeitos


psicológicos e metabólicos da restrição alimentar em pacientes obesos é entender
como essa estratégia de tratamento afeta não apenas a perda de peso, mas também
a saúde mental e física dos indivíduos.
6

Os objetivos especifícos são Investigar os efeitos psicológicos da restrição


alimentar, como estresse emocional, padrões alimentares desordenados e impacto na
autoestima, a fim de compreender melhor os aspectos psicossociais envolvidos no
tratamento da obesidade e identificar fatores de risco associados à restrição alimentar,
como desenvolvimento de distúrbios alimentares, resistência à insulina e alterações
nos lipídios sanguíneos. A metodologia utilizada foi uma revisão integrativa de
literatura, de natureza qualitativa e abordagem descritiva, que consiste, segundo
Severino (2013) em achados de resultados de pesquisas anteriores, como artigos,
livros e teses, que já foram trabalhados por outros pesquisadores e adequadamente
registrados. A coleta de dados seguiu a seguinte premissa: Leitura Exploratória de
todo o material selecionado (leitura rápida que objetiva verificar se a obra consultada
é de interesse para o trabalho); Leitura Seletiva (leitura mais aprofundada das partes
que realmente interessam); Registro das informações extraídas das fontes em
instrumento específico (autores, ano, método, resultados, discussões e conclusões).
7

2.0 EMBASAMENTO TEORICO

2.1 Restrição alimentar: Conceitos e fatores relacionados

O ato de comer é a forma mais genuína e própria dos seres vivos para a
obtenção de nutrientes essenciais à propagação da vida (CARNEIRO, 2003;
GONÇALVES; ALMEIDA; HUBNER, 2021). “A fome biológica distingue-se dos
apetites, expressões dos variáveis desejos humanos e cuja satisfação não obedece
apenas ao curto trajeto que vai do prato à boca, mas se materializa em hábitos,
costumes, rituais, etiquetas” (CARNEIRO, 2003, p. 09).

Diante disto, a alimentação não se associa apenas a necessidade fisiológica,


mas também ao contexto social. Essa associação colabora para a modulação do
comportamento alimentar próprio, levando a modificações nos hábitos alimentares
(LIMA et al., 2015; ALVARENGA, et al., 2018).

As constantes transformações do padrão alimentar, vem tornando as


estratégias dietéticas alheias às necessidades dos sujeitos, levando a desordens
metabólicas e comportamentais, em função da privação (FARIA; ALMEIDA; RAMOS,
2021). Deste modo, conforme o Guia alimentar para a população brasileira (2014, p.
08):
A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve
a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a
uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do
indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares
especiais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de
gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica
em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade,
equilíbrio, moderação e prazer; e baseada em práticas produtivas adequadas
e sustentáveis.

A influência midiática no cotidiano social, ditando os padrões de beleza,


veneração a magreza e modismos dietéticos, que diretamente favorecem as
disfunções do comportamento alimentar. Neste contexto, as práticas restritivas, em
especial as dietas da moda, se difundem a partir da promessa de resultados rápidos,
porém não duradouros, impactando no risco de desenvolvimento de CA (BLOC et al.,
2019).

A restrição alimentar consiste em um método estratégico de cunho


comportamental e cognitivo, proposto para auxiliar os indivíduos no processo de
emagrecimento e manutenção do peso, a partir de um balanço energético negativo
(BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005; VIANA et al., 2009). Assim, o curso das
dietas restritivas propõem a restrição de calorias da alimentação, com a redução de
macronutrientes e grupos de alimentos; assim, tais limitações podem induzir a
ingestão excessiva de alimentos (BRITO; LIMA, 2021; VIANA et al., 2009). Deste
modo, “para uma perda saudável de 0,45kg a 1kg por semana, o déficit diário não
pode ultrapassar de 500kcal a 1.000kcal, e pode ser mantida até seis meses” (FARIA;
ALMEIDA; RAMOS, 2021, p. 4-5). Dietas restritivas com oferta calórica inferior a 800
kcal/dia, são consideradas prejudiciais à saúde (RODRIGUES; BUENO, 2018; FARIA;
ALMEIDA; RAMOS, 2021).
8

Conforme Bernardi, Cichelero e Vitolo (2005), as interações sociais e os


aspectos biológicos estão diretamente relacionados com a conduta alimentar, que em
sua complexidade reflete complicações psicológicas, fisiológicas, quando associada a
alimentação restritiva. “A dieta é o comportamento precursor que geralmente antecede
a instalação de um transtorno alimentar” (MORGAN; VECCHIATTI; NEGRÃO, 2002,
p.18).

As dietas restritivas colaboram para o surgimento de desequilíbrios no


organismo envolvendo fatores emocionais e alimentares, observados a partir de sinais
e sintomas, como ansiedade, depressão, frustração, sentimento de culpa, aumento do
apetite, comprometimento da saciedade e obsessão e descontrole alimentar
(ANDRADE et al., 2021). Paralelo a isso, a RA, exerce influência negativa sobre a
condição mental e o estado nutricional (SILVA; RETRÃO; LANDIM, 2020).

De acordo com Romano e Lipson (2021), o modismo dietético e os paradigmas


sociais, têm colaborado para o fortalecimento da restrição alimentar como intervenção
no estilo de vida para fins de perda de peso, padrões de beleza e tratamento de
doenças crônicas. Em contrapartida, as consequências do extremismo desmedido
dessa prática, resultam no surgimento de alterações do comportamento alimentar.
As restrições e auto-imposições das pessoas que fazem dieta, parecem ter
um efeito rebote, resultando em compulsão alimentar, a qual pode associar-
se a conseqüências psicológicas, como a perda da auto-estima, mudanças
de humor e distração (BERNARDI; CICHELERO; VITOLO, 2005. p. 85).

Assim, a restrição cognitiva é baseada no viés próprio, onde o sujeito auto


determina suas necessidades e limitações alimentares, visando a perda e controle de
peso, que na maioria das vezes é acompanhada da descaracterização e insatisfação
corporal (JESUS et al., 2017; ROMANO; LIPSON, 2021)

A dieta funciona em um ciclo sem fim: começa com uma insatisfação com o
corpo -> inicia a dieta -> causa ansiedade -> provoca compulsão -> sentimento
de culpa pelo episódio compulsivo -> novamente surge a insatisfação com o corpo (e
todo o restante se repete).

Ou seja, as dietas restritivas não funcionam para emagrecimento a longo prazo,


pois o nosso corpo não permite. Precisamos sempre de equilíbrio, priorizando a nossa
saúde física e mental. A mudança de hábitos é necessária para que algo seja mantido
por mais tempo, como uma rotina de exercícios, uma alimentação mais saudável e o
planejamento necessário para a manutenção desses novos hábitos.

Cada pessoa tem um processo único, que não é linear e precisa ser respeitado,
evitando sempre comportamentos extremos. Para isso, é fundamental o
acompanhamento com psicólogos, médicos e nutricionistas.

2.2 Transtornos alimentares

Os Transtornos Alimentares (TA) são alterações na forma de alimentação. De


acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM V,
2014) são alterações negativas e que podem gerar prejuízos físicos, sociais e
psíquicos. São prevalentes entre mulheres até os 23 anos (CRUZ et al., 2018;
MOREIRA; TEIXEIRA; LOPES, 2016), e são considerados o terceiro transtorno mental
9

mais comum nessa fase e gênero, e que podem se transformar em crônicos se não
tratados (TIRICO; STEFANO; BLAY, 2010). Possui taxa alta de letalidade e
mortalidade (OLIVEIRA; HUTZ, 2010; SOUZA; PESSA, 2016), representando 20%
entre as morbidades por acometimentos psíquicos (GRANDO; ROLIM, 2006).

Uma possível justificativa para essa ocorrência durante a adolescência seria


por conta das transições entre a adolescência e a vida adulta, incluindo independência
e responsabilidade acadêmica, além de uma possível dificuldade em assumir suas
novas funções sociais, por exemplo, criações de novas relações sociais, e ainda por
sofrerem um forte apelo cultural à magreza nessa fase (GUIMARAES, 2018; LIZOT;
NICOLETTO, 2018; BARBOSA et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2018; CAFURE et al., 2018;
ALVES, 2010).

Além disso, as adolescentes podem ser influenciadas através da mídia que


estabelece a magreza como requisito para aceitação social e sinônimo de sucesso
social (VALE; ELIAS, 2011; CRUZ et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2018). Ainda, os
Transtornos Alimentares também podem ser desencadeados após sentimentos
aversivos, por exemplo, perdas, mudanças, ansiedade, separações, dentre outros.
(VALE; ELIAS, 2011; APPOLINÁRIO; CLAUDINO, 2000).

Os principais TA's são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa. A anorexia é


quando a pessoa possui peso corporal abaixo daquele considerado normal.
Caracterizada por comportamentos de evitar certos alimentos que consideram
hipercalóricos e geralmente está associada a comportamentos purgativos, como
vômitos induzidos (DSM-V, 2014), sendo prevalente em até 95% dos indivíduos
(CORDÁS; CLAUDINO, 2002) e uso de laxantes (OLIVEIRA; HUTZ, 2010). Afeta
cerca de 1% a 2% da população feminina (GRANDO; ROLIM, 2006). As principais
consequências físicas podem ser osteoporose, anemia, isolamento social, expressão
emocional contida e irritabilidade (DSM-V, 2014). Os critérios de diagnósticos são:
Anorexia Nervosa - Critérios Diagnósticos: a) Restrição da ingesta calórica
em relação às necessidades, levando a um peso corporal significativamente
baixo no contexto de idade, gênero, trajetória do desenvolvimento e saúde
física. Peso significativamente baixo é definido como um peso inferior ao peso
mínimo normal ou, no caso de crianças e adolescentes, menor do que o
minimamente esperado. b) Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou
comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando
com peso significativamente baixo. c) Perturbação no modo como o próprio
peso ou a forma corporal são vivenciados, influência indevida do peso ou da
forma corporal na auto avaliação ou ausência persistente de reconhecimento
da gravidade do baixo peso corporal atual (DSM-V, 2014, p. 338).

A Bulimia Nervosa acontece quando o peso geralmente está na faixa normal


ou com um leve sobrepeso, porém com episódios de ingestão alimentar de forma
descontrolada, seguido por sentimento de culpa, associada também aos métodos
purgativos (DSMV, 2014). Sua incidência é de 2% a 4% na população feminina
(GRANDO; ROLIM, 2006). Como consequências há irregularidades menstruais;
intestino tornar-se dependente do laxante; além da ansiedade (DSM V, 2014). Os
principais critérios para diagnosticá-la são:
Bulimia Nervosa - Critérios Diagnósticos: a) Episódios recorrentes de
compulsão alimentar. Um episódio de compulsão alimentar é caracterizado
pelos seguintes aspectos:
1. Ingestão, em um período de tempo determinado (p, ex., dentro de cada
10

período de duas horas), de uma quantidade de alimento definitivamente maior


do que a maioria dos indivíduos consumiria no mesmo período sob
circunstâncias semelhantes.
2. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio (p, ex.,
os de não conseguir parar de comer ou controlar o que e o quanto se está
ingerindo).
b) Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de
impedir o ganho de peso, como vômitos auto induzidos; uso indevido de
laxantes, diuréticos ou outros medicamentos; jejum; ou exercício em excesso.
c) A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios
inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante
três meses.
d) A auto avaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso
corporal.
e) A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia
nervosa (DSM-V, 2014, p. 345).

Tais Transtornos Alimentares podem se apresentar com outras doenças


psiquiátricas, as comorbidades, como síndromes depressivas e fobias sociais
(BORGES et al., 2006; CLAUDINO, 2002). Destaque-se que o índice de mortalidade
é mais alto nas anoréxicas, de 0,56% ao ano em razão do acometimento físico. Já na
bulimia o risco de morte é maior por suicídio, pois demonstram quadros depressivos
diante do sofrimento alimentar (ALVARENGA; SCAGLIUSI, PHILIPPI, 2011).

Na sintomatologia, pode ocorrer também a associação dos sentimentos de


prazer e de repulsa colocadas nos alimentos, o que explica a Bulimia, pois os
indivíduos estão geralmente em busca de aliviar o stress, em busca de substituto
afetivo emocional e/ou de controle emocional, e consomem alimentos hipercalóricos
que lhe dão prazer momentâneo. Ou, na Anorexia, após um evento estressante você
não sente fome, ficando um longo tempo de jejum (VALE; ELIAS, 2011; PHILIPPI;
ALVARENGA, 2004).

Na Bulimia Nervosa o impulso de ingestão demasiada é seguido por sentimento


de culpa, com isso buscam estratégias para não engordar e ao ter eficiência nisso
passam a acreditar que acharam a estratégia perfeita para controlar o peso sem se
abdicar dos alimentos que geram prazer (BORGES; SICCHIERI; RIBEIRO;
MARCHINI; SANTOS, 2006). Já as pacientes com anorexia nervosa geralmente
possuem um perfil e perfeccionista e de medo de rejeição (BENTO et al., 2006). Além
disso, também são exigentes e meticulosas - cautelosas e preocupadas (BORGES et
al., 2016) - e extremamente inseguras e com dificuldades de comunicação e interação
social (CORDAS; CLAUDINO, 2002). Outro fator importante sobre a anorexia é que a
sua caracterização não é pautada apenas pela ausência da fome, mas sim pela recusa
de se alimentar. (BENTO et al., 2016).

Como o corpo magro é estabelecido pela mídia e socialmente, a busca por este
estereótipo influencia a pessoa a criar estratégias para conseguir seguir esse padrão.
Muitas pessoas buscam estratégias para resolver o problema de ganho de peso, mas
sem parar de comer a comida que a associou como fonte de prazer, tais como vômito
auto induzido, uso de laxantes, jejuns prolongados e anorexígenos, por exemplo. Uma
possível intervenção seria no campo das habilidades sociais e ampliação das fontes
de reforçamento social (VALE; ELIAS, 2011). Para Uzunian e Vitalle (2015) quanto
mais habilidades sociais a adolescente possui maior é a proteção contra os TA’s,
sendo, portanto, um fator de proteção contra o desenvolvimento desses transtornos.
11

A adolescência, a qual inclui o estágio de adquirir nova identidade social,


adquirir interações sociais e pertencimento na sociedade, sofre influência
principalmente da mídia que propaga a necessidade de ter o corpo magro
(FELDMANN, 2008).

2.3 Aspectos psicológicos na obesidade

O indivíduo obeso apresenta sofrimento psicológico decorrente tanto dos


problemas relacionados ao preconceito social e à discriminação contra a obesidade,
como das características do seu comportamento alimentar. A depreciação da própria
imagem física leva à preocupação opressiva com a obesidade, tornando o obeso
inseguro devido à sua inabilidade de manter a perda de peso. A falta de confiança, a
sensação de isolamento, atribuída ao fracasso da família e dos amigos em entender
o problema, assim como a humilhação, decorrente do intenso preconceito e
discriminação aos quais os indivíduos obesos estão sujeitos, remetem enorme carga
psicológica ao obeso8. Entretanto, importa enfatizar que, entre as pessoas com
excesso de peso, não foi demonstrada nenhuma condição psicológica própria, nem
traços de personalidade comuns.

Há evidências de que grande parte dos indivíduos obesos, come para resolver
ou compensar problemas dos quais, às vezes, não têm consciência. Esses mesmos
indivíduos podem apresentar dificuldades em obter prazer nas relações sociais, por
se sentirem rejeitados ou discriminados, o que os leva ao isolamento. Por outro lado,
esses sentimentos contribuem para que os obesos enxerguem a comida como
importante fonte de prazer, o que, devido ao preconceito, consequentemente,
restringe e empobrece ainda mais suas relações afetivas e sociais. Esse processo
alimenta o ciclo vicioso em que, de um lado, há o ganho progressivo de peso e, do
outro, uma solidão cada vez maior.

A ingestão alimentar, em diferentes condições emocionais, parece ocorrer mais


evidentemente na vigência de excesso de peso, pois os indivíduos obesos consomem
mais alimentos em situação de estresse emocional. Essa teoria, chamada de Modelo
Psicossomático da Obesidade, afirma que as pessoas obesas, principalmente do
gênero feminino, comem excessivamente como mecanismo compensatório em
situações de ansiedade, depressão, tristeza, raiva. Associando esse comportamento
às características sociais de nossa época, tais como a lipofobia, a obsessão por ser
magro e a consequente rejeição da obesidade, grande parte da população obesa
sonha ser esbelta, vivendo e sofrendo essa contradição.

Entre as pessoas que buscam tratamento para controle de peso, a incidência


de compulsão alimentar aumentou significativamente. A prevalência de compulsão
alimentar varia de 20% a 50%, entre indivíduos obesos participantes de programa de
redução de peso.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da


Associação Americana de Psiquiatria, 4ª edição (DSM-IV), a compulsão alimentar é
um transtorno alimentar que inclui indivíduos que comem descontroladamente, em um
intervalo de tempo máximo de duas horas, devido ao estresse ou a sentimentos
negativos, uma quantidade de comida que, definitivamente, é maior do que a
quantidade que a maioria das pessoas comeria em um período de tempo semelhante.
12

Durante o episódio, fica evidente o sentimento de perda do controle do próprio


comportamento.

As pessoas que apresentam o transtorno do comer compulsivo têm ataques


bulímicos repetidos, mas não evidenciam as medidas patológicas de controle de peso
que os pacientes com bulimia nervosa utilizam, como os comportamentos
compensatórios (vômitos, abuso de laxativos, exercício físico excessivo) que sucedem
o episódio bulímico. Durante o episódio, o indivíduo sente como se não tivesse
nenhuma possibilidade de controlar sua atitude compulsiva alimentar e, após o
episódio, refere desconforto psicológico19. Há evidências epidemiológicas de que o
início de dietas ocorre, geralmente, após o aparecimento dos ataques de comer
compulsivo, caracterizando a distinção entre este comer compulsivo e o quadro de
bulimia, no qual os ataques se sucedem às dietas.

Comedores compulsivos obesos, frequentemente, preocupam-se com a forma


e o peso corporal e em fazer dieta; possuem imagem corporal negativa e fortes
impulsos para comer em excesso. Sofrem maior angústia psicológica do que obesos
não compulsivos, como baixa autoestima, altos níveis de depressão e outras
desordens psiquiátricas, como ansiedade, síndrome do pânico e transtornos da
personalidade. Os indivíduos com este padrão alimentar, geralmente, apresentam
variados graus de obesidade e um histórico de flutuações ponderais mais acentuadas
do que obesos sem compulsão alimentar. Alguns continuam nas tentativas de
restrição energética e, devido aos fracassos repetidos, abandonam quaisquer
tentativas de fazer dietas. A obesidade, por si só, remete a riscos para a saúde e,
quando acompanhada de compulsão alimentar, estes riscos são ampliados. Na
vigência desse quadro, o tratamento mais adequado seria centrar-se, inicialmente, na
diminuição da frequência de compulsão alimentar e, posteriormente, no
emagrecimento24.

A influência dos aspectos socioculturais é marcante. Considerando a pressão


social da busca pela magreza e todos os esforços envolvidos em submeter-se a um
tratamento, trava-se uma guerra entre corpo e mente. Estudos mostram que estresse,
restrição, rejeição e outros estados emocionais negativos, levam à interrupção de
autocontrole, conduzindo, assim, a escolhas alimentares inapropriadas, as quais, de
certa forma, aliviam as tensões vigentes.

2.4 Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, crianças compreendem a


faixa etária de 0 a 10 anos e o limite cronológico para considerar a adolescência é a
idade entre 10 a 19 anos e 11 meses, sendo dividido em duas fases: fase 1 – 10 – 14
anos, e fase 2 – 15 - 19 anos. A faixa etária entre 10 a 14 anos inclui o inicio das
mudanças puberais, e o término da fase de crescimento e desenvolvimento
morfológicos ocorre no período de 15 a 19 anos (WHO,1995).

O crescente aumento na incidência da obesidade infantil é preocupante devido


ao risco aumentado das crianças tornarem-se adultos obesos com predisposição às
diversas condições mórbidas associadas e mortalidade (POIRIER et al. 2006).

De frente a tantos resultados de estudos apresentando o aumento do excesso


de peso e obesidade entre crianças e adolescentes, a avaliação do estado nutricional
13

é de suma importância, nesse sentido a ABESO - Associação Brasileira para o Estudo


da Obesidade e Síndrome Metabólica, cita que em 2009 a Coordenação Geral da
Política e Nutrição do Ministério da Saúde do Brasil, adotou as curvas desenvolvidas
pela OMS em 2006, que incluem curvas de IMC desde o lactente até os 19 anos de
idade. Esta classificação é medida por percentis, indicando sobrepeso, quando estiver
entre os percentis 85 e 95 e obesidade, acima do percentil 95, dos respectivos gráficos
(COLE et al. 2000). Para tanto, estudiosos recomendam que os profissionais de saúde
devem intervir sempre que uma criança (ou adolescente) atinja um IMC acima do
percentil 85 (NADER et al. 2006).

Para Ruben, (2009) os efeitos do sobrepeso ou obesidade em relação a


infância, podem ter um impacto sobre a saúde de uma criança ou podem refletir em
fatores de risco para doenças na vida adulta sendo que as crianças que estão obesas,
em particular aqueles com menos de 8 anos, estão em maior risco de se tornarem
adultos obesos. As consequências de uma obesidade infantil estão associadas a uma maior
chance de morte e incapacidade prematura na idade adulta. Além de aumento de risco futuro,
as crianças obesas têm dificuldades de respiração, aumento do risco de fraturas, hipertensão,
marcadores precoces de doença cardiovascular, resistência à insulina e efeitos psicológicos
WHO, (2008). Outros riscos são mencionados como: excesso de adiposidade que pode trazer
a puberdade prematura, nas meninas, parece estar associado com um risco maior de
problemas psicológicos, comportamentos de risco, e até mesmo câncer de mama futuro e
durante a transição da puberdade pode também promover o desenvolvimento da síndrome
dos ovários policísticos na adolescência (GOLUB et al. 2008).

A obesidade infantil tem alcançado proporções epidêmica. De acordo, com a


Pesquisa de Orçamentos Familiares - POF, 2008-2009 (IBGE, 2010) realizadas no
Brasil, as estimativas dos indicadores do estado nutricional está dividida em crianças
menores de 5 anos, crianças de 5 a 9 anos, adolescentes de 10 a 19 anos e adultos
de 20 anos ou mais. A prevalência de excesso de peso em adolescentes oscilou, nos
dois sexos, de 16% a 19% nas Regiões Norte e Nordeste (cerca de cinco vezes a
prevalência do déficit de peso) e de 20% a 27% nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste
(cerca de sete a dez vezes a prevalência do déficit de peso). Nos dois sexos, o
excesso de peso tendeu a ser mais frequente no meio urbano do que no meio rural,
em particular nas Regiões Norte e Nordeste (IBGE, 2010).

2.5 Eefeitos psicológicos da restrição alimentar

Os transtornos compulsivos alimentares apresentam etiologia multifatorial,


envolvendo questões psicológicas, genéticas e socioculturais. A busca pelo corpo
perfeito, que vem sendo influenciadas pelas mídias sociais, levando a prática
indiscriminada de dietas restritivas e muitas vezes resultando em transtornos
alimentares, que geram distúrbios psiquiátricos, que envolvem alterações no
comportamento alimentar. O publico mais afetado com isso, é adolescentes e jovens
adultas do sexo feminino (NICOLAO; FERRARI; PIORNEDO; 2018).

O ato de fazer dieta pode ser definido como limitar a quantidade de alimentos
ingeridos para perder ou manter a forma ou o peso. Para fazer isso, é necessário
ignorar os sinais internos de fome e o apelo dos alimentos para que você possa comer
menos do que o habitual. Em outras palavras, a dieta pode levar a muitos efeitos
psicológicos negativos, incluindo efeitos na emoção, autoestima, cognição e
comportamento alimentar. A principal motivação por trás das dietas restritivas é a
busca constante pelo aprimoramento pessoal, pois acredita-se que levem a melhorias
14

na saúde, na aparência e no bem-estar (SOIHET; SILVA 2019).

O interesse e a busca pelo emagrecimento rápido estão atingindo um padrão


de beleza terrível que está consumindo internautas que esquecem de focar na saúde
e valorizam apenas o imediatismo. No entanto, à medida que o desejo de perder peso
cresce e se torna mais dependente da velocidade, há a necessidade de examinar os
benefícios e malefícios das dietas da moda (INADA et al; 2021).

As redes sociais e os buscadores possibilitam o acesso às dietas da moda, seja


para emagrecer, desintoxicar ou mudar seus hábitos alimentares. Nesse sentido, nota-
se que o interesse por essas dietas é impulsionado pela moda, pela busca de um
corpo perfeito socialmente definido e pela insatisfação pessoal com o próprio corpoou
estilo de vida. Relacionado a isso, as celebridades continuam influenciando a adoção
dessas dietas, e os consumidores obtêm essas dietas sem consultar um
especialista, seja ele um nutricionista ou um nutrólogo. O público-alvo, portanto, corre
riscos para a saúde e a qualidade de vida, pois o imediatismo oferecido pelas dietas
da moda pode comprometer a qualidade nutricional e, se não acompanhado por um
profissional qualificado, também pode afetar a percepção do indivíduo sobre o prazer
de comer (INADA et al; 2021).

A popularidade da dieta para perda de peso é tão comum que pode até ser
considerada uma forma normal de alimentação. A popularidade das dietas,
principalmente entre as mulheres, muitas vezes reflete a insatisfação com a própria
imagem, sentimento comum em grande parte da população. Apesar de sua fama, há
evidências crescentes de que a dieta é ineficaz para perda de peso, assim como
estudos sobre seus malefícios. Além do potencial para transtornos alimentares, as
práticas alimentares restritivas são conhecidas por levar a prejuízos emocionais e
cognitivos (SOIHET; SILVA 2019).

A perda de peso e a auto-inanição levam a um maior foco na alimentação, dieta


e peso. Esses fatores regem o pensamento individual e contribuem para a formação
do pensamento dicotômico, que por sua vez envolve uma distinção estrita entre boa e
má alimentação. As pessoas que fazem dieta lutam diariamente com a comida e,
portanto, precisam controlar os sinais de fome porque uma pequena porção de comida
"boa" não atende às suas necessidades. Esses sinais são frequentemente distorcidos
e ignorados. O controle de um indivíduo sobre sua cognição é muito rígido, e qualquer
situação que perturbe seu autocontrole pode resultar em ingestão excessiva de
alimentos. Portanto, o controle autopercebido de indivíduos que estão fazendo dieta é
o que pode levar a excessos no futuro (SOIHET; SILVA 2019).

A atual sociedade é representada por mulheres insatisfeitas com a imagem


corporal que resulta em uma prática cada vez maior de dietas restritivas, e vindo a ter
serias consequências, como os principais transtornos, compulsão alimentar, bulimia
nervosa, e anorexia nervosa, que podem acarretar prejuízos psicológicos, biológicos
aumentando o risco de mortalidade nesses indivíduos (NICOLAO; FERRARI;
PIORNEDO; 2018).

Os indivíduos que fazem algumas práticas de dietas restritivas sem


acompanhamento profissional, tem como pensamento voltados ao controle alimentar,
relacionados a uma “restrição cognitiva” (por exemplo: “Eu não como alguns alimentos
porque eles me engordam”). E com isso pulam refeições, aderem a prática de jejum
15

prolongado, controlam as contagens de calorias e os tamanhos das porções. Essas


são algumas estratégias comportamentais de emagrecimento, são atitudes negativas
em relação a imagem pessoal, e ao corpo. A dieta com diminuição de carboidratos
está relacionada com impactos negativos para saúde de quem pratica sem
acompanhamento, ela é indicada para tratamento da obesidade, pois causa menor
liberação da insulina e maior capitação do glucagon, que com isso no organismo
facilita na oxidação de gordura (OLIVEIRA et al; 2021).

É conhecida como low carb, ou outras diversas nomenclaturas, dietas em que


esse consumo varia dentro da faixa de 30g a 130g ao dia. Um estudo realizado por
(OLIVEIRA et al; 2021) observou fatores emocionais e o efeito fisiológico de uma
privação da ingesta alimentar de carboidratos, que está relacionado a um desejo
intenso de comer, o estudo apontou que essas emoções negativas e cognições
distorcidas foram os antecedentes mais importantes da compulsão alimentar.

Outro tipo de dieta que pode estar relacionada com compulsão alimentar é o
Jejum intermitente onde o indivíduo fica períodos em privação alimentar, essa prática
acompanhada de um profissional nutricionista tem efeitos positivos, um estudo
realizado em mulheres obesas foi observado que o jejum intermitente é favorável para
melhorias na sensibilidade a insulina e controle de peso, tendo efeitos metabólicos
positivos, já que inclui uma restrição energética mais profunda.

Desta forma, quando feito de maneira correta, individualizado e com


acompanhamento de um profissional capacitado, o jejum intermitente pode ser
favorável ao controle de doenças cardiovasculares e de peso, além de contribuir para
a redução de circunferência de cintura e para diminuição de gordura corporal. No
entanto essa prática não deve ser aplicada em todos os indivíduos devido a cada um
ter um organismo e sua individualidade (INADA et al; 2021)

Com objetivo de perca de peso as dietas da moda fazem muito sucesso pelos
seus resultados rápidos, porém não duradouros. As dietas restritivas provocam sérios
desequilíbrios nos hormônios responsáveis pela regulação do balanço energético
causando diversas desordens no organismo, estresse, ansiedade obsessão por
comida, aumento da fome, diminuição da saciedade, sentimentos de culpa e angústia,
depressão, e perda de controle na ingestão alimentar (ANDRADE et al; 2021).

Em estudo realizado no Nordeste do Brasil, com crianças (faixa etária 5 a 9


anos) a prevalencia de sobrepeso foi de 9,3% e 4,4% com obesidade, sendo esta
prevalência de obesidade maior em crianças matriculadas nas escolas privadas 7% e
na rede pública 2,7% (OLIVEIRA et al. 2007). Observa-se na Pesquisa de Orçamentos
Familiares - POF 2008- 2009 (IBGE, 2010), um aumento importante no número de
crianças acima do peso no país, principalmente na faixa etária entre 5 a 9 anos de
idade. O número de meninos acima do peso mais que dobrou entre 1989 e 2009,
passando de 15% para 34,8%, respectivamente. Já o número de obesos teve um
aumento de mais de 300% nesse mesmo grupo etário, indo de 4,1% em 1989 para
16,6% em 2008 - 2009 (ABESO, 2011).

Este aumento marcante na prevalência da obesidade na infância e na


adolescência é bem documentada em estudos realizados por Solorzano e McCartney
(2010) ao documentarem que em 1960 estimava-se uma porcentagem de 4,2% de
obesos na faixa etária de 6 aos 11 anos de idade e 4,6% dos 12 aos 19 anos de idade
16

no EUA e que no período de 2007 e 2008 estas estimativas aumentaram para 19,6%
e 18,1%, respectivamente. Na Suécia, observa-se também que 15% das crianças com
idade de 4 anos apresentavam sobrepeso e 3% obesidade (MANGRIO et al. 2010).
Em um estudo realizado nas escolas com crianças suecas, incluindo 4538 crianças
com idade entre 7 a 9 anos, foi encontrado uma prevalência de 16,6% de sobrepeso
e 3% de obesidade, sendo essa mais prevalente nas meninas (MORAEUS et al. 2011)

2.6 Fatores de risco associados à restrição alimentar

Os transtornos alimentares são distúrbios psiquiátricos que levam a prejuízos


biopsicossociais com elevada taxa de morbidade e mortalidade na população.
Possuem uma etiologia multifatorial, composta de predisposições genéticas,
socioculturais e vulnerabilidades biológicas e psicológicas

Distúrbios alimentares podem ser originados de hábitos alimentares que


causam danos à saúde como a redução extrema ou consumo em excesso de
alimentos.

Os distúrbios alimentares são comuns na adolescência e no começo da adulta.


Eles estão relacionados a uma série de consequências psicológicas, como ansiedade
e pressões sociais para o chamado ‘corpo perfeito’.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Americana de


Psiquiatria, um por cento da população mundial – cerca de 70 milhões de pessoas –
sofrem com transtornos alimentares.

Embora esses distúrbios sejam mais frequentes com pessoas do sexo


feminino, com faixa etária entre 12 e 25 anos, no Reino Unido, um estudo feito pelo
Serviço Nacional de Saúde (NHS – sigla em inglês) mostrou um aumento de 67% em
homens entre 26 e 40 anos. Os especialistas que realizaram o estudo concluíram que
uma parte considerável desses transtornos alimentares está ligada às redes sociais.

2.7 Efeitos metabolicos da restrição alimentar

Cada vez mais estudam-se os efeitos das dietas e restrições alimentares no


organismo humano. Desde os anos 1990, mais de 15 estudos prospectivos foram
realizados e trouxeram como conclusão a comprovação da associação das dietas com
o ganho de peso futuro e obesidade. O efeito sanfona, ou ciclamento de peso, é um
processo de enorme importância clínica visto que diversos estudos em humanos e
ratos sugerem um aumento do risco de morbidades (como doenças cardiovasculares)
e mortalidade, que podem ser associados as flutuações de peso ao longo da vida.

O efeito sanfona pode ser descrito como um fenômeno onde ocorrem repetidas
perdas e ganhos de peso, experiência muito comum entre praticantes de dieta. A
maioria dos estudos analisa apenas a perda de peso durante a restrição alimentar,
mas não acompanha o indivíduo ao longo dos anos que sucedem o início da dieta,
não obtendo, portanto, os dados do reganho posterior de peso.

Um estudo realizado por Steen et al. com adolescentes lutadores em um


acampamento, durante dois verões seguidos, comparou o gasto energético basal
(GEB) de lutadores que ciclavam o peso ao longo do tempo, com aqueles que não.
17

Os adolescentes que variavam muito o peso ao longo da vida possuíam GEB 14%
menor do que os que mantinham o peso.

Em outro estudo, 30 macacos foram estudados durante 11 anos a fim de


analisar o gasto energético durante uma moderada restrição calórica. Como resultado,
os macacos obtiveram significante diminuição no gasto energético total concluindo
que dietas restritivas a longo prazo podem reduzir a taxa metabólica, independente de
mudanças na massa muscular.

Weiss et al. analisou durante 3 anos indivíduos com modesta perda de peso.
Na amostra de 1310 indivíduos, 33% reganharam todo o peso perdido durante 1 ano.
Pesquisadores acreditam que o reganho de peso é causado pela diferença de
consumo energético que ocorre durante a restrição calórica, associando uma
diminuição no gasto energético à um aumento da vontade de comer. A vontade de
comer durante um período de restrição alimentar causa uma
resposta hiperfágica quando o acesso ao alimento é permitido, ou seja, ocorre
aumento anormal do apetite que, normalmente, leva á uma ingestão alimentar
excessiva. Paralelamente, quando finaliza-se um período de dieta e restrição calórica,
ocorre a utilização dos lipídios antes suprimidos, auxiliando também um reganho de
peso rápido e eficiente.

O tecido adiposo é metabolicamente ativo e é responsável pela produção de


leptina, citocinas e adiponectina, o que demonstra as consequências metabólicas do
reganho do mesmo após a prática de dietas. Pesquisadores encontraram associações
entre o ciclamento de peso e um excesso de enzimas lipogênicas, bem como altos
níveis de triglicerídeos e colesterol em animais. Em humanos, constatou-se aumento
de risco de ataque cardíaco e acidente vascular cerebral. O estudo de Lowa foi
realizado entre 1986 e 1992 a fim de associar a variação de peso com incidência de
doenças em mulheres. O estudo sugeriu que as mudanças de peso estão associadas
a maior risco de desenvolver doenças crônicas].

Blair et al , em uma análise de 3 anos e 8 meses, concluiu que a variação de


peso está associada a aumento do risco cardiovascular em homens. Além disso, o
reganho de peso decorrente da prática de dietas pode levar a um aumento do risco
de desenvolver hipertensão e diminuições clínicas de HDL-colesterol em mulheres
[28]. Nos dias de hoje, existem estudos que afirmam que as variações de peso ao
longo da vida podem ser mais prejudiciais à saúde do que simplesmente manter-se
com sobrepeso ou obeso, podendo até levar a depressão

2.8 Efeitos da restrição alimentar no transtorno de compulsão alimentar

De acordo com o DSM-V [30], o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) se


dá por episódios recorrentes de compulsão alimentar. Um episódio de compulsão
alimentar é caracterizado por uma ingestão, em um período determinado, de uma
quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria das pessoas
consumiria no mesmo período sob circunstâncias semelhantes, associado a uma
sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio. Os principais
aspectos notados durante os episódios são: comer mais rapidamente do que o normal,
comer até sentir-se desconfortavelmente cheio, comer grandes quantidades de
alimento na ausência da sensação física de fome, comer sozinho por vergonha do
18

quanto se está comendo e sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito


culpado em seguida. Pacientes com TCA não possuem comportamento
compensatório inapropriado como na Bulimia Nervosa.

Acredita-se que pacientes com TCA tendem a ser praticantes de dieta que, por
sua vez, acaba sendo causa e consequência das compulsões alimentares
DerMarderosian et al. [31] afirmam que o histórico alimentar do indivíduo deve ser
investigado pois é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de
transtornos alimentares. É importante analisar o recordatório alimentar, tamanho das
porções, restrições alimentares, comer seletivo, hábitos e rituais na hora da
alimentação, contagem de calories/gordura/carboidratos e quantidade de bebidas não
calóricas ingeridas. Tais fatores podem determinar uma relação disfuncional com o
alimento e com o corpo, o que possivelmente indicaria a presença de um comer
transtornado.

Existem alguns gatilhos importantes para a ocorrência de episódios de


compulsão alimentar e sabe-se que a privação calórica recorrente da prática de dietas
é um deles [32]. Em um estudo de coorte, 100 indivíduos com sobrepeso e obesidade
foram submetidos a restrição calórica (500-700 kcal/dia) por 12-15 semanas. Ao final
do estudo, apesar da perda de peso, concluiu-se que intervenções que incluem
restrição energética são gatilho para o desenvolvimento de compulsão alimentar,
aumentando a suscetibilidade que o indivíduo possui de reganhar o peso.

Indivíduos obesos e não obesos praticantes de dietas foram submetidos a um


estudo para analisar comportamentos compulsivos. Ambos os grupos precisaram
passar por um teste de aceitabilidade de sorvetes, mas apenas uma parte do grupo
foi forçada a quebrar sua dieta com um milk-shake antes da realização do teste. Notou-
se que os grupos que transgrediram suas dietas antes do teste comeram bem mais
durante o mesmo do que os que não precisaram consumir o milk-shake. Os
pesquisadores viram isso como uma compensação para a privação calórica realizada
anteriormente. Em suas opiniões, o estresse acumulado entre o desejo fisiológico de
comer e a resistência intencional do indivíduo fazem com que, uma vez que a restrição
alimentar seja quebrada, a autoimposição também se descontrole.

Dietas restritivas costumam ser um dos principais fatores de risco para os


transtornos alimentares. Um grupo de 98 adultos com TCA foi estudado a fim de
entender a relação entre a restrição e a compulsão. Dentre os participantes, 65%
afirmam que as dietas precedem os episódios de compulsão alimentar, enquanto 35%
relatam o oposto. Stice et al. analisou uma amostra de 496 adolescentes durante 5
anos em um estudo descrito como uma investigação da saúde mental e física dos
jovens. Através de escalas e questionários, os pesquisadores obtiveram resultados
que sugerem que a restrição calórica para controle de peso é um fator de risco potente
e consistente para um transtorno de compulsão alimentar futuro.

O Transtorno de Compulsão Alimentar se dá por diversos fatores como


preocupação excessiva com o formato do corpo e peso, prática de dietas, histórico de
depressão, abuso de drogas, bullying na infância, abuso sexual, entre outros. É de
extrema importância que mais estudos sejam feitos a fim de sustentar a teoria de que
a dieta é um importante fator de risco para o TCA.
19

2.9 O tratamento é indispensável

Nem sempre é fácil procurar ajuda quando algum transtorno alimentar ou a


obesidade está instalada. Não raro, pacientes e familiares demoram para perceber a
gravidade do problema e que precisam de ajuda médica, normalmente de uma equipe
multidisciplinar, pois acreditam que podem cuidar dessas enfermidades sozinhos;
negam a gravidade da patologia; e têm dificuldade de identificar os sintomas, que
podem ser confundidos com os de outros doenças, como anemia, estresse, depressão
etc.

Entretanto, segundo Appolinário, os TAs, bem como a obesidade, precisam ser


acompanhados de perto por profissionais especializados, com apoio médico,
nutricional e psicológico. “São condições que podem comprometer vários aspectos da
vida do paciente, provocando ainda outras doenças psiquiátricas, como depressão,
ansiedade, transtorno bipolar e de personalidade. Por isso, aos primeiros sinais de
que algo não vai bem, vale a pena procurar ajuda”, finaliza.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A obesidade é uma condição complexa que requer uma abordagem


multifacetada para seu tratamento, incluindo intervenções dietéticas. Entre essas
intervenções, a restrição alimentar é frequentemente considerada uma estratégia
terapêutica importante. No entanto, é fundamental compreender os aspectos
nutricionais, psicológicos e metabólicos associados à restrição alimentar para garantir
a eficácia e segurança desse método no tratamento da obesidade.

CRONOGRAMA

Cronograma do projeto calendário ano 2024


Revisão bibliográfica jan Fev Març Abr Mai Junh

Discursão teórica em
função de x
determinação dos
objetivos

Localização e
identificação das x
fontes

Determinação de
categorias x
Analise e
interpretação x x x

Relação do artigo
x
Revisão da redação
x
Divulgação dos
resultados x
20

3.0 CONCLUSÃO

Diante dos dados apresentados as Dietas restritivas tornaram-se preocupação


para os profissionais da saúde, pois são dietas com restrição de alimentos essenciais
para manter o organismo em homeostase. A prática de dietas restritivas pode
acarretar problemas para a saúde, tanto psicológicos, como metabólicos e transtornos
alimentares. Nesta busca pelo corpo “ideal” com a insatisfação de imagem corporal
leva as pessoas a buscarem por diversas estratégias, como perca de peso excessiva,
para atingir resultados estéticos, que podem trazer essas consequências para o
organismo humano.

É necessário interromper o ciclo vicioso e avaliar as intensas demandas


psicológicas causadas pela história de restrição alimentar e a pressão social para ser
magro. Ambos os fatores trabalham sinergicamente: a pressão social pode levar a
excessivas dietas, as quais desencadeiam reações psicológicas e fisiológicas que
levam à recuperação e ao aumento da obesidade.

Desta forma verificou-se no estudo que é importante entender os riscos


enfrentados por pessoas que usam essas dietas restritivas. Portanto, identifica-se
desmistificando a existência de um corpo perfeito e a importância da conscientização
social, e com o acompanhamento de um profissional nutricionista, as pessoas podem
perceber que podem ter bons resultados, se alimentar de forma saudável e não
colocar sua saúde em risco.
21

REFERÊNCIAS

DERAM, S. O peso das dietas: emagreça de forma sustentável dizendo não às


dietas. 1. Ed – São Paulo: Sensus, 2014.

DERAM, Sophie. O peso das dietas. SEXTANE, 2018.

Haynos, AF, Wang, SB e Fruzzetti, AE (2018). A alimentação restritiva está


associada a dificuldades de regulação emocional em uma amostra não clínica.
Transtornos Alimentares , 26 (1), 5–12.
https://doi.org/10.1080/10640266.2018.1418264

Herscovici CR. A escravidão das dietas. Porto Alegre: Artes Médicas; 1997. p.19-24.

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associada a dificuldades de regulação emocional em uma amostra não clínica.
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Wang MC, Ho TF, Anderson JN, Sabry IZ. Preference for thinness in Singapure-a
newly industrialized society. Singapure Med J. 1999; 40(8):502-7.

World Health Organization. Obesity: Preventing and managing the global


epidemic. Report of a WHO Consultation on Obesity Geneva: WHO; 1998.

Netto CA. Psicobiologia do comportamento alimentar. In: Nunes MA, Appolinário


JC, Abuchaim AL, Coutinho W. Transtornos alimentares e obesidade. Porto Alegre:
Artes Médicas; 1998. p.197- 202.

Isabela Azeredo Melca. Revista HUPE, Rio de Janeiro, 2014;13(1):18-25

Monteiro CA. Epidemia: obesidade já é o segundo maior fator de risco na cidade.

Folha de São Paulo 2004; 14 mar.


22

Serra GMA, Santos EM. Saúde e mídia na construção da obesidade e do


corpo perfeito. Cien Saude Colet [periódico na Internet] 2003 [acessado 2024
mar 30]; 8(3):[cerca de 11 p]. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v8n3/17450.pdf

VIANA, Victor et al. Comportamento Alimentar em Crianças e Controlo Parental: Uma


Revisão da Bibliografia. Revista da SPCNA. vol. 15, n. 1, p. 9-16, 2009. Disponível
em:
<<https://www.researchgate.net/publication/236649294_COMPORTAMENTO_ALI
MENTAR_EM_CRIANCAS_E_CONTROLO_PARENTAL_UMA_REVISAO_DA_BIBL
I OGRAFIA>>. Acesso em 15 jan. 2023.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Pesquisa de Orçamentos


Familiares – POF, 2008-2009: Antropometria e Estado Nutricional de Crianças,
Adolescentes e Adultos no Brasil. Rio de Janeiro, 2010.

VALE, A. M. O. Comportamento alimentar anormal e práticas inadequadas para


controle de peso entre adolescentes do sexo feminino de Fortaleza. [Dissertação de
Mestrado]. Ceará: Faculdade de Medicina, 2002. VALE, A. M. O.; ELIAS, L. R.
Transtornos Alimentares: uma perspectiva analíticocomportamental. Revista
23

APÊNDICE A

BAREMA PARA AVALIAÇÃO PROCESSUAL

Título do trabalho:

Discente avaliado:

Orientações para o preenchimento: Para cada componente, solicita-se a atribuição de


uma nota de 0 a 10 e o fechamento da nota final atribuída pelo (a) senhor (a), conforme
a fórmula
(2) indicada ao final do barema.

Elemento avaliado Nota

1. Assiduidade e pontualidade nos encontros de orientação

2. Pontualidade na entrega das atividades propostas

3. Compromisso pela realização do trabalho

4. Rendimento durante a realização do trabalho

5. Relacionamento interpessoal com o colega de equipe/grupo

6. Participação durante os encontros de orientação

NF: 1+2+3+4+5+6 Nota final:

Salvador,

Docente orientador
24

APÊNDICE B

BAREMA DE AVALIAÇÃO DA
APRESENTAÇÃO ORAL

Título do trabalho:

Discentes autores:

Orientações para o preenchimento: Para cada componente, solicita-se a atribuição de


uma nota de 0 a 10 e o fechamento da nota final atribuída pelo (a) senhor (a), conforme
a fórmula
(4) indicada ao final do barema.

Elemento avaliado Nota

1. Postura/comportamento durante a apresentação oral

2. Adequação da apresentação ao tempo proposto

3. Emprego adequado dos recursos audiovisuais

4. Domínio do conteúdo

5. Emprego de linguagem culta durante a apresentação

6. Pertinência entre a apresentação e o componente escrito do trabalho

7. Clareza nas respostas à arguição

8. Objetividade da apresentação

9. Apresentação pessoal

NF= 1+2+3+4+5+6+7+8+9
Nota final:

Salvador,---------------------------------------).
25
APÊNDICE C

BAREMA DE AVALIAÇÃO DO COMPONENTE ESCRITO

Orientações para o preenchimento: Para cada componente, solicita-se a atribuição de


uma nota de 0 a 10 e o fechamento da nota final atribuída pelo (a) senhor (a), conforme
a fórmula indicada ao final do barema.

Elemento avaliado Nota

1. Introdução

1.1 Delimitação do tema do projeto (N1)

1.2 Apresentação do problema/pergunta de investigação do projeto (N2)

1.3 Delineamento da justificativa para execução do projeto (N3)

Nota da introdução (NI= N1+N2+N3)


3

2. Objetivos

2.1 Delimitação clara do objetivo (N4)

Nota do objetivo (NO= N4)

3. Métodos

3.1 Delimitação do tipo de pesquisa (N5)

3.2 Delimitação da técnica para coleta dos dados (N6)

3.3 Delimitação do método de análise dos dados (N7)

3.4 Suficiência dos materiais e métodos para atingir os objetivos propostos (N8)

Nota dos métodos (NM = N5+N6+N7+N8)


4

4. Resultados e Discussão

4.1 Coerência com o tema (N9)

4.2 Atualidade das referências apresentadas (N10)

4.3 Apresentação das obras citadas na seção Referências (N11)

4.4 Capacidade de organização e clareza dos Resultados (N12)

4.5 Capacidade de discussão dos resultados (N13)


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Nota dos Resultados e Discussão (NRD = N9+N10+N11+N12+N13)


5

5. Conclusão

5.1 Capacidade de responder ao objetivo do estudo (N14)

Nota do objetivo (NC= N14)

6. Aspectos gerais

6.1 Linguagem empregada de acordo com a norma culta (N15)

6.2 Clareza e organização das ideias apresentadas (N16)

6.3 Adequação às normas da instituição (N17)

Nota aspectos gerais (NAG = N15+N16+N17)


3

NOTA FINAL 2 = NI + NO + NM + NRD + NC + NAG


6
NOTA FINAL = (NF1 X 0,5) + (NF2 X 0,5) =
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