Apostila 11
Apostila 11
Apostila 11
• EXTORSÃO E ROUBO:
• A diferenciação atualmente acatada é no sentido de que o crime é o de roubo
quando o agente subtrai o bem ou pode, de imediato, subtraí-lo, tal como ocorre
quando aponta uma arma para a vítima e determina a entrega do relógio. No último
caso, diz-se que a colaboração da vítima em entregar o bem não era
imprescindível, pois, se não o fizesse, o agente imediatamente o tomaria. Só
haverá extorsão, portanto, quando a vítima entregar o bem e ficar demonstrado
que sua colaboração era imprescindível para o agente obter a vantagem visada,
pois, se ela se recusasse, ele não teria condições de, naquele momento, efetuar a
subtração.
ROUBO EXTORSÃO
A colaboração da vítima é A colaboração da vítima é
dispensável. indispensável.
O agente subtrai o bem da vítima. O agente constrange a vítima a
entregar a coisa.
A vantagem é um bem móvel. A vantagem pode ser um bem móvel
ou imóvel.
A vantagem é imediata. A vantagem pode ser imediata ou
mediata.
➢ CLASSIFICAÇÃO:
SUJEITO ATIVO: CRIME COMUM;
CRIME FORMAL
➢ QUALIFICADA: §2º
• LESÃO CORPORAL GRAVE (OU GRAVISSIMA): Para configuração desta
qualificadora, é necessário que a lesão corporal de natureza grave advenha da
violência. Não incide se a vítima sofrer lesão corporal de natureza grave em
virtude da grave ameaça, como aquela que se assusta e cai de determinada altura,
lesionando-se gravemente.
• MORTE: É importante frisar que o crime qualificado em estudo só se configura
se a morte for resultado da violência empregada, e não da grave ameaça. Se a
vítima se assustar com a ameaça e morrer, o agente deve responder pelo roubo e
pelo homicídio, se eles se configurarem no caso, mas não pela extorsão
qualificada pela morte.
• QUALIFICADA PELA RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DA VÍTIMA, §3º:
Denominada pela doutrina de sequestro relâmpago. A restrição à liberdade da
vítima deve ocorrer como meio para a obtenção da vantagem econômica, além
de durar somente o tempo necessário para a execução da extorsão. Caso contrário,
pode-se configurar o crime de extorsão mediante sequestro. Daí a denominação
“sequestro relâmpago”. Ainda, na extorsão mediante sequestro o resgate é exigido
de outras pessoas, terceiros.
Há, ainda, a previsão da incidência de modalidades qualificadas pelo resultado
aplicáveis ao crime de extorsão mediante restrição de liberdade. A parte final do
parágrafo terceiro do artigo 158 prevê que, se há o resultado de lesão corporal
grave ou de morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente. Há, portanto, duas formas qualificadas pelo resultado no caso de
sequestro relâmpago: Se resulta lesão corporal grave - Pena - reclusão, de
dezesseis a vinte e quatro anos. Se resulta morte - Pena - reclusão, de vinte e quatro
a trinta anos.
• É firme o entendimento desta Corte Superior de que ficam configurados os crimes
de roubo e extorsão, em concurso material, se o agente, após subtrair bens da
vítima, mediante emprego de violência ou grave ameaça, a constrange a entregar
o cartão bancário e a respectiva senha, para sacar dinheiro de sua conta corrente”
(STJ — AgRg no AREsp 1.557.476/SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, 6ª Turma,
julgado em 18-2-2020, DJe 21-2-2020); “Estão configurados os crimes de roubo
e extorsão, em concurso material, se o agente, após subtrair bens da vítima,
mediante emprego de violência ou grave ameaça, a obriga a realizar saques em
caixa eletrônico. 4. Ordem denegada” (STJ — HC 476.558/SP, Rel. Min. Laurita
Vaz, 6ª Turma, julgado em 11-12-2018, DJe 1º-2-2019);
• A expressão “se do fato resulta” lesão grave ou morte leva à conclusão de que
essas qualificadoras só têm incidência quando o resultado agravador for
provocado na própria pessoa sequestrada. Desse modo, se os sequestradores
cortarem a orelha da vítima para enviar aos familiares e aumentar a pressão para
o pagamento do resgate, existe a qualificadora (a deformidade permanente é uma
modalidade de lesão grave), tal como ocorre quando os agentes matam a vítima
por falta de pagamento do resgate, ou porque ela os conhecia e iria entregá-los à
polícia se fosse solta, ou até por mera maldade ou outro motivo qualquer.
• Não haverá, porém, a qualificadora quando os sequestradores matarem um
segurança para conseguir sequestrar o patrão, hipótese que caracterizará crimes
de homicídio qualificado e extorsão mediante sequestro, em concurso material.
• §4º - DELAÇÃO EFICAZ: TRATA-SE DE UMA CAUSA DE DIMINUIÇÃO
DE PENA.
➢ EXTORSÃO INDIRETA: ART.160/CP
TIPO MISTO ALTERNATIVO. CRIME COMUM. CRIME FORMAL (na figura
“receber” o crime é material)
Como se prevê no tipo penal e de acordo com a doutrina majoritária, basta a
potencialidade de se instaurar procedimento criminal contra a vítima ou contra
terceiro, sem se realizar valoração de entendimentos jurisprudenciais nem se
exigindo efetiva condenação.
O documento, que tem a finalidade de garantir a dívida, é aquele que tem
potencialidade para a instauração de procedimento criminal contra a vítima, como
a duplicata simulada, o cheque emitido sem provisão de fundos ou aquele em que
ele falsifica assinatura de terceiros.