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Cultivo Do Abacate

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Saibatodasasetapasqueenvolvemocultivod

acaqui,suasvariedades,caracteristicasdec
limaesoloeprocessodepropagação,implant
açãoetratos.

MATERIAL AGRONÔMICO
CULTIVO DO ABACATE

SUMÁRIO
1. Origem .................................................................................................
2. Botânica ..............................................................................................
3. Propagação ........................................................................................
4. Variedades Cultivadas ....................................................................
5. Aspectos Climaticos ........................................................................
6. Solos .....................................................................................................
7. Propagação e formação do pomar ..............................................
8. Tratos culturais e adubação ..........................................................
9. Pragas e Doenças .............................................................................
10. Colheita, comercialização, utilização e rendimento ............

Referências .............................................................................................

1 . ORIGEM
Há relatos de que os navegadores conheceram o abacate já nos
primórdios do descobrimento da América. Sabe-se que em 1519
e 1526, ele era conhecido na Colômbia, e depois no México, em
1532 e 1550. Seu nome, derivado da corrutela de um nome
indígena, mostra que o fruto há muito era utilizado pelos
nativos.
Desde o início do seu conhecimento, viu-se que o abacate se
distinguia por seus tipos diferentes, atualmente conhecidos
como raças, das quais a americana e a guatemalense ou
guatemalteca podem ser associadas a seus centros de origem,
enquanto a antilhana não é originária das Antilhas, já que se
desenvolveu e evoluiu nas terras baixas do México e na América
Central.

Como espécie nativa da América, o abacate difundiu-se por todo


o continente americano, inicialmente no século XVII, sendo
citada a sua presença na Jamaica em 1657 e 1696,comonome de
avocado, que é o de uso corrente nos países de língua inglesa.

Nos de língua espanhola, sempre foi conhecido como aguacate,


embora em alguns deles -Argentina, Chile, Peru, Equador -, seja
chamado de palta.

Na Europa, o abacate foi citado pela primeira vez em 1601, como


planta introduzida no jardim botânico de Valência. Depois, sua
dispersão foi expandindo-se para outros continentes, tendo chegado
à Africa, via Gana, em 1750. No Havaí e na Flórida, chegou em 1825
e 1833, respectivamente, ou talvez antes. Na Califórnia, em tomo de
1860, e na Ásia, via Malásia, aproximadamente em 1900.
2. BOTÂNICA
o abacateiro pertence à família Lauraceae, que compreende
cerca de 50 gêneros, sendo Persea o sub gênero do abacate,
com várias espécies se aproximando do abacateiro comercial,
este pertencente a três espécies e variedades hortícolas que
caracterizam as três raças; a) Mexicana - Persea americana varo
drymifolia; b) Antilliana - P. americana varo americana, e c)
Guatemalense ou guatemalteca P. nubigena varo guatemalensis.
Esta nova classificação, é hoje tida como a mais correta,
embora também se possa referir ao abacateiro como P.
americana Mill.

Outras espécies de Persea são aparentadas com o abacateiro,


mas infelizmente não podem ser usadas como porta-enxertos,
uma vez que são incompatíveis ou intolerantes em relação à
gomose. Espécies de outro subgênero, denominado
Eriodaphne, são resistentes à gomose, mas incompatíveis com
Persea. As variedades comerciais de abacate são, em geral,
híbridas das espécies ou raças mexicana, antilhana ou
guatemalense.

Sabe-se, por exemplo, que as variedades mais importantes no


momento, a Fuerte e a Hass, possivelmente derivam do cruzamento
natural de variedades das raças guatemalense e mexicana, sendo a
primeira mais característica da raça mexicana, enquanto a segunda
é mais característica da guatemalense. Muitas outras variedades de
origem híbrida resultantes do cruzamento guatemalense versus
antilhana são hoje importantes na Flórida e no Brasil.

A possibilidade da hibridação tanto das raças como de seus híbridos


dá ao abacateiro condições de adaptação às mais variadas situações
de clima e solo que superam as de qualquer outra frutífera. Sob este
aspecto, vale destacar a grande resistência ao frio que tem a raça
mexicana, enquanto a antilhana é considerada de boa adaptação à
região tropical, e a guatemalense é tida como intermediária. Quanto
ao solo, destaca-se a maior adaptação da raça antilhana aos solos
salinos, o que tem possibilitado o seu plantio comercial em áreas
com essa característica, mediante o uso de porta-enxertos da raça
ou de seus híbridos o sistema radicular do abacateiro é considerado
como superficial, sem pêlos radiculares, e proporcional ao volume da
parte aérea. À semelhança de outras plantas perenes, o abacateiro
sofre a influência do solo, clima, porta-enxerto e enxerto, bem como
dos tratos culturais, principalmente a irrigação.

Na sua parte aérea, o abacateiro possui uma copa aberta, com


ramos bifurcados, principalmente no caso de planta enxertada. Sua
altura pode atingir até 20m, com diâmetro do tronco aos 30 anos de
até 1m, porém com menos da metade desta medida na cultura
comercial. A casca ~os ramos e tronco é suberosa, recortada,
grossa, com espessura de até 3cm e cor variável entre cinza-claro e
escuro. O limbo é de cor creme-claro, quebradiço e com vasos
grandes. Os ramos novos possuem pêlos e podem variar de cor,
dependendo da raça.
O crescimento do abacateiro decorre do desenvolvimento de gemas
apicais. Estas se alongam, dando os primórdios foliares que formam
os novos ramos, em vários ciclos vegetativos por ano, considerando-
se a temperatura diurna de 25 DC e noturna de 18 DC como ideais
para o crescimento.

Temperaturas muito abaixo ou acima das citadas podem causar


queimaduras nas folhas novas. Por isso, as plantas novas devem ser
protegidas, dependendo das condições do plantio. Os ciclos
vegetativos ocortem normalmente na primavera e no fim do verão e
início do outono, sendo o inverno um período de repouso, com queda
das folhas, seguindo-se a floração, esta maior quando há um
repouso bem definido, causado por baixas temperaturas ou umidade

As folhas são simples e inteiras, de forma elíptica, com nervação


penada (como uma pena). A inserção no ramo se faz por meio de um
pecíolo curto. Medições das folhas de algumas espécies mostraram
variações de comprimento de 14 a 19cm, largura de 7 a 9cm, com
pecíolos de 3 a 4,5cm
O ápice da folha é geralmente afilado, com a base foliar do ângulo
maior, com 90 a 100 graus. A face superior é glabra e a inferior
pubescente. Apesar de as folhas serem perenes, pode haver
renovação total na época da florada, conforme a cultivar ou as
condições ambientais.

As flores são hermafroditas, simétricas, verdeamareladas, com


aproximadamente I cm de diâmetro. Ocorrem em panículas de até
200 flores, originárias de gemas florais terminais, às vezes
subterminais. Há variedades que têm crescimento determinado;
outras o têm indeterminado, isto é, após a emissão das panículas,
saem ramos vegetativos.

Uma planta adulta pode produzir milhões de flores, embora apenas I


% ou menos vá originar frutos. Não há correlação positiva entre
maior florescimento e maior produção, citando-se como exemplo a
cultivar Tova, que produz poucas flores mas é muito produtiva. As
sépalas têm, em média, 5mm, com pétalas um pouco maiores,
colocadas em oposição a um estaminóide. Os estames são quadril
oculares, dispostos em dois anéis externos, de três estames cada
um; são os responsáveis pelo fornecimento do pólen. Há outros três
estames de um anel interno e três estaminóides que secretam
néctar. O órgão feminino, o gineceu, compõe-se de um pistilo
simples, com um ovário e um óvulo, colocado no centro da flor.

O fruto é uma drupa que possui uma casca (pericarpo) delgada,


grossa ou quebradiça, um mesocarpo carnoso (parte comestível
contendo entre 5 e 30% de óleo) e uma semente coberta pelo
endocarpo, envoltório coriáceo que recobre os cotilédones da
semente. O pedúnculo do abacate, de tamanho · médio a longo, é
inserido no centro ou lateralmente no fruto por uma parte mais
grossa chamada pedicelo. Grandes variações de cor, formato,
tamanho, casca, polpa e semente podem ocorrer nos frutos do
abacateiro, dependendo das raças e variedades.

3. PROPAGAÇÃO
O abacateiro pode propagar-se via sementes ou via vegetativa.
A propagação vegetativa pode ser feita por vários métodos,
como a estaquia, enxertia, alporquia e cultivo de tecidos. Dentre
estes, o mais utilizado é a enxertia. Dos métodos de enxertia
utilizados, a borbulhia e a garfagem são os mais comuns;

A produção de mudas por sementes já foi bastante utilizada,


porém, hoje, a sua utilização se restringe a produção de porta-
enxertos. As desvantagens de pomar produzido a a partir de
mudas por semente estão relacionadas principalmente à sua
variabilidade genética. Como conseqüência há uma grande
desuniformidade na produção, qualidade dos frutos (tamanho,
forma, teor de óleo, cor de polpa, tamanho do caroço, etc),
época de colheita e resistência a pragas e doenças. Isso
dificulta a planificação da colheita, a padronização da qualidade
dos frutos, e a comercialização, além de onerar o controle de
moléstias. Além disso, as plantas obtidas por semente só
frutificam a partir dos 6 anos de idade.

Na obtenção de porta-enxertos, são utilizados a propagação clonal, e


aqueles obtidos por sementes.
a) Obtenção de porta enxertos oriundos de sementes:
alguns cuidados gerais na obtenção das sementes são
recomendados: plantas-mãe pertencentes a variedades
vigorosas e sadias, adaptadas ao local do plantio e oriundas de
plantas enxertadas com o objetivo de uniformizar em parte, as
sementes; frutos maduros, uniformes, sadios, e escolhidos na
planta; descartar sementes pequenas, semear imediatamente
após a colheita e o preparo das sementes para evitar perda do
poder germinativo; tratar as sementes com água a 49-50 oC
durante meia hora para o controle preventivo da gomose; e
tratar com fungicida; retirar ou cortar os envoltórios das
sementes.

A semeadura deve ser feita diretamente nos recipientes, ou em


canteiros e caixas para posterior repicagem. Sacos de plástico
com capacidade para 5

a 7 Kg são os mais utilizados. O solo ou substrato deve ser


desinfetado.

A semeadura é feita com o ápice da semente voltado para cima. As


sementes devem ser cobertas a 1cm. As regas devem ser periódicas
e não pode haver encharcamento. Sob condições de meia sombra e
rega contínua a germinação se dá 30-60 dias após o plantio. Em
condições controladas, a germinação ocorre aos 30 dias e o enxerto
pode ser feito 70 a 75 dias após a semeadura. Quando isso ocorre,
as plantas precisam ficar ainda 2 meses na estufa, sendo adaptadas
a condições intermediárias e depois transplantadas para recipientes
maiores.

Na Embrapa, a enxertia é feita três a seis meses após a semeadura


em porta-enxertos novos, utilizando-se garfos de ramos tenros. Uma
vez que a enxertia tenha pegado, retira-se o plástico aos 30 dias,
sendo que a muda estará pronta para ser levada ao campo oito a
doze meses após a semeadura. No México costuma-se enxertar
cavalinhos mais maduros, usando-se garfos ou borbulhas. Em
seguida, as plantas são conduzidas de quatro a sete meses, sendo
levadas ao campo com 15 meses de idade.
b) Obtenção de porta-enxertos clonais:esta técnica foi
desenvolvida na Califórnia e é bastante utilizada para obtenção
de cavalos tolerantes `a gomose. No processo para obtenção
dos clones, a técnica mais utilizada é a do estiolamento, que
consiste no seguinte processo: plantas obtidas de sementes de
um portaenxerto são plantadas em recipiente cheio com
substrato até a metade. Depois é enxertada a variedade porta-
enxerto que se quer clonar bem próximo ao nível do solo.

Após o seu desenvolvimento, corta-se rente ao substrato e


coloca-se em câmara escura, para provocar o desenvolvimento
de ramos estiolados.Quando os brotos atingem 8 a 10 cm, o
recipiente é cheio com vermiculita, de forma a deixar apenas as
pontas dos ramos de fora, as quais são expostas à luz. Os
brotos se desenvolvem e são destacados na base e plantados
em caixa ou recipiente de nebulização em um substrato de
vermiculita.

Após 50-60 dias, as plantas terão emitido raízes e estarão aptas a


serem usadas como cavalo para posterior enxertia. Pode haver
necessidade de aplicação de hormônio para facilitar o enraizamento.

c) A enxertia, por sua vez, pode ser feita por meio de vários
processos. Os mais empregados pelos viveiristas são a enxertia
por gema terminal, enxertia por garfagem em fenda cheia ou
apical, e a garfagem lateral. A borbulhia é pouco utilizada pois
algumas variedades são difíceis de serem enxertadas por esse
sistema, sendo facilmente enxertadas por garfagem. Além disso,
é mais fácil achar garfos adequados do que borbulhas
apropriadas.

As mudas enxertadas devem ser mantidas à meia sombra para


facilitar o pegamento. Devem, também, ser tutoradas para evitar
quebra pelo vento.

A sobrenxertia em árvores adultas também pode ser utilizada quando


se quer mudar a variedade copa. A garfagem, neste caso, é o
principal processo utilizado. Quando se quer mudar o cavalo usa –se
a encostia
FIG 1. Realização da enxertia em

mudas de abacate
FIG 2. Mudas de abacate pós enxerto

4. VARIEDADES CULTIVADAS
Dada a necessidade do cruzamento de plantas com
comportamentos florais diferentes para a garantia de eficiência
na polinização resultam-se um grande número de novos
cultivares, dos quais os que apresentam melhores
características são multiplicados de forma vegetativa, e
geralmente recebem o nome do local ou região onde são
cultivados.

Na cultura comercial do abacateiro, as variedades são


agrupadas em tipo exportação ou consumo interno. Na maioria
dos países, ambas servem para os dois fins, mas no Brasil as
variedades tipo exportação não são bem aceitas no mercado
interno. As variedades preferidas para o consumo interno
geralmente apresentam baixo teor de óleo, frutos grandes, e
comumente são das raças antilhana ou guatemalense.

Dado o fato de que os picos de produção ocorrem no meio do ano,


havendo falta do produto e altos preços no final e início do ano,
ultimamente os produtores tem dado preferência à variedades que
produzam nessa época. Em relação à exportação, as variedades
mais cultivadas são a Fuerte, e a Hass.

4.1 Cultivares para o mercado externo


a) Grupo floral A:
Hass: É a principal variedade desse grupo floral,

destinada a exportação. Surgiu na década de 20, na Califórnia e


foi selecionada a partir da raça guatemalense, porém apresenta
indícios de que se trata de um híbrio do cruzamento com a raça
mexicana. É mais suscetível ao frio, comparada a variedade
Fuerte, e também é sensível à baixa umidade. Apresenta grande
produção de flores e tende a uma excessiva frutificação, com
conseqüência negativa por provocar uma diminuição do
tamanho dos frutos. É muito produtiva e detém a importante
característica de reter os frutos na planta, mesmo depois de
maduros, permitindo a colheita durante longo tempo.

O fruto é oval-piriforme, e possui uma casca grossa e rugosa que


confere uma boa resistência ao transporte. Pesa de 180 a 300g,
sendo que a polpa é de boa qualidade e não tem fibras. A semente é
pequena, esférica e aderente a polpa. É a variedade mais plantada
no México e tem substituído a Fuerte na Califórnia. Como polinizador
indica-se a variedade Ettinger em Israel. Na Califórnia usa-se a
variedade Bacon.

Outras variedades: podem ser citadas, ainda, as variedades Reed,


Gwen, Rincon, e Tova. Dentre estas, destaca-se a variedade Gwen
por ser a única que é resultante de um trabalho de melhoramento,
sendo a mais promissora dentre os vários híbridos selecionado, e
produz mais do que a Hass e Fuerte, chegando a 70t/ha.

FIG 3. Abacate da variedade Hass


b) Grupo floral B:
Fuerte: É a variedade mais difundida no mercado,
dada a sua qualidade em termos de padrão de comercialização
na maioria dos países. Trata-se de um híbrido das raças
guatemalense e mexicana, originário do México. A planta não
tem hábito de crescimento muito grande, mas tende a se
desenvolver lateralmente. O fruto é piriforme, e pesa de 150 a
350g. Possui casca flexível, elástica e sem brilho. A semente é
pequena, cônica e aderente à polpa. É resistente ao transporte.
Embora a planta seja resistente a geada, em relação a
frutificação, é sensível à baixas temperaturas. Exige
polinizadores específicos, sendo indicadas as variedades Topa-
Topa e Tova. A colheita é precoce a média.

São relatadas ainda para este grupo floral, as variedades Bacon,


Zutano Ettinger, Edranol, Horshim, e Nabal, porém de
importância em escala comercial bastante inferior.
4.2 Cultivares para o mercado interno:

O Brasil é um país que tem a sua produção voltada


principalmente para o mercado interno. Por isso, a lista de
variedades tende a aumentar muito devido à seleção local. As
variedades locais são importantes por sua adaptação às
condições climáticas, hábitos de consumo, resistência a
doenças, qualidade, aparência e conservação pós-colheita. No
Brasil, destacam-se as variedades Quintal e Fortuna.

a) Grupo A:

Simmonds:Trata-se de uma árvore de porte médio, pouco


resistente a geadas; os frutos são grandes, elípticos, resistentes
a verrugose e medianamente resistentes ao transporte. A casca
é lisa, coriácea. A polpa possui baixo teor de óleo. O caroço é
grande e elíptico. A colheita se dá de fevereiro a abril.
Fortuna:a planta é vigorosa, imune a verrugose e a antracnose,
de produção precoce (a partir do 3ºano). Os frutos são grandes
(750 g em média) e a polpa é um pouco adocicada.

Ouro Verde: selecionada em Valinhos (SP), possui maturação


tardia com a colheita se concentrando de setembro a outubro. O
fruto tem base angular e pesa ao redor de 845 g. A casca possui
superfície rugosa. O caroço é elíptico e solto, pesando
aproximadamente 140g. A polpa é amarela e possui baixo teor
de fibras.

b) Grupo B

Pollock:as árvores são de porte médio, e possuem fraca


resistência a geadas, possuindo precocidade normal e produção
constante. Os frutos pesam em torno de 775g, são piriformes,
imunes a verrugose e de resistência moderada ao transporte. A
casca é lisa, mas coriácea. A polpa é adocicada, com baixo teor
de óleo e fibras. O caroço é pequeno, cônico e aderente.

Barbieri:conhecida também como Limeirão ou Geada apresenta


maturação precoce, com colheita concentrada nos meses de
janeiro e fevereiro. O fruto pesa em torno de 710 g. A casca é
lisa, coriácea e lustrosa. A polpa possui baixo teor de fibras e
sabor neutro. Seu rendimento é da ordem de 82% e apresenta
cerca de 3,15% de óleo e 1,26% de proteína. O caroço é elíptico
e aderente, pesando em torno de 72g.

Quintal:apresenta fruto grande, com peso maior que

600g, e de formato piriforme. É o único do “tipo manteiga” e de


valor comercial, que amadurece entre maio e junho, no estado
de São Paulo.

Prince:árvore de porte alto, tem pouca resistência à

geadas, e sua produção é constante. Os frutos pesam em torno


de 670 g, são obovados, e possuem boa resistência à verrugose
e ao transporte. A casca é verrugosa, lenhosa e verde. A polpa é
de sabor neutro e possui rendimento médio da ordem de74%. O
caroço é aderente.
Reis: selecionado em Valinhos, SP, apresenta maturação tardia
com colheita nos meses de agosto e setembro. O fruto pesa em
torno de 790 g. Sua casca é levemente rugosa, textura lenhosa e
aparência lustrosa. A semente é aderente à cavidade e pesa em
torno de 105g. A polpa possui um sabor semelhante a nozes,
com baixo teor de fibras. Seu rendimento é da ordem de 78%,
sendo 1% de proteína e 13,8% de óleo.

Solano:árvore de grande porte, alta produtividade e produção


constante. O fruto pesa em torno de 800 g. A casca é levemente
rugosa e espessa. A polpa é amarelo-ovo, não possui fibras e
tem alto rendimento.

FIG 4. Principais variedades de abacate

5. ASPECTOS CLIMATICOS
Dos fatores climáticos que afetam o abacateiro, os principais
são a temperatura, a luminosidade, a precipitação pluviométrica,
os ventos e a unidade do ar, destacando-se dentre estes, a
temperatura e a precipitação.

a) Temperatura: é considerada por vários autores,


como sendo o fator climático mais importante para a cultura do
abacateiro. As variedades de abacateiro apresentam
comportamentos diferentes conforme a raça a que pertencem. A
raça antilhana, originária da América Central, é a mais sensível a
baixas temperaturas. A raça guatemalense é a originária de
regiões altas da América Central, e por isso é mais resistente ao
frio do que a raça antilhana. As variedades da raça mexicana
são as mais resistentes a baixas temperaturas, pois são
originárias de regiões de elevada altitude do México, e da
Cordilheira dos Andes.

As temperaturas baixas podem prejudicar a fecundação das flores. A


cultivar Fuerte, por exemplo, não frutifica se a temperatura noturna
for inferior a 13 o C. Frutos de alguma cultivares de regiões mais
frias apresentam maior teor de óleo. As altas temperaturas, por sua
vez, podem induzir a queda de frutinhos recém formados e até
mesmo a queda de frutas já medianamente desenvolvidas, no caso
de temperaturas acima de 40 ºC. Além disso, as temperaturas dos
meses mais frios exercem destacada influência sobre o
desenvolvimento dos frutos, sendo que temperaturas mais altas
provocam uma antecipação no período de colheita.

b) Altitude: Este é um fato que está bastante relacionado com a


temperatura e que é importante na escolha das raças. A raça
mexicana se adapta a altitudes de 1500m até 2000m; a
guatemalense de 500 a 1000m, e a antilhana, de zero a 500m.
Segundo este autor, dado a essa relação com a temperatura, a
época de produção é influenciada, e é interessante do ponto de
vista comercial.
c) Precipitação:Precipitações da ordem de 1200mm anuais são
suficientes para a cultura, desde que haja uma distribuição
razoável ao longo do ano. As estiagens prolongadas causam a
queda de folhas e por conseguinte, de produção. Já o excesso
de precipitação no período de florescimento e frutificação
provoca queda na produção e prejudica a qualidade dos frutos.
Koller (1984), alerta para o fato de que as folhas do abacateiro
não apresentam murchamento nítido por ocasião do déficit
hídrico, permanecendo praticamente normais, até que
apresentam mancha necrótica, secam e caem. Por isso é
necessário bastante atenção na prevenção de déficit de água,
especialmente em plantas jovens cujo sistema radicular não é
muito profundo.

A alta umidade do ar pode levar ao aparecimento de doenças


fúngicas como oídio e antracnose.
d) Luminosidade:o excesso de radiação solar pode provocar a
queimadura da casca e dos frutos. Mudas recém plantadas
necessitam de sombreamento para o pegamento. O
desfolhamento de árvores adultas pelo ataque de moléstia e/ou
deficiência minerais pode predispor a casca dos ramos a
queimaduras. Uma prática cultural que ajuda a protegê-la do sol
é a calagem do tronco e dos ramos. Embora esses
inconvenientes, o abacateiro precisa da luminosidade para
garantir uma boa produção e qualidade dos frutos.

Áreas sombreadas e regiões sujeitas a nebulosidade, por


exemplo, provocam o crescimento vertical em detrimento do
crescimento lateral, dificultando a colheita e tratos culturais. O
mesmo ocorre em plantios densos. Ramos internos também não
produzem bem, e podem ser retirados.
e) Ventos:vários efeitos danosos são relatados, tais como,
desfolhamento, queda de frutos, quebra de ramos, dificuldade
de polinização por insetos, aumento da transpiração e
predisposição ao efeito da seca, dessecamento de flores,
manchas nos frutos por causa do at rito destes com os ramos, o
que provoca depreciação no caso de exportação. Como
medidas para solucionar esse problema, recomenda-se a
orientação do plantio do pomar e uso de quebraventos.

O plantio de cortina vegetal com finalidade de atuar como


quebra-vento deve ser feito, de preferência, alguns anos antes
da instalação do pomar. As espécies recomendadas são o
cipestre, as casuarinas, taquara e inclusive, o próprio abacateiro
pé-franco (obtido a partir de semente). A utilização do pé-franco
como quebra-ventos apresenta várias vantagens como
crescimento rápido, bom enfolhamento, produção adicional de
frutos, e possibilidade de seleção de novas cultivares face a
variabilidade genética.

FIG 5. Lavoura de abacate

6. SOLOS
O abacateiro é uma das fruteiras mais sensíveis ao fator solo,
principalmente no que diz respeito a drenagem e profundidade.
Solos profundos, férteis, bem drenados, leves e pouco ácidos
são o desejável.

a) Permeabilidade:Solos argilosos, com alto poder de

retenção de água e de difícil drenagem podem causar a morte


das raízes do abacateiro, que são muito exigentes em aeração.
Além disso, a umidade do solo predispõe as plantas do
abacateiro ao ataque do fungo Phyhtophtora cinnamomi Rands.
Além disso, o abacateiro se desenvolve mais lentamente em
solos pesados, retardando o início da frutificação. Solos rasos,
porém com boa drenagem, também podem ser utilizados pois a
planta apresenta sistema radicular superficial.

b) Salinidade: um outro fator relacionado ao solo, muito


importante a ser considerado para a cultura do abacateiro, no
momento de implantação do pomar, é a salinidade.

O abacateiro é muito sensível à salinidade. Medida pela


condutividade elétrica, pode causar danos à planta quando excede
3mm hos/cm. Os sintomas são, queima da ponta e borda das folhas
e queda da produção. A salinidade pode ser provocada por altas
concentrações de sulfatos, cloretos, carbonetos e nitratos no solo, ou
água de irrigação como concentração acima de 0,2g/l de cloreto.

O controle da salinidade pode ser feito mediante irrigação pesada


para lavagem do excesso de sais, e principalmente, pela utilização
de porta-enxertos da raça antilhana, que são resistentes. Uma outra
prática também recomendável é a aplicação de nitrato na água, que
aumenta a tolerância da planta à salinidade.

c) pH: em relação ao pH, a faixa adequada ao

abacateiro está entre 5,0 e 6,5. Fora desses limites, a planta é


muito prejudicada, principalmente em pH alcalino, que também
é mais difícil de ser corrigido.

7. PROPAGAÇÃO E FORMAÇÃO DO POMAR


O abacateiro pode ser propagado por sementes ou por enxertia,
sendo este último o mais recomendado por oferecer vantagens
como uniformidade das plantas quanto às características da
variedade e precocidade da produção. O emprego de sementes
deve limitar-se à obtenção de porta-enxertos para posterior
enxertia.

7.1 - Sementes
As sementes devem ser obtidas de árvores sadias e produtivas
e de frutos perfeitamente desenvolvidos, no estágio de
maturação conhecido como “de vez” ou maduros. Em seguida,
devem ser tratadas por imersão em calda aquosa de Metalaxyl a
0.1%, durante 10 min. Eliminada a película que as envolve e
postas a secar à sombra , colocando-as logo em seguida , para
germinar em areia grossa, com a base achatada voltada para
baixo. Após a germinação e antes da emissão do primeiro par
de folhas, as plantinhas são transplantadas para o viveiro com
espaçamento de 1,00 x 0,30 m ou sacos plásticos de 5 kg.

Em ambos os casos as plantinhas devem ficar sob ripados. As regas


devem ser constantes para evitar o estresse do porta-enxerto. Para
Roraima as sementes utilizadas devem ser de preferência das
variedades da raça Antilhana ou de seus híbridos, germinando
normalmente dentro de 30 e 40 dias.

5.2 - Enxertia

Os processos mais empregados pelos viveiristas na enxertia


dos abacateiros são: por gema terminal ; por garfagem em fenda
cheia ou apical e por garfagem lateral. As plantas estão aptas a
serem enxertadas quando atingem 30 cm de altura e seu caule,
da grossura de um lápis, ainda apresentar uma coloração
bronzeada.

Somente porta-enxertos vigorosos e bem conformados devem


ser enxertados. Os garfos usados para a enxertia nada mais são
do que ponteiros dos ramos do último crescimento vegetativo,
dos quais são aparadas as folhas por cerca de 10 dias antes da
enxertia , deixando-se apenas os pecíolos.

Devem ser oriundos de plantas sadias e altamente produtivas,


apresentando as características da variedade que se deseja
multiplicar. Terminada a operação de enxertia, protege-se o enxerto
com um saco plástico, formando uma câmara úmida que impedirá a
dessecação dos tecidos, favorecendo o pegamento.
5.3 - Formação do Pomar

Escolhida a área, prepara-se o terreno com aração profunda


seguida de uma ou duas gradagens , conforme a necessidade.
As covas de plantio devem ser abertas nos espaçamentos
recomendados, variando de 7 x 9 m a 10 x 12 m, sendo o
espaçamento de 10 x 10m o mais empregado.

Em Israel é utilizado o espaçamento inicial de 6 x 6m, mas, após


o primeiro desbaste 6 a 8 anos o espaçamento entre árvores
passa a ser 6 x 12m, e, após novo desbaste 4 anos após o
primeiro, o espaçamento final ficará sendo de 12 x 12 metros.
Num pomar bem organizado deve-se intercalar variedades do
grupo A com variedades do grupo floral B, garantido assim uma
polinização efetiva.

As covas devem ter dimensões de 60 x 60 x 40cm, separando-se de


um lado a terra da primeira camada de 15 cm e de outro a do
subsolo. Trinta dias antes do plantio das mudas, que deve coincidir
com o início das chuvas, aplicam-se na cova 30 litros de esterco de
gado, bem curtido, 0,5 a 1kg de superfosfato simples e 100 - 200 g
de cloreto de potássio, bem misturados com a terra da primeira
camada do solo.

Então retira-se a muda da embalagem com terra, colocando a


mesma, no centro da cova de modo que o colo da planta fique um
pouco acima do nível do solo, firmando-se bem com o restante da
terra. Após, faz-se uma bacia em torno da muda para contenção da
água da irrigação, cobre-se o solo em volta da muda com capim seco
para preservar a umidade.
FIG 6. Plantio novo de abacate

8. TRATOS CULTURAIS E ADUBAÇÃO


As principais operações que se seguem ao plantio, anualmente
ou várias vezes durante o ano são: poda, adubação, controle
das plantas daninhas e tratamentos fitossanitários.

8.1 - Poda

Normalmente o abacateiro não recebe poda de formação e de


frutificação, sendo efetuadas apenas quando necessárias,
visando a condução da planta em uma arquitetura mais
equilibrada. Posteriormente fazse a eliminação dos ramos
doentes e atacados por pragas.

É
É recomendada a eliminação das inflorescências durante os
dois ou três primeiros anos após o plantio com a finalidade de
não estressar a planta, prejudicando a formação do sistema
radicular e da copa, retardando o crescimento da árvore. Poda
de restauração, quando necessária, deverá ser feita nas
pernadas próximas ao tronco, de modo a favorecer uma
vegetação abundante e ao mesmo tempo possibilitar a copa a
mais baixa possível.

8.2 - Adubação

O abacateiro é planta exigente em nitrogênio, fósforo e potássio,


além de mostrar-se sensível à ausência de magnésio,
manganês, cobre e ferro. Um terço do nitrogênio deve ser
colocado através de adubação orgânica. As adubações devem
ser realizadas antes do plantio das mudas, inclusive para
permitir a realização da calagem, se necessária.

As fórmulas e as quantidades recomendadas, segundo o


estágio de desenvolvimento, são as seguintes, quando não se
dispõe de resultados de análise do solo:

8.2.1 - Viveiro
Em intervalos de 30 a 45 dias aplicar por planta 10g da fórmula 4
- 12 - 8 ou similar.

8.2.2 - Plantas em Desenvolvimento


Durante os três anos iniciais recomenda-se 250g da

fórmula 10 -10 - 10 por aplicação, feita a intervalos de 60 dias


durante a estação chuvosa. Em caso de indisponibilidade da
fórmula indicada pode-se usar: 1° ano55g de uréia e 35g de
cloreto de potássio por planta e por vez após o pegamento da
muda(final de maio) e final da estação chuvosa(agosto). Neste
momento, não se utiliza aplicação de fósforo porque o mesmo já
foi aplicado no plantio(início de maio) e fica disponível às
plantas por um período maior que os demais nutrientes.
2° ano65g de uréia , 220g de superfosfato simples e
50g de cloreto de potássio no inicio e final da estação chuvosa.
3° ano85g de uréia , 290g de superfosfato simples e

65g de cloreto de potássio no inicio e final da estação chuvosa .


8.2.3 - Plantas em Produção
Quando iniciar a frutificação usar a fórmula 12 -6 -12, na base de
1kg por caixa produzida , dividida em 3 aplicações durante o
período chuvoso. Se a cultura for irrigada, divide-se a adubação
em 4 aplicações durante o ano . Cobre, zinco, manganês e boro
devem ser aplicados em pulverização foliar, duas vezes durante
o ano ( no período chuvoso ). O ferro é adicionado sob a forma
de quelato, na base de 25 e 50 g/ planta. Na ausência da fórmula,
aplicam-se 170g de uréia, 455g de superfosfato simples e 100g
de cloreto de potássio dividido em três aplicações durante o
período chuvoso.

8.3 - Controle de Plantas Daninhas


As plantas daninhas concorrem com o abacateiro por água e
nutrientes. No período chuvoso, quando há abundância de água
recomenda-se a roçagem em vez da gradagem, permitindo
aumentar o teor de matéria orgânica de solo ao mesmo tempo
que protege o terreno quanto à erosão. No período seco
recomendase o uso de “mulching” (cobertura morta) para
manutenção da umidade do solo em torno da planta .

9. PRAGAS E DOENÇAS
9.1 - Pragas

9.1.1 - Vaquinha (Costalimaita ferrugínea). Pequeno besouro


amarelado que devora as folhas, deixando-as perfuradas ou
rendilhadas quando o ataque é intenso, prejudicando o
desenvolvimento das plantas. O controle pode ser feito por
polvilhamento ou pulverização, quando houver incidência da
praga, utilizando-se inseticidas fosforados ou carbamatos.
9.1.2 - Lagarta do fruto (Stenoma catenifer). Praga específica do
abacateiro. A mariposa possui asas de cor palha , com pontos
cinzentos escuros. A lagarta é branca, com cabeça preta, e
ataca a polpa e sementes. Os frutos atacados caem. O combate
é feito com Trichlorfon (Dipterex pó solúvel 80%) a 0,2% ou
Parathion methyl (Folidol E .M . 60%) a 0,1% , via pulverização,
quando detectado ataque a nível de dano econômico.

FIG 7. Lagarta do fruto (Stenoma catenifer) e


sua ação no fruto do abacate
9.1.3 - Lagarta das folhas (Papilio scamander scamander).

O adulto é uma borboleta de coloração preta, tendo nas asas


anteriores uma faixa amarela e, as asas posteriores apresentam
mancha amarelada. A lagarta inicialmente é branca e
posteriormente verde, com duas listras pardas no abdômen. O
ciclo larval é de 30 dias. O controle é semelhante ao indicado
para a lagarta do fruto . 7.1.4 - Coleobrocas ( Apate terebrans ),
família Bostrichidae, besouro de cor preta medindo 2,5 cm de
comprimento. As larvas são de cor branca e abrem galerias nos
ramos e troncos e dentro das galerias permanecem as larvas e
os adultos. Os ramos atacados secam .

Acanthoderes jaspidae da família Cerambicidae,

besouro de cor acinzentada com pontuações pardas sobre os


élitros , medindo 2,5 cm de comprimento. O ramo, onde a fêmea
deposita os ovos, sofre uma incisão anelar logo abaixo da
postura. Esta incisão precipita a seca e queda do ramo e sobre o
ramo seco as larvas completam o seu desenvolvimento . 9.1.5 -
Cochonilhas (Protopulvinaria longivalvata), família Coccidae, é
uma cochonilha desprovida de carapaça, de coloração vermelho
castanha, que se encontra na página inferior da folha .

Aspidiotus destructor, família Diaspididae. Esta cochonilha é


provida de carapaça de coloração amarela e ataca folhas e
frutos. As cochonilhas causam danos às plantas pela
inoculação de substâncias tóxicas e sucção de seivas das
folhas. Excretam substâncias açucaradas que atraem as
formigas e servem de meio de cultura para a propagação do
fungo da fumagina ( Capnodium spp ).

O controle é feito com Gusathion A a 0,2%. Pulverização com


óleo mineral emulsionável ou miscível a 1% juntamente com um
inseticida fosforado ou não. Fazer duas aplicações espaçadas
de 20 dias quando se empregar apenas óleo.

9.2 - Doenças

9.2.1 - Podridão das raízes.


Provocada pelo fungo Phytophthora cinnamomi Rand, destrói o
sistema radicular matando o abacateiro. A planta atacada exibe
uma exudação branca cristalina na casca do tronco, próxima às
fendas enegrecidas. Este fungo desenvolve-se em solos úmidos
e mal drenados e não se conhece porta-enxerto resistente. A
única medida preventiva é a de evitar os solos pesados e mal
drenados. Como medida curativa remover os tecidos afetados e
proteger a região com pasta à base de fungicida cúprico.

9.2.2 - Antracnose.

Provocada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, Penz,


ataca frutos, folhas e ramos, aparecendo sob a forma de
manchas pardas e escuras e massas brancas que são a
frutificação do oídio, prejudica a polinização e provoca a queda
dos frutos. O controle é feito com calda bordalesa ou fungicidas
à base de cobre .
FIG 8. Ação da Antracnose no fruto do abacate

9.2.3 - Verrugose.
Causada pelo fungo Sphaceloma persea, Jenkins, constitui-se
numa das principais doenças do abacateiro, atacando, folhas e
frutos novos. As variedades pertencentes à raça Antilhana são
mais resistentes. Os sintomas surgem no limbo ou na nervura.
As manchas são de cor parda e quando em grande número,
deforman e causam rompimentos do limbo foliar, daí constitui-
se uma doença importante nos viveiros por afetar o
desenvolvimento inicial da planta. As lesões que se formam nos
frutinhos durante o seu desenvolvimento, resultam em
cicatrizes de cor parda que se distribuem no sentido
longitudinal .

O controle é feito com calda bordalesa ou fungicidas cúpricos.


A primeira aplicação deve ser feita no início do período de
vegetação, devendo ser seguida de duas ou três outras durante
o ano .
9.2.4 - Oídio.
Causado pelo fungo Oídium perseae Noack, que ataca
preferencialmente flores e folhas. Nas flores provoca redução da
polinização e queda dos frutos. Nas folhas os sintomas são
reconhecidos por manchas arredondadas, cloróticas, com
pequenas áreas pardas na face superior e manchas escuras mal
definidas na inferior. Em folhas novas verifica-se na superfície
inferior manchas com leve massa branca constituindo as
frutificações do fungo. O controle é feito com enxofre pó
molhável, calda sulfo-cálcica ou Karathane .

9.2.5 - Cercosporiose.
Tem como agente causal o fungo Cercospora purpurea, cujo
fungo provoca danos nos frutos, folhas e ramos. Os frutos
atacados caem, principalmente quando a infecção atinge o
pedúnculo. As variedades mais tardias são mais susceptíveis e
entre estas, a variedade Wagner. O controle é o mesmo indicado
para a verrugose.
9.2.6 - Podridão dos frutos.
Os agentes responsáveis pelo apodrecimento dos frutos são os
fungos Diplodia natalensis, Hendersonia sp, Rhizopus nigricans,
causadores de podridões pretas, verdes e vermelhas dos frutos.
A infecção ocorre normalmente quando os frutos se encontram
ainda em estágio de desenvolvimento .

10. COLHEITA, COMERCIALIZAÇÃO, UTILIZAÇÃO


E RENDIMENTO
A colheita ocorre durante todo o ano , com o pico de produção
em marçoabril. O abacate deve ser colhido na fase pré-
climatérica, quando se pretende seu envio a grandes distâncias
com trajeto de, no mínimo 21 dias. O ponto de colheita pode ser
determinado pela alteração da cor da casca, de verde para
amareloesverdeado, aumento do teor de óleo da polpa, menor
aderência do pedúnculo e menor resistência da polpa. A
colheita deve ser feita com escadas e tesouras apropriadas ou
ainda “colhedor de saco”.

10.1 - Embalagem e Comercialização

No mercado interno o sistema utilizado é o de caixas tipo


querosene, com 28 x 40 x 60 cm e que comportam desde 35
frutos grandes até 90 frutos pequenos. As embalagens para
exportação, requerem maiores cuidados como:
1 - uniformidade da remessa;
2 - frutos de tamanho padrão;
3 - caixas contendo 12 frutos em uma única camada;
4 - as caixas podem ser de papelão ou de madeira, com duas a três
fileiras de frutos, e cada fruto envolto em papel de seda branco ou
polietileno.

10.2 - Conservação dos frutos

A duração dos frutos depende do seu estágio de


desenvolvimento, da variedade, da época de colheita e das
condições de transporte . Frutos conservados em câmaras
frigorificas à 120 C, mantém-se no estágio préclimatérico por 12
dias ao passo que, quando envolto em sacos plásticos, esse
período pode-se prolongar por 21 dias .

O saco de polietileno não deve ser muito espesso , pois pode


danificar o fruto, apresentando manchas pardas na casca, polpa
com coloração acinzentada e odor de fermentação . A variedade
Fuerte apresenta boa conservação ao frio e durabilidade na
árvore, sendo considerada em outros países como excelente
fruto para exportação .

10.3 - Rendimento

É variável em função das regiões de cultivo, das variedades


usadas e das condições climáticas predominantes, sobretudo
durante a floração . O abacateiro entra em produção 2 a 3 anos
após o plantio. O número de frutos por árvore adulta varia de
200 a 800. Uma produção normal gira em torno de cinco a seis
caixas de vinte e cinco quilos por planta e por ano.
FIG 9. Abacate pronto pra comercialização

REFERÊNCIAS
RECCE, P. C. The floral anatomy of the avocado. American Journal of Botany. 26: 429-
433. 1939.

EMBRAPA, CPAC. Colheita e comercialização do abacate: Veja os cuidados


necessários. 1988. 3p. (EMBRAPA/CPAC - Noticiário, 21).

GOMES, R. P. Fruticultura brasileira. São Paulo: Nobel, 1987. 446p.


MARANCA, G. Fruticultura comercial: Manga e Abacate. 6 ed. São Paulo: Nobel, 1992.
138p.
SIMÃO, S. Manual de fruticultura. São Paulo: Ed. Agronômica Ceres, 1971. 530p.

TEIXEIRA, C. G.; BLEINROTH, E. W.; CASTRO, J. V. de.; DE MARTIN, Z. J. TANGO, J.


S.; TURATTI, J. M.; LEITE, R. S. S. F.; GARCIA, A. E. B. Abacate: cultura, matéria-
prima, processamento e aspectos econômicos. 2 ed. Campinas, ITAL, 1991. 250p.
DONADIO, L. C. Abacate para Exportação: Aspectos Técnicos da Produção. 2 ed.
Brasília. FRUPEX, 1995. 53p.

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