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2 - RESUMO DO MÃ - DULO Regulaã Ã o Do Meio Interno - Biologia

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RESUMO DO MÓDULO “REGULAÇÃO DO MEIO

INTERNO”
1 - Regulação nervosa e hormonal em animais
Todos os sistemas biológicos constituem sistemas abertos, pois realizam trocas de energia e matéria com o
exterior, das quais depende a sua sobrevivência. Os seres vivos possuem mecanismos que equilibram as
alterações induzidas pelo meio externo, para que exista uma constância do meio interno. Esta constância,
designada homeostasia, traduz a existência de um equilíbrio dinâmico nos sistemas biológicos. Quando esta
homeostasia é interrompida o sistema biológico entra num estado de degradação, a que se dá o nome de doença.
Caso os mecanismos homeostáticos consigam repor o equilíbrio, o estado normal é restabelecido, se
acontecer o oposto o sistema biológico chega ao fim advindo a sua morte.

Para que a homeostasia não se perca, a atividade dos órgãos é controlada e regulada, respondendo ás
alterações, quer do meio interno, quer do meio externo, através de mecanismos de retroalimentação.
A retroalimentação pode ser de dois tipos:
• Negativa - é a utlizada na maioria dos casos nos sistemas biológicos. Ocorre quando existe um desajuste na
homeostasia, revertendo o sistema para um determinado ponto.
• Positiva - A retroalimentação positiva amplifica a resposta ao desajuste na homeostasia.

Homeostasia

Osmorregulação Termorregulação

Controlo da entrada e saída de água e controlo da temperatura corporal

sais minerais

O nosso sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso central e pelo sistema nervoso periférico.

O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela espinhal medula.

O sistema nervoso periférico encontra-se fora do sistema nervoso central e é formado por nervos.

Fig.1 - Sistema nervoso central Fig.2 - sistema nervo periférico e central

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A unidade do sistema nervoso é a célula nervosa - o neurónio.
Os neurónios são células altamente estimuláveis, capazes de detetar pequenas alterações do meio. Em
resposta a estas variações, verifica-se uma alteração elétrica, que percorre a membrana. Estas alterações
constituem o impulso nervoso.

Fig.3 - Neurónio

O conjunto do axónio e da bainha de mielina que o envolve designa-se fibra nervosa. As fibras nervosas reunidas
em feixes envolvidos por uma capa de tecido conjuntivo constituem os nervos.

Fig.4 - Estrutura dos nervos

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Todas as células, particularmente, os neurónios, apresentam diferenças de concentração de iões entre a parte
externa e a parte interna da sua membrana citoplasmática. O fluido extracelular, que rodeia os neurónios,
apresenta elevadas concentrações em sódio, mas uma baixa concentração de potássio. Por outro lado, no meio
intracelular, ocorre o contrário, há uma elevada concentração em potássio e uma baixa concentração em sódio.

Como o citoplasma dos neurónios contém, proporcionalmente, menor quantidade de iões positivos do que o
fluido extracelular, a superfície interna da membrana apresenta carga elétrica positiva. Assim, gera-se uma
diferença de potencial elétrico entre as duas faces da membrana - potencial de membrana - que, quando o
neurónio não está a transmitir impulsos, é da ordem dos -70 mV (milivolts) - potencial de repouso. O sinal
negativo indica que o interior da célula tem carga global negativa, relativamente ao exterior.

O potencial de repouso deve-se, principalmente, á diferença de concentração de sódio e potássio, dentro e fora
da célula. Esta diferença manteve-se devido ao funcionamento de bombas de sódio e potássio, que bombeiam
sódio para o meio externo e potássio para o meio interno (consumindo ATP), contrariando o movimento de difusão
passiva destes iões.

Fig.5 - mecanismo que permite manter o potencial de repouso

Como a bomba de sódio e potássio transporta 3 Na+ por cada 2 K+, a quantidade de iões que sai da célula (por
transporte passivo) supera a quantidade de iões K+ que sai da célula de iões Na+ que entra na célula. Desta
forma, a célula perde cargas positivas, gerando-se um excesso de cargas negativas no interior da célula,
relativamente ao exterior.

Na membrana celular, existem canais que permitem a passagem de K+ e Na+ de forma passiva. Quando o
neurónio está em repouso, estes canais encontram-se fechados, abrindo-se quando a célula é estimulada.

Quando um neurónio é atingido por um estímulo, os canais de Na+ abrem-se, conduzindo a uma rápida entrada
de Na+ para a célula. Esta entrada brusca de iões positivos faz com que o potencial de membrana passe de -
70mV para +35mV. Esta alteração de diferença de potencial designa-se despolarização.

Esta rápida alteração do potencial elétrico, ocorre durante a despolarização, designa-se potencial de ação e é
da ordem dos 105 mV( de -70mV para +35mV).

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A despolarização de um determinado ponto ocorre, sensivelmente, durante 1,5 milésimos se segundo, já que,
quando o potencial de ação atinge o pico, aumenta a permeabilidade da membrana ao K+, enquanto que a
permeabilidade dos canais Na+ volta ao normal. Assim, verifica-se uma queda do potencial da membrana, até
atingir o seu valor de repouso - repolarização.

Fig.6 - Despolarização e repolarização de um neurónio.

O estímulo tem de ter uma determinada intensidade para gerar um potencial de ação. O estímulo mínimo
necessário para originar um potencial de ação designa-se por estimulo limiar.

Uma vez ultrapassado este estímulo limiar, e portanto estimulado pelo neurónio, o potencial de ação é
independente da intensidade do estímulo.

O potencial de ação, que se gera na área da membrana estimulada, propaga-se á área vizinha, conduzindo á
sua despolarização. Verifica-se, então uma sucessão de despolarização e repolarização ao longo da membrana
do neurónio, constituindo o impulso nervoso.
- A propagação do impulso nervoso faz-se apenas num sentido, das dendrites para o axónio.

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Fig. 7 - transmissão de impulsos nervosos

Fig.8 - Deslocamento do potencial de ação

Transmissão do impulso nervoso ao longo dos neurónios

A velocidade de propagação do impulso nervoso varia de neurónio para neurónio e de animal para animal. Este
facto está relacionado com a estrutura do axónio. Os axónios de pequeno diâmetro conduzem o impulso
lentamente, pois apresentam uma maior resistência ao fluxo. Por sua vez, axónios de grande diâmetro conduzem
o impulso muito mais rapidamente.
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A rápida propagação do impulso nervoso, nos neurónios dos vertebrados é garantida pela presença da bainha
de mielina que recobre os axónios. Esta bainha é formada por camadas concêntricas de membranas das células
de Schwann. O isolamento dos axónios pela bainha de mielina apresenta interrupções, designadas nódulos de
Ranvier, nos quais a superfície do axónio fica exposta.

Nas fibras nervosas mielinizadas, o potencial de ação despolariza a membrana do axónio unicamente na região
dos nódulos de Ranvier, pois o efeito isolante da bainha de mielina impede que essa despolarização ocorra nas
restantes zonas. Desta forma, o impulso nervoso salta de um nódulo para o seguinte, permitindo, assim, uma
velocidade de propagação muito mais elevada em relação á que se verifica nos neurónios desmielinizado.

Transmissão do impulso nervoso entre neurónios - sinapses

As terminações dos axónios estabelecem relações com as dendrites dos neurónios seguintes, permitindo que o impulso
nervoso seja conduzido a longas distâncias. A passagem do impulso nervoso de um neurónio para o outro faz-se
através das sinapses. A sinapse é uma região de contacto muito próxima entre a extremidade de um neurónio e a
superfície das outras células.

Quando o impulso nervoso atinge as extremidades do axónio pré-sináptico, libertam-se para a fenda sináptica
substâncias químicas designadas neurotransmissores. Estas substâncias ligam-se a recetores da membrana da célula
seguinte (células pós-sináptica), desencadeando o impulso nervoso que assim continua a sua propagação.

Estes neurotransmissores encontram-se armazenados em vesiculas. O impulso nervoso induz a fusão dessas
vesiculas com a membrana do axónio. Este fenómeno de exocitose permite que os neurotransmissores sejam lançados
na fenda sináptica. Os neurotransmissores, ao ligarem-se a recetores da membrana do neurónio pós-sináptico,
conduzem á abertura de canais iónicos associados a esses recetores permitindo a entrada de Na+ na célula. Esta
entrada provoca a despolarização da membrana, originando um impulso nervoso nessa célula.

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Fig. 9 - Transmissão do impulso nervoso na fenda sináptica.

Sistema endócrino - regulação hormonal


Nos animais, além do sistema nervoso, existe outro sistema de comunicação que permite efetuar respostas
desencadeadas por determinados estímulos. Este sistema, designado sistema endócrino, é constituído por glândulas
excretoras de mensageiros químicos - hormonas - que são lançados na corrente sanguínea atingindo células-alvo, que
assim, efetuam uma determinada resposta.

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Fig 10 - Comunicação efetuada pelo sistema endócrino.

Embora as hormonas sejam lançadas no meio interno, dispersando-se pelo organismo através da corrente sanguínea,
atuam apenas nas células-alvo que possuem recetores capazes de detetar a sua presença. Assim, é possível garantir
uma resposta especifica de determinadas células, perante um determinado sinal, contribuindo, desta forma,
eficazmente para a manutenção do equilíbrio do organismo - homeostasia.

Interação sistema nervoso - sistema endócrino

Estes dois sistemas interagem no sentido de regularem os mecanismos homeostáticos. De facto, grande parte da
atividade endócrina é controlada, direta ou indiretamente, pelo hipotálamo. Esta região do cérebro estabelece ligação
entre o sistema nervoso e o sistema hormonal.

O hipotálamo recebe diversos estímulos, quer de outras áreas do cérebro, quer de hormonas que o atingem através
da corrente sanguínea. Em resposta a estes estímulos, os neurónios hipotalâmicos produzem neuro-hormonas que
atingem a hipófise.

Termorregulação e osmorregulação
Todas as plantas e animais apresentam uma série de respostas a estímulos do meio exterior. Algumas dessas
respostas tornam-se evidentes sob a forma de movimentos.
Os movimentos das plantas ocorrem em diversos órgãos, como os caules, as raízes, as folhas, ou as flores. Estes
movimentos são afetados pelas condições do meio exterior, tais como, a luz, a temperatura, a gravidade, o fotoperíodo
ou o contacto.

Os movimentos das plantas que envolvem crescimento na direção do estímulo ambiental ou na direção oposta
chamam-se tropismos. Os movimentos que não envolvem crescimento direcionado chamam-se movimentos
násticos ou nastias.

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Estímulo Tropismo
Nastia
Luz Fototropismo Fotonastia
Gravidade Gravitropismo
Toque Tigmotropismo Tigmonastia
Temperatura Termotropismo Termonastia
Químico Quimiotropismo Quimionastia
Água Hidrotropismo Hidronastia

Os tropismos podem ser positivos ou negativos conforme o movimento se realiza em direção ao estímulo ou se
afasta dele.

Fig 11 - Girassóis

Fototropismo
Resposta da planta em direção á luz. Muitos caules têm fototropismos positivo, curvando-se na direção da luz. As
raízes têm fototropismo negativo.

Fig 12 - Planta carnívora

Tigmotropismo
Resposta da planta a um estímulo de contacto.

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Ação das hormonas vegetais no desenvolvimento das plantas
O principal fator interno da regulação das reações de desenvolvimento e crescimento nas plantas são as hormonas
vegetais ou fitohormonas.

Existem cinco importantes grupos de fitohormonas: auxinas, giberelinas, citoquininas, ácido abcísico e
etileno.

TIPOS DE HORMONAS VEGETAIS (FITOHORMONAS)

Estimulam o crescimento celular, o alongamento de caules e raízes e o


desenvolvimento dos frutos

Controlam o gravitropismo

Promovem a dominância apical


Auxinas
Retardam a abscisão

Estimulam o alongamento e a divisão celular em caules, raízes, gomos e


folhas jovens

Giberelinas Promovem a germinação de sementes e os processos de floração e


maturação dos frutos

Estimulam a divisão celular em sementes, raízes, folhas jovens e frutos

Promovem o desenvolvimento dos gomos laterais


Citoquininas
Retardam a abscisão

Estimula a maturação dos frutos

Etileno Promove a abscisão

Estimula a abscisão
Ácido
Inibe a germinação de sementes e o desenvolvimento de gomos
abcísico
Promove o fecho dos estomas em plantas com stress hídrico

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