Relatório 4 - Obtenção de Cicloexeno Por Desidratação Do Cicloexanol
Relatório 4 - Obtenção de Cicloexeno Por Desidratação Do Cicloexanol
Relatório 4 - Obtenção de Cicloexeno Por Desidratação Do Cicloexanol
C6H12O C6H10
Inicialmente, o ácido fosfórico (H3PO4) em aquecimento, presente no meio reacional, protona o
grupo hidroxila (OH) do álcool (cicloexanol), formando um íon oxônio (oxigênio realizando 3
ligações), através de uma reação ácido-base.
A terceira etapa consiste na desprotonação do hidrogênio beta, onde ocorre novamente uma reação
ácido-base, pela remoção de um próton do carbono adjacente ao carbono carregado positivamente
por uma base do meio reacional, podendo ser uma molécula de água, de álcool ou a base
conjugada do ácido (H2PO4-). O par de elétrons deixados para trás quando o próton é removido
torna-se a segunda ligação C=C. Assim, regenera-se a molécula de ácido (H3PO4) e forma-se o
alceno desejado: o cicloexeno.
A presença do grupo funcional alceno (C=C) pode ser indicada através da realização de simples
reações nas quais uma mudança de cor pode ser observada, nesse experimento os testes químicos
realizados foram adição de bromo e o teste de Bayer que consiste na oxidação com permanganato.
Um segundo teste de cor é a reação com permanganato de potássio (Teste de Bayer), onde o
alceno reage com o potássio do permanganato formando um diol incolor, sob condições ácidas, o
diol reage ainda mais para formar uma mistura de ácidos carboxílicos incolores, ou no caso de um
alceno cíclico, um ácido dicarboxílico, a medida em que o permanganato é consumido, a mistura
perde a cor púrpura e ao mesmo tempo, o dióxido de manganês, uma substância marrom se
precipita. Portanto, se uma amostra descolorir o permanganato e formar um precipitado marrom,
pode-se inferir que um grupo funcional alceno está presente.
Procedimento Experimental
Primeiramente, montamos um sistema para a desidratação do cicloexanol, de acordo com a figura
a seguir:
Figura 1 – Sistema de Destilação para desidratação do Cicloexanol. (A) Balão de fundo redondo
contendo cicloexanol, ácido fosfórico e pedras de ebulição. (B)Manta de aquecimento. (C)
Suporte com garras. (D) Condensador. (E) Erlenmeyer para recolher o cicloexeno. (F) Banho de
gelo para resfriamento do cicloexeno. (G) Termômetro onde será medido a temperatura da
mistura cicloexeno + vapor.
Num balão de fundo redondo de 50,0mL levado para aquecimento numa manta, foram adicionados,
na respectiva ordem: 10,0 mL (9,60g) de cicloexanol; 2,5 mL de ácido fosfórico concentrado
(na capela); pedras de ebulição. Em seguida, o aquecimento foi iniciado e a temperatura registrada
pelo termômetro foi monitorada. Ao atingir a temperatura entre 76 e 78°C, pôde-se observar a coleta
do produto no Erlenmeyer. Depois de observado um aumento da temperatura e um sinal de
turbulência da solução sendo ebulida, o aquecimento foi encerrado.
Em seguida, nosso destilado foi levado a um funil de separação com 10,0 mL de água destilada e
um pequeno volume de solução concentrada de cloreto de sódio (NaCl) – pois foi observada a
formação de uma emulsão. Após repetido o processo de agitação e liberação de gás três vezes, a
fase aquosa inferior foi separada da fase orgânica, contendo cicloexeno, superior. À fase orgânica
no funil, foram adicionados 5,0 mL de carbonato de sódio (Na2CO3) 10%, e novamente a mistura
foi agitada e as fases separadas. Por fim, a fase orgânica restante no funil foi lavada com 10,0 mL
da solução concentrada de NaCl, as fases separadas uma última vez e ambas reservadas.
A fase orgânica foi transferida para um Erlenmeyer de 125mL e seca com sulfato de sódio anidro
(NaSO4), o líquido obtido foi filtrado por um funil analítico com uma pequena quantidade de
algodão em sua boca. Pesou-se a amostra final e o rendimento do cicloexeno foi calculado.
Testes Químicos
Os testes químicos para detecção de alcenos (ligações duplas C=C) realizados foram: adição de
bromo e teste de Bayer. Ambos foram feitos usando dois tubos de ensaio com aproximadamente
2,0 mL de solução 2% de Permanganato de Potássio (KMnO₄) e 0,5 – 1,0% de bromo em
hexano, cada solução em um tubo separado, nos quais foram gotejados 8 e 4 gotas do destilado
contendo cicloexeno, respectivamente.
Após sua adição à solução, observamos que a coloração mudou em ambos para incolor. Isso indica
que, como ilustrado anteriormente na primeira secção deste relatório, houve uma reação com a
ligação C=C do cicloexeno, onde no teste com bromo, o mesmo reagiu com o alceno (cicloexeno)
formando um dibrometo incolor e no teste de Bayer, o alceno reagiu com o potássio do
permanganato formando um diol incolor. O que comprovou o produto final ser um alceno, visto que
se ainda fosse um alcano, álcool, a coloração não mudaria, pois não haveria interação com a
ligação simples C-C.
Primeiramente, em nosso “teórico” espectro de massas obtido por impacto eletrônico, poderíamos
assumir que o pico do íon molecular (que não é o de maior intensidade neste caso) é o de maior
razão m/z. Então, nossa molécula teria uma massa molar de aproximadamente 82 g.mol-1. O
cicloexeno (C6H10), composto que procuramos ter formado com a desidratação, tem este mesmo
valor de massa molar, o que nos indicaria que este poderia ter sido formado.
Por fim, com o “espectro” de RMN 1H “obtido”, veríamos um quadrupleto próximo a 5.5 ppm, um
quintupleto próximo a 2.0 ppm e um outro quadrupleto próximo a 1.5 ppm. Ao calcularmos a
razão da integral entre os picos (não representada na imagem), obteríamos a proporção de 2:2:1
respectivamente. Assim, diríamos que “temos” 4 hidrogênios no primeiro quadrupleto, 4 hidrogênios
no quintupleto e 2 hidrogênios no outro quadrupleto.
𝑣 = 𝑘 [𝑆𝑢𝑏𝑠𝑡𝑟𝑎𝑡𝑜] [𝐵𝑎𝑠𝑒]
Aumento da Estabilidade
Os Carbocátions mais instáveis são os que possuem menor grau de substituição, ou seja, menos
grupos alquil ligados ao carbocátion. O fenômeno pelo qual os grupos alquil estabilizam os
carbocátions é chamado de hiperconjugação, que pode ser definida como a interação entre a
ligação carbono-hidrogênio da cadeia e o orbital vazio do carbocátion, essa interação envolve uma
transferência de carga que o estabiliza, portanto, carbocátions menos substituídos, são mais
instáveis.
Carbocátion Carbocátion Carbocátion
Secundário Primário Metílico
Aumento da Instabilidade
Sim, um carbocátion pode se formar em uma posição α-carbonílica, especialmente em reações que
envolvem a quebra de ligações adjacentes ao grupo carbonila (C=O) em compostos orgânicos,
exemplo, uma reação de condensação ácido-base de um aldeído ou cetona com um ácido ou base
forte, onde o átomo de hidrogênio do grupo carbonila é removido formando um íon enolato, esse
íon pode ser protonado na posição α-carbonílica, levando à formação de um carbocátion α-
carbonílico.
3-) Escreva o mecanismo para a reação de obtenção do cicloexeno a partir do cicloexanol.
R:
Para evitar reações secundárias, visto que o cicloexeno pode ser um produto instável ou suscetível
a reações secundárias quando exposto a condições de temperatura e pressão elevadas, logo com
a destilação simultânea durante a sua preparação, minimiza a exposição a essas condições
reduzindo a possibilidade de reações indesejadas.
Auxilia na remoção de impurezas voláteis, visto que pode haver impurezas no sistema de reação,
ou serem geradas e a destilação permite a separação do cicloexeno de outras substâncias voláteis,
produzindo um produto mais puro.
O rendimento do produto também é aumentado, porque segundo o princípio de Le Chatelier, a
remoção contínua do cicloexeno da zona de reação favorecer o equilíbrio da reação, deslocando-
a para a formação de mais produto.
Referências Bibliográficas Básicas
Química orgânica experimental: uma abordagem de química verde / Arlene G. Corrêa ... [et.al.]. –
1. ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2016