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Aula 16 - Improbidade Administrativa

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IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
DISPOSIÇÕES GERAIS
Primeiramente é válido conceituar “improbidade administrativo” pela doutrina.
Segundo José dos Santos Carvalho Filho: “A ação de improbidade administrativa é aquela em
que se pretende o reconhecimento judicial de condutas de improbidade na administração
perpetradas por administradores públicos e terceiros, e a consequente aplicação das sanções
legais, com o escopo de preservar o PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA”.

Perceba que o conceito de improbidade administrativa guarda grande relação com a


moralidade como princípio. A doutrina majoritária preceitua que moralidade e probidade
sejam tratadas como sinônimos para fins de prova, tendo em vista que no artigo 37 da
constituição é prevista a moralidade como princípio expresso e a improbidade agindo como
lesão a este mesmo princípio.

FIQUE LIGADO - A improbidade pode ser vista, regra geral, como LESÃO
ao princípio da moralidade.

A responsabilização por atos de improbidade administrativa tem base Constitucional,


no seu artigo 37, sendo descrita da seguinte forma:

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a


suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma
e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

Perceba que a constituição já dimensionou a seriedade dos atos de improbidade,


prevendo consequências duras pelo seu descumprimento. Porém, por se tratar de uma
norma de EFICÁCIA LIMITADA, ou seja, necessita de lei para produzir plenamente seus
efeitos, em 1992 a lei 8429/92 foi editada, disciplinando a matéria constitucional e se
tornando o foco de nosso estudo!

Importante salientar que a lei 8429/92 foi alterada pela lei 14.230/21, sendo assim,
este material está de acordo com a nova lei editada em 25/10/2021.

#FAZQUESTÃO
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LEI 8429/92
DISPOSIÇÕES GERAIS
O primeiro artigo da lei 8429/92 já foi alterado pela lei 14230/21, tendo a seguinte
redação:
Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade
administrativa tutelará a probidade na organização do Estado
e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a
integridade do patrimônio público e social, nos termos desta
Lei.

LEMBRE-SE – A tutela citada busca assegurar a INTEGRIDADE do


PATRIMÔNIO PÚBLICO e SOCIAL.

§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as


condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei,
ressalvados tipos previstos em leis especiais.

IMPORTANTÍSSIMO – Até então, a conduta de “Lesão ao Erário” admitia


a modalidade DOLOSA e CULPOSA. Com a edição da nova lei, NENHUMA CONDUTA
DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ADMITE A MODALIDE CULPOSA, APENAS A
DOLOSA!

NÃO CUSTA REPETIR – Agora, APENAS CONDUTAS DOLOSAS podem


caracterizar atos de Improbidade Administrativa!

§ 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o


resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não
bastando a voluntariedade do agente.

DE MANEIRA GERAL – “DOLO” é VONTADE CONSCIENTE de fazer “algo


errado”

§ 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências


públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta
a responsabilidade por ato de improbidade administrativa
.

NÃO CUSTA REPETIR, MAIS UMA VEZ – Agora, APENAS CONDUTAS


DOLOSAS podem caracterizar atos de Improbidade Administrativa!

#FAZQUESTÃO
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§ 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei
os princípios constitucionais do direito administrativo
sancionador.

EM SUMA – Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência,


Ampla Defesa, Contraditório, Celeridade Processual, etc

§ 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente


de divergência interpretativa da lei, baseada em
jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha
a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de
controle ou dos tribunais do Poder Judiciário.

EM RESUMO – Ação ou Omissão decorrente de uma divergência jurídica


interpretativa NÃO CONFIGURA IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

FIQUE TRANQUILO – “Pulei” os parágrafos 5, 6 e 7, pois estes se encaixam


em outro tópico.

SUJEITOS DA LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


SUJEITOS PASSIVOS
Sujeito passivo é a pessoa jurídica que a lei indica como VÍTIMA do ato de improbidade.
Retomando os parágrafos 5, 6 e 7 do artigo primeiro, tem-se:

§ 5º Os atos de improbidade violam a probidade na


organização do Estado e no exercício de suas funções e a
integridade do patrimônio público e social dos Poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da
administração direta e indireta, no âmbito da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.

COMO JÁ FALADO – A Responsabilização por Improbidade Administrativa


busca assegurar a INTEGRIDADE do PATRIMÔNIO PÚBLICO e SOCIAL

§ 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade


praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes
públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo.

§ 7º Independentemente de integrar a administração


indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de
improbidade praticados contra o patrimônio de entidade
privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido
ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o
ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do
ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
#FAZQUESTÃO
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A nova lei FACILITOU o entendimento dos Sujeitos Passivos, sendo assim, os atos de
improbidade administrativa podem ser cometidos CONTRA:

 ADMINISTRAÇÃO DIRETA ou/e INDIRETA de QUALQUER PODER ou


ESFERA

 ENTIDADE PRIVADA que RECEBA subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou


creditício.

 ENTIDADE PRIVADA que o erário tenha CONCORRIDO ou CONCORRA no seu


patrimônio ou receita atual

ATENÇÃO – Neste último caso a sanção é LIMITADA À REPERCUSSÃO DO


ILÍCITO sobre a contribuição dos cofres públicos.

SUJEITOS ATIVOS
Em suma, o Sujeito Ativo é o Agente Público! A lei trata agente público de acordo com
a seguinte redação:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público
o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.

Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública,


sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física
ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio,
contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo
de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.

Sendo assim, são SUJEITOS ATIVOS de Improbidade Administrativa:

 O Agente Político

 O Servidor Público

 Todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,


por qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou
função

APROFUNDANDO – Apesar de ser considerado um Agente Político, o


PRESIDENTE DA REPÚBLICA, segundo entendimento jurisprudencial, NÃO pode
ser responsabilizado nos “moldes” da Lei de Improbidade Administrativa.

#FAZQUESTÃO
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PARTICULAR COMO SUJEITO ATIVO
Segundo o dispositivo legal, tem-se:

Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber,


àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade.

Em suma, a lei também é aplicada, no que couber, àquele que, MESMO NÃO SENDO
agente público:

 INDUZA ou CONCORRA DOLOSAMENTE da prática do Ato de Improbidade

CONTINUANDO, TEMOS:

§ 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa


jurídica de direito privado não respondem pelo ato de
improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica,
salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios
diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação.

EM RESUMO – Caso, Pessoa Jurídica (empresa) seja sujeito ativo de ato de


improbidade, seus sócios/diretores/funcionários NÃO respondem pelo ato, SALVO
se tiverem “participado do esquema” de forma comprovada.

Por fim, temos:

§ 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica,


caso o ato de improbidade administrativa seja também
sancionado como ato lesivo à administração pública de que
trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013.

EM RESUMO – Caso a infração cometida pela Pessoa Jurídica seja tipificada


pela LEI ANTI-CORRUPÇÃO, a lei de Improbidade Administrativa NÃO SE
APLICARÁ.

#FAZQUESTÃO
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RESPONSABILIDADES DERIVADAS
RESPONSABILIDADE DO SUCESSOR
Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário
ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à
obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do
patrimônio transferido.

OU SEJA – A Responsabilidade do Sucessor/Herdeiro é ATÉ O LIMITE DO


VALOR DA HERANÇA

RESPONSABILIDADE NO CASO DE ALTERAÇÃO CONTRATUAL


Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta
Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de
transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão
societária.

Parágrafo único. Nas hipóteses de fusão e de incorporação, a


responsabilidade da sucessora será restrita à obrigação de
reparação integral do dano causado, até o limite do
patrimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis as demais
sanções previstas nesta Lei decorrentes de atos e de fatos
ocorridos antes da data da fusão ou da incorporação, exceto
no caso de simulação ou de evidente intuito de fraude,
devidamente comprovados.
DE MANEIRA GERAL – Se uma empresa é condenada por Improbidade Administrativa
e se FUNDE/DIVIDE/INCORPORA, a que incorporou ou se fundiu, funcionará na mesma
lógica de um SUCESSOR/HERDEIRO, sendo responsável apenas no limite do patrimônio
transferido

#FAZQUESTÃO
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ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


Os atos de improbidade administrativa se encontram tipificados nos artigos 9°, 10 e 11
da lei 8429/92. Artigos que formam uma gradação, sendo Enriquecimento Ilícito (Art 9°) o
mais grave, e Atentar contra os Princípios (Artigo 11) o mais leve.

Sendo assim, segundo a lei 8429/92 são então atos de improbidade administrativa:

 PRÁTICA DE ATO DOLOSO, ou seja, AÇÕES DOLOSAS que geram


ENRIQUECIMENTO ILÍCITO.

 AÇÕES OU OMISSÕES DOLOSAS que causam DANOS/LESÃO AO ERÁRIO.

 AÇÕES OU OMISSÕES DOLOSAS que ATENTEM CONTRA OS PRINCÌPIOS DA


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

PERCEBA – No “Enriquecimento Ilícito” NÃO é prevista a “OMISSÃO”, ou


seja, apenas ATOS COMISSIVOS (AÇÕES) tem o condão de caracterizar um
enriquecimento ilícito.

ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Constitui ato de improbidade administrativa importando em enriquecimento ilícito
auferir, mediante a prática de ato doloso, QUALQUER TIPO DE VANTAGEM PATRIMONIAL
INDEVIDA em razão do exercício de cargo, de mandato, de função, de emprego ou de
atividade.

IMPORTANTE – O que “CARACTERIZA” o Enriquecimento Ilícito é,


justamente, a obtenção de VANTAGEM PATRIMONIAL INDEVIDA

Segundo a lei 8429/92, são ações que importam Enriquecimento Ilícito, de maneira
EXEMPLIFICATIVA:

I - Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou


imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser
atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;

II - Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para


facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel,
ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1°
por preço superior ao valor de mercado;

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III - Perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o
fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao
valor de mercado;

IV - Utilizar, em obra ou serviço particular, qualquer bem móvel,


de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta Lei, bem como o trabalho de servidores,
de empregados ou de terceiros contratados por essas entidades;

BASICAMENTE – Utilizar bens e serviços públicos para a satisfação de


interesse particular.

V - Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de
azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou
de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal
vantagem;

VI - Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta


ou indireta, para fazer declaração falsa sobre qualquer dado
técnico que envolva obras públicas ou qualquer outro serviço ou
sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de
mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta Lei;

VII - Adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,


de cargo, de emprego ou de função pública, e em razão deles, bens
de qualquer natureza, decorrentes dos atos descritos no caput
deste artigo, cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público, assegurada a
demonstração pelo agente da licitude da origem dessa evolução

ENTENDENDO – Caso o Agente Público adquira um bem de valor


desproporcional à sua remuneração ou a evolução de seu patrimônio, e, não
comprove que este bem foi adquirido devido à uma evolução natural de seu
patrimônio (valorização de seus bens, venda de imóveis, investimentos bem
sucedidos, etc), poderá ser tipificado um ato de enriquecimento ilícito.

VIII - Aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de


consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica
que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado
por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público,
durante a atividade;

NA PRÁTICA – É aceitar uma “propina” na forma de um “serviço”

IX - Perceber vantagem econômica para intermediar a


liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

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X - Receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou
declaração a que esteja obrigado;

XI - Incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,


rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - Usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores


integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1° desta lei.

Importante salientar que para se caracterizar o ato de enriquecimento ilícito não se


necessita de EFETIVO PREJUÍZO aos cofres públicos.

LEMBRE-SE – Não é necessário PREJUÍZO aos cofres públicos para se


caracterizar o enriquecimento ilícito.

FIQUE ATENTO – Este conceito é de suma importância para diferenciar


Enriquecimento Ilícito de Lesão ao Erário, uma vez que esta (Lesão ao Erário)
NECESSITA ensejar perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação de bens e haveres.

PEGADINHA ENTRE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO E LESÃO AO ERÁRIO


Segundo o artigo citado, caracterizam ENRIQUECIMENTO ILÍCITO:

 Enriquecer ilicitamente a SI PRÓPRIO

 AGIR PARA QUE TERCEIRO se enriqueça ilicitamente

Muitos candidatos confundem este conceito com um ATO QUE CAUSA LESÃO AO
ERÁRIO, sendo este:

 PERMITIR, FACILITAR ou CONCORRER para que TERCEIRO SE ENRIQUEÇA


ILICITAMENTE.

#FAZQUESTÃO
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PARA NÃO HAVER CONFUSÃO, TEM-SE QUE ENTENDER O SEGUINTE CONCEITO:
 Enriquecimento ilícito, quando para terceiro, é AGIR DOLOSAMENTE para que
OUTRO se enriqueça ilicitamente (Exemplo: Arrecadar propina para outro
servidor público),

 Fazer “vista grossa” sem a AÇÃO direta de enriquecer outrem, apenas


PERMITINDO, FACILITANDO ou CONCORRENDO para que OUTRO se
enriqueça ilicitamente é caso de LESÃO AO ERÁRIO!

LESÃO/PREJUÍZO AO ERÁRIO PÚBLICO


Trata-se de QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO, DOLOSA, que enseje, de forma efetiva e
comprovada:
 Perda Patrimonial

 Desvio Patrimonial

 Mal-Uso do Patrimônio Público (Erário Público)

 Dilapidação do Patrimônio Público

 Apropriação ou Malbaratamento do Patrimônio Público

 Outros prejuízos que envolvam BENS ou HAVERES públicos.

LEMBRE-SE – Diferente do “Enriquecimento Ilícito”, na “Lesão ao Erário”,


por si só, NÃO se percebe VANTAGEM ECONÔMICA.

Segundo a lei 8429/92, são ações que importam Lesão ao Erário, de maneira
EXEMPLIFICATIVA:
I - Facilitar ou Concorrer, por qualquer forma, para a indevida
incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou
jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou de valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º desta Lei

II - Permitir ou Concorrer para que pessoa física ou jurídica


privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do
acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei,
sem a observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

III - Doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente


despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências,
bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

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IV - Permitir ou Facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades
referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por
parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - Permitir ou Facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem


ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - Realizar operação financeira sem observância das normas


legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou
inidônea;

VII - Conceder benefício administrativo ou fiscal sem a


observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;

VIII - Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo


seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente, acarretando
perda patrimonial efetiva

NÃO CAIA NA PEGADINHA DA PROVA – Existe uma tipificação muito


parecida, nesta mesma lei, que caracteriza ATENTAR CONTRA OS PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, sendo ela:

V - Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso


público, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de
benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros.

IX - Ordenar ou Permitir a realização de despesas não


autorizadas em lei ou regulamento;

X - Agir Ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda,


bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio
público;

XI - Liberar verba pública sem a estrita observância das


normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular;

XII - Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se


enriqueça ilicitamente;

PRESTE ATENÇÃO – Esta pegadinha já vou explicada anteriormente neste


material.

XIII - Permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,


veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho
de servidor público, empregados ou terceiros contratados por
essas entidades.
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XIV – Celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão
associada sem observar as formalidades previstas na lei

XV – Celebrar contrato de rateio de consórcio público sem


suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as
formalidades previstas na lei.

XVI - Facilitar ou Concorrer, por qualquer forma, para a


incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou
jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos
pela administração pública a entidades privadas mediante
celebração de parcerias, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII - Permitir ou Concorrer para que pessoa física ou jurídica


privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos
transferidos pela administração pública a entidade privada
mediante celebração de parcerias, sem a observância das
formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII - Celebrar parcerias da administração pública com


entidades privadas sem a observância das formalidades legais
ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XIX - Agir para a configuração de ilícito na celebração, na


fiscalização e na análise das prestações de contas de parcerias
firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XX - Liberar recursos de parcerias firmadas pela administração


pública com entidades privadas sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua
aplicação irregular.

XXII - Conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou


tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art.
8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

EXPLICANDO – Antes da edição da Lei 14230/21 (Nova Lei de Improbidade


Administrativa), existia um “Ato Separado de Improbidade” que versava sobre a
“Concessão de Benefício Financeiro ou Tributário, em Relação ao ISS – Imposto
Sobre Serviços).

A nova lei apenas EXCLUIU este ato como isolado, “fundindo-o” aos Atos de
Lesão ao Erário.

FIQUE LIGADO – O inciso XXI não foi “pulado”, e sim REVOGADO da lei
8429/92.

#FAZQUESTÃO
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DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE LESÃO AO ERÁRIO
§ 1º Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou
regulamentares não implicar perda patrimonial efetiva, não
ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento
sem causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei.

É LÓGICO – Se uma “inobservância das formalidades legais”, como grifei


em vários incisos, NÃO GERAR PREJUÍZO, não haverá o porquê de se impor
RESSARCIMENTO.

§ 2º A mera perda patrimonial decorrente da atividade econômica


não acarretará improbidade administrativa, salvo se
comprovado ato doloso praticado com essa finalidade.

EM SUMA – Caso uma Sociedade de Economia Mista, a exemplo da


Petrobras, que faz parte da Administração Indireta, tiver PREJUÍZO em suas
operações, decorrente de VARIAÇÕES NATURAIS DE MERCADO, NÃO será
configurada Lesão ao Erário.

#FAZQUESTÃO
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ATENTAR CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADM. PÚBLICA
Temos que recordar que são princípios expressos da administração: Legalidade,
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. Além destes, existem princípios
implícitos, tais como Razoabilidade, Isonomia, Supremacia do Interesse Público sobre o
Privado, entre outros.

Atentar contra qualquer um destes princípios pode ensejar a aplicação da lei de


improbidade administrativa, PORÉM, o texto legal exemplifica as violações que são
tipificadas neste ato de improbidade, sendo:

Qualquer ação ou omissão, DOLOSA, que viole os deveres de:

 Honestidade
 Imparcialidade
 Legalidade

DIFERENTEMENTE dos outros Atos citados nesta lei, que os artigos 9° e 10


EXEMPLIFICAM, os Atos que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública são
TAXATIVOS, sendo:
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública a ação ou omissão
dolosa que viole os deveres de honestidade, de
imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das
seguintes condutas:

III - Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em


razão das atribuições e que deva permanecer em segredo,
propiciando beneficiamento por informação privilegiada ou
colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado

IV - Negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua


imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado
ou de outras hipóteses instituídas em lei

EM SUMA – O Princípio da Publicidade é REGRA, exceto quando o aot for


PROTEGIDO POR SIGILO.

V - Frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter


concorrencial de concurso público, de chamamento ou de
procedimento licitatório, com vistas à obtenção de benefício
próprio, direto ou indireto, ou de terceiros

NÃO CAIA NA PEGADINHA DA PROVA – Existe uma tipificação muito


parecida, nesta mesma lei, que caracteriza LESÃO AO ERÁRIO, sendo ela:

VIII - Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para


celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva
#FAZQUESTÃO
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VI - Deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo,
desde que disponha das condições para isso, com vistas a ocultar
irregularidades;

VII - Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de


terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida
política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem
ou serviço.

VIII - Descumprir as normas relativas à celebração,


fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas.

ATENÇÃO COM ESSE – Apesar de ser um inciso ligado ao “Descumprimento


de Norma”, algo muito comum quando se tipifica Lesão ao Erário, este tipifica
“Atentar Contra os Princípios da Administração Pública”.

VIII - Frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para


celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente, acarretando perda patrimonial efetiva

XI - Nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações
recíprocas.

FIQUE LIGADO – Este inciso, nada mais é, que a SÚMULA VINCULANTE


n° 13 – VEDAÇÃO AO NEPOTISMO

XII -Praticar, no âmbito da administração pública e com recursos


do erário, ato de publicidade que contrarie o disposto no § 1º do
art. 37 da Constituição Federal, de forma a promover inequívoco
enaltecimento do agente público e personalização de atos, de
programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos
públicos.

FIQUE LIGADO – Este inciso, nada mais é, do que uma das formas de
contrariar o PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE.

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DISPOSIÇÕES GERAIS DESTE ATO DE IMPROBIDADE
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a
Corrupção, promulgada pelo Decreto nº 5.687, de 31 de janeiro de
2006, somente haverá improbidade administrativa, na
aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta
funcional do agente público o fim de obter proveito ou
benefício indevido para si ou para outra pessoa ou entidade.

§ 2º Aplica-se o disposto no § 1º deste artigo a quaisquer atos de


improbidade administrativa tipificados nesta Lei e em leis
especiais e a quaisquer outros tipos especiais de improbidade
administrativa instituídos por lei.

OU SEJA – Um mero “erro”, sem DOLO no sentido de obter algum proveito


para si ou outrem, NÃO configura improbidade administrativa.

§ 3º O enquadramento de conduta funcional na categoria de que


trata este artigo pressupõe a demonstração objetiva da prática de
ilegalidade no exercício da função pública, com a indicação das
normas constitucionais, legais ou infralegais violadas.

§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem


lesividade relevante ao bem jurídico tutelado para serem passíveis
de sancionamento e independem do reconhecimento da produção
de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos agentes
públicos.

DE MANEIRA GERAL – Qualquer Agente Público está sujeito a “falhas de


conduta” em seu dia-a-dia funcional. Sendo assim, a lei não será leviana ao
enquadrar determinada infração como Ato de Improbidade Administrativa que
Atente Contra os Princípios da Administração Pública

§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou


indicação política por parte dos detentores de mandatos eletivos,
sendo necessária a aferição de dolo com finalidade ilícita por
parte do agente.

LEMBRE-SE – Segundo a Doutrina e Jurisprudência, indicações políticas,


não necessariamente configuram nepotismo. Sendo assim, um Prefeito pode
nomear o Filho para ser “Secretário de Cultura do Município”, por exemplo.

Porém, se essa “nomeação política” conter um DOLO para uma finalidade


específica, pode ser enquadrada neste artigo.

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PENALIDADES DA LEI 8429/92


As penalidades descritas na lei 8429/92 são INDEPENDENTES de qualquer sanção
Penal, Civil ou Administrativa, podendo ser aplicadas:
 Isolada ou Cumulativamente

 De Acordo com a Gravidade do Fato, na qual o Juiz Levará em conta:


 Extensão do Dano Causado
 Proveito Patrimonial obtido pelo agente

IMPORTANTE: A perda da função pública e a suspensão dos direitos


políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença. Sendo letra de lei,
conforme segue:

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos


políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Também é importante salientar que a aplicação das penas, INDEPENDE:

 Da Ocorrência de DANO – Salvo quanto ao Ressarcimento e as Condutas de Lesão


ao Erário.

 Da Aprovação ou Não das contas prestadas pelo Tribunal ou Conselho de Contas


ATENÇÃO - As contas serem aprovadas pelo tribunal de contas não atesta
que não exista nenhuma situação de improbidade naquelas contas, que podem ser
averiguadas em momentos superiores, sendo inclusive previsão de prazo
prescricional.

PENALIDADES EM CASO DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO


 PERDA dos Bens e Valores de origem ilícita
 PERDA da função Pública

 Ressarcimento INTEGRAL do Dano, se houver

 SUSPENSÃO dos Direitos Políticos – ATÉ 14 ANOS

 PAGAMENTO de Multa Civil – EQUIVALENTE ao Valor do Acréscimo Ilícito.

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ATENÇÃO – A multa pode ser aumentada em até o DOBRO, caso o juiz
considere que a “multa original” não é impactante visto a situação econômica do
réu.

 PROIBIÇÃO de Contratar com o Poder Público e de RECEBER Benefícios ou


Incentivos – ATÉ 14 ANOS
 Ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário

PENALIDADES EM CASO DE LESÃO AO ERÁRIO


 PERDA dos Bens e Valores de origem ilícita (Se concorrer esta circunstância)
 PERDA da função Pública

 Ressarcimento INTEGRAL do Dano.


 SUSPENSÃO dos Direitos Políticos – ATÉ 12 ANOS

 PAGAMENTO de Multa Civil – EQUIVALENTE ao Valor do Dano.


ATENÇÃO – A multa pode ser aumentada em até o DOBRO, caso o juiz
considere que a “multa original” não é impactante visto a situação econômica do
réu.

 PROIBIÇÃO de Contratar com o Poder Público e de RECEBER Benefícios ou


Incentivos – ATÉ 12 ANOS
 Ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário

PENALIDADES EM CASO DE ATENTAR CONTRA PRINCÍPIOS


 PAGAMENTO de Multa Civil – ATÉ 24x Valor da REMUNERAÇÃO do Agente.
ATENÇÃO – A multa pode ser aumentada em até o DOBRO, caso o juiz
considere que a “multa original” não é impactante visto a situação econômica do
réu.

 PROIBIÇÃO de Contratar com o Poder Público e de RECEBER Benefícios ou


Incentivos – ATÉ 4 ANOS
 Ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE AS PENALIDADES
§ 1º A sanção de perda da função pública, nas hipóteses dos
incisos I e II do caput deste artigo, atinge apenas o vínculo de
mesma qualidade e natureza que o agente público ou político
detinha com o poder público na época do cometimento da
infração, podendo o magistrado, na hipótese do inciso I do caput
deste artigo, e em caráter excepcional, estendê-la aos demais
vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a
gravidade da infração.
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OU SEJA – A “PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA” se efetiva apenas nos atos de
ENRIQUECIMENTO ILÍCITO e LESÃO AO ERÁRIO.

Em ambos os casos, atinge apenas o VÍNCULO QUE O AGENTE POSSUIA NO


MOMENTO DA INFRAÇÃO.

Em casos EXCEPCIONAIS (de acordo com a gravidade), pode ser estendida


aos DEMAIS VÍNCULOS.

§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser


considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções, de
modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.

OU SEJA – De nada adianta que a “Empresa” pague a multa, e, com isso,


tenha que encerrar suas atividades! A ideia é que a empresa CONTINUE suas
atividades de maneira idônea.

§ 4º Em caráter excepcional e por motivos relevantes


devidamente justificados, a sanção de proibição de contratação
com o poder público pode extrapolar o ente público lesado
pelo ato de improbidade, observados os impactos econômicos e
sociais das sanções, de forma a preservar a função social da
pessoa jurídica, conforme disposto no § 3º deste artigo.

OU SEJA – Trata-se de mais um “cuidado” para que a empresa PAGUE pelos


atos de improbidade, mas tenha a condição de CONTINUAR suas atividades!

§ 5º No caso de atos de menor ofensa aos bens jurídicos


tutelados por esta Lei, a sanção limitar-se-á à aplicação de
multa, sem prejuízo do ressarcimento do dano e da perda dos
valores obtidos, quando for o caso, nos termos do caput deste
artigo.

TRADUZINDO – Se o Ato de Improbidade Administrativa for de “MENOR


GRAVIDADE”, a sanção se resumirá à:

- DEVOLUÇÃO/RESSARCIMENTO dos valores acrescidos/lesados

- MULTA CIVIL

§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do


dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o ressarcimento
ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que
tiver por objeto os mesmos fatos.

MUITO INTERESSANTE – A lei preceitua que o ressarcimento pelo dano


DEVE LIMITAR-SE ao valor do dano causado, de MANEIRA ABSOLUTA.

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§ 7º As sanções aplicadas a pessoas jurídicas com base nesta Lei e
na Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, deverão observar o
princípio constitucional do non bis in idem.

EM RESUMO – Quando as sanções forem aplicadas, conjuntamente, pela


Lei de Improbidade Administrativa e pela Lei Anticorrupção, NÃO SE DEVEM
APLICAR DUAS PENAS SOBRE A MESMA FALTA.

§ 8º A sanção de proibição de contratação com o poder público


deverá constar do Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas
e Suspensas (CEIS) de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto
de 2013, observadas as limitações territoriais contidas em decisão
judicial, conforme disposto no § 4º deste artigo.

§ 9º As sanções previstas neste artigo somente poderão ser


executadas após o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

IMPORTANTÍSSIMO – As sanções na Lei de Improbidade Administrativa,


SÓ PODEM SER APLICADAS APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA.

§ 10. Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão


dos direitos políticos, computar-se-á retroativamente o
intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em
julgado da sentença condenatória.

DETALHE – Apenas “decore” este parágrafo, não há maiores explicações


para tal.

UNIFICAÇÃO DAS PENALIDADES


O juiz poderá, a requerimento do réu, UNIFICAR as sanções aplicadas com outras já
impostas em outros processos, observando:
 No caso de CONTINUIDADE DE ILÍCITO, o juiz promoverá a MAIOR SANÇÃO –
AUMENTADA DE 1/3

 O Juiz também poderá SOMAR AS PENAS


IMPORTANTE – Nestes casos, o juiz levará em consideração o QUE FOR
MAIS BENÉFICO AO RÉU.

RECORRÊNCIA DE PENALIDADES PELO MESMO RÉU


 No caso de prática de NOVOS ATOS ILÍCITOS, PELO MESMO SUJEITO, o juiz
SOMARÁ as sanções

#FAZQUESTÃO
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IMPORTANTE - As sanções de “suspensão de direitos políticos” e de
“proibição de contratar ou de receber incentivos fiscais ou creditícios do poder
público”, OBSERVARÃO O LIMITE MÁXIMO DE 20 ANOS.

DECLARAÇÃO DE BENS
Pela simplicidade e literalidade do tema é válido começar com o texto legal:

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam


condicionados à apresentação de declaração de imposto de
renda e proventos de qualquer natureza, que tenha sido
apresentada à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, a
fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

§ 2º A declaração de bens a que se refere o caput deste artigo será


atualizada anualmente e na data em que o agente público
deixar o exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da
função.

§ 3º Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de


outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a
prestar a declaração dos bens a que se refere o caput deste
artigo dentro do prazo determinado ou que prestar declaração
falsa.

PERCEBA – A lei vincula a Posse e Exercício de Agente Público à entrega de


seu IMPOSTO DE RENDA!

Porém, apesar da lei ser silente, existem pessoas que NUNCA declararam
imposto de renda!

Na PRÁTICA, cada órgão/entidade tem um “formulário” para a Declaração de


Bens nestes casos, porém, para fins de prova, vale a literalidade do artigo.
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ATUALIZAÇÃO – Será feita:

- ANUALMENTE

- Na data que o Agente Público DEIXAR O EXERCÍCIO

IMPORTANTE: RECUSA de prestação de declaração no prazo ou FALSIDADE


da mesma implica DEMISSÃO, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

DISPOSIÇÕES PENAIS
Constitui CRIME a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o AUTOR DA DENÚNCIA O SABE INOCENTE, estando o autor
sujeito:
 Detenção de 6 a 10 meses E multa
 Indenizar o denunciado pelos danos materiais e morais.

ATENÇÃO - Perceba que as disposições penais são contra o AUTOR DA


DENÚNCIA “injusta”, não havendo disposição penal para SUJEITO ATIVO de
improbidade TIPIFICADA na lei 8429/92.

LEMBRE-SE - É importante relembrar que a natureza da sanção, seja cível


ou administrativa pode COINCIDIR com uma sanção de natureza penal.

AFASTAMENTO PREVENTIVO
Sempre que o administrador alegar justificadamente que a manutenção do agente no
cargo poderá ATRAPALHAR o andamento regular do processo, pode ser determinado o
AFASTAMENTO PREVENTIVO do servidor público!

IMPORTANTE – Este afastamento tem o PRAZO DE ATÉ 90 DIAS, pode


ser PRORROGADO, por IGUAL PERÍODO, desde que de forma motivada.

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IMPORTANTE - Por não ser penalidade e sim MEDIDA CAUTELAR, não é
considerada uma espécie de suspensão, por isso se MANTÉM A REMUNERAÇÃO
DO AGENTE DURANTE O PERÍODO DE AFASTAMENTO.

APLICAÇÃO DAS SANÇÕES


A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
 Da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
LEMBRE-SE – Para as condutas que tipificam “LESÃO AO ERÁRIO”, esta
regra não vale, uma vez que se presume um efetivo dano.

 Da APROVAÇÃO ou REJEIÇÃO das contas pelo órgão de controle interno ou


pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

ATENÇÃO – Os atos dos órgãos de controle, bem como as provas produzidas


perante estes, serão consideradas pelo juiz em sua decisão.

EXTENSÃO DA SENTENÇA EM OUTRAS INSTÂNCIAS


Um ato infracional que resulta em uma ação de improbidade, também pode resultar no
processo em outras instâncias, sendo elas:
 Administrativa
 Civil
 Penal

A ABSOLVIÇÃO do réu em alguma destas instâncias, relativas ao mesmo ato infracional,


NÃO NECESSÁRIAMENTE influi nas outras, exceto:
 Quando concluírem pela INEXISTÊNCIA DA CONDUTA/FATO

 Quando concluírem pela NEGATIVA DA AUTORIA

IMPORTANTÍSSIMO – Ações CIVIS e PENAIS, quando nos casos citados,


INFLUEM na Ação de Improbidade.

POR FIM - Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas DEVERÃO


SER COMPENSADAS com as sanções aplicadas nos termos da Lei de Improbidade
Administrativa.

ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

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Para apuração dos ilícitos referentes à Improbidade Administrativa, o Ministério
Público:
 De OFÍCIO, a REQUERIMENTO DE AUTORIDADE ou MEDIANTE
REPRESENTAÇÃO.

 Poderá instaurar INQUÉRITO CIVIL, PROCEDIMENTO INVESTIGATIVO, bem


como REQUISITAR INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL.

NÃO CUSTA LEMBRAR - Na apuração dos ilícitos, será garantido ao


investigado a oportunidade de manifestação por escrito e de juntada de
documentos que comprovem suas alegações e auxiliem na elucidação dos fatos.

OU SEJA – A Ampla Defesa e o Contraditório serão sempre respeitados no


decorrer do processo.

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