Aula 03 - EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Aula 03 - EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Aula 03 - EMPREGO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS
Autor:
Felipe Luccas
02 de Maio de 2024
Felipe Luccas
Aula 03
Índice
1) Noções iniciais de Verbos
..............................................................................................................................................................................................4
3) Modo indicativo
..............................................................................................................................................................................................8
4) Modo subjuntivo
..............................................................................................................................................................................................
26
5) Modo imperativo
..............................................................................................................................................................................................
34
7) Transitividade verbal
..............................................................................................................................................................................................
43
Índice
29) Questões Comentadas - Correlação verbal - Cebraspe
..............................................................................................................................................................................................
145
NOÇÕES INICIAIS
Olá, pessoal! Tudo bem?
Vamos estudar juntos essa classe gramatical importante e cheia de detalhes: verbo.
Verbo é um assunto muito cheio de detalhes e cai demais em provas. Abordaremos esse assunto de maneira
mais prática, usando verbos conhecidos como referência. Esses verbos vão servir de modelos para a
conjugação daqueles que mais caem na prova, então você tem que dominar a conjugação dos verbos
modelo. Praticaremos muito!
Há outra forma de estudar a matéria: concentrar-se mais nos exemplos do que tentar gravar as regras com
todos aqueles nomes técnicos de tempos e modos verbais. Vamos economizar no gramatiquês sempre que
possível e enriquecer a aula com mais exemplos, que você deve ler e incorporar como uma possibilidade da
língua. Isso vai te ajudar a reconhecer a alternativa correta na hora da prova.
Quando trouxermos a conjugação de um verbo, leia com atenção e grife aquelas terminações que você não
conhecia ou que soaram “estranhas”. Escreva-as no canto do material, para poder revisar. Essas são as que
podem te confundir.
Aprenderemos também que, embora os tempos e modos verbais tenham seus sentidos mais “clássicos”,
muitas vezes, outros elementos do contexto podem dar a eles outras nuances semânticas. A banca explora
muito isso.
Vamos começar, olho na vaga!!
No concurso, não aprenderemos a conjugar verbos guardando terminaçõezinhas infinitas, pois você não
“monta” verbos juntando pedacinhos na sua cabeça (como em: CANT+Á+SSE+MOS); todos sabemos
conjugar verbos, ao menos os que são mais correntes. O que veremos é uma terminologia técnica que é
cobrada em prova e as exceções a essa lógica linguística que dominamos. Vamos lá!
Verbo é a classe variável (varia em tempo, modo, número, pessoa) que expressa ação, estado, fenômeno
e processos em geral.
O tempo se refere a quando ocorre a ação (Estudo, Estudei, Estudarei), mas nem sempre o “tempo verbal”
corresponde a um tempo cronológico real idêntico.
Por exemplo, em “vou sair” o verbo está no presente, mas o tempo real da ação é futuro.
O modo indica a atitude da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Há três modos verbais: Indicativo
(certeza), Subjuntivo (dúvida/hipótese) e Imperativo (ordem/sugestão).
As categorias de número e pessoa indicam qual pessoa do discurso está relacionada ao verbo e se está no
singular ou no plural:
Primeira pessoa: a pessoa que fala (eu, nós)
Segunda pessoa: a pessoa com quem se fala (tu, vós)
Terceira pessoa: a pessoa de quem se fala (ele (a)/eles (as))
Então, aquela velha história de “eu, tu, ele, nós, vós, eles” nada mais é do que a lista das pessoas do discurso,
representadas pelos pronomes retos. O verbo vai se flexionar para concordar com cada uma dessas pessoas.
A propósito, o fato de ser “pessoa do discurso” não significa que sejam seres humanos e estejam “falando”
de fato! Podemos dizer: “eles caíram e ficaram destruídos” e o “caíram” pode muito bem referir-se a carros,
homens, cachorros, gatos, charutos, figos, potes de Danone ou qualquer substantivo que esteja na terceira
pessoa do plural, ok?
Pretérito
Futuro
MODO – diferentes maneiras em que um fato pode Indicativo – indica um fato certo.
se realizar Subjuntivo – enuncia um fato hipotético, duvidoso,
possível.
Imperativo – exprime ordem, conselho, pedido,
proibição.
PESSOA – quem realiza a ação verbal Singular – eu (1ª), tu (2ª), ele (3ª)
Plural – nós (1ª), vós (2ª), eles (3ª)
Para trabalharmos com verbos, temos que dominar um verbo de cada conjugação, que nos sirva de modelo.
Esse modelo vai nos dar a estrutura geral de qualquer conjugação e se aplicará à maioria dos verbos.
Depois estudaremos as exceções que as bancas mais gostam de cobrar, verbos que se parecem, enganam,
mas não seguem uma determinada conjugação, como verbos irregulares e anômalos.
Os verbos podem ser de:
• 1ª conjugação (terminam em -AR);
• 2ª (terminam em -ER);
• 3ª (terminam em -IR).
Assim mesmo, na ordem alfabética A, E, I...
VERBOS
1ª CONJUGAÇÃO 2ª CONJUGAÇÃO 3ª CONJUGAÇÃO
AMAR BEBER SORRIR
FALAR ESCREVER DORMIR
ESTUDAR CORRER IMPRIMIR
Temos então que saber um verbo de cada conjugação e usá-lo como modelo.
Por finalidade mnemônica, nesta aula vamos usar como modelo os verbos beber (2ª conjugação), cair (3ª
conjugação) e levantar (1ª conjugação) =). Essas vogais (A, E, I) são chamadas de vogal temática e vão
aparecer na maioria das formas do verbo (Ex.: tapAr, tapAsse, tapAram; olhAr, olhAsse, olhAram).
Então, se você souber conjugar um verbo de 1ª conjugação, poderá aplicar essa conjugação a outros verbos
da mesma conjugação, pois seguirão o mesmo padrão.
Tomemos como exemplo o verbo LEVANTAR, de 1ª conjugação. Vamos conjugá-lo em três tempos:
presente, pretérito perfeito e futuro, respectivamente.
LEVANTAR
Modo indicativo
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO FUTURO
EU levanto EU levantei EU levantarei
TU levantas TU levantaste TU levantarás
ELE levanta ELE levantou ELE levantará
NÓS levantamos NÓS levantamos NÓS levantaremos
VÓS levantais VÓS levantastes VÓS levantareis
ELES levantam ELES levantaram ELES levantarão
Agora, observem que se tomarmos outro verbo de mesma conjugação, nos mesmos tempo e modo, as
terminações seguirão o mesmo padrão.
AMAR
Modo indicativo
PRESENTE PRETÉRITO PERFEITO FUTURO
EU amo EU amei EU amarei
TU amas TU amaste TU amarás
ELE ama ELE amou ELE amará
NÓS amamos NÓS amamos NÓS amaremos
VÓS amais VÓS amastes VÓS amareis
ELES amam ELES amaram ELES amarão
A diferença está somente no “radical” da palavra, ou seja, da parte da palavra que traz seu sentido original:
“am” e “levant”. O restante do verbo é uma combinação de outros componentes, que trarão informações
adicionais em relação a esse sentido principal que o radical indica.
O verbo é formado de:
Radical + vogal temática + desinências modo-temporais e número-pessoais (DMT) e (DNP).
Essas “partes” do verbo vão denunciar seu sentido primário, tempo, modo, número, pessoa, conjugação.
Por exemplo, em “Agora amamos chocolate” a desinência número-pessoal –mos revela que o sujeito é a
primeira pessoa do plural, nós, e que a ação de amar se passa no presente. A desinência –va em “eu amava
um beija-flor” revela que o verbo amar está no pretérito imperfeito, que indica hábito no passado.
Não é necessário individualizar essas terminações nem entrar naquele mundo de tabelas com desinências
de cada tempo, pois não montamos o verbo na nossa cabeça de pedacinho em pedacinho, mas sim
comparando com outros verbos já familiares. As desinências relevantes para a prova serão apontadas
oportunamente.
MODO INDICATIVO
Modo verbal que expressa certeza, fatos vistos como certos, consumados, concretos.
Presente do Indicativo
Fato permanente, verdade atemporal, universal, vista A água ferve a 100 graus.
como fato certo, indiscutível O Brasil faz parte do Mercosul.
Futuro próximo
A novela começa hoje à noite.
(Este uso do verbo no presente é usado para indicar
Arrume-se logo, o táxi chega às dez.
futuro visto como certo).
Presente histórico/narrativo
(Nesse caso, o presente tem referência a ações no Em 1908, nasce o mito.
passado, muito comum nas narrativas e biografias.
Machado de Assis publica Dom
Serve para dar maior atualidade, dinamismo,
Casmurro em 1899.
verossimilhança ao evento narrado, tornando-o mais
próximo do leitor).
Fato que teve início e fim num passado próximo ou Li duas aulas de constitucional hoje.
distante Li muitos livros na minha infância.
(TRE-PA / 2020)
Julgue o item a seguir.
Alfredo, filho de dona Arlinda, alumiou o caminho. O vocábulo em destaque é uma variação do
verbo "iluminar" e está no pretérito imperfeito.
Comentários:
São sinônimos, mas "alumiou" está no pretérito PERFEITO. Questão incorreta.
(TRE-PA / 2020)
Julgue o item a seguir.
Mário e eu fomos os melhores do time, no oitavo ano. O vocábulo em destaque é a forma
conjugada do verbo "ser" e estar no pretérito mais-que-perfeito.
Comentários:
"fomos" é conjugação do verbo "ser" e está no pretérito PERFEITO. Questão incorreta.
(UFSC / 2019)
Hoje sabemos com o mundo...
O verbo ‘sabemos’ está empregado na segunda pessoa do futuro do indicativo.
Comentários:
Está na primeira pessoa do plural (nós), do modo indicativo: sabemos/bebemos. Questão
incorreta.
(CRF-TO / 2019)
Em conformidade com o contexto do texto apresentado, julgue o item a seguir.
A locução vai fazer, empregada na passagem “Vai te fazer bem!”, representa a mesma ideia
expressa pela forma verbal fará.
Comentários:
O futuro simples é normalmente substituído por uma locução formada de verbo “IR no presente
+ infinitivo”: vou fazer>farei; vou sair>sairei; vou chegar>chegarei; vai fazer>fará. Embora o
verbo esteja no presente, seu sentido é de futuro.
Questão correta.
Este tempo indica continuidade, ação que se inicia em algum momento do passado e se
estende, perdura, continua até o momento da fala, sua duração se estende até o presente. Sua
forma é (TENHO + PARTICÍPIO). Ex.:
Tenho feito muitos exercícios de português.
João tem investido muito em fundos imobiliários.
Maria tem evitado o açúcar após o derrame.
Tenho levantado cedo todos os dias ultimamente.
Essa última locução poderia ser substituída por “venho levantando”, pois a locução formada de
“IR/VIR no presente do indicativo + gerúndio” sugere as mesmas relações do pretérito perfeito
composto: o gerúndio mantém essa ideia de ‘continuidade’ e ‘duração’ do processo, e o auxiliar
“venho”, no presente, preserva a ideia de que a ação perdura até o presente.
Obs1: Não se assuste, “tempo composto” é apenas um tempo formado por uma combinação de
verbos (locução verbal), ou seja, é “composto” porque tem mais de uma forma verbal: Verbo
ter/haver + Verbo no PARTICÍPIO.
(TJ-AL / 2018)
“Tenho comentado aqui na Folha diversos usos da internet”; o tempo verbal destacado nesse
segmento inicial do texto indica uma ação que:
a) se iniciou e terminou no passado;
b) mostra início indeterminado e continuidade no presente;
c) indica repetição sem determinação de tempo;
d) se iniciou no passado e termina no presente;
e) se localiza antes de outra ação também passada.
Comentários:
Por definição, o pretérito perfeito composto do indicativo expressa uma ação iniciada em algum
momento do passado e que perdura no presente.
Cuidado com a letra D, pois a definição não diz que “termina no presente”, mas sim que
“continua” no presente, é uma ação ‘não concluída’. Gabarito letra B.
(CAGE-RS / 2018)
Estas memórias ficariam injustificavelmente incompletas se nelas eu não narrasse, ainda que de
modo breve, as andanças em que me tenho largado pelo mundo na companhia de minha mulher
e de meus fantasmas particulares.
Assinale a opção que apresenta uma forma / locução verbal do texto 1A9AAA que denota uma
ação / um fato que ocorreu repetidamente no passado e que se prolonga até o momento da
narração do texto.
a) “tenho largado” b) “fui possuído” c) “tem” d) “haja fugido” e) “narrasse”
Comentários:
Não havia necessidade do texto inteiro. Sabemos já que “tenho largado” é locução do pretérito
perfeito composto, que indica justamente isto: ação habitual que começa no passado e perdura
até o presente momento, o momento da fala/narração. Gabarito letra A.
(UFU-MG / 2018)
No trecho “[O sistema mundial de rádio] Foi criado e vem sendo desenvolvido há 10 anos por
engenheiros de primeira linha ao redor do mundo [...]”, a forma verbal destacada indica ação
iniciada no passado
a) e concluída no momento da enunciação.
b) e não concluída no momento da enunciação.
c) e concluída depois de outra ação no passado.
d) desenvolvida por determinado tempo e concluída no momento da enunciação.
Comentários:
Como vimos, assim como pretérito perfeito composto, a locução formada de “IR/VIR no presente
do indicativo + gerúndio” indica uma ação que começou em algum momento do passado e que
perdura até o presente. Então, começaram a desenvolver o sistema de rádio em algum momento
do passado e ele está sendo desenvolvido até o momento da fala. Gabarito letra B.
As desinências de pretérito imperfeito do indicativo que você deve procurar são “VA A IA INHA”
(amaVA, compraVA, erA, pretendiA, IA, faZIA, vINHA, tINHA).
Uma ação que estava ocorrendo (ação durativa ou Eu estava dormindo, quando o cachorro
contínua) quando outra (instantânea) aconteceu latiu.
(ALESE / 2018)
Uma tendência que já coroava as edições anteriores do prêmio
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo do que se encontra acima está sublinhado em:
a) por meio do qual definia uma suposta obra de arte
b) o novo prêmio atenderia ao mercado
c) ou o que o contraria
d) o leitor elegerá títulos apenas entre os finalistas
e) ele contempla os títulos com mais chances
Comentários:
Coroava e definia estão ambos conjugados no pretérito imperfeito do indicativo.
Vejamos os demais:
b) o novo prêmio atenderia ao mercado (futuro do pretérito)
(CEMIG / 2018)
Os verbos destacados estão flexionados no pretérito imperfeito do indicativo, EXCETO em:
a) “[...] ao ponto em que havia um intervalo sensível de tempo entre digitar e a letra aparecer na
tela.”
b) “Meu telefone, um iPhone 6, estava cada vez mais lento.”
c) “Não era por nenhuma das causas apontadas nas inúmeras salas de conversa entre usuários de
iPhones vagarosos.”
d) “Você já entrou alguma vez numa loja cara onde os vendedores, envaidecidos pela aura do
próprio produto [...].”.
Comentários:
Questão de mero reconhecimento: as formas havia, estava e era estão conjugadas no pretérito
imperfeito do indicativo. Já a forma entrou está no pretérito PERFEITO. Gabarito letra D.
✔ Indica um evento perfeitamente acabado antes de outro no passado, ou seja, uma ação
passada antes de outra passada. Ex.:
Quando cheguei ao ponto, o ônibus já passara.
Já passara das dez quando o táxi chegou.
Esse tempo caiu em desuso na língua portuguesa. Hoje, sua principal função linguística é
derrubar o combalido candidato de concurso público. Interessa-nos saber aqui que existe o
pretérito mais-que-perfeito composto, que é semanticamente equivalente ao mais-que-perfeito
simples.
(PGE-AM / 2022)
Chovia mais forte, agora. Borrada, a inscrição tornara-se ilegível. A ele, isso pouco importava:
continuava andando de um lado para outro, diante da casa, carregando o seu cartaz. (18º
parágrafo).
No trecho acima, o narrador relata alguns fatos ocorridos no passado. Um fato anterior a esse
tempo passado está indicado pela seguinte forma verbal:
(A) carregando.
(B) Chovia.
(C) tornara.
(D) importava.
(E) continuava.
Comentários:
O tempo verbal que indica uma ação passada anterior a outra também passada é o pretérito
mais-que-perfeito: tornaRA. A forma composta é equivalente: tinha/havia tornado.
"carregando" está no gerúndio, indicando ação contínua; "chovia" e "importava" e "continuava"
estão no pretérito imperfeito, indicando ação duradoura, reiterada, no passado.
Gabarito letra C.
((SEFAZ-RS / 2019)
Um erro tipográfico invertera, no programa do concerto, os nomes de Pixis e Beethoven...
Os sentidos originais e a correção gramatical do texto seriam preservados se a forma verbal
“invertera” fosse substituída por
a) inverteria.
b) teria invertido.
c) invertesse.
d) havia invertido.
e) houve de inverter.
Comentários:
Invertera é forma do pretérito mais-que-perfeito simples (terminação -RA) e equivale a sua forma
composta: tinha/havia invertido. Gabarito letra D.
(TCM-BA / 2018)
É a época em que a burguesia, que assumira o poder havia pouco tempo, executava uma
espécie de junção entre a moral e a natureza
Julgue o item a seguir.
Com o emprego da forma verbal “assumira”, exprime-se a anterioridade de uma ação em relação
a outra.
Comentários:
Veja a terminação em -RA, indicativa do pretérito mais-que-perfeito, convertendo para a forma
composta, teremos:
A burguesia TINHA/HAVIA ASSUMIDO o poder havia pouco tempo e executava uma espécie de
junção entre a moral e a natureza.
O evento de “assumir o poder” é anterior à ação de “executar a junção”, então temos a
anterioridade de uma ação em relação a outra. Questão correta.
(CGE-RO / 2018)
“O velho, um bêbedo esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a
um vizinho invisível”; a forma verbal “dirigira” pode ser adequadamente substituída por:
a) foi dirigir. b) tinha ido dirigir. c) dirigia. d) havia dirigido. e) dirigiu.
Comentários:
Dirigira é a forma simples no pretérito mais-que-perfeito. A forma composta é TINHA/HAVIA
dirigido. Gabarito letra D.
Atenção: é “possível”, em alguns casos específicos, usar o pretérito perfeito no lugar do
pretérito mais-que-perfeito sem prejuízo gramatical ou mudança de sentido. Isso ocorre em
orações temporais, ou quando se subentende pelo contexto que aquela ação ocorreu antes de
outras, numa narrativa que já posiciona os fatos no passado. Esse uso é abonado por gramáticos
tradicionais, como Bechara e Sacconi.
Ex.: Depois que viu (= vira) a confusão, achou melhor se afastar.
Ressaltamos que tem que haver um contexto específico que permita essa equivalência.
Fato futuro em relação ao momento da fala Passarei no concurso dos meus sonhos.
Na forma composta, o futuro do presente indica que um fato é concluído antes de outro no
futuro:
Quando você chegar, já terei jantado.
Em interrogativas, pode indicar também a dúvida/possibilidade sobre um fato passado:
Não terá sido em vão nosso esforço?
Terão chegado a tempo na escola?
(AFAP / 2019)
A agência da ONU para informação e comunicação, a UIT, indicou que, até o final de 2018,
51,2% da população mundial estará usando a internet. “Até o final de 2018, teremos
ultrapassado a marca de 50% do uso da internet”, afirmou o diretor da UIT, Houlin Zhou, em um
comunicado. “Esse é um passo importante para uma sociedade global da informação mais
inclusiva”, disse ele.
O futuro do indicativo em estará usando e teremos ultrapassado serve ao propósito discursivo de
a) constatar fatos ocorridos.
b) retificar propósitos.
c) sinalizar prognósticos.
d) apresentar sugestões.
e) evocar experiências.
Comentários:
Temos duas locuções de futuro do presente composto, que foram usadas no texto para expressar
as previsões do autor: a quantidade de pessoas usando a internet no final de 2018. Assim, o
tempo foi usado para “sinalizar prognósticos” (previsões/projeções). Gabarito letra C.
(IF-ES / 2019)
Julgue o item a seguir.
Retirar o acento gráfico de “permitirá” manteria o verbo na terceira pessoa do singular, porém
passaria ao pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
Comentários:
Sim, “permitirá” está conjugado no futuro do presente; retirando o acento, passaríamos a ter
“permitiRA”, forma do pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo. Questão correta.
Grave que esse tempo traz terminação –RIA. Para reconhecer esse tempo verbal,
uma dica é pensar:
“se eu pudesse, eu_____”.
Nessa lacuna você vai inserir verbos como
Ex.: Levantaria, beberia, cairia, viajaria...
Como sugere o nome, indica fato futuro em relação a outro fato, no passado. O marco temporal
é o pretérito e após esse marco pretérito ocorre uma ação.
Pode ser usado para expressar polidez em Seria bom você estudar mais português.
pedidos e conselhos Quem gostaria de uma sobremesa?
O futuro do pretérito composto (Base: teria / + particípio), funciona de forma muito semelhante.
Observe:
Se tivéssemos morado juntos, teríamos sido felizes?
(Fato que teria ocorrido no passado, se concretizada uma condição)
(DPE-DF / 2022)
...A realização concreta de suas premonições, com pormenores de clarividência, está
indissociavelmente relacionada às suas fantasias aparentemente desvairadas. Haveria algum
sentido em pensar que, de alguma forma, as previsões claramente formuladas na ficção de Kafka,
em O processo principalmente, teriam contribuído para que de fato ocorressem? Seria possível
que uma profecia articulada de maneira tão impiedosa tivesse outro destino que não a sua
realização? As três irmãs de K. e sua Milena morreram em campos de concentração.
No quinto período do texto, a locução verbal “teriam contribuído” poderia ser substituída por
contribuiriam, sem prejuízo da correção gramatical do texto.
Comentários:
O futuro do pretérito indica dúvida/hipótese/incerteza; então foi bem empregado nessas
perguntas especulativas. Ambas as formas, simples (contribuiriam) e composta (teriam
contribuído) são corretas e expressam basicamente os mesmos valores.
Questão correta.
(CRF-TO / 2019)
“Aceita este comprimido?”
O emprego da forma verbal Aceitaria, no lugar de “Aceita”, tornaria a pergunta mais agressiva
ou grosseira.
Comentários:
Pelo contrário. O futuro do pretérito é também utilizado para expressar maior polidez, cortesia. A
pergunta ficaria menos agressiva ou grosseira. Questão incorreta.
(SEFAZ-RS / 2019)
A tributação, portanto, somente pode ser compreendida a partir da necessidade dos indivíduos
de estabelecer convívio social organizado e de gerir a coisa pública mediante a concessão de
poder a um soberano. Em decorrência disso, a condição necessária (mas não suficiente) para que
o poder de tributar seja legítimo é que ele emane do Estado, pois qualquer imposição tributária
privada seria comparável a usurpação ou roubo.
No trecho “seria comparável a usurpação ou roubo”, a forma verbal “seria” expressa dúvida
quanto à possibilidade de concretização da referida comparação.
Comentários:
Não há dúvida, o futuro do pretérito foi utilizado pela natureza condicional das ideias do período.
Na hipótese de não emanar do Estado o poder de tributar, qualquer imposição tributária privada
seria comparável a usurpação ou roubo. Questão incorreta.
(EMAP / 2018)
O Juca era da categoria das chamadas pessoas sensíveis, dessas a que tudo lhes toca e tange. Se
a gente lhe perguntasse: “Como vais, Juca?”, ao que qualquer pessoa normal responderia “Bem,
obrigado!” — com o Juca a coisa não era assim tão simples.
Na linha 4, caso a forma verbal “era” fosse substituída por seria, a respectiva afirmação sobre o
comportamento de Juca seria mais categórica que a que se verifica no texto.
Comentários:
Pelo contrário. Embora seja tempo do indicativo, o futuro do pretérito indica incerteza,
possibilidade, por isso seu uso constante em estruturas condicionais ou hipotéticas:
Ex.: Seu estudasse, passaria na prova.
Ex.: O candidato estaria envolvido em um esquema de propina.
Portanto, de forma alguma deixaria a alternativa mais categórica, mas afirmativa e certa.
Questão incorreta.
MODO SUBJUNTIVO
Expressa possibilidade, hipótese, fato incerto, duvidoso ou irreal.
As conjunções subordinativas, como regra, levam o verbo para o subjuntivo. Ex.:
Ainda que eu estude.
Se eu pudesse.
Embora fosse você...
Quando você vir.
Espero que passe na prova.
Esse também é o tempo clássico das orações subordinadas adjetivas: quero um emprego que me
faça bem.
Presente do Subjuntivo
Como mencionado antes, a conjunção subordinativa geralmente leva o verbo para o subjuntivo.
Porém, observe a mudança de sentido que ocorre se trocarmos um tempo indicativo por um
subjuntivo. Ex.:
MJSP / 2022
Na ótica da saúde pública, pode-se conceituar a política de redução de danos como um conjunto
de estratégias que visam minimizar os danos causados pelo uso de diferentes drogas, sem
necessariamente exigir a abstinência de seu uso. Vale dizer, enquanto não for possível ou
desejável a abstinência, outros agravos à saúde podem ser evitados, como, por exemplo, as
doenças infectocontagiosas transmissíveis por via sanguínea, tais quais as hepatites e HIV/AIDS.
A oração “enquanto não for possível ou desejável a abstinência” (segundo período do primeiro
parágrafo) expressa uma vontade, haja vista o emprego do modo subjuntivo em “for”.
Comentários:
A oração expressa um fato hipotético, incerto; daí a utilização do futuro do subjuntivo.
Cuidado: o subjuntivo também pode indicar fatos considerados concretos; não podemos garantir
que o mero uso do subjuntivo indica desejo ou fato hipotético. Por exemplo:
Embora João seja carioca, não tem sotaque do RJ. (o subjuntivo foi utilizado por força da
conjunção concessiva, numa oração que indica um fato concreto: ele é carioca). Questão
incorreta.
(IMESF / 2019)
“Vou deixar que o amor passeie feliz por mim”.
O verbo “passear”, aparece conjugado no:
a) Presente do modo indicativo.
b) Presente do modo subjuntivo.
c) Imperativo afirmativo.
d) Pretérito imperfeito do modo indicativo.
e) Pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo.
Comentários:
“PasseiE” é forma do presente do subjuntivo: que maria passeie; que o amor passeiE. A
desinência que marca esse tempo A/E: que saiA, que aprendA, que estudE, que passE. Gabarito
letra B.
(UNICAMP / 2019)
Assinale a alternativa cuja forma verbal em destaque expressa possibilidade de que um fato ou
evento venha a se realizar.
a) Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que ligam e desligam sozinhos...
b) Naturalmente, não dá certo.
c) ... onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
d) Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
e) Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras ciências do diabo...
Comentários:
“Fato ou evento que venha a se realizar” sugere a ideia de hipótese, de dúvida, de possibilidade,
de conjectura. O modo que por excelência exprime tais noções é o modo subjuntivo. Então,
“seja” será nosso gabarito, pois está conjugado no presente do subjuntivo. “Torturado” e “Ligar”
estão, respectivamente, em forma nominal de particípio e infinitivo, não possuem um
tempo/modo próprio. “Dá” está no presente do indicativo, tempo da certeza; “sobrevivi” está no
pretérito perfeito do indicativo. Gabarito letra C.
(UFSC / 2019)
Em um dos testes, a equipe fez com que, aos seis meses de idade, bebês japoneses e ingleses
escutassem sons de ambas as culturas.
A forma verbal ‘escutassem’ está empregada na terceira pessoa do plural do pretérito imperfeito
do subjuntivo.
Comentários:
Terceira pessoa do plural (eles) escutaSSEm. Observe a desinência SSE, que marca esse tempo.
Questão correta.
(UFU-MG / 2019)
Considere o enunciado a seguir, recortado do texto apresentado:
“A Jules Rimet foi criada em 1928, e o troféu era entregue para a seleção campeã da Copa. A
cada quatro anos, a relíquia tinha uma nova casa. Mas o primeiro país que conquistasse o
tricampeonato ficaria com o prêmio definitivamente. Pelé, Jairzinho, Tostão, Carlos Alberto Torres
e companhia conquistaram o tri em 1970, no México”.
Sobre as formas verbais destacadas no trecho acima, é correto afirmar que
a) “ficaria” indica a realização de ação no futuro de forma incondicional.
b) “tinha” e “era entregue” indicam um fato não concluído, dando ideia de continuidade.
c) “conquistaram” e “conquistasse” indicam certeza de que a ação foi totalmente concluída no
passado.
d) “foi criada” e “era entregue” indicam ações concluídas no passado.
Comentários:
Questão muito ilustrativa sobre o uso dos tempos/modos verbais:
a) “ficaria” está no futuro do pretérito, usado para indicar um futuro subordinado a uma condição
(conquistar o tricampeonato).
b) “tinha” e “era” são formas de pretérito imperfeito, tempo que indica continuidade e repetição
no passado; o foco é na duração, não é na conclusão. É o pretérito perfeito que indica ações
concluídas.
c) “conquistasse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo, tempo que indica fato incerto,
hipotético no passado.
d) vale o mesmo raciocínio da letra b. Gabarito letra B.
Denota ação posterior a outro fato na Duvidei que minha avó bebesse tanta tequila.
oração principal
Pedia que eles se levantassem.
Observe que o modo subjuntivo como um todo é usado em orações subordinadas ou orações
que de modo geral expressam hipóteses/desejos.
Futuro do Subjuntivo
“quando eu______”...
✔ Denota ação eventual ou hipotética no futuro. Ex.:
Quando você me pagar, eu entregarei o produto.
“Se eu quiser falar com Deus, tenho que ficar a sós”.
Direi adeus àqueles que me traírem.
Também pode ocorrer em forma composta, caso em que o “particípio” da locução vai sugerir
uma ideia de completude da ação vista como hipotética. Ex.:
Quando tudo estiver acabado, pediremos uma pizza.
(SEDF / 2017)
O transporte é público, o corpo da mulher não.
Asssédio sexual no ônibus é crime.
Se você for ou vir alguém sendo assediado, ligue 190 e denuncie.
No terceiro período, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de
movimento ir e vir, empregadas em um jogo de palavras que aproxima o campo semântico do
movimento com o campo semântico do transporte.
Comentários:
Na verdade, “for” e “vir” são formas flexionadas no modo subjuntivo dos verbos de movimento
ser e vEr. O modo subjuntivo do verbo “vir” seria “vier”. Questão incorreta.
(EBSERH / 2017)
Em relação à classificação dos verbos destacados no excerto “Ainda bem que somos
crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite
de magnésio.”, julgue o item:
O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo e é um
verbo anômalo. O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do
modo subjuntivo e pertence à primeira conjugação.
Comentários:
Se você reparar, o item pede para você julgar 6 afirmativas! Vamos lá:
O verbo “somos” está na primeira pessoa do plural, no presente do modo indicativo (Certo. Nós
somos) e é um verbo anômalo (Certo. Pois o radical se altera radicalmente: Eu sou, tu és… eu
fui… eu era… (que) eu seja… (se) eu fosse… (quando) eu for… ).
O verbo “sobrarem” está na terceira pessoa do plural, no futuro do presente do modo subjuntivo
(Certo. Se eles/5 minutos sobrarem) e pertence à primeira conjugação (Certo. Vogal temática A,
terminação em Ar, marca da primeira conjugação). Tudo certo! Questão correta.
Vamos relembrar a matéria com alguns quadros esquemáticos sobre o modo subjuntivo:
MODO IMPERATIVO
Expressa ordem, conselho, pedido, convite, súplica. Divide-se em afirmativo e negativo.
O IMPERATIVO AFIRMATIVO deriva quase inteiramente do presente do subjuntivo (que eu beba, que eu
caia, que eu levante), exceto nas pessoas “tu” e “vós”, que derivam do presente do indicativo (tu bebes, vós
bebeis). Advinha o que cai mais na prova! A exceção! Naturalmente as exceções, que estão marcadas.
Resumindo: Com “tu” e “vós”, teremos a mesma conjugação do presente do indicativo, só que sem o “S”: Tu
bebes e Vós bebeis vai virar no imperativo bebe tu e bebei vós.
AFIRMATIVO
Levantar Beber Cair
Tu levanta tu bebe tu cai tu
Ele (você) levante ele beba ele caia ele
Nós levantemos nós bebamos nós caiamos nós
Vós levantai vós bebei vós caí vós
Eles levantem eles bebam eles caiam eles
Não há imperativo na primeira pessoa, pois não é possível dar uma ordem a si mesmo.
Abaixo temos o IMPERATIVO NEGATIVO, que segue o padrão do presente do subjuntivo normalmente, sem
aquelas exceções do “tu” e “vós” explicadas acima. Você conjuga o subjuntivo, depois insere o “não”.
Simples!
NEGATIVO
Levantar Beber Cair
Tu não levantes tu não bebas tu não caias tu
Ele (você) não levante ele não beba ele não caia ele
Nós não levantemos nós não bebamos nós não caiamos nós
Vós não levanteis vós não bebais vós não caiais vós
Eles não levantem eles não bebam eles não caiam eles
Importante é saber que não podemos misturar as pessoas, tu e você, pois a gramática exige uniformidade
de tratamento.
Cuidado com verbos terminados em –ZER /-ZIR, pois geram um imperativo “meio estranho” aos ouvidos,
mas correto: Faze tu ou Faz tu; Conduze ou conduz tu.
O verbo SER tem as seguintes formas de imperativo: Sê tu / Sede vós.
(CORE-PE / 2019)
... autora do livro Toque, clique e Leia com Michael Levine...
(DETRAN-CE / 2018)
Atente para os verbos destacados em: “reflita melhor e não cometa esse erro da próxima vez”. (linhas 17-
19) Se o interlocutor fosse tratado pelo pronome tu, essa frase seria reescrita corretamente da seguinte
forma:
a) Reflita melhor e não comete esse erro da próxima vez.
b) Reflitas melhor e não cometas esse erro da próxima vez.
c) Reflete melhor e não cometas esse erro da próxima vez.
d) Refletes melhor e não cometes esse erro da próxima vez.
Comentários:
Nas pessoas Tu e Vós, o imperativo afirmativo deriva do presente do indicativo, cortando-se o S. O pronome
tu, no imperativo afirmativo, vai gerar a forma: reflete (tu refletes, sem S).
Gabarito letra C.
No imperativo negativo, apenas repetimos a forma do presente do subjuntivo. Logo, teremos: que tu
cometas> não cometas tu (esse erro).
As orações construídas pelas formas nominais são chamadas de orações reduzidas (de infinitivo, gerúndio
ou particípio). As formas nominais também são usadas nas locuções verbais. Ex.:
Posso tentar ajudar.
Ele devia parar de fumar.
Venho trabalhando demais ultimamente.
Tenho andado distraído.
Eu já tinha feito o trabalho quando ela chegou.
O fato de estar no singular não quer dizer que seja impessoal, pois pode estar flexionado no singular porque
seu sujeito é singular. Vejamos:
É importante estudarmos para a prova.
(Sujeito explícito na desinência -mos = nós; o infinitivo concorda com ele)
Obs.: O uso do infinitivo pessoal é um dos assuntos mais controvertidos da gramática. Gramáticos como
Celso Cunha e Sacconi apenas listam casos de uso “recomendado” ou “conveniente”, sem bater o martelo
em regras absolutas de concordância. Então, de modo geral, não há regras rígidas para a concordância do
infinitivo pessoal. Na maioria dos casos, se houver um sujeito explícito para o infinitivo, é permitido
concordar com ele. Na locução verbal, o infinitivo é impessoal.
REITERAMOS:
Não confunda o Infinitivo com o Futuro do subjuntivo. Em alguns verbos eles são idênticos na grafia.
Observe:
Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti. (Futuro do Subjuntivo)
Ao chegar à casa dos outros, limpe os pés. (Infinitivo).
O contexto quase sempre denuncia essa diferença. Porém, se bater aquela dúvida, troque o verbo por outro
que não tenha essa identidade gráfica, troque pelo verbo FAZER. Se o verbo virar “fizER”, é subjuntivo. Se
permanecer “fazER”, é infinitivo.
Repare que o futuro do subjuntivo do verbo “ver” é idêntico ao “infinitivo” do verbo "vir". Fique atento a
esses verbos e teste a substituição!!!
Para expressar continuidade, é possível usar locução de gerúndio (Ele vem buscando a aprovação), ou,
alternativamente, locução de infinitivo (Ele está a buscar a aprovação) e particípio (Ele tem buscado a
aprovação).
O gerúndio também pode funcionar com valor adjetivo. Ex.:
Tenho um livro ensinando essa questão (um livro que ensina).
(CS-UFG / 2016)
No título do texto, “Festejando no precipício”, o uso do verbo no gerúndio
a) caracteriza uma forma nominal e neutra.
b) tem a função de indicar uma ação prolongada.
c) reforça a ideia de progressividade no futuro.
d) configura-se como um usual vício de linguagem.
Comentários:
Primariamente, o gerúndio indica ação continuada, prolongada, durativa. Esse é seu principal sentido. O
infinitivo caracteriza uma forma nominal e neutra. Gabarito letra B.
A frase que identifica o primeiro erro – “Usar água da chuva para beber, tomar banho e cozinhar” – emprega
a forma verbal do infinitivo. Com isso, o autor do texto consegue um resultado conveniente para esse tipo
de texto, que é não personalizar as ações.
Comentários:
O infinitivo impessoal, não flexionado, não se refere a nenhum sujeito explícito. Por isso, tem o efeito de não
personalizar as ações e indicá-las de modo vago. Questão correta.
Particípios Abundantes
Há verbos que trazem mais de um particípio, um regular, terminado em –do, e um não regular, que pode ter
diversas terminações. Isso sempre gera muita dúvida no dia a dia e nas provas. Segue uma pequena lista
deles.
Infinitivo Particípio Regular Particípio Irregular
Aceitar Aceitado Aceito
Acender Acendido Aceso
Afligir Afligido Aflito
Assentar Assentado Assento
Corrigir Corrigido Correto
Encher Enchido Cheio
Entregar Entregado Entregue
Expressar Expressado Expresso
Extinguir Extinguido Extinto
Fixar Fixado Fixo
Fritar Fritado Frito
Limpar Limpado Limpo
Misturar Misturado Misto
Morrer Morrido Morto
Pagar Pagado Pago
Submeter Submetido Submisso
Suspender Suspendido Suspenso
Tingir Tingido Tinto
Vagar Vagado Vago
Imprimir Imprimido Impresso
Veja o uso dos particípios:
Regular Serão usados na voz ativa, com os Tenho pagado minhas dívidas em
verbos TER / HAVER. débito automático.
(terminação -do)
Eu nunca havia aceitado bem críticas.
Irregular Serão usados na voz passiva, com O boleto foi pago em dinheiro vivo.
(com outras terminações) os verbos SER / ESTAR. Estive suspenso do trabalho, por
(PETROBRAS / 2022)
Muito tem sido escrito e debatido sobre a afirmativa de que a “Internet é terra de ninguém”...
No início do texto, a forma verbal “escrito” poderia ser corretamente substituída por escrevido.
Comentários:
A grafia “escrevido” não existe; a forma correta de particípio é “escrito”.
Questão incorreta.
(MPE-PI / 2018)
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de
correspondência com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada.
Os sentidos do texto seriam alterados caso o trecho “estar a se corresponder” (l.2-3) fosse assim reescrito:
estar se correspondendo.
Comentários:
Não seriam. São formas equivalentes: a+infinitivo equivale à forma de gerúndio.
Estou a cantar=Estou cantando. No português brasileiro, contudo, a forma realmente utilizada é o gerúndio.
Questão incorreta.
(PF / 2018)
Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma
investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo.
A substituição da forma verbal “dedicando” por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.
Comentários:
O gerúndio indica que a ação é vista como em andamento, em progresso, durativa, contínua. Então, quando
dizemos “mostram detetives dedicando toda sua atenção a uma investigação”, o verbo sugere que o
detetive é visto praticando a ação, é visto enquanto ela está em andamento. Veja com um exemplo mais
simples:
Vi no trabalho o servidor bebendo (estava bebendo quando foi visto, a ação estava em progresso, foi flagrado
durante a ação).
Vi no trabalho o servidor que bebe (apenas sabemos que bebe, não necessariamente estava bebendo no
trabalho)
Então, há alteração de sentido sim. Questão incorreta.
TRANSITIVIDADE VERBAL
A TRANSITIVIDADE de um termo diz respeito à sua necessidade de ter um complemento. Na prática, se o
verbo é “transitivo”, isso significa que “pede um complemento”. Isso é aprofundado nos tópicos de sintaxe
e regência. Vejamos aqui de maneira objetiva:
(DPE-SC / 2018)
A fonte da juventude, capaz de curar todos os males e fornecer o vigor físico da melhor época da vida, nunca
passou de um mito.
Julgue o item a seguir:
O verbo passou, no contexto, é transitivo direto.
Comentários:
Um detalhe. A transitividade de um verbo pode mudar no contexto. Passar, numa frase como “o tempo
passou”, é verbo intransitivo, pois não pede complemento. No caso da questão, no entanto, o verbo “passar”
é VTI (Verbo transitivo indireto), pois exige a preposição “de”. Note, também, a presença do objeto indireto
“um mito”.
e) INCORRETO. Aqui o verbo traz dois complementos: O jornal da cidade de Friburgo dedicou uma página
inteira ao episódio com os grevistas. Logo, é transitivo direto e indireto. Gabarito letra D.
Verbos unipessoais
Verbos unipessoais são aqueles que, pelo sentido, só admitem sujeito na terceira pessoa do
singular ou do plural, por exemplo:
1) Verbos indicativos de “ação/voz/estado de animais”: Latir, Ladrar, Galopar, Trotar, Zurrar...
2) Verbos que normalmente trazem uma oração como sujeito. Ex.:
Convém acordar mais cedo.
Parece que vai chover.
Importa que você estude muito.
Cumpre ao policial proteger as pessoas.
Consta que você vomitou no padre.
(UFSC / 2019)
Julgue o item a seguir:
o verbo ‘dizer’ em “Digo-te que você...” está empregado como impessoal.
Comentários:
Não é impessoal, pois tem sujeito: “eu digo”. Verbos impessoais não possuem um agente
responsável pelo processo verbal. Questão incorreta.
(CAGE-RS / 2018)
[...] ocorreram diversos avanços, como, por exemplo, a diminuição da mortalidade infantil e do
analfabetismo
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam preservados caso a forma verbal “ocorreram”
fosse substituída por
a) existiu. b) aconteceu. c) sucederam. d) tiveram. e)
houveram.
Comentários:
Ocorrer é sinônimo de suceder. As letras A e B não poderiam ser a resposta, porque os verbos
estão no singular e o sujeito é “diversos avanços”. Tiveram, na letra D, é informal. Houveram, na
letra E, causaria erro de concordância, uma vez que o verbo haver impessoal, no sentido de
suceder, não vai ao plural. Gabarito letra C.
(STM / 2018)
No período “É um orgulho poder contar com você”, a terceira pessoa do singular empregada na
forma verbal “É” justifica-se por tratar-se de um verbo impessoal, como em É tarde.
Comentários:
No primeiro caso, o verbo “ser” não é impessoal e está no singular para concordar com a oração:
[Isto (“Poder contar com você”) é um orgulho. Já no segundo caso o verbo ser é impessoal,
indicando tempo. Questão incorreta.
Verbos auxiliares
Verbos auxiliares são aqueles se unem ao verbo principal em locuções verbais, formando uma oração única.
Então, eles auxiliam na formação da locução e também adicionam algum sentido extra ao verbo principal.
O verbo auxiliar se flexiona para concordar com o sujeito, enquanto o verbo principal permanece
invariável, numa de suas formas nominais: infinitivo, particípio ou gerúndio.
O sentido principal está no verbo principal, ao passo que o auxiliar traz especificações semânticas da ação,
como duração, aspecto, modo, possibilidade. Ex.:
Ele deve pensar muito em adotar um cão.
(Auxiliar “dever” + infinitivo, indicando possibilidade, especulação...).
Os Verbos Auxiliares podem trazer matizes semânticos de modo, “refinando” o sentido do verbo principal
com informação extra sobre a “atitude” do locutor em relação ao verbo. Ex.:
Ele pode estar doente (possibilidade, dúvida).
Você não pode entrar aqui (permissão, proibição).
Ele pode ficar horas sem dormir e não ficar cansado (capacidade, habilidade).
Ele deve estar chegando (possibilidade, probabilidade).
Deve haver centenas como você (possibilidade, probabilidade).
Você deve estudar mais, se quiser vencer (conselho).
Vocês hão de passar (desejo).
Tenho que ir (dever, obrigação).
Ele parece ser esforçado (aparência, incerteza, possibilidade).
Comecei a fumar (aspecto incoativo, de início; não fumava antes).
Estou para tirar férias (sentido de iminência, intuito).
Está para chegar o avião (sentido de iminência, ação por iniciar).
As pessoas iam chegando (ação sucessiva, pouco a pouco).
Venho tratando essa doença há anos (desenvolvimento gradual).
(CORE-SP / 2019)
Na locução verbal da oração “O número deve crescer ainda mais nos próximos anos”, o verbo auxiliar está
empregado no:
a) Presente do indicativo.
b) Presente do subjuntivo.
c) Infinitivo.
d) Futuro do presente do indicativo.
e) Imperativo.
Comentários:
“Deve” é o auxiliar da locução “deve crescer” e está no presente do indicativo. Gabarito letra A.
(AGU / 2019)
“Ele achava que a sociedade deveria ser harmoniosa e as pessoas deveriam ser encorajadas em seu
‘autodesenvolvimento’ para que pudessem aproveitar ao máximo sua posição.”
A respeito do período acima, analise a afirmativa a seguir:
Existem duas locuções verbais no período.
Comentários:
Há três locuções:
a sociedade deveria ser harmoniosa e as pessoas deveriam ser encorajadas em seu ‘autodesenvolvimento’
para que pudessem aproveitar.
Poder e Dever são verbos auxiliares. Questão incorreta.
(SEGEP-MA / 2018)
Isso quer dizer que tanto a pessoa que oferece e instala os famosos 'gatonets' quanto os clientes que solicitam
a pirataria poderão ser punidos com multa de até R$ 10 mil.
A forma verbal destacada indica
a) recomendação. b) necessidade. c) certeza. d) obrigação. e) possibilidade.
Comentários:
O auxiliar “poder” indica uma possibilidade futura, é possível que as pessoas sejam punidas ou não.
Gabarito letra E.
(TRE-PE / 2017)
A moralidade, que deve ser uma característica do conjunto de indivíduos da sociedade, deve caracterizar de
modo mais intenso ainda aqueles que exercem funções administrativas e de gestão pública ou privada. Com
relação a essa ideia, vale destacar que o alcance da moralidade vincula-se a princípios ou normas de conduta,
aos padrões de comportamento geralmente reconhecidos, pelos quais são julgados os atos dos membros de
determinada coletividade. Disso é possível deduzir que os membros de uma corporação profissional — no
caso, funcionários e servidores da administração pública — também devem ser submetidos ao julgamento
ético-moral. A administração pública deve pautar-se nos princípios constitucionais que a regem. É
necessário, ainda, que tais princípios estejam pública e legalmente disponíveis ao conhecimento de todos os
cidadãos, para que estes possam respeitá-los e vivenciá-los.
No texto, a forma verbal “devem”, no trecho “os membros de uma corporação profissional (...) também
devem ser submetidos ao julgamento ético-moral” , foi empregada no sentido de
a) probabilidade. b) capacidade. c) permissão. d) obrigação. e) necessidade.
Comentários:
Pela leitura do texto, entendemos que os servidores públicos devem ser submetidos a julgamento ético-
moral por decorrência do princípio constitucional da moralidade. Se essa submissão decorre de norma
constitucional, o verbo “dever” indica obrigação, imposição. Gabarito letra D.
Verbos de ligação
Os verbos que indicam ação são chamados de “nocionais". Os verbos de ligação, por sua vez, são chamados
verbos copulativos ou verbos relacionais, porque “ligam” o sujeito a um termo que indica um estado ou
característica (esse termo é chamado de “predicativo do sujeito”). Ex.:
João é feliz / Maria está alegre / O Rio de Janeiro continua lindo.
As bancas têm cobrado as “variações semânticas” dos estados expressos pelos verbos de ligação, como
mudança e permanência. Vejamos:
✓ Estado permanente. Ex.: Minha mãe é mal-humorada.
✓ Estado continuado. Ex.: Minha mãe continua/permanece mal-humorada.
✓ Estado transitório/circunstancial. Ex.: Minha mãe está feliz. / Minha mãe anda silenciosa
ultimamente.
✓ Mudança de estado. Ex.: Minha mãe ficou mal-humorada. / Minha mãe tornou-se organizada por
causa do concurso. / Minha mãe virou síndica do prédio.
Sutilezas semânticas: Observem que o estado continuado se distingue do permanente porque aquele traz
sentido de um estado que começou e continuou, o começo é um pressuposto da continuidade. O foco está
nela. Já o estado permanente indica uma qualidade inerente, atemporal, sem referência a quando ela
começou ou quando vai terminar. Por essa razão, o fato de um verbo de estado permanente estar no passado
(“era”, “foram”) não faz que ele perca sentido de “permanência”.
Além disso, saiba que o verbo só é considerado de ligação quando “liga” sujeito a predicativo. Ex.:
Ana anda deprimida.
(“Anda” é um verbo de ligação, indica estado transitório e liga o sujeito ao predicativo “deprimida”).
(MPE-RJ / 2016)
Os verbos de estado indicam: estado permanente, estado transitório, mudança de estado, aparência de
estado e continuidade de estado. A frase que mostra um verbo de estado com valor de mudança de estado
é:
a) “áreas que antes eram baratas e de fácil acesso”;
b) “tornam-se mais caras”;
c) “habitantes que sofrem com esse processo são trabalhadores com baixos salários”;
d) “Além disso, à medida que as cidades crescem”;
e) “a grande maioria da população pobre busque por moradias em regiões ainda mais distantes”.
Comentários:
Falou em “verbos de estado”, pode caçar os verbos de ligação mais tradicionais, “ser”, “estar”,
“permanecer”, “continuar”, “tornar-se”. Na letra A, “eram”, o verbo “ser” indica estado permanente. Na
letra B, “tornam-se” indica que houve mudança de um estado anterior para um posterior.
Na letra c, “são” indica estado permanente. Na letras D e E, “crescem” e “busque” são verbos nocionais, de
ação, não de estado. Gabarito letra B.
(SEDF / 2017)
A língua continua sendo forte elemento de discriminação social, seja no próprio contexto escolar, seja em
outros contextos sociais, como no acesso ao emprego e aos serviços públicos em geral (serviços de saúde,
por exemplo).
O emprego do verbo “continua” permite que se infira que não houve mudança na caracterização da língua
como “forte elemento de discriminação social”.
Comentários:
Exatamente. O verbo “continua” dá ideia de estado continuado, o que é reforçado pelo caráter durativo do
gerúndio “sendo”. Se algo “continua sendo”, então “ainda é”, ou seja, não mudou. Questão correta.
Anômalos Apresentam total diversidade de radicais Eu sou, tu és… eu fui… eu era… (que)
(Ser, Ir) eu seja… (se) eu fosse… (quando) eu
for…
A principal estratégia da banca para enganar o candidato é conjugar um verbo irregular como se
fosse regular. Vejamos:
PRESENTE IMPERATIVO
PRESENTE SUBJUNTIVO
INDICATIVO AFIRMATIVO
Mediar
Ansiar
Remediar Se conjugam como passear/odiar
Incendiar/intermediar
Odiar
O verbo “mobiliar” se pronuncia da seguinte maneira no presente do indicativo: Eu moBÍlio, tu
moBÍlias, ele moBÍlia... Essas formas são chamadas de “rizotônicas”, nome chique que apenas
indica que a sílaba tônica está no radical...
Vir e derivados
O verbo vir também é irregular. Outros importantes verbos que caem em prova derivam dele.
Devemos ficar atentos:
Provir
Intervir
Convir Se conjugam como vir
Advir
Sobrevir
Então, acostume-se com sentenças como: ele conveio, ele interveio, se ele proviesse...
Em suma, “PROVER” funciona como “VER” no presente, futuro, pretérito perfeito e futuro do
pretérito do indicativo. Siga o verbo “BEBER” nos outros tempos. Fique ligado!!
Cuidado com o futuro do subjuntivo: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.
"Provir" significa “ter origem de”, "descender", "derivar", "resultar", conjuga-se pelo verbo "vir"
(vem/provém; veio/proveio; vêm/provêm; viesse/proviesse).
Temos absoluta necessidade de conhecer a conjugação do verbo “ver”, pois isso vai facilitar o
contraste com a conjugação do verbo “vir”, assunto cobrado em muitas questões! Trazemos aqui
a conjugação mais cobrada, a do futuro do subjuntivo do verbo “ver”, recite-a como um mantra!
FUTURO DO SUBJUNTIVO
VIR VER
(MPE-GO / 2019)
Em “E há sempre a possibilidade real de crescer no banco e vir a se tornar um sócio.”, existe a
presença do verbo vir. Assinale a alternativa em que este verbo se encontra no futuro do pretérito:
a) O jovem talentoso vem chegando.
b) O lucro virá no fim do ano.
c) O investimento viera mas perdera-se na burocracia.
d) O cliente será bem atendido se vier negociar com o banco.
e) O sucesso viria se ele se esforçasse um pouco mais.
Comentários:
Questão direta. O futuro do pretérito do verbo “vir” é: viria.
“vem” está no presente do indicativo; “virá” está no futuro do indicativo; “viera” está no pretérito
mais-que-perfeito do indicativo; “vier” está no futuro do subjuntivo.
Gabarito letra E.
Os demais verbos terminados em VER são regulares. Porém, teremos a seguinte diferença: Se eu
visse, se eu antevisse, se eu prescrevesse...
Deter
Entreter
Manter
Obter
Se conjugam como ter
Reter
Abster
Conter
Ater
Cuidado!!! O verbo abater não segue a conjugação de “ter”, é verbo regular de segunda
conjugação e segue o verbo “beber”.
SUBJUNTIVO
Quando ele VIER Quando ele TIVER Se ele VIESSE Se ele TIVESSE
Só para reforçar, estão erradas as formas: deteram, detessem, entreteram, quando eu ver, se eu
propor...
(CMS / 2018)
“Os países com bom desempenho nessa habilidade têm estruturas de aula...”; a frase abaixo que
mostra uma forma verbal INADEQUADA de um verbo composto de “ter” é:
a) ela não se atinha ao tema indicado;
b) elas se entreteram com o filhote do animal;
c) espero que eles não detenham a sua revolta;
d) pensou em retê-lo após a conferência;
e) esperava que ela se contivesse diante dele.
Comentários:
(STJ / 2018)
Embora a perspectiva desses autores divirja entre si....
Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma
verbal “divirja” por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentários:
No presente do subjuntivo, a forma do verbo ‘diferir’ vai ser “difirA” (que eu eu “fira”). Questão
correta.
Querer X requerer
Vamos relembrar um verbo parcialmente regular.
Requerer não é derivado de “querer”, ele segue, de modo geral, as terminações do verbo
“beber”. Porém tem um detalhe: ele recebe um “i” na primeira pessoa do presente do indicativo
(requeIro) e também no presente do subjuntivo, que deriva do indicativo (que eu requeIra; que tu
requeIras; que ele requeIra...)
Os verbos requerer, dizer, fazer e trazer, na 2.a pessoa do singular, apresentam no imperativo
afirmativo duas formas: dize ou diz, faze ou faz, traze ou traz, requere ou requer. Vale muito a
pena memorizar a sua conjugação.
CAI DEMAIS!!! Além do presente do indicativo e do subjuntivo, atenção às diferenças nas
conjugações do pretérito perfeito do indicativo e do imperfeito do subjuntivo.
QUERER
Presente do indicativo: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem.
Pretérito perfeito do indicativo: quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram.
Pretérito imperfeito do indicativo: queria, querias, queria, queríamos, queríeis, queriam.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis,
quiseram.
REQUERER
Presente do indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem.
Pretérito perfeito do indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes,
requereram.
Pretérito imperfeito do indicativo: requeria, requerias, requeria, requeríamos, requeríeis,
requeriam.
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: requerera, requereras, requerera, requerêramos,
requerêreis, requereram.
Futuro do presente do indicativo: requererei, requererás, requererá, requereremos, requerereis,
requererão.
Futuro do pretérito do indicativo: requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis,
requereriam.
Presente do subjuntivo: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram.
Pretérito imperfeito do subjuntivo: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
requerêsseis, requeressem.
Futuro do subjuntivo: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Imperativo afirmativo: requer(e), requeira, requeiramos, requerei, requeiram.
Imperativo negativo: não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não requeiram.
Infinitivo pessoal: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Gerúndio: requerendo.
Particípio: requerido.
(SEPLAG-RECIFE / 2019)
Considere os seguintes trechos:
− ao impedir que o infante indefeso fique protegido contra determinada doença...
− a enfermidade continue a se propagar pela população.
− As campanhas de vacinação exigiram esforço hercúleo.
As expressões verbais estão correta e respectivamente substituídas por verbos flexionados no
mesmo tempo e modo em:
a) se mantém – permaneça – requiseram
b) se mantenha – permaneça – requereram
c) se mantenha – permaneça – requiseram
d) se mantém – permanece – requereram
e) se mantenha – permanece – requereram
Comentários:
O pretérito perfeito de “requerer” é “requereram”, não é “requiseram”. Então, seria possível
eliminar A e C. “Fique”, “Mantenha”, “Continue” e “Permaneça” estão no presente do subjuntivo.
“Mantém” e “Permanece” estão no presente do indicativo. Gabarito letra B.
Verbo Aprazer
Esse verbo é bastante irregular e compartilha o radical do adjetivo aprazível, com sentido de
agradável. Para lidar com ele na hora da prova, lembre-se de algumas terminações do verbo haver
em que há “V” e base “ou” na palavra, a saber:
Pretérito mais-que-perfeito: Eu aprouvera, tu aprouveras...
Pretérito imperfeito do subjuntivo: Se eu aprouvesse; se tu aprouvesses...
Futuro do subjuntivo: Quando eu aprouver; quanto tu aprouveres...
a) É a muito custo que preservaremos uma amizade, sobretudo se não contivermos nossos
primeiros impulsos.
b) Ele acabará se desfazendo dos amigos a medida que eles virem a contrariar seus ímpetos
caprichosos.
c) Uma amizade resiste à toda prova quando, em qualquer das ocasiões da vida, se manter leal e
verdadeira.
d) Se aprouviesse a alguém construir uma sólida amizade, teria de renunciar as fraquezas mais
comuns.
e) Nada poderei fazer em reparo a fragilidade de uma amizade que não advir de uma leal
construção.
Comentários:
Estudamos crase separadamente na aula de regência, mas essa questão é essencialmente sobre
conjugação dos verbos que temos estudado. Então, vamos focar na conjugação. A letra A está
perfeita, observe a conjugação de “conter”, derivado de “ter”: ter-tivermos>conter-contivermos.
Vejamos as demais:
b) Ele acabará se desfazendo dos amigos à medida que eles vierem a contrariar seus ímpetos
caprichosos. (a forma de futuro do subjuntivo do verbo “vir” é “vierem”)
c) Uma amizade resiste a toda prova quando, em qualquer das ocasiões da vida, se mantiver leal
e verdadeira. (“manter” deriva de “ter”)
d) Se aprouvesse a alguém construir uma sólida amizade, teria de renunciar as fraquezas mais
comuns. (a forma de “aprazer” vira “aprouvesse”)
e) Nada poderei fazer em reparo à fragilidade de uma amizade que não advier de uma leal
construção. (“advir” deriva de “vir”) Gabarito letra A.
Verbos defectivos
São aqueles verbos que têm defeito de conjugação, pois não são conjugados em todas as pessoas,
normalmente pela semelhança que a conjugação teria com outro verbo (Falar e Falir: eu falo), ou pelo mau
som: “ela computa”... Na maioria dos casos, são conjugados só na primeira e segunda pessoa do plural do
modo indicativo, na segunda pessoa do plural do modo imperativo e não possuem flexões no presente do
subjuntivo (porque não têm o presente do indicativo).
Obs.: O presente do subjuntivo é derivado do radical da primeira pessoa do singular do presente do
indicativo, em suma, “eu faço” vira “que eu faça”. Então, quando o verbo não tem a primeira pessoa do
singular no indicativo, não terá o presente do subjuntivo. Por consequência, não terá as formas de imperativo
que também derivam do subjuntivo.
Por não trazerem a primeira pessoa do singular do presente do indicativo, são defectivos os verbos: abolir,
banir, brandir, carpir, colorir, computar, delir, explodir, ruir, exaurir, demolir, puir, delinquir, fulgir
(resplandecer), feder, aturdir, bramir, esculpir, extorquir, retorquir, soer (costumar: ter costume de).
Há certa controvérsia entre esses verbos, pois alguns gramáticos e dicionários listam verbos defectivos como
regulares. Não podemos entrar nessa discussão, então vamos destacar alguns que já foram cobrados em
prova.
Verbos vicários
São chamados de Verbos Vicários aqueles que fazem as vezes de outros verbos, substituindo-os para evitar
repetição. Os mais comuns são os verbos ser e fazer.
Normalmente vêm acompanhados de um pronome demonstrativo o, que retoma a ação ou o evento da
oração anterior. Ex.:
Eu poderia ter fugido, mas não o fiz. (“o fiz” retoma “ter fugido”)
Se você não estudou foi porque teve preguiça. (“foi” retoma “não estudou”)
Se ela não aceita ir ao cinema é porque não quer. (“é” retoma “aceita”)
Observe que há dois verbos e um substitui o outro, quando vicário, o “fazer” não traz seu sentido próprio,
pois assume o sentido do outro verbo.
As estruturas com esses verbos costumam ser cobradas até em questões de compreensão textual, quando a
banca pode perguntar o referente do pronome.
(CGU / 2022)
Observe o seguinte texto, retirado de um livro de Sociologia:
“Os escravos tinham o direito legal de casar-se, mas os que desejavam fazê-lo enfrentavam alguns
obstáculos, entre outros motivos porque os escravos superavam enormemente o número de escravas.”
Nesse texto, aparece um emprego especial do verbo fazer, que só NÃO se repete na seguinte frase:
(A) Algumas pessoas construíram casas à beira da via férrea e nunca se declararam arrependidas de o terem
feito;
(B) Ela caminhava todos os dias por duas horas todas as manhãs; eu também já fiz isso;
(C) Ler romances de Machado de Assis é uma tarefa agradável; não fazê-lo é perda de oportunidade de
progresso;
(D) Todos os estudantes cumpriram as suas tarefas; João foi o único a não fazer a redação;
(E) Plantar árvores frutíferas é útil e agradável; o agricultor que faz isso pode ganhar muito dinheiro.
Comentários:
Aqui, temos "fazer" empregado como verbo "vicário", retomando o sentido de um outro verbo
anteriormente utilizado, normalmente com um pronome demonstrativo.
Observe:
(A) Algumas pessoas construíram casas à beira da via férrea e nunca se declararam arrependidas de o terem
feito (de terem feito isso=construído casas à beira da via férrea);
(B) Ela caminhava todos os dias por duas horas todas as manhãs; eu também já fiz isso (já caminhei por duas
horas todas as manhãs);
(C) Ler romances de Machado de Assis é uma tarefa agradável; não fazê-lo é perda de oportunidade de
progresso; (não fazer isso=não ler romances de Machado de Assis)
(E) Plantar árvores frutíferas é útil e agradável; o agricultor que faz isso pode ganhar muito dinheiro. (faz
isso=plantar árvores frutíferas)
Isso não ocorre quando o "fazer" tem sentido próprio, sem retomar o verbo anterior:
(D) Todos os estudantes cumpriram as suas tarefas; João foi o único a não fazer/redigir/escrever a redação;
Gabarito letra D.
(ISS-TERESINA / 2016)
Fazer parte constitui um específico uso de “fazer”, verbo que, em outros contextos, pode assumir distintas
funções e acepções. Empregado como “verbo vicário”, faz as vezes de outro, como se exemplifica em:
a) Tentarei hoje mesmo fazê-lo ver a questão sob ponto de vista menos rígido.
b) Foi ele quem fez uma bela mesa de madeira maciça.
c) O mediador poderia ter evitado a discussão, mas não o fez.
d) Fizeram frente à situação adversa com coragem e elegância, o que nos comoveu.
e) O discurso foi bastante positivo, pois o orador o fez de modo acalorado e consistente.
Comentários:
O verbo “fazer” tem vários sentidos, que foram explorados nas alternativas. No entanto, é na letra C que ele
funciona como “vicário”, pois substitui o verbo “evitar”. Observe a presença do demonstrativo “o”,
retomando o fato de “evitar a discussão”.
Observe que devemos ter dois verbos diferentes, e o verbo vicário estará substituindo o outro.
Na letra E só há um verbo, “discurso” não é verbo! O verbo “foi” é de ligação e só serviu para dar qualidade
ao discurso. Não tem sentido de ação. Além disso, o orador “fez o discurso”, o verbo fazer está sendo
utilizado com sentido de “fazer” mesmo, de produzir, realizar. Não está substituindo outro verbo. Gabarito
letra C.
Verbos pronominais
São aqueles que trazem um pronome “integrante” do verbo e que não podem ser conjugados sem ele.
Veja alguns deles: ARREPENDER-SE, ATREVER-SE, ASSEMELHAR-SE, CANDIDATAR-SE, DIGNAR-SE,
ESFORÇAR-SE, QUEIXAR-SE, REFUGIAR-SE, SUICIDAR-SE, ESTREITAR-SE...
Há diversos verbos que podem ser usados como pronominais: lembrar-se; esquecer-se. Nesses casos, a
regência passa a exigir a preposição “DE”. Ex.:
Lembrei/esqueci a letra ou Lembrei-me/Esqueci-me da letra.
As bancas gostam de perguntar se o pronome é parte integrante do verbo e/ou, se exerce função sintática,
ou se pode ser suprimida. Nos verbos que não são essencialmente pronominais, como lembrar e esquecer,
a retirada do pronome DEVE ser acompanhada também da retirada da preposição.
Ex.: Eles não se arrependem de nada. (o “se” é parte integrante, não pode ser retirado e nem exerce qualquer
função sintática. Não pense que é reflexivo, tampouco recíproco, pois não podemos arrepender a outra
pessoa nem a nós mesmos: se arrepender não é arrepender a si mesmo. Claro?)
Um critério importante é sempre verificar se o verbo vai ter sentido passivo, pois a banca vai tentar confundir
você afirmando que o “se” representa voz passiva sintética, como em “Alugam-se casas” (casas são
alugadas).
(AGU / 2019)
“Ninguém se esqueceu da enxurrada de tuítes enraivecidos trocados há apenas um ano por Trump e o
presidente nortecoreano – ‘fogo e fúria’, o ‘grande botão’ nuclear etc.”
(MPU / 2018)
Contudo, uma calamidade seria um caso de injustiça apenas se pudesse ter sido evitada, em especial se
aqueles que poderiam ter agido para tentar evitá-la tivessem deixado de fazê-lo. Entre os requisitos de uma
teoria da justiça inclui-se o de permitir que a razão influencie o diagnóstico da justiça e da injustiça.
Na expressão “fazê-lo” (l.2), a forma pronominal “lo” retoma a ideia de agir para tentar evitar uma
calamidade.
Comentários:
Sim. Aqui, temos o “pronome demonstrativo neutro usado ao lado de um verbo vicário. “Fazer” retoma a
ação anterior (agir...)”:
Fazê-lo = Fazer isso (o que foi mencionado: agir para tentar evitar uma calamidade).
Questão correta.
O sujeito é singular: o preconceito, então não há erro nem incoerência em usar ‘é’ no lugar de
“seja”. O que mudaria é o sentido, que passaria a ser mais afirmativo, pela presença de um verbo
no presente do indicativo, modo da certeza, dos fatos concretos.
Questão correta.
Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto apresentado.
Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim
reescrito: Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos
existe pelas atividades do trabalho humano.
Comentários:
Na redação original, temos uma clássica correlação verbal de estrutura condicional:
Se prestarmos atenção, perceberemos.
Então, temos uma hipótese, uma suposição, seguida de um possível efeito decorrente dessa
condição.
Na reescritura, a banca usou a conjunção temporal “quando” e o verbo no presente:
“percebemos”, o que embora tenha uma ideia geral semelhante, expressa algo concreto no
tempo, algo visto como mais certo. Portanto, há mudança de sentido.
Questão incorreta.
“Se a prepararmos apenas para detectar casos de não fraude, poderemos aumentar os riscos de
fraudes que passam.
Então, o autor usou o presente indicando um efeito possível no futuro, o que permite inferir que
o sentido de “podemos” é, na verdade, de “poderemos”. Então, a banca apenas pede que o
candidato “melhore” o texto e use a correlação mais rigorosamente correta: futuro do subjuntivo
+ futuro do presente.
Em suma, o autor usou “podemos” querendo dizer “poderemos”, então a troca não alteraria o
sentido original, pois o efeito é futuro e não presente.
Questão correta.
A punição vai-se tornando a parte mais velada do processo penal, provocando várias
consequências: deixa o campo da percepção quase diária e entra no da consciência abstrata; sua
eficácia é atribuída à sua fatalidade, não à sua intensidade visível; a certeza de ser punido é que
deve desviar o homem do crime, e não mais o abominável teatro
Embora tanto o primeiro quanto o segundo parágrafo do texto tratem de acontecimentos
passados, o emprego do presente no segundo parágrafo tem o efeito de aproximar os
acontecimentos mencionados ao tempo atual, o presente.
Comentários:
Exatamente. O texto é narrativo e histórico, então é comum a utilização do “presente com valor
de passado”, o chamado presente histórico. Esse recurso aproxima os fatos narrados do
momento da leitura, deixando a narrativa mais dinâmica e verossímil.
Questão correta.
Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma
verbal “divirja” (L. 14) por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
Comentários:
No presente do subjuntivo, a forma do verbo ‘diferir’ vai ser “difirA” (que eu di“fira”).
Questão correta.
Infere-se do emprego da forma verbal “morávamos” que o narrador fornece uma informação
sobre si próprio e sua família.
Comentários:
Morávamos, verbo no pretérito imperfeito, indica ação habitual/duradoura no passado. Refere-se
ao tempo durante o qual o narrador morou naquele lugar. Como ele menciona a família, essa
informação também vale para ela.
Questão correta.
não possuem o mesmo sentido. Contudo, às vezes o autor usa uma forma “querendo dizer outra
coisa”, ou melhor, usa uma forma quando deveria ter usado outra. O sentido texto sugere uma
relação condicional, então, rigorosamente, deveria aparecer o futuro do pretérito, para uma
correlação perfeita:
Tentar deter o mar SERIA inútil. Também não HAVERIA como fazer um molde da areia, mesmo
que ele tivesse tempo para isso, coisa que ele não tinha.
Então, esse “era” tem justamente o valor de “seria”, pois faz parte de uma estrutura condicional.
É como costumamos ouvir:
Se eu pudesse, casava! (no sentido de “casaria”)
Sacconi registra essa substituição do futuro do pretérito pelo pretérito imperfeito, indicando “que
o fato seria consequência certa e imediata de outro, que é irreal ou não ocorreu.
Ex.: Se eu fosse o prefeito, desapropriava toda esta região.
Ex.: Se viéssemos de trem, não chegávamos a tempo.”
Questão correta.
vendo o céu escurecer bonito, depois de tantos meses de desesperança, os compadres diziam
que eu lhes levara o inverno nas malas. O fato é que, durante a viagem de ida, enquanto o
"Constellation" da Panair voava por cima do colchão compacto de nuvens carregadas de água,
me dava uma vontade desesperada de rebocá-las todas, lá para onde tanta falta faziam, levá-las
como rebanho de golfinhos prisioneiros e despejá-las em cheio sobre os serrotes do Quixadá.
No terceiro período do segundo parágrafo do texto CGIAl-I, a forma verbal "levara" está
flexionada no
A) tempo pretérito perfeito do modo indicativo, expressando que a ação de levar acontecia com
frequência no passado.
B) tempo futuro do modo indicativo, expressando que a ação de levar ainda acontecerá.
C) tempo presente do modo indicativo, expressando que a ação de levar acontece naquele
momento.
D) tempo futuro do modo subjuntivo, expressando que há grande probabilidade de que a ação
de levar aconteça.
E) tempo pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo expressando que a ação de levar
aconteceu anteriormente ao momento em que os compadres viam "o céu escurecer bonito".
Comentários:
Essa questão é bem teórica. O verbo "levaRA" está no pretérito mais-que-perfeito na sua forma
simples, com a desinência característica: RA. Na forma composta, teríamos tinha/havia levado.
Em ambas as formas, o verbo expressa uma ação pretérita anterior a outra, também pretérita.
No contexto específico da questão, temos que "levar" aconteceu de os compadres verem "o céu
escurecer".
Gabarito letra E.
momento pontual no passado. O pretérito imperfeito não indica um momento pontual, mas um
intervalo ou uma ação repetitiva, duradoura, reiterada, habitual por um certo período no
passado.
Ainda que indique um momento específico, o ano de 2004, temos que observar a essência do
tempo verbal. O pretérito imperfeito indica ações que duraram um certo tempo no passado.
Além disso, um ano não é exatamente um momento pontual, é um longo intervalo de tempo.
Questão incorreta.
Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo momento, dá
ordens a ela.
Comentários:
Há alguns verbos no imperativo e de fato indicam ordens: “Use” e “Use”. Porém, nem todos estão no modo
imperativo: “Entende”, “são” e “querem”, por exemplo, estão no presente do modo indicativo.
Questão incorreta.
Questão incorreta.
4. (CEBRASPE / PF / 2018)
Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a uma
investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo.
A substituição da forma verbal “dedicando” por que dedicam manteria os sentidos originais do texto.
Comentários:
O gerúndio indica que a ação é vista como em andamento, em progresso, durativa, contínua. Então, quando
dizemos “mostram detetives dedicando toda sua atenção a uma investigação”, o verbo sugere que o detetive
é visto praticando a ação, é visto enquanto ela está em andamento. Veja com um exemplo mais simples:
Vi no trabalho o servidor bebendo (estava bebendo quando foi visto, a ação estava em progresso, foi flagrado
durante a ação)
Vi no trabalho o servidor que bebe (apenas sabemos que bebe, não necessariamente estava bebendo no
trabalho)
Então, há alteração de sentido sim.
Questão incorreta.
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto CG1A1-II, a forma verbal “há”
(1º parágrafo) poderia ser substituída por
A) existe. B) ocorre. C) têm. D) tem. E) existem.
Comentários:
Há exceções = Existem exceções. O verbo haver fica no singular, por ser impessoal. Existir faz
concordância normal com o sujeito Exceções.
Gabarito letra E.
No texto CB1A1-I, poderia ser substituído por havia o verbo ter empregado em
A) “Não tinha mais que vinte casas mortas” (L. 1).
B) “Algumas construções nem sequer tinham telhado” (L. 2).
C) “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3).
D) “Em Juazeiro tinha gente” (L. 7-8).
E) “Não tinha tanto dinheiro para comer” (Último parágrafo).
Comentários:
Em “Em Juazeiro tinha gente”, o verbo “ter” é impessoal, com sentido de existir: havia
gente/existia gente.
Nas demais hipóteses, o “ter” tem sentido de posse, então não caberia a substituição por
“haver”.
Na letra A, embora haja sentido de posse, entendo que não haveria nenhum problema em usar o
verbo haver: Não havia (existiam) mais que vinte casas mortas. Esse, contudo, não é o melhor
gabarito e a banca deve considerar a letra D.
Gabarito letra D.
6. (CEBRASPE / PF / 2018)
Julgue o item a seguir quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual.
Nos casos de cadáveres de vítimas carbonizadas, podem não mais haver impressões digitais.
Comentários:
O verbo haver é impessoal nesse contexto, pois possui sentido de “existir”; então o verbo
auxiliar que forma locução verbal com ele também não pode ir para o plural:
pode não mais haver impressões digitais.
podem não mais existir impressões digitais.
Questão incorreta.
E) dúvida.
Formou, há tempos, sem prejuízo dos sentidos originais e da correção gramatical do texto.
Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto apresentado.
Seriam mantidos os sentidos do texto caso o primeiro período do segundo parágrafo fosse assim
reescrito: Quando prestamos atenção a nossa volta, percebemos que quase tudo que vemos
existe pelas atividades do trabalho humano.
Embora haja semelhança de sentido entre os verbos divergir e diferir, a substituição da forma
verbal “divirja” (L. 14) por difere prejudicaria a correção gramatical do texto.
Quando estava com sete anos, acordei com os olhos inchados, e meu pai me levou ao pediatra.
Ao voltarmos, o futebol ininterrupto que jogávamos com bola de borracha na porta da fábrica em
frente parou e a molecada correu até nós. Queriam saber se era verdade que os médicos davam
injeções enormes na bunda das crianças.
Nenhum daqueles filhos de operários, meus irmãos ou eu havia ido ao pediatra; só os fortes
sobreviviam, a morte de crianças era aceita com resignação. Em várias regiões 13 do país, a
mortalidade infantil ultrapassava uma centena para cada mil nascidos.
Se a assistência médica não chegava efetivamente 16 ao Brás fabril, o primeiro bairro da zona
leste, encostado no centro da cidade que mais crescia na América Latina, que cuidados recebiam
aqueles da zona rural, que constituíam 19 mais de 70% da população?
Sarampo, caxumba, catapora, difteria e tosse comprida eram doenças da infância, tão inevitáveis
quanto 22 a noite e o dia. Qualquer episódio de febre que deixasse a criança apática
enlouquecia as mães, apavoradas pelo fantasma onipresente da poliomielite. O som metálico das
25 próteses que acompanhava os passos de meninas e meninos era ouvido em toda parte.
No pronto-socorro de pediatria, os bebês com 28 diarreia e desidratação eram atendidos em
uma sala com trinta berços, ao lado dos quais as mães passavam os dias e as noites em vigília.
Morriam quatro ou cinco em cada 31 plantão de 12 horas.
Em 1988, o SUS passou a fazer parte da Constituição Federal. Nós nos tornamos o único país
com 34 mais de 100 milhões de habitantes que ousou oferecer saúde para todos. Apesar de
termos nos esquecido de onde sairiam os recursos para tamanho desafio, dos descasos, 37 das
interferências políticas, hoje são raras as crianças sem acesso a pediatra.
Em contraste com as imagens de unidades de saúde 40 caindo aos pedaços e prontos-socorros
com doentes no chão, as equipes do Saúde da Família atendem, de casa em casa, a maior parte
do país continental. Temos o maior programa 43 gratuito de vacinações e de transplante de
órgãos do mundo. A distribuição universal de medicamentos contra HIV não só impediu que a
epidemia se transformasse em catástrofe 46 nacional, como serviu de base para o combate em
países da África e da Ásia.
Se pensarmos que, nos tempos desassistidos de 49 minha infância, o Brasil tinha 50 milhões de
habitantes, enquanto hoje somos 200 milhões, a assistência médica deu um salto quantitativo e
de qualidade muito superior ao de 52 outras áreas sociais, apesar de todas as deficiências
gerenciais.
Drauzio Varella. Os visionários do SUS. 14/12/2015. Internet: (com adaptações).
Infere-se do emprego da forma verbal “morávamos” que o narrador fornece uma informação
sobre si próprio e sua família.
adquiriram renome nas letras. O ministro, creio eu, escreveu eruditamente sobre o cálculo
diferencial. É um matemático, e não um poeta.
— Você está enganado. Conheço-o bem. E ambas as coisas. Como poeta e matemático,
raciocinaria bem; como mero matemático, não raciocinaria de modo algum, e ficaria, assim, à
mercê do delegado.
— Você me surpreende — respondi — com essas opiniões, que têm sido desmentidas pela
voz do mundo. Naturalmente, não quererá destruir, de um golpe, ideias amadurecidas durante
tantos séculos. A razão matemática é há muito considerada como a razão par excellence.
A correção gramatical do texto seria mantida caso a forma verbal “compreenderá” (L.25) fosse
substituída por compreende, embora o sentido original do período em que ela ocorre fosse
alterado: no original, o emprego do futuro revela uma expectativa de Dupin em relação a seu
interlocutor; com o emprego do presente, essa expectativa seria transformada em fato
consumado.
GABARITO
1. CORRETA
2. INCORRETA
3. LETRA C
4. INCORRETA
5. INCORRETA
6. CORRETA
7. INCORRETA
8. INCORRETA
9. CORRETA
10. CORRETA
11. INCORRETA
12. INCORRETA
13. INCORRETA
14. CORRETA
15. INCORRETA
16. CORRETA
17. INCORRETA
18. CORRETA
19. INCORRETA
20. CORRETA
21. CORRETA
22. LETRA A
23. LETRA C
24. CORRETA
25. CORRETA
26. INCORRETA
27. CORRETA
28. CORRETA
29. CORRETA
30. LETRA D
31. CORRETA
expressão adverbial “em 2004”, delimita a ação verbal a um momento pontual no passado.
GABARITO
1. LETRA A
2. INCORRETA
3. LETRA E
4. LETRA E
5. INCORRETA
6. CORRETA
7. CORRETA
8. INCORRETA
GABARITO
1. INCORRETA
Susanita emprega verbos no imperativo em todas as falas dirigidas a Mafalda, pois, a todo
momento, dá ordens a ela.
GABARITO
1. INCORRETA
3. (CEBRASPE / PF / 2018)
Os programas mostram diversos detetives, técnicos e cientistas dedicando toda sua atenção a
uma investigação. Na realidade, cada cientista recebe vários casos ao mesmo tempo.
A substituição da forma verbal “dedicando” por que dedicam manteria os sentidos originais do
texto.
GABARITO
1. CORRETA
2. INCORRETA
3. INCORRETA
4. LETRA B
Sem prejuízo da correção gramatical e do sentido original do texto CG1A1-II, a forma verbal “há”
(1º parágrafo) poderia ser substituída por
A) existe. B) ocorre. C) têm. D) tem. E) existem.
O único sinal de vida vinha de um bar aberto. Duas mesas de madeira na frente, um caminhão,
um homem e uma mulher na boleia ouvindo música, entre abraços, beijos e carícias ousadas.
Mais desolado e triste que Juazeiro do Norte aquele povoado, muito mais. Em Juazeiro tinha
gente, a cidade era viva. E no meio daquele povo todo sempre se encontrava uma alma boa
como a de sua mãe, uma moça bonita, um amigo animado. Candeia era morta.
Samuel ao menos ficou um pouco feliz por ouvir a música do caminhoneiro. Quase sorriu. O
esboço de alegria durou até aparecer pela porta mal pintada de azul uma mulher assombrosa,
praguejando com uma vassoura na mão e mandando desligar aquela música maldita. O
caminhoneiro a chamou pelo nome:
— Cadê o café, Helenice? Deixa de praguejar, coisa-ruim!
Pela mesma porta saiu uma moça, bem jovem, com uma garrafa térmica vermelha e duas
canecas. Foi e voltou com rapidez, agora trazendo dois pratos, quatro pães pequenos, duas
bananas cozidas e um pote de margarina.
— Cinco reais — ordenou Helenice, com a mão na garrafa térmica. — Só come se pagar.
O homem pagou, sempre rindo da cara de Helenice, visivelmente bêbado.
Samuel ou o caminhoneiro. Não tinha tanto dinheiro para comer naquele fim de tarde, fim de
vida.
No texto CB1A1-I, poderia ser substituído por havia o verbo ter empregado em
A) “Não tinha mais que vinte casas mortas” (L. 1).
B) “Algumas construções nem sequer tinham telhado” (L. 2).
C) “Nem o ar tinha esperança de ser vento” (L. 3).
D) “Em Juazeiro tinha gente” (L. 7-8).
E) “Não tinha tanto dinheiro para comer” (Último parágrafo).
6. (CEBRASPE / PF / 2018)
Julgue o item a seguir quanto à correção gramatical e à coerência e à coesão textual.
Nos casos de cadáveres de vítimas carbonizadas, podem não mais haver impressões digitais.
GABARITO
1. INCORRETA
2. LETRA E
3. LETRA D
4. INCORRETA
5. INCORRETA
6. INCORRETA
7. LETRA C
GABARITO
1. INCORRETA
GABARITO
1. CORRETA
NOÇÕES INICIAIS
Olá, pessoal! Tudo bem?
Vamos, nesta aula, nos aprofundar sobre o tema "Verbos".
Já nos deparamos com muitos detalhes sobre os verbos, em geral, principalmente sobre algo que é um dos
maiores desafios para o Aluno: a conjugação.
Superado esse primeiro desafio, vamos adentrar em dois assuntos muito cobrados nas últimas provas:
Correlação Verbal e Voz Passiva.
Entenda Correlação Verbal como a harmonia, a coerência que se dá entre as formas verbais em um discurso.
Sua função essencial é manter a sequência lógica das ideias manifestadas.
Já "Voz Passiva", em oposição à Voz Ativa, indica que o sujeito sofre a ação do verbo, ou seja, há um "sujeito
paciente". Interessante que, muitas vezes, nem percebemos que estamos diante de uma construção com
voz passiva, mas se tivermos essa definição clara, teremos êxito na prova.
Preciso alertá-los de algo muito importante: a Banca não vai facilitar para vocês os aspectos desta Aula, por
isso faremos questões, e muitas, para consolidar todos os detalhes.
Vamos em frente!!
(pres.) (pres.)
Ex.: Juro que não deixo mais de revisar.
Recapitulando: essas são as correlações que mais caem, leiam-nas várias vezes! Ex.:
Vejo que você malha.
É preciso que você estude.
Quando terminarem, estarei dormindo.
Se eu tivesse esse carro, já teria morrido.
Vi que você trouxe um presente.
Sugiro que procure um psiquiatra.
Sugeri que procurasse um psiquiatra.
Espero que tenha procurado um psiquiatra.
Esperei que tivesse procurado um psiquiatra.
Não é produtivo querer gravar a regra de cada correlação, foque nos exemplos acima e
nas “correlações essenciais”!
(FUNPRESP-EXE / 2022)
Seja como for, está claro que a distinção entre o que seria natural e o que seria cultural não faz o menor
sentido para os aborígenes australianos. Afinal de contas, no mundo deles, tudo é natural e cultural ao
mesmo tempo. Para que se possa falar de natureza, é preciso que o homem tome distância do meio ambiente
no qual está mergulhado, é preciso que se sinta exterior e superior ao mundo que o cerca. Ao se extrair do
mundo por meio de um movimento de recuo, ele poderá perceber este mundo como um todo.
No quarto período do texto, o emprego do futuro na forma verbal “poderá” deve-se não a uma questão de
encadeamento temporal, mas, sim, à expressão de uma relação lógica entre as ideias das orações que
compõem esse período.
Comentários:
Sim, temos uma “relação lógica”, que é como a banca chamou a correlação verbal condicional implícita:
Ao se extrair/Caso se extraia/Quando se extrair do mundo por meio de um movimento de recuo, ele poderá
perceber este mundo como um todo.
Questão correta.
(PM-SP / 2020)
Considerando a correspondência entre as formas verbais e o emprego do pronome, conforme a norma-
padrão, assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas da frase.
Se soubéssemos mais detalhes a respeito de como foi criada a Polícia Militar,
___________________________ melhor desde a sua criação.
a) podemos compreender-lhe c) podíamos compreender-lhe
b) poderíamos compreendê-la d) pudemos compreendê-la
Comentários:
A questão é de correlação verbal. Aplicaremos a correlação básica: se eu pudeSSE, faRIA:
Se soubéSSEmos, podeRÍAmos compreendê-la (compreender a Polícia Militar). Gabarito letra B.
(BANRISUL / 2019)
Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e adequada articulação entre os tempos e os modos verbais
na frase:
Caso viéssemos a viver, no futuro, dois ou mais séculos, nada garantirá que estivéssemos satisfeitos com esse
tempo de vida.
Comentários:
Aplicando a correlação básica PudeSSE/FaRIA, teríamos: viéSSEmos/garantiRIA. Observem que não faz
sentido um verbo indicando hipótese no passado correlacionado a um indicando sua consequência no futuro.
É um situação tão incoerente como: *Se eu pudesse, viajarei... Questão incorreta.
(PRF / 2019)
Não consigo pensar em um cargo público mais empolgante que o desse homem. Claro que o cargo, se existia,
já foi extinto, e o homem da luz já deve ter se transferido para o mundo das trevas eternas.
A correção gramatical e os sentidos do texto seriam mantidos caso a forma verbal “existia” fosse substituída
por existisse.
Comentários:
Veja que não faz sentido:
o cargo, se existisse, já foi extinto...
Para manter a correlação, teríamos que grafar:
Claro que o cargo, se existisse, já teria sido extinto. Questão incorreta.
(DETRAN-MA / 2018)
A flexão das formas verbais e a articulação entre seus tempos e modos estão plenamente adequadas na
frase:
a) Quem caminhasse pelas grandes cidades virá a constatar que elas contessem muitas surpresas.
b) Numa época em que a velocidade se impuser de forma ainda mais drástica, valerá a pena buscar
alternativas.
c) Se ninguém vir a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação seria explorada.
d) Nosso estilo de vida levará-nos a impasses urbanos que dificilmente encontrariam alguma forma de
solução.
e) A convicção do poeta acena para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advisse um novo prazer
de viver.
Comentários:
Em questões desse tipo, procure logo as correlações clássicas! Aplique as correlações aos verbos nas
alternativas.
Se eu pudesse, faria/ Se eu puder, farei
a) Quem caminhaSSE pelas grandes cidades virIA a constatar que elas continham muitas surpresas.
b) Numa época em que a velocidade se impusER de forma ainda mais drástica, valeRÁ a pena buscar
alternativas.
c) Se ninguém vieSSE a buscar caminhos alternativos, nenhuma possibilidade real de libertação serIA
explorada.
d) Nosso estilo de vida nos levará a impasses urbanos que dificilmente encontrarão alguma forma de solução.
(Lembre que não se usa pronome oblíquo átono após verbo no futuro)
e) A convicção do poeta acenaRIA para a criação nossa de caminhos próprios, da qual advieSSE um novo
prazer de viver. Gabarito letra B.
b) Ao serem visitadas, as instalações costumam impressionar o público que se deixa levar pela significação
que o próprio autor lhes atribui.
c) Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessita da justificativa a ser
dada pelo criador.
d) Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que venha a se
tornar indispensável.
e) Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependeria das
razões alegadas pelo autor.
Comentários:
Em questões desse tipo, procure logo as correlações clássicas!!Aplique as correlações aos verbos nas
alternativas.
Se eu pudesse, faria/ Se eu puder, farei (Caso eu possa, farei)
a) Não há voz passiva. Não há estrutura de voz passiva analítica (SER+particípio) nem sintética (VTD+SE
apassivador).
b) Na b, temos a chamada voz passiva analítica (SER+Particípio) “serem avistadas”. A correlação está perfeita,
todos os verbos estão no presente.
c) A correlação correta seria:
Se fosse para levar a sério a materialidade das instalações, nenhuma delas necessitaria da justificativa a ser
dada pelo criador.
Observe que é a correlação clássica: Se eu pudesse, faria
d) A correlação correta seria:
Nunca a linguagem das grandes obras de arte teria necessidade de alguma explicação que viesse a se tornar
indispensável.
Observe que temos novamente a correlação clássica: Se eu pudesse, faria
e) A correlação correta seria:
Por mais que nos esforcemos para perscrutar o sentido de uma instalação, este sempre dependerá das
razões alegadas pelo autor.
Observe que temos novamente a correlação clássica: (Caso eu possa, farei).
Gabarito letra B.
Analítica
SER + PARTICÍPIO
Ex.: Casas são vendidas
VOZ PASSIVA
Sintética
VTD / VTDI + SE
Ex.: Vendem-se casas
Para ficar ainda mais claro, vamos fazer uma transposição da voz ativa com tempo composto para voz
passiva. Observe que o tempo composto não muda:
✓ O homem havia realizado sua missão. (voz ativa com tempo composto)
✓ A missão havia sido realizada pelo homem. (voz passiva com tempo composto)
Na voz passiva analítica, observe que o particípio varia em gênero e número para concordar com seu
referente.
Ressaltamos que, para concurso, voz passiva sintética e voz passiva analítica são equivalentes, constituindo
alternativas sintáticas para o mesmo enunciado.
Entretanto, cuidado com a colocação pronominal na hora de substituir uma pela outra:
Embora as estruturas sejam equivalentes, “Não contabilizaram-se” seria erro de colocação pronominal, pois
palavra negativa atrai o pronome para antes do verbo.
(ELETROBRAS / 2016)
Transpondo-se para a voz ativa a frase Eficazes sistemas de irrigação teriam sido utilizados pelos antigos em
suas culturas de cereais, a forma verbal resultante deverá ser
a) seriam utilizados.
b) teriam utilizado.
c) foram utilizados.
d) utilizaram-se.
e) haveriam de utilizar.
Comentários:
Se a voz é passiva, “eficazes sistemas de irrigação” é sujeito paciente. Na voz ativa, esse termo deverá assumir
função de objeto direto e o agente da passiva “pelos antigos” vai ter que virar sujeito. O “ser” da voz passiva
desaparece:
Eficazes sistemas de irrigação teriam sido utilizados pelos antigos
Os antigos teriam utilizado eficazes sistemas de irrigação.
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Português Acelerado - Cebraspe 133
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Aula 03
Há uma locução de tempo composto “Ter+particípio”, essa locução de tempo composto se mantém; então
basta subtrair o verbo “ser” da locução passiva que teremos a voz ativa de novo.
Gabarito letra B.
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Felipe Luccas
Aula 03
VOZES VERBAIS
As vozes verbais indicam a relação do sujeito com o verbo, definindo o papel do sujeito como agente ou
paciente.
VOZ PASSIVA O sujeito é paciente, sofre a ação, [Os criminosos] foram detidos pelo policial.
recebe o efeito da ação. Detiveram-SE [os criminosos].
VOZ REFLEXIVA Os sujeitos praticam uma ação uns [Os criminosos] se abraçaram na prisão.
RECÍPROCA nos outros, mutuamente
Há casos em que o verbo tem sentido passivo (levei um soco), mas ainda assim, sintaticamente, a voz é ativa,
porque o sujeito sintático pratica a ação.
O que mais cai em prova é a conversão de voz ativa para voz passiva, ou entre tipos de voz passiva. Aqui, é
necessário reconhecer as funções sintáticas básicas: sujeito (entidade ligada ao verbo em papel de agente
ou paciente) e objeto direto (complemento verbal sem preposição).
✓ Flagraram o homem comendo Nutella escondido. (Voz ativa com sujeito indeterminado, na terceira
pessoa do plural).
(DPE-RS / 2022)
O consumismo é uma economia do logro, do excesso e do lixo, pois faz que o ser humano trabalhe duro para
adquirir mais coisas, mas traz a sensação de insatisfação porque sempre há alguma coisa melhor, maior e
mais rápida do que no presente. Ao mesmo tempo, as coisas que se possuem e se consomem enchem não
apenas os armários, as garagens, as casas e as vidas, mas também as mentes das pessoas.
Sem prejuízo da correção gramatical e da coerência do texto, a oração “que se possuem e se consomem”
(último período do terceiro parágrafo) poderia ser reescrita da seguinte maneira: que são possuídas e
consumidas.
Comentários:
Aqui a banca pediu a mera conversão de voz passiva sintética
(VTD+SE apassivador: se possuem/se consomem)
para a voz passiva analítica
(SER+PARTICÍPIO: são possuídas/são consumidas)
Questão correta.
(PGE-AM / 2022)
“Empresas de cobrança usam técnicas abusivas” (1º parágrafo).
Transpondo a frase acima para a voz passiva, a forma verbal resultante será:
(A) é usado.
(B) foi usado.
(C) são usados.
(D) foram usadas.
(E) são usadas.
Comentários:
Para converter da voz ativa para a passiva, o objeto direto deve virar sujeito paciente:
Empresas de cobrança usam [técnicas abusivas]
[técnicas abusivas] são usadas (pelas empresas de cobrança)
Observem que o sujeito da ativa virou agente da passiva.
Gabarito letra E.
(TJ-SP / 2019)
Transpostas para a voz passiva, as passagens “O próximo governo não encontrará um ambiente econômico
internacional sereno.” e “Se até o início deste ano EUA, Europa e China davam sinais de vigor...” assumem a
seguinte redação:
Não será encontrado um ambiente econômico internacional sereno pelo próximo governo. / Se sinais de
vigor eram dados por EUA, Europa e China até o início deste ano...
Comentários:
Vejamos a primeira conversão:
O objeto de “encontrará” —[um ambiente econômico internacional sereno]— vira sujeito.
O sujeito — O próximo governo— virou agente da passiva:
“O próximo governo não encontrará [um ambiente econômico internacional sereno]” (voz ativa)
Não será encontrado [um ambiente econômico internacional sereno] pelo próximo governo. (voz passiva)
Observem também a locução passiva— será encontrado.
Agora vamos ver a segunda conversão:
O objeto de “davam” —[ sinais de vigor]— vira sujeito.
O sujeito — EUA, Europa e China — virou agente da passiva:
EUA, Europa e China davam sinais de vigor (voz ativa)
Se sinais de vigor eram dados por EUA, Europa e China (voz passiva)
“eram dados” é a locução de voz passiva. Questão correta.
Na conversão para a voz passiva, o objeto direto da voz ativa vira sujeito paciente. O tempo original do verbo
(presente) deve ser mantido na locução (SER + particípio). O sujeito ativo vai virar agente da passiva. Veja:
Essas visitas dos turistas “em busca de distrações” desnaturam o significado real desses museus e
monumentos.
o significado real desses museus e monumentos é desnaturado por Essas visitas dos turistas “em busca de
distrações” Gabarito letra B.
(TJ-AL / 2018)
A frase que NÃO exemplifica a ocorrência de voz passiva é:
a) “Diante do número de casos de preconceito explícito e agressões, somos levados ao questionamento...”;
b) “...a sociedade corre o risco de estar tornando-se irracionalmente intolerante”;
c) “No último ano, foram registradas dezenas de casos de intolerância religiosa...”;
d) “Preconceito não se tolera, se combate”;
e) “...muitas ocorrências que deveriam ser registradas como ‘intolerância religiosa’...”.
Comentários:
Para reconhecer a voz passiva, além do sentido passivo, precisamos procurar as estruturas sintáticas:
Voz passiva analítica (SER + Particípio)
Essa estrutura ocorre em: (a) “somos levados” ; (c) “foram registradas”; (e) “ser registradas”
ou
Voz passiva sintética ou Pronominal (VTD + SE):
Essa estrutura ocorre em: (d) “Preconceito não se tolera, se combate”
Então, a única estrutura que não exemplifica voz passiva é:
(b) tornando-se irracionalmente intolerante (tornar-se é verbo de ligação e o "se" é parte integrante do
verbo) Gabarito letra B.
(TJ-AL / 2018)
A frase do texto que se apresenta na voz passiva é:
a) “A resistência ao desmonte da cultura em cenário de crises graves não se dá por acaso”;
b) “...a gestão pública do setor vem sofrendo...”;
c) ...é comum que generalize-se a opinião...”;
d) “...política públicas para a cultura não devem ser prioritárias”;
e) “Combater essa generalização equivocada é urgente”.
Comentários:
Vejamos:
a) INCORRETO. “se dá” não configura voz passiva porque, aqui, “dar” não é verbo transitivo direto, mas sim
intransitivo: a resistência se dá (ocorre) por acaso, não há objeto direto.
b) INCORRETO. Embora “sofrer” tenha sentido passivo, não há estrutura passiva sintética nem analítica.
c) CORRETO. Temos voz passiva sintética VTD+SE, equivalente à forma: É comum que a opinião seja
generalizada.
d) INCORRETO. Prioritária é apenas um adjetivo.
e) INCORRETO. Urgente é apenas um adjetivo. Gabarito letra C.
(DPE-AM / 2018)
E então, de súbito, ouvimos a voz de Wagner
Transformando-se o segmento sublinhado acima em sujeito da frase, a forma verbal resultante será:
a) é ouvido. b) se ouvem. c) é ouvida. d) fomos ouvidos. e) foram ouvidas.
Comentários:
“A voz de Wagner” é objeto direto de “ouvir”, na voz ativa. Na voz passiva, o objeto direto vira sujeito. Então,
teremos, na voz passiva:
“A voz de Wagner” é ouvida. Gabarito letra C.
GUARDE UMA INFORMAÇÃO: a voz passiva está diretamente relacionada à existência de um objeto direto
na voz ativa, pois ele vai virar sujeito paciente na voz passiva. Se não for possível transformar um objeto
direto em sujeito paciente, não será possível fazer a transposição para a voz passiva. Por isso, verbos
intransitivos e transitivos indiretos não aceitam voz passiva.
Desafio: tente aí você em casa transpor estas sentenças para a voz passiva:
Tenho 50 anos.
Tive um cachorro.
Permaneceríamos fiéis.
Gosto de pessoas gentis.
O dólar caiu muito ontem.
Choveu torrencialmente hoje.
Havia um artista na minha cela.
Levei um soco nos dentes da frente.
Se você não conseguiu, parabéns! Essas sentenças não aceitam transposição por trazerem sentido passivo,
de posse ou existência ou por trazerem verbos transitivos indiretos ou intransitivos.
Ainda que haja um “OD” em “tive um cachorro”, o verbo “ter” não vai poder assumir um sentido passivo,
por razões semânticas. Veja que incoerente: “um cachorro foi tido por mim”. Entendeu?
Excepcionalmente, verbos como “responder, obedecer e pagar” podem aparecer na voz passiva. Ex: A
pergunta foi respondida... / A multa foi paga...
OBS: O agente da passiva pode ser introduzido pela preposição “por”, “pelo(a)(s)” e “de”.
Ex.: A quadrilha foi cercada por/pelos/de policiais.
(PC-RS / 2018)
Qual das seguintes formas verbais admite conversão para a voz passiva?
a) a tecnologia era a indústria mais legal
b) as redes promovem aumento
c) redes sociais levam a interações frágeis
d) adolescentes estão menos dispostos
e) dispostos a sair
Comentários:
A voz passiva “nasce” de um objeto direto na voz ativa. Esse objeto direto é necessário para virar sujeito
passivo. Então, sem verbo transitivo direto, não há voz passiva. Então, verbos transitivos indiretos (Letra C:
levam a=proporcionam), intransitivos (Letra E: sair) ou de ligação (Letras A e D: era e estão) não admitem
transposição. Então, só podemos ter voz passiva em “as redes promovem aumento” (aumento é promovido
pelas redes). Gabarito letra B.
Dias depois, sai o gabarito ERRADO e o combalido candidato fica aos prantos: ”eu erreeeeei, concurso é
impossível!!!!”
Essa oração é sujeito paciente, ISTO não é esperado. Somente na voz ativa é que essa oração seria objeto
direto. Eu espero [que o governo resolva tudo sozinho] (Espero [ISTO]). Só nesse caso seria um complemento
verbal. Observe que há um “SE” bem grande para indicar sentido passivo.
(INSS / 2016)
Julgue o item subsequente, que versam sobre os sentidos e os aspectos linguísticos do texto acima.
A substituição de “destacou-se” (l.11) por foi destacado prejudicaria o sentido original do período.
Comentários:
Prejudicaria. Cuidado! A forma “destacou-se” indica voz reflexiva, pois o autor destacou-se a si mesmo,
exerceu a ação de destacar sobre si. A forma “foi destacado” traz voz passiva analítica (SER+Particípio). Não
são equivalentes. Questão correta.
Verbos intransitivos (VI) e de ligação (VL) não pedem complemento, não têm objeto, por isso também não
aceitam voz passiva. Se VIs vierem acompanhados de SE, pode apostar que é um sujeito indeterminado. Ex.:
Vive-se bem aqui.
Não custa lembrar: cuidado com a voz reflexiva, em que o agente pratica a ação e sofre seus efeitos ao
mesmo tempo. Na dúvida, troque o “se” por a si mesmo e veja se a coerência se mantém.
Na hora da análise, o tipo de verbo é uma fortíssima pista sintática sobre a presença de voz passiva ou sujeito
indeterminado. Contudo, você deve sempre conferir o sentido do texto, verificar se há sentido passivo,
reflexivo ou se há um verbo sem sujeito conhecido no texto.
Comentários:
“Tem ajudado” é locução de pretérito perfeito composto, que indica uma ação que começou em
determinado momento do passado e perdura no presente. Esta locução pode ser substituída por
“vem ajudando”, são equivalentes.
Gabarito letra A.
Questão correta.
7. (CEBRASPE / PF / 2018)
Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não
intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
A expressão “Dir-se-á” (L.1) poderia ser corretamente substituída por Será dito.
Comentários:
Aqui, temos uma mesóclise com verbo no futuro e na voz passiva (VTD – dizer + SE apassivador).
Então, convertendo para a voz passiva analítica (SER+Particípio) e mantendo o verbo no futuro,
GABARITO
1. CORRETA
2. LETRA D
3. INCORRETA
4. INCORRETA
5. INCORRETA
6. LETRA A
7. CORRETA
consomem” (último período do terceiro parágrafo) poderia ser reescrita da seguinte maneira: que
são possuídas e consumidas.
7. (CEBRASPE / PF / 2018)
Dir-se-á, no entanto, que nenhum deles partilha realmente do direito de julgar; os peritos não
intervêm antes da sentença para fazer um julgamento, mas para esclarecer a decisão dos juízes.
A expressão “Dir-se-á” (L.1) poderia ser corretamente substituída por Será dito.
GABARITO
1. CORRETA 5. CORRETA 9. INCORRETA
2. INCORRETA 6. CORRETA 10. INCORRETA
3. CORRETA 7. CORRETA 11. INCORRETA
4. CORRETA 8. LETRA C