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Atividade III

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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL

Isadora Cappuccelli RGM: 38605180

Prática de Ensino em Ciências Nos Anos Finais do Ensino Fundamental

Atividade Avaliativa III

Campinas
2024
A construção do ensino de ciências deve ser realizada sob um conjunto de pilares:
teoria e prática. Somente o ensino teórico torna a ciência abstrata e tediosa. [1] Como Aristó-
teles dizia, a experimentação se faz um elemento essencial para obtenção do conhecimento
universal. [2] Porém, a prática sem a teoria por de trás torna-a ineficiente, pois os alunos
não entendem a relação do experimento com a matéria ensinada. Como defendido por Axt
que diz “a maneira como a experimentação é realizada e sua integração no conteúdo são
mais importantes que a própria experimentação.” [3]

Por isso torna-se importante que a aula experimental seja planejada para construção
de um aprendizado significativo. A experiência não deve ser apenas uma comprovação do
que foi dito em aula, mas um momento de discussão e de plena experimentação. [4]

Ao utilizar a prática experimental corretamente, o aluno torna-se protagonista do


próprio saber científico, argumentando, estabelecendo conexões do problema experimental
com o conhecimento envolvido, promovendo a interpretação crítica de problemas reais. Isso
é coerente ao desejado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. [5]
Ao entender plenamente o conteúdo que está aprendendo, o aluno é capaz de relacionar
isso ao mundo a sua volta e a outras disciplinas escolares. [6]

Entretanto, a experimentação plena apresenta diversos desafios, dentre eles tem-se:


limitações físicas e financeiras, falha na formação docente e desinteresse estudantil. [1, 7]

O primeiro desafio a ser solucionado é a falha docente, que advém do professor


ter aprendido a lecionar sob as diretrizes tradicionais. Apenas sob uma reflexão crítica da
própria prática pedagógica e formação que o docente pode entender a necessidade de
aprimorar seus conhecimentos e aprender novas metodologias. [7]

Em geral, os alunos demonstram interesse por realizar aulas práticas, portanto é


importante fomentar esse interesse através do manuseio, observação, dúvidas e resolução
do desafio, para que a atividade experimental não se torne mais um “chato” item curricular.
[6]

Por fim, outro desafio a ser superado são as limitações físicas e financeiras. Apesar
da facilidade de experimentação com os recursos fornecidos por um laboratório, é possível
que professores de ciências realizem aulas práticas. Revistas como Química Nova, Física
na Escola, Ensino de Biologia, dentre outras trazem experimentos a serem realizados nas
escolas com metodologias baratas e simples e que não exigem um laboratório.

Por exemplo, para visualização da ocorrência de reações químicas pode-se fazer

1
mistura de substâncias do dia a dia, tais como bicarbonato de sódio e vinagre, permanganato
de potássio e água-oxigenada, dentre outras. Ensinando o básico de estequiometria e leis
ponderais, pode-se cozinhar um bolo, para demonstrar como funcionam as proporções das
reações. O uso de compostos como óleo, água e sal podem demonstrar a natureza de
misturas químicas.

Pode-se demonstrar o funcionamento do campo magnético na física por colocar pó


de ferro em uma bandeja de vidro e um ímã forte por baixo. Com isso, é possível visualizar
os feixes de campo magnético. Da mesma forma, pode-se construir uma bússola com
água, agulha e um ímã para verificar o campo magnético da terra. Com o uso de um laser
de apresentação, lentes de óculos e espelho, pode-se ensinar óptica. Com uma bacia de
água ou uma corda, pode-se mostrar o que são ondas mecânicas, ensinando o início da
ondulatória.

Se a escola tiver um microscópio simples, é possível observar células de plantas do


dia a dia, bem como células da boca humana. Com um saco plástico, água, uma janela e
canetinha permanente pode-se demostrar o ciclo da água.

As possibilidades de aulas práticas, apesar da falta de um laboratório, existem,


exigindo que o docente veja sua importância e seja criativo. Não é necessário um alto custo
financeiro, que visto que os experimentos supra citados utilizam materiais do dia a dia e de
baixo custo. É importante destacar também, que alguns dos investimentos podem ser feitos
pela escola ou grupo de professores, visto que rendem diversas apresentações, podendo
ser utilizados por alguns anos e várias turmas.

2
REFERÊNCIAS

1 ALISON, Rosane Brum; LEITE, Álvaro Emílio. Possibilidades e dificuldades


do uso da experimentação no ensino da física. In: PARANÁ, Governo do es-
tado do (org.). Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do
professor PDE: Artigos. [s.n.], 2016. v. 1. ISBN 978-85-8015-093-3. Disponível
em: http://www:diaadiaeducacao:pr:gov:br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/
2016/2016_artigo_fis_utfpr_rosanebrumalison:pdf. Acesso em: 30/05/2024.

2 ARISTÓTELES. Matafísica. São Paulo: Editora Abril, 1979. Livro A. (Coleção Os Pensa-
dores, Livro A).

3 AXT, R. O papel da experimentação no ensino de ciências. In: R, MOREIRA, M. A. AXT,


(org.). Tópicos em ensino de Ciências. Porto Alegre: Editora Sagra, 1991. p. 79 – 90.

4 GIANI, Kellen. A experimentação no Ensino de Ciências: Possibilidades e limites


na busca de uma Aprendizagem Significativa. 2011. 190 p. Dissertação (Programa de
Pós-Graduação em Ensino de Ciências) — Universidade de Brasília. Disponível em: http:
//icts:unb:br/jspui/handle/10482/9052. Acesso em: 30/05/2024.

5 BRASIL. Orientações curriculares para o ensino médio. Ciências da Natureza, Matemá-


tica e suas Tecnologias, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Brasil,
v. 2, 2006.

6 BARROS, Pedro Renato Pereira; HOSOUME, Yassuko. Um olhar sobre as atividades


experimentais nos livros didáticos de física. In: XI Encontro de Pesquisa em Ensino de
Física. Curitiba: Editora SBF, 2008. Disponível em: http://www:sbf1:sbfisica:org:br/eventos/
epef/xi/sys/resumos/T0288-2:pdf. Acesso em: 30/05/2024.

7 SANTOS, Lucélia Rodrigues dos; MENEZES, Jorge Almeida de. A experimentação


no ensino de Química: principais abordagens, problemas e desafios. Pesquise-
duca, Santos, v. 12, n. 26, p. 180 – 207, jan-abr 2020. ISSN 2177-1626. Disponível
em: https://periodicos:unisantos:br/pesquiseduca/article/download/940/pdf/2399#:~:
text=Os%20principais%20entraves%20da%20Experimenta%C3%A7%C3%A3o; em%
20participar%20das%20a%C3%A7%C3%B5es%20propostas: Acesso em: 30/05/2024.

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