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O Palácio Da Ventura - Antero de Quental

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Biografia: Antero de Quental foi um escritor do século XIX , nasceu na ponta

delegada a 18 de abril de 1842 e faleceu a 11 de setembro de 1891.


A poesia deste autor pode ser dividida em 3 temáticas distintas:
 As tendências e experiências juvenies;
 a poesia militante, (sendo a "voz da revolução);
 a poesia de tom metafísico, que nos mostrava a angustia de quem procurava o
sentido da existência.
Nas obras de Antero de Quental podemos notar vários traços da literatura clássica,
quer seja na adjetivação, quer seja musicalidade equilibrada.

 Este poema faz parte de Sonetos de Antero- 1861

Assunto: a busca da felicidade (palácio encantado") e o encontro da desilusão.

 Tema: a oposição sonho / realidade/desilusão/ pessimismo.

O Palácio da Ventura

Sonho que sou um cavaleiro andante.


Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,


Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:


Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...


Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!
Analise temática verso a verso:

 Verso 1-4 (1ªquadra)- O entusiasmo do primeiro arranco, em busca da


felicidade (o palácio encantado da Ventura).

Sonho que sou um cavaleiro andante.


Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

 Verso 5-6 - O desânimo, o cansaço e a desilusão provocados pelo insucesso da


procura.
A conjuncão coordenativa adversativa "mas" cria a oposição entre os dois momentos.

Mas já desmaio, exausto e vacilante,


Quebrada a espada já, rota a armadura...
 Versos 7-12- A renovação da esperança: a ilusão momentânea, a nova esperança e
o grito de ansiedade.
A expressão "E eis", com valor adversativo, permite o retomar da ilusão e da busca
iniciais.

E eis que súbito o avisto, fulgurante


Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:


Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...

 Versos 13-14- A desilusão, a dor e a decepção finais (de certa forma já antecipadas
no 2º momento):

Mas dentro encontro só, cheio de dor,


Silêncio e escuridão - e nada mais!
Tema e características da poesia do autor:

◦ O tema retratado no poema é a agustia existencial, pois ao longo do poema


podemos encontrar uma certa tristeza, sofrimento, desanimo, o que representa assim
uma faceta de Antero noturno ou romântico baseia-se nas ideias negativas que se
opõem totalmente a uma aspiração positiva.
Também podemos encontrar ao longo do poema uma certa Insatisfação face ao amor
e à vida, uma Interiorização reflexiva e uma Inquietação filosófica.

Recursos expressivos:

 Palácio de Ventura (titulo) - metáfora


 Por desertos, por sois, por noite escura, (estrofe 1, verso 2) - construção
paralelística anafórica/ enumeração
 exausto e vacilante (estrofe 2, verso 1) - dupla adjetivação
 fulgante (estrofe 2, verso 3) aéreaformusura (estrofe 2, verso 4) - dupla
adjetivação
 Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...(estrofe 3, verso 2) - metáfora
 portas de ouro (estrofe 3, verso 3) – metáfora

Apreciação global do poema:

Neste poema podemos concluir que este retrata muito a realidade, pois
muitas vezes queremos alcançar algum objetivo e às vezes conseguimos
realiza-lo, mas podemos nos deparar com uma realidade completamente
diferente do que esperávamos.
E com isto percebemos muitas vezes que alguns objetivos que temos em
mente só são belos nos nossos pensamentos ou sonhos. Após ler este
poema concluo que nunca devemos dar nada por garantido e muito
menos nos deixar enganar pela aparências que muitas das vezes são
idealizadas por nós mesmos pois como o famoso ditado diz “as aparências
engam” pois nem sempre tudo é o que parece, não devemos julgar nunca
um livro pela capa... um outro ditado que também pode ser aplicar aqui
que usamos por vezes no dia a dia é “ não conte com o ovo no cu da
galinha” o que quero transmitir com isto é que nunca devemos por
demasiadas expetativas nas coisas pois por vezes pode não correr como
esperado e com isso termos uma total desilusão, devemos ter sempre ter
um pé atrás pois nunca devemos dar nada por garantido, só assim
podemos evitar a dor e a desilusão pois por expetativas em algo é apenas
uma coisa que depende de nós, pois só nós podemos decidir se o fazemos
ou não.

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