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Exercícios

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1. Qual é o objeto da Lei de Terras?

O objeto da Lei de Terras é regular o regime jurídico de uso e aproveitamento da terra em Moçambique,
assegurando o direito de acesso à terra para todos os cidadãos moçambicanos, tanto em zonas rurais
quanto urbanas. A lei visa também proteger os direitos das comunidades locais, preservar o meio
ambiente e garantir o uso sustentável da terra de acordo com os planos de desenvolvimento nacional e
local.

2. Por que razão se afirma que a terra é propriedade do Estado?

A terra em Moçambique é propriedade do Estado porque a Constituição da República de Moçambique e


a Lei de Terras determinam que toda a terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida,
hipotecada ou alienada de qualquer forma. O Estado é o único detentor da terra, cabendo-lhe conceder
o direito de uso e aproveitamento da terra (DUAT) a indivíduos e entidades para utilização de acordo
com os critérios legais estabelecidos.

3. Qual é o sentido e alcance do domínio público no âmbito da Lei de Terras?

No âmbito da Lei de Terras, o domínio público refere-se às áreas de terra que são destinadas ao uso
comum ou à satisfação de interesses coletivos, como praias, estradas, zonas de proteção ambiental e
recursos hídricos. Estas áreas estão sob a administração direta do Estado e não podem ser objeto de
DUAT, sendo reservadas para uso público ou proteção ambiental. O domínio público visa garantir o
acesso equitativo a esses recursos e a preservação dos mesmos para as gerações futuras.

4. Qual é a diferença entre as zonas de proteção total e parcial?

- Zonas de Proteção Total: São áreas onde qualquer tipo de atividade humana é proibida para preservar
recursos naturais essenciais, biodiversidade, ou áreas de interesse nacional, como parques naturais,
reservas ecológicas, nascentes de água, entre outros. Nestas zonas, o acesso e a intervenção são
extremamente restritos e controlados pelo Estado.

- Zonas de Proteção Parcial: São áreas onde o uso da terra é permitido, mas sob condições específicas
que visam preservar o equilíbrio ambiental e evitar a degradação dos recursos naturais. Exemplos
incluem faixas de proteção ao longo dos rios, lagoas, ou encostas íngremes. Nessas zonas, as atividades
econômicas podem ser realizadas, desde que não causem impacto ambiental significativo.

5. Quem são os destinatários do direito de uso e aproveitamento da terra?

Os destinatários do DUAT incluem:

- Indivíduos moçambicanos , que podem obter o DUAT por ocupação ou solicitação ao Estado.

- Comunidades locais , que têm o direito de uso e aproveitamento da terra com base em ocupação
tradicional e contínua.
- Pessoas jurídicas de direito moçambicano , que podem adquirir o DUAT para a realização de atividades
econômicas, desde que estejam constituídas de acordo com a legislação nacional.

- Estrangeiros , que só podem adquirir o DUAT através de uma pessoa jurídica de direito moçambicano.

6. Como se adquire o direito de uso e aproveitamento da terra?

O DUAT pode ser adquirido de três formas principais:

1. Por ocupação : Aplicável a indivíduos e comunidades locais moçambicanas que ocupam a terra de
boa-fé por mais de dez anos ou conforme as práticas costumeiras.

2. Por atribuição : Mediante pedido formal ao Estado, que pode conceder o DUAT a indivíduos,
comunidades, ou entidades que demonstrem o interesse e capacidade de usar a terra para fins
específicos.

3. Por herança : O DUAT pode ser transmitido a herdeiros nos casos de falecimento do titular original.

7. Qual é a entidade que emite o título do direito de uso e aproveitamento da terra?

O título de DUAT é emitido pelas Autoridades Administrativas Locais competentes, após o processo de
avaliação e aprovação do pedido de atribuição de DUAT. Dependendo da localização e dimensão da
terra, a emissão pode ser da responsabilidade das Direções Provinciais de Geografia e Cadastro, ou do
Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural.

8. Qual é a finalidade do registo do direito de uso e aproveitamento da terra?

A finalidade do registo do DUAT é oficializar e reconhecer legalmente o direito de uso e aproveitamento


da terra, proporcionando segurança jurídica ao titular. O registo permite a proteção dos direitos do
titular, facilita a resolução de conflitos de terras, e é necessário para realizar certas transações, como a
cessão ou o uso da terra como garantia em operações financeiras.

9. Como se faz prova do direito de uso e aproveitamento da terra?

A prova do DUAT é feita através do título emitido pelas autoridades competentes , que deve estar
devidamente registado no Cadastro Predial. O título contém informações detalhadas sobre o titular, a
localização e extensão da terra, e as condições de uso. Em áreas de ocupação tradicional, a prova pode
ser complementada por testemunhos de membros da comunidade ou outros documentos que
comprovem a ocupação contínua e de boa-fé.

10. Quais são os procedimentos de transmissão do direito de uso e aproveitamento da terra?

A transmissão do DUAT pode ocorrer por via:

1. Hereditariedade : O DUAT é transmitido automaticamente aos herdeiros legais em caso de


falecimento do titular.
2. Cessão entre vivos : O titular pode ceder o DUAT a terceiros, mediante autorização do Estado e
observando as condições estabelecidas na lei.

3. Vendas : Embora a terra não possa ser vendida, os direitos de uso (DUAT) podem ser cedidos, desde
que haja anuência das autoridades e sejam cumpridas as formalidades legais, incluindo o registo da
transmissão no Cadastro Predial.

11. Identifique e analise os vários meios de extinção do direito de uso e aproveitamento da terra.

Os meios de extinção do DUAT incluem:

- Renúncia voluntária : O titular pode renunciar ao DUAT, devolvendo a terra ao Estado.

- Falecimento sem herdeiros : Se o titular falecer e não houver herdeiros legais, o DUAT é extinto e a
terra reverte ao Estado.

- Não cumprimento das condições de uso : O DUAT pode ser revogado pelo Estado se o titular não
cumprir as condições estabelecidas para o uso da terra, como a não implementação do plano de
exploração ou a utilização inadequada do terreno.

- Decisão judicial : Um tribunal pode declarar a extinção do DUAT em casos de litígios ou


irregularidades.

- Caducidade : O DUAT pode caducar se, por exemplo, a terra ficar sem uso por um período prolongado
sem justificação, conforme determinado pela lei.

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