Transtorno Do Espectro Autista Contextualização Inclusão e Intervenção 1
Transtorno Do Espectro Autista Contextualização Inclusão e Intervenção 1
Transtorno Do Espectro Autista Contextualização Inclusão e Intervenção 1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
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2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA
Fonte: povosindigenas.com
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As crianças autistas, frequentemente apresentam atrasos no desenvolvimento
do comportamento social, manifestados por dificuldades em se relacionar com outras
pessoas. À medida que essas crianças crescem, essas dificuldades tendem a se tor-
nar mais evidentes, uma vez que as demandas sociais aumentam progressivamente.
Esses atrasos no comportamento social podem ser considerados sinais precoces do
transtorno do espectro autista, uma vez que a criança não atinge os marcos evolutivos
esperados para sua idade nessa área específica.
A dificuldade de interação social e de estabelecer relacionamentos pode levar
a uma impressão de que a criança está fechada em seu próprio mundo particular,
incapaz de socializar com outras pessoas. A aquisição da linguagem verbal, no con-
texto do autismo, é observada, quando uma criança não aprende a falar ou apresenta
atrasos significativos em relação a outras crianças da mesma faixa etária.
Essas dificuldades de linguagem são comumente encontradas na grande mai-
oria das crianças com autismo. Além disso, a aquisição da linguagem também pode
abranger dificuldades na linguagem não verbal. Isso significa que a criança pode ter
dificuldade em apontar objetos, compreender gestos ou expressões faciais, e enten-
der o significado de ações simples, como ‘mandar tchau’ ou reconhecer que alguém
está triste e chorando. Essas dificuldades na aquisição da linguagem, tanto verbal
quanto não verbal, são características comuns do autismo.
As respostas repetitivas, são uma característica comum em crianças autistas.
Essas respostas, conhecidas como estereotipias motoras, envolvem comportamentos
repetitivos que a criança realiza visando regular a estimulação sensorial ou buscar
sensações físicas prazerosas. Essas respostas repetitivas podem ser uma forma de
a criança lidar com o desconforto ou a ansiedade, proporcionando uma sensação de
conforto e autorregulação. Em situações de extrema ansiedade ou estresse, as crian-
ças com estereotipias recorrem a essas respostas repetitivas como uma estratégia
para buscar alívio e autogerenciamento (ALMEIDA et al.,2018).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que pode se manifes-
tar de várias maneiras diferentes. Cada criança com TEA apresenta um caso único,
com suas próprias particularidades e necessidades individuais. Embora duas crianças
tenham o mesmo grau de autismo, é importante reconhecer que no espectro autista
cada caso é único e requer cuidados e intervenções individualizadas. O TEA abrange
um universo amplo de possibilidades sintomatológicas, tornando-se essencial abordar
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cada criança com respeito à sua singularidade e desenvolver estratégias de suporte
que sejam adaptadas às suas necessidades específicas.
De fato, a multiplicidade de características e aspectos presentes no Transtorno
do Espectro Autista (TEA) abrange uma ampla gama de desafios, que incluem dificul-
dades sociais, sensoriais, acadêmicas, motoras, cognitivas e comportamentais. No
entanto, é importante ressaltar que, apesar dessa complexidade, existem diversas
possibilidades de intervenção clínica que são necessárias e também viáveis para me-
lhorar a qualidade de vida dessas crianças e de suas famílias.
Mediante intervenções clínicas personalizadas, é possível abordar as diferen-
tes áreas afetadas pelo TEA - Transtorno do Espectro Autista, visando desenvolver
habilidades sociais, sensoriais, acadêmicas e motoras, além de promover o bem-estar
emocional e o autocuidado. Essas intervenções podem envolver terapias comporta-
mentais, terapias ocupacionais, terapias de fala e linguagem, entre outras abordagens
terapêuticas específicas para atender às necessidades individuais de cada criança.
Além disso, é fundamental fornecer suporte e orientação adequados às famílias
das crianças com TEA - Transtorno do Espectro Autista, oferecendo informações, trei-
namento e recursos que auxiliem no manejo dos desafios diários. Com uma aborda-
gem multidisciplinar e um trabalho conjunto entre profissionais da saúde, educadores
e familiares, é possível criar um ambiente de apoio e estimulação adequado, potenci-
alizando o desenvolvimento e o bem-estar dessas crianças. É importante reconhecer
que as intervenções clínicas, podem fazer uma diferença significativa na vida das cri-
anças com TEA, ajudando-as a alcançar seu pleno potencial e proporcionando melhor
qualidade de vida tanto para elas quanto para suas famílias.
O tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ser cuidadosa-
mente elaborado individualizadamente, considerando as necessidades específicas de
cada pessoa. É fundamental reconhecer a complexidade e a singularidade do TEA,
considerando as características e demandas individuais, bem como, a gravidade dos
aspectos e prejuízos apresentados. Cada indivíduo com TEA possui um conjunto
único de habilidades, desafios e necessidades. Portanto, o tratamento deve ser adap-
tado de acordo com essas particularidades, considerando fatores como a idade da
pessoa, o nível de funcionalidade, as dificuldades sociais, sensoriais, acadêmicas,
motoras e cognitivas específicas, entre outros aspectos relevantes.
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Segundo Gaioto et al. (2018), as intervenções no tratamento do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) devem envolver a coordenação de diversos serviços e o acom-
panhamento interdisciplinar. Esses serviços incluem:
Fonte: https://shre.ink/lwgx
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que antes era explicada principalmente pela herança poligênica. Dessa maneira, iden-
tificam-se diferentes padrões genéticos do TEA, tais como:
➢ Herança Monogênica Comum;
➢ Herança Oligogênica;
➢ Herança Poligênica.
Estudos epidemiológicos mostram os fatores ambientais como explicação
para o TEA:
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Fonte: encurtador.com.br/fNRX2
18
Fonte: Fonte: Adaptado do DSM-V (2013).
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Os estudos de Silva e Coelho (2021) revelaram que o transtorno do espectro
do autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento com graus variados, afetando
a interação social, a comunicação e o comportamento. Essas características são gra-
dualmente fortalecidas e podem dificultar a movimentação adequada. Os pesquisado-
res desenvolveram uma escala de classificação baseada no DSM (V) para avaliar a
gravidade do TEA, considerando os déficits na comunicação e no comportamento so-
cial, bem como os fatores contextuais e ambientais. Embora os atrasos na linguagem
não sejam uma característica específica do TEA, eles afetam os aspectos clínicos
relacionados ao transtorno.
De acordo com Silva e Coelho (2021), no transtorno do espectro do autismo
(TEA), são observadas dificuldades na comunicação e interação social. Essas dificul-
dades podem afetar a utilização da fala, o que, por sua vez, pode comprometer o
processo de aprendizagem da leitura. É destacado que o domínio da fala desempenha
um papel importante na aquisição das habilidades de leitura. No caso das pessoas
com autismo no nível 1, é comum apresentarem habilidades de linguagem oral abran-
gentes e adequadas no contexto educacional. No entanto, uma parcela significativa
de indivíduos autistas enfrenta dificuldades no processo de aprendizagem da leitura e
escrita, devido à falta dos pré-requisitos necessários para esse processo. Nesse sen-
tido, a próxima seção abordará a aquisição da consciência fonológica no Transtorno
do Espectro Autista.
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3 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Fonte: cmcc.rs.gov.br
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A partir do segundo ano de vida, os aspectos característicos do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) tendem a se manifestar de forma mais intensa. Por exemplo,
é comum que a criança tenha dificuldade em brincar usando a imaginação, apresen-
tando desafios para se manter em pé por períodos prolongados e para utilizar os brin-
quedos adequadamente. Além disso, é frequente que a criança enfrente obstáculos
na comunicação, com uma fala muitas vezes incompreensível.
Esses desafios interferem significativamente na capacidade da criança de se
envolver em atividades lúdicas. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracteri-
zado por um conjunto de condições comportamentais que afetam o desenvolvimento,
a cognição, a comunicação e as habilidades sociais da criança. É fundamental ter
conhecimento das principais características do TEA para realizar um diagnóstico o
mais precocemente possível, a fim de proporcionar à criança a oportunidade de pro-
gresso no espectro. Essas características geralmente se manifestam nos primeiros
anos de vida. Estudos apontam que o diagnóstico deve ser embasado em entrevistas
com os pais, professores e outros envolvidos no cuidado da criança. O diagnóstico é
clínico e requer uma observação sistemática do comportamento e desenvolvimento
da criança (CUNHA et al., 2020).
Para um diagnóstico preciso do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é essen-
cial contar com o apoio de uma equipe multiprofissional composta por fonoaudiólogos,
psicólogos, pedagogos e outros especialistas. Esses profissionais irão realizar uma
investigação abrangente, considerando diversos aspectos da criança, como histórico,
contexto social, afetivo, entre outros.
É importante coletar e registrar informações detalhadas sobre os sinais que
chamaram a atenção dos pais desde os primeiros meses de vida da criança, incluindo
informações sobre o parto. Além disso, é necessário obter informações sobre os com-
portamentos da criança em diferentes contextos sociais, escolares e de lazer, tanto
com seus pares quanto com sua família.
É comum observar a presença de disfunções sensoriais em crianças diagnos-
ticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), incluindo sensibilidade aumentada
a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. A hipersensibilidade a estímulos au-
ditivos pode causar desconforto significativo e prejudicar a socialização da criança,
tornando difícil a frequência a locais barulhentos e movimentados. Conforme mencio-
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nado pelos autores citados anteriormente, atividades simples do cotidiano, como to-
mar banho, se alimentar e dormir, podem se tornar momentos de grande angústia e
ansiedade para uma criança hipersensível. Portanto, é de extrema importância que o
diagnóstico do TEA seja realizado o mais cedo possível, a fim de iniciar o processo
de intervenção e tratamento precocemente. Dessa forma, maiores serão as chances
de obter resultados positivos e promover melhorias no desenvolvimento da criança.
Os pais começam a buscar ajuda profissional quando começam a notar com-
portamentos diferentes sendo manifestados por seus filhos. A questão da devolução
do diagnóstico aos pais é um processo delicado, no qual o profissional deve conseguir
transmitir e explicar todas as informações de maneira menos impactante, de modo
que os pais aprendam a aceitar e conviver com as diferenças de seus filhos. É essen-
cial que eles busquem auxílio profissional para garantir que a criança receba um tra-
tamento adequado e eficaz (CUNHA et al., 2020).
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A linguagem desempenha um papel fundamental no diagnóstico e tratamento
do autismo, sendo um dos pilares centrais no processo terapêutico fonoaudiológico.
Durante o desenvolvimento da criança autista, a linguagem é uma das preocupações
iniciais dos pais, uma vez que pode apresentar dificuldades em progredir ou até
mesmo regredir posteriormente. A intervenção precoce em relação à linguagem é am-
plamente justificada na literatura devido à preocupação com o desenvolvimento, uma
vez que atrasos significativos nesse aspecto estão associados a desfechos desfavo-
ráveis se não forem abordados precocemente.
Alguns estudos estabelecem uma relação entre prejuízos na linguagem e des-
fechos desfavoráveis, especialmente quando os prejuízos são significativos, estando
esses associados a um baixo nível cognitivo e comportamentos disruptivos. Além
disso, a linguagem pode servir como um indicador relevante para o prognóstico do
desenvolvimento ao longo da vida de uma pessoa com autismo, desde a infância até
a idade adulta. É importante ressaltar que, devido à expressão altamente variada do
transtorno, as características do uso da linguagem por indivíduos autistas são peculi-
ares e podem diferir entre eles, mesmo quando comparados. Segundo a pesquisa de
Mesquita e Pegoraro (2013), as pessoas com autismo apresentam outras manifesta-
ções, tais como:
➢ A ecolalia, um fenômeno observado no autismo, pode se manifestar de
duas formas: a ecolalia imediata, que consiste na repetição imediata da
fala alheia logo após sua emissão, e a ecolalia tardia, que envolve a
repetição da fala alheia algum tempo após ter sido originalmente emitida.
➢ A entoação ou melodia da voz no autismo, pode apresentar característi-
cas idiossincráticas, ou seja, peculiaridades únicas e distintas em cada
indivíduo.
➢ A inversão pronominal é uma característica observada no autismo, onde
a criança autista utiliza pronomes invertidamente, substituindo o pro-
nome ‘EU’ pelo pronome ‘VOCÊ’.
➢ Pessoas autistas geralmente têm uma melhor compreensão de termos
diretos e concisos do que de frases que contenham analogias, metáfo-
ras, ironias ou sarcasmo. Além disso, é importante destacar que a falta
de linguagem verbal não é compensada pelo uso da linguagem não ver-
bal.
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Para abordar essas manifestações, é recomendado o uso de intervenções fo-
noaudiológicas que se concentrem no desenvolvimento do uso comunicativo da lin-
guagem e na melhoria da sua qualidade. Além disso, os estudos também sugerem a
adoção de outros tipos de tratamento, incluindo:
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participantes, uma foi diagnosticada por volta dos 2 anos, sete em torno dos 3 anos,
seis aos 4 ou 5 anos, e mais seis por volta dos 6 ou 7 anos. As famílias relataram que
durante o processo de identificação do transtorno, elas buscaram diferentes profissi-
onais, incluindo psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras e médicos, até finalmente ob-
terem o diagnóstico e iniciarem o tratamento. Destaca-se a importância desse tipo de
estudo, mesmo que haja carência deles, para a orientação de políticas públicas ade-
quadas nessa área.
➢ ABA:
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mudança de comportamentos específicos do que de comportamentos globais
(CALVANCANTE et al., 2019, p.8).
➢ PECS:
[...] por ser observado como uma síndrome que acomete severamente o indi-
víduo, o autismo traz consigo o estigma de que não há nada, ou quase nada,
que se possa fazer no âmbito educacional de seus portadores. Assim, as te-
rapias e os métodos de atuação se restringem mais a modificações de com-
portamento (CALVANCANTE et al., 2019, p. 9).
Embora cada método tenha suas particularidades, todos eles visam potenciali-
zar as habilidades de comunicação, interação social e comportamento adaptativo das
pessoas com TEA. É importante ressaltar que a escolha do método deve ser feita de
forma individualizada, considerando as características e necessidades específicas de
cada pessoa autista. Além disso, a intervenção deve ser realizada por profissionais
qualificados e em conjunto com uma equipe multidisciplinar, buscando sempre a me-
lhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento pleno das pessoas com TEA, (CAL-
VANCANTE, et al., 2019).
Figura 3 – Equoterapia
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Fonte: Adaptado de Cunha (2020).
Contudo, a Equoterapia é uma terapia que utiliza o contato com cavalos para
estimular o desenvolvimento físico, emocional e social da pessoa com autismo. A in-
teração com os animais e a prática de atividades montadas contribuem para o equilí-
brio, coordenação motora e fortalecimento muscular, além de promover o bem-estar
e a autoconfiança.
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o que pode interferir na eficácia de outras formas de terapia, como a terapia psicoló-
gica. A terapia ocupacional visa a abordar esses problemas sensoriais, auxiliando a
criança a regular suas respostas sensoriais e promovendo seu engajamento ade-
quado no ambiente. Portanto, é recomendado que o tratamento de crianças com TEA
inclua a colaboração de profissionais especializados em fonoaudiologia e terapia ocu-
pacional. Essa abordagem multidisciplinar permitirá uma intervenção mais abran-
gente, abordando as necessidades específicas de cada criança e otimizando os re-
sultados terapêuticos.
É fundamental enriquecer o ambiente sociocultural e afetivo no qual a criança
com Transtorno do Espectro Autista (TEA) está inserida. Uma forma de fazer isso é
proporcionar experiências esportivas e atividades sociais, as quais oferecem uma di-
versidade de estímulos e são naturalmente supervisionadas pelos pais que já pos-
suem orientações sobre o transtorno. A introdução ao esporte e às atividades sociais
traz benefícios significativos para as crianças com TEA. Essas situações permitem
que elas vivenciem interações sociais, desenvolvam habilidades de comunicação e
interação, além de promoverem o fortalecimento da autoestima e a inclusão social.
Ao participar de atividades esportivas, a criança com TEA tem a oportunidade
de se envolver em um contexto estruturado, que favorece o aprendizado de regras, a
cooperação em equipe e o desenvolvimento de habilidades motoras. Além disso, ati-
vidades sociais proporcionam um ambiente propício para estabelecer amizades, o
compartilhamento de interesses comuns e a ampliação do repertório de experiências
sociais.
É muito importante a supervisão dos pais é essencial durante essas atividades,
garantindo a segurança e o apoio necessário para a criança com TEA. Os pais, devi-
damente orientados sobre o transtorno, podem oferecer suporte e auxiliar a criança a
lidar com possíveis desafios e dificuldades que possam surgir durante essas experi-
ências, pois, às atividades sociais é uma forma enriquecedora de estimular o desen-
volvimento social, emocional e motor das crianças com TEA, proporcionando-lhes a
oportunidade de participar de maneira significativa no mundo ao seu redor.
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Contudo, nesta questão é essencial garantir a interação das crianças autistas
com seus pares da mesma faixa etária. Essa interação proporciona contextos sociais
nos quais as crianças autistas podem ter experiências enriquecedoras, como troca de
ideias, desempenho de diferentes papéis e participação em atividades conjuntas. Es-
sas experiências exigem habilidades de negociação, discussão interpessoal e resolu-
ção de conflitos, aspectos compartilhados por todos os participantes.
A interação com outras crianças em um ambiente inclusivo e diversificado pos-
sibilita às crianças autistas o aprimoramento de suas habilidades sociais e a compre-
ensão de que o transtorno do espectro autista afeta o desenvolvimento social em seus
primeiros anos de vida. Nesse sentido, a escola desempenha um papel fundamental
ao promover a inclusão e oferecer suporte para superar os déficits sociais enfrentados
por essas crianças.
A escola proporciona um ambiente propício para a promoção de habilidades de
socialização, permitindo que as crianças autistas desenvolvam novos conhecimentos
e comportamentos sociais. Por meio de programas educacionais inclusivos e estraté-
gias de apoio específicas, a escola pode criar oportunidades para a interação entre
alunos, estimular a colaboração e o trabalho em equipe, além de promover a aceitação
e a compreensão das diferenças. Ao estabelecer um ambiente escolar inclusivo, as
crianças autistas têm a chance de se envolver ativamente na vida escolar, participar
de atividades extracurriculares e formar amizades significativas.
Essas interações sociais positivas contribuem para o desenvolvimento emoci-
onal, cognitivo e social das crianças autistas, permitindo que elas se sintam valoriza-
das e integradas à comunidade escolar, promover a interação das crianças autistas
com seus pares e garantir sua participação em um ambiente escolar inclusivo, são
medidas essenciais para melhorar suas habilidades sociais, ampliar seus horizontes
e favorecer seu desenvolvimento integral. A escola desempenha um papel-chave
nesse processo, ao criar um ambiente acolhedor, estimulante e valoriza a diversidade,
proporcionando a todos os alunos a oportunidade de crescerem juntos.
Contudo, finalizemos o conteúdo tratando sobre a inclusão escolar de crianças
com autismo, ao ser um processo essencial para garantir igualdade de oportunidades
e acesso à educação. É um desafio que requer o envolvimento de toda a comunidade
escolar, incluindo educadores, profissionais de apoio, pais e colegas de classe. Por
meio de estratégias pedagógicas inclusivas, apoio emocional e social, e adaptações
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curriculares, é possível criar um ambiente educacional inclusivo e estimulante para o
desenvolvimento das habilidades acadêmicas, sociais e emocionais das crianças com
autismo. A inclusão escolar não apenas beneficia as crianças com autismo, mas tam-
bém promove a diversidade e a conscientização sobre a importância da inclusão em
toda a sociedade.
Fonte: portalaraxa.com.br
Conforme Battisti; Heck e Michels (2015), tanto por parte da família quanto da
escola a chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupa-
ção. A família e os profissionais da educação nesse momento se questionam sobre a
inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações.
Dessa forma, no contexto do autismo, é fundamental compreender a educação
especial como uma modalidade de ensino voltada para um público-alvo que requer
atenção diferenciada. Ao receber alunos com autismo, a escola precisa reorganizar-
se para garantir o sucesso em seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo. Isso
implica em adaptar o ambiente educacional, promover estratégias pedagógicas inclu-
sivas e oferecer suporte individualizado.
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A inclusão escolar de crianças autistas demanda uma abordagem que consi-
dere suas necessidades específicas, oferecendo recursos adequados, apoio emocio-
nal e social, além de promover a conscientização e o respeito à diversidade. Dessa
forma, a educação especial se configura como um caminho para a promoção da in-
clusão e o pleno desenvolvimento dos alunos autistas, possibilitando sua participação
ativa na vida escolar e a construção de um ambiente educacional mais inclusivo e
igualitário.
Com a progressiva inclusão das crianças com autismo nas instituições de en-
sino, o grupo da educação especial conquistou maior visibilidade e seus direitos foram
reconhecidos. A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 208, estabelece, o dever
do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de [...] seção III - o
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-
mente na rede regular de ensino.
A legislação educacional estabelece a garantia do direito ao ensino para os
alunos com autismo, favorecendo sua inclusão no ambiente escolar. O cumprimento
dessas leis implica na oferta de um ensino adaptado às necessidades individuais e no
reconhecimento das potencialidades de cada aluno. Nesse contexto, cabe à escola
assumir um papel fundamental, promovendo reformas pedagógicas que apoiem efe-
tivamente o movimento de inclusão.
É responsabilidade da instituição educacional proporcionar ambientes e práti-
cas pedagógicas que sejam inclusivas e acolhedoras, permitindo que todos os alunos,
incluindo os com autismo, tenham acesso a uma educação de qualidade. Isso implica
em oferecer recursos e estratégias adequadas, capacitar os profissionais da educa-
ção, estimular a colaboração entre os membros da comunidade escolar e promover a
valorização da diversidade. Ao assumir essa postura, a escola contribui para a cons-
trução de uma sociedade mais inclusiva e para o pleno desenvolvimento dos alunos
com autismo.
Battisti; Heck e Michels (2015), salientam o desafio que as escolas enfrentam
quando recebem crianças com deficiência, pois pressupõe utilizar de adequações am-
bientais, curriculares e metodológicas para seu desenvolvimento no processo de en-
sino aprendizagem. Contudo, essa tarefa não é fácil por ser necessário comprometi-
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mento por parte de todos os envolvidos para haver inclusão escolar, ou seja, profes-
sores, alunos, pais, diretor, comunidade, enfim, todos que participem da vida escolar
direta ou indiretamente.
As autoras acrescentam ainda que se torna necessário assegurar a permanên-
cia com qualidade, para que o acesso esteja garantido. Dessa maneira, é extrema-
mente importante focar nos potenciais de cada aluno, é imprescindível também que o
educador transmita confiança e segurança para este, para que ele consiga aprender
de forma significativa. Além disso, é necessário que currículo seja apropriado de modo
que promova modificações organizacionais, para haver um ensino de qualidade, es-
tratégias de ensino e o uso de recursos, dentre outros (BATTISTI; HECK; MICHELS,
2015).
Sobre o currículo, Libâneo (2012) explica que este viabiliza e concretiza as in-
tenções expressas no projeto pedagógico. Ao mesmo tempo, o define como o con-
junto de disciplinas, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, re-
sultados de aprendizagem pretendida, seleção e organização da cultura e princípios
orientadores da prática.
Portanto, quando a criança chega à escola, os professores devem considerar
que a criança deve adquirir independência para além do conteúdo escolar, conse-
guindo realizar atividades diárias por conta própria, pois os pais costumam fazer tare-
fas que os filhos poderiam fazer por conta própria.
O Currículo Funcional Natural é um exemplo de currículo importante para a
promoção da autonomia e estímulos das crianças, cujo objetivo central é tornar o
aluno mais produtivo, independente e também mais aceito socialmente. No entanto, é
necessário determinar o que é funcional, e isso depende de diversos fatores, pois:
Aquela habilidade que pode ser considerada funcional numa determinada co-
munidade, poderá não ser em outra. Portanto, ao eleger-se os objetivos fun-
cionais para ensinar, é necessário ter em mente aquilo que a pessoa porta-
dora de deficiência necessita aprender para ser exitosa e aceitável em seu
meio, como qualquer outra dessa mesma comunidade (SUPLINO, 2005 apud
BATTISTI; HECK; MICHELS, 2015, p. 16)
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a inclusão efetiva do aluno com autismo. É necessário criar um ambiente de aprendi-
zagem que valorize as diferenças, incentive a participação ativa e proporcione opor-
tunidades de interação e colaboração entre todos os estudantes.
Assim, ao adotar estratégias inclusivas e personalizadas, os professores con-
seguem proporcionar uma educação de qualidade e garantir que os alunos com au-
tismo sejam plenamente integrados no ambiente escolar, desenvolvendo suas habili-
dades e potencialidades efetivamente. O trabalho conjunto entre professores, equipe
pedagógica, pais e profissionais especializados é fundamental para criar um ambiente
educacional inclusivo e acolhedor para todos os alunos.
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, S. S. A. et al, da. Transtorno do espectro autista. Publisher, [S. l.], p. 1-7,
19 jul. 2018.
GAIOTO, M. et al. O Reizinho Autista: Guia para lidar com comportamentos difíceis.
[S. l.]: NVersos, 2018. v. 1ª.
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SILVA, W. M. da; COELHO, A. T. C. B. O Processo De Aquisição De Linguagem
Para a Criança Com Transtorno Do Espectro Autista: Artigo De Revisão. Rese-
arch, Society and Development, v.10, n.1, 2021.
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