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Transtorno Do Espectro Autista Contextualização Inclusão e Intervenção 1

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2

2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA ...................................... 3

2.1 Arquitetura genética do transtorno do espectro autista ........................ 9

2.2 Epidemiologia e etiologia.................................................................... 12

2.3 Neurofisiologia e neuropatologia ........................................................ 13

2.4 Genética e outros aspectos ................................................................ 13

2.5 As causas do transtorno ..................................................................... 14

2.6 Transtorno do espectro autista (TEA) e a linguagem ......................... 16

3 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA


(TEA) 21

3.1 Tratamento e intervenções para o (TEA) ........................................... 23

3.2 Métodos TEACCH, ABA e PECS ....................................................... 27

3.3 Equoterapia, TCC, Psicanálise ........................................................... 30

3.4 Terapia Fonoaudiologia, Ocupacional e Esporte ................................ 32

4 A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO............ 35

1
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser se-
guida e prazos definidos para as atividades.

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2 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

Fonte: povosindigenas.com

Conforme Almeida et al., (2018), o transtorno do espectro autista, é uma con-


dição que pode resultar em prejuízos ou alterações fundamentais no comportamento.
É caracterizado por dificuldades na interação social, comportamentos repetitivos ou
estereotipados, mudanças na cognição e dificuldades na comunicação, incluindo a
aquisição da linguagem verbal e não verbal. Essas características geralmente apre-
sentam atrasos significativos nos marcos de desenvolvimento durante os primeiros
anos de vida da criança. É importante destacar que o transtorno do espectro autista é
uma condição comportamental complexa que afeta indivíduos de maneiras diferentes,
variando em intensidade e manifestações específicas.
o Transtorno do Espectro Autista (TEA), é classificado como um transtorno do
neurodesenvolvimento, com maior prevalência na infância, caracterizado por dois do-
mínios centrais que são amplamente reconhecidos, como parte integrante desta con-
dição. Agora, esses domínios podem ser descritos da seguinte maneira:
1) Padrões repetitivos e restritos de comportamento, interesses ou atividades;
2) Déficits na comunicação social e interação social.

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As crianças autistas, frequentemente apresentam atrasos no desenvolvimento
do comportamento social, manifestados por dificuldades em se relacionar com outras
pessoas. À medida que essas crianças crescem, essas dificuldades tendem a se tor-
nar mais evidentes, uma vez que as demandas sociais aumentam progressivamente.
Esses atrasos no comportamento social podem ser considerados sinais precoces do
transtorno do espectro autista, uma vez que a criança não atinge os marcos evolutivos
esperados para sua idade nessa área específica.
A dificuldade de interação social e de estabelecer relacionamentos pode levar
a uma impressão de que a criança está fechada em seu próprio mundo particular,
incapaz de socializar com outras pessoas. A aquisição da linguagem verbal, no con-
texto do autismo, é observada, quando uma criança não aprende a falar ou apresenta
atrasos significativos em relação a outras crianças da mesma faixa etária.
Essas dificuldades de linguagem são comumente encontradas na grande mai-
oria das crianças com autismo. Além disso, a aquisição da linguagem também pode
abranger dificuldades na linguagem não verbal. Isso significa que a criança pode ter
dificuldade em apontar objetos, compreender gestos ou expressões faciais, e enten-
der o significado de ações simples, como ‘mandar tchau’ ou reconhecer que alguém
está triste e chorando. Essas dificuldades na aquisição da linguagem, tanto verbal
quanto não verbal, são características comuns do autismo.
As respostas repetitivas, são uma característica comum em crianças autistas.
Essas respostas, conhecidas como estereotipias motoras, envolvem comportamentos
repetitivos que a criança realiza visando regular a estimulação sensorial ou buscar
sensações físicas prazerosas. Essas respostas repetitivas podem ser uma forma de
a criança lidar com o desconforto ou a ansiedade, proporcionando uma sensação de
conforto e autorregulação. Em situações de extrema ansiedade ou estresse, as crian-
ças com estereotipias recorrem a essas respostas repetitivas como uma estratégia
para buscar alívio e autogerenciamento (ALMEIDA et al.,2018).
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que pode se manifes-
tar de várias maneiras diferentes. Cada criança com TEA apresenta um caso único,
com suas próprias particularidades e necessidades individuais. Embora duas crianças
tenham o mesmo grau de autismo, é importante reconhecer que no espectro autista
cada caso é único e requer cuidados e intervenções individualizadas. O TEA abrange
um universo amplo de possibilidades sintomatológicas, tornando-se essencial abordar
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cada criança com respeito à sua singularidade e desenvolver estratégias de suporte
que sejam adaptadas às suas necessidades específicas.
De fato, a multiplicidade de características e aspectos presentes no Transtorno
do Espectro Autista (TEA) abrange uma ampla gama de desafios, que incluem dificul-
dades sociais, sensoriais, acadêmicas, motoras, cognitivas e comportamentais. No
entanto, é importante ressaltar que, apesar dessa complexidade, existem diversas
possibilidades de intervenção clínica que são necessárias e também viáveis para me-
lhorar a qualidade de vida dessas crianças e de suas famílias.
Mediante intervenções clínicas personalizadas, é possível abordar as diferen-
tes áreas afetadas pelo TEA - Transtorno do Espectro Autista, visando desenvolver
habilidades sociais, sensoriais, acadêmicas e motoras, além de promover o bem-estar
emocional e o autocuidado. Essas intervenções podem envolver terapias comporta-
mentais, terapias ocupacionais, terapias de fala e linguagem, entre outras abordagens
terapêuticas específicas para atender às necessidades individuais de cada criança.
Além disso, é fundamental fornecer suporte e orientação adequados às famílias
das crianças com TEA - Transtorno do Espectro Autista, oferecendo informações, trei-
namento e recursos que auxiliem no manejo dos desafios diários. Com uma aborda-
gem multidisciplinar e um trabalho conjunto entre profissionais da saúde, educadores
e familiares, é possível criar um ambiente de apoio e estimulação adequado, potenci-
alizando o desenvolvimento e o bem-estar dessas crianças. É importante reconhecer
que as intervenções clínicas, podem fazer uma diferença significativa na vida das cri-
anças com TEA, ajudando-as a alcançar seu pleno potencial e proporcionando melhor
qualidade de vida tanto para elas quanto para suas famílias.
O tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) deve ser cuidadosa-
mente elaborado individualizadamente, considerando as necessidades específicas de
cada pessoa. É fundamental reconhecer a complexidade e a singularidade do TEA,
considerando as características e demandas individuais, bem como, a gravidade dos
aspectos e prejuízos apresentados. Cada indivíduo com TEA possui um conjunto
único de habilidades, desafios e necessidades. Portanto, o tratamento deve ser adap-
tado de acordo com essas particularidades, considerando fatores como a idade da
pessoa, o nível de funcionalidade, as dificuldades sociais, sensoriais, acadêmicas,
motoras e cognitivas específicas, entre outros aspectos relevantes.

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Segundo Gaioto et al. (2018), as intervenções no tratamento do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) devem envolver a coordenação de diversos serviços e o acom-
panhamento interdisciplinar. Esses serviços incluem:

➢ Psicologia: a psicologia desempenha um papel fundamental no suporte


emocional, no desenvolvimento de habilidades sociais e na abordagem
de comportamentos desafiadores. Os psicólogos podem fornecer avali-
ação e intervenção psicológica individualizada.
➢ Terapia ocupacional: a terapia ocupacional visa melhorar a autonomia
e a independência nas atividades diárias, desenvolver habilidades mo-
toras e sensoriais, bem como auxiliar na regulação emocional e no ge-
renciamento do comportamento.
➢ Fonoaudiologia: a fonoaudiologia é responsável pela avaliação e inter-
venção das habilidades de comunicação, linguagem e fala. Os fonoau-
diólogos podem ajudar a desenvolver habilidades de comunicação ver-
bal e não verbal, bem como aprimorar a compreensão e a expressão da
linguagem.
➢ Pedagogia: profissionais da área de pedagogia, estão envolvidos na
educação e no desenvolvimento acadêmico das crianças com TEA. Eles
adaptam os currículos e as estratégias de ensino para atender às neces-
sidades individuais das crianças, proporcionando um ambiente educaci-
onal inclusivo.
➢ Medicina: a avaliação médica é importante para monitorar a saúde geral
da pessoa com TEA, tratar condições médicas comórbidas e prescrever
medicamentos quando necessário.
➢ Serviço social: profissionais de serviço social, fornecem suporte às fa-
mílias, ajudando-as a acessar recursos e serviços adequados, forne-
cendo informações e orientação sobre direitos e benefícios, e promo-
vendo a inclusão social.

A coordenação desses diferentes serviços e a colaboração entre os profissio-


nais de cada área são essenciais para um tratamento abrangente e eficaz do TEA. A
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abordagem interdisciplinar, permite uma visão mais completa das necessidades indi-
viduais da pessoa com TEA e promove uma intervenção integrada e personalizada.
Segundo Miele (2016), a detecção precoce dos sinais e características do
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é de extrema importância, uma vez, que o início
precoce do tratamento é associado a resultados mais positivos no desenvolvimento
cognitivo, habilidades sociais e linguagem. Em muitos casos, são os familiares mais
próximos e os pais que conseguem identificar os primeiros sinais do transtorno.
É essencial que os pais e cuidadores estejam atentos a possíveis indicadores
precoces do TEA, como atrasos no desenvolvimento da fala e da linguagem, dificul-
dades na interação social, comportamentos repetitivos ou estereotipados, sensibili-
dade sensorial, entre outros.
Ao observar esses sinais, é recomendado buscar uma avaliação profissional
especializada o mais cedo possível. Profissionais de saúde, como pediatras, psicólo-
gos e fonoaudiólogos, desempenham um papel fundamental na identificação e diag-
nóstico do TEA. Eles utilizam instrumentos de triagem e realizam avaliações detalha-
das para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.
Ao identificar os sinais precoces do TEA e buscar intervenção profissional o
mais cedo possível, os pais e cuidadores podem proporcionar às crianças acesso a
terapias e estratégias de suporte adaptadas às suas necessidades específicas. Isso
pode incluir intervenções comportamentais, terapia ocupacional, terapia de fala e lin-
guagem, intervenções educacionais e outras abordagens terapêuticas direcionadas
ao desenvolvimento global da criança.
Dessa forma, reconhecer e agir diante dos primeiros sinais do TEA é funda-
mental para garantir um diagnóstico precoce e iniciar o tratamento adequado. A de-
tecção precoce possibilita a maximização das oportunidades de desenvolvimento e o
estabelecimento de bases sólidas para o progresso cognitivo, social e linguístico das
crianças com TEA.
Atualmente, o autismo é compreendido como o Transtorno do Espectro Autista
(TEA), o que indica que engloba um amplo espectro de características com diversos
aspectos distintos. Essa perspectiva reconhece que existem variações significativas
nas manifestações e nos sintomas do autismo, considerando que mais de 200 genes
estão associados a essas características. Assim, dentro de cada gene relacionado ao
autismo, há uma série de variações comportamentais possíveis. Isso significa que as
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características do TEA podem ser muito diversas e apresentar uma ampla gama de
comportamentos, habilidades e desafios em diferentes pessoas com autismo. Com
centenas de genes diferentes envolvidos no TEA, é compreensível haver uma grande
variedade de comportamentos observados nas pessoas com autismo. Cada indivíduo
pode ter uma combinação única de fatores genéticos, influências ambientais e intera-
ções complexas que contribuem para a sua apresentação específica do transtorno.
Essa compreensão da diversidade genética e comportamental do autismo res-
salta a importância de abordar cada pessoa com TEA individualizadamente. É funda-
mental considerar suas características específicas, necessidades e pontos fortes ao
desenvolver planos de intervenção e suporte.
Por meio de abordagens personalizadas e adaptadas, é possível oferecer su-
porte adequado para que as pessoas com autismo possam desenvolver suas habili-
dades, superar desafios e alcançar seu pleno potencial. O reconhecimento da com-
plexidade e da variabilidade do espectro autista contribui para promover uma aborda-
gem inclusiva e empática em relação ao autismo e para garantir que cada indivíduo
seja tratado com respeito e compreensão.
É importante ressaltar que a síndrome de Asperger não é mais reconhecida
como uma entidade separada nos principais manuais de diagnóstico, como o DSM-5
(Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) e o CID-11 (Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). No
DSM-5, a síndrome de Asperger foi incorporada na categoria geral do Transtorno do
Espectro Autista (TEA).
Isso significa que as características e sintomas anteriormente associados à sín-
drome de Asperger, são considerados parte do TEA. Nesse contexto, os indivíduos
que antes receberiam o diagnóstico de síndrome de Asperger agora podem ser diag-
nosticados com Transtorno do Espectro Autista, especificando a gravidade do quadro
(como autismo leve, moderado ou grave). A mesma atualização, ocorreu no CID-11,
onde o diagnóstico de síndrome de Asperger, não é mais listado como uma entidade
separada, sendo incluído na categoria de Transtorno do Espectro Autista.
Essas mudanças nos manuais de diagnóstico, foram feitas para refletir uma
visão mais abrangente e unificada do espectro autista, reconhecendo a variabilidade
dos sintomas e características em diferentes indivíduos. A inclusão da síndrome de
Asperger dentro do TEA, visa promover uma compreensão mais integrada e fornecer
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uma base mais consistente para o diagnóstico e tratamento. Tendo em vista que a
intenção dessas atualizações é facilitar a identificação e o acesso a intervenções ade-
quadas para as pessoas no espectro autista, independentemente da terminologia es-
pecífica utilizada. O foco está em entender e atender às necessidades individuais de
cada pessoa com autismo, adaptando as intervenções de acordo com suas caracte-
rísticas e demandas específicas (MIELE, 2016).

2.1 Arquitetura genética do transtorno do espectro autista

Conforme Griesi-Oliveira e Sertié, (2017), o Transtorno do Espectro Autista


(TEA) é reconhecido como uma condição geneticamente heterogênea e complexa, ao
envolver diferentes padrões de herança e variantes genéticas causadoras. Compre-
ender a arquitetura genética atualmente definida do TEA requer considerar os aspec-
tos epidemiológicos e evolutivos, bem como, todo o conhecimento disponível sobre
as alterações moleculares relacionadas a esse transtorno.
A compreensão do TEA como uma condição multifatorial é fundamentada em
estudos que demonstraram a contribuição de fatores genéticos na sua etiologia. Acre-
dita-se que diferentes genes e variantes genéticas estejam envolvidos no desenvolvi-
mento do TEA, levando a uma ampla variabilidade nas manifestações clínicas e nos
sintomas observados. Estudos epidemiológicos revelam que o TEA ocorre com uma
prevalência relativamente alta e que existe uma tendência familiar para a condição.
Isso sugere que fatores genéticos desempenham um papel importante na sua etiolo-
gia, embora também haja influências ambientais que podem interagir com os fatores
genéticos.
A pesquisa genética no TEA tem se concentrado na identificação de variantes
genéticas raras e comuns, que estão associadas ao transtorno. Essas variantes po-
dem envolver genes envolvidos no desenvolvimento neuronal, na comunicação sináp-
tica e em outras vias biológicas relevantes para o funcionamento cerebral. No entanto,
é importante destacar que a compreensão da base genética do TEA está em cons-
tante evolução. A complexidade do transtorno requer uma abordagem multidisciplinar,
integrando pesquisas genéticas, neurobiológicas, epidemiológicas e clínicas para ob-
ter uma visão mais completa da sua etiologia e dos mecanismos subjacentes. À me-
dida que avançamos na compreensão da genética do TEA, espera-se que isso possa
9
levar a melhores estratégias de diagnóstico, prevenção e tratamento personalizado,
visando promover a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas com TEA e suas
famílias.
Ao considerar a genética do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é importante
considerar a frequência de variantes genéticas na população. Variantes com baixa
frequência podem ter efeitos negativos no organismo e afetar a capacidade reprodu-
tiva dos indivíduos, impedindo sua transmissão para as próximas gerações (GRIESI-
OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).
A maioria das doenças monogênicas, incluindo o Transtorno do Espectro Au-
tista (TEA), são consideradas raras devido à baixa frequência dos alelos causais na
população. Se uma condição reduzir a adaptabilidade e for comum na população, é
improvável ser causada por uma única variante com efeitos extremamente deletérios.
Portanto, o TEA é considerado uma condição com herança poligênica ou multifatorial,
que envolve a combinação de variantes genéticas e fatores ambientais, como causas
de transtorno. Cada variante genética associada contribui com um baixo risco no de-
senvolvimento do TEA.
A herança do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é geralmente de natureza
poligênica ou multifatorial. Isso ocorre porque os efeitos fenotípicos das variantes ge-
néticas envolvidas no TEA tendem a ter baixa penetrância, o que significa que um
indivíduo portador dessas variantes pode não desenvolver a doença. No entanto, es-
sas variantes podem continuar a ser transmitidas de geração em geração e se torna-
rem mais comuns na população.
Com base nesses conceitos, a herança responsável pela maioria dos casos
de TEA é caracterizada por um padrão poligênico ou multifatorial, em que várias vari-
antes de baixo risco contribuem para o desenvolvimento do transtorno quando pre-
sentes em quantidade suficiente. Além disso, estudos têm identificado mutações ra-
ras, com efeito deletério sobre o desenvolvimento neuronal em um número conside-
rável de pacientes com TEA.

De acordo com Griesi-Oliveira e Sertié (2017), em algumas famílias afetadas


pelo Transtorno do Espectro Autista (TEA), é possível encontrar uma variante genética
com potencial efeito deletério compartilhada pelos indivíduos afetados, mas também
presente em indivíduos não afetados. Isso sugere um padrão de herança monogênica
10
com penetrância fenotípica incompleta. No entanto, os padrões de herança do TEA
foram revisados e a interação entre variantes genéticas raras e comuns passou a ser
considerada a explicação provável para esses achados e para a arquitetura genética
subjacente deste transtorno.

Figura 1 – Padrões genéticos

Fonte: https://shre.ink/lwgx

Uma parte dos casos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é atribuída a


inúmeros variantes genéticas comuns de baixo risco, que, quando combinadas, con-
seguem desencadear o desenvolvimento do transtorno. Em outros casos, a causa
11
está relacionada a um número médio de variantes genéticas comuns de baixo risco,
que levam ao TEA quando combinadas com uma variante genética rara de risco mo-
derado.
Além disso, existem casos em que variantes genéticas de baixo risco podem
levar ao desenvolvimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA) quando combina-
das com variantes de risco moderado. Em todas essas situações, o risco de recorrên-
cia do TEA na família é maior do que na população em geral, devido à presença des-
ses alelos de risco. Por fim, o TEA também pode ser causado por uma única mutação
com efeito deletério, frequentemente como eventos de novo, associados a uma alta
penetrância (GRIESI-OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).
No caso das variantes genéticas relacionadas ao Transtorno do Espectro Au-
tista (TEA), o risco de recorrência na família é semelhante ao da população em geral,
exceto em casos de mutações germinativas. Essas variantes são difíceis de identifi-
car, ao estarem associadas a efeitos sutis e a maioria delas ainda é desconhecida.
Portanto, estudos têm identificado variantes de risco moderado a alto, que fornecem
informações importantes sobre os genes envolvidos na etiologia do TEA. Estima-se
que mais de 400 genes, incluindo variações no número de cópias (variações no nú-
mero de cópias - CNV) possam estar associados ao TEA, representando um risco
moderado a alto de desenvolvimento do transtorno.

2.2 Epidemiologia e etiologia

De acordo com Menezes et al., (2020), os fatores epidemiológicos relacionados


ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrangem desde o período perinatal até a
idade adulta. Condições como hemorragia gestacional, diabetes, uso de medicamen-
tos como o ácido valproico, consumo de drogas e álcool, depressão materna e infec-
ções durante a gravidez são consideradas situações de risco para o desenvolvimento
do TEA durante o período perinatal, com base em pesquisas.

Diversos fatores, como complicações durante a gravidez, fatores genéticos, al-


terações neurogênicas, imunológicas e exposição a mercúrio, têm sido estudados
como possíveis desencadeadores do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A preva-
lência global do transtorno varia, mas estudos indicam uma média de 20,6 casos por
12
cada 10.000 pessoas, com variação de 0,7 a 72,6 casos por 10.000 pessoas. Em
2010, dados epidemiológicos estimaram uma prevalência mundial de 113,6 casos por
10.000 pessoas.
A América do Sul apresenta uma baixa taxa de prevalência do Transtorno do
Espectro Autista (TEA), refletida nos poucos estudos encontrados. A falta de profissi-
onais de saúde e conscientização, juntamente com o diagnóstico tardio e registros
precários, são apontados como possíveis causas desses resultados. Além disso, pro-
blemas metodológicos, como amostras pequenas, também podem contribuir para a
escassez de dados sobre o transtorno.

2.3 Neurofisiologia e neuropatologia

A neurofisiologia e a neuropatologia desempenham um papel fundamental no


surgimento do Transtorno do Espectro Autista (TEA), com alterações no desenvolvi-
mento cerebral desde o período neonatal até a adolescência. Essas alterações envol-
vem várias vias neurofisiológicas e células no telencéfalo, incluindo os centros corti-
cais e subcorticais, resultando em um crescimento cerebral aumentado na infância e
adolescência. Após a adolescência, ocorre um declínio no crescimento e anomalias
em regiões relacionadas à interpretação afetiva, perspectiva social e comunicação,
como a área de Broca na região frontal, regiões temporais (incluindo a área de Wer-
nick) e lobos parietais, amígdala, região caudal e gânglios basais, além do cerebelo.
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), são observadas alterações em várias
vias neuroanatômicas, incluindo a via média do fascículo lenticular, o prosencéfalo, o
corpo caloso e a cápsula interna. Essas alterações envolvem neurotransmissores
como serotonina, GABA e fatores neurotróficos, bem como receptores nicotínicos.
Além disso, astrócitos, células microgliais e células de Purkinje também são afetados
e podem influenciar o desenvolvimento do TEA (MENEZES, 2020).

2.4 Genética e outros aspectos

As estimativas recentes apontam que aproximadamente 50% do Transtorno do


Espectro Autista (TEA) pode ser atribuído à herdabilidade genética, embora haja va-
riações de 40% a 90% nos estudos. Além dos fatores genéticos, pesquisas indicam a
13
presença de elementos epigenéticos e ambientais no desenvolvimento do TEA. Mu-
tações no nível dos nucleotídeos e deleções ou duplicações de segmentos cromossô-
micos são associadas à etiologia do transtorno. Diferentes mutações em um mesmo
gene ou em genes de uma mesma via podem levar a graus variados de severidade
no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Essas mutações podem afetar a expressão gênica por meio de alterações epi-
genéticas, como a metilação da citosina na cromatina. Fatores ambientais, como a
exposição a metais pesados (cádmio e mercúrio), substâncias químicas industriais
(benzeno, bisfenol e dioxina) e emissões de carbono veicular, que também podem
influenciar o desenvolvimento do TEA (MENEZES, 2020).

2.5 As causas do transtorno

As causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) são diversas e ainda não


totalmente compreendidas. Existem teorias que sugerem causas orgânicas, enquanto
outras atribuem causas de natureza psicológica. Além disso, o TEA pode apresentar
comorbidades com outros transtornos e distúrbios. Ainda não existem conclusões de-
finitivas nos estudos internacionais sobre as etiologias do TEA. De acordo com estu-
dos de Benute (2020), fatores genéticos e biológicos desempenham um papel signifi-
cativo no Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mecanismos epigenéticos, também
são considerados importantes, mas não se descarta o papel das desordens hereditá-
rias como possíveis explicadores do TEA.
Segundo a autora Benute (2020), outros estudos validam essas descobertas,
dentre eles:

traz como evidências as pesquisas realizadas com gêmeos cujos resultados


mostraram alta reincidência de diagnóstico. Segundo ele, as pesquisas mos-
tram, mesmo que ainda careçam de aprofundamento de estudo, que há maior
risco de recorrência de TEA em famílias nas quais já existe uma criança au-
tista. Acredita que as explicações relacionadas à origem genética são fre-
quentemente consideradas herança poligênica, ou mesmo multifatores (BE-
NUTE, 2020, p. 13).

Atualmente, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é entendido como resul-


tado da combinação de variantes genéticas comuns e raras, além de mutações nos
neurônios. Essa descoberta ampliou nossa compreensão sobre a etiologia do TEA,

14
que antes era explicada principalmente pela herança poligênica. Dessa maneira, iden-
tificam-se diferentes padrões genéticos do TEA, tais como:
➢ Herança Monogênica Comum;
➢ Herança Oligogênica;
➢ Herança Poligênica.
Estudos epidemiológicos mostram os fatores ambientais como explicação
para o TEA:

[...] teratógenos, exposições tóxicas, infecções pré-natais, como rubéola e ci-


tomegalovírus, insultos perinatais, estão presentes em alguns casos atuando
como “gatilhos ambientais”. Além disso, a idade paterna e materna de mais
de 40 anos também foi descrita em alguns estudos como estando associadas
a uma maior prevalência desse transtorno (BENUTE, 2020, p. 14).

Além dos fatores genéticos, fatores de risco como prematuridade, malforma-


ções do sistema nervoso central, infecções congênitas e síndromes são associados à
ocorrência do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Estudos mostram que o cérebro
dos indivíduos com TEA apresenta dificuldades na integração de diferentes partes,
afetando a percepção sensorial, os movimentos e a memória, bem como a realização
de atividades complexas. Essas descobertas contribuem para uma melhor compreen-
são das complexidades envolvidas nas possíveis causas do autismo. Nesse sentido,
relata-se que:

Pesquisa publicada pela Autism Research, a partir do estudo do Eletroence-


falograma (EEG) de crianças com desenvolvimento dentro do esperado para
a idade e crianças com autismo, demonstra que nas crianças com autismo o
tempo gasto para integrar dois estímulos (som e vibração) quando chegavam
juntos foi maior do que para as crianças sem autismo. Outra conclusão dessa
pesquisa demonstra que o sinal apresentado no EEG, embora semelhante
nos grupos, na criança com autismo tinha força menor, representado por on-
das de menor amplitude (BENUTE, 2020, p. 18).

Estudos indicam que a prevalência do diagnóstico de TEA na população é


maior em meninos do que em meninas, com uma proporção de aproximadamente 1
para 4. No entanto, é importante ressaltar que muitas meninas com características
mais leves do transtorno podem não ser diagnosticadas.
A figura 2. ilustra os diferentes comportamentos entre os sexos:

15
Fonte: encurtador.com.br/fNRX2

2.6 Transtorno do espectro autista (TEA) e a linguagem

Os seres humanos são seres sociais que constroem vínculos e relacionamen-


tos, por meio, do uso da linguagem, tanto verbal como não verbal. Através da comu-
nicação, eles compartilham informações, pensamentos, ideias, sentimentos e concei-
tos, e desenvolvem habilidades que facilitam o pensamento e a ação (BENUTE,
2020).
Os seres humanos possuem uma capacidade única de se comunicar por meio
de símbolos, diferenciando-se das outras espécies. Essa habilidade simbólica não
apenas distingue os humanos, mas também desempenha um papel fundamental nas
interações sociais e na formação da sociedade. Indivíduos com habilidades de comu-
nicação mais desenvolvidas tendem a ser mais sociáveis, emocionalmente saudáveis
e satisfeitos.
16
Para Andrade (2021) A linguagem desempenha um papel crucial na facilitação
da comunicação humana, e os seres humanos estão constantemente explorando di-
ferentes linguagens e métodos de comunicação para expressar, criar e desenvolver
ideias. No entanto, em casos de transtorno do espectro autista, a capacidade de es-
tabelecer uma comunicação significativa pode ser desafiadora (TEA).
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), as dificuldades de comunicação es-
tão relacionadas à falta de uso funcional da linguagem. Indivíduos com TEA podem
ter habilidades verbais e vocabulário amplo, mas têm dificuldade em usar a linguagem
de forma contextualizada para uma interação social coerente. Essa dificuldade de co-
municação está associada a outros sintomas do TEA, como rotinas fixas e repetitivas.
Atualmente, o TEA recebe uma atenção significativa em termos de reconhecimento
dos direitos sociais e visibilidade das pessoas afetadas. Isso tem impulsionado pes-
quisas importantes sobre o transtorno e seus aspectos mais evidentes.
Embora as pesquisas tenham se intensificado, a causa do Transtorno do Es-
pectro Autista (TEA) ainda é desconhecida e está associada a fatores genéticos e
ambientais. O termo ‘autismo’ foi introduzido por Eugen Bleuler por volta de 1908 e,
durante décadas, o TEA era conhecido apenas como autismo. Inicialmente, os médi-
cos empregavam esse termo para descrever a falta de comunicação em indivíduos
com psicose endógena, considerando-o como um sintoma dessas psicoses. A partir
das observações de Bleuler, foi sugerido que as pessoas com autismo vivem em um
mundo paralelo, distante da realidade. No entanto, ainda há muito a ser compreendido
sobre a natureza e os mecanismos subjacentes do TEA.
Após a contribuição inicial de Eugen Bleuler, outros pesquisadores também for-
neceram definições para o termo ‘autismo’ como forma de distingui-lo da psicose. No
entanto, o autismo tem sido frequentemente associado a outras condições e não é
considerado isoladamente. As causas, características e estratégias de desenvolvi-
mento para indivíduos com autismo ainda são desconhecidas. Durante esse período,
Leo Kanner (1943) e Hans Asperger (1906 - 1980) foram importantes pesquisadores
que contribuíram para o entendimento do autismo.
O artigo de Kanner foi um marco importante na pesquisa do autismo, no qual
ele definiu o autismo como uma forma de psicose infantil, caracterizada pela falta de
interação social através da linguagem. Ele atribuiu essa falta de interação aos cuida-
dos parentais, argumentando que a falta de envolvimento dos pais levava as crianças
17
a não aprenderem a se relacionar com os outros. Kanner empregou o termo ‘mãe
geladeira’ para descrever a suposta indiferença dos pais, sugerindo que o autismo era
de natureza psicológica. Essas ideias influenciaram o entendimento do autismo na
época.
Hans Asperger (1906 – 1980), assim como Leo Kanner (1943), desempenhou
um papel significativo na pesquisa sobre o autismo. Enquanto Kanner enfatizava a
falta de interação social e atribuía isso a fatores parentais, Asperger reconheceu que
pessoas com autismo podem ter dificuldades na interação social, mas também pos-
suem habilidades especiais em áreas específicas. Para Asperger, a falta de interação
social estava relacionada a fatores emocionais. No entanto, as contribuições de As-
perger só foram amplamente reconhecidas quando o Manual Diagnóstico de Autismo
foi publicado. É importante destacar que atualmente a síndrome de Asperger não é
mais uma categorização separada nos manuais de diagnóstico.
Ao longo do tempo, o autismo tem sido objeto de crescente pesquisa, com a
contribuição de novos estudiosos. A partir dos anos 90, o autismo passou a ser com-
preendido como um transtorno que afeta a linguagem e sua utilização como meio de
fortalecer as relações sociais. Desde 2013, foram estabelecidas diretrizes que incluem
o autismo em uma abordagem mais abrangente conhecida como transtorno do espec-
tro do autismo. Essa perspectiva ampliada considerará a diversidade de característi-
cas e sintomas presentes no espectro do autismo (TEA) (ANDRADE, 2021).
Conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5,
2013), o transtorno do espectro do autismo (TEA) pode apresentar-se em três níveis
de gravidade: leve, moderado e grave. O Quadro 1 descreve as características espe-
cíficas de cada um desses níveis dentro do TEA.

Quadro 1 – Níveis dos TEA (DSM-V)

18
Fonte: Fonte: Adaptado do DSM-V (2013).

Conforme Silva e Coelho, (2021), o transtorno do espectro do autismo (TEA)


engloba uma variedade de aspectos neurológicos e biológicos que exercem um im-
pacto significativo nas habilidades comunicativas. As características do TEA abran-
gem o uso inadequado de pronomes, movimentos repetitivos, ecolalia e estereotipias.
As manifestações observadas na síndrome do autismo variam em termos de expres-
são de alterações nas relações interpessoais, linguagem, motricidade, percepção e
possíveis comorbidades associadas ao transtorno. A intensidade dessas alterações e
seus estados predominantes também são diversificados.

19
Os estudos de Silva e Coelho (2021) revelaram que o transtorno do espectro
do autismo (TEA) é um transtorno do desenvolvimento com graus variados, afetando
a interação social, a comunicação e o comportamento. Essas características são gra-
dualmente fortalecidas e podem dificultar a movimentação adequada. Os pesquisado-
res desenvolveram uma escala de classificação baseada no DSM (V) para avaliar a
gravidade do TEA, considerando os déficits na comunicação e no comportamento so-
cial, bem como os fatores contextuais e ambientais. Embora os atrasos na linguagem
não sejam uma característica específica do TEA, eles afetam os aspectos clínicos
relacionados ao transtorno.
De acordo com Silva e Coelho (2021), no transtorno do espectro do autismo
(TEA), são observadas dificuldades na comunicação e interação social. Essas dificul-
dades podem afetar a utilização da fala, o que, por sua vez, pode comprometer o
processo de aprendizagem da leitura. É destacado que o domínio da fala desempenha
um papel importante na aquisição das habilidades de leitura. No caso das pessoas
com autismo no nível 1, é comum apresentarem habilidades de linguagem oral abran-
gentes e adequadas no contexto educacional. No entanto, uma parcela significativa
de indivíduos autistas enfrenta dificuldades no processo de aprendizagem da leitura e
escrita, devido à falta dos pré-requisitos necessários para esse processo. Nesse sen-
tido, a próxima seção abordará a aquisição da consciência fonológica no Transtorno
do Espectro Autista.

20
3 DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

Fonte: cmcc.rs.gov.br

De acordo com Cunha et al., (2020) os primeiros indícios do Transtorno do Es-


pectro Autista são geralmente identificados entre doze e vinte e quatro meses idade,
conforme o DSM V, a 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtor-
nos Mentais. Embora possam existir alguns atrasos no desenvolvimento antes dos
doze meses, é a partir dos vinte e quatro meses que esses sinais se tornam mais
evidentes e pronunciados.
Os estudos conduzidos fornecem uma compreensão abrangente dos vários as-
pectos envolvidos no processo de diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista
(TEA). Neste contexto, foram apresentadas informações relevantes sobre essa temá-
tica. Conforme os autores, os traços de comportamento associados ao TEA são ob-
servados desde a primeira infância. É característico do autismo que as crianças en-
frentem dificuldades na interação com seus pares ou familiares, atraso no desenvol-
vimento da fala, fascínio por objetos incomuns, irritação em ambientes cheios ou ba-
rulhentos, falta de interações sociais, comportamentos estereotipados, vocal e motora,
necessidade de seguir rotinas e padrões comportamentais definidos.

21
A partir do segundo ano de vida, os aspectos característicos do Transtorno do
Espectro Autista (TEA) tendem a se manifestar de forma mais intensa. Por exemplo,
é comum que a criança tenha dificuldade em brincar usando a imaginação, apresen-
tando desafios para se manter em pé por períodos prolongados e para utilizar os brin-
quedos adequadamente. Além disso, é frequente que a criança enfrente obstáculos
na comunicação, com uma fala muitas vezes incompreensível.
Esses desafios interferem significativamente na capacidade da criança de se
envolver em atividades lúdicas. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracteri-
zado por um conjunto de condições comportamentais que afetam o desenvolvimento,
a cognição, a comunicação e as habilidades sociais da criança. É fundamental ter
conhecimento das principais características do TEA para realizar um diagnóstico o
mais precocemente possível, a fim de proporcionar à criança a oportunidade de pro-
gresso no espectro. Essas características geralmente se manifestam nos primeiros
anos de vida. Estudos apontam que o diagnóstico deve ser embasado em entrevistas
com os pais, professores e outros envolvidos no cuidado da criança. O diagnóstico é
clínico e requer uma observação sistemática do comportamento e desenvolvimento
da criança (CUNHA et al., 2020).
Para um diagnóstico preciso do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é essen-
cial contar com o apoio de uma equipe multiprofissional composta por fonoaudiólogos,
psicólogos, pedagogos e outros especialistas. Esses profissionais irão realizar uma
investigação abrangente, considerando diversos aspectos da criança, como histórico,
contexto social, afetivo, entre outros.
É importante coletar e registrar informações detalhadas sobre os sinais que
chamaram a atenção dos pais desde os primeiros meses de vida da criança, incluindo
informações sobre o parto. Além disso, é necessário obter informações sobre os com-
portamentos da criança em diferentes contextos sociais, escolares e de lazer, tanto
com seus pares quanto com sua família.
É comum observar a presença de disfunções sensoriais em crianças diagnos-
ticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), incluindo sensibilidade aumentada
a estímulos sonoros, visuais, táteis e gustativos. A hipersensibilidade a estímulos au-
ditivos pode causar desconforto significativo e prejudicar a socialização da criança,
tornando difícil a frequência a locais barulhentos e movimentados. Conforme mencio-

22
nado pelos autores citados anteriormente, atividades simples do cotidiano, como to-
mar banho, se alimentar e dormir, podem se tornar momentos de grande angústia e
ansiedade para uma criança hipersensível. Portanto, é de extrema importância que o
diagnóstico do TEA seja realizado o mais cedo possível, a fim de iniciar o processo
de intervenção e tratamento precocemente. Dessa forma, maiores serão as chances
de obter resultados positivos e promover melhorias no desenvolvimento da criança.
Os pais começam a buscar ajuda profissional quando começam a notar com-
portamentos diferentes sendo manifestados por seus filhos. A questão da devolução
do diagnóstico aos pais é um processo delicado, no qual o profissional deve conseguir
transmitir e explicar todas as informações de maneira menos impactante, de modo
que os pais aprendam a aceitar e conviver com as diferenças de seus filhos. É essen-
cial que eles busquem auxílio profissional para garantir que a criança receba um tra-
tamento adequado e eficaz (CUNHA et al., 2020).

3.1 Tratamento e intervenções para o (TEA)

Para Mesquita e Pegoraro (2013), o prognóstico do autismo é influenciado por


três fatores, independentemente do tipo de intervenção realizada e de seu desfecho.
Para ampliar o conhecimento sobre o tratamento do TEA, trazemos os estudos de
Mesquita e Pegoraro (2013) nesta seção.
Esses fatores incluem o grau de comprometimento nas áreas da linguagem,
interação social e funcionamento cognitivo, a idade em que o diagnóstico é efetuado
e o início do tratamento. Quanto maior o comprometimento nessas áreas, pior é o
prognóstico. É importante ressaltar que existem diversos tratamentos disponíveis,
cada um com sua efetividade variada, e não há intervenções completamente eficazes
para todos os casos.
Segundo essas autoras, o processo de tratamento pode ser estruturado consi-
derando a idade do indivíduo, as peculiaridades de cada criança, o nível de especia-
lização do profissional envolvido ou até mesmo por meio de equipes multidisciplinares.
O principal objetivo dos tratamentos é melhorar as habilidades de interação social e
linguagem, tornando-as o mais funcionais possível, além de trabalhar para diminuir
comportamentos desadaptativos.

23
A linguagem desempenha um papel fundamental no diagnóstico e tratamento
do autismo, sendo um dos pilares centrais no processo terapêutico fonoaudiológico.
Durante o desenvolvimento da criança autista, a linguagem é uma das preocupações
iniciais dos pais, uma vez que pode apresentar dificuldades em progredir ou até
mesmo regredir posteriormente. A intervenção precoce em relação à linguagem é am-
plamente justificada na literatura devido à preocupação com o desenvolvimento, uma
vez que atrasos significativos nesse aspecto estão associados a desfechos desfavo-
ráveis se não forem abordados precocemente.
Alguns estudos estabelecem uma relação entre prejuízos na linguagem e des-
fechos desfavoráveis, especialmente quando os prejuízos são significativos, estando
esses associados a um baixo nível cognitivo e comportamentos disruptivos. Além
disso, a linguagem pode servir como um indicador relevante para o prognóstico do
desenvolvimento ao longo da vida de uma pessoa com autismo, desde a infância até
a idade adulta. É importante ressaltar que, devido à expressão altamente variada do
transtorno, as características do uso da linguagem por indivíduos autistas são peculi-
ares e podem diferir entre eles, mesmo quando comparados. Segundo a pesquisa de
Mesquita e Pegoraro (2013), as pessoas com autismo apresentam outras manifesta-
ções, tais como:
➢ A ecolalia, um fenômeno observado no autismo, pode se manifestar de
duas formas: a ecolalia imediata, que consiste na repetição imediata da
fala alheia logo após sua emissão, e a ecolalia tardia, que envolve a
repetição da fala alheia algum tempo após ter sido originalmente emitida.
➢ A entoação ou melodia da voz no autismo, pode apresentar característi-
cas idiossincráticas, ou seja, peculiaridades únicas e distintas em cada
indivíduo.
➢ A inversão pronominal é uma característica observada no autismo, onde
a criança autista utiliza pronomes invertidamente, substituindo o pro-
nome ‘EU’ pelo pronome ‘VOCÊ’.
➢ Pessoas autistas geralmente têm uma melhor compreensão de termos
diretos e concisos do que de frases que contenham analogias, metáfo-
ras, ironias ou sarcasmo. Além disso, é importante destacar que a falta
de linguagem verbal não é compensada pelo uso da linguagem não ver-
bal.
24
Para abordar essas manifestações, é recomendado o uso de intervenções fo-
noaudiológicas que se concentrem no desenvolvimento do uso comunicativo da lin-
guagem e na melhoria da sua qualidade. Além disso, os estudos também sugerem a
adoção de outros tipos de tratamento, incluindo:

➢ Programas que se orientam sob enfoque desenvolvimentista com foco


especial na linguagem,
➢ Terapia da linguagem embasada sob a perspectiva pragmática,
➢ Terapia da fala,
➢ Terapia da linguagem sócio pragmática,
➢ PECS (Picture Exchange Communication System)
➢ Comunicação facilitada, TEACCH (Treatment and Education of Autistic
and Related Communication Handicapped Children),
➢ Terapia fonoaudiológica e
➢ Análise Comportamental Aplicada.

A potencialização da linguagem tanto verbal quanto pré-verbal é relacionada a


intervenção sob abordagem desenvolvimentista. Ela é utilizada para fins comunicaci-
onais. O modelo desenvolvimentista visa fornecer ao autista a possibilidade de espon-
taneidade e iniciativa ao começar um diálogo como o Developmental Social-Pragmatic
Model (DSP). Para a funcionalidade da comunicação pode citar-se como exemplo o
Social-Communication, Emotional Regulation, Transactional Support model of inter-
vention (SCERT), sendo este orientado pela terapia da linguagem sócio-pragmática;
e para o desdobramento tanto interacionais, tanto das habilidades comunicativas,
como da ideia de sujeito, recomenda-se o Developmental, Individual-difference, Rela-
tionship-based Mode internacionalmente conhecido como DIR. reescreva sem repeti-
ção de texto (MESQUITA; PEGORARO, 2013).
Outra forma de intervenção é por meio da comunicação alternativa, como no
caso do PECS (Picture Exchange Communication System) e do TEACCH. O PECS
consiste no uso de imagens como um meio de comunicação, permitindo que a criança
relate situações e conceitos, auxiliando na sua compreensão. O TEACCH (Treatment
and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children) utiliza
estímulos visuais como parte do tratamento, visando melhorar a linguagem e facilitar
25
o aprendizado da criança autista, além de reduzir comportamentos desadaptativos.
Outra abordagem é a ‘Comunicação Facilitada’, que envolve o uso de cartões com
figuras para promover o desenvolvimento da linguagem na criança.
A terapia da linguagem pragmática é uma intervenção que tem como objetivo
promover o desenvolvimento da fala, impactando diretamente na qualidade e quanti-
dade da comunicação da criança. Estudos mostraram que contextos ricos em atenção
e jogos compartilhados têm o potencial de maximizar o uso comunicativo da lingua-
gem, ao contrário de contextos pobres, como aqueles com cadeiras e mesas, que não
apresentaram o mesmo efeito positivo durante a terapia da linguagem.
De acordo com Mesquita e Pegoraro (2013), os programas de intervenção dos
modelos têm como objetivo principal a redução dos comportamentos estereotipados
e repetitivos, assim como o aprimoramento da interação social. Esses programas se-
rão detalhados no Quadro 2.
Quadro 2 – Modelos de intervenção

Fonte: Adaptado de Mesquita e Pegorano (2013).


Um estudo realizado no Brasil revelou que a busca das famílias por diagnóstico
e tratamento para crianças autistas muitas vezes não corresponde às possibilidades
classificatórias descritas na literatura. Conforme o relatório desse estudo, das crianças

26
participantes, uma foi diagnosticada por volta dos 2 anos, sete em torno dos 3 anos,
seis aos 4 ou 5 anos, e mais seis por volta dos 6 ou 7 anos. As famílias relataram que
durante o processo de identificação do transtorno, elas buscaram diferentes profissi-
onais, incluindo psicólogos, fonoaudiólogos, pediatras e médicos, até finalmente ob-
terem o diagnóstico e iniciarem o tratamento. Destaca-se a importância desse tipo de
estudo, mesmo que haja carência deles, para a orientação de políticas públicas ade-
quadas nessa área.

3.2 Métodos TEACCH, ABA e PECS

Segundo Calvancante; et al., (2019), os métodos TEACCH, ABA e PECS são


um dos principais métodos utilizados para o tratamento de crianças com TEA. Neste
tópico, citaremos um pouco mais sobre ambos. É importante destacar que é necessá-
rio conhecer os sinais e entender a importância do diagnóstico, para acompanhar as
crianças autistas.
➢ TEACCH:

Dessa forma, os métodos TEACCH, ABA e PECS são abordagens amplamente


utilizadas no tratamento e intervenção de pessoas com Transtorno do Espectro Autista
(TEA). Cada um desses métodos possui características específicas e visa promover
o desenvolvimento e a melhoria das habilidades das pessoas autistas, de acordo com
suas necessidades individuais.
O método TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Commu-
nication Handicapped Children) baseia-se na utilização de estímulos visuais para au-
xiliar na comunicação e no aprendizado das pessoas com TEA. Por meio de estraté-
gias visuais, como o uso de cartões e figuras, o TEACCH oferece suporte na organi-
zação do ambiente e no desenvolvimento da linguagem e do comportamento adapta-
tivo. Esse método visa proporcionar maior autonomia e independência ao indivíduo,
por meio de estruturas visuais claras e rotinas previsíveis. Considerando que o método
TEACCH é aplicado de maneira individualizada e as experiências concretas e o de-
senvolvimento, também são específicos de cada criança autista.
Assim, o método TEACCH visa promover a aprendizagem, por meio da orga-
nização das tarefas e da redução de comportamentos inadequados. Ele estabelecerá
27
uma rotina estruturada para a criança autista, proporcionando atividades que a ajudem
a desenvolver maior independência. Essas atividades são incorporadas ao seu dia a
dia sendo apresentadas de forma visual, utilizando painéis e quadros, a fim de facilitar
a compreensão da criança. Dessa forma, o método TEACCH reforçará positivamente
a maneira como a criança autista aprende e se organiza, incentivando sua autonomia
e habilidades de autogestão, (CALVANCANTE, et al., 2019),

➢ ABA:

Já a Análise Comportamental Aplicada (ABA - Applied Behavior Analysis) é


uma abordagem baseada nos princípios da análise comportamental, que visa identifi-
car e modificar comportamentos socialmente relevantes. O ABA utiliza técnicas de
reforço positivo e modelagem comportamental para ensinar habilidades sociais, de
comunicação e autossuficiência. O foco principal é reduzir comportamentos proble-
máticos e promover o desenvolvimento de habilidades adaptativas, trabalhando de
forma individualizada e sistemática.
Portanto, a abordagem da Análise Aplicada do Comportamento (ABA) tem
como objetivo central a modificação dos comportamentos inadequados das crianças
autistas, com ênfase na melhoria da interação social. Para alcançar esse objetivo, são
implementadas práticas que visam desenvolver novas habilidades e a redução de
comportamentos problemáticos, seguindo um processo passo a passo e respeitando
as limitações individuais de cada criança, por meio de orientação de profissionais
especializados, as habilidades são trabalhadas de forma sequencial, em um processo
gradual e individualizado.
O foco está em promover a aprendizagem, por meio, de técnicas de reforço
positivo e estratégias específicas, adequadas às necessidades e características de
cada criança autista. Com base na análise do comportamento, são identificados os
comportamentos-alvo a serem modificados sendo estabelecidos objetivos claros e
mensuráveis para o desenvolvimento das habilidades desejadas.
De acordo com Calvancante et al. (2019), a definição do ABA é:

O método ABA, sendo uma técnica proveniente do campo científico do beha-


viorismo, tem por objetivo observar, analisar e explicar a associação entre o
ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem, visando a mais uma

28
mudança de comportamentos específicos do que de comportamentos globais
(CALVANCANTE et al., 2019, p.8).

A abordagem ABA se baseia em evidências científicas e envolve uma análise


cuidadosa do comportamento e suas consequências. É um método estruturado e sis-
temático, que busca a promoção do progresso contínuo e gradual, proporcionando um
suporte consistente para o desenvolvimento das crianças autistas. O método ABA
proporciona à criança autista uma aprendizagem mais lúdica e prazerosa, utilizando
estímulos adequados. Antes de qualquer intervenção, é realizada uma análise dos
comportamentos inadequados, buscando identificar suas causas e determinantes.
Essa análise é essencial para compreender o que está promovendo tais comporta-
mentos e orientar a intervenção de forma mais efetiva.
Os estímulos utilizados no método ABA são cuidadosamente selecionados,
considerando as necessidades individuais de cada criança. O objetivo é proporcionar
um ambiente de aprendizagem que seja adequado e compreensível para a criança,
permitindo que ela se engaje significativamente. Dessa forma, o método ABA consi-
dera as características subjetivas de cada criança, adaptando as intervenções para
atender às suas necessidades específicas.
Assim, ao oferecer estímulos adequados e personalizados, o método ABA visa
promover uma maior compreensão e acompanhamento do desenvolvimento da cri-
ança, buscando proporcionar um processo de aprendizagem mais eficaz e gratifi-
cante. A abordagem lúdica e personalizada é fundamental para estimular o engaja-
mento ativo da criança, tornando a aprendizagem mais eficiente e envolvente.

➢ PECS:

O PECS (Picture Exchange Communication System) é um sistema de comuni-


cação alternativa que utiliza imagens como forma de expressão e interação. Esse mé-
todo é especialmente útil para pessoas com dificuldades na linguagem verbal. Por
meio de cartões com imagens representativas, a pessoa autista pode comunicar suas
29
necessidades, desejos e compartilhar informações com os outros. O PECS estimula
a comunicação funcional, a compreensão e a expressão verbal.
Os estudos de Calvancante et al. (2019) explicam que:

[...] por ser observado como uma síndrome que acomete severamente o indi-
víduo, o autismo traz consigo o estigma de que não há nada, ou quase nada,
que se possa fazer no âmbito educacional de seus portadores. Assim, as te-
rapias e os métodos de atuação se restringem mais a modificações de com-
portamento (CALVANCANTE et al., 2019, p. 9).

Embora cada método tenha suas particularidades, todos eles visam potenciali-
zar as habilidades de comunicação, interação social e comportamento adaptativo das
pessoas com TEA. É importante ressaltar que a escolha do método deve ser feita de
forma individualizada, considerando as características e necessidades específicas de
cada pessoa autista. Além disso, a intervenção deve ser realizada por profissionais
qualificados e em conjunto com uma equipe multidisciplinar, buscando sempre a me-
lhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento pleno das pessoas com TEA, (CAL-
VANCANTE, et al., 2019).

3.3 Equoterapia, TCC, Psicanálise

De acordo com Cunha et al., (2020), é essencial abordar o autismo conside-


rando a contribuição de diversos profissionais envolvidos no tratamento. Além dos
métodos já mencionados, existem outras abordagens terapêuticas relevantes, como
a Equoterapia, o TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) e a Psicanálise. Essas
abordagens terapêuticas oferecem contribuições distintas para o tratamento de pes-
soas com autismo, conforme apresentado nas figuras 3, 4 e 5.

Figura 3 – Equoterapia

30
Fonte: Adaptado de Cunha (2020).

Contudo, a Equoterapia é uma terapia que utiliza o contato com cavalos para
estimular o desenvolvimento físico, emocional e social da pessoa com autismo. A in-
teração com os animais e a prática de atividades montadas contribuem para o equilí-
brio, coordenação motora e fortalecimento muscular, além de promover o bem-estar
e a autoconfiança.

Figura 4 – Terapia Cognitiva Comportamental (TCC)

Fonte: Adaptado de Cunha (2020).

A TCC, por sua vez, é uma abordagem terapêutica baseada na identificação e


modificação de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais. Nesse con-
texto, a TCC visa auxiliar a pessoa com autismo a desenvolver habilidades sociais,
lidar com ansiedade e controlar comportamentos desadaptativos, por meio de estra-
tégias cognitivas e comportamentais.
Figura 5 – Psicanálise
31
Fonte: Adaptado de Cunha (2020).

Já a Psicanálise, embora não seja uma abordagem terapêutica específica para


o autismo, pode trazer contribuições relevantes no entendimento e tratamento dos
sintomas associados ao transtorno. Através da escuta analítica, busca-se compreen-
der os processos inconscientes e as relações emocionais, possibilitando uma maior
compreensão do indivíduo autista e promovendo seu desenvolvimento psíquico. É im-
portante ressaltar que cada terapia mencionada oferece abordagens e técnicas espe-
cíficas, e a escolha do tratamento mais adequado deve ser feita considerando as ca-
racterísticas individuais da pessoa com autismo. A combinação de diferentes aborda-
gens terapêuticas pode ser benéfica, visando um tratamento abrangente e multidisci-
plinar, que atenda às necessidades únicas de cada indivíduo (CUNHA et al.,2020).

3.4 Terapia Fonoaudiologia, Ocupacional e Esporte

Conforme destacado por Cunha et al. (2020), é essencial buscar a orientação


de um fonoaudiólogo especializado no tratamento de crianças com Transtorno do Es-
pectro Autista (TEA). Isso se deve à possibilidade de o paciente apresentar dificulda-
des tanto na aquisição da linguagem verbal quanto na linguagem não verbal. A inter-
venção fonoaudiológica é fundamental para abordar essas dificuldades e promover o
desenvolvimento comunicativo da criança.
A terapia ocupacional desempenha um papel crucial no tratamento do TEA,
especialmente no que diz respeito à reorganização sensorial. Muitas crianças com
autismo enfrentam desafios significativos relacionados aos seus sistemas sensoriais,

32
o que pode interferir na eficácia de outras formas de terapia, como a terapia psicoló-
gica. A terapia ocupacional visa a abordar esses problemas sensoriais, auxiliando a
criança a regular suas respostas sensoriais e promovendo seu engajamento ade-
quado no ambiente. Portanto, é recomendado que o tratamento de crianças com TEA
inclua a colaboração de profissionais especializados em fonoaudiologia e terapia ocu-
pacional. Essa abordagem multidisciplinar permitirá uma intervenção mais abran-
gente, abordando as necessidades específicas de cada criança e otimizando os re-
sultados terapêuticos.
É fundamental enriquecer o ambiente sociocultural e afetivo no qual a criança
com Transtorno do Espectro Autista (TEA) está inserida. Uma forma de fazer isso é
proporcionar experiências esportivas e atividades sociais, as quais oferecem uma di-
versidade de estímulos e são naturalmente supervisionadas pelos pais que já pos-
suem orientações sobre o transtorno. A introdução ao esporte e às atividades sociais
traz benefícios significativos para as crianças com TEA. Essas situações permitem
que elas vivenciem interações sociais, desenvolvam habilidades de comunicação e
interação, além de promoverem o fortalecimento da autoestima e a inclusão social.
Ao participar de atividades esportivas, a criança com TEA tem a oportunidade
de se envolver em um contexto estruturado, que favorece o aprendizado de regras, a
cooperação em equipe e o desenvolvimento de habilidades motoras. Além disso, ati-
vidades sociais proporcionam um ambiente propício para estabelecer amizades, o
compartilhamento de interesses comuns e a ampliação do repertório de experiências
sociais.
É muito importante a supervisão dos pais é essencial durante essas atividades,
garantindo a segurança e o apoio necessário para a criança com TEA. Os pais, devi-
damente orientados sobre o transtorno, podem oferecer suporte e auxiliar a criança a
lidar com possíveis desafios e dificuldades que possam surgir durante essas experi-
ências, pois, às atividades sociais é uma forma enriquecedora de estimular o desen-
volvimento social, emocional e motor das crianças com TEA, proporcionando-lhes a
oportunidade de participar de maneira significativa no mundo ao seu redor.

33
Contudo, nesta questão é essencial garantir a interação das crianças autistas
com seus pares da mesma faixa etária. Essa interação proporciona contextos sociais
nos quais as crianças autistas podem ter experiências enriquecedoras, como troca de
ideias, desempenho de diferentes papéis e participação em atividades conjuntas. Es-
sas experiências exigem habilidades de negociação, discussão interpessoal e resolu-
ção de conflitos, aspectos compartilhados por todos os participantes.
A interação com outras crianças em um ambiente inclusivo e diversificado pos-
sibilita às crianças autistas o aprimoramento de suas habilidades sociais e a compre-
ensão de que o transtorno do espectro autista afeta o desenvolvimento social em seus
primeiros anos de vida. Nesse sentido, a escola desempenha um papel fundamental
ao promover a inclusão e oferecer suporte para superar os déficits sociais enfrentados
por essas crianças.
A escola proporciona um ambiente propício para a promoção de habilidades de
socialização, permitindo que as crianças autistas desenvolvam novos conhecimentos
e comportamentos sociais. Por meio de programas educacionais inclusivos e estraté-
gias de apoio específicas, a escola pode criar oportunidades para a interação entre
alunos, estimular a colaboração e o trabalho em equipe, além de promover a aceitação
e a compreensão das diferenças. Ao estabelecer um ambiente escolar inclusivo, as
crianças autistas têm a chance de se envolver ativamente na vida escolar, participar
de atividades extracurriculares e formar amizades significativas.
Essas interações sociais positivas contribuem para o desenvolvimento emoci-
onal, cognitivo e social das crianças autistas, permitindo que elas se sintam valoriza-
das e integradas à comunidade escolar, promover a interação das crianças autistas
com seus pares e garantir sua participação em um ambiente escolar inclusivo, são
medidas essenciais para melhorar suas habilidades sociais, ampliar seus horizontes
e favorecer seu desenvolvimento integral. A escola desempenha um papel-chave
nesse processo, ao criar um ambiente acolhedor, estimulante e valoriza a diversidade,
proporcionando a todos os alunos a oportunidade de crescerem juntos.
Contudo, finalizemos o conteúdo tratando sobre a inclusão escolar de crianças
com autismo, ao ser um processo essencial para garantir igualdade de oportunidades
e acesso à educação. É um desafio que requer o envolvimento de toda a comunidade
escolar, incluindo educadores, profissionais de apoio, pais e colegas de classe. Por
meio de estratégias pedagógicas inclusivas, apoio emocional e social, e adaptações
34
curriculares, é possível criar um ambiente educacional inclusivo e estimulante para o
desenvolvimento das habilidades acadêmicas, sociais e emocionais das crianças com
autismo. A inclusão escolar não apenas beneficia as crianças com autismo, mas tam-
bém promove a diversidade e a conscientização sobre a importância da inclusão em
toda a sociedade.

4 A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Fonte: portalaraxa.com.br

Conforme Battisti; Heck e Michels (2015), tanto por parte da família quanto da
escola a chegada da criança com autismo na escola regular gera grande preocupa-
ção. A família e os profissionais da educação nesse momento se questionam sobre a
inclusão dessas crianças, pois a escola necessita de adequações.
Dessa forma, no contexto do autismo, é fundamental compreender a educação
especial como uma modalidade de ensino voltada para um público-alvo que requer
atenção diferenciada. Ao receber alunos com autismo, a escola precisa reorganizar-
se para garantir o sucesso em seu desenvolvimento social, afetivo e cognitivo. Isso
implica em adaptar o ambiente educacional, promover estratégias pedagógicas inclu-
sivas e oferecer suporte individualizado.

35
A inclusão escolar de crianças autistas demanda uma abordagem que consi-
dere suas necessidades específicas, oferecendo recursos adequados, apoio emocio-
nal e social, além de promover a conscientização e o respeito à diversidade. Dessa
forma, a educação especial se configura como um caminho para a promoção da in-
clusão e o pleno desenvolvimento dos alunos autistas, possibilitando sua participação
ativa na vida escolar e a construção de um ambiente educacional mais inclusivo e
igualitário.
Com a progressiva inclusão das crianças com autismo nas instituições de en-
sino, o grupo da educação especial conquistou maior visibilidade e seus direitos foram
reconhecidos. A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 208, estabelece, o dever
do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de [...] seção III - o
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencial-
mente na rede regular de ensino.
A legislação educacional estabelece a garantia do direito ao ensino para os
alunos com autismo, favorecendo sua inclusão no ambiente escolar. O cumprimento
dessas leis implica na oferta de um ensino adaptado às necessidades individuais e no
reconhecimento das potencialidades de cada aluno. Nesse contexto, cabe à escola
assumir um papel fundamental, promovendo reformas pedagógicas que apoiem efe-
tivamente o movimento de inclusão.
É responsabilidade da instituição educacional proporcionar ambientes e práti-
cas pedagógicas que sejam inclusivas e acolhedoras, permitindo que todos os alunos,
incluindo os com autismo, tenham acesso a uma educação de qualidade. Isso implica
em oferecer recursos e estratégias adequadas, capacitar os profissionais da educa-
ção, estimular a colaboração entre os membros da comunidade escolar e promover a
valorização da diversidade. Ao assumir essa postura, a escola contribui para a cons-
trução de uma sociedade mais inclusiva e para o pleno desenvolvimento dos alunos
com autismo.
Battisti; Heck e Michels (2015), salientam o desafio que as escolas enfrentam
quando recebem crianças com deficiência, pois pressupõe utilizar de adequações am-
bientais, curriculares e metodológicas para seu desenvolvimento no processo de en-
sino aprendizagem. Contudo, essa tarefa não é fácil por ser necessário comprometi-

36
mento por parte de todos os envolvidos para haver inclusão escolar, ou seja, profes-
sores, alunos, pais, diretor, comunidade, enfim, todos que participem da vida escolar
direta ou indiretamente.
As autoras acrescentam ainda que se torna necessário assegurar a permanên-
cia com qualidade, para que o acesso esteja garantido. Dessa maneira, é extrema-
mente importante focar nos potenciais de cada aluno, é imprescindível também que o
educador transmita confiança e segurança para este, para que ele consiga aprender
de forma significativa. Além disso, é necessário que currículo seja apropriado de modo
que promova modificações organizacionais, para haver um ensino de qualidade, es-
tratégias de ensino e o uso de recursos, dentre outros (BATTISTI; HECK; MICHELS,
2015).
Sobre o currículo, Libâneo (2012) explica que este viabiliza e concretiza as in-
tenções expressas no projeto pedagógico. Ao mesmo tempo, o define como o con-
junto de disciplinas, experiências que devem ser proporcionadas aos estudantes, re-
sultados de aprendizagem pretendida, seleção e organização da cultura e princípios
orientadores da prática.
Portanto, quando a criança chega à escola, os professores devem considerar
que a criança deve adquirir independência para além do conteúdo escolar, conse-
guindo realizar atividades diárias por conta própria, pois os pais costumam fazer tare-
fas que os filhos poderiam fazer por conta própria.
O Currículo Funcional Natural é um exemplo de currículo importante para a
promoção da autonomia e estímulos das crianças, cujo objetivo central é tornar o
aluno mais produtivo, independente e também mais aceito socialmente. No entanto, é
necessário determinar o que é funcional, e isso depende de diversos fatores, pois:

Aquela habilidade que pode ser considerada funcional numa determinada co-
munidade, poderá não ser em outra. Portanto, ao eleger-se os objetivos fun-
cionais para ensinar, é necessário ter em mente aquilo que a pessoa porta-
dora de deficiência necessita aprender para ser exitosa e aceitável em seu
meio, como qualquer outra dessa mesma comunidade (SUPLINO, 2005 apud
BATTISTI; HECK; MICHELS, 2015, p. 16)

Partindo do princípio de que é necessário saber o que cada criança precisa


aprender, também é importante analisar e avaliar constantemente o currículo proposto
durante o processo de ensino-aprendizagem. Daí em diante, o educador poderá ava-
liar o educando em seus avanços e entraves (BATTISTI; HECK; MICHELS, 2015).
37
Dessa forma, para que o educador consiga estabelecer essa relação sobre o
que e como ensinar ao aluno com autismo, é necessário um treinamento adequado,
caso contrário a metodologia utilizada em sala de aula não servirá para atingir o obje-
tivo desejado, o alcance da aprendizagem.
No estudo realizado por Battisti; Heck; Michels (2015) afirma-se que no currí-
culo dos cursos superiores, as informações sobre autismo são escassas e desatuali-
zadas, a bibliografia é escassa e a maioria dos textos é importada e traduzida, assim
como a experiência na área.
O professor, por sua vez, precisa estar ciente de que é importante que ele mude
suas crenças e atitudes, para a criança autista poder aprender de forma significativa,
como qualquer criança que pode aprender, basta dar uma olhada cuidadosa em suas
habilidades e se concentrar nelas.
As autoras reforçam mais uma vez a importância da criança autista interagir
com outras crianças, pois, conforme Camargo e Bosa (2009, p. 67): “é preciso possi-
bilitar o alargamento progressivo das experiências socializadoras, permitindo o desen-
volvimento de novos conhecimentos e comportamentos, para ultrapassar os déficits
sociais dessas crianças”.
Outro aspecto que se ressalta positivamente é a convivência dessas crianças
com seus, o que permite que suas habilidades interativas sejam estimuladas, evitando
assim o isolamento contínuo. Dessa forma, o ensino regular irá favorecer o seu de-
senvolvimento, através do convívio e de trocas de relações.
Adaptações pedagógicas, em atenção à inclusão escolar da criança com TEA,
também é importante que a criança autista se sinta próxima do professor, que o pro-
fessor incentive a classe a lidar com certos ruídos ou sons específicos que muitas
vezes são irritantes para a criança autista que a criança tenha acesso a conselhos
sobre o que fazer no dia a dia e também tenha acesso às dicas do que acontecerá
por meio da informação visual.
É necessário que o professor utilize métodos educacionais para manter a aten-
ção dos alunos durante as aulas e que tenham por objetivo fazer com que a criança
autista de fato seja incluída e que seu processo de ensino aprendizagem, seja efeti-
vado, portanto, muitos estudos são realizados sobre diferentes métodos.
38
Conforme mencionado anteriormente, o método PECS - Picture Exchange
Communication System, facilita a comunicação e a compreensão da mesma e o mé-
todo Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped
Children (TEACCH), busca autonomia da criança autista, realizando um trabalho me-
diante a estímulos visuais e corporais. Além dos métodos citados acima, existe tam-
bém o método SonRise, que visa capacitar todos os envolvidos com a criança autista
a desenvolver novas formas de comunicação e interação em conjunto por meio de
atividades lúdicas que possibilitem aprendizagem, autonomia e inclusão. Conforme as
pesquisadoras:

Esse é um dos métodos mais utilizados no Brasil, devido melhora significativa


durante o tratamento da criança no espectro autista, pois “oferece uma abor-
dagem educacional prática e abrangente para inspirar as crianças, adoles-
centes e adultos com autismo a participarem ativamente em interações diver-
tidas, espontâneas e dinâmicas com os pais, outros adultos e crianças” (BAT-
TISTI; HECK; MICHELS, 2015, p. 19).

Esse método mostra a aceitação do autista em relação ao potencial de desen-


volvimento e essa questão torna – se princípio básico para o tratamento. E partindo
de uma pressuposição de que ocorra uma aprendizagem significativa das crianças
autistas, foram propostos muitos métodos, dessa forma é importante destacar que os
profissionais precisam conhecer as reais necessidades dessas crianças envolvidos
na educação dessas crianças, para que de fato haja uma construção do conhecimento
e uma verdadeira inclusão.
Dessa forma, é imprescindível que os professores se empenhem em buscar
novas informações sobre o transtorno do espectro autista (TEA) e, a partir disso, rea-
lizem pesquisas para entender como lidar de forma efetiva com alunos autistas. É
fundamental compreender e adaptar o ensino conforme o perfil intelectual de cada
aluno, considerando suas dificuldades e capacidades individuais. É importante ressal-
tar que cada aluno autista é único, e o professor deve estar ciente disso ao recebê-
los na sala de aula.
Para promover a inclusão desses alunos, o professor deve adotar abordagens
pedagógicas alternativas, que possibilitem a socialização e interação dos alunos com
seus colegas. Isso implica em trazer adaptações pedagógicas que estimulem a troca
de experiências entre os alunos, promovendo o desenvolvimento social, intelectual e

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a inclusão efetiva do aluno com autismo. É necessário criar um ambiente de aprendi-
zagem que valorize as diferenças, incentive a participação ativa e proporcione opor-
tunidades de interação e colaboração entre todos os estudantes.
Assim, ao adotar estratégias inclusivas e personalizadas, os professores con-
seguem proporcionar uma educação de qualidade e garantir que os alunos com au-
tismo sejam plenamente integrados no ambiente escolar, desenvolvendo suas habili-
dades e potencialidades efetivamente. O trabalho conjunto entre professores, equipe
pedagógica, pais e profissionais especializados é fundamental para criar um ambiente
educacional inclusivo e acolhedor para todos os alunos.

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