Livro Caminhos Lagunares
Livro Caminhos Lagunares
Livro Caminhos Lagunares
LAGUNARES
Ecossistema, pesca e
desenvolvimento sustentável
ORGANIZADORES
Marcus Rodrigues da Costa
Rafael de Almeida Tubino
Maurício Düppré de Abreu
Cassiano Monteiro Neto
ORGANIZ ADORES
CAMINHOS Lagunares
ECOSSISTEMA, PESCA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1ª EDIÇ ÃO
CAMINHOS Lagunares
ECOSSISTEMA, PESCA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
RealizaçãoRealização
Realização ParceriaParceria
Parceria
Realização Parceria
Colaboradores
Colaboradores
Colaboradores
Colaboradores
AGRADECIMENTOS
RESULTADOS 35
BIOMETRIA 40
QUALIDADE DE VIDA 42
FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 44
MODELOS ECOTRÓFICOS 46
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 48
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 50
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 50
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA LOCAL 52
QUALIDADE DE VIDA 60
mombaça
QUALIDADE DE VIDA 78
BALEIA
BIOMETRIA 92
ARARUAMA
QUALIDADE DE VIDA 94
FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 96
MODELOS ECOTRÓFICOS 98
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 100
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 102
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 102
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA CULTURA 104
RECOMENDAÇÕES 116
EQUIPES DE TRABALHO & AUTORES DAS SEÇÕES 119
10
APRESENTAÇÃO
bit.ly/sllf2021livro
Escaneie o QR Code ou
digite este link curto
para acessar o livro!
11
Em 2021, o Edital do Programa Petrobras Socioambiental abriu
uma oportunidade para a continuidade e aprofundamento do co-
nhecimento gerado pelos pesquisadores, promovendo impactos
positivos para a conservação ambiental e sustentabilidade das co-
munidades pesqueiras lagunares.
12
Todo o conhecimento gera-
do por este projeto é uma
ferramenta que ultrapassa a
simples relação entre as la-
goas costeiras e a atividade
pesqueira. O livro, voltado para
a própria comunidade lagunar,
explora de maneira simplifi-
cada com textos, imagens e
ilustrações, a pesca sustentá-
vel e a qualidade de vida dos
pescadores e seus familiares,
nas suas múltiplas dimensões.
Boa leitura!
13
ATIVIDADES
REALIZADAS
Pesca sustentável
e qualidade de vida
Desenvolvimento econômico
e fortalecimento comunitário
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
Programa de
Automonitoramento
Assistido da Atividade
Pesqueira Lagunar
Nós existimos
e vivemos da
pesca lagunar!
16
Como fazemos? É realizado pelos próprios pescadores, neste caso,
por ser assistido, foi destacado uma pessoa da comunidade pela
entidade parceira local (colônia ou associação de pesca) para ser o
monitor que sob a supervisão dos pesquisadores do projeto USSL
coletam diariamente dados da produção pesqueira local.
17
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
BIOMETRIA
A IMPORTÂNCIA DO TAMANHO
DOS PEIXES E CRUSTÁCEOS
18
A RELAÇÃO PESO
X COMPRIMENTO
A relação peso/comprimento em
biologia de peixes, determinada por
uma equação matemática, é crucial
para estimar variáveis e avaliar o
estado fisiológico e comportamen-
tal das populações.
19
Todos os estudos envolvendo aspectos da pesca artesanal são im-
portantes do ponto de vista da manutenção deste serviço secular
que vem gerando renda, emprego e oferta de alimentos de quali-
dade para a população.
20
Com os dados de tamanho e algumas
características da pesca lagunar descobri-
mos coisas interessantes, como quais são
as espécies mais capturadas, qual o tama-
nho de malha usado para essas capturas,
além de verificar a condição destas popu-
lações exploradas pela pesca de pequena
escala.
21
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
QUALIDADE DE VIDA
22
Como fazemos:
Utilizamos questionários semies-
truturados em entrevistas mensais
com pescadores, pescadoras e mo-
radores locais envolvidos na cadeia
produtiva da atividade pesqueira
das comunidades alvo do projeto.
23
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
FÓRUNS DE AUTOGESTÃO
24
O intuito foi estabelecer um espaço de identificação de problemas,
demandas e o surgimento de propostas ou adoção de boas práticas
que contribuam para o desenvolvimento da pesca lagunar em bases
sustentáveis.
Fortalecer a organização
Atestar a importância social dos pescadores Dar visibilidade
social e econômica da e pescadoras! à pesca lagunar
pesca lagunar! profissional!
25
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
MODELOS ECOTRÓFICOS
Exemplo de uma teia trófica lagunar indicando as interações alimentares entre os diferen-
tes componentes distribuídos nos seus respectivos níveis tróficos.
* Organismos que se alimentam diretamente dos produtores.
26
A pesca lagunar foi consi-
derada nos modelos a par-
tir da inclusão de dados do
Programa de Automonitora-
mento Assistido.
27
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
COMPARTILHANDO O
CONHECIMENTO LAGUNAR
28
As Oficinas da Teia Lagunar adotaram uma metodologia interati-
va e prática para engajar os estudantes no estudo dos ecossistemas
lagunares. Os alunos, organizados em grupos, criaram paisagens
das lagunas, listando e discutindo os organismos típicos desses am-
bientes. Depois, usando linhas e agulhas ligaram os organismos,
construindo uma teia alimentar visível. Ao final, foi elaborada uma
teia alimentar consensual da turma, destacando a interconexão entre
as espécies.
29
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA
TURISMO DE BASE
COMUNITÁRIA
30
As atividades executadas pela equipe de turismólogos do Planett
incluem o diagnóstico do local, oficinas de sensibilização, mentorias
para desenvolvimento de roteiros e vivências, apoio a eventos gas-
tronômicos locais e cursos de condutores de turismo.
31
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
Desenvolvimento econômico e
fortalecimento comunitário
32
O desenvolvimento econômico e fortalecimento comunitártio
buscou promover alternativas sustentáveis para as comunidades
pesqueiras, preservando ao mesmo tempo seus conhecimentos
tradicionais e o meio ambiente local.
33
34
RESULTADOS
Pesca sustentável
e qualidade de vida
Desenvolvimento econômico
e fortalecimento comunitário
35
RESULTADOS
SISTEMA LAGUNAR
MARICÁ-
GUARAPINA
Comunidades de Amendoeira a Itapeba
36
MARICÁ BARRA GUARAPINA
PADRE
37
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
Marine
Cantinho
do pescador
77 pescadores ativos Pq Nanci
identificados, sendo 3
mulheres pescadoras
Amendoeira 73% das pescarias
foram com rede de mijuada
42 embarcações
97% vendido
97% de pescado capturado como filé
foram tilápias
99% do pescado
desembarcado foi vendido
38 39
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
biometria
40
Também foram gerados modelos de avaliações das populações
pescadas para os dois principais recursos capturados neste sistema.
A ideia central foi estimar o potencial reprodutivo da população re-
manescente, considerando que a capacidade de uma população de
se regenerar depende de quantos indivíduos maduros ainda estão
presentes. Logo, os modelos estimam a diferença entre a composi-
ção de comprimentos esperada numa situação virginal (modelado)
e a observada nas capturas (amostrado).
TILÁPIA TAINHA
41
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
qualidade de vida
42
As condições de moradia são satisfatórias com acesso aos serviços
essenciais. A maioria dos pescadores entrevistados são casados,
com filhos, mas poucos optam pela profissão dos pais.
MARICÁ
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro AMBIENTAL FÍSICO
domínios avaliados
Bom
Regular SOCIAL
PSICOLÓGICO
43
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA Demanda: implementação de um es-
paço adequado para filetagem, para
estocagem do pescado, para a asso-
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA ciação, além da continuidade do auto-
Jun/24
Entrega do Boletim
Desde Set/23 ocorreu uma diminui- da Pesca Lagunar
ção no nº de pescadores, pescarias e
consequentemente da produção. As
causas foram a proliferação exces-
siva de uma planta aquática (Najas
marina) e a migração de alguns
pescadores para outras atividades
econômicas e/ou para pescar em Desrespeito à legislação
outras lagoas. (Portaria Interministerial
nº48/ 2018, como o uso
de motor à noite.
Set/23
2º Fórum em Itapeba (30)
e Amendoeira (27)
Dificuldade em se
obter a carteira de
Abr/24 pescador (RGP).
3º Fórum
Abr/23
Set/22 Nov/22 1º Fórum
Mobilização Comunitária e Início do Automonitoramento
Capacitação do Monitor de Campo Pesqueiro Assistido
44 45
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
MODELOS ECOTRÓFICOS
46
As pescarias praticadas no interior
da lagoa atuam em níveis tróficos
variados, mas as principais espé-
cies, como a tainha e a tilápia, estão
em níveis tróficos baixos. Apesar
da importância da tilápia para a
pesca local, o modelo indica que o
aumento da sua abundância pode
provocar a diminuição de espécies
nativas como o acará e o bagre.
47
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
48 49
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
Capacitações e mentorias
Vista panorâmica
da Pedra de Inoã.
50
Essas iniciativas visam não ape-
nas integrar a comunidade, mas
ampliar o senso de pertencimen-
to com sua cultura e natureza ao
redor a partir do desenvolvimento
turístico sustentável.
51
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA
EVENTOs DE FOMENTO
À CULINÁRIA LOCAL
Feirantes.
52
As barracas tiveram uma alta diversidade de produtos, de pescados
a equipamentos de pesca até artesanatos e gastronomia acompa-
nhadas de atrações culturais e musicais.
53
RESULTADOS
SISTEMA LAGUNAR
SAQUAREMA
Comunidade da Mombaça
54
MOMBAÇA JARDIM LAGOA DE FORA
BOQUEIRÃO
55
SAQUAREMA | MOMBAÇA
AUTOMONITORAMENTO 36 pescadores
ativos
enumeradas em 2023.
Porto da
39% do Mombaça Porto
Patorá
volume de
pescado
capturado
Comunidade
foram siris 24% do volume de da Mombaça
pescado capturado
foram tilápias
Porto
43% das pescarias do Maro
foram com puçá
Toca do Peixe
14% corvinas
Em 2023 esta comunidade
Em 2023 a receita total dos
capturou 102 toneladas de pescadores lagunares foi de
pescado lagunar! R$818mil gerados apenas
56 pelo preço de 1ª venda! 57
SAQUAREMA | MOMBAÇA
BIOMETRIA
58
Os modelos de avaliação populacional dos dois principais recursos
mostraram que a tainha apresenta uma fração do potencial de desova
estimado em 39%, ou seja, a pesca em anos anteriores resultou numa
perda de 61% do seu potencial reprodutivo neste sistema.
TAINHA
SIRI
59
SAQUAREMA | MOMBAÇA
QUALIDADE DE VIDA
60
No domínio ambiental, os desafios incluem isolamento geográfico,
mas o apoio comunitário, lazer, exercícios e práticas terapêuticas
ajudam a enfrentar dores e estresses.
MOMBAÇA
Perfil da qualidade de vida AMBIENTAL FÍSICO
considerando os quatro
domínios avaliados
BOM SOCIAL
PSICOLÓGICO
REGULAR
61
Demanda: implementação de um projeto
SAQUAREMA | MOMBAÇA de armazenamento e espaço comunitário
para ospescadores e pescadoras (criação
de associação de pescadores local)
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA e continuidade do automonitoramento
Jun/24
Preço de primeira Entrega do Boletim
comercialização da Pesca Laguna
muito baixo para
as principais
categorias de
pescado
Fev/24
Protocolo no
Ministério da Pesca Abr/24
das Contribuições da 3º Fórum
comunidade a Portaria
IBAMA 41/1996
Necessidade de maior interação
entre os pescadores da Mombaça
e a secretaria de pesca, visando a
captação de recursos e projetos
Jan/24 que sejam de interesses da
Reunião Apresentação da Minuta comunidade.
Revisão Portaria IBAMA 41/1996
Necessidade de
melhores condições
para beneficiamento
do pescado!
Nov/23
2º Fórum
Abr/23
Nov/22 1º Fórum
Início do Automonitoramento
Pesqueiro Assistido
Set/22
Mobilização Comunitária e
Capacitação Monitora de Campo
62 63
SAQUAREMA | MOMBAÇA
MODELOS ECOTRÓFICOS
64
Apesar disso, espécies de ele-
vado valor comercial e impor-
tância na pesca em volume,
como os robalos, estão po-
sicionadas em níveis tróficos
mais elevados, tipicamente
como predadores de topo de
cadeia alimentar.
65
SAQUAREMA | MOMBAÇA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
66
Pró-Docente: Esse programa foi voltado
para os professores das escolas públicas.
Eles aprenderam sobre os ecossistemas la-
gunares e como ensinar os alunos de forma
consciente. 11 professores da FAETEC Ba
caxá participaram.
Oficina da Teia Lagunar: Aqui, os estu-
dantes tiveram a oportunidade de aprender
mais sobre o ambiente lagunar. Dinâmicas,
materiais paradidáticos e muita diversão!
Mais de 80 alunos do Ensino Médio do
Colégio Estadual Oscar de Macedo Soares
estavam nas oficinas.
Conhecendo a Lagoa: Montaram a Tenda
dos Saberes Lagunares em conjunto com o
Programa Bandeira Azul de Saquarema em
algumas ocasiões: durante o Dia da Edu
cação Ambiental, lá no Centro da cidade; no
Campeonato Mundial de Surf, na praia de
Itaúna; no Seminário da Guarda Ambiental;
na Feira Cultural da Mombaça; e, no Aloha
Spirit. Mais de 500 pessoas participaram e
conheceram a biodiversidade local e a im
portância da pesca lagunar.
67
SAQUAREMA | MOMBAÇA
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS
68
As atividades relacionadas ao
turismo de base comunitária fo-
ram notabilizadas pelo estágio
inicial deste debate e pelo alto
engajamento de residentes para
o desenvolvimento de roteiros
e vivências relacionadas à gas-
tronomia, artesanato, cultura da
pesca local e experiências pau-
tadas na fauna, flora e geodiver-
sidade da região.
69
SAQUAREMA | MOMBAÇA
Eventos de fomento
à culinária e cultura
70
Parcerias locais foram essenciais: o restaurante Toca do Peixe, que
cedeu o espaço; a Prefeitura Municipal, que forneceu estrutura das
barracas; e o projeto USSL, que conduziu o processo colaborativo
para desenvolvimento da feira, somado ao apoio na sua produção
e divulgação e em ações de educação ambiental durante o evento.
71
RESULTADOS
SISTEMA LAGUNAR
araruama
Municípios de São Pedro da Aldeia e Cabo Frio
Comunidade da Baleia & Praia do Siqueira
72
SÃO PEDRO
DA ALDEIA
IGUABA
GRANDE
ARARUAMA
CABO
FRIO
ARRAIAL
DO CABO
73
ARARUAMA | BALEIA
Na safra 2022/23
5% perumbebas
a perumbeba não
apareceu
74 75
ARARUAMA | BALEIA
BIOMETRIA
76
A mais impactada, neste ciclo de estudo, estudo foi a carapeba que
apresentou valor abaixo de 40% considerado o limite sustentável
para uma exploração continuada.
CARAPEBA
PERUMBEBA
TAINHA
77
ARARUAMA | BALEIA
qualidade de vida
78
A pesquisa mostrou que morar
na Baleia é bom. Energia para o
trabalho, boas relações sociais e
familiares, proporcionam uma at-
mosfera tranquila e segura aos
seus moradores. No domínio am-
biental, transporte frequente e
acesso próximo aos serviços de
saúde são demandas locais.
BALEIA AMBIENTAL
FÍSICO
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro
domínios avaliados
Bom SOCIAL
PSICOLÓGICO
Regular
79
Demanda: implementação
de espaço de armazenamento,
ARARUAMA | BALEIA beneficiamento e comercialização direta do
pescado da Baleia., cozinha comunitária,
peixaria e sala de reunião e continuidade do
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA automonitoramento pesqueiro assistido
Jun/24
lagunar
Nov/23
Set/23
2º Fórum
Fórum adiado
D
Visita da Petrobras
Ago/23
Início Defeso IN Menor produção de perumbeba
Interministerial Nº2/2013 nas últimas safras em
comparação a safra 20/21.
D
A água da lagoa tem ficado mais
clara, e isso não favorece
a ocorrência das perumbebas.
Set/22 Abr/23
Mobilização Comunitária e 1º Fórum
Capacitação Monitora de Campo
Nov/22
Início do
Automonitoramento
Pesqueiro Assistido
80 81
ARARUAMA | BALEIA
MODELOS ECOTRÓFICOS
82
As espécies mais importantes como a tainha se alimenta principal-
mente de organismos fitoplanctônicos, microcrustáceos e detrito,
enquanto que a perumbeba consome moluscos e poliquetas que
vivem em abundância no fundo da lagoa.
PLÂNCTON
MOLUSCOS
83
ARARUAMA | BALEIA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
84
Eles organizaram várias ativida-
des. Primeiro teve o Programa
Pró-docente, voltado para os
professores das escolas próxi-
mas às lagoas.
E os estudantes?
Ah, os estudantes também não
ficaram de fora! As Oficinas da
Teia Lagunar foram especial-
mente para eles.
E a Tenda dos
Saberes Lagunares?
85
ARARUAMA | BALEIA
capacitações e mentorias
86
Mentorias foram promovidas para incentivar um turismo responsá-
vel durante todo o ano, especialmente durante o defeso do peixe.
87
ARARUAMA | BALEIA
EVENTOS DE FOMENTO
À CULINÁRIA E CULTURA
88
Realizada em dezembro, após o
defeso do peixe, a festa cumpre
a função de aproximar os pesca-
dores e suas famílias em torno da
produção de pratos típicos basea-
dos nos pescados locais, como a
tainha, perumbeba e ubarana.
89
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
Programa de
Automonitoramento
Assistido da Pesca Lagunar
173 pescadores, sendo
81% das pescarias
uma pescadora
foram de trolha
8% das pescarias
foram de estacada
51 embarcações
Na safra 2023/24 os pescadores da
Praia da Siqueira capturaram
cerca de 127 toneladas de camarão
11% das pescarias
foram de arrasto
Pier dos Pescadores
99,9% 97,5%
Posto de Pesagem Z-4
Praia do Siqueira - Cabo Frio
VENDA ATRAVESSADOR
PESCADORES
90 91
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
BIOMETRIA
Farfantepenaeus
brasiliensis
Far fantepen
aeus
paulensis
5cm 16cm
92
A fração do potencial de desova estimado para os camarões captura-
dos foi de 25%, ou seja, a mortalidade por pesca de anos anteriores
resultou na perda de 75% do potencial reprodutivo da população,
ou seja, com uma exploração limítrofe que está abaixo do limite sus-
tentável que é de 40%.
93
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
QUALIDADE DE VIDA
94
Os amigos compartilham as horas
de pesca e as conversas no entorno
da casa da balança, onde a captura
é pesada. Muitos se lembram do
tempo em que lagoa era limpa e se
tomava banho na praia da Siqueira.
SIQUEIRA
AMBIENTAL FÍSICO
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro
domínios avaliados
SOCIAL
PSICOLÓGICO Bom Regular
95
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA Ideia: implementação
de um projeto de
armazenamento comunitário
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA do camarão, além da
FÓRUM da pesca
continuidade do programa
de automonitoramento
assistido
lagunar D
Jun/24
Entrega do
Abr/24 D Boletim
3º Fórum da Pesca
Lagunar
D
Set/23
2º Fórum
Ago/23
Participação do CONBEP
e do IV Seminário de Início do novo período
Extensão Pesqueira de Defeso
PORTARIA SAP/
MAPA
Nº 1.217/ 2022
Abr/23
D
D
Jun/23 Condições ambientais
Entrega Reforma no impróprias da lagoa
Pier dos Pescadores em alguns pontos da
Área 2
Set/22
Mobilização Comunitária e
Capacitação Monitor de Campo Nov/22
Início do Automonitoramento
Pesqueiro Assistido
Abr/23
1º Fórum
96 97
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
MODELOS ECOTRÓFICOS
98
Espécies
Espéciesimportantes
importantes como
como aa tainha
tainha se
se alimentam
alimentam principalmente
principalmente
dedeorganismos
organismos fitoplanctônicos, microcrustáceos ee detritos,
fitoplanctônicos, microcrustáceos detritos,en-
en-
quantoque
quanto queaaperumbeba
perumbeba consome
consome cracas,
cracas, moluscos
moluscos e polique
poliquet aas
s
que vivem em abundância no
que vivem em abundância no fundo fundo da lagoa. Já as carapebas e
lagoa. Já as carapebas os os
carapicús projetam
carapicús projetam as
as suas
suas bocas
bocas para predar
predar pequenos
pequenos crustá-
crustá-
ceosescondidos
ceos escondidosnonosedimento.
sedimento.
99
99
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
100
Eu também! Na Oficina da Teia Lagunar
descobri como os organismos vivem nes-
ses sistemas. Mais de 150 alunos tiveram
a oportunidade de aprender mais sobre
o ambiente lagunar. Tivemos dinâmicas,
materiais paradidáticos e muita diversão!
101
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS
102
Tendo o Pier dos Pescadores ou,
como também é chamada, a caba-
na dos pescadores centralizada na
orla e no contexto sociocultural do
bairro e da pesca, destaca-se seu
papel nas ações relacionadas ao
turismo de base comunitária.
103
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA
Eventos de fomento
à culinária e cultura
104
Nesse cenário familiar e com a des
lumbrante paisagem de praia la-
gunar, os pratos fartos e variados
apresentam toda a diversidade de
peixes da região.
105
RESULTADOS TRANSVERSAIS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO
FORTALECIMENTO COMUNITÁ
COMUNITÁRIO
106
empreendedorismo
107
RESULTADOS TRANSVERSAIS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
beneficiamento e
reaproveitamento
do pescado
INTRODUZINDO BOAS
PRÁTICAS DE BENEFICIAMENTO E
REAPROVEITAMENTO DO PESCADO
A Oficina de Reaproveitamento e
Comercialização do Pescado capaci-
ta pescadores locais em boas práticas
de higiene e reaproveitamento, vi-
sando fortalecer a pesca artesanal. A
ação inclui a criação de receitas criati-
vas, como Fish Burger com Camarão
e Kibe de Peixe, e o uso de escamas
para artesanato.
108
CULINÁRIA LOCAL
109
RESULTADOS TRANSVERSAIS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
OFICINAS DE EMPODERAMENTO
FEMININO
110
Identificaram desafios como ambientes masculinizados
e disparidades na renda entre homens e mulheres.
111
RESULTADOS TRANSVERSAIS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
REDE DE MULHERES
LAGUNARES
112
EDUCOMUNICAÇÃO
NA PESCA ARTESANAL
113
RESULTADOS TRANSVERSAIS
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO
EVENTOS REALIZADOS
114
Com mais de 70 participan-
tes de diferentes comunidades
pesqueiras, o evento promoveu
trocas de experiências e apresen-
tações de trabalhos artesanais,
destacando o reaproveitamento
de materiais da pesca.
115
recomendações
AUTOMONITORAMENTO
A pesca artesanal lagunar é uma importante atividade socioeconômica, gera-
dora de trabalho, renda e alimento com altos índices de proteína para boa parte
da população residente no entorno dos sistemas lagunares do leste fluminen-
se. Apesar disso, informações sobre a pesca nestes ambientes são escassas,
denotando negligencia que coloca estas populações mais distantes de políticas
públicas que atendam as demandas e necessidades das comunidades pesqueiras
lagunares.
Assim, executar o monitoramento é dar visibilidade a pesca lagunar, realizar com
a participação direta dos pescadores com assistencia técnica dos pesquisadores é
garantir a qualidade das informações e potencializar a geração do conhecimento
sobre a atividade, integrando os conhecimentos empíricos e acadêmicos.
Sob esta perspectiva, continuar os esforços em levantar os dados de desembar-
que pesqueiro é tarefa primordial para a realização de qualquer ação que vise a
sustentabilidade das pescarias, e a manutenção e melhorias do modo de vida das
comunidades pesqueiras lagunares tradicionais.
BIOMETRIA
A partir da ação de biometria nos sistemas lagunares de Maricá, Saquarema
e Araruama observamos que a pesca artesanal atua moderadamente sobre
algumas espécies, reduzindo o potencial reprodutivo das populações. No entan-
to, para outras espécies, a exploração vem ocorrendo de maneira sustentável.
Nossos resultados destacam algumas estratégias sustentáveis, como o uso de
malhas para capturas de acordo com a legislação vigente, o que vem garantindo
a recuperação destes estratos populacionais usados como recursos pesquei-
ros. Neste sentido, a continuidade do monitoramento sistematizado, associado
a integração de pescadores e pesquisadores, ajudará na melhoria da gestão e
conservação dos estoques pesqueiros, para uma exploração equilibrada e sus-
tentável no futuro. Como estes são os primeiros ensaios de uma avaliação das
populações de peixes de importância comercial nas lagoas, recomendamos a
inclusão de programas continuados de biometria junto a obtenção de dados de
produção pesqueira como desenvolvido no Programa de Automonitoramento
Assistido da Pesca. Recomendamos ainda a ampliação espacial dos territórios a
serem monitorados, permitindo assim melhorias nas estimativas a serem usadas
como indicadores de sustentabilidade da pesca.
116
PERFIL SOCIOECONÔMICO E DE QUALIDADE DE VIDA
Promover a educação política das comunidades para que, através dos seu
próprios meios, possam demandar e acessar os serviços e benefícios públi-
cos destinados aos trabalhadores da pesca. Estimular a formação de jovens na
pesca, de maneira a integrar os conhecimentos tradicionais e acadêmicos em uma
proposta de compreensão holística da pesca artesanal lagunar. Proporcionar
conhecimento sobre a saúde dos trabalhadores da pesca, bem como formas
de aprimorar o bem estar, através de técnicas de respiração, automassagem e
conhecimentos fitoterápicos tradicionais. Trabalhar na segurança e ergonomia
embarcada dos trabalhadores da pesca, visando reduzir esforços repetitivos e
lesões. Manter o acompanhamento das comunidades proporcionando apoio,
mentoria e interlocução nas questões de saúde e qualidade de vida.
MODELAGEM ECOTRÓFICA
A introdução de um olhar ecossistêmico sobre as lagunas, através do de-
senvolvimento de modelos tróficos trouxe uma visão mais integrada destes
ambientes e representa um avanço significativo na compreensão da sua dinâ-
mica. Essa abordagem holística permite uma análise mais integrada e detalhada
das interações entre as espécies e a pesca. Ao considerar as complexas redes
de relações tróficas, é possível identificar as principais fluxos de biomassa e en-
tender como diferentes fatores, como aumento da carga orgânica, introdução de
espécies exóticas e a pesca podem afetam a dinâmica e a resiliência dos ecos-
sistemas lagunares.
A possibilidade de simular cenários de interesse, considerando os modelos
elaborados para as lagunas deve ser destacada como uma ferramenta po-
tencialmente importante para a construções de políticas de preservação da
biodiversidade e serviços ecossistêmicos. O uso da abordagem ecossistêmica
nas atividades de Educação Ambiental desenvolvidas nas escolas e para o públi-
co em geral deve ser considerada uma iniciativa inovadora e de sucesso.
117
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As atividades desenvolvidas no Programa de Difusão do Conhecimento, por
meio das ações de Capacitação dos Professores, Oficinas da Teia Lagunar e da
Tenda dos Saberes Lagunares, despertaram grande interesse do público escolar
e da sociedade em geral pelo conhecimento gerado pelos pesquisadores das uni-
versidades. Essa sensibilização do público para a Ciência, aliada ao conhecimento
tradicional, potencializa a troca de saberes e o avanço na solução de problemas,
direcionando-nos para um viver mais sustentável e integrado com o ambiente
lagunar. Acreditamos que o processo de ensino-aprendizagem, seja formal ou
não, deve considerar tanto o conhecimento científico quanto o saber naturalístico.
Além disso, é essencial estimular a sociedade a ter um contato mais próximo com
o ambiente lagunar em suas diferentes dimensões. A experiência dentro e fora do
ambiente escolar mostra a necessidade de transpor barreiras. Assim, podemos
construir uma relação mais harmoniosa entre as comunidades e os ecossiste-
mas lagunares, promovendo a conservação e o uso sustentável dessas áreas
preciosas.
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Equipes de trabalho & autores das seções
Instituições participantes Cardume Socioambiental
Maurício Düppré de Abreu – Coordenador Pesca
Instituto Onda Azul Sustentavel e Qualidade de Vida
André Esteves – Diretor-Executivo Jonathas Rodrigo dos Santos Pinto – Supervisor de
Ricardo Farias – Diretor de Projetos Campo
Edson Gomes – Coordenador Administrativo
Helena Freire – Coordenadora de Comunicação Instituto de Planett
Paula Serrador Versiani – Coordenadora Operacional Dr. Luiz Emerson da Cruz Saldanha – Coordenador
Renato Palhano – Jornalista TBC
Rodrigo Gaiotte – Designer Dra. Alice Braune Guerra – Assistente Técnica TBC
Antônis Carlos Júnior – Analista de Mídias Sociais
Vitória Baldissera – Assistente Administrativo Associação de Pescadores do Bairro de Itapeba
Ana Soares – Assistente Administrativo - APBI
André Luiz Cavalcanti de Oliveira – Coordenador Carlos Henrique Teteco da Silva, Adilson Dil Azevedo
do Desenvolvimento Econômico e Fortalecimento França & Felipe Mataruna Pereira
Comunitário
Paula da Silva Neves - Assistente Técnica Colônia de Pescadores Z-24 - Saquarema
Natielli Randael Veniali - Assistente de Matheus Alves de Souza Neto, Carine Rodrigues de
Educomunicação Souza, Débora Maria da Silva & Werllon Lopes
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Biometria Educação Ambiental
Marcus Rodrigues da Costa – Responsável Rafael de Almeida Tubino & Magda Fernandes de
Técnico Andrade-Tubino – Responsáveis Técnicos
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Este livro é fruto do Projeto Uso Sustentável dos
Sistemas Lagunares – USSL, cujo intuito foi promover o
fortalecimento das comunidades pesqueiras parceiras.
Em formato lúdico, aborda com ilustrações diferentes
dimensões sobre a pesca lagunar, ampliando o olhar
sobre as relações socioambientais estabelecidas. Seu
conteúdo nos ajuda a refletir sobre a importância destes
ecossistemas costeiros para a sociedade e para
as futuras gerações.
Realização Parceria
Colaboradores