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Livro Caminhos Lagunares

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CAMINHOS

LAGUNARES
Ecossistema, pesca e
desenvolvimento sustentável
ORGANIZADORES
Marcus Rodrigues da Costa
Rafael de Almeida Tubino
Maurício Düppré de Abreu
Cassiano Monteiro Neto
ORGANIZ ADORES

Marcus Rodrigues da Costa


Rafael de Almeida Tubino
Maurício Düppré de Abreu
Cassiano Monteiro Neto

USO SUS T EN TÁVEL DOS SIS T EMAS L AGUNARES

CAMINHOS Lagunares
ECOSSISTEMA, PESCA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1ª EDIÇ ÃO

Editora dos Autores


Rio de Janeiro – RJ
2024
USO SUS T EN TÁVEL DOS SIS T EMAS L AGUNARES

CAMINHOS Lagunares
ECOSSISTEMA, PESCA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O Projeto Uso Sustentável dos Sistemas Lagunares tem como


objetivo promover o fortalecimento das comunidades lagunares
parceiras, através de iniciativas sustentáveis de monitoramento
pesqueiro, empoderamento social dos pescadores, desenvolvimen-
to econômico e turismo de base comunitária. O projeto é gerido pelo
Instituto Onda Azul em parceria com a Petrobras, com a participação
das universidades federais Fluminense e Rural do Rio de Janeiro e
entidades como a Cardume Socioambiental, Planett, Associação dos
Pescadores Artesanais da Praia da Baleia, Colônias de Pescadores
Z4 e Z24, e a Associação de Pescadores do Bairro de Itapeba.

RealizaçãoRealização
Realização ParceriaParceria
Parceria

Realização Parceria

Colaboradores
Colaboradores

Colaboradores
Colaboradores
AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer aos pescadores, pescadoras e trabalha-


dores da pesca das comunidades da Amendoeira, Marine, Itapeba,
Araçatiba, Mombaça, Praia da Baleia e Praia da Siqueira pela
disponibilidade em todos os momentos dessa trajetória, compar-
tilhando seu tempo, suas histórias e conhecimento com a nossa
equipe. Somos muito gratos, mais uma vez, pela confiança e espe-
ramos que nosso trabalho possa trazer contribuições significativas
para as comunidades e para a sustentabilidade da pesca lagunar.

Queremos expressar nossa profunda gratidão a Dil, Seu Lino (em


memória), Wagner, Márcio, Júnior, Mamaco, José Carlos, Ivan,
Simone e Carlos 77 da Amendoeira, Simone e Edson do
Marine, Teteco, Ramos, Zezé e Felipe de Itapeba, e Samuel,
Mauricio, Eduardo e Jorge do Cantinho dos Pescadores,
Leonardo e Melry, Rafael e Alessandra, Esquilo e Sabrina
e João e Rafaely do Cantinho do Amigos, Débora, Werllon,
Amarildo, Cristiano, Silmara, João Piau Gomes, Olenil, Enoque,
Pedro, Diretor Uelton e demais parceiros da Mombaça, Glaucia,
Reginaldo (tio Reis), Martinha, Paulo Cesar (Azeredo), Ronaldinho,
Tetel, Márcio, Renato Nato, Romilton Urso, Claudio Paraíba,
Samuel, Morziane e toda comunidade da Praia da Baleia, Cacade,
Naldo, Alexandre, seu Eli, Elen, Marquinhos, seu Orlando,
Alexandre, Panço, Leonardo, Genaro, Lelei, Roberto e Angeline da
Praia da Siqueira. Essas pessoas de grande coração sempre nos
receberam de braços abertos, estabelecendo laços de amizade
que desejamos manter e cultivar para além do nosso trabalho!

Aos nossos mobilizadores, Ellen Cardoso, Luís Fernando dos


Santos, Nailza Lopes, Silvane Fernandes, Vinícius Netto. À assis-
tente pedagógica, Dayanne Lima. Aos nossos queridos monitores
de campo, pescadores e familizares todos devidamente citados em
suas respectivas comunidades.
Agradecemos aos nossos parceiros locais, Associação de Pescadores
do Bairro de Itapeba, Colônia de Pescadores Z-24 - Saquarema,
Associação de Pescadores Artesanais da Praia da Baleia -
ASPAPRAB, Colônia de Pescadores Z-4 – Cabo Frio, pelo apoio na
realização do projeto desde a sua construção. À Mariana Botelho,
Beatriz C. de Freitas, Túlio B. Arantes, Victor Carvalho e demais
parceiros da FIPERJ / PMAP. À Profª Elisabete Barbarino (UFF), à
Maria Paula Almeida e Matheus de Lima Monteiro do Ministério da
Pesca. Às Secretarias Municipais de Pesca de Maricá, Saquarema,
São Pedro da Aldeia e cabo Frio.

Gostaríamos de agradecer e reconhecer o apoio e a colaboração


dos professores Elane de Carvalho do Instituto Federal Fluminense
(IFF) - Campus Avançado Maricá, Luiz Carlos de Andrade e Luiz
Teixeira da Escola Técnica Estadual Helber Vignoli Muniz (FAETEC
Bacaxá) de Saquarema, Edson Fonseca e Catarina Giacoia da Costa
do Colégio Estadual Oscar de Macedo Soares, em Saquarema,
Felipe Ferreira, Ana Lucia Bianchi e Sara Brito do Colégio Estadual
Praia do Siqueira, em Cabo Frio. Agradecemos às equipes de pro-
fessores e alunos por receberem nossas ações com entusiasmo e
proporcionarem um ambiente de aprendizado enriquecedor.

Ao Departamento de Biologia Marinha e ao Programa de Pós-


graduação em Biologia Marinha e Ambientes Costeiros do
Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense, nosso
agradecimento pelo apoio institucional e disponibilização da sua
estrutura e instalações. À Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro (UFRRJ), representada pelo Departamento de Biologia
Animal e pelo Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal,
agradecemos a colaboração institucional e a provisão de recursos
físicos que foram fundamentais para o êxito do projeto. À Cardume
Comunicação, Juliana Nunes e Flávia Moreira pelo suporte e pla-
nejamento inicial do projeto. A Dona Nena e Malu pelos cartões
usados em todos os fóruns.

Gostaríamos de agradecer imensamente a parceria com o


Geoparque Costões e Lagunas liderado pela Katia Mansur que
compartilhou conosco um enorme saber das questões da região
dos lagos e o geoturismo. A parceria com o projeto Pescando
Tradições Compartilhando Saberes no desenvolvimento do
TBC na região, um grande abraço na Milena, Chico Pescador
e Xandy pelo apoio nesse período. Ao pessoal da Rede Trilhas,
na pessoa da Paula Rascão, que marcou presença desde o iní-
cio do projeto trazendo possibilidades para os municípios.

À Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Cabo Frio, em especial


à Karen, Luane, Mariana e Paula que pela participação nas ações
e disponibilidade para tratar das demandas da Praia da Siqueira,
em especial do Festival do Camarão. À Secretaria de Turismo de
São Pedro da Aldeia, nas pessoas da Katia e Cláudia por todo
o apoio nas ativividades da Praia da Baleia junto à comunida-
de local. À Secretaria de Educação de Saquarema, na pessoa da
Glaucia com o contínuo apoio às necessidades da região, consi-
derando a demanda de eventos e atividades locais da população.
E à Secretaria de Economia Solidária da cidade de Maricá, em
especial para Fernando, Vinícius e Andreia pelo supor-
te e disponiblidade em somar junto das ações do projeto USSL.

Ao Programa Petrobras Socioambiental pela parceria e confiança


de que nossas ações têm um grande potencial de mudança, contri-
buindo para melhorias na qualidade de vida e sustentabilidade nas
comunidades pesqueiras lagunares.

A todos que nos ajudaram de forma direta ou indireta,


nosso muito obrigado!
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 11
ATIVIDADES REALIZADAS 15

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 16


PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO
ASSISTIDO DA ATIVIDADE PESQUEIRA LAGUNAR 16
BIOMETRIA 18
QUALIDADE DE VIDA 22
FÓRUNS DE AUTOGESTÃO 24
MODELOS ECOTRÓFICOS 26
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 28
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 30
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 30
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO 32
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO 32

RESULTADOS 35

SISTEMA LAGUNAR MARICÁ-GUARAPINA 36

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 38


PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO PESQUEIRO ASSISTIDO 38
Amendoeira-Itapeba
MARICÁ-GUARAPINA

BIOMETRIA 40
QUALIDADE DE VIDA 42
FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 44
MODELOS ECOTRÓFICOS 46
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 48
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 50
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 50
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA LOCAL 52

SISTEMA LAGUNAR SAQUAREMA 54

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 56


PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO PESQUEIRO ASSISTIDO 56
BIOMETRIA 58
saquarema

QUALIDADE DE VIDA 60
mombaça

FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 62


MODELOS ECOTRÓFICOS 64
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 66
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 68
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 68
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA LOCAL 70
SISTEMA LAGUNAR ARARUAMA 72

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 74


PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO PESQUEIRO ASSISTIDO 74
BIOMETRIA 76
ARARUAMA

QUALIDADE DE VIDA 78
BALEIA

FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 80


MODELOS ECOTRÓFICOS 82
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 84
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 86
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 86
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA CULTURA 88

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 90
PROGRAMA DE AUTOMONITORAMENTO PESQUEIRO ASSISTIDO 90
PRAIA DE SIQUEIRA

BIOMETRIA 92
ARARUAMA

QUALIDADE DE VIDA 94
FÓRUM DA PESCA LAGUNAR 96
MODELOS ECOTRÓFICOS 98
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 100
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA 102
CAPACITAÇÕES E MENTORIAS 102
EVENTOS DE FOMENTO À CULINÁRIA CULTURA 104

RESULTADOS TRANSVERSAIS 106

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO 106


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO 106
EMPREENDEDORISMO 107
BENEFICIAMENTO E REAPROVEITAMENTO DO PESCADO 108
CULINÁRIA LOCAL 109
OFICINAS DE EMPODERAMENTO FEMININO 110
REDE DE MULHERES LAGUNARES 112
EDUCOMUNICAÇÃONA PESCA ARTESANAL 113
EVENTOS REALIZADOS 114

RECOMENDAÇÕES 116
EQUIPES DE TRABALHO & AUTORES DAS SEÇÕES 119
10
APRESENTAÇÃO

Quem segue em direção às praias do Rio de Janeiro, em especial


da costa leste fluminense, tem sempre uma surpresa, um encanto,
ao se deparar com verdadeiros mares interiores que são as lagu-
nas. Paisagens ricas em beleza cênica e biodiversidade encantam
qualquer passante. Uma pequena embarcação singra as águas
levando os pescadores para a sua lida. Assim segue a vida nas la-
goas costeiras.

Os ambientes lagunares do Estado do Rio de Janeiro tem sido alvo


de interesse e pesquisas das Universidades há bastante tempo. A
Universidade Federal Fluminense tem se debruçado sobre esses
ambientes desde a década de 1980. Em 2019, os laboratórios ECO-
PESCA/UFF e BioPesca/UFRRJ, em ação conjunta com a Cardume
Socioambiental & Comunicação e outras universidades, através do
projeto Sistemas Lagunares do Leste Fluminense - SLLF, explora-
ram os destinos da pesca e da sustentabilidade, olhando o passado,
diagnosticando o presente e visualizando o futuro para estes am-
bientes. Os resultados dessa empreitada estão consolidados em um
livro que constitui um retrato atual de quatro importantes sistemas
lagunares: Piratininga-Itaipu, Maricá-Guarapina, Lagoa de Saquare-
ma e Lagoa de Araruama.

bit.ly/sllf2021livro
Escaneie o QR Code ou
digite este link curto
para acessar o livro!
11
Em 2021, o Edital do Programa Petrobras Socioambiental abriu
uma oportunidade para a continuidade e aprofundamento do co-
nhecimento gerado pelos pesquisadores, promovendo impactos
positivos para a conservação ambiental e sustentabilidade das co-
munidades pesqueiras lagunares.

A parceria com o Instituto Onda Azul


levou a elaboração de uma proposta,
estabelecida sobre as bases sólidas do
conhecimento e articulação do grupo
de pesquisadores das Universidades e
da Cardume. Assim surge o projeto Uso
Sustentável dos Sistemas Lagunares –
USSL, que, partindo do conhecimento
basilar da pesca e do ambiente lagunar
proporcionado pelo núcleo seminal da
proposta, agregou, através da articula-
ção do IOA, duas novas frentes também
transformadoras: o turismo de base co-
munitária, coordenado pela Planett e
ações de desenvolvimento econômico
coordenadas pelo próprio Instituto.

Lagoas costeiras são ambientes desafiadores pelo seu tamanho e


diversidade, não só de ecossistemas e espécies, mas também de
comunidades pesqueiras. Para lidar com esses desafios, o projeto
USSL buscou comunidades locais parceiras, cujo engajamento com
o núcleo seminal do projeto era de confiança, propondo um projeto
passível de expansão e replicação em outras localidades. Foi assim
que se estabeleceu essa relação tão importante com as comuni-
dades da Amendoeira e Itapeba, na Lagoa de Maricá (Associação
de Pescadores do Bairro de Itapeba - APBI), com a comunidade da
Mombaça, na Lagoa de Saquarema (Colônia de Pescadores Z-24)
e as comunidades da Praia da Baleia (ASPABRAB) e da Praia do
Siqueira (Colônia de Pescadores Z-4), na Lagoa de Araruama.

12
Todo o conhecimento gera-
do por este projeto é uma
ferramenta que ultrapassa a
simples relação entre as la-
goas costeiras e a atividade
pesqueira. O livro, voltado para
a própria comunidade lagunar,
explora de maneira simplifi-
cada com textos, imagens e
ilustrações, a pesca sustentá-
vel e a qualidade de vida dos
pescadores e seus familiares,
nas suas múltiplas dimensões.

Avançamos para as ações e possibilidades que se expandem atra-


vés do turismo de base comunitária, criando roteiros, oportunidades
e capacitando guias locais. Socializar o conhecimento faz parte do
programa de atualização de professores na rede pública sobre os
ecossistemas lagunares. Ações de capacitação, empoderamento e
cidadania, abrem novas portas para a sustentabilidade econômica e
social das comunidades pesqueiras. Todo este saber foi consolidado
através de ações de validação e devolutivas junto as comunidades
pesqueiras nos Fóruns de Autogestão da Pesca Lagunar. As ações
de educação ambiental, exposições e eventos da Tenda dos Saberes
Lagunares promoveram a difusão do conhecimento científico junto
a sociedade. Assim, nós do projeto USSL convidamos o leitor a
adentrar no universo das lagoas costeiras fluminenses.

Boa leitura!

13
ATIVIDADES
REALIZADAS
Pesca sustentável
e qualidade de vida

Turismo de base comunitária

Desenvolvimento econômico
e fortalecimento comunitário
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

Programa de
Automonitoramento
Assistido da Atividade
Pesqueira Lagunar

Esta atividade realizou o levantamento assistido de informações


da atividade pesqueira de modo a gerar informações que busquem
o fortalecimento da pesca lagunar, dando visibilidade à atividade
pesqueira artesanal lagunar, já que estas não tem feito parte da es-
tatística pesqueira oficial.

Nós existimos
e vivemos da
pesca lagunar!

16
Como fazemos? É realizado pe­los próprios pescadores, neste caso,
por ser assistido, foi destacado uma pessoa da comunidade pela
entidade parceira local (colônia ou associação de pesca) para ser o
monitor que sob a supervisão dos pesquisadores do projeto USSL
coletam diariamente dados da produção pesqueira local.

Estes dados são organiza­dos e a­na­­­­­­


lisados pelos pesqui­sado­res, que os
apre­sentam regularmente na co­mu­
nidade para validar as info­­mações
antes de divulgá-las.

17
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

BIOMETRIA

A IMPORTÂNCIA DO TAMANHO
DOS PEIXES E CRUSTÁCEOS

Existem diversas formas de medir pei-


xes e crustáceos. Essas medidas são
essenciais na ciência pesqueira, for-
necendo informações cruciais sobre o
crescimento, reprodução e saúde dos
estoques pesqueiros.

O conhecimento dessas medidas é vital


para o manejo sustentável dos recur-
sos pesqueiros, permitindo a definição
de tamanhos mínimos de captura e a
conservação de habitats críticos para
garantir o fornecimento contínuo de
alimentos e subsistência para as comu-
nidades dependentes da pesca.

18
A RELAÇÃO PESO
X COMPRIMENTO

A relação peso/comprimento em
biologia de peixes, determinada por
uma equação matemática, é crucial
para estimar variáveis e avaliar o
estado fisiológico e comportamen-
tal das populações.

Além de permitir estimativas de biomassas e condições individuais,


reflete as condições ambientais e alimentares, bem como variações
sazonais. Essa relação possibilita comparações entre diferentes po-
pulações, considerando suas condições específicas de ambiente,
clima e densidade.

19
Todos os estudos envolvendo aspectos da pesca artesanal são im-
portantes do ponto de vista da manutenção deste serviço secular
que vem gerando renda, emprego e oferta de alimentos de quali-
dade para a população.

Quando os pesquisadores decidem juntos com os pescadores


estratégias para melhorar o setor, temos como resultados uma
avaliação criteriosa desta atividade.

20
Com os dados de tamanho e algumas
características da pesca lagunar descobri-
mos coisas interessantes, como quais são
as espécies mais capturadas, qual o tama-
nho de malha usado para essas capturas,
além de verificar a condição destas popu-
lações exploradas pela pesca de pequena
escala.

Malhas permitidas e utilizadas


na pesca lagunar

21
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

QUALIDADE DE VIDA

Compreender o perfil socioeconômico e a qualidade de vida das


comunidades pesqueiras lagunares possibilita revelar como os
indivíduos vivem em termos econômicos, suas relações sociais, a
percepção do vínculo com o ecossistema, bem como seus valores
e crenças.

Reconhecer estes valores é uma forma


de respeitar a cultura pesqueira local,
cujo modo de vida deve ser considerado
na construção de políticas públicas
mais eficazes.

22
Como fazemos:
Utilizamos questionários semies-
truturados em entrevistas mensais
com pescadores, pescadoras e mo-
radores locais en­volvidos na cadeia
produtiva da atividade pesqueira
das comunidades alvo do projeto.

Ao dar voz aos pescadores e pes-


cadoras das comunidades, foram
evi­denciadas as suas mazelas, as
in­tem­péries sazonais como as chu-
vas e o vento que pre­ judicam a
pesca, as noites mal dormidas, os
períodos de pesca fraca causando
instabilidade financeira e emocio-
nal, assim como o cansaço da rotina
pesada da faina pesqueira.

A partir dessas informações, realizamos os encontros sobre saúde


e qualidade de vida, onde apresentamos algumas alternativas para
amenizar esse sofrimento físico e psíquico, dentre elas, técnicas de
automassagem, respiração e relaxamento guiado. Apresentando
essas dinâmicas, buscamos reduzir uso de fármacos, aproveitar a
utilização de produtos naturais e, com isso, melhorar o bem estar
das pessoas.

23
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

FÓRUNS DE AUTOGESTÃO

Os Fóruns foram encontros


abertos à comunidade pes-
queira local, realizados ao
lon­go do projeto que visaram
for­malizar a troca de saberes
entre o conhecimento tradicio-
nal e o cientifico.

Os encontros garantiram a de-


volução dos dados levantados, a
validação dos resultados alcan-
çados e a análise coletiva dos
mesmos.

24
O intuito foi estabelecer um espaço de identificação de problemas,
demandas e o surgimento de propostas ou adoção de boas práticas
que contribuam para o desenvolvimento da pesca lagunar em bases
sustentáveis.

Fortalecer a organização
Atestar a importância social dos pescadores Dar visibilidade
social e econômica da e pescadoras! à pesca lagunar
pesca lagunar! profissional!

Dar credibilidade aos


Empoderar os pesca- pescadores na reivindicação Validar e devolver
dores lagunares! dos seus direitos!
os resultados!

Promover a troca de saberes entre


pescadores, pescadoras, gestores
públicos, técnicos e pesquisadores!

25
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

MODELOS ECOTRÓFICOS

Os modelos ecotróficos que repre-


sentam a estrutura e organização
das teias alimentares das lagunas de
Maricá, Saquarema e Araruama foram
construídos com base em dados de
biomassa, parâmetros de história de
vida e hábito alimentar das espécies
que ocorrem nas lagunas produzidos
pelos pesquisadores.

Fitoplâncton Macrófitas Detritus

Exemplo de uma teia trófica lagunar indicando as interações alimentares entre os diferen-
tes componentes distribuídos nos seus respectivos níveis tróficos.
* Organismos que se alimentam diretamente dos produtores.

26
A pesca lagunar foi consi-
derada nos modelos a par-
tir da inclusão de dados do
Programa de Automonitora-
mento Assistido.

Todas as informações foram in-


tegradas com auxílio do progra-
ma Ecopath with Ecosim que
gerou resultados interpretativos
para diferentes aspectos, per-
mitindo a simulação de cenários
futuros de interesse.

27
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

COMPARTILHANDO O
CONHECIMENTO LAGUNAR

A Educação Ambiental é essencial para conscientização e engaja-


mento de cidadãos na preservação do meio ambiente. A equipe de
Educação Ambiental trabalhou na disseminação do conhecimento
sobre a biodiversidade e sustentabilidade dos ecossistemas laguna-
res através do programa Pró-docente, voltado para professores de
escolas públicas próximas às lagoas, das Oficinas da Teia Lagunar,
para estudantes, e da Tenda dos Saberes Lagunares, aberta ao pú-
blico em geral.

O Programa Pró-docente capacitou professores em ecologia e sus-


tentabilidade dos ambientes lagunares. Foram abordados temas
como sustentabilidade, Agenda 2030, Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável, importância dos sistemas lagunares, diversidade de ha-
bitats e espécies, pesca lagunar, qualidade de vida dos pescadores
e conservação.

28
As Oficinas da Teia Lagunar adotaram uma metodologia interati-
va e prática para engajar os estudantes no estudo dos ecossistemas
lagunares. Os alunos, organizados em grupos, criaram paisagens
das lagunas, listando e discutindo os organismos típicos desses am-
bientes. Depois, usando linhas e agulhas ligaram os organismos,
construindo uma teia alimentar visível. Ao final, foi elaborada uma
teia alimentar consensual da turma, destacando a interconexão entre
as espécies.

As Tendas dos Saberes Lagunares foram montadas em locais


públicos para promover a conscientização ambiental. Houve intera-
ção direta do público com a biodiversidade das lagunas, por meio
de quebra-cabeças de espécies locais e observação de espécimes
preservados. As lupas permitiam a exploração da diversidade micros-
cópica, como organismos planctônicos, otólitos e escamas de peixes.
Cartazes destacaram a importância ecológica e socioeconômica dos
sistemas lagunares. Essa experiência imersiva visou difundir o co-
nhecimento e valorizar os serviços ecossistêmicos, especialmente a
pesca artesanal, enfatizando a necessidade de conservação e uso
sustentável desses sistemas.

29
TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

TURISMO DE BASE
COMUNITÁRIA

O Turismo de Base Comunitária


(TBC) é uma abordagem de desen-
volvimento de médio e longo prazo
centrada no protagonismo de co-
munidades tradicionais, na gestão e
aproveitamento sustentável dos re-
cursos turísticos.

Utilizando o turismo científico como principal ferra-


menta, o projeto visa criar narrativas, como roteiros
e vivências turísticas que integrem elementos de
interpretação lagunar, investigação científica e ex-
ploração da natureza.

30
As atividades executadas pela equipe de turismólogos do Planett
incluem o diagnóstico do local, oficinas de sensibilização, mentorias
para desenvolvimento de roteiros e vivências, apoio a eventos gas-
tronômicos locais e cursos de condutores de turismo.

Essas iniciativas não apenas pro-


movem a participação e decisão
das comunidades locais, mas tam-
bém fomentam a articulação com
atores externos, como o poder pú-
blico, a academia e a sociedade
civil, para um turismo sustentável
e organizado; focado no empode-
ramento comunitário.

31
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

Desenvolvimento econômico e
fortalecimento comunitário

A pesca na Região dos Lagos é tanto


uma fonte de renda quanto um elemento
cultural importante, enraizado nas comu-
nidades costeiras e marítimas.

Um dos objetivos do projeto Uso Sustentável dos Sistemas


Lagunares foi proteger este legado, bastante ameaçado pelo de-
senvolvimento urbano desordenado e a degradação ambiental.

32
O desenvolvimento econômico e fortalecimento comunitártio
buscou promover alternativas sustentáveis para as comunidades
pesqueiras, pre­servando ao mesmo tempo seus conhecimentos
tradicionais e o meio ambiente local.

Os resultados das atividades de Desenvolvimento Econômico e


Fortalecimento Comunitário serão apresentados uma única vez,
após os resultados das outras atividades em cada sistema lagu-
nar, pois suas ações foram transversais e replicadas em todas as
lagoas/comunidades parceiras do projeto.

33
34
RESULTADOS
Pesca sustentável
e qualidade de vida

Turismo de base comunitária

Desenvolvimento econômico
e fortalecimento comunitário

35
RESULTADOS

SISTEMA LAGUNAR

MARICÁ-
GUARAPINA
Comunidades de Amendoeira a Itapeba

36
MARICÁ BARRA GUARAPINA
PADRE

O sistema lagunar e o seu entorno tem sofrido alterações impor-


tantes nos últimos 20 anos, afetendo direta e indiretamente as
comunidades pesqueiras que vivem destas lagoas.

Uso e cobertura do solo (Km²) 2000 2020 Situação

Formação florestal 95,8 103,2

Pastagem 71,5 50,7

Espelho d’água 34,4 34,4

Área urbanizada 21,9 44,1

As setas indicam aumento ou diminuição ou sem alteração (=). Fonte: MapBiomas.

As mudanças nos sistemas lagunares têm afetado as comunida-


des pesqueiras, trazendo desafios que se relacionam diretamente
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

37
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

Programa de Em 2023 estas comunidades


Automonitoramento Itapeba capturaram 68 toneladas
Pesqueiro Assistido de pescado lagunar!

Marine
Cantinho
do pescador
77 pescadores ativos Pq Nanci
identificados, sendo 3
mulheres pescadoras
Amendoeira 73% das pescarias
foram com rede de mijuada
42 embarcações

97% vendido
97% de pescado capturado como filé
foram tilápias

99% do pescado
desembarcado foi vendido

Em 2023 a receita total dos pescadores


lagunares locais foi de R$667mil, apenas 95% vendido diretamente
do valor alcançado na 1ª venda! ao consumidor final

38 39
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

biometria

Na lagoa de Maricá, foram registradas as espécies que participaram


com 94,4% das descargas realizadas nos portos monitorados. Com
relação ao tamanho das malhas utilizadas nas capturas, todas es-
tavam em conformidade com a legislação local.

Espécies Tamanhos (cm) Malhas utilizadas

94,4% das pescarias Min. Max. Médio Min. Max.

Tilápia 14,6 37,5 26,0 30 60

Tainha 22,5 56,5 38,5 35 55

Acará 11,2 24,7 19,9 30 55

Robalos 26,1 62,7 34,8 35 55

Corvina 34,8 55,0 44,9 50 50

40
Também foram gerados modelos de avaliações das populações
pescadas para os dois principais recursos capturados neste sistema.
A ideia central foi estimar o potencial reprodutivo da população re-
manescente, considerando que a capacidade de uma população de
se regenerar depende de quantos indivíduos maduros ainda estão
presentes. Logo, os modelos estimam a diferença entre a composi-
ção de comprimentos esperada numa situação virginal (modelado)
e a observada nas capturas (amostrado).

TILÁPIA TAINHA

Estrutura de Tamanho: Amostra Modelado


MODELOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES COM BASE NA ESTRUTURA EM TAMANHO

A fração do potencial de desova estimado para tilápia foi de 96%,


ou seja, a mortalidade por pesca de anos anteriores resultou na
perda de 4% do potencial reprodutivo da população. Já para tainha
a fração do potencial de desova estimado foi de 36% indicando que
a pesca resultou numa perda de 64% do potencial reprodutivo da
espécie, ou seja, com uma exploração considerada moderada pró-
ximo do limite de sustentabilidade que é de 40%.

41
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

qualidade de vida

PESCA, COMUNIDADE E DESAFIOS


FUTUROS NA LAGOA DE MARICÁ
Tilápia, tainha, e ocasionalmente um robalo, são descarregados
pelos pescadores todas as manhãs na Amendoeira e Itapeba. Em
frente ao Bar do Dil e Teteco’s bar, homens e mulheres trabalham
juntos na filetagem e venda do pescado.

A jornada de trabalho é longa, cerca de nove horas por dia, seis


dias por semana. O consumo de pescado é frequente. Famílias e
amigos se encontram na orla, nos bares e no Vira Verão para o
lazer.

42
As condições de moradia são satisfatórias com acesso aos serviços
essenciais. A maioria dos pescadores entrevistados são casados,
com filhos, mas poucos optam pela profissão dos pais.

MARICÁ
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro AMBIENTAL FÍSICO
domínios avaliados

Bom

Regular SOCIAL
PSICOLÓGICO

Durante o encontro de saúde e


qualidade 25 pescadores, pesca-
doras e familiares experimentaram
técnicas de respiração, automas-
sagem e meditação guiada.

Ouça a meditação guiada


apontando a câmera do
seu celular para o QR code.

43
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA Demanda: implementação de um es-
paço adequado para filetagem, para
estocagem do pescado, para a asso-
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA ciação, além da continuidade do auto-

FÓRUM da pesca lagunar


monitoramento asistido da pesca.

Jun/24
Entrega do Boletim
Desde Set/23 ocorreu uma diminui- da Pesca Lagunar
ção no nº de pescadores, pescarias e
consequentemente da produção. As
causas foram a proliferação exces-
siva de uma planta aquática (Najas
marina) e a migração de alguns
pescadores para outras atividades
econômicas e/ou para pescar em Desrespeito à legislação
outras lagoas. (Portaria Interministerial
nº48/ 2018, como o uso
de motor à noite.
Set/23
2º Fórum em Itapeba (30)
e Amendoeira (27)
Dificuldade em se
obter a carteira de
Abr/24 pescador (RGP).
3º Fórum

Após os períodos de chuva, fica


muito difícil pescar, pois a lagoa fica
muito suja, aumenta a proliferação
de plantas e aumenta o risco de
perda e dano do material de pesca

Abr/23
Set/22 Nov/22 1º Fórum
Mobilização Comunitária e Início do Automonitoramento
Capacitação do Monitor de Campo Pesqueiro Assistido

44 45
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

MODELOS ECOTRÓFICOS

A teia trófica da Lagoa de Maricá, formada por 29 compartimentos


conectados pelas suas relações alimentares apresenta um nível tró-
fico médio de 2,6. A maioria dos grupos funcionais estão dispostos
entre níveis intermediários e os níveis mais altos são ocupados por

Teia alimentar da Lagoa de Maricá

A largura e a intensidade da cor das linhas são proporcionais ao fluxo de energia.

predadores de topo como as aves e os robalos. O fitoplâncton e as


macrófitas são os produtores primários, que juntamente com os de-
tritos, correspondem às principais fontes de energia para o sistema.

46
As pescarias praticadas no interior
da lagoa atuam em níveis tróficos
variados, mas as principais espé-
cies, como a tainha e a tilápia, estão
em níveis tróficos baixos. Apesar
da importância da tilápia para a
pesca local, o modelo indica que o
aumento da sua abundância pode
provocar a diminuição de espécies
nativas como o acará e o bagre.

Os atributos do ecossistema sugerem que a lagoa está em um está-


gio intermediário de desenvolvimento e que não é capaz de reciclar
toda a matéria orgânica que recebe. O aumento da carga orgânica,
proveniente principalmente de esgoto doméstico pode reduzir o oxi-
gênio e impactar a maioria das espécies de peixes, levando a eventos
de mortalidade, reduzindo a pesca e a qualidade da água.

Relações tróficas entre


predadores e presas

47
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA


E os estudantes, João? Como
EDUCAÇÃO AMBIENTAL nós entramos nessa história?

Vocês entraram nas Oficinas da Teia Lagunar!


Foi uma oportunidade para ampliar o conheci-
Oi, pessoal! Hoje vou contar uma histó- mento sobre o ambiente lagunar, reconhecendo
ria sobre como a nossa comunidade se suas características e importância. Parece que
uniu para cuidar das nossas lagoas e do eram dinâmicas divertidas com materiais para-
meio ambiente. Vamos lá! didáticos, lá no IFF também!

Olá, João! Estou curiosa


para saber mais. Como Bem, Maria, tudo começou com o E o Programa Conhecendo a Lagoa?
tudo começou? Projeto USSL e o Eixo Pesca Sus­
tentável e Qualidade de Vida.
Eles valorizaram a biodiversidade
e os serviços ambientais das la- Ah, esse foi especial! A Tenda dos Saberes Lagunares foi
goas de Maricá. Além do Fórum de montada durante a Feira do Arrastão dos Pescadores, lá
Autogestão foram criados três pro- na Amendoeiras, e na Semana de Meio Ambiente do IFF.
gramas para envolver a comunidade. Os professores da UFRRJ, da UFF e da Car­dume apresen-
taram a biodiversidade local, as características das lagoas
e como a pesca artesanal é importante para todos nós.
Que programas
foram esses?
Incrível! E quantas pessoas participaram?

O primeiro foi o Pró-Docente, voltado


para professores das escolas públicas
locais. Aconteceu lá no IFF, o Instituto Participaram mais de 80 pessoas, Pedro!
Federal Fluminense. Os 15 professores Foi uma experiência que nos aproximou
que participaram aprenderam sobre os ainda mais do nosso ambiente lagunar. E
ecossistemas lagunares e como ensinar assim, cuidamos das nossas lagoas, for-
seus alunos de forma consciente. mando cidadãos conscientes e ativos na
gestão do meio ambiente.
Sim! Eu e meus co-
legas participamos!

48 49
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

Capacitações e mentorias

Maricá, no Rio de Janeiro, oferece


turismo diversificado, destacan-
do-se por sua natureza costeira,
lagunar e montanhosa, além de seu
patrimônio histórico. O sistema la-
gunar Maricá-Guarapina é central
nesta oferta.

Vista panorâmica
da Pedra de Inoã.

Experiências observa­ das em


A­­men­­­­­­­­­­do­­eiras enfatizam o tu­­­­
rismo de ba­­ se comunitária,
com atividades como a orga­­
nização de feiras locais e ca­­­­
pa­ ci­
tação de condutores de
tu­rismo, che­­­­­­­gando a cri­ação de
um coletivo local, denominado
União Turística de Maricá.

50
Essas iniciativas visam não ape-
nas integrar a comunidade, mas
ampliar o senso de pertencimen-
to com sua cultura e natureza ao
redor a partir do desenvolvimento
turístico sustentável.

Pontos de interesse tratam da


história geológica da lagoa, com
sua relação entre serra e res-
tinga, da história do município
iniciada nos arredores da Igreja
de São José e da relação dos
pescadores com a própria lagoa,
representada pela Pedra de São
Pedro.
Pedra de São Pedro.

51
MARICÁ-GUARAPINA | AMENDOEIRA-ITAPEBA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

EVENTOs DE FOMENTO
À CULINÁRIA LOCAL

O processo de sensibilização turística com


aproximação à comunidade local, especial-
mente o grupo Arrastão dos Pescadores
das Amendoeiras, foi essencial para o
desenvolvimento dos passos que se suce-
deram. Identificando a falta de eventos na
região, surgiu a ideia de uma feira gastronô-
mica experimental.

Feirantes.

Apoiada pelo USSL, a primeira edição


em dezembro de 2023 foi um suces-
so, contando com mentoria, apoio
financeiro e divulgação. Parcerias lo-
cais foram essenciais, fornecendo
infraestrutura e tendas voltadas para
ações de conscientização ambiental e
conhecimento científico lagunar.

52
As barracas tiveram uma alta diversidade de produtos, de pescados
a equipamentos de pesca até artesanatos e gastronomia acompa-
nhadas de atrações culturais e musicais.

O evento teve repercussão positiva, levando à criação de uma


agenda anual. Após reuniões comunitárias, a feira será realizada
mensalmente a partir de maio de 2024, consolidando-se como uma
tradição local de fomento à culinária e cultura.

53
RESULTADOS

SISTEMA LAGUNAR

SAQUAREMA
Comunidade da Mombaça

54
MOMBAÇA JARDIM LAGOA DE FORA
BOQUEIRÃO

Nos últimos 20 anos, as lagoas de Saquarema e o seu entorno


tem sofrido alterações importantes, afetendo direta e indireta-
mente as comunidades pesqueiras que dependem dessa águas.

Uso e cobertura do solo (Km²) 2000 2020 Situação

Formação florestal 70,4 73,4

Pastagem 81,7 71,5

Espelho d’água 28,6 36,4

Área urbanizada 15,9 23,2

As setas indicam aumento ou diminuição ou sem alteração (=). Fonte: MapBiomas.

As mudanças nos sistemas lagunares têm afetado as comunida-


des pesqueiras, trazendo desafios que se relacionam diretamente
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

55
SAQUAREMA | MOMBAÇA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

PROGRAMA DE 1826 pescarias


99,5%

AUTOMONITORAMENTO 36 pescadores
ativos
enumeradas em 2023.

PESQUEIRO ASSISTIDO identificados, PESCADORES


VENDA
ATRAVESSADOR

sendo 3 mulheres 26 embarcações


pescadoras.

7% das pescarias foram Porto da Endaca


com rede de tróia

Porto da
39% do Mombaça Porto
Patorá
volume de
pescado
capturado
Comunidade
foram siris 24% do volume de da Mombaça
pescado capturado
foram tilápias
Porto
43% das pescarias do Maro
foram com puçá

Toca do Peixe

45% das pescarias foram 6% robalos


com rede de lance 16% tainhas

14% corvinas
Em 2023 esta comunidade
Em 2023 a receita total dos
capturou 102 toneladas de pescadores lagunares foi de
pescado lagunar! R$818mil gerados apenas
56 pelo preço de 1ª venda! 57
SAQUAREMA | MOMBAÇA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

BIOMETRIA

Entre os principais resultados observados para a lagoa de


Saquarema registramos as espécies que participaram com 89,5%
das descargas realizadas nos portos monitorados. Outro fator re-
levante é o tamanho das malhas utilizadas nas capturas, todas em
conformidade com a legislação local.

Espécies Tamanhos (cm) Malhas utilizadas

89,5% das pescarias Min. Max. Médio Min. Max.

Tainha 28,7 45,0 35,1 35 40

Corvina 22,2 57,0 33,2 35 50

Bagre 23,5 31,0 26,8 35 40

Tilápia 20,0 34,0 27,4 35 50

Carapeba 18,5 37,0 24,9 35 45

Siris 3,2 16,5 10,6 Puça

58
Os modelos de avaliação populacional dos dois principais recursos
mostraram que a tainha apresenta uma fração do potencial de desova
estimado em 39%, ou seja, a pesca em anos anteriores resultou numa
perda de 61% do seu potencial reprodutivo neste sistema.

TAINHA

Estrutura de Tamanho: Amostra Modelado

Já os siris apresentaram uma fração do potencial de desova estima-


do em 98%, ou seja, a pesca de puçá quase não resulta em perda
reprodutivas para a espécie indicando sustentabilidade neste tipo
de pescaria.

SIRI

Estrutura de Tamanho: Amostra Modelado


MODELOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES COM BASE NA ESTRUTURA EM TAMANHO

59
SAQUAREMA | MOMBAÇA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

QUALIDADE DE VIDA

O MANGUE PRODUZ O SIRI, O PEIXE


E TODA A RIQUEZA DA MOMBAÇA.

Na Mombaça, pescadores retor-


nam ao portinho ao entardecer,
trazendo siri e outros peixes para
vender ou consumir.

Com tradição familiar de vá­


rias gerações, a comunidade
man­­tém o mangue como fonte
vital. Os próprios pescadores
plan­­­taram toda a vegetação
do mangue e amen­doeiras.

60
No domínio ambiental, os desafios incluem isolamento geográfico,
mas o apoio comunitário, lazer, exercícios e práticas terapêuticas
ajudam a enfrentar dores e estresses.

MOMBAÇA
Perfil da qualidade de vida AMBIENTAL FÍSICO
considerando os quatro
domínios avaliados

BOM SOCIAL
PSICOLÓGICO

REGULAR

A comunidade da Mombaça é onde o apoio familiar, centrado na


escola municipal, e o respeito ao meio ambiente proporcionam
boa qualidade de vida. As dinâmicas de relaxamento foram com-
partilhadas com as 17 pessoas presentes no encontro de saúde
e qualidade de vida para lidar com as ansiedades e angústias da
atividade pesqueira.

Ouça a meditação guiada apontando a


câmera do seu celular para o QR code.

61
Demanda: implementação de um projeto
SAQUAREMA | MOMBAÇA de armazenamento e espaço comunitário
para ospescadores e pescadoras (criação
de associação de pescadores local)
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA e continuidade do automonitoramento

fórum da pesca lagunar pesqueiro assistido e ampliação para todas


as comunidades da Lagoa da Mombaça.

Jun/24
Preço de primeira Entrega do Boletim
comercialização da Pesca Laguna
muito baixo para
as principais
categorias de
pescado
Fev/24
Protocolo no
Ministério da Pesca Abr/24
das Contribuições da 3º Fórum
comunidade a Portaria
IBAMA 41/1996
Necessidade de maior interação
entre os pescadores da Mombaça
e a secretaria de pesca, visando a
captação de recursos e projetos
Jan/24 que sejam de interesses da
Reunião Apresentação da Minuta comunidade.
Revisão Portaria IBAMA 41/1996

Necessidade de
melhores condições
para beneficiamento
do pescado!

Nov/23
2º Fórum

Abr/23
Nov/22 1º Fórum
Início do Automonitoramento
Pesqueiro Assistido

Set/22
Mobilização Comunitária e
Capacitação Monitora de Campo
62 63
SAQUAREMA | MOMBAÇA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

MODELOS ECOTRÓFICOS

Os 24 compartimentos biológicos, além da pesca, que fazem parte


da teia trófica da Laguna de Saquarema estão distribuídos em quatro
níveis tróficos. As espécies posicionadas nos níveis tróficos mais altos
como os robalos, ubarana, linguados e aves apresentam um hábito
alimentar carnívoro e consomem presas de níveis tróficos inferiores.

Teia trófica da Laguna de Saquarema

De um modo geral, as principais espécies de interesse para a pesca


lagunar estão posicionadas em níveis tróficos intermediários. Assim
como na maioria das outras lagunas, a tilápia, os siris e camarões
figuram entre os compartimentos de menor nível trófico.

64
Apesar disso, espécies de ele-
vado valor comercial e impor-
tância na pesca em volume,
como os robalos, estão po-
sicionadas em níveis tróficos
mais elevados, tipicamente
como predadores de topo de
cadeia alimentar.

Com base na composição e


proporção das espécies cap-
turadas, o nível trófico médio
da atividade pesqueira na
Lagoa de Saquarema é esti-
mado em 2,8.

Organismos fitoplanctônicos e mi-


croalgas, que vivem no fun­ do da
lagoa, são os pro­dutores primários
mais im­portantes para sustentar a
teia trófica. A frequente entrada de
larvas de peixes e crustáceos na la-
goa tam­bém contribui com aportes
sazonais de biomassa e energia no
ecossistema.

65
SAQUAREMA | MOMBAÇA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ei, pessoal! Reuni vocês aqui hoje para


falar sobre algo muito importante: a
Educação Ambiental e como ela está
transformando nossa comunidade de
pescadores em Saquarema.

Educação Ambiental? É simples, Carlos. A Educação


O que é isso, João? Ambiental nos ensina a cui-
dar do nosso meio ambiente, a
entender como nossas atitudes
afetam a natureza e a importân-
cia de preservar nossas lagoas,
mar, rios e espécies.

Mas como isso está acontecendo


aqui em Saquarema?

Bom, Ana, os professores da UFRRJ,


da UFF e da Cardume do Projeto USSL
criaram três programas incríveis para
envolver toda a comunidade pesqueira,
além do Fórum de Autogestão. Vamos
falar sobre eles:

66
Pró-Docente: Esse programa foi voltado
para os professores das escolas públicas.
Eles aprenderam sobre os ecossistemas la-
gunares e como ensinar os alunos de forma
consciente. 11 professores da FAETEC Ba­
caxá participaram.
Oficina da Teia Lagunar: Aqui, os estu-
dantes tiveram a oportunidade de aprender
mais sobre o ambiente lagunar. Dinâmicas,
materiais paradidáticos e muita diversão!
Mais de 80 alunos do Ensino Médio do
Colégio Estadual Oscar de Macedo Soares
estavam nas oficinas.
Conhecendo a Lagoa: Montaram a Tenda
dos Saberes Lagunares em conjunto com o
Programa Bandeira Azul de Saquarema em
algumas ocasiões: durante o Dia da Edu­
cação Ambiental, lá no Centro da cidade; no
Campeonato Mundial de Surf, na praia de
Itaúna; no Seminário da Guarda Ambiental;
na Feira Cultural da Mombaça; e, no Aloha
Spirit. Mais de 500 pessoas par­ticiparam e
conheceram a biodiversidade local e a im­
portância da pesca lagunar.

Incrível! Estamos todos aprendendo


juntos e cuidando do nosso lar, não
é mesmo?

Com certeza, Ana! E essa conscienti-


zação vai fazer toda a diferença para
as futuras gerações.

67
SAQUAREMA | MOMBAÇA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

CAPACITAÇÕES E MENTORIAS

O bairro da Mombaça representa


uma oportunidade para a interiori-
zação de um turismo responsável
em Saquarema, tanto nos aspec-
tos da pesca artesanal lagunar,
quanto pelos aspectos agroeco-
lógicos inerentes a sua ruralidade
– característica única entre as co-
munidades pesqueiras parceiras
no projeto.

68
As atividades relacionadas ao
turismo de base comunitária fo-
ram notabilizadas pelo estágio
inicial deste debate e pelo alto
engajamento de residentes para
o desenvolvimento de roteiros
e vivências relacionadas à gas-
tronomia, artesanato, cultura da
pesca local e experiências pau-­
tadas na fauna, flora e geodiver-
sidade da região.

Entre os pontos de interesse trabalha-


dos, evidenciam-se o Porto da Mombaça,
o restaurante Toca do Peixe, os ranchos
de pesca e as trilhas que margeiam a orla
da Lagoa de Saquarema.

69
SAQUAREMA | MOMBAÇA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

Eventos de fomento
à culinária e cultura

A Feira Cultural da Mombaça


surgiu de uma demanda local e
envolveu um planejamento cui-
dadoso, com a comunidade do
bairro participando ativamente
em todas as etapas.

A organização incluiu definir local,


data e a montagem de barracas,
garantindo a autenticidade e fortale-
cendo a identidade cultural da região.

70
Parcerias locais foram essenciais: o restaurante Toca do Peixe, que
cedeu o espaço; a Prefeitura Municipal, que forneceu estrutura das
barracas; e o projeto USSL, que conduziu o processo colaborativo
para desenvolvimento da feira, somado ao apoio na sua produção
e divulgação e em ações de educação ambiental durante o evento.

Esses parceiros promoveram um senso de pertencimento e coope-


ração. O impacto foi significativo, gerando renda para os moradores,
estimulando o turismo e aumentando a visibilidade da região. Além
do benefício econômico, a feira reforçou laços comunitários, promo-
vendo a união e preservando a herança cultural local.

71
RESULTADOS

SISTEMA LAGUNAR

araruama
Municípios de São Pedro da Aldeia e Cabo Frio
Comunidade da Baleia & Praia do Siqueira

72
SÃO PEDRO
DA ALDEIA
IGUABA
GRANDE
ARARUAMA

CABO
FRIO

ARRAIAL
DO CABO

Nas últimas duas décadas, as mudanças registradas na lagoa de


Araruama e no seu entorno tem criado novos cenários para as
comunidades pesqueiras que dependem desse ambiente.

Uso e cobertura do solo (Km²) 2000 2020 Situação

Formação florestal 18,7 20,5

Pastagem 178,6 150

Espelho d’água 244 234,6

Área urbanizada 91,4 120,8

As setas indicam aumento ou diminuição ou sem alteração (=). Fonte: MapBiomas.

As mudanças nos sistemas lagunares têm afetado as comunida-


des pesqueiras, trazendo desafios que se relacionam diretamente
com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

73
ARARUAMA | BALEIA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA 114 pescadores


ativos identificados,
Programa de sendo 2 pescadoras
Automonitoramento
Pesqueiro Assistido
deia
Al
da
Na Safra 2022/23 os pescadores da 70 embarcações
o
Praia da Baleia capturaram cerca de
e dr
263 toneladas de pescado lagunar! P 98,7% 99,9%
o

CANCELA
VENDA
ATRAVESSADOR
43% carapebas PESCADORES
1% saúbas
ASPAPRAP
PONTE 02
Na safra 2022/23 a receita gerada
11% das pela pesca lagunar foi de R$ 1,7
PONTE 01
pescarias foram
milhões apenas com o valor de 1ª
de cerco de dupla
venda do pescado!
45% tainhas

81% das pescarias


foram com rede
de mijuada
4% robalos
8% das pescarias foram
de cerco de quadra

Na safra 2022/23
5% perumbebas
a perumbeba não
apareceu

74 75
ARARUAMA | BALEIA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

BIOMETRIA

Entre os principais resultados observados para a lagoa de Araruama


registramos as espécies que participaram com 97,5% das descargas
realizadas nos portos monitorados. Outro aspecto importante é o
uso de malhas de tamanho adequado nas capturas, todas seguindo
a legislação local.

Espécies Tamanhos (cm) Malhas utilizadas

97,5% das pescarias Min. Max. Médio Min. Max.

Carapeba 15,9 44,5 28,9 30 70

Corvina 19,0 71,8 31,2 40 70

Perumbeba 25,0 73,0 41,2 50 70

Tainha 34,7 61,1 47,2 30 70

Robalos 26,4 81,5 59,4 45 70

Os modelos de avaliação populacional das três espécies mais captu-


radas na praia da Baleia, a carapeba, tainha e perumbeba, mostraram
frações de potencial de desova em 30%, 46% e 76%, ou seja, a
pesca em anos anteriores causou perdas de 70%, 54% e 24% do
potencial reprodutivos dessas espécies.

76
A mais impactada, neste ciclo de estudo, estudo foi a carapeba que
apresentou valor abaixo de 40% considerado o limite sustentável
para uma exploração continuada.

CARAPEBA

PERUMBEBA

TAINHA

Estrutura de Tamanho: Amostra Modelado


MODELOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES COM BASE NA ESTRUTURA EM TAMANHO

77
ARARUAMA | BALEIA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

qualidade de vida

A PRAIA DA BALEIA É A MINHA CASA,


MINHA FAMÍLIA, MEU LUGAR

À noite, na Praia da Baleia na lagoa de Araruama, a tran-


quila atmosfera é interrompida apenas pelos sussurros e
motores distantes. Sob o brilho das estrelas, a comunidade
espera ansiosa pela abertura da pesca.

Esta praia, conhecida pela rocha que lembra uma ba-


leia, é um refúgio bucólico rodeado de amendoeiras,
com uma longa tradição pesqueira, há pelo menos
quatro gerações.

Ouça a meditação guiada


apontando a câmera do
seu celular para o QR code.

78
A pesquisa mostrou que morar
na Baleia é bom. Energia para o
trabalho, boas relações sociais e
familiares, proporcionam uma at-
mosfera tranquila e segura aos
seus moradores. No domínio am-
biental, transporte frequente e
acesso próximo aos serviços de
saúde são demandas locais.

BALEIA AMBIENTAL
FÍSICO
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro
domínios avaliados

Bom SOCIAL
PSICOLÓGICO
Regular

Foram apresentadas técnicas


de relaxamento para o contro-
le da ansiedade nos momentos
de instabilidade na pesca.

Pescadores celebram suas


tradições tecendo redes e
transmitindo o saber local.
Visitar a Baleia é como
estar entre amigos. Tem
sempre lu­­gar pa­ra uma
boa prosa apreciando as
bele­zas naturais.

79
Demanda: implementação
de espaço de armazenamento,
ARARUAMA | BALEIA beneficiamento e comercialização direta do
pescado da Baleia., cozinha comunitária,
peixaria e sala de reunião e continuidade do
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA automonitoramento pesqueiro assistido
Jun/24

FORUM da pesca Entrega do Boletim


da Pesca Lagunar

lagunar

Preço baixo de primeira


comercialização das
principais categorias
de pescado, que são
estabelecidos pelos Abr/24
atravessadores! 3º Fórum

Nov/23
Set/23
2º Fórum
Fórum adiado

D
Visita da Petrobras

Ago/23
Início Defeso IN Menor produção de perumbeba
Interministerial Nº2/2013 nas últimas safras em
comparação a safra 20/21.
D
A água da lagoa tem ficado mais
clara, e isso não favorece
a ocorrência das perumbebas.

Set/22 Abr/23
Mobilização Comunitária e 1º Fórum
Capacitação Monitora de Campo

Nov/22
Início do
Automonitoramento
Pesqueiro Assistido

80 81
ARARUAMA | BALEIA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

MODELOS ECOTRÓFICOS

A teia alimentar da Lagoa de Araruama contempla 24 comparti-


mentos. Entre os predadores de topo estão as aves, peixes carnívoros
e piscívoros como os robalos e as ubaranas. A atividade pesqueira
está concentrada entre o segundo e o terceiro nível trófico, acessando
diretamente biomassa de compartimentos de níveis tróficos interme-
diários O nível trófico médio das capturas foi estimado em 2,6.

Teia alimentar mostrando os fluxos de biomassa entre os compartimentos


da Lagoa de Araruama, dando ênfase as relações tróficas estabelecidas com
a perumbeba.

82
As espécies mais importantes como a tainha se alimenta principal-
mente de organismos fitoplanctônicos, microcrustáceos e detrito,
enquanto que a perumbeba consome moluscos e poliquetas que
vivem em abundância no fundo da lagoa.

Já as carapebas e os carapicus projetam as suas bocas para pre-


dar pequenos crustáceos que se escondem no sedimento. Além
de serem importantes para a pesca, os camarões são presas inte-
ressantes para peixes carnívoros como os robalos. As espécies com
papéis intermediários na cadeia foram identificadas como mais im-
portantes na manutenção do equilíbrio da teia trófica.
CRACAS

PLÂNCTON

MOLUSCOS

As simulações de cenários futuros


reforçaram a importância da ma-
nutenção dos períodos de defeso
para peixes e camarões.

Período de defeso: 3 meses

83
ARARUAMA | BALEIA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Bom dia, Seu Antônio! Como foi a


pescaria hoje?

Bom dia, João! Hoje foi um dia especial. Sabe, a


equipe de Educação Ambiental do Eixo Pesca
Sustentável e Qualidade de Vida do Projeto
USSL esteve aqui na praia da Baleia.

Educação Ambiental? O que eles vieram


fazer por aqui?

Ah, João, eles vieram falar sobre a importância de cuidarmos do


nosso meio ambiente. Afinal, somos parte desse ecossistema, não
é mesmo?

Bem, eles explicaram como a biodiversi-


Verdade, Seu Antônio. dade da nossa lagoa é fundamental para
Mas o que exatamente a nossa sobrevivência. Falaram sobre os
eles ensinaram? peixes, as aves, as plantas aquáticas…
Tudo isso está interligado, João.

E como eles fizeram isso?

84
Eles organizaram várias ativida-
des. Primeiro teve o Programa
Pró-docente, voltado para os
professores das escolas próxi-
mas às lagoas.

E os estudantes?
Ah, os estudantes também não
ficaram de fora! As Oficinas da
Teia Lagunar foram especial-
mente para eles.

E a Tenda dos
Saberes Lagunares?

Essa foi montada aqui na praia da Baleia durante os


dois dias do Festival do Peixe. Foi incrível, João! As
crianças puderam montar quebra-cabeças com espé-
cies locais e observaram espécimes preservados. Eles
trouxeram lupas que permitiram a exploração da diver-
sidade microscópica, como organismos planctônicos,
otólitos e escamas de peixes. Além disso, os cartazes
destacaram a importância ecológica e socioeconômica
dos sistemas lagunares. O público adorou!

Foram 126 pessoas, João! Todos


Quantas pessoas participaram? interessados em aprender mais
sobre o nosso ambiente e como
podemos cuidar dele.
Isso é maravilhoso, Seu Antônio!
Afinal, a Educação Ambiental é es- Com certeza, João. E nós, como
sencial para formarmos cidadãos pescadores, temos um papel impor-
conscientes e ativos na preserva- tante nessa história. Vamos cuidar
ção do meio ambiente. da nossa lagoa e ensinar aos nossos
filhos a importância desse lugar.

Concordo, Seu Antônio. Vamos preservar para


que as futuras gerações também possam des-
frutar dessa beleza!

85
ARARUAMA | BALEIA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

capacitações e mentorias

São Pedro da Aldeia é uma cidade com forte influência da Lagoa de


Araruama, com vocação lagunar evidenciada por pontos de pesca
artesanal e lazer às margens da lagoa. O bairro da Praia da Baleia
integra a pesca artesanal à paisagem natural e construída de dentro
do bairro e para dentro da lagoa.

Na continuidade de seu território, há uma trilha


com praias e vegetação exuberantes que leva
à Ponta dos Cardeiros. Memórias e histórias da
comunidade se entrelaçam nesse espaço, con-
templando praias intensamente utilizadas por
banhistas nos finais de semana e feriados.

86
Mentorias foram promovidas para incentivar um turismo responsá-
vel durante todo o ano, especialmente durante o defeso do peixe.

Iniciativas gastronômicas já existentes


foram fomentadas e novas oportunida-
des como geoturismo e observação de
fauna e flora foram apresentadas para
fortalecer pertencimento sobre o co-
nhecimento tradicional dos envolvidos
nas dinâmicas da observação lagunar.

87
ARARUAMA | BALEIA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

EVENTOS DE FOMENTO
À CULINÁRIA E CULTURA

A Festa do Peixe da Praia da Baleia é marca-


da por uma grande proximidade aos membros
desta comunidade pesqueira, sendo muito
aguardada e comentada durante todo o ano.

O evento, tradicional em São Pedro da Aldeia, teve sua retomada pós


pandemia em 2023, tendo a Associação dos Pescadores Artesanais
da Praia da Baleia liderando a organização e ampliando a represen-
tatividade dos pescadores locais.

88
Realizada em dezembro, após o
defeso do peixe, a festa cumpre
a função de aproximar os pesca-
dores e suas famílias em torno da
produção de pratos típicos basea-
dos nos pescados locais, como a
tainha, perumbeba e ubarana.

Doces, artesanatos e música ao vivo


complementam as barracas de gas-
tronomia, com apoio, também, da
Prefeitura de São Pedro da Aldeia.
O alto fluxo e a animação do públi-
co local e visitantes destacam a im-
portância e o impacto desse evento
para a comunidade

89
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

Programa de
Automonitoramento
Assistido da Pesca Lagunar
173 pescadores, sendo
81% das pescarias
uma pescadora
foram de trolha

8% das pescarias
foram de estacada

51 embarcações
Na safra 2023/24 os pescadores da
Praia da Siqueira capturaram
cerca de 127 toneladas de camarão
11% das pescarias
foram de arrasto
Pier dos Pescadores

Na safra 2023/24 a receita gerada


pela pesca lagunar da Praia do
Foram 4379 pescarias Siqueira foi de R$ 1,5 milhões apenas
enumeradas na safra com o valor de 1ª venda do camarão!
2023/24 (Jul/23 a Mar/24)

99,9% 97,5%
Posto de Pesagem Z-4
Praia do Siqueira - Cabo Frio
VENDA ATRAVESSADOR
PESCADORES

90 91
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

BIOMETRIA

Entre os principais resultados observados para a praia


do Siqueira, temos duas espécies predominantes:

Farfantepenaeus
brasiliensis
Far fantepen
aeus
paulensis

O menores camarões registrados variaram em tamanho


de 3 a 5 cm, enquanto o maior possuía 16cm.

5cm 16cm

92
A fração do potencial de desova estimado para os camarões captura-
dos foi de 25%, ou seja, a mortalidade por pesca de anos anteriores
resultou na perda de 75% do potencial reprodutivo da população,
ou seja, com uma exploração limítrofe que está abaixo do limite sus-
tentável que é de 40%.

Estrutura de Tamanho: Amostra Modelado


MODELOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES COM BASE NA ESTRUTURA EM TAMANHO

TROLHA, PRINCIPAL ARTE DE PESCA MONITORADA, COM DETALHE DA MALHA DA REDE

93
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

QUALIDADE DE VIDA

CAMARÃO, O OURO QUE VEM DAS


ÁGUAS NA PRAIA DA SIQUEIRA.

Na praia da Siqueira, ao entarde-


cer, pescadores se aglomeram
para preparar suas embarcações
e equipamentos, prontos para a
pesca noturna de camarão, que
sustenta muitas famílias locais.

A tradição é transmitida entre gerações,


embora os jovens prefiram outras oportu-
nidades urbanas.

94
Os amigos compartilham as ho­­ras
de pesca e as conversas no entorno
da casa da balan­ça, onde a captura
é pesada. Muitos se lembram do
tempo em que lagoa era limpa e se
tomava banho na praia da Siqueira.

SIQUEIRA
AMBIENTAL FÍSICO
Perfil da qualidade de vida
considerando os quatro
domínios avaliados

SOCIAL
PSICOLÓGICO Bom Regular

Hoje a poluição, a lama e o cheiro ruim, dificultam até mesmo a saída


dos barcos na maré baixa. Até quando essa pesca vai resistir? Por
enquanto o camarão farto sustenta as famílias e a pesca segue seu
rumo na escuridão da noite.

95
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA Ideia: implementação
de um projeto de
armazenamento comunitário
PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA do camarão, além da

FÓRUM da pesca
continuidade do programa
de automonitoramento
assistido
lagunar D

Jun/24
Entrega do
Abr/24 D Boletim
3º Fórum da Pesca
Lagunar
D
Set/23
2º Fórum

Ago/23
Participação do CONBEP
e do IV Seminário de Início do novo período
Extensão Pesqueira de Defeso
PORTARIA SAP/
MAPA
Nº 1.217/ 2022
Abr/23
D
D
Jun/23 Condições ambientais
Entrega Reforma no impróprias da lagoa
Pier dos Pescadores em alguns pontos da
Área 2

Set/22
Mobilização Comunitária e
Capacitação Monitor de Campo Nov/22
Início do Automonitoramento
Pesqueiro Assistido

Abr/23
1º Fórum

96 97
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

MODELOS ECOTRÓFICOS

Na teia alimentar da Lagoa de Araruama, formada por 24 comparti-


mentos, as aves, peixes carnívoros e piscívoros como os robalos e as
ubaranas são os predadores de topo. Entretanto, as espécies mais
importantes na manutenção do equilíbrio da teia trófica ocupam ní-
veis intermediários na cadeia.

Teia alimentar mostrando os fluxos de biomassa e as relações tróficas entre


os compartimentos da Lagoa de Araruama, dando ênfase as relações tróficas
estabelecidas com os camarões, principal categoria comercial de pescado na
comunidade do Siqueira.

A atividade pesqueira está concentrada entre o segundo e o terceiro


nível trófico e acessa diretamente a biomassa de compartimentos
de níveis tróficos intermediários, resultando em um nível médio das
capturas estimado em 2,6.

98
Espécies
Espéciesimportantes
importantes como
como aa tainha
tainha se
se alimentam
alimentam principalmente
principalmente
dedeorganismos
organismos fitoplanctônicos, microcrustáceos ee detritos,
fitoplanctônicos, microcrustáceos detritos,en-
en-
quantoque
quanto queaaperumbeba
perumbeba consome
consome cracas,
cracas, moluscos
moluscos e polique­
poliquet aas
s
que vivem em abundância no
que vivem em abundância no fundo fundo da lagoa. Já as carapebas e
lagoa. Já as carapebas os os
carapicús projetam
carapicús projetam as
as suas
suas bocas
bocas para predar
predar pequenos
pequenos crustá-
crustá-
ceosescondidos
ceos escondidosnonosedimento.
sedimento.

Ciclo de Vida Além de serem importantes para as


do camarão: pes-carias
Além dedeserem tróia eimportantes
estacada nestapara as
área da lagoa,
pescarias de os camarões
troias também
arrastos e estacadas
são presas importantes na dieta
nesta área da lagoa, os camarões de tam-
peixes carnívoros
bém são presas como os robalos,
importantes na dieta de
6 ubaranas e algumas es-pécies
peixes carnívoros como os robalos, de aves.
uba-
1
ranas e algumas espécies de aves.
A entrada frequente de lavas na lagoa e
a manutenção de boas condições para o
A entrada frequente de larvas na lagoa
seu desenvolvimento favorecem o cresci-
2 e a manutenção de boas condições para
mento dos camarões levando ao aumento
5 dao sua
seuabundância.
desenvolvimento favorecem
As simulações de ce-o
crescimento
nários futuros dos camarões
reforçaram levando ao
a importância
daaumento
manutençãoda sua dosabundância.
períodos deAsdefeso
simu-
lações de cenários
para peixes e camarões. futuros reforçaram a
3
importância da manutenção dos perío-
1.dos
Ovode
» 2.defeso
Naupilopara os camarões.
» 3. Protozoéia »
4
4. Larva Zoé » 5. Estado pós-larval
» 6. Adulto

99
99
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

PESCA SUSTENTÁVEL E QUALIDADE DE VIDA

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Ei, pessoal! Hoje vou contar uma história


incrível sobre o projeto Uso Sustentável
dos Sistemas Lagunares aqui na lagoa
de Araruama!

Vocês sabiam que no projeto teve o Programa


Teia dos Saberes Lagunares? Ele foi criado por
professores e pesquisadores das universidades
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Federal
Fluminense (UFF), junto com a Cardume, para
ensinar sobre a ecologia dos sistemas lagunares.

Eu participei do programa Pró-Docente de Capacitação e


aprendi sobre as características físicas e a importância des-
sas lagunas. Foi lá no Colégio Estadual Praia do Siqueira, junto
com outros 15 professores.

100
Eu também! Na Oficina da Teia Lagunar
descobri como os organismos vivem nes-
ses sistemas. Mais de 150 alunos tiveram
a oportunidade de aprender mais sobre
o ambiente lagunar. Tivemos dinâmicas,
materiais paradidáticos e muita diversão!

E teve até vivências abertas ao público! A


gente conheceu a biodiversidade, como
os peixes, crustáceos e plâncton e os ha-
bitats das lagunas. A Tenda dos Saberes
Lagunares foi montada durante as duas edi-
ções do Festival do Camarão, aqui na praia do
Siqueira, e no evento Saúde e Meio Ambiente
sob tendas, da prefeitura de São Pedro da
Aldeia. Mais de 400 pessoas participaram.
Ali, os pesquisadores mostraram para todos
a importância da pesca lagunar. Foi uma
festa de conhecimentos e de natureza!

Incrível! Esses programas estão ajudan-


do a formar cidadãos conscientes e ativos
na gestão do meio ambiente. E a pesca
de pequena escala é fundamental para a
nossa comunidade!

101
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

CAPACITAÇÕES E MENTORIAS

Cabo Frio, destaque turístico no


Rio de Janeiro, atrai visitantes de
todo o mundo por conta de seus
belíssimos recursos naturais.

A Praia do Siqueira, parte desse


cenário, é famosa pelo seu pôr
do sol e pela oferta gastronômi-
ca, especialmente o camarão.

Sua estreita ligação com a Lagoa de


Araruama é evidente, refletindo-se na
contemplação da paisagem, na pesca ar-
tesanal lagunar e na realização anual do
Festival do Camarão.

102
Tendo o Pier dos Pescadores ou,
como também é chamada, a caba-
na dos pescadores centralizada na
orla e no contexto sociocultural do
bairro e da pesca, destaca-se seu
papel nas ações relacionadas ao
turismo de base comunitária.

Seja na exposição temporária e permanente de acervos históricos


relacionados à pesca artesanal local, como na atração de visitantes
para saídas de passeios terrestres e imersões lagunares para con-
templação e intercâmbio cultural.

103
ARARUAMA | PRAIA DE SIQUEIRA

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA

Eventos de fomento
à culinária e cultura

Na Praia do Siqueira, o Festival do


Camarão é uma tradição em Cabo
Frio e na Região dos Lagos como
um todo.

Organizado pela comunidade e ex-


positores ao longo de 17 edições,
é ponto focal do turismo local, com
potencial de ampliação para a com-
posição de atividades durante todo
o ano.

104
Nesse cenário familiar e com a des­­
lumbrante paisagem de praia la-
gunar, os pratos fartos e variados
apresentam toda a diversidade de
peixes da região.

Organizada e liderada pela Associação do Festival do Ca­marão e


de Turismo de Base Comunitária da Praia do Si­­queira, o evento
teve uma representatividade ainda maior dos membros da comuni-
dade e dos pescadores artesanais da região, fortalecendo seu po-
sicionamento e sua visibilidade perante o município.

105
RESULTADOS TRANSVERSAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO
FORTALECIMENTO COMUNITÁ
COMUNITÁRIO

Algumas atividades foram específicas em determinadas comunida-


des, enquanto outras foram abrangentes

AÇÕES PARA VALORIZAÇÃO DA


PESCA ARTESANAL LAGUNAR

O projeto USSL vem desenvol-


vendo ações para a valorização
da pesca lagunar em parceria com
universidades e pesquisadores.

Diversas ações foram iniciadas


para conscientizar as comuni-
dades parceiras, empoderando
pescadores e pescadoras sobre
os benefícios das práticas sus-
tentáveis na pesca lagunar.

Algumas lideranças das comu-


nidades parceiras do projeto
par­ticiparam de oficinas e ca-
pacitações, com apoio técnicos
das instituições.

106
empreendedorismo

O Projeto USSL promove o empreendedorismo sustentá-


vel nas comunidades pesqueiras, oferecendo o Curso de
Empreendedorismo para capacitar os moradores das regiões
lagunares.

Com foco na valorização da cultura da pesca artesanal, a oficina


abordou temas como gestão de negócios, soluções sustentáveis
e marketing digital. Buscamos transformar desafios em oportu-
nidades, capacitando indivíduos para desenvolverem negócios
de forma segura e próspera, com orientação para estabelecer
metas e alcançar objetivos.

107
RESULTADOS TRANSVERSAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

beneficiamento e
reaproveitamento
do pescado

INTRODUZINDO BOAS
PRÁTICAS DE BENEFICIAMENTO E
REAPROVEITAMENTO DO PESCADO

A Oficina de Reaproveitamento e
Comer­cialização do Pescado capaci-
ta pescadores locais em boas práticas
de higiene e reaproveitamento, vi-
sando fortalecer a pesca artesanal. A
ação inclui a criação de receitas criati-
vas, como Fish Burger com Camarão
e Kibe de Peixe, e o uso de escamas
para artesanato.

O projeto buscou qualificar pesca­


dores e seus familiares, emitindo
certificados reconhecidos pelo Ins­
tituto Federal do Rio de Janeiro
(IFRJ). Essa prática impulsiona a
economia local, valoriza o pesca-
do regional e estabelece padrões
de qualidade, tornando a pesca
artesanal uma fon­te de renda sus-
tentável e reconhecida.

108
CULINÁRIA LOCAL

A CULINÁRIA LOCAL É UMA INICIATIVA IMPORTANTE NO


RESGATE DA CULTURA REGIONAL E DA MEMÓRIA AFETIVA

O Curso de Culinária Local promo-


vido pelo Projeto Uso Sustentável
dos Sistemas Lagunares valorizou o
aprendizado e a comercialização do
pescado local, resgatando pratos típi-
cos da pesca artesanal.

Mais de 90 participantes foram


capacitados em técnicas de ma-
nipulação e preparo de pratos,
gerando renda extra e resgatando
memórias afetivas.

A metodologia incluiu a criação de


pratos que conectam a comunidade
com sua história, além de incorporar
técnicas culinárias internacionais. A
gastronomia serviu como elemento de
identidade cultural e pertencimento,
fortalecendo os laços comunitários.

109
RESULTADOS TRANSVERSAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

OFICINAS DE EMPODERAMENTO
FEMININO

As oficinas de empoderamento feminino abordaram temas co­mo


liderança, feminismo e empreen­dedorismo solidário, vi­­sa­ndo for­ta­
lecer mulheres na pesca artesanal.

110
Identificaram desafios como ambientes masculinizados
e disparidades na renda entre homens e mulheres.

Mas também potenciais como


motivação e aptidão para ativi-
dades em rede.

Palestras e cursos foram de­ sen­­


volvidos para resgatar a autoestima
e promover a independência eco­
nômica e social das mulheres na
pesca lagunar.

111
RESULTADOS TRANSVERSAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

REDE DE MULHERES
LAGUNARES

REDE DE MULHERES DA PESCA GERA


FORTALECIMENTO E PROTAGONISMO
FEMININO NOS SISTEMAS LAGUNARES

A Rede de Mulheres da Pesca dos


Sistemas Lagunares promove o prota-
gonismo e a autoestima das mulheres na
pesca, reunindo mais de 70 participantes
em comunidades pesqueiras.

Através de encontros presenciais e rodas de conversa, abordou


temas como liderança, feminismo e empoderamento social, visando
fortalecer o papel das mulheres nas regiões lagunares. As ativida-
des foram conduzidas por mulheres, com foco na sensibilização e
no empoderamento feminino, dentro do contexto do projeto Uso
Sustentável dos Sistemas Lagunares.

112
EDUCOMUNICAÇÃO
NA PESCA ARTESANAL

IMPULSIONANDO A PESCA ARTESANAL


ATRAVÉS DA EDUCOMUNICAÇÃO

O Projeto Uso Sustentável dos Sis­


temas Lagunares promoveu o Curso de
Linguagem Digital como parte de suas
iniciativas de Educomunicação na Pesca
Artesanal.

Dividido em 12 encontros, abor­ dou


temas como redes sociais, fake news
e comunicação eficiente, visando
promover o autoconheci­mento digital
e expandir os ne­gó­cios na atividade
pesqueira.

O projeto também buscou ampliar as


vozes das comunidades pesqueiras e
impulsionar negócios por meio da re-
verberação da cultura local e do forta-
lecimento econômico. Reuniões foram
realizadas para identificar participantes
e mapear temas relevantes para futu-
ras oficinas educomunicativas.

113
RESULTADOS TRANSVERSAIS

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E
FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO

EVENTOS REALIZADOS

A Rede de Mulheres da Pesca dos Sistemas Lagunares buscou


resgatar o protagonismo e a autoestima das mulheres na pesca.

Encontro da Rede de Mulheres da


Pesca dos Sistemas Lagunares.

Buquê apresentado feito com


garrafa pet e escamas de peixe.

114
Com mais de 70 participan-
tes de diferentes comunidades
pesqueiras, o evento promoveu
trocas de experiências e apresen-
tações de trabalhos artesanais,
destacando o reaproveitamento
de materiais da pesca.

Essa iniciativa valorizou a cultura


da pesca artesanal e promoveu
o empoderamento e o empreen-
dedorismo feminino.

115
recomendações

AUTOMONITORAMENTO
A pesca artesanal lagunar é uma importante atividade socioeconômica, gera-
dora de trabalho, renda e alimento com altos índices de proteína para boa parte
da população residente no entorno dos sistemas lagunares do leste fluminen-
se. Apesar disso, informações sobre a pesca nestes ambientes são escassas,
denotando negligencia que coloca estas populações mais distantes de políticas
públicas que atendam as demandas e necessidades das comunidades pesqueiras
lagunares.
Assim, executar o monitoramento é dar visibilidade a pesca lagunar, realizar com
a participação direta dos pescadores com assistencia técnica dos pesquisadores é
garantir a qualidade das informações e potencializar a geração do conhecimento
sobre a atividade, integrando os conhecimentos empíricos e acadêmicos.
Sob esta perspectiva, continuar os esforços em levantar os dados de desembar-
que pesqueiro é tarefa primordial para a realização de qualquer ação que vise a
sustentabilidade das pescarias, e a manutenção e melhorias do modo de vida das
comunidades pesqueiras lagunares tradicionais.

BIOMETRIA
A partir da ação de biometria nos sistemas lagunares de Maricá, Saquarema
e Araruama observamos que a pesca artesanal atua moderadamente sobre
algumas espécies, reduzindo o potencial reprodutivo das populações. No entan-
to, para outras espécies, a exploração vem ocorrendo de maneira sustentável.
Nossos resultados destacam algumas estratégias sustentáveis, como o uso de
malhas para capturas de acordo com a legislação vigente, o que vem garantindo
a recuperação destes estratos populacionais usados como recursos pesquei-
ros. Neste sentido, a continuidade do monitoramento sistematizado, associado
a integração de pescadores e pesquisadores, ajudará na melhoria da gestão e
conservação dos estoques pesqueiros, para uma exploração equilibrada e sus-
tentável no futuro. Como estes são os primeiros ensaios de uma avaliação das
populações de peixes de importância comercial nas lagoas, recomendamos a
inclusão de programas continuados de biometria junto a obtenção de dados de
produção pesqueira como desenvolvido no Programa de Automonitoramento
Assistido da Pesca. Recomendamos ainda a ampliação espacial dos territórios a
serem monitorados, permitindo assim melhorias nas estimativas a serem usadas
como indicadores de sustentabilidade da pesca.

116
PERFIL SOCIOECONÔMICO E DE QUALIDADE DE VIDA
Promover a educação política das comunidades para que, através dos seu
próprios meios, possam demandar e acessar os serviços e benefícios públi-
cos destinados aos trabalhadores da pesca. Estimular a formação de jovens na
pesca, de maneira a integrar os conhecimentos tradicionais e acadêmicos em uma
proposta de compreensão holística da pesca artesanal lagunar. Proporcionar
conhecimento sobre a saúde dos trabalhadores da pesca, bem como formas
de aprimorar o bem estar, através de técnicas de respiração, automassagem e
conhecimentos fitoterápicos tradicionais. Trabalhar na segurança e ergonomia
embarcada dos trabalhadores da pesca, visando reduzir esforços repetitivos e
lesões. Manter o acompanhamento das comunidades proporcionando apoio,
mentoria e interlocução nas questões de saúde e qualidade de vida.

FÓRUM DE AUTOGESTÃO DA PESCA LAGUNAR


A execução dos Fóruns visaram formalizar a troca de saberes entre o
Conhecimento Científico e o Conhecimento Tradicional. Assim os Fóruns tiveram
o propósito de promover e qualificar o processo de participação social, a partir da
validação, compartilhamento e análise dos resultados das ações previstas. Estas
interações promoveram o surgimento de propostas e adoção de boas práticas na
atividade pesqueira com vista a um melhor rendimento em bases sustentáveis
da atividade pesqueira local.
Dentre os resultados destaque às contribuições da Comunidade da Mombaça
a nova Portaria Interministerial que ordena a atividade pesqueira nas Lagoas de
Saquarema. Manter e ampliar estes espaço de diálogo que empoderem e dão
credibilidade aos pleitos das comunidades pesqueiras lagunares é a nossa maior
recomendação!

MODELAGEM ECOTRÓFICA
A introdução de um olhar ecossistêmico sobre as lagunas, através do de-
senvolvimento de modelos tróficos trouxe uma visão mais integrada destes
ambientes e representa um avanço significativo na compreensão da sua dinâ-
mica. Essa abordagem holística permite uma análise mais integrada e detalhada
das interações entre as espécies e a pesca. Ao considerar as complexas redes
de relações tróficas, é possível identificar as principais fluxos de biomassa e en-
tender como diferentes fatores, como aumento da carga orgânica, introdução de
espécies exóticas e a pesca podem afetam a dinâmica e a resiliência dos ecos-
sistemas lagunares.
A possibilidade de simular cenários de interesse, considerando os modelos
elaborados para as lagunas deve ser destacada como uma ferramenta po-
tencialmente importante para a construções de políticas de preservação da
biodiversidade e serviços ecossistêmicos. O uso da abordagem ecossistêmica
nas atividades de Educação Ambiental desenvolvidas nas escolas e para o públi-
co em geral deve ser considerada uma iniciativa inovadora e de sucesso.

117
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
As atividades desenvolvidas no Programa de Difusão do Conhecimento, por
meio das ações de Capacitação dos Professores, Oficinas da Teia Lagunar e da
Tenda dos Saberes Lagunares, despertaram grande interesse do público escolar
e da sociedade em geral pelo conhecimento gerado pelos pesquisadores das uni-
versidades. Essa sensibilização do público para a Ciência, aliada ao conhecimento
tradicional, potencializa a troca de saberes e o avanço na solução de problemas,
direcionando-nos para um viver mais sustentável e integrado com o ambiente
lagunar. Acreditamos que o processo de ensino-aprendizagem, seja formal ou
não, deve considerar tanto o conhecimento científico quanto o saber naturalístico.
Além disso, é essencial estimular a sociedade a ter um contato mais próximo com
o ambiente lagunar em suas diferentes dimensões. A experiência dentro e fora do
ambiente escolar mostra a necessidade de transpor barreiras. Assim, podemos
construir uma relação mais harmoniosa entre as comunidades e os ecossiste-
mas lagunares, promovendo a conservação e o uso sustentável dessas áreas
preciosas.

TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA - TBC


É sempre importante salientar que o TBC não deve ser visto como um produto
turístico, e sim como um processo de desenvolvimento de médio e longo prazo
orientado nos aspectos de territorialidade local e no domínio sobre a atividade
turística às comunidades locais. Assim, o que mais se prezou no que foi desen-
volvido foi a consolidação de um senso de pertencimento quanto aos patrimônios
que possuem e de confiança para tomadas de decisão de ordem comunitária para
a elaboração de novas atividades turísticas. Contudo, ressalta-se que a continui-
dade de mentorias e apoios se faz relevante para formação de novas capacidades
e para permeabilização de eventuais desafios, consolidando e evoluindo os resul-
tados já atingidos.

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO


As ações desenvolvidas visando o fortalecimento social das comunidades
pesqueiras, juntamente com noções básicas de autonomia, empoderamento e
ampliação das vozes dessas populações tradicionais, são estratégias essenciais
para o aumento de renda e bem-estar social. Nesse contexto, a sustentabilida-
de só é alcançada quando há autoestima (individual e comunitária), bem como
preservação das tradições (modo de vida, festas, culinária local, entre outras)
sempre buscando potencializar a renda desta comunidades e seus trabalhado-
res. Continuar esse processo de empoderamento garantirá às futuras gerações de
pescadores uma maior autonomia nos processos de tomada de decisão.

118
Equipes de trabalho & autores das seções
Instituições participantes Cardume Socioambiental
Maurício Düppré de Abreu – Coordenador Pesca
Instituto Onda Azul Sustentavel e Qualidade de Vida
André Esteves – Diretor-Executivo Jonathas Rodrigo dos Santos Pinto – Supervisor de
Ricardo Farias – Diretor de Projetos Campo
Edson Gomes – Coordenador Administrativo
Helena Freire – Coordenadora de Comunicação Instituto de Planett
Paula Serrador Versiani – Coordenadora Operacional Dr. Luiz Emerson da Cruz Saldanha – Coordenador
Renato Palhano – Jornalista TBC
Rodrigo Gaiotte – Designer Dra. Alice Braune Guerra – Assistente Técnica TBC
Antônis Carlos Júnior – Analista de Mídias Sociais
Vitória Baldissera – Assistente Administrativo Associação de Pescadores do Bairro de Itapeba
Ana Soares – Assistente Administrativo - APBI
André Luiz Cavalcanti de Oliveira – Coordenador Carlos Henrique Teteco da Silva, Adilson Dil Azevedo
do Desenvolvimento Econômico e Fortalecimento França & Felipe Mataruna Pereira
Comunitário
Paula da Silva Neves - Assistente Técnica Colônia de Pescadores Z-24 - Saquarema
Natielli Randael Veniali - Assistente de Matheus Alves de Souza Neto, Carine Rodrigues de
Educomunicação Souza, Débora Maria da Silva & Werllon Lopes

Universidade Federal Fluminense Associação de Pescadores Artesanais da Praia da


Dr. Marcus Rodrigues da Costa – Coordenador Baleia - ASPAPRAB
do Laboratório de Biologia do Nécton e Ecologia Paulo César Azeredo Pinheiro Gonçalves, Ronaldo
Pesqueira (ECOPESCA) dos Santos Costa, Reginaldo Tio Reis de Souza
Dr. Cassiano Monteiro-Neto – Coordenador do Costa, Silvane Fernandes Costa & Gláucia Costa
Laboratório de Biologia do Nécton Pinheiro.
e Ecologia Pesqueira (ECOPESCA)
Dr. Fabio Ferreira Dias – Coordenador do Núcleo de Colônia de Pescadores Z-4 – Cabo Frio
Estudos em Ambientes Costeiros Alexandre Marques Cordeiro, Luiz Cláudio Cacade da
e Geotecnologias Costa Motta
Dra. Magda Fernandes de Andrade-Tubino –
Pesquisadora Pós-Doutorado (PBMAC) Contra-capa: Avaliação de uso e cobertura do Solo
Dr. Tailan Moretti Mattos – Pesquisador Pós- Dr. Fabio Dias & Eduardo Scisinio Lindgren Montes –
Doutorado (PBMAC) Responsáveis Técnicos
Dra. Rosane Aparecida Boechat – Pesquisadora Pós-
Doutorado (PBMAC) Automonitoramento Pesqueiro Assistido & Fóruns
Amanda Lucena Andrade da Silva – Bolsista Iniciação de Autogestão Pesqueira
Científica Maurício Düppré de Abreu – Responsável Técnico
Eduardo Scisinio Lindgren Montes – Bolsista
Iniciação Científica Autores das seções Automonitoramento Pesqueiro
Jenifer Domás Santos – Bolsista Iniciação Científica Assistido & Fóruns de Autogestão Pesqueira
José Henrique de Oliveira Braz – Bolsista Iniciação Maurício Düppré de Abreu, Jonathas Rodrigo dos
Científica Santos Pinto, Adilson Azevedo França, Felipe
Mataruna Pereira, Carlos Henrique da Silva, Débora
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Maria da Silva, Werllon Lopes, Gláucia Costa
Dr. Rafael de Almeida Tubino – Coordenador do Pinheiro, Paulo César Pinheiro Gonçalves, Luiz
Laboratório de Biologia Pesqueira e Modelagem Cláudio Cacade da Costa Motta, Rafael de Almeida
Trófica de Ecossistemas Marinhos (BioPesca) Tubino, Cassiano Monteiro-Neto & Marcus Rodrigues
da Costa.

119
Biometria Educação Ambiental
Marcus Rodrigues da Costa – Responsável Rafael de Almeida Tubino & Magda Fernandes de
Técnico Andrade-Tubino – Responsáveis Técnicos

Autores da seção Atividades de Biometria Autores da seção Atividades de Educação


Marcus Rodrigues da Costa & Tailan Moretti Ambiental
Mattos (Páginas 18-21). Magda Fernandes de Andrade-Tubino & Rafael de
Almeida Tubino (Páginas 28-29).
Autores das seções Biometria
Marcus Rodrigues da Costa, Tailan Moretti Autores das seções de Educação Ambiental
Mattos, Geysa Marinho de Souza, Isabela Magda Fernandes de Andrade-Tubino, Rafael de
Fernandes, Felipe Douglas Mendonça Cadilho, Almeida Tubino, Jenifer Domás Santos, Amanda
Eurico José Giacoia Penetra, Jonathas Rodrigo Lucena Andrade da Silva, Marcus Rodrigues da
dos Santos Pinto, Maurício Düppré de Abreu, Costa, Maurício Düppré de Abreu & Cassiano
Luana Giacoia da Silva, Caio de Marco Oliveira Monteiro-Neto (Páginas 48-49, 66-67, 84-85,
do Nascimento, Larissa Medeiros Freire, José 100-101).
Henrique de Oliveira Braz, Rafael de Almeida
Tubino, Cassiano Monteiro-Neto (Páginas 40-41, Turismo de Base Comunitária
58-59, 76-77, 92-93). Luiz Emerson da Cruz Saldanha & Alice Braune
Guerra – Responsáveis Técnicos.
Socioeconomia e Qualidade de vida
Cassiano Monteiro-Neto & Rosane Aparecida Autores das seções Roteiros Criativos e
Boechat – Responsáveis Técnicos. Eventos Realizados
Luiz Emerson da Cruz Saldanha & Alice Braune
Autores da seção Atividades de Avaliação Guerra (Páginas 50-53, 68-71, 86-89, 102-105).
Socioeconômica e de Qualidade de Vida
Cassiano Monteiro-Neto & Rosane Aparecida Desenvolvimento Econômico e Fortalecimento
Boechat (Páginas 22-23). Comunitário
André Luiz Cavalcanti de Oliveira, Paula da Silva
Autores das seções Avaliação Socioeconômica Neves & Natielli Randael Veniali – Responsáveis
e de Qualidade de Vida Técnicos.
Rosane Aparecida Boechat, Marcus Rodrigues
da Costa, Mauricio Düppré de Abreu, Magda Autores da seção Desenvolvimento econômico
Fernandes Andrade-Tubino, Jonathas Pinto, Tailan e fortalecimento comunitário
Moreti Matos, Rafael de Almeida Tubino, Cassiano André Luiz Cavalcanti de Oliveira, Natielli Randael
Monteiro Neto (Páginas 42-43, 60-61, 78-79, Veniali & Paula da Silva Neves (Páginas 106-115).
94-95).
Autores da seção Recomendações
Modelos Ecotróficos Marcus Rodrigues da Costa Maurício Düppré de
Responsáveis Técnicos Abreu, Rafael de Almeida Tubino, Luiz Emerson
Rafael de Almeida Tubino & Cassiano da Cruz Saldanha, André Cavalcanti de Oliveira &
Monteiro-Neto. Cassiano Monteiro-Neto (Páginas 116-118).

Autores das Atividades de Modelos Ecotróficos Equipe Criativa


Rafael de Almeida Tubino & Cassiano Monteiro- Capa: Fernanda Torga e Wilson Venâncio
Neto (Páginas 26-27). Projeto Gráfico: Fernanda Torga e
Wilson Venâncio
Autores das seções de Modelos Ecotróficos Ilustração: Lelis
Rafael de Almeida Tubino, Cassiano Monteiro- Diagramação: Fernanda Torga, Douglas Rafael e
Neto, Tailan Moretti Mattos, Marcus Rodrigues da Wilson Venâncio
Costa & Maurício Düppré de Abreu (Páginas 46-
47, 64-65, 82-83, 98-99).

120
Este livro é fruto do Projeto Uso Sustentável dos
Sistemas Lagunares – USSL, cujo intuito foi promover o
fortalecimento das comunidades pesqueiras parceiras.
Em formato lúdico, aborda com ilustrações diferentes
dimensões sobre a pesca lagunar, ampliando o olhar
sobre as relações socioambientais estabelecidas. Seu
conteúdo nos ajuda a refletir sobre a importância destes
ecossistemas costeiros para a sociedade e para
as futuras gerações.

Realização Parceria

Colaboradores

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