Manual de Boas Práticas de Laboratório
Manual de Boas Práticas de Laboratório
Manual de Boas Práticas de Laboratório
DIAMANTINA – MG
Este manual destina-se a todos os usuários dos Laboratórios da UFVJM,
funcionários, técnicos, docentes e alunos e foi desenvolvido como forma de
contribuir para uma cultura de segurança nos laboratórios através da
introdução de regras e de normas de biossegurança. Biossegurança é um
conjunto de ações que visa prevenir e minimizar riscos inerentes às
atividades de pesquisa, produção, ensino que, somadas às atitudes éticas,
tendem a conservar a saúde do trabalhador e de todos a sua volta.
Página
1. RISCO 04
1.1. Risco físico 04
1.2. Risco químico 04
1.3. Risco biológico 04
1.3.1. Classes de risco biológico 05
1.3.2. Nível de contenção física para manipulação de agentes biológicos 05
1.4. Risco ergonômico 06
1.5. Risco de acidente 06
2. BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO - BPL 06
2.1. Higienização das mãos 08
2.2. Equipamentos de proteção individual - EPI 09
2.3. Equipamentos de proteção coletiva - EPC 10
3. DESCONTAMINAÇÃO 12
4. DESCARTE 14
4.1. Procedimentos para descarte de material biológico 14
4.2. Procedimentos para descarte de material perfurocortante 15
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 16
1. RISCO
Risco é a probabilidade de ocorrer um dano, ferimento ou doença. Os riscos
no ambiente de trabalho, de acordo com a Portaria nº 3.214, do Ministério do
Trabalho do Brasil, de 1978, podem ser classificados em cinco tipos, a saber: físico,
químico, biológico, ergonômico e de acidente.
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1.3.1. Classes de risco biológico
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Para facilitar a visualização geral dos riscos presentes no ambiente de
trabalho, pode-se adotar o mapa de risco. O Mapa de risco é uma representação
gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho capazes de
acarretar prejuízos à saúde dos servidores, causando acidentes e doenças do trabalho.
Um exemplo de Mapa de risco está representado no ANEXO 2.
1. 5. Risco de acidente
Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa
afetar sua integridade, e seu bem-estar físico e psíquico. Caracteriza-se por toda ação
não programada, estranha ao andamento normal do trabalho. São exemplos de risco
de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, equipamentos de vidro,
equipamentos e instrumentos perfurocortantes, probabilidade de incêndio e explosão,
arranjo físico inadequado, cilindros de gases, armazenamento inadequado, animais
peçonhentos entre outros.
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extensão e pesquisa. Dessa forma, os dados gerados são validados de forma
padronizada, confiável e segura.
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26. Não manipular objetos de uso coletivo como, por exemplo, maçanetas e
telefone, enquanto estiver usando luvas.
27. Saber onde ficam os EPCs e como utilizá-los.
28. Utilizar cabine de segurança biológica sempre que manipular materiais que
precisem de proteção contra contaminação.
29. Não atender celular quando estiver dentro do laboratório.
30. Manter a organização na bancada.
31. Evitar trabalhar sozinho no laboratório.
Fonte Norma Regulamentadora 32.
A higienização das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz e de
maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções.
Quadro 1 – Momentos em que deve ser realizada a higienização das mãos.
QUANDO HIGIENIZAR AS MÃOS
1. No início e no fim do turno de trabalho.
2. Antes de preparar medicação ou qualquer procedimento no laboratório.
3. Antes e após o uso de luvas.
4. Antes e após utilizar o banheiro.
5. Antes e depois de contato com pacientes.
6. Depois de manusear material contaminado, mesmo quando as luvas tenham sido
usadas.
7. Antes e depois de manusear cateteres vasculares, sonda vesical, tubo oro
traqueal e outros dispositivos.
8. Após o contato direto com secreções e matéria orgânica.
9. Após o contato com superfícies e artigos contaminados.
10. Quando as mãos forem contaminadas, em caso de acidente.
11. Após coçar ou assoar nariz, pentear os cabelos, cobrir a boca para espirrar,
manusear dinheiro.
12. Antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar.
13. Após manusear quaisquer resíduos.
14. Ao término de cada tarefa.
15. Ao término da jornada de trabalho.
Fonte Fiocruz.
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TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
1. Retirar anéis, pulseiras e relógio.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostar na pia.
3. Colocar nas mãos aproximadamente 3 a 5 ml de sabão. O sabão deve ser, de
preferência, líquido e hipoalergênico.
4. Ensaboar as mãos friccionando-as por aproximadamente 15 segundos.
5. Friccionar a palma, o dorso das mãos com movimentos circulares, espaços
interdigitais, articulações, polegar e extremidades dos dedos (o uso de escovas
deverá ser feito com atenção).
6. Os antebraços devem ser lavados cuidadosamente, também por 15 segundos.
7. Enxaguar as mãos e antebraços em água corrente abundante, retirando
totalmente o resíduo do sabão.
8. Enxugar as mãos com papel toalha.
9. Fechar a torneira acionando o pedal, com o cotovelo ou utilizar o papel toalha;
ou ainda, sem nenhum toque, se a torneira for fotoelétrica. Nunca use as mãos.
Fonte: Fiocruz
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Proteção para manuseio de
e. Térmicas de nylon materiais em temperaturas ultrabaixas (Ex.
Nitrogênio líquido -195°C).
Proteção para realizar serviços gerais de
f. Borracha
limpeza e descontaminação.
Protege ou minimiza a inalação de gases,
Máscara
poeira, névoas e voláteis.
a. PFF1*
Protege contra poeiras e névoas.
Cabines de segurança
As cabines de segurança biológica protegem o profissional e o ambiente
laboratorial dos aerossóis potencialmente infectantes que podem se espalhar durante
a manipulação dos materiais biológicos. Constituem o principal meio de contenção
para evitar a fuga de aerossóis para o ambiente. Há três tipos de cabines de segurança
biológica: • Classe I 62 • Classe II – A, B1, B2, B3. • Classe III.
Capela química
Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa
turbulências e correntes, reduzindo assim, o perigo de inalação e contaminação do
operador e ambiente.
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Chuveiro de emergência
Lava olhos
Manta ou cobertor
Vaso de areia
Extintores de incêndio
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Pó Químico Seco/PQS - utilizam agente extintor à base de Bicarbonato de Sódio
e são indicados para combater incêndios da classe B 9liquídos inflamáveis) e C
(equipamentos elétricos).
3. DESCONTAMINAÇÃO
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por filtração: filtros com membranas de 0,2 µ para produtos líquidos que se
alteram com o calor. Exemplos: plasma, soro e ar atmosférico (filtro HEPA);
por agentes químicos: utilizado em materiais que não suportam os processos
com altas temperaturas. Um dos agentes utilizados é o óxido de etileno.
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Autoclavação: é o procedimento de inativação com calor úmido à alta pressão. É
utilizado para descontaminação de utensílios laboratoriais e materiais para descarte.
Recomenda-se que os materiais sejam autoclavados com duração de, no mínimo, 45
minutos em temperatura de 121ºC. Os materiais limpos devem ser esterilizados de 20
a 30 minutos em temperatura de 121ºC.
minutos. Acima de 180ºC não são recomendadas porque podem causar alterações nas
ligas metálicas, principalmente nos pontos de solda.
4. DESCARTE
Lixo contaminado deve ser embalado em sacos plásticos para o lixo tipo 1
(branco), de capacidade máxima de 100 litros, indicados pela NBR 9190 da ABNT.
Os sacos devem ser totalmente fechados de forma a não permitir o
derramamento de seu conteúdo, mesmo se virados para baixo. Uma vez fechados,
precisam ser mantidos íntegros até o processamento ou destinação final. Não se
admite abertura ou rompimento de saco contendo resíduo infectante sem tratamento
prévio. Deve-se verificar a qualidade do produto ou os métodos de transporte
utilizados caso ocorram rompimentos frequentes dos sacos.
Havendo derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com uma
solução desinfetante, por exemplo, hipoclorito de sódio a 5% e recolher em seguida,
fazendo depois a lavagem do local. Usar os equipamentos de proteção necessários.
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Todos os utensílios que entrarem em contato direto com o material deverão
passar por desinfecção posterior.
Os sacos plásticos deverão ser identificados com o nome do laboratório de
origem, sala, técnica responsável e data do descarte.
Autoclavar a 121º C durante pelo menos 20 minutos para materiais limpos e 45
minutos para materiais a serem descontaminados.
As lixeiras para resíduos desse tipo devem ser providas de tampas e devem ser
lavadas, pelo menos uma vez por semana ou sempre que houver vazamento do saco.
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Não quebrar, entortar ou recapear as agulhas.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
NBR 9190
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ANEXO 1
Níveis de proteção estabelecidos pelo EPA (Environmental Protection Agency) –
EUA
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� na presença de concentrações químicas de certas substâncias que possam colocar
em risco a vida de pessoas, através de inalação, mas que não representem o mesmo
risco quanto ao contato com a pele;
� em atmosfera que contenha menos que 19,5% de oxigênio ou na presença de
vapores não totalmente identificados, mas identificados em instrumentos de medição
de vapores com leitores de vapores orgânicos. No nível de proteção B, esses vapores
não devem ser encontrados em quantidade suficiente para lesarem a pele ou serem
absorvidos por ela.
Equipamentos para o nível de proteção B:
proteção respiratória semelhante ao nível a;
capuz resistente a químicos (totalmente encapsulado ou não-encapsulado);
macacões quimicamente resistentes;
luvas internas e externas;
botas resistentes a químicos.
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a atmosfera não contenha produtos químicos;
o trabalho não implique nenhum contato com derramamentos, imersões ou
inalações inesperadas com qualquer produto químico.
Equipamentos que devem ser utilizados:
macacões ou conjuntos de jaqueta e calça;
botas quimicamente resistentes;
óculos de proteção;
outros componentes opcionais.
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ANEXO 2
MAPA DE RISCOS - Modelo
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