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Parecer II

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PARECER TÉCNICO II

NOME: Beroaldo Nascimento Sérgio Junior

“Impactos Socioambientais do Complexo Industrial Portuário de Suape”

O Complexo Portuário de Suape (CIPS) é um dos principais polos de


desenvolvimento econômico da região Nordeste. Contudo a expansão e
operação deste complexo tem causado diversos impactos ambientais.
Recuperar essas áreas e preservar a vida marinha em seu entorno é essencial
para garantir a sustentabilidade e qualidade de vida das comunidades locais.
Para tanto, é necessário um conjunto de ações integradas. Vale ressaltar que,
em parte, os impactos ambientais causados têm a ver, também, com o
crescimento desordenado da população nesses entornos. As regiões urbano-
industriais se destacam devido a infraestrutura básica e precária e degradação
social, vinculadas em muitos casos à escassez de recursos naturais para
produção e consumo, em especial, a água.
Nas últimas décadas, o planejamento urbano no Brasil tem se manifestado de
diversas maneiras, cada uma com características únicas. Uma das formas mais
destacadas desse planejamento é a implementação dos planos diretores nas
cidades.
Com esse objetivo, o governo do estado de Pernambuco elaborou um plano
diretor entre 1973 e 1976 para a implantação da refinaria no Complexo Industrial
e Portuário de Suape, situado ao sul da cidade de Recife, capital de
Pernambuco.
Este plano visava atender às funções industriais e comerciais do complexo. É
importante destacar que esse plano foi criado como uma solução para o
crescimento econômico do estado, com o objetivo de minimizar riscos e danos à
área. Com base nesse plano, foi desenvolvido um programa de pesquisas sobre
impactos ambientais. Esse programa tinha como objetivo proporcionar um
entendimento abrangente das condições ecológicas do meio ambiente, de modo
a minimizar os impactos e fornecer diretrizes para um monitoramento adequado.
Em resposta às inúmeras mudanças no meio ambiente, bem como ao
crescimento econômico e populacional, foi criado um novo Plano Diretor do
Complexo de Suape em 2010, através do Decreto 37.160. Este plano aumentou
a área destinada à preservação ambiental de 48% para 59%, sendo usado como
justificativa para a preservação ambiental e a sustentabilidade. A administração
do Porto de Suape, em via online (página de internet) alega que trabalha na
preservação do Meio Ambiente, dando assim andamento aos projetos de
restauração florestal das áreas degradadas, possuindo um viveiro, desde 1995,
com capacidade para produzir 450 mil mudas anualmente de espécies da mata
atlântica. No entanto, os efeitos positivos desde aquele tempo até hoje, são
raramente percebidos.

Além disso, o plano capacita a área para desempenhar um papel importante ao


receber empreendimentos estratégicos, tais como o Polo Naval, a Refinaria
Abreu e Lima, a Petroquímica SUAPE e a ferrovia Transnordestina. O plano
também estabelece diretrizes para atender às crescentes demandas por novos
terminais de contêineres, terminais de granéis líquidos e sólidos, terminais de
minérios e novos berços de atracação.

No entanto, em 2022 foi criado o Plano Diretor Suape 2035. Este plano
estabelecido em 2022, tem como objetivo orientar o desenvolvimento futuro do
Complexo Industrial e Portuário de Suape até o ano de 2035, sendo ele uma
ferramenta de planejamento estratégico que define diretrizes, metas e políticas
para diversas áreas, como infraestrutura, meio ambiente, logística,
desenvolvimento econômico e social. Ele visa garantir um crescimento
sustentável, ordenado e integrado, buscando equilibrar o desenvolvimento
econômico com a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades locais.
O Plano Diretor Suape 2035 serve como um guia para as decisões de
investimento, expansão e gestão do complexo, assegurando que as atividades
industriais e portuárias sejam realizadas de forma responsável e com benefícios
duradouros para a região e seus habitantes. Mas, mesmo com tais avanços
tecnológicos, alguns equipamentos e técnicas não são suficientes para evitar a
degradação ambiental.

Uma técnica essencial para analisar problemas ambientais é através do uso de


sensoriamento remoto -- fundamental para obter dados temporais. Essa técnica
funciona como uma ferramenta importante para identificar problemas causados
pelo planejamento inadequado do espaço físico e ambiental. O Sistema de
Informação Geográfica (SIG) também é uma ferramenta valiosa, pois permite
mapear e visualizar a área estudada. Com o uso dessas ferramentas, é possível
criar mapas temáticos da área analisada.
É fundamental que haja um estudo aprofundado, para garantir a sustentabilidade
e equilíbrio ecológico da região. Isso não só ajudará na preservação da fauna e
flora local, mas também ajudará a que profissionais que trabalham na área
entendam e tenham uma visão mais ampla das causas, impactos e efeitos. Para
que se possam usar meios e táticas de preservação ambiental mais adequadas
nesses locais.
Com base no diagnóstico, deve-se elaborar um plano de recuperação ambiental.
Esse plano deve contemplar ações de curto, médio e longo prazo. Entre as
medidas de curto prazo, estão a contenção de processos erosivos e a remoção
de resíduos sólidos. No médio prazo, deve-se focar na revegetação com
espécies nativas, recuperação de corpos hídricos e restauração de habitats para
a fauna local. No longo prazo, o monitoramento contínuo e a manutenção das
áreas recuperadas são essenciais para garantir a sustentabilidade dos esforços
de recuperação.
Vale ressaltar que os empreendimentos de Suape não apenas impactam
negativamente o ecossistema local, mas também afetam diretamente a saúde,
as condições de moradia e as atividades econômicas vitais para as comunidades
locais. Antes abundante em recursos naturais que sustentavam as comunidades
rurais da região, o ambiente hoje sofre com a contaminação por dejetos
industriais despejados nos rios e no mar, emissões de gases poluentes na
atmosfera e produtos químicos que contaminam o solo. Com cada expansão do
complexo portuário e industrial, a situação dessas comunidades se deteriora
ainda mais.
Destaca-se que um dos primeiros passos para a preservação ambiental é a
recuperação de áreas degradadas nos entornos de Suape. Isso pode incluir a
revitalização de manguezais, áreas de restinga e zonas de vegetação nativa que
foram impactadas pelas atividades industriais e urbanas. Programas de
reflorestamento com espécies nativas, controle da erosão e manejo adequado
dos recursos hídricos são essenciais para restaurar esses ecossistemas.
A implementação de sistemas eficientes de controle e tratamento de efluentes
industriais e urbanos é fundamental para reduzir a poluição hídrica nos entornos
de Suape. Tecnologias avançadas de tratamento de água e monitoramento
constante da qualidade da água são necessárias para minimizar os impactos
negativos sobre os cursos d'água locais e os ecossistemas marinhos adjacentes.
Além disso, a criação de um sistema eficaz de monitoramento ambiental e
fiscalização é crucial para garantir o cumprimento das normas ambientais e
detectar práticas ilegais que possam comprometer o meio ambiente nos
entornos de Suape. Isso inclui ações como inspeções regulares, uso de
tecnologias de sensoriamento remoto e engajamento da comunidade na
vigilância ambiental.
REFERÊNCIAS:
Desenvolvimento - Sustentabilidade: https://www.suape.pe.gov.br/pt/meio-
ambiente-2/desenvolvimento-com-sustentabilidade
Impactos negativos: https://marcozero.org/relatorio-revela-realidade-de-
violacoes-que-suape-tenta-esconder/
Plano Diretor de 2022: https://www.suape.pe.gov.br/pt/transparencia/plano-
diretor
Decreto: 54.185/22: https://legis.alepe.pe.gov.br/texto.aspx?id=70575
Histórico do Porto de Suape: 1960 a 2022:
https://www.suape.pe.gov.br/pt/institucional/historico-de-suape
Decreto 37.160/2010: https://www.suape.pe.gov.br/pt/publicacoes/214-
decretos/153-decreto-n-37-160-de-23-de-setembro-de-
2011?layout=publicacoes
Impactos aos mangues após ao construção do CIPS:
https://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/10/mppe-diz-que-supressao-de-
mangue-em-suape-afetou-fauna-marinha.html
Sistema de Informação Geográfica (SIG):
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/sig.htm

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