LEP Aula 01
LEP Aula 01
LEP Aula 01
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização
judiciária e, na sua ausência, ao da sentença.
Por outro lado, parte da doutrina entende que, a partir da Lei de Execução Penal,
houve uma jurisdicionalização plena do direito de execução penal.
A Constituição Federal (CF/1988), no art. 22, inciso I, afirma que compete à União
legislar sobre direito penal e processual penal. Assim, a doutrina entende que, ao
atribuir essa competência à União, o constituinte originário outorgou, também,
competência para legislar sobre direito de execução penal. Tanto é assim que a
Lei nº 7.210/1984 emanou do Congresso Nacional.
Por outro lado, o direito penitenciário, embora seja um ramo autônomo, aproxima-
se do direito administrativo e tem por objetivo organizar a instituição
penitenciária, sob os aspectos da disciplina e da segurança. Desse modo, o direito
penitenciário, conforme previsto no art. 24, inciso I, da CF/1988, é matéria de
competência legislativa concorrente entre União, estados e Distrito Federal (DF).
Desse modo, cada um desses entes possuirá seu regulamento penitenciário, com
leis e decretos próprios, que regulamentam o funcionamento das instituições
penitenciárias e atendem a suas particularidades e especificidades. Nesse âmbito,
há, por exemplo, o Regulamento Penitenciário Federal, que é o decreto que
regulamenta o funcionamento das penitenciárias federais, e cada estado possui
sua própria legislação local.
Ademais, os institutos que foram reformados ao longo dos anos, como a remição
de pena, por exemplo (que sofreu uma profunda modificação no início de 2011),
demonstram que o preso provisório e o cautelar têm recebido atenção do direito
de execução penal. Logo, os destinatários da execução penal são os presos
condenados – definitivos ou provisórios – e os presos cautelares.
Por fim, o parágrafo único também se refere ao condenado pela Justiça Eleitoral
e pela Justiça Militar, recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária,
porque nem todos os estados da Federação possuem estabelecimentos prisionais
federais. Desse modo, a execução da pena, nesses casos, invariavelmente ocorrerá
perante a Justiça Estadual.
O objeto da execução penal é a sentença penal. Nesta, haverá uma pena concreta
(que poderá ser suspensa) ou uma medida de segurança aplicada ao que se chama
absolvição imprópria. Assim, ou haverá sentença penal condenatória, impondo ao
condenado pena privativa de liberdade, que pode ter sido suspensa, pela
suspensão condicional da pena dos arts. 77 e seguintes do Código Penal, ou,
eventualmente, pode ter sido substituída a pena privativa de liberdade pelas penas
restritivas de direito, as penas alternativas que, igualmente, são objeto do direito
de execução penal.
Por isso, pode-se ter sentença penal condenatória que tenha imposto pena
privativa de liberdade, tendo sido ela suspensa ou substituída pela pena restritiva
de direitos ou não, recolhendo o indivíduo ao cárcere. Ainda, é possível que haja
pena pecuniária, pena de multa, sentença penal condenatória que imponha tão
somente uma pena pecuniária.
A situação não poderia ser diferente, já que a CF/1988 garante que todos os
cidadãos são considerados presumidamente inocentes até o trânsito em julgado,
logo, o pressuposto jurídico não poderia ser diferente da execução penal, com a
regra geral sendo o trânsito em julgado da sentença penal, seja ela condenatória
ou absolutória imprópria.