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ATENÇÃO!! Caro estudante, primeiro leia atentamente os presentes apontamentos relativos
à Derivação Numérica, discutindo todos os exemplos apresentados no texto, e, para a exerci- tação e consolidação da matéria, resolva todos os exercícios constantes do Programa de Aulas Práticas da Disciplina de Cálculo Numérico. As dúvidas decorrentes da leitura do texto, da compreensão dos exemplos e da interpretação dos exercícios propostos poderão ser esclarecidas pelo docente nas aulas Teórico-Praticas. BOM TRABALHO!
Aula teórica: 05 09.04.2024
Tema 4. Derivação e Integração Numéricas - Fórmulas de derivação numérica. . .
Objectivo No fim desta aula, os estudantes devem ser capazes de: • Derivar numericamente funções tabeladas e analíticas. . .
4. Derivação e Integração Numéricas
A derivação e a integração são conceitos estabelecidos com a consolidação do cálculo infinitesi-
mal, significando limites do quociente de diferenças e da soma de Riemann1 , respectivamente. Entretanto, quando estes limites não existem ou quando se desconhece a expressão analítica da função a derivar ou a integrar, o cálculo analítico revela-se impraticável. Em outras ocasiões, os referidos limites e/ou a expressão analítica da função são conhecidos mas com uma repre- sentação complexa, o que torna fastidioso o processo de determinação analítica da derivada e/ou do integral dessa função. Portanto, uma das soluções para estes problemas consiste em substituir os referidos limites por processos finitos, isto é, substituem-se os limites do quociente de diferenças e da soma de Riemann por quociente e somatório, respectivamente.
4.1. Derivação Numérica
Sejam dados n + 1 pontos (x0 , y0 ), (x1 , y1 ), ..., (xn , yn ), tal que yi = f (xi ), x ∈ [x0 , xn ], i = 0, 1, ..., n. Pretende-se determinar a derivada numérica de f (x), ou seja, f ′ (x).
A derivação numérica é um caso específico de interpolação de funções. Em geral, o procedimento
consiste em determinar o polinómio interpolador, usando as fórmulas de Gregory-Newton (ND e NA) ou a fórmula de Lagrange, e, posteriormente, derivá-lo.
4.1.1. Fórmulas de Derivação Numérica
Em termos numéricos, a técnica de determinação do polinómio interpolador pode não ser o procedimento prático para o cálculo de f ′ (x). Entretanto, é sabido que,
1 Georg Friedrich Bernhard Riemann (1826–1866) — matemático alemão 2
f (x0 + h) − f (x0 ) f ′ (x0 ) = lim h→0 h
f (x0 + h) − f (x0 ) y1 − y0 △y0
Deste modo, f ′ (x0 ) ≈ = =⇒ f ′ (x0 ) ≈ , onde h = x1 − x0 . h h h
Exemplo 1. Suponhamos que a massa δ de porção de uma linha material em função do com- primento s é dada por δ(s) = s·log(s). A tabela abaixo ilustra a densidade da linha de material no ponto s = 1 (δ ′ (1)):
δ(1 + h) − δ(1) A partir da tabela anterior, se observa que a derivada numérica δ ′ (1) ≈ h melhora com a diminuição de h. Porém, é necessário tomar precaução ao manipular o valor de h pois a melhoria referida anteriormente não é linear. Por exemplo, quando h = 10−15 a derivada numérica do exemplo anterior resulta peor até que aquela para h = 0.1. Além disso, quando h = 10−16 a derivada numérica é igual a zero, devido ao cancelamento catastrófico. Nas situações em que não se pode manipular o valor de h, é possível melhorar a aproxima- ção da derivada numérica, adicionando alguns pontos nodais da função f (x). Consideremos a aproximação de f (x) pelo polinómio interpolador de Gregory-Newton descendente (ND), i.é:
△yN D △2 yN D △3 yN D f (x) = f (xN D + θh) ≈ yN D + θ + θ(θ − 1) + θ(θ − 1)(θ − 2) + ... + 1! 2! 3! △n yN D θ(θ − 1)(θ − 2)...[θ − (n − 1)] (1) n! Derivando em ambos membros da equação (1), temos:
2θ − 1 2 [(2θ − 1)(θ − 2) + θ(θ − 1)] 3
f ′ (x) = h · f ′ (xN D + θh) ≈ ∆yN D + ∆ yN D + ∆ yN D + 2 6
+ ∆ yN D + ... (2) 24 Passando h para o segundo membro obtém-se a fórmula de derivação de f (x) no ponto x = xN D + θh ( ′ 1 2θ − 1 2 [(2θ − 1)(θ − 2) + θ(θ − 1)] 3 f (xN D + θh) ≈ ∆yN D + ∆ yN D + ∆ yN D + h 2 6 ) [(2θ − 1)(θ − 2) + θ(θ − 1)](θ − 3) + θ(θ − 1)(θ − 2) 4 + ∆ yN D + ... 24 3
Seja x = xN D . Então, de x = xN D + θh =⇒ xN D = xN D + θh ⇐⇒ θ = 0.
Efectuando operações aritméticas na equação anterior, obtém-se a fórmula de derivação de
f (x) no ponto xN D ( ) ′ 1 1 2 1 3 1 4 (−1)n−1 n f (xN D ) ≈ ∆yN D − ∆ yN D + ∆ yN D − ∆ yN D + ... + ∆ yN D (3) h 2 3 4 n
Agora vamos determinar a fórmula de derivação numérica, considerando a aproximação de
f (x) pelo polinómio interpolador de Gregory-Newton ascendente (NA), isto é:
∇yN A ∇2 yN A ∇ 3 yN A f (x) = f (xN A + θh) ≈ yN A + θ + θ(θ + 1) + θ(θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1! 2! 3! ∇4 yN A ∇n yN A 1)(θ + 2)(θ + 3) + ... + θ(θ + 1)(θ + 2)(θ + 3)...[θ + (n − 1)] (4) 4! n! Derivando em ambos membros da equação (4), temos:
2θ + 1 2 [(2θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1)] 3
f ′ (x) = h · f ′ (xN A + θh) ≈ ∇yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + 2 6
+ ∇ yN A + ... 24 Passando h para o segundo membro obtém-se a fórmula de derivação de f (x) no ponto x = xN A + θh ( ′ 1 2θ + 1 2 [(2θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1)] 3 f (xN A + θh) ≈ ∇yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + h 2 6 ) [(2θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1)](θ + 3) + θ(θ + 1)(θ + 2) 4 + ∇ yN A + ... (5) 24 xN A − xN A Seja x = xN A . Então, de x = xN A + θh =⇒ xN A = xN A + θh ⇐⇒ θ = = h 0 =⇒ θ = 0.
Substituindo θ = 0 na equação (5), temos:
( ′ 1 2·0+1 2 [(2 · 0 + 1)(0 + 2) + 0 · (0 + 1)] 3 f (xN A ) ≈ ∇yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + h 2 6 4
) [(2 · 0 + 1)(0 + 2) + 0 · (0 + 1)](0 + 3) + 0 · (0 + 1)(0 + 2) 4 + ∇ yN A + ... 24 Efectuando operações aritméticas na equação anterior, obtém-se a fórmula de derivação de f (x) no ponto xN A ( ) ′ 1 1 2 1 3 1 4 1 n f (xN A ) ≈ ∇yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + ... + ∇ yN A (6) h 2 3 4 n
Nota: Procede-se de modo análogo para a determinação de derivadas numéricas de ordem
superior.
Exemplo 2. Suponhamos que a massa δ de porção de uma linha material em função do com- primento s é dada por δ(s) = s · log(s), em conformidade com a tabela abaixo:
Determine: (a) As diferenças finitas de δ(s); (b) A aproximação de densidade da linha de material no ponto s = 1, isto é, δ ′ (1), usando polinómios de ND de graus 1, 2, 3, 4, 5 e 8; (c) O valor aproximado de densidade da linha de material no ponto s = 1.35, ou seja, δ ′ (1.35), usando o polinómio de NA.
Resolução (a) As diferenças finitas de f (s) se apresentam na tabela abaixo.
(b) Tomando s = sN D = 1, h = 0.1 e usando a fórmula
( ) ′ 1 1 2 1 3 1 4 (−1)n−1 n f (xN D ) ≈ ∆yN D − ∆ yN D + ∆ yN D − ∆ yN D + ... + ∆ yN D , para polinó- h 2 3 4 n mios de distintos graus, obtemos: 0.1048 Para grau 1: δ ′ (1) ≈ = 1.0480 0.1 ( ) 1 0.0092 Para grau 2: δ ′ (1) ≈ 0.1048 − = 1.0020 0.1 2 ( ) 1 0.0092 0.0009 Para grau 3: δ ′ (1) ≈ 0.1048 − − = 0.9990 0.1 2 3 ( ) 1 0.0092 0.0009 0.0003 Para grau 4: δ ′ (1) ≈ 0.1048 − − − = 0.9983 0.1 2 3 4 ( ) 1 0.0092 0.0009 0.0003 0.0003 Para grau 5: δ ′ (1) ≈ 0.1048 − − − − = 0.9977 0.1 2 3 4 5 [ 1 0.0092 0.0009 0.0003 0.0003 0.0005 Para grau 8: δ ′ (1) ≈ 0.1048 − − − − − − 0.1 2 3 4 5 6 5
] 0.0009 0.0014 − − = 0.9938 7 8 (c) Considerando que o ponto 1.35 não constitui um ponto nodal, então vamos usar a fór- mula (5), isto é, ( ′ 1 2θ + 1 2 [(2θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1)] 3 f (xN A + θh) ≈ ∇yN A + ∇ yN A + ∇ yN A + h 2 6 ) [(2θ + 1)(θ + 2) + θ(θ + 1)](θ + 3) + θ(θ + 1)(θ + 2) 4 + ∇ yN A + ... 24
Tomando s = 1.35, h = 0.1 e sN A = 1.4, obtemos
s − sN A 1.35 − 1.4 A partir de θ = =⇒ θ = = −0.5. h 0.1 Assim, temos:
