Relatorio TCC Análise Do Rio Cotia
Relatorio TCC Análise Do Rio Cotia
Relatorio TCC Análise Do Rio Cotia
Aderley Ricardo
Felipe Silva Oliveira de Freitas
Vinícius Soutelo Noseda
SÃO PAULO
2024
Aderley Ricardo
Felipe Silva Oliveira de Freitas
Vinícius Soutelo Noseda
SÃO PAULO
2024
SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................... 6
2. Objetivos........................................................................................... 7
3. Referencial teorico.............................................................................8
4. Materiais e métodos........................................................................16
4.2 pH.............................................................................................16
4.2.2 Reagentes............................................................................17
4.2.3 Procedimento.......................................................................17
4.3 Condutividade..........................................................................17
4.3.2 Reagentes............................................................................17
4.3.3 Procedimento.......................................................................17
4.4 Turbidez................................................................................... 18
4.4.5 Medição................................................................................18
4.5 Alcalinidade..............................................................................19
4.5.2 Reagentes............................................................................19
4.5.5 Procedimento.......................................................................20
4.6 Cloreto......................................................................................20
4.6.2 Reagentes............................................................................20
4.6.4 Procedimento.......................................................................20
4.7 Dureza......................................................................................21
4.7.2 Reagentes............................................................................21
4.7.4 Procedimento.......................................................................21
4.8.2 Reagentes............................................................................22
4.9.2 Reagentes............................................................................23
4.10.3 Procedimento.....................................................................23
5. Resultados e discussão...................................................................25
5.1 Coletas.....................................................................................25
5.2 pH.............................................................................................25
5.3 Condutividade..........................................................................25
5.4 Turbidez................................................................................... 26
5.5 Alcalinidade..............................................................................27
5.5.4 Resultados...........................................................................29
5.6 Cloreto......................................................................................31
5.6.3 Resultados...........................................................................32
5.7 Dureza......................................................................................35
5.7.2 Resultados...........................................................................35
6. Conclusão....................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................41
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história a humanidade buscou os recursos hídricos para o
desenvolvimento dos primeiros agrupamentos humanos até a evolução para as
grandes civilizações, por esse fato é possível dizer que: a água é essencial para a
manutenção da vida e desenvolvimento da sociedade. O avanço da civilização na
Mesopotâmia, o desenvolvimento da civilização egípcia e das civilizações romana e
inca, esteve pautada no fato de que a água sempre foi um recurso de extrema
importância e até mesmo tratada como divindade.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Realizar análises de água do Rio Cotia comparando com os parâmetros de
potabilidade da portaria 888\21 do Ministério da Saúde.
3. REFERENCIAL TEORICO
3.1 Água no Brasil
3.1.1 Disponibilidade da água
De acordo com pesquisas e dados da Agência Nacional de Águas (ANA) o
Brasil possui uma extrema abundância em recursos hídricos, uma vez que possui a
maior reserva de água do mundo, tendo 12% de toda a água doce do planeta
A ETA do Alto Cotia (Morro Grande) tem suas águas advindas de reserva
florestas protegida e preservada, tendo capacidade de tratamento de 1,3 m 3/s
(SABESB, 2005).
§ 2º O uso comum das águas pode ser gratuito ou retribuído, conforme as leis e
regulamentos da circunscrição administrativa a que pertencerem.”
“Art. 43. As águas públicas não podem ser derivadas para as aplicações da
agricultura, da indústria e da higiene, sem a existência de concessão administrativa,
no caso de utilidade pública e, não se verificando esta, de autorização
administrativa, que será dispensada, todavia, na hipótese de derivações
insignificantes.”
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4. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado ao longo do Rio Cotia, no município de Cotia/SP. Foram
selecionados três pontos para coleta da água do rio Cotia: Reserva do Morro
Grande, Estrada Fernando Nobre e Jardim Rio Cotia, para a realização das análises
físico-química e microbiológicas.
4.2 pH
4.2.1 Materiais utilizados
PHmetro;
Béquer;
Frasco lavador;
Papel absorvente.
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4.2.2 Reagentes
Soluções tampão de pH: 7,0; 4,0 e 10,0;
Água deionizada.
4.2.3 Procedimento
Ligar o Phmetro e esperar a sua estabilização;
Calibrar com as soluções padrão de pH 4.0; 7.0 e 10.0;
Lavar os eletrodos com água deionizada;
Induzir os eletrodos na amostra e realizar a análise dos dados;
Remover os eletrodos da amostra;
Lavar novamente com água deionizada;
Desligar o aparelho.
4.3 Condutividade
4.3.1 Materiais utilizados
Condutivimetro;
Béquer;
Papel absorvente.
4.3.2 Reagentes
Solução padrão de 1413 µS/cm;
Água deionizada.
4.3.3 Procedimento
Ligar o condutivimetro;
Calibrar com a solução padrão de 1413 µS/cm;
Lavar o sensor com água deionizada;
Separar uma alíquota do analito em um béquer;
Aguardar o sensor estabilizar;
Anotar os resultados;
Limpar o sensor;
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Desligar o condutivimetro.
4.4 Turbidez
4.4.1 Materiais utilizados
Turbidímetro
4.4.5 Medição
Encha a cubeta com a amostra de líquido que você deseja testar;
Insira a cubeta no turbidímetro de acordo com as instruções do fabricante;
O turbidímetro emitirá um feixe de luz através da amostra e medirá a
quantidade de luz espalhada pelas partículas em suspensão;
A leitura do turbidímetro será exibida em unidades de turbidez, geralmente em
NTU (Unidades Nefelométricas de Turbidez).
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4.5 Alcalinidade
4.5.1 Materiais utilizados
Bureta 50ml;
Pipeta volumétrica 50ml;
Pipeta volumétrica 25ml;
Erlenmeyer 250ml;
Béquer;
Balão volumétrico 1L.
4.5.2 Reagentes
H2SO4 0,01865 mol/L
Azul de bromotimol
NaOH 0,00830 mol/L
Biftalato de potássio
4.5.5 Procedimento
Tomar 50 mL da amostra e colocar no Erlenmeyer;
Adicionar 3 gotas da solução indicadora de Azul de bromotimol
Titular com a solução de ácido sulfúrico 0,01865 mol/L até a mudança da cor
azul para amarelo
Anotar o volume total de H2SO4 gasto (V) em mL.
4.6 Cloreto
4.6.1 Materiais utilizados
Bureta de 50 mL;
Becker de 250 mL;
Frasco Erlenmeyer de 250 mL;
Medidor de pH;
Proveta de 50 mL
4.6.2 Reagentes
Solução-padrão de nitrato de prata 0,01376 mol/L;
Solução-padrão NaCl 0,0100 mol/L
Solução indicadora de cromato de potássio K2CrO4;
Hidróxido de sódio 1mol/L;
Ácido sulfúrico 1mol/L;
4.6.4 Procedimento
Colocar 50 mL de amostra no Erlenmeyer;
Ajustar o pH entre 7 e 10, se necessário, com NaOH ou H2SO4;
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4.7 Dureza
4.7.1 Materiais utilizados
Bureta de 50mL;
Pipeta volumétrica de 25mL;
Pipeta volumétrica de 50 mL;
Balão volumétrico de 1L;
Béquer de 100 mL;
Frasco Erlenmeyer de 250 mL
4.7.2 Reagentes
Solução-padrão de EDTA 0,0100mol/L;
Solução tampão de Hidróxido de amônia;
Indicador Preto de Eriocromo T
4.7.4 Procedimento
Tomar 50 mL da amostra e colocar no Erlenmeyer;
Ajustar o pH para 10 utilizando a solução tampão de hidróxido de amônia
Adicionar 3 gotas da solução indicadora de Eriochromo black T
Titular com a solução de EDTA 0,0100 mol/L até a mudança da cor azul para
amarelo
Anotar o volume total de EDTA gasto (V) em mL
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4.8.2 Reagentes
Caldo Lauril Sulfato
Água deionizada.
4.9.2 Reagentes
Caldo Verde Bile Brilhante 2%
4.10.3 Procedimento
Pesar capsulas anteriormente;
Tomar 50 mL da amostra e passar para a capsula de porcelana;
Ligar a estufa;
Colocar a capsula na estufa a 120º de 15 a 24 horas;
Após o período de 15 a 24 horas, transferir a capsula para o dessecador;
Pesar a capsula em balança analítica.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Coletas
Como dito anteriormente no tópico 4.1 foram realizadas duas coletas para
serem analisadas onde para organizar a leitura foram chamadas de coleta 1,
realizada em 14 de março de 2024, e coleta 2, realizada em 1 de maio de 2024.
5.2 pH
Os resultados foram derivados das análises conduzidas de cada ponto, com
os resultados, apresentados na tabela 1, dentro da faixa aceitável de tolerância de 6
a 9 de pH
Tabela 1 - Resultados pH
Coleta Nascente Área residencial Área industrial
Analisando os dados das duas medições de pH, é possível se afirmar que o rio
possui uma tendência a ser alcalina com apenas o ponto na área residencial sendo
levemente mais ácido que os demais.
Com base nos resultados é possível afirmar que não há grandes preocupações
perante o pH do Rio Cotia, por mais que ele sofra alterações ao longo de seu
percurso.
5.3 Condutividade
Os resultados foram derivados dos testes conduzidos através do
condutivimetro, apresentados na tabela 8 e abaixo do valor máximo permitido de 500
μS/cm.
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5.4 Turbidez
Os resultados conduzidos através da medição com o turbidímetro na tabela 9
apresentam valores extremamente preocupantes uma vez que em todos os pontos
analisados a turbidez está acima do valor máximo permitido de 5 NTU.
1° (NTU) - - -
A análise de turbidez nos apresenta uma preocupação muito grande, uma vez que
além de todos os pontos estarem acima do valor máximo permitido a diferença do
primeiro ponto de coleta para o segundo é novamente mais que duas vezes maior, e
esta diferença volta a diminuir na região industrial o que nos leva a mais um indício
de descarte de resíduos domésticos no corpo do rio.
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5.5 Alcalinidade
5.5.1 Padrão primário de Biftalato de potássio (C8H5KO4).
O Biftalato de potássio(C8H5KO4) é utilizado como padrão primário devido a sua
estequiometria bem conhecida em reações com bases fortes como o hidróxido de
sódio (NaOH). Devido a estabilidade do biftalato a sua concentração pode ser
calculada diretamente com base na quantidade pesada, eliminando assim a
necessidade de uma titulação
1° 11,9 0,00840336134
2° 12,0 0,0083333333
3° 11,9 0,00840336134
Média(mol/L) 0,00830
1° 11,3 0,018758
2° 11,2 0,018592
3° 11,2 0,018592
Média(mol/L) 0,01865
5.5.4 Resultados
Os resultados foram derivados dos testes de alcalinidade feitos em triplicata
com o volume de titulante gasto por análise apresentado na tabela 7
2° Coleta
no corpo do rio que de acordo com a revista (Britannica, 2024), pode ocasionar no
processo de eutrofização do ambiente aquático onde o aumento de dejetos
orgânicos realizam um aumento na quantidade de algas de forma que se ocasiona
uma redução drástica nos níveis de oxigênio na água impactando toda a fauna
aquática, trazendo assim maior importância para análises microbiológicas de
coliformes totais e termotolerantes.
5.6 Cloreto
5.6.1 Padrão primário Cloreto de sódio (NaCl)
O Cloreto de sódio (NaCl) é utilizado como padrão primário devido a sua
estequiometria bem conhecida em meio aquoso. Por ser uma substância bastante
estável a sua concentração pode ser decidida através da sua pesagem direta, sem a
necessidade de titulação.
1° 7,1 0,013698630
2° 7,0 0,013888889
3° 7,1 0,013698630
Média(mol/L) 0,01376
5.6.3 Resultados
Os resultados foram derivados dos testes de cloreto feitos em triplicata com o
volume de titulante gasto por análise apresentado na tabela 11 e com a correção do
branco de 0,2 já realizada
2° Coleta
5.7 Dureza
5.7.1 Padrão primário ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA)
O EDTA também é utilizado como padrão primário devido a sua
estequiometria bem conhecida em reações de formação de íons complexos. Por ser
uma substância bastante estável a sua concentração pode ser decidida através da
sua pesagem direta, sem a necessidade de titulação.
5.7.2 Resultados
Os resultados foram derivados dos testes de dureza feitos em triplicata com o
volume de titulante gasto por análise apresentado na tabela 14
(Preto de
eriocromo-t)
Coleta 2
Conforme a tabela 16 é possível verificar que o Rio Cotia não está de acordo
com as normas de potabilidade da portaria 888/21 do MS, uma vez que de acordo
com a portaria o valor máximo permitido é de ausência em 100ml, caso que não é
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presente na amostra uma vez que mesmo em uma diluição 1:100 obteve a maior
parte dos resultados como positivo e nenhuma identificação de contaminação pelo
branco realizado na análise, por tanto esta observação reforça ainda mais
possibilidade de despejo de efluentes não tratados diretamente no corpo do rio já
levantada na discussão do tópico 5.5.4
Área residencial 1318 mg/L 1318 mg/L 1224 mg/L 1286 mg/L
Área industrial 204 mg/L 208 mg/L 206 mg/L 206 mg/L
Padrões estes que podem causar sérios impactos na biodiversidade aquática região
e apresentar perigo para a população que vive entorno do rio devido a grande
exposição aos efluentes não tratados presentes no Rio Cotia.
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6. CONCLUSÃO
O estado do Rio Cotia emite um alerta inequívoco: a saúde pública e a
preservação do nosso patrimônio natural estão em risco iminente. Essas análises de
potabilidade da água revelam um panorama preocupante com os resultados
demonstrando interferências antropológicas.
Preservar o Rio Cotia não é apenas uma questão ambiental, mas uma
questão de saúde pública e proteção do nosso patrimônio natural para as gerações
futuras.
40
BIBLIOGRAFIA.
EBC. Onde está a água no Brasil? Disponível em:
<https://www.ebc.com.br/especiais-agua/agua-no-brasil/>. Acesso em 15 de
setembro de 2023.
Jean Paul Metzger et al. Uma área de relevante interesse biológico, porém
pouco conhecida: a Reserva Florestal do Morro Grande. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/bn/a/SgtHnGwmHfVBQWVFzwq3Tym/>. Acesso em 03 de
novembro de 2023.