A Paixao Que O Viuvo Rejeitou - Yohan Bell
A Paixao Que O Viuvo Rejeitou - Yohan Bell
A Paixao Que O Viuvo Rejeitou - Yohan Bell
— Viu só? Tem que tomar banho. Se você não tomar banho, não vai
crescer e não vai ficar alto igual ao papai — disse, o vendo abrir a boca,
espantado.
— Vovozinha, o Gael tem que tomar banho para ficar grande. —
Voltou-se a mamãe, esticando os braços em sua direção.
Mamãe se aproximou e o pegou no colo, dando-lhe um beijo
estalado no rosto.
— É isso mesmo, meu príncipe — confirmou mamãe e jogando-me
uma piscadela, adiantou-se em direção às escadas, enquanto Gael se
despedia, acenando com uma das mãozinhas. — Vamos encher a banheira
com patinhos, tá bom?
— E-E-E muitos patinhos e muitos coelhinhos.
— Os coelhinhos não sabem nadar.
— É de borracha, vovó.
— Sério?! — Mamãe fingiu surpresa, arrancando-lhe uma
gargalhada. — Pensei que fossem de verdade.
— Não, vovó. O papai falou que é de borracha.
— Esse papai é muito esperto mesmo.
— O Gael também. — Apontou para si mesmo, arrancando um
largo sorriso do rosto de mamãe.
O meu coração ficava quentinho ao vê-la bem. Os primeiros dias do
luto foram difíceis, mas mamãe se apegou ao que ela tem de mais
importante para seguir em frente. Essa criança, esse menino, é o maior e o
melhor presente que Ariane poderia ter nos deixado.
Sem ele, essa casa seria sem vida, um mausoléu fantasma, cujas
paredes coloridas, aos nossos olhos, seriam em preto e branco. É como
dizem, crianças são pequenos anjos, enviados à Terra, para iluminar os
nossos dias.
Aos pequenos ensinamos e com eles aprendemos. A ser mais
humanos, amorosos, prestativos, cuidadosos, sinceros, verdadeiros e,
principalmente, a proteger aqueles que são especiais para nós.
Sem esses pequenos anjos, nós, como seres humanos, já teríamos
falhado o suficiente para encarar o nosso fim, sem qualquer chance de
salvação.
[1] Protagonista de “Meu Faz De Conta Que Sempre Foi Amor” da autora
D. A. Lemoyne.
[2] Protagonista de “A Babá Que Conquistou O Médico Viúvo e Solitário”