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Apostila Fertilizantes

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UNIVERSIDADE FERDERAL DE LAVRAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DO SOLO

PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA FORMULAÇÃO E MISTURA DE

FERTILIZANTES

DOUGLAS RAMOS GUELFI SILVA


ALFREDO SCHEID LOPES

2011
SUMÁRIO
1
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................................
2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS FERTILIZANTES EM RELAÇÃO AOS CRITÉRIOS
FÍSICOS E QUÍMICOS............................................................................................................................... 2
2.1. Classificação em relação ao critério químico........................................................................................ 2
2.2. Classificação em relação ao critério físico............................................................................................ 2
2.2.1. Pó........................................................................................................................................................ 2
2.2.2. Mistura de grânulos............................................................................................................................ 2
2.2.3 Mistura granulada................................................................................................................................ 3
2.2.4. Complexo granulado.......................................................................................................................... 3
2.2.5. Líquidos ou fluídos............................................................................................................................. 3
2.2.6. Gasosos............................................................................................................................................... 4
3. CARACTERÍSTICAS DOS FERTILIZANTES..................................................................................... 4
3.1. Solubilidade........................................................................................................................................... 4
3.2. Higroscopicidade................................................................................................................................... 5
3.3. Salinidade.............................................................................................................................................. 6
3.4. Reação................................................................................................................................................... 7
3.5. Densidade.............................................................................................................................................. 9
4. COMPATIBILIDADE ENTRE FERTILIZANTES................................................................................ 9
5. O QUE É UMA FÓRMULA DE FERTILIZANTE?.............................................................................. 10
6. CÁLCULOS PARA ENCONTRAR A FÓRMULA DO FERTILIZANTE DESEJADA...................... 12
6.1. Relação básica entre nutrientes............................................................................................................. 12
6.1.1. Outras formas de cálculo da relação básica........................................................................................ 14
6.2. Formulação de misturas de fertilizantes................................................................................................ 15
6.2.1. Adição de micronutrientes em fórmulas de fertilizantes.................................................................... 21
6.3. Combinação de fertilizantes minerais e orgânicos................................................................................ 22
7. DEFINIÇÃO DA QUANTIDADE DA FORMULAÇÃO DO FERTILIZANTE A APLICAR............. 26
8. ADUBAÇÃO FOLIAR............................................................................................................................ 29
9. ASPECTOS ECONÔMICOS DA ADUBAÇÃO.................................................................................... 31
10. SUGESTÃO DE ROTEIRO DE AULA PARA DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE
35
NUTRIENTES DISPONÍVEIS EM FERTILIZANTES.............................................................................
10.1. Objetivo............................................................................................................................................... 35
10.2. Conceitos a serem abordados.............................................................................................................. 35
10.3. Material a ser utilizado........................................................................................................................ 36
10.4. Tempo de aula..................................................................................................................................... 36
10.5. Resumo da informação a ser divulgada aos alunos............................................................................. 36
10.6. Como determinar o percentual de um elemento químico em um composto....................................... 36
10.7. Como ler um rótulo de fertilizante...................................................................................................... 38
10.8. Exemplos práticos de como calcular a composição química dos fertilizantes.................................... 39
10.9. Conclusões.......................................................................................................................................... 43
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................. 43
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................... 44
APÊNDICE.................................................................................................................................................. 45
PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA FORMULAÇÃO E MISTURA DE

FERTILIZANTES

DOUGLAS RAMOS GUELFI SILVA1


ALFREDO SCHEID LOPES1

1. Introdução

Os fertilizantes são materiais que fornecem um ou mais nutrientes necessários para

proporcionar o crescimento e desenvolvimento das plantas. Os fertilizantes mais utilizados são os

industriais (também chamados de químicos ou fertilizantes minerais), estercos e resíduos de plantas.

Os fertilizantes minerais são materiais produzidos por meio de processos industriais com objetivo

específico de serem utilizados como fonte de nutrientes de plantas. Hoje em dia, os fertilizantes são

essenciais nos sistemas de produção agrícola para reposição de nutrientes extraídos do solo na

forma de alimentos (grãos, forragem, bioenergia, dentre outros).

Diante disso, com este material objetiva-se esclarecer alguns conceitos básicos sobre a

formulação de fertilizantes.

Espera-se que tais informações possam contribuir para o desenvolvimento das atividades

profissionais de todos aqueles envolvidos na agropecuária, seja estudante, agricultor, pecuarista ou

técnico, difundindo sempre o uso eficiente de fertilizantes.

1
Universidade Federal de Lavras/UFLA - Departamento de Ciência do Solo/DCS - Caixa Postal 3037 - CEP 37200-000
- Lavras - MG. e-mail: douglasguelfi@dcs.ufla.br; ascheidl@dcs.ufla.br.
1
2. Definição e classificação dos fertilizantes em relação aos critérios físicos e

químicos

2.1. Classificação em relação ao critério químico

Os fertilizantes minerais são constituídos de compostos inorgânicos, tanto de origem natural

como produzidos industrialmente e podem ser classificados quanto ao critério químico da seguinte

maneira:

Fertilizantes simples: são fertilizantes constituídos por apenas um composto químico,

contendo um ou mais nutrientes, que sejam macro e micronutrientes, ou ambos.

Fertilizantes mistos: produto resultante da mistura física de dois ou mais fertilizantes

simples, complexos ou ambos.

Fertilizantes complexos: produto formado por dois ou mais compostos químicos,

resultante da reação química de seus componentes, e que pode conter dois ou mais nutrientes

(misturas produzidas com a participação de matérias-primas).

2.2. Classificação em relação ao critério físico

2.2.1. Pó

Quando as partículas estão na forma de pó ou tem pequenas dimensões.

2.2.2. Mistura de grânulos

Consiste simplesmente em uma mistura física de matérias-primas previamente granuladas.

Ocorre quando dois ou três tipos de grânulos diferentes estão presentes na mistura.
2
Exemplo: Mistura de grânulos de sulfato de amônio + Grânulos de SFT + Grânulos de KCl.

2.2.3 Mistura granulada

É uma mistura de produtos em pó que passa pelo processo de granulação para que os

diferentes nutrientes fiquem no mesmo grânulo. Não ocorre reação entre os componentes da

mistura.

Exemplo: N-P-K no grânulo

2.2.4. Complexo granulado

É uma mistura de matérias-primas cujo resultado é o surgimento de novos compostos

químicos.

Exemplo: NH3 (g) + H2PO4 (l) + KCl (pó) → NH4H2PO4 + KCl

2.2.5. Líquidos ou fluídos

São fertilizantes que se encontram no estado líquido. Podem ser divididos em duas classes:

Soluções: são os fertilizantes líquidos que se apresentam na forma de soluções verdadeiras,

isto é, isentas de material sólido.


3
Suspensões: são os fertilizantes líquidos que se apresentam na forma de suspensões, isto é,

uma fase sólida dispersa num meio líquido.

Exemplos: Aquamônia e URAN.

2.2.6. Gasosos

São os fertilizantes que se apresentam no estado gasoso, nas condições normais de

temperatura e pressão. O único fertilizante que se apresenta nesta forma é a amônia anidra.

3. Características dos fertilizantes

As caracterísiticas dos fertilizantes têm relação direta com a produção de misturas e

formulados e com a eficiência e o manejo da adubação.

As principais caracterísiticas dos fertilizantes são descritas resumidamente a seguir.

3.1. Solubilidade

Para avaliação da solubilidade de fertilizantes nitrogenados e potássicos geralmente são

utilizados os teores solúveis em água, enquanto que em fertilizantes fosfatados, são utilizados para

recomendação os teores solúveis em água e em citrato neutro de amônio e ácido cítrico.

4
Tabela 1. Produto de solubilidade de diferentes fertilizantes utilizados na agricultura.
Fertilizantes Produto da solubilidade (1)
Ácido fosfórico 45,7
Ácido bórico 5,0
Cloreto de cálcio 60
Cloreto de potássio 34
DAP 40
MAP 22
Gesso 0,241
Nitrato de amônio 190
Nitrato de potássio 31
Sulfato de amônio 73
Sulfato de potássio 11
Superfosfato simples 2
Superfosfato triplo 4
Sulfato de manganês 105
Sulfato de zinco 75
Sulfato de cobre 22
Uréia 100
(1)
O produto de solubilidade pode ser definido como a quantidade do fertilizante que pode ser
dissolvida em 100 mL de água.

3.2. Higroscopicidade

Refere-se à capacidade do fertilizante absorver água da atmosfera e tem implicação direta

sobre a compatibilidade entre fertilizantes na produção de misturas. Essa tendência do fetilizante em

absorver água é expressa pela umidade relativa crítica (Urc) que é a umidade relativa máxima a que

determindo fertilizante pode ser exposto sem que ocorra absorção de água. Algumas misturas de

5
fertilizantes são incompatíveis porque ocorre uma diminuição do valor da Urc. Um exemplo é a

mistura de ureia e nitrato de amônio que possui URc = 18,1%.

Uma das principais maneiras de reduzir o problema da higroscopicidade em fertilizantes é a

granulação. Outra alternativa é o recobrimento dos grânulos com materiais como caulim, enxofre,

parafina, polímeros, formaldeído e fosfatos naturais, dentre outros.

3.3. Salinidade

É caracterizada pelo índice salino (IS) do fertilizante, que é a pressão osmótica causada pelo

fertilizante quando aplicado no solo. A referência é o nitrato de sódio: NaNO3 (IS = 100).

6
Tabela 2. Índice salino de fertilizantes, determinado em relação ao nitrato de sódio, tomado como

padrão com índice 100.

Fertilizantes Produto da solubilidade (1)

Nitrato de sódio 100

Nitrato de amônio 105

Sulfato de amônio 69

MAP 30

DAP 34

Nitrocálcio 61

Ureia 75

Amônia anidra 47

Superfosfato simples 8

Superfosfato triplo 10

Cloreto de potássio 116

Sulfato de potássio 46

Sulfato de potássio e magnésio 43

3.4. Reação

É a capacidade de alterar a reação do meio no qual eles são solubilizados (reação ácida ou

alcalina).

- Reação ácida: expressa em termos da quantidade de CaCO3 necessária para corrigir a acidez

gerada pelo fertilizante.

7
- Reação alcalina: expressa em termos da quantidade de CaCO3 que gera alcalinidade equivalente à

gerada pelo fertilizante.

Tabela 3. Poder acidificante e alcalinizante (1) de alguns fertilizantes.

Equivalente CaCO3
Fertilizantes
(kg t-1)
Amônia anidra 1480
Sulfato de amônio 1100
DAP 880
MAP 600
Nitrato de amônio 600
Nitrocálcio 280
Sulfonitrato de amônio 840
Ureia 840
Salitre do Chile - 290
Salitre de potássio - 260
Cloreto de potássio 0
Sulfato de potássio 0
Sulfato de potássio em magnésio 0
Superfosta simples 0
Superfosfato triplo 0
Termofosfato magnesiano -8
Farelo de algodão 90
Composto de lixo - 70
Caule da planta de fumo - 250
(1)
kg de CaCO3 equivalente, em excesso.

8
3.5. Densidade

É a característica dos fertilizantes que relaciona massa e volume do produto. O

conhecimento da densidade é importante no dimensionamento de áreas de armazenamento e de

embalagens. Como exemplos de densidade de fertilizantes sólidos podem ser citados os valores da

ureia: 1,33 g cm-3; fosfato diamônico: 1,78 g cm-3 e; KCl: 1,99 g cm-3.

A densidade é uma característica muito importante em adubos líquidos porque afeta

diretamente a fluidez e a viscosidade e, consequentemente, a dosagem a ser aplicada do fertilizante

fluído.

Como exemplos de densidade de fertilizantes líquidos podem ser citados os valores do

URAN, 1,326 g cm-3, sulfuran 1,26 g cm-3 e Aquamônia 0,89 g cm -3.

4. Compatibilidade entre fertilizantes

Em virtude das possíveis reações físicas, químicas e físico-químicas que podem ocorrer na

mistura de fertilizantes, pode-se dizer que existem três tipos de misturas entre eles, de acordo com a

compatibilidade das mesmas:

Misturas compatíveis: Não ocorre nenhuma reação na mistura dos fertilizantes que possam

promover alterações nas suas características.

Exemplo: mistura de ureia e cloreto de potássio

Misturas semi-compatíveis: A mistura deve ser feita pouco tempo antes da aplicação para

evitar a ocorrência de reações entre os fertilizantes.

Exemplo: mistura de ureia e superfosfato

9
Misturas semi-compatíveis: A mistura deve ser feita pouco tempo antes da aplicação para

evitar a ocorrência de reações entre os fertilizantes.

Misturas incompatíveis: São misturas de fertilizantes que não podem ocorrer, porque são

incompatíveis e podem prejudicar a eficiência dos fertilizantes.

Exemplos: mistura de ureia e termofosfato, fertilizantes contendo cálcio e fertilizantes que

contenham sulfato, ureia e nitrato de amônio, nitrato de cálcio e cloreto de potássio e DAP + MAP.

Na Figura 1 são apresentadas as possíveis combinações entre fetilizantes ilustrando a

compatibilidade entre possíveis misturas.

FIGURA 1. Compatibilidade entre fertilizantes e corretivos para misturas a serem aplicadas no solo.

5. O que é uma fórmula de fertilizante?

É habitual para se referir a determinada fórmula de fertilizante mineral utilizar uma série de

números separados por traços. Essa série de números é chamada de “fórmula do fertilizante”. Cada

um dos números representa a quantidade de nutrientes que o fabricante garante ter no fertilizante

10
comercializado. Esse número inclui o total de nutriente encontrado em análise analítica oficial,

excluindo qualquer nutriente que é considerado indisponível para a nutrição da planta. O conteúdo

de cada nutriente na mistura é expresso em porcentagem, em outras palavras, em kilogramas de

nutrientes por peso de 100 kg de fertilizante mineral. Essas porcentagens são o mínimo garantido

pelo fabricante e, às vezes, podem ser ligeiramente maiores.

Normalmente, três números são usados para representar a concentração dos nutrientes nos

fertilizantes e estes três números sempre se referem, na ordem, à concentração dos macronutrientes

primários: nitrogênio, fósforo e potássio. Se houverem outros nutrientes, a sua concentração,

também, pode ser indicada na fórmula do fertilizante; cada número adicional é seguido pelo

símbolo do elemento químico considerado nutriente. Muitos países indicam a concentração de

fósforo e potássio no fertilizante, não na sua forma química, mas na forma de óxido, P2O5 e K2O.

Quando são feitas referências à concentração de fósforo no fertilizante é usual chamá-lo de fosfato,

que é a forma de fósforo presente na maioria dos fertilizantes, apesar de todos os cálculos e

formulações serem apresentadas na forma de óxidos (P2O5) ou na forma elementar (P).

A seguir são apresentados alguns exemplos de fórmulas de fertilizantes e suas garantias de

concentração de nutrientes:

 Um fertilizante com uma fórmula 18-46-0 tem a garantia do fabricante de ter a seguinte

concentração de nutrientes:

18% de N ou 18 kg de N por 100 kg fórmula do fertilizante; 46% de P2O5 ou 46 kg de P2O5

por 100 kg fórmula do fertilizante; 0% de K2O, ou seja, sem K2O na fórmula do fertilizante.

11
 Um fertilizante com uma fórmula 12-6-22 + 2% de MgO tem a garantia do fabricante de ter

a seguinte concentração de nutrientes: 12% de N ou 12 kg de N por 100 kg fórmula do

fertilizante; 6% de P2O5 ou 6 kg de P2O5 por 100 kg fórmula do fertilizante; 22% de K2O ou

22 kg de K2O por 100 kg fórmula do fertilizante; 2% MgO ou 2 kg de MgO por 100 kg

fórmula do fertilizante.

Os fertilizantes mistos ou complexos (misturas) são produtos que contêm NPK, NP, NK ou

PK. Na legislação brasileira sobre fertilizantes, corretivos e inoculantes é relatado que a

concentração mínima dos nutrientes na fórmula deve ser de 24% e a máxima 54%.

6. Cálculos para encontrar a fórmula do fertilizante desejada

6.1. Relação básica entre nutrientes

A relação básica é a proporção encontrada entre os nutrientes presentes nos fertilizantes.

Com os resultados da análise de solo o técnico pode consultar quais as doses de nitrogênio (N),

fósforo (P2O5) e potássio (K2O) devem ser aplicadas. Essas doses apresentam relação definida. Para

efeito de simplificação, essa relação é conhecida como N:P:K.

A seguir é apresentado um exemplo de cálculo de como obter a relação básica entre os

nutrientes presentes na fórmula dos adubos. Por exemplo, caso se tenha tivermos em mãos a

recomendação de 15 kg de N/ha; 75 kg de P2O5/ha; 30 kg de K2O/ha, para uma determinada cultura,

pode-se encontrar a relação básica da seguinte maneira:

12
RECOMENDAÇÃO:

N P2O5 K2O

15 75 30

÷ 15
1 kg de N
RELAÇÃO BÁSICA: 1 5 2 5 kg de P2O5
2 kg de K2O

Dessa forma, pode-se afirmar que para se encontrar as relações básicas em fertilizantes

formulados, deve-se dividir os números da fórmula pelo menor deles, desde que ele seja diferente

de zero.

FÓRMULA: 5 25 10 Relação básica?

÷5

1 5 2

Significado: 100 kg da mistura da fórmula 5-25-10 têm:

 5 kg de N

 75 kg de P2O5

 30 kg de K2O

OBSERVAÇÃO: Vale a pena ressaltar que, pela legislação brasileira, o somotarório do teor dos

nutrientes nas formulações deve ficar no intervalo de 24 a 54%:

 ∑ % N + % P2O5 + % K2O ≥ 24 e ≤ 54

13
6.1.1. Outras formas de cálculo da relação básica

a) Por tentativa:

Quantidades determinadas ÷ 10:

Exemplo: Para a cultura do feijão: 20-80-40 (N - P2O5 - K2O) em kg/ha.

 20-80-40 ÷ 10 = 2 – 8 – 4

A partir daí multiplica-se esta razão entre os nutrientes por 2, 3, 4...

2 – 8 - 4 x 2 = 4 – 14 - 8 (Esse fertilizante formulado já atingiria a concentração mínima de 24%,

porém, o técnico ou o agricultor deve confirmar a existência da fórmula na indústria de

fertilizantes).

2 – 8 - 4 x 4 = 8 – 32 – 16 (O somatório das porcentagens de N - P2O5 - K2O está maior do que o

limite máximo de 54%)

b) Divisor máximo ou concentração máxima:

20 + 80 + 40 = 140, dividindo 140 pela concentração máxima (54%) = 2,59.

O próximo passo é dividir a quantidade desejada pelo fator 2,59:

20-80-40 ÷ 2,59 = 7,7 – 30,9 – 15,4

Como a fórmula deve conter números inteiros poder-se-ia chegar à fórmula: 8 – 30 – 15.

14
c) Divisor comum:

Qual o divisor comum de 20-80-40? 20, logo:

20 – 80 - 40 ÷ 20 = 1 – 4 – 2, na sequência multiplica-se por 2, 3, 4, 5...

1 – 4 – 2 x 2 = 2 - 8 – 4 (Não atingiu 24%)

1 – 4 – 2 x 4 = 4 - 16 - 8

1 – 4 – 2 x 5 = 5 - 20 -10

1 – 4 – 2 x 6 = 6 – 24 - 12

1 – 4 – 2 x 8 = 8 - 32 – 16 (ultrapassou 54%)

6.2. Formulação de misturas de fertilizantes

De acordo com Malavolta (1981), para se obter a quantidade (kg) de nutrientes dos

fertilizantes em uma mistura pode-se utilizar a seguinte fórmula:

W = (A x B)/C, em que:

W = quantidade do fertilizante a ser utilizado na mistura (kg);

A = quantidade da mistura a preparar (kg);

B = porcentagem do nutriente na mistura;

C = porcentagem do nutriente no fertilizante.

Para aplicação da fórmula vai-se utilizar como exemplo o preparo de uma tonelada da

mistura 4-14-8 utilizando as seguintes fontes de nutrientes:

Sulfato de amônio – 20% N;

Super fosfato simples (SFS) – 18% P2O5;

Super fosfato triplo (SFT) – 40% P2O5;

Cloreto de potássio (KCl) – 60% K2O;

15
Nitrogênio:

A= 1000 kg; B = 4 kg; C = 20 %.

Então temos que:

W = (1000 x 4)/20 = 200 kg de sulfato de amônio.

Fósforo

No caso do fósforo tem-se a disponibilidade de duas fontes (SFS e SFT). O agricultor deseja

fornecer 4% do fósforo como SFT e 10% como SFS, tem-se então:

Quantidade de SFS = (1000 x 10)/18 = 566 kg de SFS;

Quantidade de SFT = (1000 x 40)/40 = 100 kg de SFT.

Potássio

W = (1000 x 8)/60 = 134 kg de KCl.

Portanto, para se obter uma tonelada de 4-14-8 é preciso misturar:

200 kg de sulfato de amônio;

556 kg de super simples;

100 kg de SFT e;

134 kg de KCl.

O total da quantidade de fertilizantes a ser utilizada na mistura é igual a 990 kg, ainda faltam

10 kg para completar uma tonelada. Esses 10 kg podem ser fornecidos como enchimento que pode

ser gesso, calcário, esterco seco, turfa, dentre outros materiais.

16
Outra forma para o cálculo de misturas é por meio de regra de três simples. Utiliza-se como

exemplo o preparo de uma tonelada de 4 -12 -8, utilizando sulfato de amônio, SFS e KCl:

40 kg de N

1000 kg 120 kg de P2O5

80 kg de K2O

100 kg de sulfato de amônio -------------------------------- 20 kg de N

X -------------------------------- 40 kg de N

X = 200 kg de sulfato de amônio

100 kg de super fosfato simples ----------------------- 20 kg de P2O5

X ----------------------- 120 kg de P2O5

X = 600 kg de SFS

100 kg de cloreto de potássio ----------------------- 60 kg de K2O

X ----------------------- 80 kg de P2O5

X = 133 kg de KCl

Mistura final = 200 + 600 + 133 = 933 kg

Novamente terá que ser utilizado 67 kg enchimento para compor uma tonelada. Assim

supondo que no preparo de uma tonelada da fórmula 4 14-8 foram utilizados ureia, superfosfato

triplo e cloreto de potássio. Se houver enchimento e se este for feito com torta de semente de

algodão, que possui 1,5% de N, 2% de P2O5 e 1,0% de K2O, como ficaria a fórmula final?

17
40 kg de N

1000 kg 140 kg de P2O5

80 kg de K2O

100 kg de ureia ----------------------------------------------- 45 kg de N

X ---------------------------------------------- 40 kg de N

X = 89 kg de ureia

100 kg de super fosfato triplo ---------------------- 40 kg de P2O5

X --------------------- 140 kg de P2O5

X = 350 kg de SFT

100 kg de cloreto de potássio ----------------------- 60 kg de K2O

X ----------------------- 80 kg de K2O

X = 133 kg de KCl

Mistura final = 89 + 350 + 133 = 572 kg

Portanto, tem-se que:

→ 1000 - 572 = 428 kg de enchimento.

Será utilizada para enchimento a torta de algodão que fornecerá as seguintes quantidades de

N, P2O5 e K2O:

18
100 kg de torta de algodão -------------------------- 1,5 kg de N

428 kg de torta de algodão ----------------------------- X

X = 6,4 kg de N

100 kg de super fosfato simples ---------------------- 2,0 kg de P2O5

428 kg de torta de algodão --------------------- X

X = 8,6 kg de P2O5

100 kg de cloreto de potássio ----------------------- 1,0 kg de K2O

428 kg de torta de algodão ------------------- X

X = 4,3 kg de K2O

Dessa forma, a nova fórmula da mistura ficaria → 10 - 23 - 12

Existem casos em que ocorre a necessidade de utilização de mais de uma fonte para o

mesmo nutriente na fabricação do formulado. Cita-se como exemplo o preparo de uma tonelada da

mistura 5-20-25 (50 kg de N; 200 kg de P2O5; 250 kg de K2O) utilizando como fontes de nitrogênio

o sulfato de amônio e ureia; fonte de fósforo o superfosfato triplo e; de potássio o KCl.

Primeiramente deve ser feito o cálculo de quanto será gasto das fontes de fósforo e potássio

na preparação do formulado 5-25-20:

 SFT:

100 kg de SFT -------------------------- 45 kg de P2O5

X ------------------------------- 200 kg de P2O5

X = 444,4 kg de SFT

19
 KCl:

100 kg de KCl -------------------------- 60 kg de K2O

Y --------------------------------------- 250 kg de K2O

Y = 416,7 kg de KCl

Ainda restam para o término formulação da mistura:

 1000 – (444,4 +416,7) = 138,9 kg

Portanto, a ureia e o sulfato de amônio devem suprir os 50 kg de N que restam não

ultrapassando a quantidade de 138,9 kg dessas fontes. Para saber quanto vai se gastar desses

fertilizantes nitrogenados para o fechamento da fórmula 5-20-25 deve-se realizar os cálculos da

seguinte maneira:

UR + SA = 138,9 kg (Equação 1)

UR = 138,9 – SA (Equação 2)

(45/100) (138,9 – SA) + (20/100) AS = 50 kg de N

Substituindo o UR na equção 3, tem-se que o valor necessário de sulfato de amônio:

(45/100) (138,9 – SA) + (20/100) SA = 50 kg de N

0,45 (138,9 – SA) + (0,2) SA = 50 kg de N

62,5 – 0,45SA + 0,2SA = 50 kg de N

12,5/0,25 = SA

SA = 50 kg dessa fonte

Porém, ainda falta a quantidade de ureia que pode ser obtida substituindo valor de SA na

equação 2:

20
UR = 138,9 – SA

UR = 138,9 – 50

UR = 88,9 kg

Diante disso, para o prepararo de uma tonelada da fómula 5-20-25 sem enchimento, precisa-se de:

50 kg de sulfato de amônio; 88,9 kg de ureia; 444,4 kg de SFT e; 416,7 kg de KCl, totalizando 1t de

fertilizantes a serem utilizados no preparo do formulado.

6.2.1. Adição de micronutrientes em fórmulas de fertilizantes

Para aplicação de micronutrientes na forma de adubos simples, o cálculo é semelhante ao

mostrado para N, P, K, por meio de regra de três simples. Porém, quando é necessário adicionar a

fórmula N-P-K o cálculo é diferente. Como exemplo, tem -se a aplicação de 500 kg de 8-28-16 por

hectare e a esse formulado tenha que se adicionar, também, 5 kg de Zn e 1 kg de B por hectare.

Para se obter a concentração em porcentagem (%) desses micronutrientes na fórmula deve-

se multiplicar a quantidade necessária a aplicar por 100 e dividir pela quantidade da fórmula que

será aplicada. O cálculo é feito da seguinte maneira:

 [M] = Qa x 100/Qf, em que:

[M] = concentração do micronutriente no formulado (%);

Qa = quantidade necessária a aplicar (kg po hectare);

Qf = quantidade da fórmula que será aplicada.

21
Então temos para o Zn e B:

 [Zn] = 5 kg por hectare x 100/500

[Zn] = 1% de Zn no formulado

 [B] = 1 kg por hectare x 100/500

[B] = 0,2% de B no formulado

Então a nova fórmula do fertilizante com os micronutrientes ficaria assim:

 8-28-16 + 1% Zn + 0,2% B

6.3. Combinação de fertilizantes minerais e orgânicos

Em algumas situações o profissional da área de Ciências Agrárias precisa saber como

proceder no cálculo da mistura de fertilizantes minerais e orgânicos.

Para ilustrar como isso pode acontecer, supõe-se que a recomendação para a cultura a ser

adubada seja igual 80 kg de N por hectare, 80 kg de P2O5 por hectare, 50 kg de K2O por hectare. Ele

tem a disposição esterco bovino com 1% de N, 0,8% P2O5 e 0,4% de K2O. Qual a quantidade de

esterco a ser aplicada?

Para se definir a dose de esterco a ser aplicada o primeiro passo é saber quantos kg de N,

P2O5 e K2O tem-se no esterco da seguinte maneira:

22
N=?

1 % N = 1 kg N/100 kg esterco = 10 kg N/1000 kg esterco = 10 kg N/t esterco

P2O5 =?

0,8 % P2O5 = 0,8 kg P2O5/100 kg esterco = 8 kg P2O5/1000 kg esterco = 8 kg P2O5 /t esterco

K2O = ?

0,4 % K2O = 0,4 kg K2O /100 kg esterco = 4 kg K2O /1000 kg esterco = 4 kg K2O /t esterco

Cada tonelada do esterco acrescentará ao solo:

 10 kg N

 8 kg P2O5

 4 kg K2O

A partir de agora pode-se calcular a estimativa da quantidade de esterco a ser aplicada por

meio de regra de três simples.

Nitrogênio:

100 kg de esterco -------------------------- 10 kg de N

X --------------------------------------- 80 kg de N

X = 8 toneladas de esterco

Fósforo:

100 kg de esterco -------------------------- 8 kg de P2O5

Y --------------------------------------- 80 kg de P2O5

23
Y = 10 toneladas de esterco

Potássio:

100 kg de esterco -------------------------- 4 kg de K2O

Y --------------------------------------- 50 kg de K2O

Y = 12,5 toneladas de esterco

Qual dose deve ser utilizada? X, Y ou Z?

A quantidade de esterco calculada pelo potássio igual a 12,5 t/ha, levará ao solo uma

quantidade de N e de P2O5 maior que a recomendada pela análise de solo.

Portanto, a saída para esse problema é se basear na quantidade calculada pelo nitrogênio

(menor 8 t/ha), que vai levar ao solo uma quantidade de P2O5 e de K2O inferior àquelas

recomendadas, porém, elas podem ser complementadas com fertilizantes minerais, não havendo,

assim, aplicação em excesso de nenhum dos nutrientes recomendados.

Para fazer a complementação com os fertilizantes minerais, podem ser utilizados, por

exemplo, o super fosfato triplo - SFT (45% P2O5) e o cloreto de potássio - KCl (60% K2O).

O cálculo da complementação com fertilizantes minerais dever ser realizado da seguinte

maneira:

1t de esterco -------------------------- 10 kg de N

8t de esterco -------------------------- X

X = 80 kg de N por hectare (igual a recomendada)

1t de esterco -------------------------- 8 kg de P2O5

8t de esterco -------------------------- X

24
X = 64 P2O5 por hectare (inferior a recomendada)

1t de esterco -------------------------- 4 kg de K2O

8t de esterco -------------------------- X

X = 32 kg de K2O por hectare (inferior a recomendada)

Complementação com SFT:

80 kg de P2O5 (recomendado) – 64 kg de P2O5 (fornecido pelo esterco) = Falta adicionar 16 kg de

P2O5.

100 kg de SFT -------------------------- 45 kg de P2O5

X -------------------------- 16 kg de P2O5

X = 35,6 kg de SFT

Complementação com KCl:

50 kg de K2O (recomendado) – 32 kg de K2O (fornecido pelo esterco) = Falta adicionar 18 kg de

K2O.

100 kg de KCl -------------------------- 60 kg de K2O

X -------------------------- 18 kg de K2O

X = 35,6 kg de KCl

Portanto para fornecer 80 kg de N por hectare, 80 kg de P2O5 por hectare, 50 kg de K2O por

hectare devem ser aplicados 8 t de esterco, 35,6 kg de SFT e 30 kg de KCl.

25
7. Definição da quantidade da formulação do fertilizante a aplicar

Para distribuição do fertilizante, na área de cultivo, é necessário conhecer a metodologia de

cálculo para obter a quantidade da mistura a aplicar por hectare.

Dessa forma, supondo que um agricultor obteve, com base na análise de solo, a seguinte

recomendação de adubação de plantio do milho para uma área de um hectare:

 20 kg de N; 130 kg de P2O5; 70 kg de K2O; 5 kg de Zn.

Primeiramente é necessário fazer o cálculo da relação básica entre os nutrientes:

Para isso deve-se obter o divisor comum de 20-130-70 → 20, logo:

20 – 130 - 70 ÷ 20 = 1 – 6,5 – 3,5.

Na seqüência multiplica-se por 4:

1 – 6,5 – 3,5 x 4 = 4 - 26 – 14 (∑ > 24);

Dessa maneira, pode-se utilizar a fórmula 4-26-14. Porém, qual será a quantidade (kg ha-1) a

aplicar da mistura 4-26-14 a aplicar no plantio?

Para esse cálculo pode-se utilizar a fórmula:

QNA = (∑ Nutrientes cultura x 100)/∑ nutrientes na mistura), em que:

QNA = quantidade a aplicar da mistura (kg ha-1)

∑ nutrientes cultura = somatório da quantidade de nutrientes recomendada, com base na análise de

solo, para a cultura a ser adubada;

∑ nutrientes mistura = somatório da quantidade de nutrientes presentes na fórmula;

26
Portanto, no exemplo tem-se:

QNA = a definir;

∑ nutrientes cultura = 20 + 130 +70 = 220;

∑ nutrientes mistura = 4 + 26 + 14 = 44.

Substituindo na fórmula, tem-se:

QNA = (220 x 100)/44) = 500 kg de 4-26-14 por hectare.

Com a quantidade da mistura a aplicar pode-se fazer a adição de 5 kg de Zn à mistura final.

Para isso, faz-se uma regra de três simples:

500 da mistura 4-26-14 -------------------- 100%

5 kg de Zn --------------------- X

X = 1% de Zn

Dessa forma, a mistura final a ser utilizada no plantio é:

 4 – 26 - 14 + 1% Zn

Para finalizar é necessário saber quanto do formulado deve ser distribuído na linha de

plantio. Para isso deve-se saber qual o espaçamento da cultura (Figura 2) e o número de linhas de

plantio presentes em um hectare (ha).

27
Figura 2. Esquema com as linhas de plantio em determinado espaçamento na área de 1 hectare.

Dessa maneira, se utilizado o espaçamento de 0,9 m para a cultura do milho, tem-se que:

 Número de linhas em 1 ha → 100/espaçamento = 100/0,9 = 111 linhas com 100 metros de

comprimento. Portanto, haverá 11.100 metros lineares.

Para distribuir na área de plantio 500 kg de 4 – 26 - 14 + 1% Zn em 1 ha divide-se a

quantidade da mistura a aplicar pelo número de metros lineares:

→ 500 kg de 4 – 26 - 14 + 1% Zn por ha/11.100 metros lineares = 45 g da mistura por metro linear.

Isso quer dizer que a cada metro de movimento da semeadora tem que cair na linha de plantio 45 g

da mistura. Com esse valor o técnico pode fazer a regulagem da máquina no campo. Para isso, deve
28
marcar no campo (na área a ser semeada) duas estacas com uma distância conhecida, por exemplo,

50 m. Nesses 50 metros devem cair 2.250 g da mistura.

Para fazer essa verificação o responsável deve retirar o tubo que liga o compartimento de

armazenamento do fertilizante ao sistema distribuidor (Figura 3) e amarrar um saco plástico a saída

do fertilizante para aferir a quantidade que está sendo distribuída.

Figura 3. Esquema com as linhas de plantio em determinado espaçamento na área de 1 ha.

8. Adubação foliar

A adubação foliar é uma das alternativas que deve ser utilizada em situações específicas ou

como forma de servir de complemento para a adubação via solo.

De acordo com Faquin (2005), existem quatro situações nas quais deve-se utilizar a

adubação foliar:

 Adubação foliar corretiva: Tem como objetivo corrigir deficiências nutricionais que venham

a ocorrer durante o ciclo da cultura tendo em vista respostas rápidas à aplicação do adubo

foliar;

 Adubação foliar preventiva: Deve ser realizada, quando um nutriente está fora da faixa

considerada ideal e sua aplicação via solo não é eficiente. Essa situação ocorre na maioria

dos casos com os micronutrientes;


29
 Adubação foliar complementar: Nesse caso, a adubação foliar serve de complemento para

adubação via solo, ou seja, parte do(s) nutriente(s) é aplicada via solo e o restante

complementado via adubação foliar;

 Adubação foliar suplementar: É um caso específico em que a adubação foliar é realizada

como um investimento a mais, como por exemplo, em culturas de alta produtividade.

Existe uma variedade muito grande de fertilizantes, contendo macro e micronutrientes, que

podem ser utilizados na adubação foliar.

Os principais fertilizantes contendo macronutrientes primários (N, P, K) utilizados para

adubação foliar são: ureia, MAP e cloreto de potássio purificado. Para macronutrientes secundários

(Ca, Mg e S) e micronutrientes as fontes mais utilizadas são os cloretos, sulfatos e óxidos.

Essas fontes são aplicadas na formas de caldas e assim como, para misturas sólidas, a

adubação foliar requer atenção em algumas situações para o preparo da calda de aplicação de

nutrientes.

Não deve ser feita a mistura de sulfato de zinco com óleos minerais, nesse caso deve-se

utilizar o óxido de zinco que é compatível com as emulsões.

O mesmo sulfato de zinco, calda sulfocálcica e outras fontes com reação alcalina não devem

ser misturados com reguladores do crescimento. Situação que pode ocorrer na cultura do algodão.

O sulfato de zinco, também, é incompatível com o boráx e nessa situação a fonte de boro a

ser utilizada no preparo da mistura é o ácido bórico. O ácido bórico é incompatível com a ureia e

óxido de zinco.

Para ilustrar um pouco mais os métodos de cálculo de adubação foliar a seguir serão

apresentados alguns exemplos teóricos de cálculos de adubação foliar.

30
O primeiro exemplo é a aplicação de uréia a concentração de 2% na calda a ser aplicada em

plantas de café bem enfolhadas. Para isso, deseja-se utilizar um volume de calda de 250 mL por

planta. Portanto tem-se:

100 mL da calda com ureia 2% ------------------------- 2 g de ureia

250 mL da calda com ureia 2% ----------------------------- X

X = 5g de ureia/planta

Então tem-se:

1g de ureia/planta ----------------------------------- 0,45 g de N

5g de ureia/planta ----------------------------------- Y

Y = 2,25 g de N aplicados nas folhas de cada planta de cafeeiro

Supondo-se o cafeeiro com 3 anos e considerando que cada planta tenha 3000 g de massa

seca de folhas e que a adubação foliar tenha uma eficiência de 65%. Tem-se que 2,25 g de N x 0,65

(eficiência)/3000g = 0,0004875% de N foliar quantidade insignificante ao teor adequado na faixa de

3,0 a 3,5 % de N foliar.

9. Aspectos econômicos da adubação

Para o entendimento do mecanismo econômico que propicia a utilização de plantas cada vez

mais responsivas a doses crescentes de fertilizantes, representa-se, no mesmo gráfico, em um dos

eixos, a despesa por hectare com adubos minerais (todos os fertilizantes e corretivos somados e

supostamente bem recomendados) e, no outro eixo do gráfico, o produto (rendimento x preço) no

31
hectare obtido para uma variedade dada em função da dose de adubo utilizado (Figura 4); Mazoyer

& Roudart (2010).

Figura 4. Dose ideal de fertilizante (Q0) por hectare.

A Figura 4 mostra que a margem M, ou seja, a diferença entre o produto bruto e as despesas

com fertilizantes, varia em função da quantidade de fertilizantes Q utilizada por hectare. Para uma

quantidade de fertilizante igual a zero, a margem tem valor M0; em seguida essa margem aumenta

com a quantidade de fertilizantes utilizados até atingir um máximo Mmax que corresponde a uma

quantidade de fertilizante “ótima ou ideal” Q0; enfim, com quantidades de fertilizantes ainda mais

elevadas, a margem de lucro diminui, mesmo se o produto bruto por hectare continua a crescer até

seu máximo Pmax.

A dose de fertilizante considerada “ideal” Q0, ou seja, a que reflete em uma margem mais

elevada Mmax, não se confunde com a dose de fertilizante proporcionada pelo produto bruto

máximo Pmax: no geral essa dose é muito inferior em relação ao produto bruto. Além disso, torna-se

necessário enfatizar que, se o preço dos fertilizantes ou do produto colhido aumenta no mercado, a

32
dose ideal do fertilizante, também, varia: se os preços dos fertilizantes aumentam, a dose “ideal” Q0

e a margem máxima Mmax diminuem e, inversamente (Figura 5); se o preço do produto colhido

aumenta, a dose de adubos “ideal” Q0 e a margem Mmax aumentam e, inversamente (Figura 6).

Figura 5. Diminuição da dose ideal quando o preço dos fertilizantes aumenta (Q’0 < Q0).

Figura 6. Aumento da dose ideal dos fertilizantes quando o preço do produto colhido aumenta (Q’’0

> Q0).
33
Connsiderando agora quatro variedades de milho M1, M2, M3, M4, sucessivamente

selecionadas e cada vez mais produtivas e representadas as quatro variedades em função de doses

crescentes de fertilizantes (Figura 7).

Figura 7. Produto bruto, despesas com fertilizantes e margens por hectare em função da dose de

fertilizante utilizada por quatro variedades de milho M1, M2, M3, M4.

A Figura 7 mostra que a margem máxima acessível para as três variedades M1, M2, M3,

continua crescendo (M1max < M2max < M3max). Ao contrário, ainda que o produto máximo da

variedade M4 seja mais elevado que todos os outros, a margem máxima acessível com esta

variedade (M4max) é inferior àquela obtida com a variedade M3, pois, a variedade M4, mais

produtiva, mas muito exigente, valoriza menos os fertilizantes. Nessas condições, as variedades M1,

M2, M3, serão adotadas uma após a outra porque elas alcançam um benefício crescente. Ao

34
contrário, a variedade M4, embora mais produtiva, não será adotada, pois, o benefício que ela

alcançaria seria inferior àquele obtido com a variedade M3.

10. Sugestão de roteiro de aula para determinação da concentração de

nutrientes disponíveis em fertilizantes

10.1. Objetivo

Como consumidores e consultores, profissionais da área de Ciências Agrárias e agricultores,

precisam aprender a tomar decisões informadas sobre os produtos que compram. Dessa forma, o

objetivou-se neste roteiro de aula ensinar aos alunos a tomar decisões corretas sobre a compra de

fertilizantes. Os alunos irão aprender como calcular a quantidade de nutrientes disponíveis em

qualquer fertilizante e , posteriormente, comparar os custos dos fertilizantes em relação à

quantidade de nutrientes disponíveis às plantas.

10.2. Conceitos a serem abordados

Todos os fertilizantes não contêm o mesmo percentual de cada um dos nutrientes primários;

fertilizantes são preparados em diferentes composições. Para o agricultor só se pode aplicar o que é

necessário para o solo?

Embora os fertilizantes sejam uma parte importante da produção agrícola eles podem ser

prejudiciais ao meio ambiente?

Para ser eficaz, qualquer fertilizante deve ser utilizado corretamente.

35
10.3. Material a ser utilizado

- Etiqueta(s) de fertilizantes comercializados pela indústria.

- Calculadora.

- Tabela Periódica.

10.4. Tempo de aula

40 minutos

10.5. Resumo da informação a ser divulgada aos alunos

Os agricultores decidem qual fertilizante deve ser aplicado com base no tipo de solo, análise

de solo, de acordo com as exigências da cultura e, principalmente em relação ao custo do

fertilizante. Primeiramente deve ser realizada análise de solo para avaliação de quais nutrientes

devem ser aplicados por meio da utilização de fetilizantes e corretivos. O agricultor escolhe então

qual a melhor combinação de fertilizantes que irá atender as necessidades da área de cultivo.

Fertilizantes minerais e orgânicos, corretivos, rotação de culturas e adubação verde são opções a

serem consideradas em uma abordagem integrada para fonecimento de nutrientes para as plantas.

Quando a adubação é reduzida ocorre diminuição da produtividade das culturas e com o tempo

esgotamento da fertilidade do solo. Por outro lado, quando ela é feita em excesso também pode

reduzir a produtividade das culturas e pode custar caro para o agricultor e ser danoso ao meio

ambiente. Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas com o objetivo de diminuir problemas

ambientais e aumentar a eficiência da adubação de fertilizantes utilizados em áreas agrícolas. A

indústria de fertilizantes percebeu que deve fazer o seu trabalho na proteção e melhoria da

36
qualidade ambiental. A tendência atual é que as atividades ligadas ao agronegócio sejam cada vez

mais sustentáveis. Isso significa que os agricultores devem repor as substâncias, dentre elas os

nutrientes extraídos pelas culturas, que são retirados dos ecossistemas. Fertilizantes minerais e

orgânicos são sustâncias utilizadas para essa reposição. Cálculos com base em princípios químicos

são importantes para determinar quanto de um nutriente está dísponivel no fertilizante para

reposição ao solo. Os consumidores precisam analisar os fertilizantes com o intuito de utilizar os

mais eficientes e com menor custo. Dessa forma é necessário que os alunos aprendam a calcular as

porcentagens de vários nutrientes no fertilizante e em susas misturas. Eles vão ver como essa

informação é útil para si, bem como para as principais operações agrícolas.

10.6. Como determinar o percentual de um elemento químico em um composto

A composição percentual de um composto é uma indicação da massa relativa de cada

elemento que contribui para a massa do composto como um todo. Um químico, muitas vezes

compara a composição percentual de um composto desconhecido com a composição percentual

calculada a partir de uma fórumla assumida. Este tipo de cálculo deve ser utilizado na aula.

O sal (NaCl) é composto por dois elementos: sódio e cloro na proporção 1 para 1. Portanto,

os dois elementos estão presentes na mesma proporção em massa. Dessa forma, o percentual de

sódio em toda a amostra de cloreto de sódio é a massa atômica do elemento dividida pela massa da

fórmula e multiplicada por 100.

37
% Na = massa atômica do Na x 100

massa do NaCl

% Na = 23 x 100

35

% Na = 39,3%

É tão fácil de calcular a composição percentual de um composto, como o etanol, em que

mais de um átomo de um elemento aparece. A fórmula do etanol é C2H5OH e sua massa molecular

é 46,1. Pode-se observar que uma molécula de etanol contém dois átomos de carbono com uma

massa molecular combinada de 24. Sendo assim, o percentual de carbono no composto é:

% C = 24 x 100

46,1

% C = 52,1%

10.7. Como ler um rótulo de fertilizante

Após os cálculos, pode ser realizada uma atividade entitulada “Como ler o rótulo de

fertilizantes”. Para isso, deve ser utilizado o rótulo ou a embalagem de um ou vários fertilizantes

para dar explicações aos alunos das informações presentes.

38
10.8. Exemplos práticos de como calcular a composição química dos fertilizantes

1. O nitrato de amônio e a amônia são utilizados como fertilizantes. Calcule o percentual de

nitrogênio de cada um. Se o custo da tonelada desses dois fertilizantes é igual qual a melhor

alternativa de compra?

Nitrato de amônio – NH4NO3 Amônia – NH3


N = 14 N = 14
H4 = 4 x 1 = 4 H3 = 3 x 1 = 3
N = 14
O3 = 3 x 16 = 48
Massa molecular = 80 Massa molecular = 17

% N = 28 x 100 % N = 14 x 100
80 17

% N = 35 % de N no nitrato de amônio % N = 82 % de N da amônia

A amônia é a melhor compra e deve ser aplicada como amônia anidra, um gás incolor. Esse

gás é injetado no solo a cerca de cinco centímetros de profundidade. Embora a amônia anidra seja a

fonte mais barata de N, muitos cuidados são necessários para sua aplicação, porque ela pode causar

danos aos olhos, nariz, garganta, pulmão e pele, se o aplicador entra em contato com o gás. Os

alunos devem entender que outros fatores, além de preço, são considerados na escolha do

fertilizante.

2. Um agricultor de dois fertilizantes diferentes armazenados na sua propriedade. Um deles é o

sulfato de potássio (K2SO4) e o outro o cloreto de potássio (KCl). Os dois fertilizantes têm o mesmo

custo por tonelada, mas ele quer usar o que tem a percentagem mais elevada de potássio. Qual

fertilizante ele deve utilizar? Fundamentar sua explicação com os cálculos.

39
K2SO4 KCl
K2 = 39 x 2 = 78 K = 39
S = 32 Cl = 35
O4 = 4 x 16 = 64
Massa molecular = 174 Massa molecular = 74

% K = 78 x 100 % K = 39 x 100
174 74

% K = 45 % de K no sulfato de potássio % K = 52 % de N do cloreto de potássio

Portanto, o agricultor deve utilizar o cloreto de potássio.

3. Vamos supor que um agricultor precise saber o teor de nutrientes presentes em amostras do

fertilizante adquirido para comprar com o rótulo e saber se os teores estão dento da garantia. A

análise da amostra A de 45 g do fertilizante contém 35,1 g de Fe e 9,9 g de SO4. Já 215 g do

fertilizante B contêm 167,7 g de Fe e 47,3 g de SO4.

Amostra A:

% Fe = 35,1 x 100 % SO4 = 9,9 x 100

45 45

% Fe = 78 % de Fe % SO4 = 22 % de SO4

40
Amostra B:

% Fe = 167,7 x 100 % SO4 = 47,3 x 100

215 215

% Fe = 78 % de Fe % SO4 = 22 % de SO4

Portanto, as duas amostras têm a mesma composição.

4. O nitrato de cálcio e o nitrato de amônio são utilizados como fertilizantes. Calcule o precentual

de N de cada um. Se os custos do nitrato de cálcio são de R$ 1225,00 por tonelada e do nitrato de

amônio R$ 1275,00 por tonelada, qual dos dois é mais econômicamente viável? (Dica: Determinar

o custo por quilo de nitrogênio para cada composto.)

Primeiramente para resolver este problema, é necessário encontrar a % de N em cada

material cálculo semelhante à questão 1.

Ca(NO3)2 NH4NO3
Ca = 40 N = 2 x 14 = 28
N = 2 x 14 = 28 H=4x1=4
O = 6 x 16 = 96 O = 3 x 16 = 48

Massa molecular = 164 Massa molecular = 80


% N = 28 x 100
% N = 28 x 100
80
164
% N = 35 % de N no nitrato de amônio
% N = 17,1 % de N no nitrato de cálcio

Para cada tonelada de nitrato de cálcio apenas 17,1% é N. Dessa forma, na aplicação de 300

kg/ha de nitrato de cálcio, somente (0,171 x 300 = 51,3 kg de N) 51,3 kg são na verdade nitrogênio.

41
No caso do nitrato de amônio, 35 % dos compostos é nitrogênio, então uma 300 kg desse

fertilizante tem (0,35 x 300 = 105 kg de N) 105 kg de N.

Para o cálculo do custo para saber qual dos dois fertilizantes é mais barato devem ser

levados em consideração o custo de cada material por unidade de N aplicada.

Custo do N
300 kg de Ca(NO3) = R$ 1225,00
prensente no R$ 1225,00 x
51,3 kg N 51,3 kg N
nitrato de cálcio 300 kg do Ca(NO3)2

Custo do N do nitrato de cálcio = R$ 23,88 por kg de N

Custo do N

presente no 300 kg de NH4NO3 = R$ 1275,00


R$ 1275,00 x
nitrato de 105 kg N 105 kg N
300 kg do NH4NO3
amônio

Custo do N do nitrato de amônio= R$ 12,14 por kg de N

O princípio básico é que o custo da tonelada do fertilizante e a porcentagem de N presente

na fonte, determinam qual fertilizante é mais rentável. Neste exemplo, embora o custo da tonelada

do nitrato de amônio seja maior (R$ 1275,00 versus R$ 1225,00) ele tem maior porcentagem de N

(35% versus 17,1 do nitrato de cálcio). A maior concentração de N diluiu o custo do N fato que

torna o nitrato de amônio a fonte de N mais barata em comparação ao nitrato de cálcio.

42
5. O super fosfato é fabricado por meio do tratamento da rocha fosfática Ca3(PO4)2 com ácido

sulfúrico de acordo com a reação a seguir:

Ca3(PO4)2 + 2 H2SO4 → Ca(H2PO4)2 + 2 CaSO4

Se a reação acima tem um rendimento de 52,5 %, quanto Ca(H2PO4)2 poderia ser obtido de

5,2 toneladas de rocha fosfática?

5,2 t x 0,525 x massa molecular do Ca(H2PO4)2

massa molecular do Ca3(PO4)2

1,98 toneladas de Ca(H2PO4)2

10.9. Conclusões

Compreender a química dos fertilizantes é uma parte importante da agricultura. Profissionais

de Ciências Agrárias podem se beneficiar econômica e ambientalmente, se usarem a química básica

e a matemática, antes de tomar decisões sobre quais fertilizantes comprarem e aplicar.

11. Considerações Finais

Embora o cálculo de misturas de fertilizantes seja simples, alguns conceitos e princpios

básicos de formulação de fertilizantes foram apresentados com o intuito de ajudar no aprendizado

de profissionais da área de Ciências Agrárias.

43
12. Referências Bibliográficas

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MG: SBCS, 2007. p. 737-768.

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corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa, MG: CFSEMG, 1999. 359 p.

VERDADE, F. C. Representação e conversão dos constituintes do solo, dos adubos e das


cinzas das plantas. Campinas: Instituto Agronômico, 1963. 16 p. (Boletim, 71).

44
APÊNDICE

Anexo 1. Fatores multiplicativos de transformação dos resultados de análise de solos, quando


expressos em g/100g (%), g/kg, mg/dm3, kg/ha e t/ha. Fonte: Adaptado de Verdade, 1963.
Expressões a
g/100 (%) g/kg mg/dm3(*) kg/ha(**) t/ha(**)
transformar

g/100 (%) 1 10 10.000 20.000 20

g/kg 0,1 1 1.000 2.000 2

mg/dm3(*) 0,0001 0,001 1 2 0,002

kg/ha(**) 0,00005 0,005 0,5 1 0,001

t/ha(**) 0,05 0,5 500 1.000 1

(*) Considerando-se densidade aparente de 1,0 kg/dm3 tem-se que 1 mg/dm3 = 1 ppm.
(**) Considerando-se 1 ha de 2.000 t (20 cm de profundidade e densidade do solo: 1,0 kg/dm3).

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Anexo 2. Quantidade de adubo por aplicar no sulco, em função do espaçamento.
Quantidade do Espaçamento
adubo 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 1,00 1,10 1,20 1,30 1,40 1,50
kg/ha ----------------------------------------g/10m-------------------------------------
100 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150
150 75 90 105 120 135 150 165 180 195 210 225
200 100 120 140 160 180 200 220 240 260 280 300
250 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375
300 150 180 210 240 270 300 330 360 390 420 450
350 175 210 245 280 315 350 385 420 455 490 525
400 200 240 280 320 360 400 440 480 520 560 600
450 225 270 315 360 405 450 495 540 585 630 675
500 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750
550 275 330 385 440 495 550 605 660 725 770 825
600 300 360 420 480 540 600 660 720 780 840 900
650 325 390 455 520 585 650 715 780 845 910 975
700 350 420 490 560 630 700 770 840 910 980 1.050
750 375 450 525 600 675 750 825 900 975 1.050 1.125
800 400 480 560 640 720 800 880 960 1.040 1.120 1.200
850 425 510 595 680 765 850 935 1.020 1.105 1.190 1.275
900 450 540 630 720 810 900 990 1.080 1.170 1.260 1.350
950 475 570 665 760 855 950 1.045 1.140 1.235 1.330 1.425
1.000 500 600 700 800 900 1.000 1.110 1.200 1.300 1400 1.500
1.100 550 660 770 880 990 1.100 1.210 1.320 1.430 1.540 1.650
1.200 600 720 840 960 1.080 1.200 1.320 1.440 1.560 1.680 1.800
1.300 650 780 910 1.040 1.170 1.300 1.430 1.560 1.690 1.820 1.950
1.400 700 840 980 1.120 1.260 1.400 1.550 1.680 1.820 1.960 2.100
1.500 750 900 1.050 1.200 1.350 1.500 1.660 1.800 1.950 2.100 2.250

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Anexo 3. Cálculo da quantidade de adubo (kg) necessária para fabricação de uma tonelada da mistura.
Porcentagem Porcentagem do elemento no adubo
do elemento
na mistura 6 8 12 14 16 18 20 27 30 45 46 48 50 60
1 167 125 88 72 63 56 50 38 34 23 22 21 20 17
2 333 250 167 143 125 111 100 75 66 45 44 42 40 33
3 500 375 250 215 188 167 150 112 100 67 66 62 60 50
4 667 500 333 286 250 222 200 150 134 90 88 83 80 67
5 833 625 417 357 313 278 250 186 167 112 109 104 100 83
6 1000 750 500 429 375 333 300 223 200 134 131 125 120 100
7 875 583 500 438 389 350 260 234 156 152 146 140 117
8 1000 667 572 500 444 400 297 267 178 174 167 160 133
9 750 643 563 500 450 334 300 200 196 188 180 150
10 833 714 625 556 500 370 334 223 220 208 200 167
11 917 786 688 611 550 410 367 245 240 229 220 183
12 1000 857 750 667 600 445 400 267 261 250 240 200
13 929 813 722 650 482 434 290 283 271 260 217
14 1000 875 778 700 520 467 312 305 292 280 233
15 938 833 750 556 500 334 327 313 300 250
16 1000 889 800 593 534 356 348 334 320 267
Fonte: Malavolta (1981)

47
Anexo 4. Principais fertilizantes nitrogenados utilizados na agricultura.
Fertilizante Garantia mínima Observações
Amônia amidra 82% de N
Nitrato de sódio 15% de N Teor de perclorato de sódio não pode exceder a 1%
Teor de biureto até 1,5 % para aplicação no solo e 0,3%
Uréia 44% de N
para adubação foliar
Nitrato de amônio 32% de N
Nitrato de amônio e cálcio
20 % de N 2 a 8% de cálcio e 1 a 5% de magnésio
(Nitrocálcio)
O teor de tiocianato de amônio não poderá exceder 1%.
Sulfato de amônio 20% de N
Possui 22 a 24% de enxofre
Cloreto de amônio 25% de N 62 a 66% de cloro
Nitrato de cálcio 14% de N 18 a 19% de cálcio; 0,5 a 1,5% de magnésio

48
Anexo 5. Principais fertilizantes fosfatados utilizados na agricultura.
Fertilizante Garantia mínima Observações
16% de N
Fosfato diamônico (DAP)
45% de P2O5
9% de N
Fosfato monoamônico (MAP)
48% de P2O5
Fosfato natural 34% de P2O5 23 a 27% de cálcio
30% de P2O5 (pó)
Hiperfosfato 28% de P2O5 30 a 34% de cálcio
(granulado)
Superfosto simples 18% de P2O5 18 a 20% de cálcio; 10 a 12% de enxofre
Superfosfato triplo 41% de P2O5 12 a 14% de cálcio
Fosfato natual parcialmente 25 a 27% de cálcio; 0 a 6 % de enxofre; 0 a2% de
34% de P2O5
acidulado magnésio
Termofosfato magnesiano 17% de P2O5 7% de magnésio; 18 a 20% de cálcio
Fosfato natual reativo 28% de P2O5 Mínimo de 30% de cálcio
Escória de Thomas 12% de P2O5 20 a 29% de cálcio; 0,4 a 3% de magnésio
Fosfato bicálcico 38% de P2O5 12 a 14% de cálcio

49
Anexo 6. Principais fertilizantes potássicos utilizados na agricultura.
Fertilizante Garantia mínima Observações
Cloreto de potássio 58% de K2O 45 a 48% de cloro
Sulfato de potássio 48% de K2O 15 a 17% de enxofre; 0 a 1,2% de magnésio
18% de K2O
Sulfato de potássio e magnésio 22 a 24% de enxofre; 1 a 2,5% de cloro
4,5% de Mg
44% de K2O
Nitrato de potássio
13% de N

Anexo 7. Principais fertilizantes contendo macronutrientes secundários utilizados na agricultura.


Fertilizante Garantia mínima Observações
16% de Ca
Sulfato de cálcio (gesso agrícola)
13% de S
Cloreto de cálcio 24% de Ca
Sulfato de magnésio 9% de Mg 12 a 14% de enxofre
Óxido de magnésio 55% de Mg
Carbonato de magnésio 27% de Mg
Enxofre 99% de S
Nitrato de magnésio 8% de Mg 11% de nitrogênio
Cloreto de magnésio 10% de Mg 29% de cloro

50
Anexo 8. Principais fertilizantes contendo micronutrientes utilizados na agricultura.
Fertilizante Garantia mínima Observações
Boráx 11% de B
Ácido bórico 17% de B
Sulfato de cobre 13% de Cu
Óxido cúprico 75% de Cu
Óxido cuproso 89% de Cu
Sulfato férrico 23% de Fe
Sulfato ferroso 19% de Fe
Sulfato manganoso 26% de Mn 14 a 15% de enxofre
Óxido manganoso 41% de Mn
Molibidato de amônio 54% de Mo 5 a 7% de nitrogênio
Molibidato de sódio 39% de Mo
Óxido de zinco 50% de Zn
Sulfato de zinco 20% de Zn 16 a 18% de enxofre
Cloreto de cobalto 34% de Co
Óxido de cobalto 75% de Co

51
Anexo 9. Composição dos fertilizantes e resíduos orgânicos de origem animal,
vegetal e agroidustrial (elementos na matéria seca)(3).
Materiais orgânicos C/N Umidade C N P 2O 5 K 2O Ca
- % % -- Porcentagem na massa seca --
Esterco bovino fresco 16 62 26 1,6 1,6 1,8 0,5
Esterco bovino curtido 21 34 48 2,3 4,1 3,8 3,0
Cama de frango de corte 22 28 48 2,2 2,4 2,7 2,3
Esterco de galinha 11 54 34 3,0 4,84 2,4 5,1
Esterco de suíno 10 78 27 2,8 4,1 2,9 3,5
Esterco de equino 25 61 35 1,4 1,3 1,7 1,1
Casca de café (1) 28 11 50 1,8 0,3 3,6 0,4
Farinah de ossos 4 6 16 4,1 27,3 4,3 23,2
Composto de lixo (2) 27 41 27 1,0 0,8 0,7 1,9
Lodo de esgoto (2) 11 50 34 3,2 3,6 0,4 3,2
Vinhaça in natura 17 95 20 1,2 0,4 8,0 2,0
Torta de filtro 21 65 32 1,5 1,7 0,3 4,6
Torta de mamona 9 9 49 5,2 1,8 1,6 2,0
Mucuna sp 20 87 46 2,3 1,1 3,1 1,5
Crotalária juncea 25 86 50 2,0 0,6 2,9 1,4
Milho 46 88 50 1,1 0,4 3,3 0,4
Materiais orgânicos Mg S B Cu Fe Mn Zn
----- % na massa seca ----- ---------------- mg kg-1 na massa seca -------------
Esterco bovino fresco 0,3 0,3 15 16 2100 276 87
Esterco bovino curtido 0,9 0,3 24 38 3512 335 329
Cama de frango de corte 0,6 0,4 36 93 1300 302 228
Esterco de galinha 1,1 0,4 27 230 3200 547 494
Esterco de suíno 1,3 0,6 16 937 3700 484 673
Esterco de equino 0,5 0,2 10 22 2732 226 85
Casca de café (1) 0,1 0,1 33 18 150 30 70
Farinah de ossos 0,4 - 0,4 2 11 2 18
Composto de lixo (2) 0,2 0,2 3 181 8300 - 432
Lodo de esgoto (2) 1,2 0,4 37 870 36000 408 1800
Vinhaça in natura 0,8 1,0 - 100 144 13 60
Torta de filtro 0,5 0,6 11 119 22189 576 143
Torta de mamona 0,9 0,2 30 80 1423 55 141
Mucuna sp 0,3 0,3 30 23 370 103 66
Crotalária juncea 0,3 0,2 20 7 281 60 14
Milho 0,2 0,2 16 10 120 110 25
Fonte: adaptado de Berton (1997)
(1)
Produto obtido a partir do beneficiamento do café em coco, formado pela casca do fruto e o pergaminho.
(2)
Resíduos urbanos (composto de lixo e lodo de esgoto) têm uso proibido em hortaliças, raízes e tubérculos conforme
resolução do CONAMA 375/06.
(3)
Para cálculos de adubação orgânica devem ser utilizados os teores na massa seca. Quando necessária, a conversão
das quantidades dos elementos em peso úmido para peso seco deve ser calculada por meio da seguinte fórmula:
concentração do nutriente no resíduo seco em g kg-1 ou mg kg-1 = concentraçãono material sem secar em g kg-1 ou
mgkg-1 x 1000 / (1000 – umidade em g kg-1).

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Anexo 10. Fatores multiplicativos (fm)(1) entre as unidades e formas dos macronutrientes.
Centimol de Forma Forma de óxido Forma de Forma de sal
Para N Ycarga
cmolc elementar
YgN Y g de NO3- 3/ Yradical
g NH4+ X g NH4NO3
X cmolc 1 (2) 0,14007 0,62007 0,18039 0,80046
XgN 7,1393 1 4,42686 1,28786 2,85736
X g de NO3- 1,6127 0,22589 1 0,29092 1,29092
X g NH4+ 5,5435 0,77648 3,43739 1 4,43739
X g NH4NO3 1,2493 0,34997 0,77464 0,22536 1
Para P Y cmolc YgP Y g de P2O5 X g PO43- Y g Ca(H2PO4)2.H2O
X cmolc 1 0,10325 0,23658 0,31658 1,26037
XgP 9,6855 1 2,29140 3,006624 4,06912
X g de P2O5 4,2269 0,43641 1 1,33815 1,77582
X g PO43- 3,1588 0,32613 0,74730 1 1,32707
X g Ca(H2PO4)2.H2O 0,7934 0,24575 0,56312 0,75354 1
Para K Y cmolc YgK Y g de K2O - Y g KCl
X cmolc 1 0,39098 0,47098 - 0,74551
XgK 2,5577 1 1,20461 - 1,90677
X g de K2O 2,1232 0,83014 1 - 1,58289
X g KCl 1,3414 0,52445 0,63176 - 1
Para Ca Y cmolc Y g Ca Y g de CaO - Y g CaCO3
X cmolc 1 0,20039 0,2839 - 0,50045
X g Ca 4,9903 1 1,39922 - 2,49736
X g de CaO 3,5665 0,71468 1 - 1,78482
X g CaCO3 1,9982 0,40042 0,56028 - 1
Para Mg Y cmolc Y g Mg Y g de MgO - Y g MgCO3
X cmolc 1 0,12153 0,20153 - 0,42158
X g Mg 8,2288 1 1,65830 - 3,46908
X g de MgO 4,9622 0,60303 1 - 2,09195
X g MgCO3 2,3720 0,28826 0,47802 - 1
Para S Y cmolc YgS - Y g de SO42- Y g CaSO4.2H2O
X cmolc 1 0,16033 - 0,48033 0,86072
XgS 6,2371 1 - 2,99588 5,36843
X g de SO42- 2,0818 0,33379 - 1 1,79193
X g CaSO4.2H2O 1,1618 0,18627 - 0,55806 1
(1)
Y = fm.x. (2) Esses fatores, exceto cmolc, podem ser usados em outras transformações com unidades ponderais. Não é
óxido, mas sim radical.

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