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Arquidiocese de Florianópolis CPP - Conselho Paroquial de Pastoral

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ARQUIDIOCESE DE FLORIANÓPOLIS

COORDENAÇÃO DE PASTORAL
CPP – CONSELHO PAROQUIAL DE PASTORAL

1- O que é o CPP? Bem mais comum do que antigamente, quando um


O Conselho Paroquial de Pastoral - CPP é o pároco ficava décadas numa só paróquia. O CPP
organismo representativo de toda a Paróquia, garante que, com a mudança do pároco, a paróquia
constituída por comunidades eclesiais (matriz e não sofra quebra de continuidade de sua ação
“capelas”), ministérios, pastorais, movimentos pastoral. A função principal é a de ser um lugar de
eclesiais, etc. É sinal e instrumento de comunhão participação, reflexão, decisão, execução e
eclesial, lugar de encontro e de convergência, de avaliação pastoral. O CPP é um instrumento de
diálogo e de irradiação pastoral. representação da comunidade e de articulação
pastoral. O CPP é um espaço e instrumento de
2- O que faz o CPP? comunhão, de cidadania e democracia na Igreja.
O CPP tem a missão de garantir a vida de comunhão
na paróquia. Por isso, é responsável pela
5- Como se organiza o CPP?
organização e articulação das pastorais, e pela
Como em todos os níveis da Igreja, também o CPP
espiritualidade e formação dos fiéis. Ao CPP cabe
se organiza segundo os princípios de unidade e
refletir, planejar, decidir, animar e revisar toda a
diversidade. Na Igreja, o papa é responsável pela
ação pastoral da paróquia. Ele deve preparar,
unidade, enquanto os bispos do mundo inteiro
organizar e realizar as Assembléias Paroquiais de
representam a diversidade. Na diocese, o bispo é
Pastoral, que são a instância mais importante da
responsável pela unidade, enquanto os padres,
caminhada pastoral da paróquia. Ele encaminha a
diáconos e lideranças leigas representam a
realização do Planejamento Paroquial de Pastoral.
diversidade de paróquias, pastorais, movimentos,
A ele cabe conhecer a realidade e seus desafios,
tendências espirituais e teológicas. Na paróquia, o
julgá-la com os olhos da realidade e da Palavra de
pároco é responsável pela unidade, enquanto os
Deus, e estimular ações transformadoras que a
vigários paroquiais, os diáconos, as lideranças leigas
tornem sinal do Reino de Deus.
e os coordenadores representam as forças vivas
existentes na paróquia.
3- Por que o CPP?
Desde o Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja
Católica assumiu um rosto novo. Ela foi definida 6- Qual a competência do CPP?
como Povo de Deus. Insiste-se mais na dimensão da O CPP é um conselho consultivo que, em comunhão
Igreja-comunhão. É o novo jeito de ser Igreja- com o pároco e de acordo com as decisões da
família, Igreja-participação, Igreja-comunidade, Assembléia Paroquial, pode, a seu nível, tomar
Igreja-povo. Nela, todos os fiéis são co-responsáveis decisões pastorais e financeiras. Os membros do
pela vida cristã e pela missão evangelizadora. Todos CPP representam as forças vivas da paróquia. Por
os batizados têm carismas ou dons, para serem isso, cada representante não fala em nome próprio,
postos a serviço da comunidade. O CPP é a mas em nome de quem representa e tem a
expressão organizacional da Igreja, que pretende obrigação de repassar, para o grupo que
ser mais participativa e comunitária. Quanto mais representa, as conclusões, decisões, reflexões de
conselhos houver na Igreja, mais ela será todas as reuniões.
participativa.

4- Para que o CPP? 7- Quem são os membros do CPP?


O CPP tem como finalidade garantir a presença de São membros do CPP: o pároco, os vigários
todas as forças vivas na animação da ação pastoral paroquiais, os diáconos, o coordenador paroquial
da paróquia. É, sobretudo uma garantia da de cada pastoral, o coordenador paroquial de cada
presença e da atuação do laicato, com o fim de movimento, o coordenador paroquial de cada
superar as práticas autoritárias e clericais ainda ministério, o articulador paroquial dos Grupos
presentes entre nós. Além disso, o CPP serve para Bíblicos em Família, o coordenador e o
garantir a continuidade pastoral da paróquia. Hoje administrador econômico de cada CPC (Conselho de
é muito comum haver transferência de pároco. Pastoral da Comunidade - capelas).
8- Quais são os objetivos específicos do CPP? 12 - Qual a freqüência das reuniões do CPP?
O CPP tem como objetivo específico executar as O CPP deve reunir-se uma vez por mês, ou, no
decisões das assembléias; articular e animar toda a mínimo, bimestralmente, e toda vez que se fizer
vida pastoral da paróquia; investir na formação de necessário. Todas as reuniões sejam registradas no
lideranças; propor iniciativas pastorais; opinar e Livro de Atas. Deve-se ter em conta que em cada
decidir sobre as finanças e o patrimônio (despesas, reunião não podem faltar quatro coisas:
compras e vendas, reformas, etc.); resolver a) Aprender algo novo; b) Acolher e valorizar cada
questões do dia-a-dia; ouvir a comunidade e pessoa; c) Crescer na amizade e no relacionamento;
encaminhar as soluções dos problemas. Manter a d) Aprofundar-se na vida espiritual.
paróquia em comunhão com a comarca pastoral e
com a Arquidiocese. 13 - Que defeitos o participante do CPP deve
evitar?
9- O que é necessário para o CPP funcionar bem? Quem for escolhido para participar do CPP não
Para que o CPP possa funcionar bem, deve-se pode ser um membro isolado da comunidade. Fazer
escolher pessoas representativas da comunidade; uso autoritário do poder. Querer mandar no padre
que dêem testemunho de vida; sejam abertas à e na comunidade. Fazer sub-grupos, cochichos,
pastoral e engajadas na comunidade; tenham visão falatórios durante a reunião. Ser desleixado no
de Igreja e queiram doar-se no serviço aos irmãos. É horário para iniciar e terminar. Monopolizar
preciso, também, constituir comissões de trabalho assuntos e não dar vez para os outros falarem. Ficar
e ter cronograma de atividades. Abrir-se às calado, desinteressado e indiferente sobre as
mudanças e estudar temas de interesse comum, questões tratadas. Fechar-se nas próprias idéias,
que ajudem a conhecer e enfrentar os desafios. sem abertura para aprender a refletir e decidir em
Preparar bem as reuniões. Fazer de cada reunião comum. Ser subserviente e bajulador com relação
uma oportunidade de auto-evangelização. Ter ao pároco. Provocar divisões, acusações, agressões,
espiritualidade para superar as dificuldades. Fazer fofocas.
passeios, retiros e estudos em comum. Avaliar as
reuniões. Usar de criatividade nas reuniões. 14 - Como resolver os conflitos no CPP?
Garantir a continuidade da caminhada. Evitar a Surgindo alguma dificuldade entre membros do
rotatividade das pessoas. CPP, é importante observar a lei do diálogo e do
perdão. Dar exemplo de unidade. Colocar os
conflitos na oração diante de Deus. Ter
10 - Quem preside o CPP?
posicionamento crítico e senso profético. Treinar a
Quem preside o CPP é o pároco. Ele deve estar prática da correção fraterna. Viver a espiritualidade
presente em todas as reuniões, pôr na pauta os da comunhão. Experimentar o poder salvador e
grandes desafios e compromissos da paróquia, reconciliador da cruz. Por isso, ser sempre aberto,
oferecer os grandes eixos doutrinais e pastorais, a solidário, serviçal, fraterno.
fim de iluminar os participantes a tomar as decisões
que forem necessárias. Além do pároco, que 15 - Quando começa a vigência de um CPP?
preside o conselho, haverá também um/a A nomeação dos membros da Coordenação do CPP
coordenador/a, que será responsável pela será feita pelo Arcebispo Metropolitano, através de
articulação, organização, agenda das reuniões, etc. provisão. Uma vez tendo a provisão, faz-se uma
Esse coordenador deve atuar em sintonia e unidade celebração de apresentação, bênção e envio dos
com o pároco. novos membros (coordenação e todos os demais
membros). Tem, aí, início a vigência do novo CPP.
11 - Qual é o tempo de mandato dos membros Sobre as atribuições e competências da
do CPP? coordenação, sobre as eleições, etc., é necessário
Os membros do CPP têm um mandato de 2 anos, seguir os regimentos da Arquidiocese.
podendo ser reconduzidos. Deve-se evitar que as
mesmas pessoas se perpetuem no cargo e não 16 - Quando termina a vigência de um CPP?
dêem espaço para novas lideranças. Mas, deve-se O CPP pode terminar sua vigência nos seguintes
evitar a rotatividade pura e simples, a fim de casos: a) quando chegar o prazo determinado pelo
garantir a continuidade da caminhada pastoral. O regimento (dois anos); b) quando o pároco, por
ideal é que, na escolha de representantes, haja um motivos sérios que afetem a caminhada pastoral,
equilíbrio entre membros novos e outros que julgar conveniente destituí-lo; nesse caso, ele só
tenham experiência da vida paroquial. poderá fazê-lo com a licença do bispo. É bom
considerar que cabe ao CPP fazer a transição nos 21 - Qual a relação entre CPP e a administração
casos de mudança de pároco. Aos membros do CPP econômica da Paróquia?
cabe o compromisso de reunir-se com o novo Todo CPP deve possuir um Administrador
pároco para apresentar-lhe a caminhada pastoral Econômico Paroquial (tesoureiro), indicado pelo
da paróquia, o Plano Paroquial de Pastoral que está pároco e aprovado pelo conselho. O Administrador
em vigor, os desafios, propostas e prioridades da Econômico constituirá uma equipe de no mínimo
ação pastoral paroquial. 03 (três) pessoas, aprovada pelo CPP. Todas as
atividades e responsabilidades assumidas pela
17 - Qual a ligação entre o CPP e a pastoral de administração econômica deverá ter o aval do
pároco e do CPP. Os membros do CPP, com sua
conjunto?
equipe de administração econômica, devem ter
É o CPP que deve garantir a pastoral de conjunto. consciência de que a economia e os recursos
Quem está no CPP deve interessar-se por todas as materiais devem estar prioritariamente a serviço da
pastorais. Ninguém deve defender apenas a sua ação pastoral.
pastoral ou movimento ou comunidade ou
ministério. A pastoral de conjunto tem a primazia. É
preciso ter visão comunitária. Todos no CPP devem 22 - O que muda na paróquia com a existência
interessar-se por todas as comunidades, pastorais, do CPP?
ministérios, movimentos e forças evangelizadoras A existência do CPP numa Paróquia leva à mudança
que existem na paróquia. do modelo de Igreja. Sem CPP, tudo fica
centralizado no padre ou em algumas lideranças.
18 - Qual a relação entre CPP e os Grupos Com o CPP, coloca-se em prática o modelo de Igreja
do Novo Testamento e do Concílio Vaticano II: uma
Bíblicos em Família (GBF)?
Igreja ministerial, participativa, missionária, trans-
O CPP deve ser o grande incentivador dos Grupos
formadora, ecumênica, celebrativa e servidora.
Bíblicos em Família. Deve mostrar todo interesse e
empenho em favor deles. Incentivar a criação de
novos grupos. Oferecer subsídios para a formação 23 - Pode uma paróquia não ter CPP?
dos animadores. Ajudar na solução dos problemas. Não. Todas as paróquias devem ter CPP, porque
Fazer dos grupos bíblicos a sementeira de novas somos uma Igreja-comunhão, que tem sua fonte na
lideranças e ministérios na paróquia. Santíssima Trindade, e deve estar em sintonia com
o Concilio Vaticano II, com as orientações da CNBB
19 - Qual a relação entre CPP e os Ministérios? e com as Diretrizes da Igreja em Santa Catarina e na
Arquidiocese. Uma paróquia sem CPP é anacrônica,
Há uma relação profunda entre CPP e os
desatualizada, anti-trinitária. Ofende gravemente à
Ministérios. O CPP deve valorizar a Escola de
vida e ao projeto de nosso Deus, que é unidade na
Ministérios da Comarca (EMAR). Deve escolher
diversidade. É uma Igreja que vai na contra-mão da
candidatos para os diversos ministérios. Ajudar na
história, pois hoje todas as empresas e entidades
prática e na avaliação da caminhada dos novos
civis e políticas atuam na forma de conselhos.
ministros. Descobrir as pessoas que tenham o
carisma certo para cada ministério. Favorecer a
prática de uma Igreja toda ministerial. 24 - Quais as diferenças entre paróquias com CPP
e sem CPP?
20 - Qual a relação entre CPP e a Formação de As paróquias sem CPP estão centralizadas no padre
Lideranças? e em alguns leigos. São paradas no tempo, tradi-
O CPP deve manter-se sempre preocupado em cionalistas, autoritárias, conservadoras, sacramen-
investir na formação de lideranças leigas. Deve talizadoras. Nelas não há espaço para refletir sobre
reservar uma boa parte da receita da paróquia para os grandes desafios do novo milênio e para tomar
a formação bíblica e espiritual, teológica e pastoral, decisões importantes para uma obra evange-
de leigos e leigas. O CPP deve aproveitar-se de lizadora eficaz. Nelas, é muito maior o risco de
todos os cursos oferecidos pela comarca ou perder fiéis, de dividir lideranças, de criar conflitos.
arquidiocese, para enviar representantes da As paróquias que têm CPP e onde o CPP funciona
paróquia. Só assim teremos uma Igreja adulta com adequadamente, são dinâmicas, evangelizadoras,
cristãos adultos, uma paróquia enriquecida com participativas, ministeriais, criativas. Sabem enfren-
cristãos que vivem a maturidade de Cristo. tar os desafios do mundo moderno.
25 - Que diz a Bíblia sobre o CPP? IMPORTANTE
Eis algumas das passagens bíblicas que podem
servir de fundamento para a prática de uma Igreja
Não deixe de conhecer o livreto
comunitária e participativa: Êxodo 18,13-27: Moisés
organiza o povo em grupos para melhor conduzir a “Regimentos dos Conselhos e
Assembléias de Pastoral”.
convivência entre as pessoas e a sociedade. Núme-
ros 11,24-30: O Senhor retira um pouco do espírito
de Moisés e o reparte entre os setenta anciãos do
povo. Marcos 3,13-19: Jesus forma o grupo dos Do-
ze apóstolos. Marcos 6,39-40: Jesus pede que a
multidão seja formada em grupos de cem e de cin-
qüenta, para a distribuição dos pães. Atos 1,21-26:
Pedro pede à comunidade para escolher o substi-
tuto de Judas, o traidor. Atos 15,6-29: os apóstolos
e os anciãos de Jerusalém se reúnem em conselho
para resolver sérios problemas da Igreja primitiva.
Enfim, toda a obra evangelizadora de Jesus Cristo
foi feita na unidade com seus discípulos. Nas
comunidades primitivas, tudo era comum entre os
fiéis, também o trabalho da missão. Paulo deixa em
cada comunidade um grupo de pessoas que Adquira-o junto à Coordenação Arquidiocesana de Pastoral
continuava a sua obra evangelizadora.

26 - O que a fé cristã diz sobre o CPP? Grupos Bíblicos em Família


Há muitos elementos da doutrina cristã para
fundamentar a existência e a importância do CPP.
Alguns deles: Deus em seu mistério íntimo vive em
equipe, em grupo, em comunidade, na vida da Leve adiante essa idéia
Santíssima Trindade. Jesus, Deus feito homem,
constituiu o grupo dos Doze e dos setenta e dois
discípulos, como articuladores das multidões que o
seguiam. O projeto salvífico de Deus passa pela
comunhão dos fiéis em uma só Igreja. O céu é o
lugar da comunhão plena.

27 - Que outros conselhos há na Igreja?


Os conselhos de pastoral estão presentes em todos
os níveis. Na comunidade, temos o CPC – Conselho
de Pastoral da Comunidade. Na paróquia, o CPP. Na
Ajude-nos a levar adiante essa idéia!
comarca, o CCP – Conselho Comarcal de Pastoral.
Na diocese, o CARP – Conselho Arquidiocesano de
Pastoral. Também a CNBB tem seu CEP – Conselho 1908 – 100 Anos de Igreja Diocesana – 2008
Episcopal de Pastoral. Além de conselhos pastorais,
nossa Arquidiocese tem: o Colégio de Consultores
(que reúne alguns padres responsáveis pelas
grandes decisões da diocese), o Conselho
Presbiteral (que reúne os padres representantes de
todo o clero, para tratar de assuntos de sua vida e
ministério), o Conselho de Formadores (que reúne “De graça recebestes, de graça dai!” (Mt 10,8)
as pessoas responsáveis pela formação dos
seminaristas). Esses conselhos diocesanos se
constituem, com o bispo à frente, em instâncias de Coordenação Arquidiocesana de Pastoral
estudos, debates e decisões. Além de tornar-se Rua Esteves Júnior, 447 - Centro
uma Igreja mais atualizada e conforme aos grandes 88015-130 - Florianópolis - SC
desafios e valores do tempo presente, os conselhos Fone/Fax: (48) 3224-4799
ajudam a Igreja a permanecer fiel ao projeto Home page: www.arquifln.org.br
E-mail: pastoral@arquifln.org.br
salvífico e comunitário de nosso Deus.

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