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Pesquisas Laboratoriais

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Introdução

É cada vez maior a busca pela melhoria da qualidade na prestação de serviços laboratoriais.

Isso ocorre principalmente nos laboratórios clínicos, que investem constantemente em materiais e
equipamentos sofisticados, a fim de aprimorar os serviços prestados.

Entretanto, a qualidade dos exames laboratoriais e a satisfação dos clientes estão relacionadas à fase
pré-analítica, especialmente à coleta de sangue.

A fase pré-analítica é responsável por cerca de 70% do total de erros ocorridos nos laboratórios
clínicos que possuem um sistema de controle da qualidade bem estabelecido (SBPC/2014).

Por esses motivos, a Grenier Bio-One desenvolveu este Guía Prático de Coleta de Sangue, com
informações direcionadas a todos os profissionais envolvidos na fase pré-analitica, reconhecendo que
eles são fundamentais no fluxo laboratorial.

Esperamos que este guia seja uma ferramenta para o aprimoramento dos seus conhecimentos,
trazendo mudanças que resultem em melhorias na qualidade dos exames laboratoriais e na satisfação
dos clientes.

E importante também conhecer as diferenças e o modo de obtenção de cada tipo de amostra:

1. Sangue total: é a amostra não centrifugada obtida em tubo com anticoagulante (substância
que inibe o processo de coagulação) e que possui características e concentrações semelhantes
às do sangue in vivo.
2. Soro: é o sobrenadante obtido após a centrifugação de uma amostra de sangue coagulada
(formação do coágulo pelas proteínas, por fatores de coagulação e plaquetas). Por isso, as
amostras de soro são ausentes dos fatores de coagulação e de alguns constituintes que foram
consumidos no processo de formação do coágulo. Atualmente, em tubos de plástico, as
paredes internas são revestidas com ativador de coágulo (substância que ativa o processo de
coagulação), acelerando a formação do coágulo.
3. Plasma: é o sobrenadante obtido após a centrifugação de uma amostra de sangue, colhida em
tubo contendo anticoagulante. A amostra possui todos os fatores de coagulação, já que o
processo de formação do coágulo foi inibido pelo anticoagulante.

Cronobiológica: o ciclo de variações cronobiológicas pode ser diário, mensal, sazonal e anual. Estas
variações devem ser analisadas de forma criteriosa. A concentração de potássio, por exemplo, é menor
à tarde do que pela manhã, assim como a concentração de cortisol aumenta no decorrer do dia e
diminui à noite.

Gênero: igualmente aos padrões hormonais específicos ao género, as diferenças entre eles também
podem ser fundamentadas na bioquímica e na hematologia.

Idade: pode alterar alguns metabólitos no sangue e na urina devido a diversos fatores: massa corporal,
conteúdo hídrico e maturidade de órgãos e sistemas.

Jejum: recentes publicações abordando a necessidade de Jejum para realização de exames,


principalmente os que determinam os níveis de lipídio no sangue. Resultaram em uma revolução no
conceito atual dessa prática. O principal objetivo da flexibilização do jejum foi tomar a coleta de
sangue mais segura em diversas situações, prevenindo casos de hipoglicemia por uso de insulina em
pacientes com diabetes mellitus ou por jejum prolongado no caso de gestantes, crianças e idosos,
minimizando intercorrências e aumentando a adesão para a realização de exames e o
comparecimento as consultas médicas.
As determinações de colesterol total, HDL-C, não HDL-C e LDL-C não diferem significativamente se
realizadas no estado pós-prandial ou de jejum. Há aumento nos níveis de triglicerídeos (TG) no estado
alimentado, embora seja pouco relevante desde que se considere uma refeição usual que não seja
sobrecarregada em gordura, havendo a possibilidade de ajustar os valores de referência.

A flexibilidade do jejum para o perfil lipídico tomou possível ampliar o horário de coleta, reduzindo,
assim, o congestionamento nos laboratórios, especialmente no início da manhã, com mais conforto
para o paciente. O consenso brasileiro que flexibilizou o jejum para o perfil lipídico foi elaborado pelas
Sociedades Brasileiras de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Cardiologia (SBC),
Diabetes (SBD), Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Análises Clínicas (SBAC).

Porém, vale ressaltar que cada instituição de coleta é responsável pelos seus protocolos. Para mais
informações, consultar o consenso brasileiro e as diretrizes.

Hemólise: o aspecto avermelhado do soro/plasma é um indicador de hemólise devido à ruptura das


hemácias e consequente liberação de hemoglobina. Entretanto, este processo pode não ser visível a
olho nu, dependendo da concentração de hemoglobina liberada. Variações são encontradas em
amostras hemolisadas (ex.: aumento nas dosagens de CK, LDH, ferro, potássio, falsa diminuição na
contagem de eritrócitos, entre outros).

Temperatura: estar atento às condições do paciente é importante. Caso o paciente esteja


apresentando febre, o cadastro/ficha deve conter esta informação. Diversas alterações podem ocorrer
em pacientes neste estado (ex.: elevação em VSG, alterações em hemogramas, proteínas de fase
aguda, etc.).

Transporte e armazenamento: muitas vezes, as amostras são transportadas por longas distâncias para
serem analisadas. Nesses casos, para não alterar sua integridade e composição, vários cuidados devem
ser tomados, como:

 Realizar a centrifugação, preferencialmente, antes do transporte da amostra e antes de


exceder 2 horas da coleta:
 Para o uso de sangue total, realizar o esfregaço sanguíneo em até 2 horas após a coleta:
 Nos tubos com gel separador, a centrifugação em até 2 horas após a coleta auxilia na redução
da interferência do contato das células com o soro/plasma durante o transporte e até mesmo
no momento da análise:
 Não é recomendado recentrifugar amostras com gel separador uma vez que a barreira já foi
formada;
 Evitar movimentos bruscos devido ao risco de hemólise, o contato com a luz caso o analito
seja fotossensível a manter o tubo para sorologia na posição vertical, após a coleta e durante o
transporte;
 Alguns analitos são preservados por mais tempo quando armazenados em refrigerador,
porém, amostras de sangue total são mais instáveis nesse aspecto. Cada instituição de coleta
deve estabelecer seu protocolo de armazenamento (congelamento/refrigeração).

Norma Regulamentadora 32 do Ministério do Trabalho


Item 32.2.4.15: São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas

Item 32.2.4.16: O empregador deve elaborar e implementar Plano de Prevenção de Riscos de


Acidentes com Materiais Perfurocortantes, conforme as diretrizes estabelecidas no Anexo Il desta
Norma Regulamentadora,

Anexo III Item 1.4: O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça parte o
elemento perfurocortante ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de acidente, seja qual for o
mecanismo de ativação do mesmo.
Produtos com Sistema de Segurança Conforme Exigências da NR-32
Adaptador de Segurança QUICKSHIELD VACUETTE®

Ative o sistema de segurança pressionando suavemente o escudo na direção da agulha sobre uma
superfície rígida.

Um “click” audível assegura ao profissional que o sistema de segurança foi corretamente ativado.

Escalpe com Trava de Segurança VACUETTE®

Depois de realizada a coleta de sangue, fixe as asas da agulha usando algodão cu gaze.

Com a outra mão, ative o mecanismo de segurança, pressionando os botões de ambos os lados.

Deslize o mecanismo de segurança para trás até que um “click” seja ouvido. Este é o sinal de que o
mecanismo de segurança foi corretamente ativado.

Recipientes para Descarte de Materiais Perfurocortantes


Item 32.5.3: A segregação de resíduos deve ser realizada no local onde são gerados, devendo ser
observado que:

a) Atendam as normas da ABNT, em número suficiente para o armazenamento;


b) Estejam localizados próximos da forte geradora:
c) Sejam constituídos de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com
tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, cantos arredondados e resistente
a tombamento:
d) Sejam identificados e sinalizados segundo a ABNT.

Item 32.5.3.2.1: Deve ser mantido em suporte exclusivo e altura que permita a visualização da
abertura para descarte.

Procedimento para Coleta de Sangue a Vácuo


As recomendações sobre coleta de sangue a vácuo contidas neste Guia, baseiam-se na norma GP41-7
(Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipuncture”) da CLSI (Clinical and
Laboratory Standards Institute), instituição reconhecida mundialmente, que desenvolve padrões e
diretrizes para a clínica médica, baseadas na Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina
Laboratorial (SBPC/ ML).

1. Apresentação e identificação do paciente: O ambiente laboratorial ou hospitalar remete às


pessoas a sensação de estresse, medo e insegurança. O profissional deve transmitir
compreensão, atenção e cuidado para minimizar esta tensão. Verificar os dados do paciente
conforme descrito no formulário de exames, solicitar documento de identificação
preferencialmente com foto e obter as informações como tempo de jejum, ingestão de
medicamentos, etc., de acordo com os exames que serão realizados.
2. Escolha do local para a punção: para uma punção bem-sucedida, realizar uma análise
cuidadosa, a fim de encontrar o acesso ideal.

Escolher uma região para punção envolve algumas considerações:


 O acesso venoso no lado em que a paciente foi submetida a uma mastectomia só deve ser
puncionado com autorização médica e, ainda, cuidados extras com a antissepsia e
garroteamento devem ser tomados:
 Sempre dar preferência ao acesso venoso do lado oposto quando o paciente está com infusão
intravenosa;
 Não selecionar um acesso venoso em local com presença de hematomas, fistula, edema,
contusão ou com múltiplas punções.

O profissional da saúde nunca deve aplicar “tapinhas no local a ser puncionado, pois este
procedimento aumenta o risco de hemólise e pode provocar desprendimento de placas de gordura
(aterosclerose) da vela do paciente, o que poderá causar uma isquemia (interrupção do fluxo de
sangue), caso elas se alojem em outro local do vaso sanguíneo.

O paciente deve ser acomodado em cadeira confortável, com o braço levemente inclinado para baixo
e de forma que o acesso do profissional seja facilitado.

Antes de realizar a punção, pode-se fazer um garroteamento prévio, a fim de facilitar a escolha do
melhor vaso sanguíneo e, posteriormente, realizar a escolha do material adequado de acordo com o
local que será puncionado. Importante: retire o torniquete durante o preparo do material, pois o
garroteamento não deve ultrapassar mais de 1 minuto.

Caso haja dificuldade em encontrar o acesso venoso, recomenda-se a utilização de uma bolsa de água
quente (temperatura corporal) por aproximadamente 5 minutos sobre o local da punção.

Embora qualquer veia dos membros superiores possa ser puncionada, as veias do dorso das mãos e
do dorso dos pés também podem ser opções, quando necessário. Sendo que, para puncionar MMII
(membros inferiores) é necessária a autorização médica ou conforme protocolo da instituição devido
aos potenciais riscos de complicações como flebites. Tromboses ou necrose tissular.

Assim, as veias da região do braço são as melhores opções, recomenda se priorizar as velas da região
fossa anticubital mediana (primeira opção). Evite a vela basílica, que se encontra muito próxima ao
nervo mediano e à artéria braquial.

3. Preparo do material: todo material deve ser separado e identificado antes do início do
procedimento de punção, Vale ressaltar a importância de conferir a identificação com o
paciente e, ainda, mostrar que o material utilizado é estéril descartável.

 Adaptadores e agulhas: devem ser compatíveis com os tubos para a coleta de sangue, com a
veia do paciente e possuir sistema integrado de proteção contra acidentes com
perfurocortantes que atenda às normas de segurança vigentes. Por esta razão, uma avaliação
prévia das velas do paciente é primordial.
 Antisséptico: realize antissepsia do local com antisséptico apropriado.
 Bandagem ou esparadrapo: para o estancamento.
 Escalpes: devem ser compatíveis com o calibre da veia e com o procedimento que será
realizado, preferencialmente compatível com a coleta a vácuo pela segurança do sistema
fechado e com sistema integrado de proteção contra acidentes com perfurocortantes que
atenda as normas de segurança vigentes.
 Etiquetas para identificação: etiquetar os tubos antes do procedimento de coleta,
confirmando as informações da etiqueta com as contidas na requisição dos exames solicitados
pelo médico.
 Gaze ou algodão.
 Luvas de procedimento: devem ser usadas durante a punção venosa para minimizar o risco de
exposição.
 Recipientes para descarte: resistentes, de acordo com a recomendação UM 3291 e as normas
locais de segurança vigentes:
 Torniquete: pode ser utilizado com trava e regulagem de tensão ou o torniquete descartável,
isento de látex, que evita a contaminação cruzada.
 Tubos a vácuo: estéreis, produzidos em plástico (PET), com vácuo predefinido e marca de
preenchimento, o que garante a exata proporção de sangue/aditivo. Escolha um tubo com
volume de aspiração de acordo com o calibre da veia e as condições do paciente.

4. Ordem para coleta de sangue: é uma sequência recomendada pela CLSI (Clinical and
Laboratory Standards Institute) quando há a necessidade de realizar a coleta de diversas
amostras no mesmo paciente, a fim de reduzir a contaminação cruzada dos aditivos.

Ordem de Coleta
Recomendada pela CLSI (GP41-7)

Hemocultura ou Tubo sem aditivo

Tubo com citrato de sódio (Coagulação)

Tubo com citrato de sódio (VSG)

Tubo com ativador de coágulo

Tubo com ativador de coágulo e gel

Tubo com Heparina

Tubo com EDTA K2/K3

Tubo com fluoreto de sódio. (Pode ser utilizado como tubo de descarte quando necessário.)

Quando houver Tubo para Traço de Elementos (Tubo Trace) - com Heparina Sódica, este deve ser o
primeiro da ordem de coleta para que não haja contaminação de metais pesados. Utilize um tubo de
descarte artes de continuar a coleta dos demais tubos

Quando a coleta for realizada com escalpe, deve-se utilizar primeiro um tubo de descarte (tubo ser
aditivo), uma vez que o ar contido no interior do tubo vinílico impede que o tubo de coagulação (caso
seja o primeiro) seja preenchido corretamente.

5. Higienização das mãos: as mãos devem ser higienizadas antes e depois de cada procedimento
de coleta.

6. Luvas: as luvas devem ser calçadas antes da punção venosa e utilizadas durante todo o
procedimento de coleta para minimizar a exposição ao reco de contaminação.

7. Antissepsia: preparar o local da punção com antisséptico apropriado e de acordo com as


recomendações da instituição.

Após a antissepsia, aguardar o tempo necessário para secagem do antisséptico. Isso evitará a sensação
de ardor durante a penetração da agulha e o risco de hemólise da amostra. Depois de realizada a
antissepsia, o profissional da saúde nunca deve assoprar, abanar ou tocar novamente a região.

O procedimento de antissepsia deve ser realizado sem a pressão do torniquete, pois o mesmo deve ser
reaplicado no momento da punção venosa. Para hemoculturas, a atenção deve ser redobrada e seguir
as instruções do fabricante ou protocolo da instituição.
8. Garroteamento: a torniquete é um acessório utilizado para facilitar a visualização da veia.

Deve-se posicioná-lo cerca de 4 dedos (7.5-10 cm) acima do local a ser puncionado.

Solicite ao paciente somente fechar a mão, pois o movimento de abrir e fechar pode causar alterações
nas concentrações de alguns analitos (ex.: cálcio iónico, potássio, etc.). Nunca exceder o
garroteamento por mais de 1 minuto.

9. Punção: antes da punção, verifique se a bisel da agulha está voltado para cima. Realize a
punção na veia selecionada, inserindo a agulha o mínimo possível (cerca de 10 a 15 mm de
profundidade em um ângulo de 30°. Quando necessário, esticar a pele do paciente com a
outra mão (distante do local onde foi realizada a antissepsia).

Obs: Para a coleta de sangue, o braço do paciente deve estar inclinado para baixo.

Punção acidental na artéria: o fluxo de sangue arterial é mais intenso quando comparado ao sangue
venoso. Além disso, o sangue arterial é vermelho “vivo” devido à maior oxigenação. Sendo assim, em
caso de suspeita de punção acidental de artéria, a coleta deve ser interrompida. Realize uma
compressão vigorosa no local por pelo menos 5 minutos até o estancamento total do sangramento e
oclusão do local da punção.

10. Inserção do tubo: inserir o primeiro tubo de acordo com a ordem de coleta e conforme os
exames a serem realizados. Após o início do fluxo sanguíneo, aliviar a tensão do torniquete e
retirá-lo; solicite ao paciente que abra a mão. Aguardar até que o sangue atinja a marca de
preenchimento, pressionando o tubo contra o adaptador com o dedo polegar.

11. Homogeneização: homogeneizar todos os tubos por inversão completa de 5 a 10 vezes


imediatamente após sua retirada do adaptador.

Este procedimento deve ser realizado cuidadosamente observando-se que:

 Agitar vigorosamente o tubo pode causar hemólise.


 a não homogeneização ou a homogeneização insuficiente em tubos contendo anticoagulantes
pode provocar microcoágulos /agregação plaquetária;
 a não homogeneização ou a homogeneização insuficiente em tubos para sorologia pode
ocasionar uma demora na coagulação e após o processo de centrifugação o volume de
sobrenadante (soro) será insatisfatório e/ou com a presença de fibrina.

12. Realizar a troca dos tubos sucessivamente: a troca dos tubos deve seguir a recomendação de
ordem de coleta de sangue a vácuo.

13. Remoção do conjunto agulha adaptador: após finalização da coleta do último tubo, remover o
conjunto agulha-adaptador e ativar o mecanismo de segurança conforme as instruções de uso
do produto.
14. Hemostasia: realizar a hemostasia por compressão com auxílio de um algodão ou gaze seca,
por cerca de 2 a 4 minutos e manter o braço do paciente sem dobrar por 5 minutos.

Maior tempo de estancamento por compressão em clientes diabéticos e sob uso de anticoagulantes.
15. Instruções ao paciente:
 Não carregar peso após a coleta;
 Não dobrar e nem massagear o braço;
 Cuidados com relógios, pulseiras e vestimentas.

16. Descarte dos materiais: descartar os materiais logo após sua utilização, em recipiente
apropriado para descarte de materiais perfurocortantes, que atendam as normas vigentes.

OBS.: NÃO REENCAPAR OU DESCONECTAR A AGULHA.

OS MATERIAIS PERFUROCORTANTES USADOS DURANTE A COLETA, DEVEM SER DESCARTADOS COM


OS MECANISMOS DE SEGURANÇA ATIVADOS, OBEDECENDO AS NORMAS DE SEGURANÇA VIGENTES.

Coleta de Sangue para Provas Funcionais


Provas funcionais são utilizadas para investigação e diagnóstico de doenças endócrinas, onde o
organismo do paciente é estimulado ou suprimido por meio de medicamentos ou exercícios físicos.

São recomendados o acompanhamento médico e a disponibilidade de um local separado para a


realização destes testes, como também oferecer ao paciente a opção de escolher entre coletas
seriadas ou uma única punção, mantendo o acesso venoso com uso de escalpe e adaptador,
independentemente da quantidade de “tempos de coletas” solicitado pelo médico. Nesse caso, para
evitar a formação de coágulos no tubo vinílico do escalpe e preservar o acesso, o profissional pode
injetar uma solução de heparina ou salina no escalpe (conforme protocolo da instituição).

Materiais utilizados
 Seringa descartável de 10 mL:
 Heparina (conforme protocolo do laboratório ou hospital);
 Solução fisiológica a 0,9% (flaconete de 10 mL);
 Seringas estéreis preenchidas com solução de cloreto de sódio 0,9% com ou sem heparina
(conforme protocolo do laboratório ou hospital). Deve ser identificada com o nome do
paciente;
 Tubos específicos para as provas a serem testadas:
 Escalpe e adaptador para coleta múltipla de sangue a vácuo:
 Bandagem oclusiva.

Procedimento para Coleta de Sangue para Provas Funcionais


1. Preparar o material conforme os passos para a coleta de sangue a vácuo – descritos no item 3
deste Guia, acrescentando-se os materiais necessários para a prova funcional mencionados;
2. Informar e orientar o paciente sobre o procedimento que será executado, de acordo com a
escolha feita por ele – manutenção do acesso venoso ou coletas seriadas;
3. Escolher o acesso venoso; (ver item 2-Escolha do Local para a Punção)
4. Higienizar as mãos e calçar as luvas; (ver itens 5 e 6 – Higienização e Luvas)
5. Realizar a antissepsia; (ver item 7 – Antissepsia)
6. Garrotear o braço do paciente; (ver item 8-Garroteamento)
7. Fazer a punção com o bisel da agulha voltado para cima; se necessário, para melhor
visualização da veia, esticar a pele com a outra mão (longe do local onde foi realizada a
antissepsia). Colocar um esparadrapo ou similar para manter o escalpe firme e imóvel:
8. Inserir os tubos para a coleta das primeiras amostras da prova, que serão os exames basais,
seguindo a sequência para coleta de sangue a vácuo;
9. Introduzir a seringa (sem agulha) de 10 mL no Adaptador Luer, de forma que o bico da seringa
empurre a borracha da agulha; injetar cuidadosamente a solução preparada até que a extensão
do escalpe se apresente limpa (1,0 mL a 2,0 mL). Cuidado para que a solução não seja injetada
na vela do paciente;
10. Retirar e reservar a seringa identificada perto do paciente para que não haja troca ou
insegurança por parte do mesmo:
11. Administrar a medicação ou substância específica (se necessário ou conforme solicitação
médica) à prova do paciente e marcar o tempo;
12. Na próxima coleta, introduzir o tubo de descarte e aspirar de 1.0 mL a 2.0 mL de sangue, com a
finalidade de limpar a extensão do escalpe:
13. Inserir o tubo para a coleta da 2 amostra da prova;
14. Novamente, injetar cuidadosamente a solução preparada até que a extensão do escalpe se
apresente limpa (1.0 a 2.0 mL): proceda assim até que a coleta de todas as amostras da prova
funcional esteja completa:
15. Seringa e tubo de descarte devem ser identificados, separados e descartados ao final da prova.

No caso da escolha de coletas seriadas por parte do paciente, após respeitado o tempo para próxima
coleta, prosseguir como uma nova coleta, desde a escolha do acesso venoso. Repetir o processo até
completar a coleta de todas as amostras da prova funcional.

Situações Específicas de Coleta


1. Testes de álcool no sangue: quando houver necessidade de dosagens de álcool, não utilizar
antisséptico à base de álcool.
2. Hemocultura: cuidados especiais de coleta, transporte e armazenamento devem ser tomados
com amostras para hemocultura.

Além disso, atente-se ao volume de sangue necessário, de acordo com as instruções do fabricante. A
assepsia da tampa do frasco também é muito importante.

3. Traços de elementos: para análise de traços de elementos rio sangue, atentar-se para que não
haja contaminação dos exames de metais.

Intercorrências na Coleta de Sangue


A escolha dos materiais adequados (agulhas e tubos) e do local correto para a realização da punção
venosa são fundamentais para evitar intercorrências durante o procedimento:

1. Transfixação da veia: ocorre quando a agulha transfixa o vaso. Neste caso, deve-se tracionar o
tubo e o adaptador e retroceder a agulha de forma que o fluxo de sangue seja retomado. Para
evitar este acontecimento é indicado introduzir a agulha o mínimo possível na veia do paciente
(10-15 mm).
2. Colabamento: ocorre quando as paredes dos vasos se unem, interrompendo o fluxo
sanguíneo. É comum quando não são utilizados os materiais adequados, como calibre da
agulha e volume de aspiração incompatíveis com o tipo de vela do paciente. Neste caso, retirar
o tubo do adaptador para diminuir a pressão e introduzi-lo novamente no adaptador.
3. Estenose: ocorre quando o bisel da agulha está obstruído pela parede do vaso, impedindo o
fluxo sanguíneo. Em caso de suspeita de estenose, recomenda-se girar o adaptador, a fim de
desobstruir o bisel da agulha e o fluxo voltar ao normal.
Cuidados no Procedimento de Coleta para Evitar Coágulo, Hemólise e Fibrina
Baseado nas recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/ Medicina Laboratorial, para
prevenção contra coágulo, hemólise e fibrina, deve-se:

 Evitar o uso de agulhas de calibres menores;


 Manter o tubo com ativador de coágulo (sorologia) na posição vertical após a coleta:
 Respeitar o tempo de torniquete, uma vez que o uso inadequado pode levar a
hemoconcentração e posteriormente, a resultados errôneos;
 Não aplicar “tapinhas no momento da seleção da veia, pois esse tipo de procedimento provoca
hemólise capilar e pode alterar o resultado de certos analitos:
 Aguardar a secagem do antisséptico para prevenir hemólise:
 Sistema de coleta aberto (seringa) pode causar erro no volume de amostra coletada, alteração
na proporção correta de sangue/aditivo e possibilitar a formação de microcoágulos, fibrina e
hemólise:
 Evitar coleta de sangue em área com hematoma;
 Puncionar a veia do paciente com o bisel voltado para cima, a agulha com um ângulo de
inserção de 30° ou menos e o braço levemente inclinado para baixo. Assim, evita-se que o
sangue se choque com a parede do tubo;
 Em coleta com seringa, não puxar o êmbolo com muita força: descartar a agulha e transferir o
sangue cuidadosamente pela parede do tubo, seguindo a ordem de coleta a vácuo, cuidando
para que não haja contaminação da extremidade da seringa com o anticoagulante ou com o
ativador de coágulo contido no tubo;

Marca de nível de preenchimento


Para proporção de mistura correta e resultados seguros

A marca de preenchimento do tubo com citrato de sódio VACUETTE® é representada por uma seta
indicando o nível mínimo, máximo e o nível de preenchimento nominal. Isso garante a quantidade de
sangue correta para a proporção do aditivo.

2. COLETA

A fase pré-analítica para exames laboratoriais é de grande importância para todas as pessoas
envolvidas no atendimento aos pacientes e quando realizada de forma inadequada pode
comprometer os resultados. É importante a identificação adequada do paciente e dos recipientes nos
quais será colocada a amostra. Deve-se estabelecer um vínculo seguro e indissolúvel entre o paciente
e o material colhido para que, no final, seja garantida a rastreabilidade de todo o processo.

2.1. RECEPÇÃO DO PACIENTE

O paciente deve ser recebido com cortesia e cordialidade. O profissionalismo é importante para que o
paciente tenha uma boa primeira impressão. Sorria, seja amigável, mas seja profissional falando com o
paciente, dedicando-lhe atenção, explicando os procedimentos aos quais ele vai ser submetido, de
modo a transmitir-lhe tranquilidade e segurança. No momento em que o paciente é chamado, a
identidade deve ser conferida e confirmada através da ficha de entrada.

2.2. CONDIÇÕES DO PACIENTE


Coletar antes das principais refeições e principalmente antes da realização de exercícios físicos (se o
paciente veio caminhando ou pedalando de longa distância. Esperar até que ele se sinta descansado
para fazer a coleta).

2.3. AMOSTRA

Considera-se como amostra todo material biológico, líquidos, secreções, excreções, fragmentos de
tecidos, obtidos do corpo humano e que possam ser analisados e material não-biológico como água,
alimentos, medicamentos, saneantes e outros. Embora não seja necessário conhecer todos os detalhes
sobre os procedimentos analíticos dos testes, é essencial conhecer o tipo de amostras necessárias para
cada teste.

2.3.1. Identificação da Amostra

Qualquer amostra deve vir identificada com etiqueta autocolante, em letra legível e colocada de
maneira que se possa visualizar a amostra, contendo os seguintes dados:

 NÚMERO DO CÓDIGO DE BARRA-gerado pelo sistema GAL:


 NOME COMPLETO DO PACIENTE:
 MUNICIPIO:

MODELO DE ETIQUETA
Etiqueta com Código de Barra – gerado pela impressora através do sistema GAL

Etiqueta Manuscrita - com número gerado pelo sistema GAL

2.4. CUIDADOS PRELIMINARES

Ao iniciar os trabalhos, o técnico deve ter todas as condições para uma boa coleta, organizar seu
material de acordo com a amostra a ser coletada, estar portando seus Equipamentos de Proteção
Individual – EPI, ter seus Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC à disposição, conferir todos os
dados da requisição e preparar a identificação da amostra

2.4.1. Condições para a Coleta Sanguínea

 Sala bem iluminada e ventilada, com pia


 Cadeira reta com braçadeira regulável ou maca;
 Garrote, Algodão hidrófilo e Álcool a 70%, Agulha e seringa descartáveis e/ou Sistema a vácuo;
 Tubos de ensaio com tampa, Pipetas Pasteur e Estantes para tubos:
 Etiquetas e canetas esferográficas para identificação de amostras;
 Descarte com parede rígida;
 EPI’s: Avental, Máscara, Luvas descartáveis, Gorro,

2.4.2. Ordem de Coleta Sanguínea

A “ordem de coleta” recomendada, segundo a NCCLS (National Committee for Clinical Laboratory
Standard), quando há necessidade de se coletar várias amostras de um mesmo paciente, durante uma
mesma punção venosa, é a seguinte:

 Tubo para hemocultura (quando houver):


 Tubo sem aditivo (soro);
 Tubo com citrato (coagulação);
 Tubo com heparina (para plasma).

2.4.3. Equipamentos de Proteção Individual - EPI

São roupas ou equipamentos utilizados para proteger o trabalhador, do contato com agentes
infecciosos, tóxicos, corrosivos, calor excessivo e outros perigos, bem como o seu experimento ou
produto definidos pela Portaria N.°485, de 11 de Novembro de 2005:
 Jaleco: uso em todos os tipos de procedimentos, com as seguintes características: manga longa
com elástico no punho, comprimento mínimo na altura dos joelhos, abertura frontal e de
tecido preferencialmente de algodão ou tecido não inflamável;
 Luvas: para coleta, manuseio, acondicionamento de materiais biológicos; pode ser de
procedimento ou cirúrgica, em látex;
 Óculos de proteção: usar em situações de risco de formação de aerossóis, salpicos de material
contaminado ou quebras de vidraria;
 Máscara de Proteção Respiratória e Facial: usar em situações de risco de formação de
aerossóis e salpicos de material potencialmente contaminado.

2.4.4. Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC

São equipamentos que possibilitam a proteção do trabalhador, do meio ambiente e do produto ou


pesquisa desenvolvida.

 Dispositivos de Pipetagem – Nunca usar a boca para pipetar, porque além do risco de
aspiração, torna mais fácil a inalação de aerossóis. Utilizar um dos vários tipos de bulbos, pera
ou pipetadores;
 Cabines de Segurança Biológica – CSB – são usadas como barreira primária para evitar fuga de
aerossóis, dando proteção ao manipulador, ao meio ambiente e à amostra ou procedimento;
 Kit para limpeza (saco para autoclave, pá, escova, balde, etiquetas, protetores de sapatos) –
para casos de derramamentos e quebras de materiais contaminados.

2.4.6. Limpeza da Bancada de Trabalho

 Deve ser feita com álcool a 70% no início e no término das atividades ou sempre que houver
necessidade;
 Quando houver derramamento de material biológico, limpar imediatamente com solução de
hipoclorito a 2% em preparação diária.

2.4.7. Descarte de Material Contaminado e Perfurocortante

 Agulhas, seringas, tubos quebrados, tubos contendo sangue ou soro devem ser desprezados
em recipientes de paredes rígidas com tampa (latas de leite em pó ou similares podem ser
utilizadas) e sinalizadas como “INFECTANTE”:
 Papéis, luvas, gaze, algodão e outros devem ser recolhidos em lixeiras com tampa e pedal,
contendo saco para lixo específico para material infectante (cor branca leitosa).

Importante:

Confortável possível. O cotovelo não deve estar dobrado e a palma da mão voltada para cima.

2.7.2. Garroteamento

O garrote é utilizado durante a coleta de sangue para facilitar a localização das veias, tomando-as
proeminentes e deve ser colocado no braço do paciente próximo ao local da punção (4 a 5 dedos ou
10 cm acima do local de punção), sendo que o fluxo arterial não poderá ser interrompido. Para tal,
basta verificar a pulsação do paciente. Mesmo garroteado, o pulso deverá continuar palpável. O
garrote não deve ser deixado no braço do paciente por mais de um minuto. Deve-se retirar ou
afrouxar o garrote logo após a punção venosa, pois o garroteamento prolongado pode acarretar
alterações nas análises

2.7.3. Seleção da Região de Punção

A regra básica para uma punção bem sucedida é examinar cuidadosamente o braço do paciente. As
características individuais de cada um poderão ser reconhecidas através de exame visual e/ou
apalpação das veias. Deve-se sempre que for realizar uma punção venosa, escolher as velas do braço
para a mão, pois neste sentido encontram-se as velas de maior calibre e em locais menos sensíveis à
dor.

As velas são tubos nos quais o sangue circula, da periferia para o centro do sistema circulatório, que é
o coração e podem ser classificadas em: veias de grande, médio e pequeno calibre, e vênulas. De
acordo com a sua localização, as veias podem ser superficiais ou profundas. As veias superficiais são
subcutâneas e com frequência visível por transparência da pele, sendo mais calibrosas nos membros.
Devido à sua situação subcutânea que permite a visualização ou sensação táctil, são nessas veias que
se fazem normalmente à coleta de sangue.

Escolher uma região de punção envolve algumas considerações:


 Selecionar uma veia que é facilmente palpável;
 Não selecionar um local no braço ao lado de uma mastectomia (retirada total ou parcial da
mama):
 Não selecionar um local no braço onde o paciente foi submetido a uma infusão intravenosa;
 Não selecionar um local com hematoma, edema ou contusão;
 Não selecionar um local com múltiplas punções.

Havendo dificuldade em localizar uma veia


 Recomenda-se utilizar uma bolsa de água quente por mais ou menos cinco minutos sobre o
local da punção e em seguida garrotear,
 Nos casos mais complicados, colocar o paciente deitado com o braço acomodado ao lado do
corpo e garrotear com o esfigmomanômetro (em P.A. média) por um minuto.

OBS: NUNCA aplicar tapinhas no local a ser puncionado, principalmente em idosos, pois se forem
portadores de ateroma poderá haver deslocamentos das placas acarretando sérias consequências.

2.7.4. Assepsia

Fazer assepsia do local da punção venosa com algodão embebido em álcool 70°. Primeiro do centro do
local de perfuração para fora em sentido espiral e após de baixo para cima forçando uma
vascularização local.

OBS.: NUNCA toque o local da punção após antissepsia, exceto com luvas estéreis.

2.7.5. Preparo do Sistema de Coleta a Vácuo

Conectá-la ao adaptador (1). Estar certo de que a agulha esteja firme para assegurar que não solte
durante o uso (2). Remover a capa superior da agulha múltipla, mantendo o bisel voltado para cima.

2.7.6. Punção Venosa

 Colocar o garrote:
 O sistema agulha-adaptador deve ser apoiado na palma da mão e segurar firmemente entre o
indicador e o polegar;
 No ato da punção, com o indicador ou polegar de uma das mãos, esticar a pele do paciente
firmando a veia escolhida e com o sistema agulha-adaptador na outra mão, puncionar a veia
com precisão e rapidez;
 O sistema agulha-adaptador deve estar em um ângulo de coleta de 15°em relação ao braço do
paciente;
 Segurando firmemente o sistema agulha-adaptador com uma das mãos, com a outra pegar o
tubo de coleta a ser utilizado e conectá-lo ao adaptador;

NOTA: Sempre que possível, a mão que estiver puncionando deverá controlar o sistema, pois durante
a coleta, a mudança de mão poderá provocar alteração indevida na posição da agulha;

 Com o tubo de coleta dentro do adaptador, pressione-o com o polegar, até que a tampa tenha
sido penetrada;

NOTA: Sempre manter o tubo pressionado pelo polegar assegurando um ótimo preenchimento.

 Tão logo o sangue flua para dentro do tubo coletor, o garrote deve ser retirado. Porém, se a
veia for muito fina o garrote poderá ser mantido. Quando o tubo estiver cheio e o fluxo
sanguíneo cessar, remova-o do adaptador trocando-o pelo seguinte:
 Acoplar o tubo subsequente em ordem especifica a cada um dos exames solicitados, sempre
seguindo a sequência correta de coleta;
 À medida que forem preenchidos os tubos, homogeneizá-los gentilmente por inversão (4 a 6
vezes);

NOTA: NUNCA agitar vigorosamente, pois pode causar espuma ou hemólise. Não homogeneizar ou
homogeneizar insuficientemente os tubos de sorologia pode resultar em uma demora na coagulação.
Nos tubos com anticoagulante, homogeneização inadequada pode resultar em agregação plaquetária
e/ou micro coágulos.

 Tão logo termine a coleta do último tubo retirar a agulha;


 Com uma mecha de algodão exercer pressão sobre o local da punção, sem dobrar o braço, até
parar de sangrar. Uma vez estancado o sangramento aplicar um curativo;
 A agulha deve ser descartada em recipiente próprio para materiais infecto contaminantes.

2.8. PREPARO DA AMOSTRA

2.8.1. Soro ou Plasma

2.8.1.1. Preparo dos Tubos

 Para cada exame de sangue solicitado preparar um tubo tipo Eppendorf ou criotubo, para
armazenar cada fração de soro ou plasma (2 ml);
 Escrever na etiqueta os dados do paciente de acordo com o item 3.3.1.;
 Colar horizontalmente ou verticalmente a etiqueta no tubo de maneira que apareça o nível da
amostra;

2.8.1.2. Centrifugação / Separação do Soro ou Plasma

 Abrir a centrifuga e colocar os tubos com o sangue nas “caçapas”, tomando o cuidado de
equilibrá-los;
 Fechar a tampa da centrifuga, marcar 3000 a 4000 rpm e ligar por 5 minutos;
 Não abrir a tampa da centrifuga antes de parar totalmente de rodar e nem tentar parar com a
mão ou instrumentos. Recomenda-se não abrir a centrifuga imediatamente após parar, devido
à formação de aerossóis que podem ser infectantes, por isto, deve-se esperar alguns minutos
para que as partículas sedimentem;
 Retirar os tubos das caçapas com auxílio de uma pinça e colocar em estante própria;
 Verificar o aspecto da amostra. O soro ou plasma devem estar livres de resíduos de hemácias.
Se a amostra estiver fortemente hemolisada ou lipêmica, nova coleta deve ser providenciada.

2.8.1.3 Aspecto da Amostra


 Soro hemolisado: a hemólise de intensidade significativa causa aumento na atividade
plasmática de algumas enzimas e nas dosagens de potássio, magnésio e fosfato e pode ser
responsável por resultados falsamente reduzidos de insulina.
 Soro lipêmico: a lipemia pode interferir em exames que usam colorimetrias ou turbidimetrias.

1. Preparar o formulário ou solicitação de coleta – A solicitação deve conter as seguintes


informações:
 Nome completo do paciente e data de nascimento/idade
 Nome do médico solicitante.
 Número de identificação.
 Data e hora da coleta.
 Testes solicitados

2. Identificar o paciente. Higienizar as mãos.


 O flebotomista deve identificar-se ao paciente.
 Perguntar o nome do paciente conferindo com a solicitação. No caso de crianças ou pacientes
inconscientes, perguntar ao acompanhante ou verificar o bracelete de identificação.
 Se o paciente estiver dormindo, deve ser acordado para a coleta. Atentar para movimentos
involuntários em pacientes inconscientes ou semi-comatosos. Aconsella-se alguma contenção
para a coleta.

3. Verificar a condição de jejum, restrições alimentares, hipersensibilidade ao látex ou ao


antisséptico
 Verificar se o paciente está em jejum e/ou obedeceu às restrições alimentares necessárias aos
testes.
 Certifique-se que o paciente entende suas perguntas:

4. Selecionar os tubos, agulhas e demais materiais necessários à coleta.


 Examinar tubos e agulhas para possíveis defeitos verificando o prazo de validade.
 Selecionar o calibre da agulha para a coleta de acordo com a necessidade.
 Selecionar o sistema de coleta. Tubos a vácuo ou seringa.
Os sistemas a vácuo são preferíveis pois dispensam a transferência do sangue para os
recipientes e garantem a relação aditivo / amostra.

5. Identificar os tubos ou conferir a identificação.

6. Posicionar o paciente corretamente.


 Para segurança do paciente a coleta deve ser realizada com o paciente sentado
confortavelmente ou deitado;
 A cadeira de coleta deve conter braços para apoio em ambos os lados para facilitar a coleta e
prevenir quedas no caso do paciente perder a consciência.

7. Aplicar o torniquete, pedir ao paciente que feche a mão e examinar o local de coleta para
selecionar o local de punção.
 A aplicação do torniquete não deve ultrapassar a1 minuto com a risco de provocar estase
vascular. Isto pode resultar no aumento dos níveis séricos de todos os analitos ligados a
proteínas, hematócrito e outros elementos celulares.
 Evitar áreas queimadas ou feridas Pacientes submetidas mastectomia não devem ter amostras
coletadas no mesmo lado da cirurgia devido a linfo-estase.
 Deve-se evitar a coleta no mesmo braço de qualquer acesso venoso para sora ou
medicamentos.
 O local mais indicado para a punção é a fossa antecubital onde os vasos são mais superficiais e
apresentam calibre ade quando. Quando este sítio não for acessível, é aceitável que se utilize
as velas localizadas nas costas das mãos.
 A fossa antecubital apresenta dois formatos anatômicos mais comuns: o formato em H ou
formato em M. O formato em H apresenta de modo mais proeminente as veias cefálicas,
mediana cubital e basílica. O formato em M exibe as veias cefálica, cefálica mediana, basílica
mediana e basílica.
 As coletas devem ser preferencialmente realizadas nas velas cubital mediana (formato em H) e
mediana (formato em M), pois são vasos superficiais com pouca mobilidade. Menos dolorosas
e menos sujeitos a injúrias a nervos no caso de posicionamento inadequado da agulha.
 Se o paciente relatar a sensação de choque elétrico, o procedimento deve ser interrompido
imediatamente. No caso de formação de hematomas, a coleta também deve ser interrompida
e o local da punção deve ser pressionado vigorosamente por pelo menos 5 minutos.

8. Calçar as luvas.
 As luvas devem ser trocadas a cada coleta

9. Aplicar o antisséptico no local de punção e deixar secar.


 Utilizar preferencialmente uma compressa de gaze em bebida em álcool 70% ou compressas
industrializadas.
 Utilizar movimentos circulares do centro para a periferia.
 Deixar secar para evitar a hemólise na amostra e a sensação de queimação durante a punção.
 Para coleta de hemocultura a região deve ser higienizada por cerca de 30 segundos
abrangendo uma área maior do que em coletas normais. Os antissépticos a base de iodo são
os recomendados neste caso.
 Limpar a tampa do vidro de cultura com solução antisséptica. Assegure-se de que a tampa
esteja seca antes de introduzir a agulha para transferir o material.

10.Realizar a punção.

10.1.Coleta com sistemas a vácuo


 Se possível posicionar o braço do paciente na posição descendente para evitar refluxo do tubo
para a veia.
 Atarraxar a agulha ao adaptador de acordo com as instruções do fabricante.
 Segurar a braço com firmeza abaixo do local escolhido para punção. O polegar pode ser
utilizado para puxar a pele firmando a veia escolhida.
 Comunicar ao paciente que a punção está pronta para ser realizada. Esteja atento a qualquer
movimento involuntário e/ou perda de consciência.
 Com a bisel voltado para cima puncionar a veia formando um ângulo de 30 entre a agulha e o
antebraço do paciente.
 Uma vez que o sangue comece a fluir para o tubo solicitar ao paciente para abrir a mão,
 A recomendação técnica indica que o garote seja retirado assim que o sangue comece a fluir
para o tubo. Entretanto, em algumas situações este procedimento pode interromper o fluxo
sanguíneo.
 Permitir que o tubo seja preenchido completamente. Para tubos com aditivos, este
procedimento assegura a correta relação entre a amostra e o aditivo.
 Durante a coleta, o tubo deve estar inclinado para que o sangue escorra para o fundo.
 Quando o sangue parar de fluir, desconecte o tubo cheio e insira o próximo tubo. Sempre
remove o último tubo antes de retirar a agulha da veia do paciente.
 O profissional deve segurar o tubo durante a coleta. O tubo de borracha que cobre a agulha de
coleta múltipla e tracionado quando da inserção do tubo fazendo com que exerça uma reação
no sentido de expulsar o tubo. Isso non malmente não acontece, pois a rolha do tubo exerce
uma pressão que impede que isso aconteça. Em casos raros isso pode acontecer e por aso o
profissional deve estar alerta e apoiar sua mão no fundo do tubo durante a coleta para evitar
que isso aconteça.
 Os tubos contendo aditivos devem ser homogeneizados imediatamente após a coleta. Inverta
o tubo gentilmente por 5 a 10 vezes assegurando-se de realizar movimentos suaves para evitar
a hemólise.
 Use o adaptador da agulha de coleta múltipla oferecido pelo fabricante do tubo pois os
adaptadores não são universais e, em alguns casos, a tampa do tubo pode prender na lateral
interna do adaptador provocando a perda de sangue durante a coleta.

10.2.Coleta com seringa e agulha.


 Certificar-se de que a agulha esteja corretamente conectada a seringa.
 Empurrar o embolo para frente e para tris conferindo se o movimento é realizado sem
qualquer problema.
 Empurrar o embolo para frente até que todo o ar seja expelido da seringa.
 Segurar o braço com firmeza abaixo do local escolhido para a punção. O polegar pode ser
utilizado para puxar a pele firmando a vela escolhida.
 Comunicar ao paciente que a punição está pronta para ser realizada.
 Com o bisel soltado para cima puncionar a veia formando um ângulo de 30° entre a agulha e o
antebraço do paciente.
 Manter a agulha o mais estável possível, aspirando lentamente a quantidade de sangue
necessária.
 Retirar o torniquete assim que o sangue começar a fluir.
 Para transferir o sangue para os tubos de coleta, colocar os tubos em uma estante sobre a
bancada, jamais realize a transferência segurando a tubo com as mãos.
 Puncionar a rolha do tubo permitindo que o tubo seja preenchido sem aplicar nenhuma
pressão no êmbolo,
 As rolhas não devem ser removidas para a transferência do sangue para os tubos.
 Homogeneizar os tubos que contenham aditivos.

11. Os tubos devem ser trocados ou preenchidos de acordo com a necessidade obedecendo a
ordem de coleta.

1º Frascos para hemocultura

2º Tubos para coagulação (tampa azul)

3º Tubos para soro com ou sem aditivo (tampa vermelha)

4º Tubos com heparina com cu sem gel separador (tampa verde)


5º Tubos com EDTA com ou sem gel separador (tapa lilás)

6º Tubos com fluoreto de sódio (tampa cinza)

Nota: Os tubos de vidro ou plástico contendo gel separador podem causar interferência nos testes de
coagulação Tubos sem aditivos devem ser usados antes dos tubos destinados aos testes de
coagulação.

Nota: Quando o escape for utilizado para a coleta e o tubo de coagulação for o primeiro a ser colhido
deve-se usar um tubo sem aditivo como “primer. A função deste tubo é prender totalmente o tubo do
escalpe garantindo a relação sangue / aditiva no tubo de coleta. Este tubo não precisa ser totalmente
preenchido.

Nota: Os testes de tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) não
tem seus resulta dos alterados quando realizados no primeiro tubo colhido. Entretanto, para os
demais testes de coagulação recomenda-se o uso de amostras colhidas em um segundo tubo.

12. Remover o torniquete

13. Posicionar a gaze sobre o local de punção.

14. Remover a agulha e proceder ao descarte.


 Descarte a agulha em um recipiente para material perfuro-cortante, de fácil acesso que atenda
à legislação sanitária.
 As agulhas não devem ser recapeadas, amassadas, que bradas ou cortadas nem devem ser
removidas das seringas a menos que seja utilizado um dispositivo de segurança.

15. Pressionar o local de punção até que o sangramento tenha cessado, aplique uma
bandagem adesiva
 Posicionar a compressa de gaze sobre o local de punção e aplicar pressão suave.
 Não permitir que o paciente dobre o braço.
 O próprio paciente pode manter o local pressionado até que o flebotomista verifique que o
sangramento tenha cessado.
 Aplicar bandagem adesiva.
 Recomendar que a bandagem não seja retirada antes de 15 minutos.

16. Anotar a hora da coleta

17. Observar necessidades especiais de manuseio.

 Algumas dosagens exigem que a amostra seja resfriada imediatamente para que o
metabolismo celular seja diminuído ou que seja mantida a 37° C para evitar aglutinação ou
mesmo proteger a amostra da luz.
 Exemplos de dosagens que requerem cuidados especiais.

- Resfriamento:

Gastrina
Amônia

Ácido lático

Catecolaminas

Piruvato

Paratormônio (PTH)

- Temperatura de 37°C:

Aglutininas frias

Crioglobulinas

Criofibrinogênio

- Abrigo da luz:

Bilirrubina

Vitamina A

Vitamina B6

Beta caroteno

Porfirinas

18. Encaminhar o material devidamente identificado para processamento.


O adaptador de agulhas com protetor possui preso à sua extremidade proximal uma peça de plástico
flexível em formato de concha e no comprimento da agulha de maior tamanho, com alças internas,
que cobrem e prendem a agulha ao final da coleta permitindo o descarte do conjunto com segurança

Recomendações

1. Verifique sempre se está ocorrendo algum vazamento há rosca do adaptador após ajuste da
agulha para não com prometer a eficiência do vácuo.

Tubos de coleta de sangue sem aditivos.


Características Técnicas

Utilizado para coleta e armazenamento de sangue para testes bioquímicos, imunológicos e


sorológicos.

O tratamento das paredes internas dos tubos torna-o recomendado para determinação de elementos
(Fe, Co, Zn, Cu, Mn).

O tratamento das paredes internas também inibe a absorção de proteínas e permite o


armazenamento para reteste por tempo prolongado.

Recomendações
1. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baca umidade e protegido da luz solar;

Tubos de coleta de sangue pró-Coagulação


Características Técnicas

Com ativador de coagulação.

O ativador estimula a liberação do fator de coagulação pelas plaquetas que deflagra as reações em
cascata do processo de coagulação.

Tempo de coagulação de até 10 min na ausência de disfunção plaquetária.

Utilizado para coleta e armazenamento de sangue para testes bioquímicos.

O tamanho das partículas do ativador é estável e elas estão uniformemente distribuídas na superfície
interna do tubo. Evita a separação de fibrina e a ocorrência de hemólise causada pela coagulação
desigual e incompleta, prevenindo a presença de partículas na superfície do soro.

Ideal para emergências laboratoriais e hospitalares.

Recomendações
Inverter gentilmente os tubos 5 a 8 vezes logo após a coleta sanguínea:
1. Aguardar um tempo mínimo de 10 min para coagulação a temperatura ambiente:
2. Certificar-se que a coagulação tenha sido completa antes de proceder à centrifugação!
3. Efetuar a centrifugação na velocidade de 3.000 rpm por 10 min:
4. Armazenar em temperatura ambiente em local de baixa umidade, e protegido da luz solar.

Tubos com ativador de coagulação (Gel&Clot)


Características Técnicas

Com ativador de coagulação e gel separador inerte com densidade de 1.040/1.050.

Indicado para armazenamento per tempo prolongado de soro para testes bioquímicas Tempo de
coagulação de 30 min à temperatura ambiente (25° C).

A característica especial da parede interna do tubo previne a troca de substâncias entre as células
sanguíneas e o soro mantendo as características bioquímicas inalteradas por tempo prolongado.

O gel tem peso molecular uniforme e resiste a temperaturas de até 190° C.

A uniformidade de peso molecular do gel evita a migração de substâncias de baixo peso molecular
para a superfície do soro e sua consequente contaminação.

Recomendações
1. Inverter gentilmente os tubos 5 a 8 vezes logo após a coleta sanguínea:
2. 2. Aguardar um tempo mínimo de 30 min para coagulação a temperatura ambiente:
3. Certificar-se que a coagulação tenha sido completa antes de proceder à centrifugação.
4. Efetuar a centrifugação na velocidade de 3.000 rpm por 10 min:
5. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baixa umidade e protegido da luz solar.

 Em ambientes em que a temperatura seja inferior a 25° C. principalmente durante o inverno,


recomenda-se estender o tempo de coagulação para até 15 min, sempre confirmando que a
coagulação tenha se completado.
 Em casos de emergência colocar os tubos em banho-maria a 37°C por 20 a 30 min para
acelerar o processo de coagulação.
Tubos com heparina
Características Técnicas

O anticoagulante utilizado é sódio ou tio heparina em concentrações na faixa de 12.5 a 17.5 UI/mL.
Utilizado para testes bioquímicos e enzimáticos e para alguns testes de reologia (viscosidade).

A heparina ativa anti-trombinas que bloqueiam a ação da trombina e a sua consequente ativação da
reação de formação de fibrina a partir do fibrinogênio.

O tempo de armazenamento do material é de até 6h à temperatura ambiente com garantia na


estabilidade de várias enzimas. Não há influência do anticoagulante na concentração de cálcio e nas
atividades enzimáticas desde que seja coletada a quantidade recomendada de sangue.

Recomendações
1. Inverter gentilmente os tubos 5 a 8 vezes logo após a coleta sanguínea.
2. Efetuar a centrifugação na velocidade de 3.000 rpm por10 min.
3. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baixa umidade e protegido da luz solar.

Tubos com fluoreto de sódio


Características Técnicas

O anticoagulante usado é uma mistura de fluoreto de sódio e EDTA em uma mistura de solução e pó
EDTA é quelante de cálcio e bloqueia a coagulação sanguínea. Fluoreto de sódio inibe a glicose-
desidrogenase e consequentemente bloqueia o metabolismo da glicose Utilizado para a análise de
açúcar no sangue, de tolerância a açúcares, de anti-hemoglobina alcalina, de teste de hemólise pela
sacarose e para eletroforese de hemoglobina.

Recomendações
1. Inverter gentilmente os tubos 5 a 8 vezes logo após a coleta sanguínea:
2. Efetuar a centrifugação na velocidade de 3.000 rpm por 10 min:
3. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baixa umidade e protegido da luz solar.

Tubos com EDTA


Características Técnicas

Os anticoagulantes são o EDITA K2 (líquido ou pó) ou o EDTA K3 (líquido) na concentração de 2 mg/ml


de sangue que não interferem no volume globular ou na forma das células sanguíneas.

Utilizados em hematologia com aplicação em diversos analisadores hematológicos protegem


naturalmente as células sanguíneas, principalmente as plaquetas impedem a agregação plaquetária.
Protegem o volume e a forma da célula sanguínea por tempo prolongado.

Recomendações
1. Inverter gentilmente os tubos de 3 a 5 vezes, se fizer uso do EDTA K3, e de 5 a 8 vezes, se usar
o EDTA KI. Logo após a coleta sanguínea:
2. EDTA K3 é fornecido na forma líquida causando uma leve diluição da amostra.
3. É preferível o uso de EDTA K2 para contagem de células sanguíneas e determinação de seu
tamanho.
4. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baixa umidade e protegido da luz solar.
Tubos com citrato
Características Técnicas

O anticoagulante é uma solução tampão estável de citrato de sódio a 3,2% (0.109 mol/l) adicionada
em volume que mantém a relação de 1:9 entre o aditivo e o sangue.

Utilizado para teste dos mecanismos de coagulação sanguínea. Presença de gás inerte no meio para
prevenir a ativação do fator de coagulação pelos gases da atmosfera.

O tratamento da superfície interna do tubo evita a ativação de plaquetas e estabelece condições ideais
para os testes de PT (tempo de protrombina) e TTPA (tempo de tromboplastina parcial ativado.

Recomendações
1. Inverter gentilmente os tubos 3 a 5 vezes logo após e coleta sanguínea:
2. Efetuar a centrifugação na velocidade de 3.000 a 3.500 rpm por 15 min;
3. O resultado da centrifugação deve produzir plasma com contagem insignificante de plaquetas;
4. Armazenar em temperatura ambiente, em local de baixa umidade e protegido de luz solar.

Mini tubos para coleta simples Mini tubos para coleta com capilar

Recomendações
1. A pressão direta sobre o local de perfuração pode causar hemólise e afetar a precisão dos
resultados;
2. A coleta de amostras por tempo superior a 2 minutos resulta frequentemente em amostras de
baixa qualidade e alta incidência de microcoagulação nos mini tubos;
3. As amostras coletadas em mini tubos de EDTA para hematologia devem ser utilizadas em até 4
h;
4. Aguarde pelo menos 30 minutos para usar as amostras coletadas em mini tubos de sora:
5. Quantidade insuficiente de amostra causará uma relação incorreta entre o sangue e o aditivo
contido no mini tubo e consequentemente um resultado errôneo;
6. Nunca agite o mini tubo para misturar a amostra e o aditivo.

Tubos ESR citrato de sódio


Características Técnicas

O anticoagulante é uma solução tampão estável de citrato de sódio a 3.29% (0,129 mol) adicionada em
volume que mantém a relação de 1:4 entre o aditivo e o sangue.

Separação do plasma ou soro


As amostras de soro ou plasma destinadas aos testes laboratoriais devem ser separadas do contato
com as células sanguíneas o mais rapidamente possível a menos que estudos comprovem que este
contato prolongado não afete os resultados. A centrifugação e a separação do soro ou do plasma
dentro de duas horas após a coleta é o procedimento recomendado embora muitos analitos
mantenham sua estabilidade par períodos mais longos (Apêndice I)

Fase pré-centrifugação
Independentemente do método de coleta utilizado (vácuo ou seringa) todos os tubos contendo
aditivos, exceto citrato de sódio, devem ser homogeneizados por inversão pelo me nos 10 vezes para
assegurar a mistura adequada da amostra e do aditivo. Os tubos contendo citrato devem ser invertidos
por 3 ou 4 vezes apenas.

As amostras de soro devem estar completamente coaguladas antes da centrifugação. A agitação ou a


abertura do tubo durante o processo de coagulação não são recomenda dos. Temperaturas baixas
retardam a formação de coágulo. Quando possível, pode-se utilizar tubos com aditivos que acelerem o
processo de coagulação.

As amostras destinadas à dosagem de glicose devem ser coletadas em fluoreto de sódio. Este aditivo
antigicolitico pode manter as concentrações de glicose estáveis por 24 horas à temperatura ambiente
(25° C) e por 48 horas entre 48°C.

Transporte de amostras
As amostras devem ser levadas aos setores responsáveis pela execução dos testes em contêineres
plásticos adequados a esta finalidade o mais rápido possível. A menos que o resfriamento da amostra
esteja recomendado, as amostras dever ser transportadas à temperatura ambiente.

Os tubos devem ser mantidos na posição vertical e tampados. Este procedimento permite a completa
formação do coágulo e reduz a agitação do tubo o que, consequentemente, diminui a possibilidade de
hemólise.

Os tubos contendo gel separador devem ser sempre mantidos na posição vertical logo após a coleta.
Este procedimento impede que a rede de fibrina se forme junto à tampa do tubo

Agitação e hemólise
O manuseio cuidadoso das amostras contribui para minimizar os danos às hemácias. A hemólise pode
causar interferências químicas no teste propriamente dito e interferências óticas em muitos
instrumentos que utilizam leitura ótica.

Centrifugação
Amostras de sangue para obtenção de soro devem estar completamente coaguladas antes da
centrifugação. Os tubos devem ser mantidos fechados durante todo o processo e a centrifuga deve
estar adequadamente tampada.

OCISI recomenda que a velocidade de centrifugação deva ser expressa em RCF (Força Centrifuga
Relativa) e não em RPM. Para calcular o RCF deve-se usar a seguinte formula

RCF (g)= 0,00001118 x r x N2

RCF=Força Centrifuga Relativa: r=raio (distância do iexo do rotor até a base do tubo): N velocidade de
rotação (RPM) Os tubos devem ser centrifugados entre 1000 e 3000 g de 5 a 10 minutos, Os tubos de
citrato de sódio devem ser centrifugados de modo a produzir um plasma pobre em plaquetas.
Fase pós-centrifugação
As amostras de soro ou plasma devem ser fisicamente separadas das células assim que possível.

O soro ou plasma não deve permanecer à temperatura ambiente por mais de 8 horas. Se os testes não
puderem ser realizados dentro deste intervalo de tempo, as amostras devem ser refrigeradas (2-8° C).

Ordem de Coleta
Frascos para hemocultura

Tubos com citrato

Tubos para soro

Tubos com heparina

Tubos com EDTA

Tubos com fluoreto de sódio

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