Prova I Direito Penal
Prova I Direito Penal
Prova I Direito Penal
O conceito formal de crime está relacionado à ideia de que um ato só pode ser
considerado criminoso se estiver descrito de forma clara e precisa em uma lei penal. Ou
seja, para que uma conduta seja considerada crime, é necessário que exista uma lei que
a defina como tal. Dessa forma, o conceito formal de crime está focado na análise da
norma penal e na sua aplicação prática.
O conceito material de crime está relacionado à ideia de que um ato só pode ser
considerado criminoso se tiver causado um dano ou prejuízo a algum bem jurídico
protegido pelo ordenamento jurídico. Nesse sentido, o conceito material de crime está
focado na análise dos efeitos que a conduta produziu no mundo real.
ERRO DE TIPO
Erro de Tipo seria o engano (erro) que recai sobre os elementos que compõe o Tipo
Penal. Ele exclui o dolo (a vontade de praticar o fato punível), mas permite a punição
pela culpa, se o Tipo Penal permitir.
Além disso, o Erro de Tipo Essencial pode ser invencível (desculpável) ou vencível
(indesculpável). De forma simples, o Erro Invencível é aquele que não pode ser evitado
pela diligência normalmente aplicada à situação, e ele exclui o dolo e a culpa.
Já o Erro Vencível é aquele que seria evitado pela maioria das pessoas que aplicassem a
diligência normal que a situação exigisse e afastasse apenas o dolo.
ERRO ACIDENTAL:
Já o Erro Acidental, não afasta o dolo nem a culpa, pois o agente atua com consciência
da ilicitude do fato, se enganando em relação a elemento não essencial do fato ou erra
na execução.
Neste erro o agente atua com dolo de praticar uma conduta ilícita, mas o erra sobre o
objeto da ação. Exemplo: o agente quer furtar uma concorrente de ouro, mas acaba
furtando uma bijuteria.
“O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se
considere, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra
quem o agente queria praticar o crime.”
Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste
Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender,
aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
Aqui o detalhe é que o erro ocorre na execução da ação criminosa, e por este erro acaba
atingindo pessoa diversa, o que atrai a mesma consequência do erro sobre a pessoa já
explicado acima.
ABERRATIO CAUSAE
Aqui falamos de um erro quanto à causa do resultado, ou seja, é o caso do agente que
querendo matar A afogado joga-o de uma ponte, mas a vítima morre de traumatismo por
se chocar com pedras/pilares. O agente queria matar de uma forma, mas a vitima acabou
morrendo por outro motivo.
CULPABILIDADE
IMPUTABILIDADE;
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Com a leitura do artigo é possível verificar que corresponde exatamente aos dois
momentos mencionados anteriormente.
Deste modo, para concluir pela imputabilidade do agente deve-se observar se o mesmo
era portador de alguma doença mental ou se possuía o desenvolvimento mental
incompleto ou retardo, e se ao tempo do fato, detinha incapacidade de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Por essa razão, restou-se demonstrado que o Código Penal adotou o critério
biopsicológico.
A escolha do legislador foi pela adoção dos dois critérios, simultaneamente, surgindo,
com isso, o critério biopsicológico. (GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte
Geral. Vol.1, p.395)
Nesse caso haverá uma redução de pena de um a dois terços e a diferença em relação ao
caput do artigo 26 é que enquanto no caput o agente deve ser inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento,
no Parágrafo único o agressor não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do
fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Em grosso modo, o caso do
Parágrafo único é quando o autor possui um pouco de consciência da ilicitude de sua
conduta.
Para que uma ação contrária ao Direito possa ser reprovada ao autor, será necessário
que conheça ou possa conhecer as circunstâncias que pertencem ao tipo e à ilicitude. E
— como afirma Vidaurri — “a consciência da ilicitude (antijuridicidade) baseia-se no
conhecimento das circunstâncias aludidas. Por isso, ao conhecimento da realização do
tipo deve-se acrescentar o conhecimento da antijuridicidade”. (BITENCOURT, Cezar
Roberto. Tratado de direito penal, p.391)
Por esta razão, para que se averigue que determinada conduta seja enquadrada como
crime e passível de reprovação, faz-se necessário observar se o agente possuía
consciência sobre a ilicitude do fato, ou seja, se ele não agiu sobre a hipótese do erro de
proibição.
Existe três modalidades de erro de proibição, que são os: direto, indireto, mandamental.
· No erro de proibição direito o agente não possuía conhecimento que aquela ação era
reprovável por desconhecer que havia uma norma proibitiva, ou porque não conhece
completamente o seu conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência. Um
exemplo clássico da doutrina é a do ou porque não conhece completamente o seu
conteúdo, ou porque não entende o seu âmbito de incidência.