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Modelo de Acao de Curatela Provisoria em Tutela de Urgencia

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA DE

FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE _________


Tramitação prioritária - pessoa idosa
(Art. 1.048, I, CPC; Art. 71, Lei nº 10.741/2003)
ELIZABETH BENNET, brasileira, casada, _________, portadora da cédula de RG nº _______ SSP-
PI , inscrita no CPF sob o nº ____________, residente e domiciliada na __________________ ,
_____________, CEP: __________________, ____________, com endereço eletrônico:
______________________-, vem por seu advogada que esta subscreve, propor a presente
AÇÃO DE INTERDIÇÃO c/c PEDIDO DE CURATELA PROVISÓRIA EM TUTELA DE
URGÊNCIA
em favor de MR DARCY, brasileiro, ______, ____________, portador da cédula de RG nº
____________ SSP-PI, inscrito no CPF sob o nº _______________, residente e domiciliado na
_________________________________ CEP: _____________, Teresina/PI, pelas razões fáticas e jurídicas
a seguir
PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
---------------------
DA PRIORIDADE ESPECIAL DE TRAMITAÇÃO
No caso sob exame, ambas as partes são pessoas idosas, inclusive, tendo o interditando
_______ anos completos, como demonstrado no documento pessoal (RG anexo).
Sobre a existência de parte ou interessado idoso, o Código de Processo Civil dispõe, in
verbis:
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os
procedimentos judiciais:
I - em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das
enumeradas no art. 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988.
No mesmo sentido, a legislação específica (Estatuto da Pessoa Idosa - Lei nº 10.741/2003),
também preceitua em mesmo sentido:
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na
execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua
idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que
determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local
visível nos autos do processo.
Quanto a existência de parte idosa com mais de 80 anos, o Estatuto da Pessoa Idosa
também dispõe o seguinte:
Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do poder público assegurar à
pessoa idosa, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
§ 2º Entre as pessoas idosas, é assegurada prioridade especial aos maiores de 80 (oitenta)
anos, atendendo-se suas necessidades sempre preferencialmente em relação às demais
pessoas idosas.
Considerando os documentos anexos que comprovam a idade das partes, resta claro que
ambos atendem ao critério da idade mínima exigida para a tramitação processual
prioritária, mas que o fato do interditando possuir mais de 80 anos é assegurada
prioridade especial, razão pela qual merece provimento o pedido em questão.
1- DOS FATOS
--------------------------------- , o idoso permanece sob os cuidados da Autora e acompanhado
pela equipe médica. Inclusive, esta emite parecer médico (EM ANEXO) no sentido de que a
incapacidade do mesmo se manifesta em razão de um quadro _____________, ou seja, que
tende a piorar com o decorrer do tempo.
Ademais, a demandante, que é a filha que já assume boa parte do ônus quanto aos cuidados
do seu pai, necessita continuar exercendo os atos por este,
especialmente_____________________________________________
Diante o exposto, a demandante vem por meio desta ação pleitear a interdição estatal do
senhor ___________________ em razão de sua incapacidade, e que seja concedida em tutela de
urgência a curatela provisória à autora, considerando a ______________________.
2- DA LEGITIMIDADE ATIVA
Ao tratar da interdição da pessoa física, o Código de Processo Civil elenca aqueles a quem
cabe recorrer à tutela jurisdicional.
In verbis, eis os legítimos:
Art. 747. A interdição pode ser promovida:
I - pelo cônjuge ou companheiro; II - pelos parentes ou tutores; III - pelo representante da
entidade em que se encontra abrigado o interditando; IV - pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe
a petição inicial.
Ademais, preceitua o Código Civil quanto aos legítimos de exercer a curatela:
Art. 1.775: O cônjuge ou companheiro, não separado judicialmente ou de fato, é, de direito,
curador do outro, quando interdito.
§ 1º Na falta do cônjuge ou companheiro, é curador legítimo o pai ou a mãe; na falta destes,
o descendente que se demonstrar mais apto.
§ 2 º Entre os descendentes, os mais próximos precedem aos mais remotos
No caso em tela, a parte que demanda é filha do interditando, conforme demonstrado nos
documentos pessoais de ambos.
Além disso, há muito tempo a autora assiste ao pai____________________
Portanto, considerando que a autora é a filha mais próxima ao interditando por morarem
juntos e que, atualmente, ainda possui condições necessárias para exercer a função de
curadora de seu genitor, resta demonstrada sua legitimidade, nos termos dos artigos 747
do Código Civil e 1.775 do Código de Processo Civil.
3- DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Do nascimento à morte, o Código Civil brasileiro dispõe sobre inúmeros cenários que o ser
humano possa deparar-se, inclusive, com a incapacidade relativa. Embora tenha instituído
o artigo inaugural como assegurador de direitos e deveres a todas as pessoas, o legislador
teve o cuidado prévio em tratar da manifestação de vontade dos impossibilitados ao
instituir a interdição e a figura do curador. Sobre os que se encontram em estado de
incapacidade relativa, o Código Civil elenca os seguintes:
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores
de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; III -
aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade; IV - os pródigos.
Por outro ângulo, já tratando especificamente dos intitulados interditos, o Código Civil
dispõe:
Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela: I - aqueles que, por causa transitória ou
permanente, não puderem exprimir sua vontade; II - (Revogado) III - os ébrios
habituais e os viciados em tóxico; IV - (Revogado) V - os pródigos
Pela definição destacada nos trechos citados, considerada juntamente com os fatos
apresentados, entende-se que o senhor Luís se enquadra na hipótese de pessoa incapaz
relativamente, uma vez que o mesmo não consegue exprimir com consciência a sua
vontade. Com o advento deste empecilho de manifestação própria a interdição passa a ser
necessária, bem como a nomeação de curador que possa administrar a vida e auxiliar o
interditado.
O doutrinador civilista Carlos Roberto Gonçalves, ao dispor sobre o instituto da curatela,
tece as seguintes considerações:
"Não se cuida, como já dito, de enfermidade ou deficiência mental, mas de toda e qualquer
outra causa que impeça a manifestação da vontade do agente. Incluem-se aqui as doenças
graves que tornam a pessoa completamente imobilizada, sem controle dos movimentos e
incapacitadas de qualquer comunicação, em estado afásico, ou seja, impossibilitadas de
compreen-der a fala ou a escrita, como sucede comumente nos casos de acidente vascular
cerebral (isquemia e derrame cerebral), e nas doenças degenerativas do sistema nervoso,
que deixam a pessoa prostrada, sem lucidez, perturbada no seu juízo e na sua vontade, ou
em estado de coma."
Ora, no caso aqui versado tratamos de um idoso acometido por doença cerebrovascular,
conforme demonstrado nos exames e relatório médico encaminhados juntamente com a
petição inicial. Portanto, é perfeitamente razoável a compreensão do presente caso
alinhado ao entendimento doutrinário e legal quanto à interdição e nomeação de curador,
com fulcro nos artigos aqui já citados.
4- DA CURATELA PROVISÓRIA EM TUTELA ANTECIPADA
Inicialmente, cabe destacar o que o artigo 300 do Código Processual Civil disciplina sobre o
instituto da tutela de urgência.
In verbis: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
A verossimilhança do direito pleiteado demonstra-se pela documentação anexada ao
processo, uma vez que o exame e o relatório do médico demonstram a ocorrência
____________________ que levou à incapacidade do idoso de manifestar sua vontade em plena
consciência.
Quanto ao risco de dano irreversível, resta demonstrado com a possibilidade da autora não
receber o novo cartão bancário de seu pai e, consequentemente, não consiga receber o
benefício de aposentadoria utilizado na manutenção e bem-estar do senhor ______________.
O CPC preceitua que:
Art. 749. Incumbe ao autor, na petição inicial, especificar os fatos que demonstram a
incapacidade do interditando para administrar seus bens e, se for o caso, para praticar atos
da vida civil, bem como o momento em que a incapacidade se revelou. Parágrafo único.
Justificada a urgência, o juiz pode nomear curador provisório ao interditando para a prática
de determinados atos.
A jurisprudencia pátria se manifesta no sentido:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação de interdição com pedido de tutela de urgência para
nomeação de curador provisório. Decisão agravada que indeferiu o pedido de tutela
antecipada para nomeação de curador provisório. Nomeação de curadora provisória em
sede de agravo interno. Curatela apenas para fins de autorização para levantamento de
valores pagos pelo INSS a título de aposentadoria. Documentos apresentados nos autos que
demonstram, ao menos por ora, que o curatelado necessita de auxílio para gestão dos atos
da vida civil, especificamente para levantamento do benefício previdenciário. Decisão
reformada. Recurso CONHECIDO E provido. (TJPR - 11ª C.Cível - XXXXX-15.2021.8.16.0000
- Curitiba - Rel.: JUIZA DE DIREITO SUBSTITUTO EM SEGUNDO GRAU LUCIANE DO ROCIO
CUSTÓDIO LUDOVICO - J.14.02.2022)
Com isso, a parte autora requer a concessão de curatela provisória em sede de tutela
antecipada, tendo em vista que uma possível negativa representaria grande risco à
manutenção do seu pai, inclusive, na compra dos medicamentos utilizados diariamente.

5- DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) A concessão do benefício da gratuidade da justiça, por não dispor a Requerente de meios
para arcar com as custas e despesas processuais sem que o sustento próprio e de sua
família seja comprometido, conforme previsto nos artigos 5º, LXXIV , CF, 98 e 99 do CPC;
b) O deferimento da tramitação prioritária especial, tendo em vista que a demandante e o
interditando são pessoas idosas, com ____anos e _____ anos, respectivamente, com fulcro nos
artigos 1.048, I, CPC, 3º, § 2º e 71, § 1º da Lei nº 10.741/03, adotando-se medidas para a
identificação dos autos e demais medidas cabíveis para assegurar o cumprimento do
benefício em questão;
c) A concessão da curatela provisória em TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA, com fulcro
nos artigos 300 e 749 do CPC, considerando que a Autora depende da nomeação como
curadora do senhor ___________ para que exerça atos por este, como o recebimento do novo
cartão bancário e do valor referente à aposentadoria;
d) A citação do interditando, no endereço indicado em sua qualificação, para que, em prazo
a ser designado, ocorra a entrevista, bem como a oitiva de parentes e pessoas próximas,
caso assim entenda necessário o juiz, conforme estabelece o artigo 751, caput e § 4º, do
CPC;
e) Que seja intimado o Ministério Público para que se manifeste no feito, nos termos dos
artigos 178 e 752, § 1º do CPC;
f) A total procedência da presente ação, determinando a interdição do senhor
_______________________, bem como a nomeação da Autora como curadora definitiva para que
possa representá-lo nos atos civis, nos termos do artigo 755;
g) Que a tramitação da presente ação seja 100% digital;
Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
pelas provas documentais anexadas e quaisquer outras providências probatórias que se
fizerem necessárias, estando tudo, desde logo, requerido.
Dá-se à causa o valor de R$ 1.320,00 (Um mil trezentos e vinte reais), para efeitos legais.
Termos em que
Pede e espera deferimento.
___________, ___ de ______ de 202_.
ADVOGADO (A)
OAB

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