TRABALHO_COMPLETO_EV185_MD5_ID22983_TB8001_15082023231532
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RESUMO
Este trabalho apresenta excerto de pesquisa de mestrado já qualificada, em desenvol-
vimento em instituição pública, sobre a inclusão social educacional de estudantes com
deficiência intelectual na Educação de Jovens e Adultos (EJA), a qual investiga a proposta
educacional orientadora do Centro Unificado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA),
na cidade de São Paulo, com o objetivo de compreender e apontar limites e possibilidades
de realização da preparação deste público para o mundo do trabalho conforme projeto da
instituição. Para efeito desta apresentação discute a perspectiva de professoras sobre
o objetivo educacional constante no projeto do CIEJA de preparação desses estudantes
para o mundo do trabalho na relação com concepções de deficiência intelectual, EJA e
preparação para o trabalho expressas pelas entrevistadas. A fundamentação teórica e
a análise de dados têm como base contribuições de estudos de políticas e história da
educação de jovens e adultos no Brasil com ênfase na educação especial e inclusiva e as
contribuições da teoria histórico-cultural de Vygotsky e colaboradores sobre a educação
e o desenvolvimento de pessoas com deficiência intelectual. Este trabalho enfoca a pro-
posta de uma unidade educacional e ressalta aspectos de seu fazer atual, assim como
recorre a entrevistas semiestruturadas realizadas com oito professoras de um CIEJA
do município. Com base em uma abordagem qualitativa descritiva, as análises buscam
a articulação entre documentos estudados e dizeres de professoras sobre a educação
para o mundo do trabalho problematizando e refletindo os desafios que determinam a
realização desse objetivo social educacional em sua relação com as práticas de inclusão
desses estudantes e, nesse contexto, de sua preparação para o mundo do trabalho.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos(EJA), CIEJA, Trabalho, Deficiência
Intelectual, Teoria Histórico-cultural.
A
educação é um direito fundamental assegurado pela Declaração Universal
dos Direitos Humanos (ONU, 1948) com a premissa de garantir os direitos
essenciais para construção de uma sociedade mais justa, igualitária e eman-
cipatória. Quando tratamos do campo educacional, nos deparamos com um longo
processo de exclusão, em que historicamente os mais pobres não tinham acesso à
escolarização. Segundo Gentili (2009), o processo de escolarização é marcado por
uma dinâmica de exclusão includente, repleta de avanços e retrocessos e, para um
avanço mais efetivo, é fundamental contarmos com decisões políticas em prol de
ações efetivas de inclusão.
O direito à educação para todos é algo recente no Brasil; por muito tempo, a
educação escolar em nosso país foi um privilégio para poucos, já que o acesso aos
bancos escolares era privilégio das pessoas pertencentes a uma elite política e eco-
nômica (ARAUJO, 2020). A seleção, baseada na ordem social, excluiu por muitos
anos as famílias pobres, os negros, as pessoas com deficiência, e o resultado desse
processo de exclusão é a quantidade de pessoas que não se alfabetizou ou que se
alfabetizou, porém, não conseguiu concluir a educação básica e não conseguem.
Como sabemos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948),
promulgada há mais de 70 anos, define no artigo 26 que todo o ser humano tem
o direito à educação gratuita e orientada para o pleno desenvolvimento da perso-
nalidade humana. Posteriormente, a Constituição da República Federal do Brasil
(BRASIL, 1988) reafirma o direito à educação.
É por meio do direito social fundamental à educação que outros direitos
sociais podem ser alcançados pelo cidadão. O direito a uma educação de qualidade
pressupõe que a escola seja um local privilegiado para assegurar a aprendizagem de
todos, independentemente de gênero, etnia/raça, classe social, orientação sexual,
religião, convicção política, deficiência, idade ou nacionalidade.
Nessa perspectiva, há os estudantes da Educação de Jovens e Adultos que
não concluíram os seus estudos na “idade certa” ou não conseguiram permanecer
na escola por inúmeros motivos, seja pela violação do direito à educação na infância
ou na adolescência em virtude de preconceitos, distância de escolas, necessidade
de trabalhar para ajudar no sustento da casa ou mesmo por não terem tido êxito na
aprendizagem, o que causou reprovações”, como afirma (Di Pierro 2017 p.11).
METODOLOGIA
1 O primeiro segmento da EJA corresponde aos anos iniciais da educação básica. A subdivisão do
Ensino Fundamental de nove anos em quatro etapas. A Módulo I - Etapa de Alfabetização com-
preende os três primeiros anos (1º, 2º e 3º); o Módulo II- Etapa Básica envolve os dois anos seguintes
(4º, 5º); a Módulo III - Etapa Complementar compreende os 6º e 7º anos e a Módulo IV- Etapa Final
que abarca os anos nais (8º e 9º).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
3 Plano Nacional de Educação- PNE - SubsÌdios para a Elaboração dos Planos Estaduais e Municipais
de Educação. Governo Federal,2001.Disponível em: Plano Nacional de Educação (PNE) – Subsídios
para a elaboração dos planos estaduais e municipais de educação — Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira | Inep (www.gov.br) Acesso em:05 de mar. de 2023
4 Estratégias: 10.4 - ampliar as oportunidades profissionais dos jovens e adultos com deficiência e
baixo nível de escolaridade, por meio do acesso à Educação de Jovens e Adultos articulada à edu-
cação profissional;
10.5- implantar programa nacional de reestruturação e aquisição de equipamentos voltados à
expansão e à melhoria da rede física de escolas públicas que atuam na EJA, integrada à educação
profissional, garantindo acessibilidade à pessoa com deficiência;
10.8-fomentar a oferta pública de formação inicial e continuada para trabalhadores e trabalhadoras
articulada à Educação de Jovens e Adultos, em regime de colaboração e com apoio de entidades
privadas de formação profissional vinculadas ao sistema sindical e de entidades sem fins lucrativos
de atendimento à pessoa com deficiência, com atuação exclusiva na modalidade;
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
6 Atendimento colaborativo é uma das formas de atendimento do AEE onde o professor da Sala de
Recursos Funcionais - SRM atua no ensino regular em colaboração conforme Portaria SME nº
8.674/2016.
7 Concepção do Currículo do Município de São Paulo- EJA
8 Conceitos norteadores do Currículo do Município de São Paulo- EJA - Educação integral, Equidade
e Educação Inclusiva. Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura.sp.gov.br/educacao-de-jo-
vens-e-adultos-eja/publicacoes-eja/curriculo-da-cida de-eja/ Acesso em 14agos.2023
Para que a escola possa cumprir o seu papel, a partir dos conceitos e prin-
cípios expressos nas legislações e nos documentos oficiais vigentes da Secretaria
Municipal de Educação de São Paulo e do Projeto Político-Pedagógico da unidade,
é necessário que os princípios da Educação Especial na perspectiva Inclusiva,
a educação integral e a equidade caminhem juntos. Nesse sentido, as falas das
professoras trazem uma preocupação na formação integral e humanizadora dos
estudantes como um todo e, especificamente, daqueles educandos com deficiên-
cia intelectual. A professora E compreende que a unidade colabora pelo próprio
“método” e destaca a importância do convívio ao pontuar que:
“[...]eu ainda acho que a gente poderia auxiliar mais. Porque eu percebo que ele sai
do CIEJA, nem todos são acolhidos em outros espaços”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FERNANDES, Ana Paula Cunha dos Santos; OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno. Prática
Pedagógica com Jovens e Adultos com Deficiência Intelectual: limites, desafios
e possibilidades. Deficiência mental e Deficiência Intelectual em Debate,Editora
Navegando, ed. Eletrônica, Uberlândia, 2017.
BRITO, Luiz Percival Leme; “GIORGI, Cristiano Amaral Garboggini Di. Leitura do
Mundo e Educação em Freire. Educ. Soc., Campinas, v. 43, e258577, 2022.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: https://
brasil.un.org/pt-br/91601-declara%C3%A7%C3%A3o-universal-dos-direitos-huma-
nos . Acesso em: 01 mar. 2023.