Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

jf011709030668934291986020059259

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 22

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO JUÍZO DA __ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE SAPUCAIA DO SUL/RS

VAGNER LUÍS PARZIANELLO, brasileiro, casado, construtor, inscrito no


CPF: 009.896.560-39, residente e domiciliado na Rua Marieta
Francisca Souza Silva, 56, Bairro Ipiranga, na cidade Sapucaia do
Sul/RS, por seu procurador signatário (procuração em anexo), vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C DANOS


MORAIS

em face de MERCADO PAGO INSTITUIÇÃO DE PAGAMENTO LTDA,


portador do CNPJ n.º 10.573.521/0001-91, endereço comercial, Av.
das Nações Unidas, nº 3.003, LETRA PARTE E, Bonfim, Osasco/SP - CEP
06233-903, de acordo com as razões de fato e de direito que seguem:

ROL DE DOCUMENTOS:

Anexo2 – Procuração Vagner;


Anexo3 – Documento identidade Vagner;
Anexo4/5 – Declaração Imposto de Renda Vagner;
Anexo6 – E-mails do Mercado Livre;
Anexo7 – B.O realizado pelo Autor;
Anexo08 – Negativação SPC e Serasa.

1
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

A requerente pleiteia os benefícios da justiça gratuita na sua integralidade,


com base na CF em seu artigo 5º inciso LXXIV e esteio nos incisos I a IX do §1º do artigo
98 do CPC, face a sua insuficiência de recursos, são pessoas simples não tendo
momentaneamente a mínima condição de arcar com o pagamento de custas e
despesas processuais conforme reza os artigos 98 e 99 do CPC.

Destaca-se Excelência que a parte requerente não tem condições de arcar


com as custas do processo sem colocar em risco sua sobrevivência e de sua família.
Na declaração em questão possui um baixo pró-labore.
O autor necessita da concessão deste benefício.
Segue Jurisprudência do TJRS quanto aos fundamentos para concessão do
pedido de gratuidade da justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE


SOCIEDADE. PEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTIÇA INDEFERIDO NO
PRIMEIRO GRAU. COMPROVAÇÃO DA NECESSIDADE. BENEFÍCIO
CONCEDIDO. 1. Segundo a exegese do §3º do artigo 99 do CPC, a
alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural
goza de presunção juris tantum de veracidade. 2. Não é necessário que
a parte esteja em condições de miserabilidade, basta que não possua
condições de arcar com os custos do processo sem prejuízo de sua
subsistência. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de
Instrumento, Nº 70082967530, Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Lusmary Fatima Turelly da Silva, Julgado em: 15-04-2020)
Grifou-se.

Conforme decisão da Colenda Câmara do Egrégio Tribunal de Justiça


supracitada, em casos em que o pagamento de custas processuais for levar a autora
a uma condição de miserabilidade, há amparo legal para concessão da gratuidade
da justiça com base em jurisprudência moderna e fundamento legal no CPC
conforme apontado na decisão acima.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SEGURO. AÇÃO DE COBRANÇA.


GRATUIDADE JUDICIÁRIA. 1. Possibilidade de concessão da gratuidade
judiciária a qualquer tempo e grau de jurisdição. Prova de que os
rendimentos mensais da parte autora são inferiores ao limite
considerado razoável para a concessão do benefício (cinco salários
mínimos). 2. Hipótese em que a parte agravante comprova receber
rendimentos compatíveis com a concessão da gratuidade da justiça.
2
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Inteligência do Enunciado n. 49 do Centro de Estudos do TJRS. AGRAVO
DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento, Nº 70083779066,
Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Isabel Dias
Almeida, Julgado em: 15-04-2020) Grifou-se.

As provas condizem com o fundamento do art. 300 do CPC, ou seja, presente


os requisitos o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. As partes
pleiteiam a gratuidade da justiça, para que possam demonstrar a probabilidade do
seu direito perante o Poder Judiciário, trouxe elementos concretos que autorizam a
concessão do benefício da gratuidade.
Diante do exposto, requer seja concedido o pedido de gratuidade da justiça,
assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, do CPC artigo 98 e seguintes,
da moderna jurisprudência do TJ/RS.

DO PAGAMENTO DE CUSTAS AO FINAL DO PROCESSO

Nessa ocasião a parte autora se propõe ao pagamento das custas judiciais e


demais emolumentos ao final do processo, caso não seja agraciada com a
concessão da gratuidade, restando assegurado o seu direito constitucional de livre
acesso e plena apreciação da sua pretensão em juízo.

Assim apontado nessa direção:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. SUCESSÕES. ESPÓLIO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO


POR PERDAS E DANOS. PAGAMENTO DE CUSTAS PROCESSUAIS AO FINAL DO
PROCESSO. POSSIBILIDADE.
1. A autorização do recolhimento das custas ao final não afronta nenhuma
disposição legal. Afinal, se a parte pode ser contemplada com a isenção do
recolhimento das custas, quando evidenciada a carência de recursos,
obviamente pode também ser postergado o pagamento para o final.
2. Apesar de o art. 82 do CPC estabelecer que cabe às partes prover as
despesas dos atos que realizam ou requer no processo, antecipando-lhes o
pagamento desde o início até sentença final, tenho que, em circunstâncias
excepcionais, possível é que as custas sejam pagas ao final.
3. Com efeito, o fato de ser deferido prazo para que efetuem o pagamento
das despesas do processo não acarretará qualquer prejuízo, ao Estado. E
isso porque mesmo que pagas as custas após o trâmite do processo, o
pagamento será realizado, pois não se está concedendo isenção à parte
em efetuá-lo. RECURSO PROVIDO. Nº 70081757122 (Nº CNJ: 0147621-
30.2019.8.21.7000). (grifo nosso)

3
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE RETIFICAÇÃO DE REGISTRO CIVIL.
GRATUIDADE DE JUSTIÇA. INDEFERIMENTO. CAPACIDADE FINANCEIRA DA
POSTULANTE. Tendo em vista o a declaração de bens e direitos em nome da
agravante, não é de ser deferida a benesse legal. PAGAMENTO DAS CUSTAS
AO FINAL. POSSIBILIDADE. Considerando que não há elementos nos autos
indicativos que a parte possa suportar antecipadamente as despesas
processuais, não há óbice a que seja deferido o pagamento para o final da
demanda, uma vez que, além de não acarretar qualquer prejuízo, estar-se-
ia viabilizando o acesso da parte à justiça. Agravo de instrumento
parcialmente provido, de plano. (Agravo de Instrumento Nº 70080767908,
Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Jorge Luís
Dall'Agnol, Julgado em 28/03/2019). (grifo nosso)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO


ESTÁVEL. DESPESAS PROCESSUAIS. PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
GRATUITA. POSSIBILIDADE DE RECOLHER AS CUSTAS AO FINAL.
1. A gratuidade é exceção dentro do sistema judiciário pátrio e o benefício
deve ser deferido àqueles que são efetivamente necessitados, na acepção
legal, não merecendo acolhida o pleito quando não comprovada a
hipossuficiência da parte.
2. Havendo situação momentânea de carência de liquidez no processo, é
cabível deferir o recolhimento das custas ao final. Recurso provido. (Agravo
de Instrumento Nº 70035501600, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em
31/03/2010). (grifo nosso)

Subsidiariamente a gratuidade, assim se impõe o devido ingresso da presente


ação judicial com o pagamento de custas ao final do processo.

DO PARCELAMENTO DE CUSTAS PROCESSUAIS

Por fim, não sendo concedido os pleitos anteriores, requer o parcelamento de


custas processuais.

Segue cabimento conforme o Tribunal de Justiça do Estado:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO


DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE CONTRATO DE EMPRÉSTIMO CONSIGNADO
COM INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO, INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS C/C TUTELA DE URGÊNCIA. MANUTENÇÃO DO INDEFERIMENTO DO
BENEFÍCIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA. TODAVIA, DEFERIDO O
PARCELAMENTO DAS CUSTAS, EX OFFICIO . Estabelece o art. 98 do CPC que

4
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
“a pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de
recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”. Esta
Câmara adota o parâmetro de cinco salários mínimos para o deferimento
da assistência judiciária gratuita, conforme dispõe o Enunciado nº 49 do
Centro de Estudos do TJRS. No caso concreto, é de ser mantida a decisão
que indeferiu a gratuidade judiciária pleiteada pela parte recorrente em
virtude da considerável renda por esta auferida. Por outro lado, tendo em
vista a previsão expressa do art. 98, § 6º, do CPC, vai deferido, de ofício, o
parcelamento das custas. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO, EM DECISÃO
MONOCRÁTICA.(Agravo de Instrumento, Nº 50568351020238217000, Décima
Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rosana Broglio
Garbin, Julgado em: 17-03-2023) (grifo nosso)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA.


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. PESSOA FÍSICA. IMPOSSIBILIDADE.
PARCELAMENTO DAS CUSTAS. Os rendimentos da agravante não autorizam
a concessão do benefício da AJG e nem o pagamento ao final. Porém, as
particularidades do caso autorizam, excepcionalmente, o parcelamento
das custas. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.(Agravo de Instrumento, Nº
50539736620238217000, Décima Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Jucelana Lurdes Pereira dos Santos, Julgado em: 17-03-2023)
(grifo nosso)

Diante do exposto, sendo indeferida a gratuidade e o pagamento de custas


ao final, requer seja concedido o parcelamento em 5 vezes.

I – DOS FATOS:

No dia 08 de dezembro de 2023, por volta das 14 horas, ocorreu um


incidente grave envolvendo a CONTA DO MERCADO PAGO DA PARTE AUTORA,
RESULTANDO NA INVASÃO POR PARTE DE HACKERS. ESTE EVENTO CULMINOU NA
REALIZAÇÃO DE UM EMPRÉSTIMO NO VALOR EXPRESSIVO DE R$ 12.300,00, COMO
COMPROVADO PELAS IMAGENS FORNECIDAS.

5
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
6
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
A situação se agravou ainda mais após a consumação do
empréstimo, quando os invasores efetuaram transferências do montante de maneira
desigual. Tal comportamento foi detalhadamente documentado no relatório do
Mercado Pago. Conforme imagem abaixo:

Ao analisarmos as imagens anexadas, torna-se evidente que as


transferências foram direcionadas exclusivamente para uma única conta, cujo titular
é identificado como LEANDRO ROCHA GOMES. Conforme imagem abaixo:

7
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Essa concentração de recursos em uma única conta levanta sérias
questões quanto à integridade e legalidade das transações, sugerindo uma possível
cumplicidade ou envolvimento do titular da referida conta.

Além disso, destaca-se que todas as transferências foram efetuadas


no mesmo dia, especificamente em 08 de dezembro de 2023, em um intervalo de 30
minutos. O aspecto relevante a ser ressaltado é a proximidade temporal entre as
transações, evidenciando que ocorreram em um intervalo de tempo muito próximo.
Nesse contexto, TORNA-SE ABSOLUTAMENTE INADMISSÍVEL QUE O SISTEMA
BANCÁRIO/INSTITUIÇÃO FINANCEIRO EM QUESTÃO NÃO TENHA SIDO CAPAZ DE
IDENTIFICAR E INTERROMPER ESSAS OPERAÇÕES SUSPEITAS.

A realização de múltiplas transferências em curto período de tempo,


especialmente quando se trata de quantias significativas, deveria acionar os
mecanismos de segurança do banco. A falta de detecção dessas atividades
fraudulentas, inclusive de novo acesso em outro Estado (RJ) levanta questionamentos
sobre a eficácia dos protocolos de segurança implementados pela instituição
financeira.

É razoável esperar que um sistema bancário moderno e seguro seja


capaz de identificar padrões incomuns de transações, especialmente quando
ocorrem em sequência e com valores expressivos. A ausência desse tipo de
detecção representa uma falha significativa na segurança da instituição,
comprometendo a confiança dos clientes e colocando em xeque a integridade do
sistema.

Ademais, a proteção dos clientes contra invasões e fraudes deve ser


uma prioridade, e a falta de ação imediata frente a transações tão próximas
temporalmente sugere uma lacuna preocupante na segurança bancária.

8
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Desta forma, com a ineficiência do sistema bancário, o valor que foi
retirado pelos hackers chegou no total de R$ 12.289,98. Não só os invasores fizeram
as transferências, mas fizeram o empréstimo em si.

Considerando os fatos apresentados anteriormente, é incontestável


a gravidade do incidente envolvendo a invasão da conta, o empréstimo realizado e
as transações fraudulentas realizadas no dia 08 de dezembro de 2023. Diante desse
contexto alarmante, a parte autora, com toda justiça, busca a reparação dos danos
sofridos.

A responsabilidade da instituição bancária vai além de simplesmente


oferecer um ambiente seguro para os clientes, ela se estende à detecção e
prevenção de atividades fraudulentas. No presente caso, a evidência apresentada
sugere que houve uma falha significativa nos protocolos de segurança do banco,
resultando na invasão da conta da parte autora e nas transações não autorizadas.

A solicitação de restituição dos valores é legítima, uma vez que a


parte autora foi vítima de uma situação que está além de seu controle. A confiança
depositada no banco foi abalada devido à incapacidade da instituição em proteger
adequadamente a integridade financeira de seus clientes.

Cabe ressaltar que a baixa dos valores não é apenas uma medida
justa, mas também uma obrigação ética e contratual por parte da instituição
bancária. A ocorrência de transações fraudulentas coloca em dúvida a segurança
e a eficácia dos serviços prestados pelo banco, exigindo uma resposta imediata para
mitigar os prejuízos suportados pela parte autora.

Portanto, com base nos argumentos apresentados e na evidência


documentada, a parte autora solicita, de maneira legítima, que a instituição
bancária proceda com a baixa integral dos valores retirados de sua conta,
restabelecendo assim a justiça e a confiança no relacionamento cliente-banco.

08/12/2023 – 14:45 – Transferência realizada R$ 50,00


08/12/2023 – 14:51 – Email transferência realizado R$ 390,00
08/12/2023 – 14:55 – Email transferência realizado R$499,99
08/12/2023 – 14:56 - Email transferência realizado R$998,00
08/12/2023 – 14:58 - Email transferência realizado R$999,99
08/12/2023 – 15:02 - Email transferência realizado R$900,00
08/12/2023 – 15:04 - Email transferência realizado R$5.000,00
08/12/2023 – 15:08 - Email transferência realizado R$3.452,00
VALOR TOTAL DAS TRANSFERÊNCIAS REALIZADAS: 12.289,98.
9
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Por fim, a parte autora perdeu novamente acesso as contas e houve NOVA
INVASÃO da conta da parte autora. A parte autora PRECISA QUE A CONTA SEJA
BLOQUEADA COM URGÊNCIA, para prevenir novas operações não autorizadas, já
que, em contato com Mercado Livre/ Mercado Pago, não devolveram o acesso da
conta ao autor.

Conforme consulta acima (ANEXO08) o autor foi negativado injustamente no


valor de R$ 19.901,45.

Diante do exposto, seguem os fundamentos de direito.

II – DO DIREITO

TUTELA ANTECIPADA

No presente caso, é imperativo salientar que a parte autora não deve


suportar as consequências advindas de uma negligência perpetrada pela instituição
bancária. Em um contrato que pressupõe uma relação de confiança e
responsabilidade, é inadmissível que a parte mais vulnerável seja prejudicada por
falhas alheias.

10
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
A tutela antecipada almejada pela parte autora não se configura
apenas como uma medida de resguardo de seus direitos, mas também como uma
necessidade premente de evitar danos irreparáveis à sua reputação financeira.

Empréstimo da data 08/12/2023, do valor 12.300,00, não foi feito pelo


autor. O réu está ativamente enviando e-mails ao autor, informando que será inscrito
nos órgãos de proteção ao crédito, tendo seu nome negativado.

Ao verificar em 01/02/2024, a parte autora perdeu novamente


acesso as contas e houve NOVA INVASÃO da conta da parte autora, novamente do
Rio de Janeiro.

A inclusão do nome nos órgãos de proteção ao crédito, como SPC e


Serasa, acarretaria prejuízos significativos, comprometendo a capacidade de
realizar transações financeiras e estabelecendo obstáculos desproporcionais em sua
vida cotidiana.

Segue artigo 300, §1, do CPC:

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme


o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os
danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder
oferecê-la.

É crucial frisar que a busca pela tutela antecipada não se


fundamenta em caprichos, mas sim na busca por justiça e equidade. A parte autora,
enquanto parte mais frágil na relação contratual, merece a proteção do Poder
Judiciário diante de uma situação na qual não é responsável pela negligência
alheia.

Neste contexto, a concessão da tutela antecipada é não apenas


uma medida justa, mas também uma manifestação da necessidade de assegurar a
eficácia do ordenamento jurídico na proteção dos direitos individuais.

Em última análise, a tutela antecipada requerida pela parte autora


não representa apenas uma salvaguarda de seus interesses imediatos, mas também
uma afirmação do princípio fundamental de que a justiça deve prevalecer,
especialmente quando se trata de proteger os cidadãos contra possíveis abusos e
negligências de instituições poderosas.
11
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Desta forma, a parte autora requer que seja concedido o pedido de
tutela antecipada, para:

a.1) REMOVER A INSCRIÇÃO DO AUTOR NO CADASTRO DE


INADIMPLENTES DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO PELO EMPRÉSTIMO NÃO
CONTRATADO E NÃO REALIZADO.

a.2) QUE A CONTA SEJA BLOQUEADA COM URGÊNCIA, para prevenir


novas operações não autorizadas, já que, em contato com Mercado Livre/ Mercado
Pago, não devolveram o acesso da conta ao autor.

DO ENQUADRAMENTO NO CDC E INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

A norma que rege a proteção dos direitos do consumidor define que


o consumidor de produtos e serviços deve ser protegido das condutas abusivas de
todo e qualquer fornecedor, nos termos do art. 3° do referido Código.

No presente caso, tem-se de forma nítida a relação consumerista


caracterizada, conforme redação do Código de defesa do Consumidor, Lei 8.078/90,
onde consumidor, conforme art. 2º é qualquer pessoa física ou jurídica que adquire
ou faz uso de algum produto como destinatário final.

Súmula 297/STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às


instituições financeiras.

Logo, o Código de Defesa do Consumidor deve ser aplicado ao caso


em exame, inclusive, com a inversão do ônus da prova em favor do Autor, face a sua
hipossuficiência frente a requerida.

Assim, uma vez reconhecido o Autor como destinatário final dos


serviços contratados, e demonstrada sua hipossuficiência técnica, tem-se
configurada uma relação de consumo, conforme entendimento doutrinário sobre o
tema:

Sustentamos, todavia, que o conceito de consumidor deve ser interpretado


a partir de dois elementos: a) a aplicação do princípio da vulnerabilidade e
b) a destinação econômica não profissional do produto ou do serviço. Ou
seja, em linha de princípio e tendo em vista a teleologia da legislação
protetiva deve-se identificar o consumidor como o destinatário final fático e
econômico do produto ou serviço. (MIRAGEM, Bruno. Curso de Direito do
Consumidor. 6 ed. Editora RT, 2016. Versão ebook. pg. i6)

12
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Trata-se de conceito inequívoco, consolidado nos Tribunais:

AGRAVO DE INSTRUMENTO — CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR —


DESTINATÁRIO FINAL — VULNERABILIDADE —FACILITAÇÃO DA PROVA —
FORO DE ELEIÇÃO REPELIDO. - Código de Defesa do Consumidor: plena
subsunção das partes à qualificação trazida pelos artigos 2° e 3°, da Lei
8.078, de 1990; - A cláusula que impõe foro diverso constitui cláusula abusiva,
nula de pleno direito (art. 51, XV, do Código de Defesa do Consumidor),
iterativa jurisprudência — decisão que reconhece de ofício incompetência
absoluta do Juízo do Foro de Eleição deve ser mantida; RECURSO
IMPROVIDO. (TJ-SP - AI: 22487652820168260000 SP 2248765-28.2016.8.26~00,
Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 17/05/2017, 3ª Câmara de
Direito Privado, Data de Publicação: 24/05/2017)

A VULNERABILIDADE se caracteriza na medida em que, não dispõe


de condições técnicas para fazer oposição aos argumentos da parte contrária
quanto às impropriedades do produto comprometedores de seu desempenho.

A ré viola princípios importantes que devem se fazer presentes nas


relações consumeristas tais como boa-fé, equidade, equilíbrio contratual e o da
informação.

Art. 4°- A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos,
a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
(Redação dada pela Lei n° 9.008, de 21.3.1995)

(...)

III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo


e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de
desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os
princípios nos quais se funda a ordem econômica, sempre com base na
boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores;

Segue posicionamento jurisprudencial com a aplicação do instituto


da INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. PRETENSÃO DE


REPARAÇÃO DE DANOS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL.
PESSOA JURÍDICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE.
COBRANÇA INDEVIDA. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVA MÍNIMA DO
DIREITO ALEGADO. INSCRIÇÃO NEGATIVA. EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO.
DANO MORAL INOCORRENTE. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. I.
Pretensão declaratória: Hipótese dos autos na qual a empresa autora relata

13
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
a existência de cobrança por valores não contratados, procedidos antes e
após pedido de migração das linhas para o cadastro de pessoa física do
seu gestor. Ocorre que a prova documental juntada aos autos não é
suficiente a convencer o juízo acerca da veracidade das alegações iniciais,
mormente porque as faturas telefônicas que aportaram demonstram a
utilização de serviços que excedem e muito a franquia empresarial
contratada. Ademais, o pedido de migração ocorreu antes do prazo de
vigência do negócio jurídico havido com a demandada, o que, por
consequência, acarretou o pagamento de valores residuais e multa. Diante
do conjunto fático-probatório dos autos, não se verificou a existência de
cobrança por serviço não contratado e utilizado, ônus que incumbia ao
autor. O instituto da inversão do ônus da prova não exime o consumidor de,
minimamente, provar aquilo que alega e, obviamente, está a seu alcance
de provar. II. Pretensão indenizatória Repetição do indébito: Não verificada
qualquer ilegalidade nos valores cobrados, inexiste dever de restituição.
Indenização por danos morais: Considerando que a inscrição do nome do
autor junto aos órgãos de proteção ao crédito decorreu do exercício regular
do direito da empresa ré, que objetiva tão somente a satisfação de crédito
reconhecidamente devido, impositiva a manutenção da sentença que
julgou improcedente o pedido de indenização compensatória. APELAÇÃO
DESPROVIDA. UNÂNIME. (grifo nosso) (Apelação Cível, Nº 70082582982,
Décima Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege
Puricelli Pires, Julgado em: 24-10-2019)

Diante do exposto, REQUER deste Juízo a aplicação do CDC, bem


como a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA, nos termos do art. 6º, VIII do CDC, por se
tratar de direito básico do consumidor.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL – CDC

A competência territorial em questões relacionadas ao direito do


consumidor é regulamentada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), visando
assegurar a proteção efetiva dos direitos do consumidor. A escolha do foro
adequado para a propositura de ações é essencial para garantir a eficácia do
processo.

O artigo 101 do CDC estabelece as regras específicas de


competência territorial, indicando que a ação pode ser proposta no domicílio do
autor ou no local onde ocorreu o ato ou fato que deu origem à demanda. Desta
forma, o consumidor tem a prerrogativa de escolher entre essas opções, conferindo-
lhe maior comodidade e facilitando o acesso à justiça.

Adicionalmente, o parágrafo único do mesmo artigo destaca que,


tratando-se de relação de consumo firmada por meio eletrônico, o consumidor
14
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
poderá optar pelo foro de seu domicílio ou pelo local de efetivação da compra. Essa
disposição busca adaptar a legislação às transformações tecnológicas, garantindo
a proteção do consumidor em transações online.

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


NULIDADE CONTRATUAL C/C REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO
MORAL. NEGÓCIOS JURÍDICOS BANCÁRIOS. COMPETÊNCIA. CASO
CONCRETO. 1. EM SENDO O CONSUMIDOR AUTOR DA AÇÃO, PODE OPTAR
ENTRE O FORO DE SEU DOMICÍLIO OU POR SEGUIR AS REGRAS GERAIS DE
COMPETÊNCIA, À LUZ DO ART. 101, I, DO CDC. NO ENTANTO, DESCABE O
AJUIZAMENTO DA AÇÃO DE FORMA ALEATÓRIA, VIOLANDO AS REGRAS
GERAIS DE COMPETÊNCIA. 2. NO CASO CONCRETO, O AJUIZAMENTO DA
AÇÃO NO FORO DE PORTO ALEGRE VIOLA O PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL E
AS REGRAS DE COMPETÊNCIA ESTABELECIDAS NO CDC E NO CPC. CONFLITO
DE COMPETÊNCIA DESACOLHIDO.(Conflito de competência, Nº
53220513120238217000, Vigésima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça
do RS, Relator: Léo Romi Pilau Júnior, Julgado em: 12-12-2023)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE


OBRIGAÇÃO DE FAZER E REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS
AJUIZADA POR CONDOMÍNIO. VÍCIOS DE CONSTRUÇÃO. 1.Na forma do
disposto no artigo 1.015 do CPC, não merece conhecimento a parcela da
irresignação que diz com o indeferimento da ampliação do polo passivo
após o oferecimento de contestação para inclusão do FAR como réu. 2. No
tocante à competência, tratando-se de relação de consumo,
enquanto consumidor/autor, a lei lhe faculta a escolha do foro do seu
domicílio ou do réu, do cumprimento da obrigação ou de eleição
contratual. Decisão que não comporta reparo no tópico. 3. Caso em que
não restou implementada a decadência da pretensão potestativa autoral
(correção de vícios construtivos). No mais, quanto à pretensão de
reparação pelos danos vivenciados, não se aplica prazo decadencial, mas
sim o prazo prescricional decenal previsto no artigo 205, do Código Civil,
também não implementado no caso. AGRAVO DE INSTRUMENTO
DESPROVIDO NO QUANTO CONHECIDO. (Agravo de Instrumento, Nº
51525623020228217000, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,
Relator: Thais Coutinho de Oliveira, Julgado em: 26-05-2023)

Diante do exposto, autor vem ajuizar a demanda no foro de Novo


Sapucaia do Sul/RS.

15
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
INEXISTÊNCIA DO DÉBITO – RESPONSABILIDADE OBJETIVA E DANO MORAL

A autora não reconhece e não contratou o empréstimo.

Como já relatados nos fatos, a conta foi acessada de um navegador Google


Chrome do Estado do Rio de Janeiro, não sendo um acesso autorizado.

Súmula 479 do STJ:

“As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos


gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por
terceiros no âmbito de operações bancárias.”

Conforme súmula acima, mesmo que a instituição não tenha participação


direta nos atos ilícitos, a responsabilidade objetiva se aplica ao caso, de forma que o
consumidor não pode responder quando não possuir culpa em sua conduta.

O artigo acima, visa proteger os consumidores, estabelecendo que os


fornecedores de serviços são responsáveis por garantir a qualidade, segurança e
adequada informação sobre os serviços oferecidos. A responsabilidade
independente de culpa reforça a importância de um padrão elevado na prestação
de serviços e na comunicação com os consumidores.

Conforme artigo mencionado acima, a ré não forneceu a segurança


necessária para a parte autora.

Desta forma, a instituição financeira deve ser a responsável pela reparação


do dano de seu cliente, entendo em vista que a mesma faltou com a segurança
necessária para evitar a invasão de hacker em seus sistemas bancários.

Conforme os artigos 186 e 942 do CC, aquele que causar prejuízo a outrem é
responsável por reparar o dano.

Art 186 Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudência violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica
obrigado a reparar o dano.

Art 942 Os bens do responsável pela ofensa ou violação do


direito... ficam sujeitos à reparação do dano causado.

Segue artigo do CDC abaixo:

Art 14 O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados
aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços,

16
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre
sua fruição e riscos.

Trazemos as lições da doutrina de Fábio Henrique Podestá afim de


corroborar a lei acima descrita:

Aos sujeitos que pertencerem à categoria de prestadores de


serviço, que não sejam pessoas físicas, imputa-se uma
responsabilidade objetiva por defeitos de segurança do serviço
prestado, sendo intuitivo que tal responsabilidade é fundada no
risco criado e no lucro que é extraído da atividade ...

A parte ré é a responsável pela segurança de seus clientes, o presente fato


ocorreu por negligencia de segurança da ré.

No que diz respeito ao serviço defeituoso prestado por parte do réu, o serviço
é defeituoso quando não consegue oferecer a segurança que o cliente espera
receber. Logo, a falta objetiva de segurança legítima é a que melhor se encaixa no
quesito defeito, afastando assim qualquer critério de aferição de cunho subjetivo.
Então o defeito deve ser analisado aonde de um lado fica a segurança que o cliente
esperava e de outro lado a segurança que o cliente efetivamente recebeu.

A falha de segurança é, portanto, um defeito do serviço bancário oferecido,


onde a responsabilidade é única e exclusiva de seu fornecedor, motivo pelo qual as
fraudes e delitos não configuram, em regra, culpa exclusiva de terceiro ou do
consumidor aptas a afastar a sua responsabilidade objetiva.

Eis o ponto em que caracteriza o serviço defeituoso, a pouco importar a ação


eventual de terceiros fraudadores.

Estando caracterizada a inexistência do débito e a responsabilidade objetiva


da instituição financeira, cabe também danos morais pelo transtorno, pelas
cobranças indevidas e pelo prejuízo de crédito ao autor.

Dano moral é a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física ou


jurídica, provocada por ato lesivo. Por danos não patrimoniais podemos entender
aqueles que ofendem direitos de personalidade como a segurança e a tranquilidade

Súmula 479/STJ – As instituições financeiras respondem


objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a
fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias

Seguem julgados de casos análogos:

APELAÇÃO. CONTRATOS BANCÁRIOS. CONSUMIDOR. AÇÃO DECLARATÓRIA


DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA, REPETIÇÃO DE INDÉBITO E

17
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. FRAUDE BANCÁRIA. AUTORA QUE ALEGA
NÃO TER SOLICITADO NEM ASSINADO EMPRÉSTIMOS, NEM REALIZADO
TRANSFERÊNCIAS PIX, MAS QUE SOFREU DESCONTOS INDEVIDOS EM SUA
CONTA CORRENTE. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. INCONFORMISMO DO RÉU.
CONTRATOS NÃO PRESENCIAIS (ELETRÔNICOS) FIRMADOS POR APARELHO
CELULAR. FORNECEDOR QUE NÃO SE DESINCUMBIU DO ÔNUS DE PROVAR A
REGULARIDADE DA CONTRATAÇÃO (ART. 14, § 3º, CDC). FALHA NO SERVIÇO
DE SEGURANÇA DO BANCO. FORTUITO INTERNO. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA DO FORNECEDOR. COMPENSAÇÃO DE VALORES JÁ AUTORIZADA
NA SENTENÇA. DANO MORAL EXISTENTE, CORRETAMENTE FIXADO EM
R$10.000,00, VALOR QUE SE MOSTRA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL AO
PREJUÍZO SOFRIDO. RECURSO DESPROVIDO. (grifo nosso)

(TJSP; Apelação Cível 1005983-37.2022.8.26.0019; Relator (a): Júlio César


Franco; Órgão Julgador: 22ª Câmara de Direito Privado; Foro de Americana
- 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 29/01/2024; Data de Registro:
29/01/2024)

Apelação. Relação de consumo. Prestação de serviços bancários.


Indenizatória por danos materiais e morais. Autor vítima de fraude.
Criminosos que efetuaram diversas operações indevidas em sua conta
bancária. Pretensão de responsabilização do banco, ante alegação de
falha de segurança na prestação dos serviços. Precedência. Operações
que fogem do perfil do autor como cliente. Não comprovação, pelo banco
réu, de qualquer das hipóteses excludentes de responsabilidade.
Caracterização de falha de segurança nos serviços bancários prestados
pelo réu, a incidir sua responsabilização. Danos morais existentes.
Precedentes. Sentença parcialmente reformada, para fins de condenação
do réu ao pagamento de indenização por danos morais ao autor, na quantia
de R$ 10.000,00. Recurso do autor provido, sendo desprovido o apelo do
banco réu. (grifo nosso)

(TJSP; Apelação Cível 1033345-08.2022.8.26.0506; Relator (a): Mauro Conti


Machado; Órgão Julgador: 16ª Câmara de Direito Privado; Foro de Ribeirão
Preto - 8ª Vara Cível; Data do Julgamento: 29/01/2024; Data de Registro:
29/01/2024)

Conforme decisão acima, INCORRE EM RESPONSABILIDADE A INSTITUIÇÃO PELA


AUSÊNCIA DE PROTOCOLOS AUTOMATIZADOS E/OU HUMANOS DE SEGURANÇA PARA
SEUS CORRENTISTAS FOSSEM PROTEGIDOS, DE FORMA QUE SIMPLES PROCEDIMENTOS
ADOTADOS PELA INSTITUIÇÃO TERIAM IMPEDIDO O DANO SOFRIDO.

Ação declaratória de inexistência de débito, cumulada com indenização


por danos materiais e morais – Procedência – Contratação de empréstimo e

18
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
transferências via pix realizadas por falsários mediante acesso à conta
corrente do demandante – Inexistência de culpa do autor – Transações
realizadas que não se enquadram no perfil do consumidor – Falha no sistema
de proteção do banco evidenciada – Responsabilidade deste que é de
caráter objetivo, nos termos do art. 927, § único, do Código Civil – Ônus da
prova que cabe, por isso, ao fornecedor de serviços – Prova de inexistência
de defeito na prestação dos serviços não apresentada, nem produzida pelo
banco – Responsabilidade do réu corretamente reconhecida –
Aplicabilidade da Teoria do risco da atividade – Dano material que
comporta ressarcimento – Restituição em dobro cabível – Dano moral
também configurado, devendo ser mantido o valor arbitrado pelo douto
Magistrado – Procedência da ação confirmada– Recurso do réu improvido.
(grifo nosso)

(TJSP; Apelação Cível 1003753-69.2023.8.26.0477; Relator (a): Thiago de


Siqueira; Órgão Julgador: 14ª Câmara de Direito Privado; Foro de Praia
Grande - 5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/01/2024; Data de Registro:
31/01/2024)

INDENIZATÓRIA – FRAUDE BANCÁRIA. Parcial procedência. Apelo do réu.


Realização de empréstimos e transferências por PIX mediante fraude. Ilícito
perpetrado por terceiros que utilizaram os dados bancários do autor. Falha
na segurança da instituição financeira. Transações destoaram do perfil de
consumo do correntista. Serviço prestado defeituoso. Responsabilidade do
banco confirmada. Danos materiais. Dever de restituição dos valores. Dano
moral caracterizado. Indenização devida. Verba fixada em R$10.000,00
atende à finalidade reparatória/punitiva. Sentença mantida. RECURSO
DESPROVIDO. (grifo nosso)

(TJSP; Apelação Cível 1006653-95.2023.8.26.0001; Relator (a): Paulo Alcides;


Órgão Julgador: 21ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional I - Santana -
5ª Vara Cível; Data do Julgamento: 31/01/2024; Data de Registro:
31/01/2024)

Os bancos devem garantir a segurança e boa prestação de serviços aos seus


clientes tendo um sistema de proteção digital, o que vem se mostrando muito frágil
frente a facilidade de seus clientes correntistas sofrerem golpes desta maneira.

AÇÃO CONDENATÓRIA – relação de consumo – bancário – autor que fora


vítima de roubo – Transações realizadas via pix e empréstimos bancários –
pedido de ressarcimento e indenização pelo dano moral – sentença de
parcial procedencia – recurso apenas do banco réu – ilegitimidade passiva
– inocorrência – relação jurídica do autor que existe com o réu, pois é ele
quem custodia os valores por ele depositados em sua conta, relação essa

19
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
operacionalizada por meio de contrato - alegação do banco de que se
trata de fortuito externo e de que não tem responsabilidade pelos fatos de
terceiros – operações impugnadas que fogem ao perfil de cliente do autor
– comprovação de tal situação pelas diversas transferências realizada em
um mesmo dia para uma mesma pessoa – falha de segurança – sentença
que determinou o ressarcimento integral – manutenção - responsabilidade
objetiva caracterizada – Súmula 479 do STJ, art. 14, caput, CDC e art. 927, p.
único, CC - precedente – lei consumerista que desconsiderou
expressamente a culpa concorrente como fator de exclusão da
responsabilidade dos fornecedores – precedente – pedido para que a
correção monetária incida desde a sentença – impossibilidade – tratando-
se de relação contratual e de dano material, a correção monetária deve
incidir desde a data do efetivo prejuízo nos termos da Súmula 43 do STJ –
precedente – recurso não provido. DANO MORAL – Pretensão ao
afastamento ou redução do quantum fixado – Fortuito Interno – Dano "in re
ipsa" - Valor arbitrado em R$ 6.000,00 que se mostra adequado - Observação
dos critérios da razoabilidade e proporcionalidade – Manutenção – Recurso
não provido. Dispositivo – Majoração da verba honorária nos termos do art.
85, §11 do CPC – Recurso não provido.

(TJSP; Apelação Cível 1002558-11.2022.8.26.0404; Relator (a): Achile Alesina;


Órgão Julgador: 15ª Câmara de Direito Privado; Foro de Orlândia - 2ª Vara;
Data do Julgamento: 30/01/2024; Data de Registro: 30/01/2024)

Diante do exposto, requer seja julgado procedente a demanda para


DECLARAR a inexistência de débito dos valores de empréstimo não solicitados e não
autorizados, no valor de R$ R$ 12.300,00, bem como do valor negativado de R$
19.901,45 e a inexistência de quaisquer débitos decorrentes de cobranças de juros
do mesmo ou realizados desde dezembro/2023 até o presente bloqueio das contas
e para CONDENAR o réu ao pagamento de R$ 5.000,00 de danos morais , pela falha
da segurança e negativação junto ao Serasa.

III – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer:

a) Seja recebida a presente demanda;


b) Seja concedido o pedido de gratuidade da justiça, assegurado pela
Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV, do CPC artigo 98 e seguintes, da moderna
jurisprudência do TJ/RS;
c) Subsidiariamente a gratuidade, assim se impõe o devido ingresso da presente
ação judicial com o pagamento de custas ao final do processo;
20
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
d) Sendo indeferida a gratuidade e o pagamento de custas ao final, requer seja
concedido o parcelamento em 5 vezes;
e) seja concedido o pedido de tutela antecipada, com fundamentos do art.300, §1,
do CPC para REMOVER A INSCRIÇÃO DO AUTOR NO CADASTRO DE
INADIMPLENTES DOS ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO.;
f) seja concedido o pedido de tutela antecipada para QUE A CONTA SEJA
BLOQUEADA COM URGÊNCIA, para prevenir novas operações não autorizadas, já
que, em contato com Mercado Livre/ Mercado Pago, não devolveram o acesso
da conta ao autor;
g) Seja dispensada a audiência de conciliação, com fundamento no art. 319, Inciso
VII, do CPC;
h) Requer a tramitação pelo Juízo 100% digital;
i) a citação do réu por carta A.R.;

SEJA JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE A DEMANDA, PARA:

j) DECLARAR a inexistência de débito dos valores de empréstimo não solicitados e


não autorizados, no valor de R$ 12.300,00, bem como do valor negativado de R$
19.901,45 e a inexistência de quaisquer débitos decorrentes de cobranças de
juros do mesmo ou realizados desde dezembro/2023 até o presente bloqueio das
contas;
k) CONDENAR o réu ao pagamento de R$ 5.000,00 de danos morais, pela falha da
segurança e negativação junto ao Serasa;
l) CONDENAR o réu ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios em 20%, com observância ao art. 85, §2º do CPC
m) A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente prova
documental e depoimento pessoal do réu, sob pena de confissão e oitiva de
testemunhas;

Postula-se, ao fim, sejam todas as notas de expediente publicadas


exclusivamente em nome do procurador Jonathan Ramos do Amaral (OAB/RS
114.589), sob pena de nulidade.

Dá-se o Valor da Causa em R$ 19.901,45 (dezenove mil, novecentos


e um reais com quarenta e cinco centavos).

Nestes Termos, Respeitosamente,


Pede deferimento.

21
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br
Novo Hamburgo/RS, 12 de fevereiro de 2024.

JONATHAN RAMOS DO AMARAL


OAB/RS 114.589

22
Av. Pedro Adams Filho 5604 – Sala 905 – Centro – Novo Hamburgo | RS | CEP 93510-132
Fone: (51) 9.9119-6475 | 99123-1988 | contato@ramoseamaral.com.br

Você também pode gostar