Monografia Final - LGPD
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Monografia Final - LGPD
MONOGRAFIA
VITÓRIA DA CONQUISTA
2021
IANA SANTOS RIBEIRO
VITÓRIA DA CONQUISTA
2021
TERMO DE APROVAÇÃO
Esta Monografia foi julgada adequada e aprovada em sua forma final pelo Colegiado do
Curso de Direito da UESB em 09 de junho de 2021.
O presente estudo teve como objetivo estudar e compreender o fenômeno da proteção de dados
que motivou o surgimento da Lei Geral de Proteção de Dados, Lei nº 13.709, de 14 de agosto
de 2018, cuja vigência se iniciou em agosto de 2020. Com a elaboração da pesquisa buscou-se
compreender se a edição da referida norma tratou de maneira eficaz os fatos envolvendo a
violação dos dados pessoais, a fim de evitar a exposição da intimidade das pessoas. Também
procurou-se conceber se a norma poderá evitar escândalos globais, como o da empresa
Facebook, e se nela há previsão de sanções administrativas para coibir abusos praticados pelas
empresas que coletam e tratam os dados das pessoas. Inicialmente, cogitava-se que a norma não
seria instrumento suficiente para frear os problemas envolvendo a violação de direitos básicos
dos usuários da rede. No entanto, concluiu-se que, no Brasil, o referido regramento traduziu um
grande avanço legislativo para a sociedade contemporânea dos dados, equiparando o
ordenamento brasileiro ao das outras nações que consideram os dados pessoais como direito
fundamental. A importância deste trabalho é justificada pelo rápido avanço da tecnologia da
informação na indústria, no governo e no meio acadêmico, a qual gera questões e problemas
desafiadores com relação à garantia dos novos direitos e à proteção de informações pessoais
que emergem a todo instante, fazendo-se necessários novos estudos e ampliação do debate
acerca do tema. A pesquisa foi do tipo teórica e qualitativa, cuja realização não excedeu a seis
meses.
The present study aimed to study and understand the data protection phenomenon that
motivated the emergence of the General Data Protection Law, Law No. 13,709, of August 14,
2018, which came into force in August 2020. With the elaboration the research sought to
understand whether the edition of the norm dealt effectively with information involving the
violation of personal data, in order to avoid exposing people's privacy. It is also known to
conceive if a standard can prevent global scandals, such as the company's Facebook, and if
there are administrative sanctions in it to prevent abuses practiced by companies that collect
and process people's data. Initially, it was thought that the standard would not be a sufficient
instrument to curb the problems involving the violation of basic rights of network users.
However, it was concluded that, in Brazil, the referred rule translated a great legislative advance
for the data society, equating the Brazilian order with that of other nations that consider personal
data as a fundamental right. The importance of this work is justified by the rapid advancement
of information technology in industry, government and academia, which generates challenging
questions and problems regarding the guarantee of new rights and the protection of personal
information that emerge at all times, making new study points and broadening of the debate on
the topic. The research was of the theoretical and qualitative type, accomplishment did not
exceed six months.
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69
11
INTRODUÇÃO
A proteção da privacidade no Brasil está prevista na Carta Magna em seu artigo 5º,
incisos X, XI e XII (BRASIL, 1988). É oportuno mencionar que o estudo da privacidade das
pessoas e usuários da rede e dos titulares de dados, no atual contexto da vida humana, de acordo
com os autores Finkelstein e Finkelstein (2020), “é uma das matérias que se inserem entre as
mais importantes da Sociedade da Informação”.
Nesta perspectiva, optou-se pela contextualização, ainda que breve, de alguns pontos
centrais que são de suma importância para a compreensão do tema que será abordado ao longo
do presente estudo, como o conceito da privacidade; o conceito de sociedade da informação; o
conceito e apresentação sobre os dados pessoais juntamente com as justificativas para a sua
proteção e tutela; bem como uma explanação sobre o fenômeno do Big Data, como responsável
pela gigantesca materialização do direito fundamental à proteção de dados.
o direito a não ser impedido de levar sua vida privada conforme seu projeto existencial
pessoal e de dispor livremente das informações sobre os aspectos que dizem respeito
ao domínio da vida pessoal e que não interferem em direitos de terceiros.
Indo de encontro ao anteriormente exposto, Posner (1983, p. 271) afirma que o objeto
da privacidade é o exercício do direito individual de ocultação de fatos relacionados à pessoa,
sendo pois um comportamento egoísta. E ele completa:
quando as pessoas hoje vituperam a respeito da falta de privacidade, o que elas querem
é, essencialmente, algo bem diferente de isolamento; elas querem mais poder esconder
informações a seu respeito que outros poderiam usar para prejudicá-las.
A revista americana The Economist (2017, n.p.), alertou a população através de uma
reportagem que se intitulava que "o recurso mais valioso do mundo não é o petróleo, mas os
dados”. Os dados passaram a ser concebidos como “o óleo da era digital”. A matéria revela
algumas empresas que estariam no cerne dessa definição, como a Amazon, a Alphabet, a
Microsoft e o Facebook, como as mais valiosas do mundo. Esta última (Facebook), inclusive,
protagonizou fatos relevantes acerca do tema, fomentando a urgência do debate a nível mundial.
Estes dados, de acordo com a definição doutrinária no contexto da sociedade digital,
são os sinais ou símbolos de mensagens que podem ser formalizadas, reproduzidas e
transportadas através de técnicas adequadas.
Para Hoffman-Riem (2018), isoladamente, os dados não têm significado. Entretanto,
podem transportar o que ele chamou de "informação codificada", a qual é produzida através do
processo de comunicação entre o remetente; e também pode ser gerada a partir da sua recepção
pelo destinatário. Tal processo ocorre tanto na comunicação entre humanos, entre máquinas ou
entre humanos e máquinas. Entretanto, a legislação geral não adota este como um conceito da
informação, conferindo-a como um direito à proteção da personalidade.
Na mesma esteira, a legislação europeia moderna conceitua os dados pessoais como
“toda a informação relativa a uma pessoa singular identificada ou identificável” (HOFFMANN-
RIEM, 2020, p. 438). Os termos “singular e identificável” são definidos através de um
identificador que pode ser um nome, um número, os dados de geolocalização, ou até mesmo os
dados que representem a identidade física, biológica ou social desse indivíduo singular
(HOFFMANN-RIEM, 2020).
Para Maciel (2019, p. 30), a definição de dado pessoal equivale àquela adotada pelo
regramento europeu, uma vez que esta seria “toda informação que pode identificar um indivíduo
ainda que não diretamente”, tendo como cerne da questão o termo “identificar”. Deste modo,
compõem-se deste rol, por exemplo, o número de identificação do empregado dentro de uma
organização, os números de Internet Protocol – IP que identificam os equipamentos em acesso
na rede, e também as características físicas de um indivíduo.
Representando atributo de alguém identificável, os dados pessoais, portanto, mantém
uma ligação viva e concreta com o titular, por vezes se confundindo com a própria pessoa, o
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que lhe confere um caráter personalíssimo. Então, por assim serem considerados, justifica-se o
uso do arcabouço jurídico voltado para a tutela da pessoa e não o modelo da livre disposição
contratual e apropriação dos dados, como por exemplo, o Direito das Coisas, ou seja, o ramo
de estudo jurídico das relações materiais (DONEDA, 2010).
Outro ponto de destaque citado por por Doneda (2010, p. 39) é a importância destinada
por outros ordenamentos jurídicos à proteção de dados, concebendo-a como um direito
fundamental, inclusive defendendo-a como merecedora de lugar de destaque nas Leis Maiores
como “uma verdadeira chave para efetivar a liberdade da pessoa nos meandros da Sociedade
da Informação” (DONEDA, 2010, p. 39).
Para contextualizar a proteção de dados no Brasil de modo breve - pois será este o
objeto de debate dos tópicos finais deste roteiro - convém apresentar que na Carta Política
vigente, a referida proteção de dados possui uma escrita mais rasa, seguindo pela linha da
inviolabilidade da intimidade da vida privada, o que pode ser verificado pela leitura do exposto
no art. 5º, incisos X, XII e LXXII (BRASIL, 1988).
a faculdade que toda pessoa tem de exercer o controle sobre seus dados pessoais,
garantindo-lhe decidir se a informação pode ser objeto de tratamento por terceiros,
bem como acessar bancos de dados para exigir correção ou cancelamento de
informações (BESSA, 2020, n.p.).
refere-se à dimensão e à diversidade dos dados que podem ser utilizados para a
aplicação das tecnologias digitais, bem como às várias possibilidades de as combinar,
avaliar e de as tratar pelas autoridades públicas e privadas em diferentes contextos. Os
megadados são utilizados para controlar comportamentos individuais e coletivos, para
registar tendências de desenvolvimento, para permitir novos tipos de produção e
distribuição, bem como tarefas do Estado, mas também para novas formas de
ilegalidade, especialmente o cibercrime. (HOFFMANN, 2020, p. 434).
Nessa esteira, é oportuno apontar as lições de Santos (2017, n. p.), para quem:
Em tempos de numerosa exposição da vida privada nas redes sociais, não é incomum
se verificar a existência de escândalos sobre a violação da privacidade. Um exemplo notório
dessa violação é o caso envolvendo a Agência Nacional de Segurança norte-americana, ou
National Security Agency (NSA), em 2013, a qual foi acusada de espionar e monitorar milhões
de pessoas ao redor do mundo, inclusive autoridades e representantes de algumas nações
(RUARO et al., 2020).
Outro fato de relevante destaque ocorrido em 2018, também sediado nos Estados
Unidos, foi promovido pela empresa Cambridge Analytica (C.A.), a qual foi palco de acusação
de monitoramento ilegal dos cidadãos estadunidenses, cuja “investigação escancarou como a
desproteção de dados pessoais impacta não só a vida de um cidadão em específico, mas da
coletividade e os alicerces do que se entende por democracia” (RODRIGUES; FERREIRA,
2019, p. 182-202).
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Outro caso sediado nos Estados Unidos e também publicado pelo “The Guardian”,
agora protagonizado pela empresa CA, escancara outra situação de violação da privacidade
através da vigilância digital. Diz a reportagem que a referida empresa atuou na campanha
eleitoral do ex-presidente Donald Trump, acessando sem permissão os perfis dos usuários da
rede social do Facebook (THE GUARDIAN, 2018).
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Hoffman-Riem (2020) cita outra reportagem publicada no portal BBC News, onde foi
dito que o fato representa um dos maiores vazamentos de dados pessoais da história da internet,
pois não se resumem a violação dos cliques dos usuários da rede mas também repercutem a
privacidade daqueles com quem este usuário havia se comunicado, multiplicando a cadeia de
pessoas envolvidas.
Rodrigues e Ferreira (2019) detalham o fato alegando que a empresa CA firmou
contrato comercial com o Facebook para que este a fornecesse os dados e cliques de seus
usuários, mas sem que houvesse o consentimento livre e expresso dessas pessoas autorizando
a transferência. Os usuários forneciam os seus dados sem serem cientificados acerca do objetivo
do Facebook em realizar a coleta e o tratamento das informações prestadas.
Conforme apontado pela imprensa americana e com fortes indícios que reforçam esses
fatos, com a posse dos dados, a C.A. definia o perfil psicológico e o perfil de comportamento
do eleitor estadunidense usuário da rede Facebook, possibilitando que o partido do ex-
presidente Donald Trump influenciasse o voto dos cidadãos americanos. Tal fato teve grande
relevância no pleito dos EUA de 2016 e ainda rende muitas discussões e controvérsias
(RODRIGUES; FERREIRA, 2019).
incompatíveis com a sua finalidade. Os referidos dados também não podem ser armazenados
por tempo maior que o previamente estabelecido e devem ser mantidos em absoluta segurança.
O supracitado regulamento foi elaborado em razão das constantes modernizações nos
meios de comunicação e novos hábitos e padrões de acesso à internet pelas redes sociais, além
da influência de fatos internacionais marcantes envolvendo violação da privacidade de dados.
Ante o exposto, viu-se necessário o debate e a reformulação do ordenamento jurídico
europeu para que abarcasse a tutela dos dados, prevenindo atos lesivos às pessoas singulares,
“por meio de uma adaptação dos princípios à sociedade da informação”; e penalizando as
empresas e organizações quando verificada a ocorrência de práticas abusivas (FINKELSTEIN;
FINKELSTEIN, 2019, p. 292).
O objeto da norma, nas lições de Hoffmann-Riem (2020, p. 466), é o “tratamento de
dados pessoais, ou seja, em particular, a coleta, armazenamento e outros usos”.
Nesta esteira, a lógica observada é restritiva, visto que a norma proíbe o tratamento,
permitindo-o apenas a partir da observação de algumas ressalvas. Esse tratamento pode
acontecer através de permissão legal, bem como a partir do consentimento do titular dos dados
(HOFFMANN-RIEM, 2020).
Pela leitura do GDPR, pode-se verificar a existência de seis bases legais, ou seja, as
hipóteses em que o tratamento de dados é legitimado. No entanto, algumas bases se sobressaem
sobre as outras, como é o caso do consentimento.
A base legal do consentimento possui caráter preponderante sob as demais, podendo
inclusive ser arguida quando for verificada a ocorrência de choque entre duas bases durante o
tratamento. O consentimento será esmiuçado no próximo tópico.
Teffé e Viola (2020) apresentam o rol - ainda que haja previsão de sua ampliação por
meio de procedimento legislativo específico - das hipóteses de tratamento previstas no
regulamento europeu, reforçando ser condição essencial a constatação da ocorrência de ao
menos uma delas para que se configure a legalidade do tratamento. Assim se expressa a norma
traduzida pelos autores:
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a) o titular dos dados tiver dado o seu consentimento para o tratamento dos seus dados
pessoais para uma ou mais finalidades específicas;
b) o tratamento for necessário para a execução de um contrato do qual o titular dos dados
seja parte ou para diligências pré-contratuais a pedido do titular dos dados;
c) o tratamento for necessário para o cumprimento de uma obrigação jurídica a que o
responsável pelo tratamento esteja sujeito;
d) o tratamento for necessário para a defesa de interesses vitais do titular dos dados ou de
outra pessoa singular;
e) o tratamento for necessário ao exercício de funções de interesse público ou ao exercício
da autoridade pública de que está investido o responsável pelo tratamento; ou
f) o tratamento for necessário para efeito dos interesses legítimos prosseguidos pelo
responsável pelo tratamento ou por terceiros, exceto se prevalecerem os interesses ou
direitos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais,
em especial se o titular for uma criança.
Doneda (2010) complementa que as referidas leis não possuíam uma abordagem em
prol do titular dos dados e de sua privacidade, mas sim disciplinavam situações eminentemente
técnicas, com orientações voltadas estritamente às tecnologias da informática. Por oportuno,
em razão da evolução desenfreada de novas técnicas de tratamento de dados, tais leis se
tornaram ultrapassadas, fomentando o surgimento de uma segunda geração de normas.
Na década de 70 surge a segunda geração destas normas, originada pela globalização
de massivo processamento em grandes bancos de dados, entretanto seu enfoque passou a se
basear na "consideração da privacidade e na proteção dos dados pessoais como uma liberdade
negativa, a ser exercida pelo próprio cidadão" (DONEDA, 2010, p. 42).
Mais adiante, percebeu-se que as mudanças nos comportamentos sociais, alinhado
com o fornecimento constante de dados pelo indivíduo, constituíam fator necessário para sua
plena integração no contexto da sociedade moderna, o que estimulou ao surgimento de uma
terceira geração de leis que vislumbrava a efetiva liberdade do titular em dispor de suas
informações pessoais (DONEDA, 2010).
Reforçando o exposto, Mendes (2014) leciona que a terceira geração de leis
disciplinadoras da proteção de dados ratifica o poder de autodeterminação afirmativa do usuário
em todas as fases do processamento de informações pessoais, consagrando a participação
efetiva do titular na atividade de tratamento.
Mendes (2014) concebe ainda uma quarta geração de tutela dos dados voltada para a
disciplina dos dados sensíveis. Essas normas defendem uma especificidade de regras para o
tratamento de informações ligadas às particularidades das pessoas, tais como orientação sexual,
gênero, convicções políticas e filosóficas, origem social e étnica, religião, dados de saúde e
informações genéticas, dentre outras (BRASIL, 2018).
A proteção prevista no instituto do Habeas Data (HB), por sua vez, conforme art. 5°,
in. LXXII da Carta de 1988, assegura que ao cidadão seja garantido o acesso aos seus dados
que estão sendo manipulados pela Administração Pública.
Mais adiante, em 1997, a Lei n° 9.507 positivou, em benefício do cidadão, o direito de
retificação dos seus dados. Não obstante, a previsão originária para uso deste remédio
constitucional se aplicava contra órgãos e entidades vinculadas ao poder público.
Além disso, a ação judicial do HB, na ótica de Doneda (2010, p. 51), é
"substancialmente um instrumento que proporciona uma tutela completamente anacrônica e
ineficaz à realidade das comunicações e tratamentos de dados pessoais na Sociedade da
Informação", o que tornou o referido mecanismo inoportuno para a disciplina dos novos
modelos da era digital.
Ante o exposto, concebeu-se a insuficiência normativa da Lei Maior para esgotar o
tema da privacidade dos dados, tornando necessários novos instrumentos legais para
regulamentar o conteúdo. Por conseguinte, passou-se a discutir e fixar novos paradigmas no
ordenamento jurídico brasileiro.
Nove anos mais tarde, já em 2011, entra em vigor a Lei do Cadastro Positivo (Lei
12.414/11) para disciplinar os banco de dados com histórico de crédito e adimplemento das
obrigações de pessoas físicas e jurídicas, porém dessa vez com o pressuposto imprescindível
do consentimento do titular, diferentemente das leis anteriores que também tratavam sobre o
armazenamento de informações pessoais.
Não obstante, a supracitada lei precisou ser retificada para se adequar à nova geração
protetiva dos dados, através da LC 166/2019. Essa alteração permitiu o cadastramento
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No entanto, ainda que tenha se mostrado como opção mais viável para tutelar os
conflitos emergentes do meio virtual, para Bioni (2018) a norma não define especificamente os
termos e alcances da lei, ensejando a continuidade do debate pela doutrina e fundamentando a
elaboração da LGPD.
Conforme Bioni (2018), para que o Brasil pudesse se tornar membro da Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Socioeconômico (OCDE), visto que o atraso normativo
brasileiro implicava em sérias perdas econômicas e de investimento, foi aprovada a LGPD.
Em outras palavras, com um objetivo inicialmente econômico, viu-se como necessária
a modernização do ordenamento brasileiro a fim de equiparar o país às outras nações que
resguardavam os dados pessoais como um direito independente e autônomo merecedor de tutela
específica. Também influenciaram o seu surgimento, de acordo com grande parte da doutrina,
dois eventos internacionais marcantes, um destes envolvendo violação e compartilhamento de
dados pessoais e o outro como notória e representativa disciplina da matéria.
O primeiro evento ocorreu nos Estados Unidos, sob o qual recaíram suspeitas de que
houve comercialização de dados do Facebook para a empresa Cambridge Analytica na
campanha do presidente Donald Trump em 2016, de modo a influenciar o resultado das
eleições. O segundo fato marcante foi a aprovação da promissora lei de regulamentação de
dados da União Europeia, o GDPR.
Sob outra perspectiva, a referida norma se originou em resposta aos anseios da
sociedade internacional por uma lei que abarcasse completamente a privacidade dos dados de
pessoas naturais, de modo a esgotar as possibilidades de proteção desse direito.
Nessa esteira, atendendo a uma demanda global que cobrava a positivação de um
sistema jurídico para a salvaguarda dos dados pessoais, em 2018 o legislador brasileiro editou
a LGPD. O aludido referencial, portanto, proveio para regulamentar o “tratamento de dados
pessoais, (...) com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade
e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural” (BRASIL, 2018).
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Para Doneda (2010), o manuseio dos dados das pessoas não se resumia na simples
autorização ou não do titular ao uso de suas informações pessoais, ainda que houvesse a sua
participação em fases sucessivas do aludido processamento.
Não instante, ainda que houvesse a concepção sobre algumas garantias que eram
asseguradas ao indivíduo, em paralelo emergia a preocupação quanto ao desequilíbrio entre as
entidades manipuladoras de dados pessoais e o sujeito titular, que não exercia o seu pleno direito
à autodeterminação informativa (DONEDA, 2010).
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Há que se ponderar que a norma não considera como dado pessoal o dado anônimo ou
anonimizado, assim considerado aquele em que o indivíduo “não possa ser identificado,
considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de seu
tratamento” (MACIEL, 2019, p. 30).
A aludida anonimização de dados é o procedimento cujo objetivo é desvincular um
dado do sujeito a quem ele pertence, ou seja, é a técnica de ofuscar o dado de modo que o titular
não seja identificado a partir do seu tratamento. A LGPD preceitua que o uso dos métodos de
anonimização tem o condão de reduzir riscos e danos envolvendo vazamento de dados
(ALMEIDA et al., 2019).
Noutras palavras, o dado anônimo é exatamente o oposto do conceito de dado pessoal
pela sua incapacidade de revelar a identidade de alguém. Pela própria lógica do termo “anônimo
seria aquele que não tem nome nem rosto”, sendo pois “fruto de um processo pelo qual é
quebrado o vínculo entre o(s) dado(s) e seu(s) respectivo(s) titular(es)”, através da aplicação
das técnicas de supressão, generalização, randomização e pseudoanonimização (BIONI, 2019,
p. 105).
A seu turno, Almeida (et al., 2019) alerta sobre o problema que pode surgir a partir da
associação de dois dados, que porventura são tratados na forma de anonimização. Para o autor,
os dados associados poderão levar a identificação da pessoa a quem se referem.
Em suma, reforça-se que o procedimento supracitado (anonimização) pode ocasionar
a desproteção de dados pessoais uma vez que o referido procedimento puder ser revertido. Deste
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modo, o mesmo dado deixaria de ser anônimo com a consequente exposição de seu titular
(MACIEL, 2019).
3.2.3.1 Princípios
Pode-se considerar que a LGPD é também uma norma principiológica, uma vez que
entre suas funções está o condão de instruir o intérprete acerca da sua aplicabilidade no tocante
à proteção de dados na Sociedade da Informação. Nesse contexto, a própria norma, em seu art.
6°, incisos I a X, define o rol de princípios a serem observados na atividade do tratamento,
incluindo a boa-fé (BRASIL, 2018).
Nessa perspectiva, a doutrina divaga sobre alguns princípios, no entanto essa
explanação não se faz de todo necessária uma vez que a própria lei se encarregou de nomear e
conceituar cada um. São eles: I - finalidade; II - adequação; III - necessidade; IV - livre acesso;
V - qualidade dos dados; VI - transparência; VII - segurança; VIII - prevenção; IX - não
discriminação; X - responsabilização e prestação de contas (ou acconuntability).
Na explicação de Doneda (2019), o princípio do livre acesso permite ao titular,
independente do modo e sem a imputação de ônus, consultar a finalidade, a forma, a duração e
sobre quais dos seus dados foi realizado o tratamento.
Como primado do princípio da adequação, Ruaro et al. (2020, p. 167) diz que "os
dados coletados deverão guardar referibilidade aos dados consentidos pelo cidadão, ficando
vetado o uso de meios suplementares não autorizados". Doneda (2019), também ensina que é
garantido ao titular o direito de requerer que seus dados sejam corrigidos, suprimidos ou
acrescentados, se verificada a sua inexatidão, impertinência ou incompletude.
Há autores que concebem com a mesma similitude o princípio da qualidade dos dados,
incluindo o direito do cidadão de retificar inclusive os dados indiretamente relacionados a ele
que poderão violar direito seu (RUARO et al., 2020).
A esse respeito Vainzof (apud MALDONADO, 2019, p. 149) complementa:
Qualquer imprecisão, seja um dado pessoal equivocado, seja desatualizado, pode ser
catastrófico ao titular, como ocasionar um erro de tratamento médico, recusa de
crédito, vedação de participação em concursos públicos, eliminação em processo
seletivo, ou, até mesmo, uma prisão injusta. [...] ao dado pessoal impreciso [não
sanado na fonte] o risco [de ser] tratado de forma permanentemente incorreta é
bastante elevado.
finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados" (BRASIL, 2018).
No tocante ao princípio da finalidade, Ruaro et al. (2020) leciona que a partir dele se
determina que haja relação direta entre os dados e a finalidade da coleta. Para isso, dispõe o art.
37 da LGPD que o captador deve informar esses fins e manter registro das suas operações de
tratamento (BRASIL, 2018).
Não obstante, Oliveira (2020, p. 74), acompanhando o raciocínio anterior, argumenta
que a correlação a ser respeitada é entre “o tratamento dos dados e a finalidade informada”, as
quais também justificam os princípios da adequação e da necessidade previstos na LGPD.
A seu turno, o princípio da transparência indica o dever de accountability dos agentes
de tratamento, garantindo o compartilhamento de informações precisas, claras e acessíveis
sobre a manipulação e a segurança dos dados pessoais, resguardados os segredos comercial e
industrial (FERNANDES; OLIVEIRA, 2020).
Ademais, Fernandes e Oliveira (2020) explicam o princípio da não discriminação, o
qual proíbe o tratamento de dados com objetivos discriminatórios ou abusivos que visem
catalogar os indivíduos, o que justifica a necessidade de transparência no tratamento
automatizado a fim de evitar tais riscos.
Reforçando o exposto, o direito à explicação, em conjunto com a interpretação
integrada com outros dispositivos da norma como a ferramenta da prestação de contas,
possibilita a concretização dos princípios da prevenção de danos e da responsabilização dos
agentes, com vistas à persecução do objeto central definido nos termos da LGPD
(FERNANDES; OLIVEIRA, 2020).
Chamadas de bases legais pela doutrina, o art. 7° da LGPD apresenta o rol de requisitos
para legitimar a manipulação dos dados. Noutras palavras, são as hipóteses em que a LGPD
autoriza o tratamento de dados pessoais, traduzindo as premissas para que os agentes tratadores
criem relações mais equilibradas com o titular (BRASIL, 2018).
Observar o preenchimento do dispositivo supracitado é fator preponderante para
validar a coleta e processamento das informações dos sujeitos titulares, de modo que as
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empresas que não utilizarem ao menos uma dessas hipóteses estarão manuseando os dados de
forma ilegal (BRASIL, 2018).
A seguir se apresentam as dez situações permissivas ao manejo dos dados, arroladas
no art. 7° da LGPD, entendendo-se, de acordo com a acepção de Teffé e Viola (2020), não
haver nenhuma base superior às demais, bem como a necessidade de se usar a base mais
adequada e segura para a situação concreta e a possibilidade de ser usada mais de uma delas
para o tratamento. São elas:
3.2.3.2.1 O consentimento
O consentimento, de acordo com a definição extraída no art. 5°, in. XII da LGPD,
trata-se de "manifestação livre, informada e inequívoca pela qual o titular concorda com o
tratamento de seus dados pessoais para uma finalidade determinada;" (BRASIL, 2018).
Explicando os núcleos semânticos extraídos do conceito supracitado, a "manifestação
livre" representa o direito de escolha do titular; “informada” expressa a necessidade de
cientificar o titular acerca dos métodos de tratamento; por fim, pela "manifestação inequívoca”,
entende-se que o ato de consentir deve traduzir a expressão real do sujeito (TEPEDINO;
FRAZÃO; OLIVA, 2019).
Na lição de Ruaro et al. (2020), a autorização fundada no consentimento indica ser
imperiosa a concessão do titular para o tratamento de dados, independentemente de haver
controvérsias doutrinárias acerca da disposição de direitos fundamentais. Mulholland (2018, p.
43
169) orienta que o consentimento "diz respeito a uma garantia [do tipo] preventiva e à criação
de políticas de proteção para que seja assegurado".
Bioni (2019) acrescenta que a liberdade de consentir importa a faculdade do titular de
recusar ou aceitar o tratamento de dados, inclusive afastando qualquer vício que possa invalidar
esse consentimento. Nesse diapasão, o autor faz crítica a essa liberdade apontando haver grande
desequilíbrio na relação entre o agente controlador e o usuário, pela assimetria informacional
que o torna mais vulnerável.
Em suma, ressalta-se que os titulares são os reais donos dos seus próprios dados e a lei
lhes concede inquestionavelmente o poder de deles dispor, podendo voltar atrás deste ato a
qualquer tempo, independente da forma em que foram manuseadas as suas informações, salvo
específicas disposições em contrário.
A segunda base legal extraída do art. 7º da LGPD autoriza o tratamento de dados para
cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador. Teffé e Viola (2020) citam
exemplos de situações em que se caracteriza esse cumprimento, como obrigações trabalhistas,
determinações da lei anticorrupção, a guarda de registros pelos provedores da internet, entre
outros. Os autores também citam o exemplo das seguradoras, ou instituições do mercado
financeiro.
As obrigações em cujo cumprimento se permite o manuseio de dados pessoais são
aquelas previstas em leis de qualquer espécie ou em qualquer outra determinação regulatória,
excluídas as do tipo contratual. Em razão da sua natureza necessária, tal hipótese dispensa o
dever de prévio consentimento pelo titular, uma vez que o ato se traduz no exercício de um
dever legal (TEFFÉ; VIOLA, 2020).
ato seja comprovadamente necessário. Do mesmo modo, a coleta deve ser previamente
autorizada e regulamentada por lei (BRASIL, 2028).
Nesse diapasão, vale apresentar a reserva específica do capítulo IV da lei para
disciplinar o tratamento de dados pelo poder público, cuja passagem evidencia a importância
destinada pela LGPD na regulação de condutas praticadas pelas entidades governamentais.
Dentre as imposições do recorte legislativo encontra-se o dever de designar um encarregado
para gerenciar a ação estatal (BRASIL, 2018).
A seu turno, Teffé e Viola (2020) destacam que, a administração pública, ao tratar
dados pessoais, deverá observar o atendimento do interesse público e obedecer aos seguintes
critérios: que sejam claramente informadas as hipóteses legais, a finalidade e os métodos
utilizados para a atividade do tratamento, divulgando tais informações em canais de fácil
acesso, preferencialmente no sítio digital ou homepage do respectivo órgão que fizer o
tratamento de dados.
Não obstante, a atividade de manipulação dos dados deve, sempre que possível, buscar
a anonimização dos titulares. A anonimização é o procedimento aplicado a alguma informação
coletada com vistas a desassociá-la do seu titular, de modo que não seja possível identificar,
direta ou indiretamente, de quem seja o referido dado pessoal (TEFFÉ; VIOLA, 2020).
45
Outra hipótese permissiva ao tratamento de dados, de acordo com a LGPD, art. 7°, in.
V é para execução de contrato ou de procedimentos preliminares ao contrato quando necessário.
Vale considerar que, neste caso, não se dispensa o pedido ou participação do titular para
legitimar a atividade (BRASIL, 2028).
A esse respeito, Teffé e Viola (2020) apresentam alguns exemplos em que se aplica a
referida base: no fornecimento de dados para viabilizar a entrega de produtos adquiridos via e-
commerce; no caso de levantamentos realizados por entidades do sistema financeiro; na
solicitação de crédito pelo titular; entre outros.
Apesar de se parecer com a base legal, pautada no consentimento, é oportuno
diferenciar as hipóteses para conferir regularidade ao tratamento. Neste caso, o titular não
poderá revogar o ato de consentir uma vez que a lei autoriza que seus dados pessoais sejam
mantidos durante a execução do contrato. Por oportuno, explica-se que o consentimento aqui
relacionado diz respeito à autorização dada pelo titular para participar do contrato (TEFFÉ;
VIOLA, 2020).
A base legal com vistas ao exercício regular de um direito está prevista no art. 7°, in.
VI da LGPD. É mister ponderar que, para Teffé e Viola (2020), tal garantia está vinculada ao
tratamento necessário em atos de demandas judiciais, processos administrativos ou processos
da justiça arbitral. Seu fundamento se verifica nas premissas constitucionais da inafastabilidade
da apreciação pelo Poder Judiciário e na garantia da ampla defesa e contraditório.
Vale dizer que, de acordo com a doutrina supramencionada, é perfeitamente
concebível que qualquer parte litigante possa se dispor de dados ou informações pessoais de
outrem, indispensáveis para viabilizar resultados positivos e a garantia de direitos em demandas
judiciais ou afins. Conforme o exposto, o objetivo da hipótese de tratamento é não cercear a
ampla defesa e o contraditório.
46
A penúltima base prevista no art. 7°, por sua vez, garante o tratamento de dados quando
necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de terceiro, exceto quando
confrontarem os direitos e liberdades fundamentais do titular. Para Teffé e Viola (2020), não
há pacificação doutrinária sobre a aplicabilidade da referida hipótese.
47
De acordo com Rielli e Bioni (2021), a supracitada base legal exprime novidade no
ordenamento jurídico brasileiro, uma vez que até o advento da LGPD, não se verificava o
consentimento como hipótese permissiva para o tratamento de dados pessoais em contextos
específicos, como no exemplo do acesso à internet previsto no Marco Civil (Lei 12.965/14).
Diferente das outras hipóteses previstas na lei, o legislador dedicou o art. 10
exclusivamente para à disciplina do legítimo interesse, o qual contém a indicação de parâmetros
para a sua utilização (Brasil, 2018).
Rielli e Bioni (2021) explicam que, a prioridade legislativa se justifica uma vez que
prevê "uma estratégia para evitar que a relativa flexibilidade da base legal se traduza em um
‘cheque em branco’ na sua operacionalização prática". No entanto, a mesma doutrina entende
que a referida reserva legal enseja a formulação de questionamentos e de interpretações diversas
acerca dos referidos parâmetros.
Por outro lado, compreende-se a necessidade de que haja benefício real por parte do
controlador a fim de justificar o tratamento dos dados fundado no interesse legítimo, de modo
que situação adversa não respaldará a atividade.
Nesse diapasão, Teffé e Viola (2020) citam alguns exemplos de tratamento
fundamentados no legítimo interesse: para a prevenção e controle de fraudes; para garantia de
segurança nos sistemas de informação; para a melhoria de produtos e serviços; para a promoção
de ofertas personalizadas, entre outras.
Em suma, por ser apontada pela doutrina majoritária como a base legal mais flexível
da LGPD, é crível entender que o controlador deva adotar medidas de segurança e de
transparência, como a realização de estudos prévios e a elaboração de relatórios e pareceres
técnicos, com vistas a legitimar a ação de tratamento justificada apenas por seu interesse
(RIELLI; BIONI, 2021).
Por último, está autorizado pelo art. 5°, in. X da LGPD, o processamento de dados
pessoais para proteção do crédito, observadas as disposições da Lei do Cadastro Positivo e o
Código de Defesa do Consumidor. O objetivo desse requisito, para Teffé e Viola (2020, p. 27)
é "facilitar a concessão de crédito, melhorar as análises de risco e impulsionar o mercado de
consumo".
48
sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato
ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou
à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural
(BRASIL, 2018).
[...] sob o ponto de vista de técnica legislativa, teria sido melhor que a LGPD tivesse
adotado o adjetivo expresso, tal como fez a GDPR [...]. Esse qualificador [...]
representaria melhor esse nível de participação mais intenso do cidadão no fluxo dos
dados. [No entanto] o que está em jogo é reservar um tipo de autorização singular em
situações igualmente singulares no que tange ao tratamento de dados (BIONI, 2019,
p. 203).
sensíveis, não sendo assim consideradas apenas as seguintes hipóteses: para a proteção do
crédito; para atendimento do legítimo interesse do controlador; e, para a realização de atos
contratuais ou pré-contratuais (BRASIL, 2018).
Por fim, cita-se outro exemplo de manipulação de dado sensível apresentado pela
doutrina, o qual pode caracterizar violação da privacidade e ensejar reparação de danos, qual
seja a análise do histórico de compras de uma pessoa em algum estabelecimento comercial ou
o acesso à fatura de cartão de crédito dela, visto que a partir dessas informações é possível obter
outras, como o seu estado de saúde, suas convicções políticas ou sua orientação sexual (TEFFÉ;
VIOLA, 2020).
Em suma, os dados sensíveis demandam de propósito uma tutela diferenciada, em
razão de o seu conteúdo apresentar especificamente questões íntimas dos titulares, cuja
publicização pode acarretar em sérios danos decorrentes do fator discriminatório se forem
manipulados fora da ótica protecionista aspirada pela lei. Ademais, dada a vulnerabilidade do
titular ante o controlador, justifica-se o cuidado especial com as informações que possam lhe
constranger (BIONI, 2019).
Borelli (2020), por sua vez, confirma que todo e qualquer dado relacionado às crianças
e adolescentes deve necessariamente ser tutelado pela LGPD. Portanto, é imperioso que o
agente tratador adote métodos e técnicas adequadas para cada público alvo no tocante à
manipulação de dados, atuando em conformidade com a respectiva faixa etária do titular.
No que tange aos menores de 12 anos, ou seja, as crianças, a própria norma destaca
sobre a necessidade de transparência nos métodos empregados ao tratamento de seus dados, de
modo que se exige o prévio consentimento específico e destacado por pelo menos um dos pais
ou pelo responsável legal (BRASIL, 2018).
Por outro lado, a doutrina questiona sobre a validade do consentimento oferecido por
menor impúbere, cuja situação não foi prevista pela LGPD. Blum (2018) compreende que a
LGPD, ao ser omissa sobre o fato apontado, abre uma exceção à regra da nulidade da Lei Civil,
para a qual são considerados absolutamente incapazes para os atos da vida civil os menores de
16 anos.
Por fim, se faz oportuno apresentar as hipóteses de tratamento dos dados da aludida
categoria que dispensam o consentimento, sendo permitido processar tais informações somente
se necessárias para o atendimento das seguintes ocorrências: contatar os pais ou responsável
legal, cujos dados serão utilizados uma única vez, vedado o seu armazenamento; e para garantir
a proteção da criança, proibido o compartilhamento dos dados com terceiros (BORELLI, 2020).
A LGPD apresenta, em seu artigo 5º, incisos VI, VII, VIII e IX, os personagens
integrantes do fenômeno de coletar, processar, armazenar e administrar dados e informações
pessoais, quais sejam: o controlador, o operador e o encarregado (BRASIL, 2018).
Para Finkelstein e Finkelstein (2019), os agentes do tratamento são aqueles que
realizam manipulação de dados pessoais em qualquer meio, seja físico ou digital, podendo ser
organizações públicas ou privadas e pessoas físicas ou jurídicas. O controlador determina o
tratamento de dados; o operador efetiva o tratamento; e o encarregado é quem se apresenta
perante o órgão fiscalizador.
52
Ambos, controlador e operador, são responsáveis por garantir a plena segurança das
informações coletadas e tratadas, devendo prevenir os incidentes que afetem a segurança e o
sigilo dos dados, assim como o acesso de terceiros não autorizados (BRASIL, 2018).
Ademais, “em caso de infrações à Lei, os agentes de tratamento poderão responder por
sanções administrativas, que podem variar de advertências a multas” (FINKELSTEIN;
FINKELSTEIN, 2019, p. 296).
3.2.6.1 Controlador
Pela leitura da legislação, considera-se controlador tanto o sujeito pessoa física quanto
a micro empresa ou organização de grande porte, pessoa jurídica de direito público ou privado,
desde que seja agente determinador de atividade de tratamento de dados (MATTOS et al.,
2019).
A seu turno, é a pessoa do controlador o principal tomador das decisões que envolvem
os dados pessoais, definindo os objetivos da coleta, como será feita a abordagem ao titular,
quais dados serão manipulados e quem serão os indivíduos. Conforme Mattos et al. (2019),
também é ele que define por quanto tempo os dados ficarão armazenados e quem poderá
acessá-los.
Sendo o "maior responsável por proteger os dados dos titulares e como consequência
direta, a maior parte das responsabilidades previstas na LGPD também incidirão sobre ele”, o
controlador é, portanto a figura central para onde se aponta as imposições da LGPD (MATTOS
et al., 2019, p. 78).
3.2.6.2 Operador
O operador, como o próprio nome sugere, é aquele que manipula literalmente os dados,
ainda que em nome do controlador, externalizando as condutas típicas regulamentadas pela
LGPD, como a coleta, processamento, armazenamento e guarda de informações pessoais. Para
exercer tal função a LGPD permite que seja pessoa natural ou jurídica, de direito público ou
privado (BRASIL, 2018).
53
3.2.6.3 Encarregado
Por último, a pessoa do encarregado, que também pode ser pessoa física ou jurídica, é
o indicado pelo controlador para, nos termos do art. 41, §3º da LGPD, "atuar como canal de
comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção
de Dados (ANPD)" (MATTOS, et al., 2019, p. 77).
Para Mattos et al. (2019), o encarregado, equiparado ao Data Protection Officer (DPO)
no GDPR, possui a função de receber as manifestações dos sujeitos titulares, dando-lhes os
devidos esclarecimentos e suporte necessários, em obediência às regras e práticas adequadas da
proteção de dados.
Como responsável na comunicação direta com a ANPD, o encarregado deve
recepcionar as demandas e adotar as medidas solicitadas, assessorando e orientando as equipes
dos agentes sobre as recomendações impostas pelo órgão.
3.2.6.4 Atribuições dos agentes
Acerca das competências ou responsabilidades dos agentes de tratamento que estão
positivadas na LGPD, Mattos et al. (2019) menciona as seguintes:
a) observância dos princípios e da garantia dos direitos do titular (art. 7º, § 6º);
b) obter consentimento, quando necessário (art. 7°, § 5°; art. 8°, § 6°);
c) informar e prestar contas;
d) garantir a portabilidade (art. 9°; art. 18; art. 20);
e) garantir a transparência no tratamento por legítimo interesse (art. 10, § 2°);
f) registrar as operações, principalmente as de legítimo interesse (art. 37);
54
g) elaborar o relatório de impacto à proteção de dados (art. 10; § 3°; art. 38);
h) indicar o encarregado pelo tratamento de dados (art. 41);
i) reparar danos causados por violação à lei (art. 42 e 44, parágrafo único);
j) adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas (art. 46);
k) garantir a segurança da informação a respeito dos dados pessoais (art. 47);
l) comunicar a ocorrência de incidente de segurança (art. 48);
m) salvaguardar os direitos dos titulares, adotando providências (art. 48, § 2°);
n) formular regras de boas práticas e de governança no trato de dados (art. 50).
pessoais, cuja necessidade se concebe a partir do risco apresentado pela atividade. Trata-se do
Relatório de Impacto à Proteção de Dados Pessoais (RIPDP), cuja definição encontra-se no art.
5°, in. XVII, da LGPD:
De acordo com Bioni e Dias (2020), o referido relatório tem papel de destaque no
aprimoramento da política de privacidade dos dados, cuja utilização, segundo os autores, está
vinculada às atividades de tratamento que apresentem "alto risco", ainda que tal previsão possa
ocasionar a relativização da responsabilidade civil do agente.
Não obstante, a legislação protetiva de dados, em seu art. 10, § 3º, orienta que a ANPD
"(...) poderá solicitar ao controlador relatório de impacto à proteção de dados pessoais, quando
o tratamento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados os segredos comercial
e industrial" (BRASIL, 2018, grifo nosso).
Noutras palavras, tendo em vista a hipótese de tratamento com requisito previsto no
art. 6°, in. VII, da LGPD, recomenda-se a produção antecipada dos RIPDP com vistas à garantia
do sigilo das informações (BIONI; DIAS, 2020).
Significa dizer que, pela omissão legislativa sobre o alcance da referida base legal,
justifica-se a realização de estudos preliminares sobre os possíveis impactos das ações de coleta,
processamento e armazenamento de dados pessoais, com a produção de relatórios onde sejam
demonstradas as consequências dessas atividades, a fim de diminuir os riscos de incidentes de
segurança da privacidade.
A seu turno, Leonardi (apud TEFFÉ; VIOLA, 2020), interpreta que o vocábulo
"poderá", constante no dispositivo supracitado, confere obrigatoriedade na redação do aludido
relatório nas ações de tratamento fundadas no legítimo interesse, facultando apenas à ANPD a
requisição para que os mesmos sejam publicizados.
Por outro lado, o art. 38 da mesma lei disciplina que a ANPD "poderá determinar ao
controlador que elabore" tal relatório, o que, segundo Teffé e Viola (2020), não torna sua
produção como ato vinculado a toda e qualquer modalidade de tratamento de dados, mas apenas
ao tratamento cuja base seja o interesse legítimo do controlador. Compreende-se, portanto, que
57
Diniz (2005), por sua vez, orienta que a De da responsabilidade civil "requer prejuízo
a terceiro, particular ou Estado, de modo que a vítima poderá pedir reparação do dano, traduzida
na recomposição do statu quo ante ou em uma importância em dinheiro" (DINIZ, 2005, p. 200).
A respeito da responsabilidade aplicada à proteção de dados, alguns autores
compreendem que as normas jurídicas devem ser interpretadas em conformidade com a nova
era do direito digital, mas também sistematizadas com o Código Civil vigente, que é fonte
irradiadora de princípios e regras do direito privado.
Nessa esteira, Novakoski e Naspolini (2020) defendem que deve ser aplicada à
proteção de dados disciplinada pela LGPD a teoria do risco da atividade de tratamento, sendo
pois, a responsabilidade civil objetiva a interpretação mais coerente com a norma.
Segundo os Moraes (2019), quem refuta a teoria do risco na LGPD o faz por temer as
consequências da modernização nas relações humanas. No entanto, este problema já havia sido
levantado na discussão de outros regramentos, como o CDC, e mesmo assim não fez recuar os
estímulos à inovação e ao desenvolvimento tecnológico, ao contrário, criou segurança jurídica
para a sociedade da informação.
58
impactos materiais relevantes. Capanema (2020, p. 165), por sua vez, concebe a
responsabilidade somente se a afronta à norma técnica ou jurídica “ocasionar dano material ou
moral a um titular ou a uma coletividade”.
Ademais, Bioni e Dias (2020) reforçam a sua compreensão sobre a subjetividade
considerada pela norma se baseando no próprio instrumento normativo, elencando o princípio
da transparência, a indicação para confecção de relatórios e a capacitação de equipes com vistas
às boas práticas de governança de dados, como teses que dão embasamento à teoria do regime
subjetivo.
Acompanhando os autores supracitados, Tasso (2020) concorda que o sistema adotado
pela LGPD está amparado e em harmonia com a matriz principiológica civilista (Código Civil),
cuja regra geral é a responsabilidade subjetiva, salvo em situações de atividade de risco, assim
definidas por cláusula geral, como nos termos previstos pelo CDC.
Em termos de responsabilidade, a LGPD também contraria o previsto no CDC.
Segundo o autor, a seção III do capítulo VI da LGPD expressa clara diferença do sistema
consumerista, de modo que "positiva a existência de um regime próprio às relações jurídicas
que envolvem tratamento de dados". Corroborando o aludido, caso haja cumprimento de
deveres e de diligências impostas pela LGPD, exclui-se a responsabilidade civil (TASSO, 2020,
p. 113).
Conforme se pode demonstrar, parte da doutrina entende ser a responsabilidade civil
subjetiva a mais coerente, tendo em vista a concepção do elemento culpa para que seja imputada
sanção ao agente, e a atribuição de deveres pela norma, que implicam jurídica e logicamente na
avaliação subjetiva do agente de tratamento (GUEDES; MEIRELES, 2019).
Paralelamente, há quem conceba outro modelo de reparação adotado pela LGPD, que
segundo Moraes (2019), denomina-se de responsabilização ativa ou proativa. Esse modelo tem
em seu cerne não a reparação mas sim a prevenção eficaz de danos, traduzindo o conceito de
prestação de contas e accountability (transparência), sendo encontrado no in. X do art. 6° da
LGPD sob a determinação de, além da observância da lei, a adoção de medidas preventivas.
Em suma, como se pode notar, não há pacificação doutrinária acerca da categoria de
responsabilidade imposta pela norma, se do tipo objetiva, ou seja, aquela fundada na teoria do
risco da atividade praticada pelos controladores de dados; se do tipo subjetiva, aquela na qual
se leva em consideração o critério da culpa para que seja imputada a responsabilização do
60
Para que apure o ato danoso ou ilícito ou qualquer afronta às normas da LGPD, se faz
necessária a abertura de processo administrativo, obedecidas as garantias constitucionais do
processo legal, da presunção de inocência, do direito à ampla defesa e ao contraditório, do
princípio da decisão motivada e do instituto da prescrição (BIONI; DIAS, 2020).
Nesse contexto, Bioni e Dias (2020) orientam que cabe ao titular, afetado por prática
ilícita, alegar e provar: que houve o tratamento de seus dados pessoais, que sofreu dano e que
esse dano aconteceu em decorrência do tratamento, ainda que não tenha sido feito pelo
controlador.
No tocante à comprovação dos fatos, a doutrina entende que caso se verifique
verossimilhança na alegação da vítima, ou seja constatada a hipossuficiência da parte lesada
para a produção de provas, ou ainda a apresentação dessas provas seja excessivamente onerosa,
o magistrado poderá aplicar a inversão do ônus probatório em relação à todas as situações aqui
elencadas (BIONI; DIAS, 2020).
Para Teixeira e Armelin (2020), a aferição da hipossuficiência é amplamente possível
na sociedade do Big Data, uma vez que há constante categorização de indivíduos pela massiva
e desnecessária coleta de seus dados. Como se pode notar, não há equilíbrio na relação uma vez
que o titular não seja cientificado sobre os métodos de processamento utilizados em seus dados
e qual a sua finalidade.
Deste modo, as empresas ou organizações, definidas pela lei como controladores e
operadores, independente do gerenciamento de dados ser físico ou digital, deverão se adequar
ao novo regramento estabelecido pela lei de dados, sob pena de lhes serem imputadas as
medidas expostas no art. 52 da LGPD, e aplicadas pela ANPD, conforme a seguir:
É oportuno ressaltar que, de acordo com a LGPD, as referidas imposições podem ser
aplicadas cumulativamente dentro dos limites de razoabilidade e proporcionalidade ainda
pendentes de orientação pela doutrina. Outrossim, também caberá indenização ao titular de
dados se ocorrer violação da segurança destes por terceiros (BRASIL, 2018).
Deste modo, haverá responsabilidade solidária entre os agentes controladores e
operadores nas operações que o incorrerem em danos decorrentes de descumprimento das
regras da LGPD, notadamente às medidas de segurança e inadequação às boas práticas de
governança, previstas nos artigos 50 e 51 do instrumento legal (BIONI; DIAS, 2020).
Vale ratificar que, no que concerne à apuração do fato danoso e a interpretação e
aplicação das sanções acima elencadas, a LGPD apontou expressamente que tal competência é
atribuição exclusiva da ANPD, devendo ser realizada após o procedimento administrativo em
que sejam resguardadas as garantias constitucionais.
Na mesma esteira, Follone e Simão Filho (2020) argumentam que a inovação nos
padrões de relacionamento provocada pela tecnologia, somada com a consequente
supervalorização dos dados pessoais em virtude de novas formas de abordagem às pessoas nos
meios de comunicação, impactaram sobremaneira a concepção da privacidade em razão das
várias possibilidades de sua violação que foram surgindo.
Conforme os autores, a Lei Geral de Proteção de Dados foi editada e aprovada como
forma de regulamentar o novo modelo das relações sociais, cujo advento evidencia o status
positivo da proteção dos dados equiparando-a a tutela da dignidade da pessoa humana, a qual
deve ser garantida pelo Estado através da edição de normas e da promoção de políticas públicas
pertinentes (FOLLONE; SIMÃO FILHO, 2020).
Corroborando o mesmo raciocínio, que concebe a proteção de dados como direito
fundamental, foi elaborada e apresentada para votação a Proposta de Emenda Constitucional
(PEC 17/2019), cuja aprovação lhe condiciona digna de elevação ao patamar constitucional
mediante previsão explícita na Carta Magna.
A referida proposta, aprovada por unanimidade no Senado e pendente de votação na
Câmara dos Deputados, confirma a importância da LGPD e sugere acrescentar os incisos XII-
A e XXX aos arts. 5º e 22 respectivamente, incluindo a proteção de dados no rol de direitos
fundamentais e fixando a competência privativa da União para legislar sobre a matéria (TASSO,
2020).
A PEC 17/2019 é de autoria do Senador Eduardo Gomes e foi apresentada em março
de 2019 sob duas perspectivas, as quais foram listadas por Follone e Simão Filho (2020):
primeiramente pela necessidade de uniformização do ordenamento jurídico acerca da proteção
e tratamento de dados, dando maior relevância à LGPD; e também sob a ótica de prevenir os
problemas de compatibilidade e adequação por pluralidade de normas ao uniformizar o aplicado
por todos os entes, em virtude da sugerida privação da competência legislativa.
seus clientes ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como nomes, números
de telefone e endereços, a fim de possibilitar a realização de pesquisas relacionadas a
quarentena desencadeada pela crise global do novo coronavírus (BESSA, 2020).
A referida MP, não recepcionada pela comunidade, foi confrontada ao Supremo
Tribunal Federal (STF) por cinco Ações Direta de Inconstitucionalidade (ADI), promovidas
pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e alguns partidos políticos (PSDB,
PSB, Psol e PCdoB), as quais foram reunidas para julgamento na primeira ação proposta, a ADI
6.387, cujo sorteio definiu a Ministra Rosa Weber como relatora do caso (BRASIL, 2020).
A fim de introduzir o teor do julgamento, é imperioso apresentar um trecho da
sustentação oral realizada pela convidada como Amicus Curiae, a instituição Data Privacy
Brasil, representada pelo professor Bioni (2020), segundo o qual:
Este Supremo Tribunal Federal tem uma oportunidade histórica de extrair um novo
direito fundamental, o direito à proteção de dados pessoais. Esse novo direito pode
ser, sim, extraído do texto constitucional, mas para tanto é necessário localizá-lo
topograficamente e dogmaticamente de forma adequada no quadro de direitos
fundamentais do artigo 5º.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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