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Fai Primeiro Ano - 2023-2024 - Actual

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TEMA I – A PESSOA E A CULTURA

1.1- Introdução

Nos últimos vinte anos se assistiram quer na França, assim como em outros países o
aparecimento de uma multiplicidade de acções educativas que envolveram todos os
sectores da sociedade.

Os objetivos da disciplina de FAI no curso são:

 Permitir a abordagem e tratamento de temas que, pela sua importância e


actualidade mereçam a atenção de toda comunidade e particularmente a
comunidade académica;
 Favorecer o desenvolvimento de integração que possibilitam a inserção do
indivíduo no mundo do trabalho e no meio que o rodeia;
 Proporcionar uma análise crítica da cultura profissional, através de contexo real
e de contactos directos com vários actores sociais (associações, grupos, etc);
 Que no final do curso ou disciplina os alunos sejam capazes de compreender as
mudanças de atitude e comportamentos definidos no seio da sociedade;
 Estudar o comportamento do homem e enquadra-lo na sociedade.
1.1.1 – Definição de termos e conceitos

Fai significa Formação de Atitudes Integradoras.

FAI - é a ciência que estuda as ações educativas do homem envolvendo todos os


sectores da sociedade;

- É um conjunto de ações educativas que envolvem todos os sectores da sociedade,


como empresas, associações, grupos sociais, politico, colectividade local e
administração de qualquer espécie.

1.1.1.1 – Noção e relação entre Fai e outras ciências

As ciências auxiliares de fai mais destacadas são: a ética, a cidadania, a E.M.C e a


psicologia.

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A relação entre fai e estas ciências consiste no facto de que ambas abordam sobre o
comportamento humano e as regras de como viver em sociedade, por outro lado, a
relação está ligada através dos conceitos de cada ciência ou disciplina.

1.1.1.1.1 – Psicologia

A psicologia deriva do Grego Psyké, que significa alma, mente, espirito + logos que
significa tratado, estudo, ciência, discurso, razão...

Inicialmente, o conceito de psicologia é discurso acerca da alma.

Psicologia: é a ciência que estuda o comportamento;

- É a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do indivíduo.

O objeto de estudo desta ciência é o comportamento e os fenômenos psíquicos ou


mentais.

A psicologia como ciência surgiu no século XIX, precisamente em 1879 por meio de
Wilhelm Wundt, que criou o primeiro laboratório de psicologia experimental na
universidade de Leipzig na Alemanha.

Os principais métodos desta ciência são: método de observação e experimentação.

Os elementos fundamentais da psicologia são:

- Comportamento é a atividade observável dos organismos na base de adaptação ao


meio em vive;

- Indivíduo é a unidade básica no estudo da psicologia;

- Processos mentais são a maneira como a mente humana funciona, pensar, planejar,
tirar conclusões, sonhar e fantasiar.

1.1.1.1.2 – Ética

Surge do Grego Ethós que significa carácter, ciência da moral, modo de ser de uma
pessoa...

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Para Laurence (2018), ética é a ciência ou disciplina filosófica que tem por objeto de
estudo o julgamento de valor na medida em que estes se relacionam com a distinção
entre o bem e o mal;

Já Kose (2006), afirma que ética é a ciência que estuda a conduta humana;

Para Kundonguende (2012), ético é o conjunto de norma aceite universalmente.

A ética não deve ser tratada como uma disciplina isolada, uma vez que ela busca
contribuir para formar cidadãos mais responsáveis.

A moral varia de região para região, ao passo que a ética é universal.

1.1.1.1.2 – Cidadania

A palavra cidadania deriva do Latim Civitas que significa cidade, tal como cidadão.

Segundo a sua história, a cidadania surge da antiga Grécia, sendo usada para designar os
direitos relativos aos cidadãos, ou indivíduo que vivi na cidade e ali participava dos
negócios e das decisões política.

Cidadania é o conjunto de valores sociais que determinam os deveres direitos de um


cidadão (Carvalho, 2018, p. 3);

- É o atributo de todos os membros de uma sociedade, conferindo-lhes direitos e deveres


de participação na vida pública (Henriques & Loia, 2016, p.15, 26-28).

1.1.1.1.4 – E.M.C

Moral surge do Latim Mores, que significa conduta, modo de agir, comportamento,
costume, etc.

- Moral é a ciência que estuda os costumes, ou seja, a conduta do homem na sociedade;

- É a ciência que estuda o saber viver, as relações justas e cooperativas dentro da


sociedade.

As finalidades da E.M.C são:

- O fortalecimento da unidade nacional e o sentimento de solidariedade;

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- A preparação do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na
moral, no patriotismo e na acção construtiva, visando o bem comum;

- O aprimoramento do carácter com apoio na moral, dedicação à família e a


comunidade;

- O resgate dos valores morais e cívicos.

1.2 – NOÇAO DE PESSOA

A palavra pessoa deriva do Latim Persona, que significa ser ou criatura de espécie
humana, personagem, ser humano considerado singularmente como sujeito de direitos e
obrigações, individualidade, etc.

Os latinos denominavam por persona as máscaras usadas pelos actores no teatro, mas
também chamaram assim os próprios personagens teatrais.

Pessoa: é todo o ente dotado de personalidade para o direito, isto é, apto para ser titular
de direitos subjectivos;

- É um ser consciente que se realiza nas relações afectivas, espiritual, política, cultural e
econômico, marcando a diferença no contexto da diversidade.

A pessoa é o ser mais importante do universo, protagonista da cultura e da história, mas


também o único sujeito com direitos e deveres.

Segundo Boécio, a pessoa é uma ″substancia individual de natureza racional″ pelo que o
indivíduo concreto é visto como um ser único e individual. O ser humano é uma pessoa
integral: corpo com dimensão material e espiritual que ocupa tempo e espaço limitado.

2.1 – Características essenciais e distintas da pessoa

As características essenciais e distintas da pessoa são:

2.1.1 – Singularidade

Significa que cada pessoa tem uma realidade ou um mundo interior que a torna única.

2.1.2 – Projecto

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Quer dizer que, a pessoa não nasce pessoa feita e acabada. O ser humano é feixe de
possibilidades; cada um de nós tem de escolher esta ou aquela possibilidade e rejeitar
outra, temos de nos construir pela vida fora.

2.1.3 – Dignidade/valor

Significa que a pessoa é a mais elevada forma de existência que conhecemos e com o
mais alto valor e dignidade que há no mundo.

A pessoa ocupa, o lugar cimeiro no conjunto de todos os seres do universo. Tudo, no


mundo, encontra-se abaixo e ao serviço da pessoa.

2.2.4 – Autonomia/liberdade

Implica dizer que, cada pessoa é o centro de decisão e de acção. ″Não são os outros a
decidirem por mim″; ″Eu sou a lei de mim mesmo com racionalidade e liberdade″.
Liberdade igual a Responsabilidade.

2.2.5 – Abertura

Significa que cada pessoa é um ser aberto, em constante dialogo e interacção com seus
iguais, isto é, pessoas como ela, com o mundo, com a natureza e com todos os outros
seres, é transcendente, ou seja, aprende tudo aquilo que está além dos outros e da
natureza, com o sobrenatural.

1.2 – A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE

A personalidade deriva da palavra latina personalitate ou pesona, que significa máscara,


ressoar, etc (DICIONÁRIO INTEGRAL DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2016, P.1272).

Personalidade: é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões


de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém;

- É o conjunto de todas as características cognitivas, afectivas, físicas de um indivíduo e


que o diferencia das outras;

- É o conjunto de características (temperamento, carácter, aptidão, maneira de se


comportar...) que diferenciam os indivíduos.

1.2.1 – Factores que influenciam na personalidade

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Os factores que influenciam na personalidade são: factores hereditários (inatos),
factores sociais, factores psicológicos (a experiência pessoal).

Os factores hereditários ou genéticos exercem uma influência através da estrutura


orgânica e do processo de maturação.

Os factores ambientais incluem tanto o meio físico como social e começam a exercer
uma influência a partir da vida intrauterina.

A teoria fixista defende que o ser vivo é um agente fixo e imutável, pelo que a evolução
biológica nunca se verificou; segundos estes, os seres vivos actuais sempre existiram na
terra, desde os seus primórdios.

Está teoria foi proposta pelo francês Georges Cuvier (1762-1832) e foi aceite sem
contestação até ao século XVII, fundamentando-se na ideia da criação de todos os seres
vivos a partir de um poder divino. Portanto, na segunda metade do século XVIII,
surgiram as teorias evolucionistas/transformistas, que se opuseram a está teoria.

Muitas hipóteses foram utilizadas para sustentação desta teoria, destacando-se a teoria
da geração espontânea e a do criacionismo. A teoria da geração espontânea foi proposta
por Aristóteles sob influência de Plantão. Segundo Aristóteles, os seres vivos seriam
formados constantemente, a partir de matéria não viva como o po. Depois de formada,
os seres permanecem imutáveis, originando descendentes semelhantes em todas as
gerações.

A teoria do criacionismo baseia-se em escritos bíblicos (Gênesis 1:1) interpretados que


segundo a ética de que Deus criou todas as espécies através de um único acto,
descartando, a possibilidade de modificações evolutivas.

A adaptação consiste na aquisição de características que tornam um indivíduo mais


equipado para sobreviver e reproduzir-se num determinado ambiente.

Nenhum ser habita num determinado lugar por acaso. Para sobreviver, este ser deve
possuir características que permitam a sua adaptação ao meio em que vive; estas são
herdadas dos seus ancestrais e serão transmitidos aos seus descendentes por eles.

A teoria da evolução é a plataforma básica para os estudos biológicos.

1.2.3 – Componentes ou estrutura da personalidade

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Para Freud, os componentes da personalidade são: id, ego e superego (super-ego).

1.2.3.1 – Id

É uma palavra em alemão que significa ele, isto. O id é inteiramente inconsciente.

Id: é o componente biológico da personalidade e impulsiona o organismo.

Este componente é a parte mais primitiva da personalidade, o sistema original inerente


ao indivíduo, ou seja, aquele com que ele nasce. Ele é formado por instintos e impulsos
orgânicos, é regido pelo prazer e herdam dos pais algumas características. Não faz
plano, não opera, busca solução imediata para as tensões, desconhece a logica, o juízo, a
ética e a moral. O id é o componente central da estrutura da personalidade e é a partir
dele que as outras estruturas se desenvolvem.

1.2.3.2 – Ego

Este componente surge do alemão ich que significa eu. É uma instancia consciente.

Ego: é o componente psicológico que controla todas as funções cognitivas, como


perceber, pensar, planejar, decidir...

O ego desenvolve-se depois do nascimento do indivíduo, quando começa a interação


com o seu ambiente; busca prazer em contacto coma realidade e tem como tarefa
garantir a saúde, a segurança e a sanidade da personalidade.

No entanto, o ego obedece ao princípio da realidade. Este princípio introduz a razão, o


planejamento e a espera no comportamento.

A função principal deste componente é reduzir a tensão do id, aumentar e regular os


impulsos do id, de modo que a pessoa possa procurar soluções menos imediatas e mais
realistas.

1.2.3.3 – Superego

Significa Uberich que significa supereu.

Superego: é o componente social, caracterizado pela punição;

- É a parte moral da psique e representa os valores da sociedade.

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Este componente é a última parte a ser desenvolvida e surge através do ego. Representa
o aspecto moral dos seres humanos, desenvolve-se através da transmissão de normas e
valores. Este componente nos pune, através de remorso, do sentimento de culpa quando
fazemos algo errado e também nos recompensa (sentimos satisfação. Orgulho, etc)
quando fazemos algo meritório.

As principais funções do superego são:

- Inibir os impulsos do id;

- Persuadir o ego a escolher o que é bom para a sociedade, ou seja, substituir objetivos
realistas por moralistas;

- Lutar (buscar) a perfeição;

- Actuar como juiz, especificando e julgando as atitudes correctas e incorrectas tidas


pelo ego;

- Mediar o conflito ente o id e o ego, etc.

Por outro lado, Freud afirma que o superego tem como funções essenciais a consciência,
auto-observação e formação de ideias; é o veículo da tradição e dos julgamentos de
valores transmitidos de geração em geração.

Kant, referindo-se à personalidade, aprimorou as características dos quatro tipos de


temperamento citados por Galero que são:

- Temperamento sanguíneo: é caracterizado pela força, rapidez e emoções superficiais;

- Temperamento melancólico: é designado pelas emoções intensas e vagarosidade das


ações;

- Temperamento colérico: é caracterizado pela rapidez e impetuosidade no agir;

- Temperamento fleumático: é caracterizado pela ausência de reações emocionais e


vagarosidade no agir.

1.2.4 – OS VALORES

Valor deriva do latim valore que significa o que uma coisa vale; importância, preço, etc.
(Dicionário Integral da Língua Portuguesa, 2016, p.1650).

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Valor: é tudo aquilo que algum objeto vale;

- É a qualidade essencial de um bem/serviço para os que o possuem e utilizam.

1.2.4.1 – Tipos de valores

Existe vários tipos de valores, estes podem ser agrupados segundo à sua natureza:

- Valores éticos: referem-se às normas de conduta.

Exemplo: honestidade, lealdade, solidariedade, amor...

- Valores estéticos: refere-se à a expressão.

Exemplo: elegante, belo,etc.

- Valores políticos: refere-se à política.

Exemplo: justiça, liberdade, igualdade, etc.

- Valores religiosos: envolve à relação do homem com a religião.

Exemplo: santidade, perfeição,etc.

- Valores vitais: referem-se à vida.

Exemplo: saúde, força, etc.

1.2.4.2- HIERARQUIA DOS VALORES

Hierarquização dos valores é a propriedade que tem os valores de se subordinarem uns


aos outros, isto é, de serem uns mais valiosos que os outros.

Não atribuímos a todos os valores a mesma importância. Na hora de tomar uma decisão,
cada um de nós hierarquiza os valores de forma muito diversa

1.2.5 – OS GRUPOS SOCIAIS

Grupo social: é um conjunto de pessoas que têm em comum interesse, sentimentos,


motivos e metas.

Todos os indivíduos pertencem a um grupo social, tais como: grupo familiar, religioso,
desportivo, político, escolar, etc.

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1.5.1 – Características do grupo social

As características dos grupos sociais são:

- Existência de contacto directo e permanente entre os seus membros;

- Estabelecimento de relações através de atividades comuns;

- União dos membros pela coincidência dos fins da atividade;

- Presença de um sistema normativo que regula a conduta dos seus membros e que é
aceite por todos.

1.5.2 – Tipos de grupos

Os tipos de grupos sociais que estudaremos são:

- Primários: é aquele em que a relação dos seus membros é directa, face-a-face;

- Secundários: é aquele em que a relação dos seus membros é por contacto indirecto,
passageiro e desprovido de continuidade;

- Referência: caracteriza-se pelo facto de determinadas pessoas ou grupos sociais que


recorrem a eles para que apoiem as suas aspirações, ideias ou tomadas de consciência e
atitudes; servem-nos de modelo.

1.6 – NORMAS SOCIAIS

Normas: é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo


reconhecido que fornece regras, linhas, directrizes ou características para atividades ou
os seus resultados, garantindo om óptimo nível de ordem num dado contexto.

Normas sociais: são regras que devem ajustar-se à conduta, às tarefas e às atividades do
ser humano;

- São regras que têm como objetivo orientar o comportamento dos integrantes de um
grupo social de acordo com os valores aceites por estes mesmos grupos.

As normais sociais são adquiridas e interiorizadas durante o processo de


socialização do indivíduo.

1.6.1 – Tipos de normas sociais

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Os tipos de normas sociais que estudaremos são:

- Normais penais: apresentam-se no código penal;

- Normais sociais: é um amplo grupo de normas socialmente reconhecidas como a


moda, a tradição, os costumes, etc.

- Normais jurídicas: estão presentes em regulamentos ou ordenamentos, a sua violação


é um acto ilícito e implica sanções;

- Moral social: são as normas auto-impostas como, por exemplo ″ Não vou comer num
restante na Ilha de Luanda″ o incumprimento tem escassa relevância social, mas pode
ser qualificado como hipocrisia.

1.7 – NOCÃO DE ESTATUTOS E PAPEL

Estatuto Social: é um conjunto de privilégios e atributos ligados à posição que


determinados indivíduos ou grupos ocupam na estrutura social;

- Estatuto: é um conjunto de regulamento que rege um estado ou uma sociedade.

1.7.1 – Tipos de estatutos

Os tipos de estatutos que abordaremos são:

1.7.1.1 – Estatuto adquirido

É quando depende do esforço pessoal para obtenção, através das habilidades,


conhecimentos e capacidades pessoais.

Exemplo: o professor, o médico, o analista, o enfermeiro, etc.

1.7.1.2 – Estatuto atribuído

É aquele que se recebe logo à nascença, independentemente da sua capacidade para a


sua obtenção.

1.8 – O PAPEL SOCIAL

Papel social: é o conjunto de deveres que condicionam o comportamento dos


indivíduos junto ao grupo ou dentro de uma determinada instituição.

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Segundo Alain Binoar, papel social é o comportamento, a conduta ou a função
desempenhada por uma pessoa no interior de um grupo, isto é, um papel apenas existe
em relações a outros papeis.

Exemplo: Professor/aluno; Pai/Filho.

Os papeis sociais podem ser atribuídos ou conquistados, surgem de interacção social e


são sempre resultado de um processo de socialização.

1.9 – FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO, MUDANÇAS E FORMAÇÃO DE


ATITUDES.

Formação humana: é todo o princípio básico da educação doméstica, aliado ao ensino


escolar.

Desenvolvimento: é um processo dinâmico de melhoria, que implica uma mudança,


uma evolução, crescimento e avanço. Em ciências sociais, este termo é uma noção
qualitativa que se exprime no nível de bem-estar de uma população e na consequente
sociedade, usando como referências os indicadores sociais, culturais, políticos e
econômicos.

Mudança: significa tornar-se diferente física e moralmente, tendo em conta o que se era
antigamente.

Para Max Weber (1864-1920), ″o indivíduo é responsável pelas acções que toma. Uma
atitude hostil, negativa ou agressiva em relação a um determinado grupo, pode ser
classificada como preconceito″.

A palavra atitude deriva do latim aplitudinem e do italiano attitudine que significa uma
maneira organizada e coerente de pensar, sentir e reagir em relação a grupos, questões,
outros seres humanos, ou tendo em conta um determinado acontecimento.

Atitude: é uma disposição favorável ou desfavorável relativamente a objectos, pessoas,


acontecimentos ou em relação a alguns dos seus respectivos atributos;

- Consiste na tendência, mais ou menos, constante, para responder a objetos, tais como
pessoas, um grupo social, uma instituição, uma situação, um conceito.

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No entanto, não devemos confundir atitude com comportamento porque comportamento
é manifestado a partir da atitude.

As mudanças de atitude dependem, acima de tudo, de novas informações relativas ao


objecto.

1.9.1 – Componentes da atitude

Os componentes da atitude são:

1.9.1.1 – Cognitiva

É o conjunto de ideias, juízos e crenças sobre o objeto.

1.9.1.2 – Afectiva

Relaciona-se com o sentimento positivo ou negativo relativamente ao objeto, estando


ligado ao sistema de valores e possuindo uma dimensão emocional.

1.9.1.2 – Comportamental

É o conjunto de reações de um indivíduo em relação ao objeto da atitude.

1.9.2 – Factores que influenciam na atitude

As atitudes não são inatas, isto é, não nascem com o indivíduo, estás são adquiridas
durante a integração na sociedade, em situações de convivência familiar e em
comunidade.

Os factores que influenciam na atitude são:

- Experiência traumática: pode levar à formação ou modificação de atitudes;

- Propaganda e a publicidade: influenciam na atitude e no comportamento na medida


em que nos são passadas mensagens com vista a persuadir as pessoas. Neste sentido as
mensagens devem, ser credíveis e necessita de ter prestigio e poder.

1.10 – A EDUCAÇÃO EM ANGOLA

Nas sociedades antigas, não existia a necessidade do espaço escola, visto que as
crianças aprendiam o necessário através do processo de observação, tornando-se parte
do que estava acontecer. Enquanto processo de socialização, a educação é exercida nos

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diversos espaços de convívio social, tendo como objetivos fundamentais a adequação do
indivíduo à sociedade, do indivíduo ao grupo bem como dos grupos à sociedade. Neste
sentido, criaram-se escolas que motivaram a aquisição de conhecimentos e habilidades
especificas e que não podiam ser obtidas, facilmente, por meio dos processos de
observação e ajuda.

A educação engloba os processos de ensinar e aprender.

Educação: é um fenômeno social que podemos observar em todas as sociedades e nos


seus respectivos grupos;

- É a transmissão de conhecimentos, hábitos, habilidades das gerações anteriores para as


gerações posteriores.

A educação em Angola, a nível institucional inicia-se num âmbito não obrigatório, com
o pré-escolar ou jardim de infância, destinados a crianças com idades compreendidas
entre os 0-5 anos.

O sistema educativo angolano encontra-se organizado em três níveis que são:

- Ensino Primário (primeira à sexta classe);

- Ensino Secundário (Primeiro Ciclo Sétima à Nona Classe; Segundo Ciclo Décima
à Décima Segunda ou Terceira para o ensino técnico profissional);

- Ensino Superior.

10.1.1 – Tipos de educação

Segundo Diogo (2010), existe três tipos de educação que são:

10.1.1.1 – Formal

É o sistema educativo escolar acadêmico, organizado, sistematizado e devidamente


estruturado;

10.1.1.2 – Informal

É o processo de aprendizagem a partir das experiências quotidianas e dos estímulos do


ambiente cultural, ou seja, é aquela feita em base as relações sociais;

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10.1.1.3 – Não-formal

São os diversos modos de ensino realizados fora do currículo escolar.

Exemplo: ciclos de palestras, a rádio, etc.

TEMA II – TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO.

2.1 – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS TIC

Desde os tempos primórdios, a comunicação sempre foi realizada em diferenças formas.


Os homens primitivos comunicavam-se entre si de forma rudimentar, por meio de fogo,
apitos, batuque e outros objetos.

Com o aparecimento da TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação), o mundo se


tornou tao pequeno e o domínio destas tecnologias houve uma revolução na vida do ser
humano, bem como os seus métodos de actuação.

As TIC trabalham com os cidadãos, tendo como finalidade desenvolver e atingir novos
objetivos.

No século XXI, a informação e o conhecimento tệm um papel fundamental no


crescimento e reforço da competitividade dos países, especialmente nos países em
desenvolvimento. Por este facto é que os sistemas de educação e formação profissional
deverão ter um forte impacto no desenvolvimento econômico e no equilíbrio social e,
também como objetivo primordial desenvolver e aperfeiçoar as competências que
permitam aos cidadãos alavancar os benefícios da nova sociedade do conhecimento e de
informação.

Os objetivos das TIC são:

- Desenvolver as TIC nas instituições de ensino para dar competências aos formandos;

- Apoiar as empresas que têm como função o fomento a inovação;

- Criar centros de excelência em diversos polos do país;

- Desenvolver redes inovadoras capazes de melhorar a competitividade das empresas;

- Reforçar a cooperação internacional e realizar acordos de parceria com empresas


multinacionais das TIC e instituições congêneres.

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Actualmente, as TIC encontram-se em evolução, mas nos séculos passados eram
rudimentares e lentas, em função dos elementos funcionais em que os serviços eram
prestados. Para melhor organização, o governo criou mecanismos para facilitar o uso
das TIC. Os serviços postais usados antigamente foram fundamentais para o
desenvolvimento das novas tecnologias.

Hoje, os serviços postos encontram-se divididos em:

a) Serviço de correspondência postal

São serviços prestados pelos correios ou outros órgãos como a HDL, aceitando
correspondências postais com o objetivo de serem entregues aos destinatários indicados
pelos seus expeditores, de acordo com a regulamentação oficial.

Os serviços de correspondências postais compreendem:

Cartas: objeto escrito pessoal cujo conteúdo deve ser original;

Impressos: constitui a reprodução obtida em vários exemplares idênticos por meio de


processo mecânico, cartão ou ainda outro material de uso tipográfico, laboratorial,
fotográfico em que se usa uma matriz;

Cecograma: são cartas cecográfica depositada aberta com carácter cecográfico e


também todo material impresso para uso dos cegos;

Bilhetes-postais: são cartão aberto, aceite e expedido pelos serviços dos correios nos
formatos, dimensões e condições estabelecidas no regulamento;

Pacotes postais.

b) Serviço de encomendas postais

São objetos encomendados que os correios aceitam a fim de serem entregues aos
destinatários preconizados. A encomenda postal é um volume com o respectivo
endereço, de acordo com o regulamento do país ou dos serviços dos correios.

Os serviços financeiros são aqueles que estão agrupados genericamente como:

- Serviço de vales e ordens postais;

- Serviço de embolsos postais;

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- Serviço de cobranças postais;

- Serviço postal de assinaturas de jornais e publicações periódicas;

- Serviço de caixa econômica posta.

c) Serviços de correspondências telegráficas

É todo serviço no qual aceitam mensagens e documentos com o objetivo de serem


transmitidos por telecomunicações e entregues aos respectivos destinatários.

As correspondências telegráficas podem ser:

- Serviço telegramas: são serviços prestados pelos correios, aceitando as mensagens


escritas, a fim de serem transmitidas por telegrafia e entregues aos destinatários.

- Serviço de correio electrónico: são serviços prestados pelos correios, aceitando


documentos ou comunicações em forma de cartas, gráficos, etc., com objetivo de srem
transmitidos electronicamente ao destinatário de forma original.

O sigilo da correspondência publica postal consiste na proibição de revelar o seu


conteúdo, assim como o de prestar indicações onde se possa depreender o sentido dele
ou que se possa enveredar pelo seu descobrimento. Por esse facto, a administração
postal deverá adoptar medidas mais coerentes e eficazes com o objetivo de garantir a
inviabilidade das correspondências que se encontram sob a sua responsabilidade.

Os serviços postais devem ser utilizados desde que sejam previamente autorizados pela
autoridade postal. Deste modo, constitui crime contra o serviço postal:

- Exercer actividade postal sem prévia autorização da autoridade postal ou sem licença
de exploração dos serviços;

- Divulgar o nome do destinatário do objeto expedido;

- Abrir o artigo expedido;

- Transportar objetos nocivos.

Assim sendo, a administração postal adoptará medidas para garantir o sigilo das
correspondências.

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2.2 – GESTÃO ORIENTADA PARA O DESENVOLVIMENTO

A palavra gestão surge do latim gestation que significa acto de gerir, gerência,
administração e direcção.

Gestão: é o processo destinado à obter resultados com a utilização de todos ou


de uma parte dos recursos da organização (GASPAR, Paulo e DIOGO, Fernando, 2014,
p.40).

A gestão visa, essencialmente, garantir a coordenação adequada das atividades e


qualidades dos participantes numa determinada tarefa. Assim, deve-se prestar uma
atenção particular ao planeamento, monitorização e gestão dos recursos humanos e
materiais disponíveis.

A gestão deve garantir:

- A possibilidade de trabalhar em múltiplas versões, para distintas utilizações sem


adulterar o sentido original dos conteúdos;

- A integração dos sistemas técnicos e administrativos;

- A racionalização e informatização das tarefas arquivísticas fulcrais.

A implementação dos sistemas documentais é essencial para uma produção eficiente


baseada na análise e indexação de conteúdo, bem como para identificação das
características formais dos documentos e, também, para a qualidade técnica e estética
das imagens sons e restrições de utilização. Sabe-se que quando as imagens e o som não
têm um tratamento documental adequado tornam-se inacessíveis e, consequentemente, a
informação é morta. Neste sentido, devemos desenvolver estratégias que permitam uma
recuperação eficaz e a rentabilização dos conteúdos para fins comerciais ou educativos.

Para o asseguramento das empresas é necessária uma gestão digna e eficiente bem como
a implementação e valorização das TICs.

O gestor deverá atentar na prestação da equipa, nos softwares de gestão, na gestão


empresarial do negócio de forma a criar um equilíbrio sustentável e substancial para a
empresa, pois o aumento das tecnologias de informação nas empresas e serviços
públicos tem elevado o volume de documentos transmitidos por meio de equipamentos
electrônicos entre os vários agentes econômicos.

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2.3 – O DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO E AS TIC

As tecnologias de informação são atividades e soluções providas por recursos


informáticos.

Deste modo, a utilização de novas tecnologias vai permitir uma relação cada vez mais
estreita entre produtores e consumidores da informação.

″Com o acesso as TICs o mundo está cada vez mais pequeno, por essa razão, é dever de
todos nós sermos capazes de adquirir os instrumentos necessários para as podermos
melhor utilizar num mercado global em que a concorrência é cada vez mais acérrima e
em que serão vitoriosos os que as conseguirem melhor utilizar em seu proveito″.

O Governo de Angola reconhece de uma forma inequívoca que o sector das TICs
constitui um importante elemento indutor do desenvolvimento social e da propriedade
econômica do país, um motor da luta conta a pobreza e a exclusão social e um
catalisador para edificação da Sociedade de Informação e do Conhecimento em Angola.

Para que o desenvolvimento seja sustentado devem revigorar-se os processos de


coordenação social no âmbito das comunidades e fazê-las participar, visando a
promoção do desenvolvimento sustentável numa sociedade em rede.

Com exemplo, em diversas comunidades, devem-se construir pequenos centros de


excelência, que possibilitarão os elementos dessas comunidades a terem conhecimentos
básicos sobre as novas TICs para que não estejam alheios às novas ferramentas. A
constituição de pequenos Cybers Café facilitara aos estudantes e demais elementos da
comunidade consultar uma enorme diversidade de conteúdo.

As repercussões que as TICs provocam na estrutura organizacional são:

a) Estratégico: quando a ação é susceptível de aumentar a coerência entre a


organização e o meio em que ela está envolvida;

b) Operacional: quando as estratégias preconizadas têm um impacto substancial sobre


o pretendido.

As TICs têm um grande impacto em relação aos recursos disponíveis, daí que os
gestores tenham uma porta aberta para a entrada no mundo empresarial.

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2.4 – CONTEXTO DE APRENDIZAGEM EM TIC

No século XXI, a informação e o conhecimento têm um fundamental no crescimento e


no reforço da competitividade dos países, incidindo, com mais força, naqueles que se
encontram em vias de desenvolvimento. Neste âmbito, as TIC têm um forte impacto
com vista ao desenvolvimento e potenciamento de competências, que permitam ao
homem alcançar os benéficos da sociedade de informação e do conhecimento.

As TIC educam a actualidade, uma vez que a utilização do computador potencializa a


teoria da informação, rompendo os modelos tradicionais do processo de comunicação.
Por este motivo, a escola deverá ser a instituição preferencial para a implementação do
ensino das novas TIC. Com feito, é essencial que receba o apoio das restantes
instituições públicas e privadas.

Segundo Libedinsky (Litwin, 1997), ″ Os computadores haverão de produzir profundas


mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, não como um cenário de modernos
e sofisticados aparelhos, mas com uma ponte de ligação entre as escolas. Não que as
novas TICs sejam o único caminho, pois mesmo sem elas é possível fazer essas trocas
através do correio postal tradicional, mas caminho que se apresenta mais viável devido a
sua grande comodidade e rapidez em realizar as trocas e a interacção entre estudantes e
professores ″ este meio informático permitirá a utilização de meios que facilitarão o
timing na execução de tarefas, a comunicação por e-mail, a formação à distância, a
participação em fóruns, a pesquisa online, etc.

2.5 – O EMPREENDEDOR E AS TIC

Empreender: é a forma especial de se dedicar à inovaçao, às atividades de organização,


administração, execução, e geração de riquezas, aplicando os seus conhecimentos
relativamente ao mercado onde se encontra inserido.

Empreendedorismo: é a capacidade de criar e gerir empresas, bem como oportunidades


de sucesso.

Um empreendedor deve fazer inovações tecnológicas capazes de criar novas


ferramentas de gestão.

As qualidades de um empreendedor são:

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- Iniciativa;

- Coragem;

- Firmeza;

- Decisão;

- Respeito;

- Capacidade de organização e direcção.

Os elementos que definem a pessoa empreendedora, segundo Robert Boogaard são:

- Maximizam as oportunidades;

- São felizes com a sua instituição e trabalham para reforçar as suas capacidades
intuitivas;

- Criam virias profecias de auto-satisfação para contar os resultados positivos;

- Tim atitudes que permitem transformar a má em boa sorte.

O sucesso nesta área envolve amor à tarefa que a pessoa tem de realizar. Para isso, este
deve analisar os eventos da sua vida, sejam estes positivos ou negativos, neste sentido,
deverá ter uma visão aberta para abrir novas oportunidades.

2.6 – A GESTÃO ELECTRÓNICA

A gestão dos sistemas documentais tem como objetivo fulcral facilitar a pesquisa e
navegação por meio dos conteúdos.

As consequências da gestão ineficiente de documentos electrónicas são:

- A confusão entre diferentes versões do mesmo documento, ocasionada pela existência


de múltiplas cópias todas diferentes do documento final;

- A destruição ou perda de documentos que devem ser mantidos, porque não existe um
armazém centralizado e o autor não tem conhecimento da duração do tempo de retenção
do documento;

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- A falta de autenticidade de um documento; a manipulação eletrônica de um texto é de
fácil acesso, pelo que é necessário ter imenso cuidado;

- A perda do contexto de um documento, quando os documentos que lhe devem estar


anexos não se encontra junto do mesmo;

- A perda da acessibilidade por mudanças tecnológicas, porque as alterações no


software, no hardware podem tornar os ficheiros inacessíveis.

Gestão electrônica de um documento assume-se como base metodológica para a


obtenção de informação.

As duas fases para implementação da gestão electrônica são:

- Primeira fase: analisa-se os documentos, atendendo às suas necessidades futuras e ao


seu manuseamento; criam-se estratégias para manter os documentos acessíveis e
invioláveis;

- Segunda fase: constrói-se um projecto pra a implementação da estratégia de


identificação, selecção e aquisição de um software de gestão de documentos; coloca-se
o projecto a funcionar.

Em função do que foi referenciado acima, qualquer que seja o modelo adaptado, o
sistema de gestão electrónica de documento deverá:

- Fornece elementos sobre o contexto dos documentos;

- Fornece elementos que permitam provar a autenticidade dos documentos;

- Ser compatível com os procedimentos dos arquivos existentes ou impostos pela


legislação;

- Ser robusto em relação às mudanças tecnológicas ou organizacionais;

- Permitir a ligação entre documentos electrónicos e em papel;

- Gerir os documentos em diferentes etapas, mantendo-os acessíveis e invioláveis.

A aquisição e implementação da gestão eletrônica de documentos exige custos elevados,


mas apesar disso apresenta muitos benefícios, tais como:

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- O acesso fácil e rápido à informação;

- A utilização de documentos precedentes com poucas alterações;

- A distribuição rápida e fácil, a custos reduzidos, de grandes quantidades de informação


com longínqua dispersão geográfica;

- O atendimento por hot-line, podemos visualizar o documento mesmo que os


interlocutores estejam separados por linhas telefônicas;

- A recuperação fácil, em caso de acidente; as ferramentas de backup, disaster recovery


e centro de armazenamento são funcionalidades que podem recuperar, totalmente, o
conteúdo dos documentos já elaborados;

- A possibilidade de utilização de data centers, que processam e guardam, de forma


segura, uma grande quantidade de informação;

- A eliminação de custos a nível de espaço e pessoal.

As consequências de uma gestão de documentos electrónicos pouco cuidado são:

- Tempo perdido na procura de documentos eletrônicos armazenados sem um


planeamento adequado para um acesso fácil no futuro;

- Tempo perdido por aceder a uma versão desactualizada do documento;

- Impossibilidade de encontrar um documento apagado devido à falta de uma adequada


política de preservação;

- Impossibilidade de acesso a documentos guardados em sistemas absolutos;

- Impossibilidade de cumprimento dos preceitos legais existentes ou que venham a ser


requeridos;

- Perda de negócios por incapacidade de acesso a informação vital;

- Perda de operacionalidade, devido à incapacidade do sistema em disseminar


informação para os receptores imediatos;

- Custos de armazenamento por publicação desnecessária do mesmo documento.

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Uma implementação bem-sucedida de um sistema de gestão electrónico permite guardar
eficientemente os documentos e a sua boa implementação constitui um passo para uma
optimização de conhecimentos que uma determinada organização possui.

TEMA III – A ESTRUTURA FAMILIAR E A DINÂMICA SOCIAL

3.1 – Introdução

A família é o primeiro e o principal meio onde o indivíduo aprende a inserir-se em


outros meios, ou seja, é na família onde ocorre a socialização primária. Através deste
elemento, o indivíduo conhece os seus papeis, dando início a transmissão de valores,
costumes e tradições entre gerações.

3.2 – O CONCEITO DE FAMÍLIA

Família: é a unidade básica da sociedade formada por indivíduos com ancestrais em


comum ou ligados por laços afectivos;

- É aquele que apresenta uma estrutura composta por um conjunto de indivíduos com
condições e posições socialmente reconhecidas e com uma interacção regular
socialmente aprovada.

3.2.1 – Tipos de família

Os tipos de família que estudaremos são:

3.2.1.1 – Família Monoparental

É aquela composta por um dos progenitores no caso pai ou mãe.

O surgimento deste tipo de família ocorre devido alguns fenômenos sociais, como o
divórcio, o abandono do lar, ilegitimidade ou adopção de crianças por uma só pessoa e
decisão (na maior parte dos cônjuges, uma decisão da mulher de ter um filho da forma
independente).

3.2.1.2 – Família Real

É aquela constituída pelo soberano (um rei ou rainha) e todos os seus descendentes.

Os membros desta família são figuras importantes e gozam de determinados privilégios


na nação que representam.

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3.2.1.3 – Família sagrada

É aquela constituída por tríade crista representada na Bíblia por Jesus, Maria e José.

3.2.1.4 – Família do tipo europeu

É aquela constituída pelos pais e filhos.

3.2.1.5 – Família tradicional

É aquela família mais alargada, constituída pelos pais, filhos, primos, tios, etc.

3.2.1.6 – Família arco- íris

É aquela constituída por um casal homossexual (ou uma pessoa sozinha homossexual)
que tenha uma ou mais crianças ao seu cargo.

3.2.1.7 – Família contemporânea

É aquela constituída pela inversão dos papeis do homem e da mulher na estrutura


familiar passando a ser a mulher a chefe de família.

Abrange neste tipo de família, a família monoparental constituída por mãe solteira ou
divorciada.

3.2.1.8 – Família comunitária

É aquela constituída por todos membros adultos do agregado familiar e todos são
responsáveis pela educação da criança.

3.2.2 – NOÇÃO DE FAMÍLIA ANGOLANA

A nossa realidade social é caracterizada pela existência maioritária de valores e


referências da cultura tradicional africana, a que sobrepõem valores e referencias da
cultura ocidental. Por força dessa combinação cultural existem dois grandes tipos de
organização familiar na sociedade que são: família tradicional e família do tipo
europeu.

A família tradicional em regra é extensa, podendo ser poligâmica. Este tipo de família é
próprio do sistema cultural tradicional angolano, e em todas as suas matrizes regionais e

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locais. Este tipo de família é mais predominante nos meios rurais, mas também se
encontra em grande parte da população que reside nos meios urbanos.

No nosso país assim como nos outros países africanos, existe respeito e aceitação em
relação aos adultos, tanto que é muito frequente ouvir uma criança ou adolescente
chamar mãe à tia ou pai ao tio.

2.3.3 – IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA, DA ESCOLA, DOS MASS MEDIA, DA


MODA COMO AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO DA PESSOA.

Socialização: é o processo em que a criança apreende os valores e regras de uma


determinada sociedade;

- É o processo de integração de um indivíduo numa determinada sociedade ou grupo


social de acordo com as normas estabelecidas.

2.3.3.1- Importância da família como agente da socialização

Cada indivíduo, integrado numa família, pertence a essa sociedade e tem o beneplácito
de conhecer a língua, as tradições, os hábitos e os valores sociais.

A principal finalidade da família é assegurar a vivencia social e a sua integração na


comunidade.

O principal agente de socialização é a família, que tem como função aprender os valores
sociais imprescindíveis à sua vida em sociedade. Os pais têm a capacidade de
influenciar no desenvolvimento cognitivo, afectivo dos filhos através do poder
educativo, fazendo-os crescer e desenvolver como ser humano.

2.3.3.2 – A escola como agente de socialização

A escola é um dos alicerces fundamentais para a formação do indivíduo a nível pessoal


e social; é um espaço de formação onde se adquirem conhecimentos importantes para a
vida profissional e futura.

A educação escolar ou formal é o complemento da educação familiar, daí a necessidade


de ter uma relação intrínseca entre família e escola.

Esta instituição permite à criança adquirir conhecimentos e, o desenvolvimento das suas


competências e habilidades; aqui, a criança pode alterar e moldar o seu comportamento.

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A escola, a família, os amigos e os meios de comunicação social, são agentes de
socialização que intervêm na vida da criança. Assim, esta desempenha um papel
preponderante na formação individual da criança.

2.3.3.3 – Importância das mass media na socialização

Desde os primórdios, o homem teve a necessidade de comunicar com os outros.

Os mass media como a rádio, a televisão, a imprensa, a internet, etc, desempenha um


papel fundamental para a socialização do indivíduo. Esses meios propiciam a
necessidade de uma vinculação rápida e eficaz da informação destinados a distintos
indivíduos.

O objetivo dos mass media é atingir o maior número possível de indivíduos num curto
período de tempo, fundamentalmente quando se trata de um acontecimento de
relevância social.

Harold Lasswell, afirma que ″os valores próprios de uma sociedade são, de facto,
reformulados e transmitidos pelos media de forma a constituírem-se como uma
verdadeira ideologia″.

Portanto, os mass media desempenham um papel fundamental na formação das atitudes


e opiniões como agentes socializadores promovendo a coesão social.

2.3.3.4 – A moda como agente de socialização

A moda comporta os vários estilos e pode ser considerado o reflexo da resolução


contemporânea; acompanha o vestuário do tempo em que se integra.

A moda transforma-se e moderniza-se devido ao aparecimento de culturas de outros


povos e em função dos hábitos e costumes. A socialização do indivíduo depende muito
do meio social onde está inserido, assim como dos objetos e conceitos do referido meio.

A moda é um agente de benefício para o próprio indivíduo, funcionando como


influencia pessoal na construção da identidade social por ele idealizada. Por este
motivo, é importante consciencializar as pessoas a racionar e a tomarem atitudes
consoantes o seu nível de vida.

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A construção de uma pessoa deve basear-se nos princípios morais e culturais de um
povo; não se diz que não devemos estar na moda, mas devemos respeitar os padrões
culturais, evitando o consumo exagerado de produtos de outros país.

Nós devemos estar na moda seguindo o nosso padrão cultural, os nossos hábitos e
costumes e não sermos escravos ada modas. Mas apesar de tudo a moda é uma forma de
acompanhar o desenvolvimento do mundo, especialmente, em relação a moda.

2.3.4 – Factores influentes na formação de um indivíduo

Os principais factores influentes na formação do indivíduo são:

- Social: o papel social que é um elemento desempenha numa sociedade, tendo em


conta o seu estatuto social, influencia as pessoas que o rodeiam;

- Pessoal: qualquer elemento é livre de ser o que quiser desde que respeite as leis e as
normas vigentes no local;

- Produtos: se o produto for bom, a pessoa é livre de escolhê-lo e de o utilizar;

- Situacionais: as temperaturas em alguns países são muito baixas, pelo que os


visitantes têm que adequar o seu vestuário àquele que é usado na localidade; podem não
gostar, mas é uma forma de se manterem aculturados;

- Culturais: em Angola aborda-se a perda de valores, problema das instituições


governamentais e dos órgãos de informação, pois esta questão é passada de geração em
geração.

Devemos salvaguardar aquilo que é nosso para a nossa própria identidade cultural,
devemos ser nós mesmos, independentemente da raça.

3.3 – A MORAL NA SOCIEDADE URBANA E RURAL

Tradicionalmente, a cidade tem sido encarada como o lugar da modernidade, do civismo


e como uma organização, diferente, ao conceito de campo, que se considera um lugar
marginalizado, sem desenvolvimento, etc.

A cultura camponesa tem a sua base no modo de vida camponês, ao passo que, a cultura
urbana no modo de vida moderno.

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Existe uma grande diferença entre a sociedade urbana e a rural. Na sociedade urbana, o
desenvolvimento actual é extremamente acelerado e ligado ao processo de produção de
riquezas, determinando o valor da mercadoria, as mudanças, a tecnologia, e levando os
sentimentos destes indivíduos à valorização da tecnologia, do novo, do que é
sofisticado. Pelo contrário, a sociedade rural recupera as lembranças do passado em
geral e não apenas aquelas que são herdadas de gerações anteriores e elo
conservadorismo, caracteriza-se pela falta de desenvolvimento, de infra-estruturas
sociais como cinemas, estruturas rodoviárias, economia de subsistência, redes eléctricas,
etc.

A industrialização na zona rural facilitou a integração, em certas localidades, de


melhores condições de sobrevivência tais como escolas, moradias modernas para
trabalhadores, sistema primário de assistência sanitária, sistemas de transportes, etc. aos
pouco, a camada mais jovem, de acordo com a sua constituição, caracterização
psicológica e biológica, demonstrou clara preocupação com a comunicação com os
outros.

De acordo com os valores juvenis constituídos socialmente, a tradição é algo que deve
ser negada. Existem factores que se devem preservar como:

- Das diferenças no interior da própria juventude;

- Do resgate de concepções que servem para as lutas juvenis contemporâneas.

Enquanto que a juventude rural tem, pelo seu próprio modo de vida, uma relação com a
tradição diferente da juventude operária, ambas urbanas e pouco apegadas às tradições
populares e rurais, todavia mantém uma relação um pouco diferente com as tradições
valorizadas socialmente.

3.4 – OS HÁBITOS E COSTUMES

Os hábitos e costumes ditam o comportamento cultural e a identidade de construção da


personalidade de um povo.

O nosso país é caracterizado por diferentes cuturas, caracterizada pelos Twocwe,


Quimbundo, Bacongos, etc. temos as danças tradicionais, destacando-se a rebita, o
semba, o mayeye e a tchianda. A língua oficial de Angola é o português, mas existe
outras línguas nacionais tais como: Nhaneca, Nganguela, Umbundo, Kimbundo e

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Tchokwe. Distinguindo-nos na culinária pelo funge, acompanhado por carne seca ou
bagre, mas também pelo mufete e a kizaca, que são as folhas de mandioqueira e pelo
feijão de óleo de palma.

Os nossos hábitos e costumes, devem ser ensinados à criança desde cedo, sobretudo
quando se trata de educação. A educação higiênica, o amor, o respeito e as boas
maneiras não devem ser esquecidas e ensinadas nas crianças.

Devemos ter o hábito de elogiar quando as pessoas fazem algo de bom para que
elas se sintam motivadas a continuar no bom caminho.

A palavra hábito deriva do Latim habitu que significa estado, modo de ser,
costume, etc.

Hábitos e costumes: é o comportamento regular e normal de uma pessoa em


relação às suas necessidades e às reacções do meio que vive.

3.4.1 – O parentesco

Os processos de casamento, paternidade e hereditariedade, segundo o sistema


tradicional, obedece a um princípio uterino de linhagem.

Este princípio se sujeita a determinados critérios de onde os membros das


famílias a que pertence cada um dos cônjuges (casal) são os que resultam dos laços
uterinos anteriores ao casamento. Portanto, os filhos pertencentes à mãe estão
vinculados à família desta porque se considera mais a ligação uterina de procriação do
que a ligação testicular, estando está em permanente dúvida.

A linhagem materna e o poder paternal sobre os filhos do casal é exercido pela


mãe e pelos seus irmãos uterinos, os tios.

No casamento, os bens são geridos com autonomia por cada um dos cônjuges;
quando há separação ou caso de morte de um cônjuge, os bens são repartidos pelos
familiares uterinos segundo o princípio matrilinear.

3.4.2 – O alambamento

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Em Angola, este termo é comum e abrange todos os grupos étnicos, variando de
cultura para cultura e de clã para clã, mas resulta na união entre duas pessoas de sexos
opostos.

O alambamento (casamento tradicional) ocorre quando um rapaz descobre uma


rapariga de quem ama e com deseja casar; ao notar na rapariga qualidades de trabalho,
este ganha interesse em assumir um compromisso com ela, dando menos interesse ao
aspecto físico.

Em algumas culturas do nosso país, depois do conhecimento travado com a


rapariga, o jovem arranja um amigo que lhe entregue um presente de uso pessoal (lenço
para a cabeça). Segue-se o consentimento da família, partindo de uma reunião familiar.
Neste encontro, o jovem leva uma garrafa de vinho ou, uma bebida tradicional,
dependendo da região. Se a jovem (rapariga), os pais e os tios maternos beberem da
mesma garrafa significa que o ″amigo″ é aceite e é, também, nesta altura que a família
decidirá que dote terá que ser entregue no dia do alambamento.

O dote inclui a carta de pedido com algum valor monetário, bebidas quentes,
sapatos, fósforo, peças de vestuário, de panos, etc. mas, devemos saber que o dote não é
uma forma de comprar a jovem, mas sim uma maneira de o noivo indemnizar a família
da mulher pela perda de uma importante força de trabalho e sustento é, também uma
garantia de durabilidade do casamento e de uma forma da mulher ser bem tratada, visto
que não haverá devolução do dote caso haja separação.

A família da noiva deverá vigiá-la para que a mesma seja fiel ao marido, pois a
consequência da infidelidade feminina é o divórcio e a devolução do dote, causando
vergonha para toda a família.

3.4.3 – O casamento

No nosso continente, existe varias formas matrimoniais, isto é, vários conjuntos


de requisitos essenciais que são reconhecidos por lei; estas formas podem ser reliosas ou
civis. O casamento religioso é celebrado por um padre, pastor ou rabino, ao passo que, o
civil é celebrado por um oficial do registo civil. Apesar de o casamento ser,
normalmente, entre duas pessoas, existem sociedades onde os casamentos com maais de
duas pessoas são permitidos.

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O matrimónio constitui a institucionalização das relações que têm como base a
união intersexual.

A institucionalização desta união, entre um homem e uma mulher, elabora-se


em virtude de um acto jurídico voluntário e lícito que tem como intuito estabelecer as
relações jurídicas conjugais.

3.4.3.1 – Tipos de casamentos

Os tipos de casamentos que estudaremos são:

-Casamento por conveniência: é aquele realizado apenas por motivos sociais ou


econômicos;

- Casamento poligâmico: é aquele realizado entre um homem e várias mulheres;

- Casamento homossexual: são aqueles que ocorrem entre pessoas do mesmo sexo;

- Casamento arranjado: é aquele celebrado a partir de qualquer relação afectiva entre


os contraentes e, geralmente, é feito um acerto pelos seus responsáveis: pais, tios, chefes
do clã, etc;

- Casamento branco ou celibatário: é aquele onde não existem relações sexuais entre
o casal;

- Casamento religioso: é aquele celebrado perante uma autoridade religiosa;

- Casamento civil: são aqueles celebrados sobre os princípios da legislação vigente em


determinado;

- Casamento aberto ou liberal: é aquele casamento em que é permitido ao cônjuge ter


outros parceiros sexuais por consentimento mútuo.

3.4.4 – A fidelidade

Neste tem, abordaremos sobre a fidelidade conjugal.

Fidelidade conjugal é a manifestação da fidelidade no domínio de uma relação


conjugal-qualquer que seja a sua natureza em figuras ou em papeis de gênero- que pode
ser reciproca, mutuamente acordada e assentida, ou unilateral, acordada ou não. Implica
mútua confiança, aceita esta e considerada como base da estabilidade relacional.

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A fidelidade não é só exclusiva do matrimonio, é, também, indispensável no
noivado, pois não existe outra maneira de aprender a cultivar uma relação e fazer com
que ela prospere. Uma boa relação torna-se especial e favorece a vivência da fidelidade,
no entanto, deve ser conservada para que não se mantenha apenas numa etapa inicial,
onde o interesse de estar com a pessoa amada são maiores. Nesta etapa, o carinho torna-
se constante e se dá pouca importância aos erros do parceiro/a, fazendo-se tudo para
superar alguns problemas do relacionamento.

Nunca se deve esquecer que para ser fiel não temos, necessariamente,
que impedir o desenvolvimento natural do nosso ego.

3.4.5 – O divórcio

Infelizmente, na nossa sociedade, temos verificado um aumento desta prática


devido a vários factores, tais como: ausência de filhos no casal, violência no lar, falta de
assistência alimentar, traição, desentendimentos comportamentais, etc.

Divórcio ou dissolução matrimonial: é a suspensão ou rompimento da


relação/convivência conjugal com motivos bem definidos como o adultério.

O divórcio pode ocorrer de duas formas que são:

- Por mútuo consentimento: é o termino da relação conjugal por vontade de um ou de


ambos os cônjuges sem intervenção de qualquer autoridade judicial;

- Por via litigiosa: é aquele requerido por um dos cônjuges por via do tribunal, tendo
como base a violação de algum direito ou falha do dever conjugal.

A maior parte dos divórcios na nossa sociedade, ocorrem devido a causas


financeiras e à falta de trabalho, que motivam as discussões no seio do casal.

Um divórcio jamais será um simples acto e também nunca será tomada de ânimo
leve, pois, além de afectar o casal também afecta os filhos e os familiares que sofrem
tanto. Dai a importância do diálogo constante para a resolução de conflitos e um esforço
para que haja compreensão por parte dos cônjuges e, caso não se consiga entender,
devem procurar ajuda da família, de amigos achegados em situações extremas
procurarem ajuda psicológica ou dirigir-se na OMA..

3.4.6 – A violência doméstica

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Violência doméstica: é um acto violento, praticado dentro de casa, entre
pessoas unidas por um laço de parentesco (marido/mulher, pais/filhos, etc.).

O problema da violência doméstica não respeita níveis sociais, econômicos,


religiosos, culturais ou raciais visto que todos a enfrentam. Inclui a diversas práticas
comuns como a violência física, o abuso sexual de crianças e os maus-tratos a idosos.

A violência doméstica surge de conflitos no lar e tem gravíssimas consequências


e, muitas vezes, resultam na morte do indivíduo. Nestas situações, o envolvimento de
todos os elementos de uma sociedade é imprescindível, pois podemos travar e punir os
culpados com intervenção policial e judicial imediata. Quanto mais cedo se detectar
casos de violência, mais cedo podemos travar os traumas e as mortes.

3.4.6.1 – Causas da violência doméstica

As causas da violência doméstica são:

- Isolamento geográfico, físico, afectivo e social;

- Vivencias infantis de agressão e violência parental;

- Perturbações mentais e físicas;

- Mudança de emprego;

- Gravidez;

- Problemas financeiros;

- Desemprego;

- Personalidade sádica;

- Alcoolismo ou toxicodependência;

- Religião;

- Frustação;

- Problemas financeiros;

- Tendências para violência relacionadas com crenças e atitudes.

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3.4.6.2 - Consequências da violência doméstica

As consequências da violência doméstica são:

- Traumas;

- Elevados níveis de baixa auto-estima;

- Dificuldade em alimentar-se, em dormir e em concentrar-se;

- Conflito de valores: no caso das crianças, estas vão aplicar, futuramente, aquilo que
aprenderam na sua infância, logo, terão tendência para serem violentos quando forem
adultos;

- Timidez;

- Morte;

- Agressividade, rebeldia ou passividade;

- Marcas físicas;

- Danos emocionais, etc.

As vítimas de violência doméstica devem:

- Apresentar queixa sobre o agressor, dirigindo-se à esquadra mais próxima ou ao


Ministério da Família e Promoção da Mulher;

- Dar a conhecer os maus tratos aos familiares, vizinhos ou pessoas amigas que tanto
podem prestar apoio e assistência, como serem possíveis testemunhas em processo-
crime ou em caso de divórcio litigioso.

3.4.7 – Violência física

Na nossa sociedade, as agressões são frequentes a crianças, adolescentes e


idosos com fortes acusações de feitiçaria.

Salientar que algumas mulheres vítimas deste acto são culpadas principalmente
quando a violência se repete pela terceira vez. Na primeira, acredita-se que ela não sabia
que ele é violento. Na segunda, aconteceu porque ela/e resolveu dar uma chance ao
companheiro/a de mudar, mas pela terceira vez, não tem justificação.

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Violência doméstica: é o uso da força com a intenção de magoar o próximo,
podendo ou não deixar marcas visíveis no corpo (queimaduras, agressões, socos, etc).

O excesso de álcool impulsiona sobremaneira a violência doméstica física. Neste


caso, a pessoa apresenta uma embriaguez patológica.

Embriaguez patológica: é um estado em que aquele que bebe se torna muito


agressivo, por vezes nem se recorda detalhadamente do que fez durante essas crises de
raiva e fúria.

3.4.8 – Violência psicológica

- É a agressão emocional, ameaças, gestos e posturas agressivas que produzem


danos morais e psicológicos no outro indivíduo;

- É a rejeição, menosprezo, discriminação, humilhação, desrespeito e punições


exageradas;

- É uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas causa cicatrizes
emocionais para toda a vida.

Este tipo de violência é mais grave ou prejudicial em relação à física.

Os comportamentos histéricos são o tipo mais comum de violência psicológica;


o agressor obriga, emocionalmente, o outro a satisfazer as suas necessidades de carinho,
atenção e importância. A sua intenção é mobilizar os demais membros da família,
fingindo ou aproveitando-se de uma suposta doença, alguma dor ou problema de saúde
para que tenha cuidados contínuos como atenção, compreensão e paciência. Esta
violência é provocada na maior parte pelas mulheres e os homens que se submetem aos
seus caprichos sofrem bastante.

Histrionismo significa teatralidade e caracteriza-se por comportamento


dramáticos com tendência a captar atenção permanente e continua.

As pessoas com este tipo de problemas atingem seus objetivos através de


comportamentos exagerados, fazendo representações que chama atenção às pessoas que
o rodeiam.

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As crises de destruição de mobílias, documentos pessoais, utensílios ou ameaças
de morte também são consideradas como violência emocional, pois não se sente
diretamente a agressão física. Quando há impedimento do uso do telefone, quando o
agressor impede o cônjuge de sair de casa, quando não disponibiliza à esposa os valores
monetários para as despesas de casa, preferindo ser ele a faze-las para melhor controle
do orçamento também são casos de agressão psicológica.

3.4.9 – Violência verbal

Este tipo de violência é dirigido do agressor para outros elementos familiares e


efectua-se em todos os locais, mesmo em presença de pessoas que não pertencem à
família.

A violência verbal também é frequente quando há ausência de palavra, isto é,


quando alguém se dirige a outra pessoa e espera resposta, obtendo da mesma o silêncio.

Na violência verbal não existe força física, mas uma pressão psicológica vinda
de complexos pessoais; o agressor inferniza a vida de outras pessoas, obrigando-os a
confessar coisas que não fizeram.

Exemplo: tu preferes aquele homem a mim; tu tens outro/, etc.

3.4. 10 – A função econômica, reprodutora e social da família.

A família é unida por múltiplos laços capazes de manter moral, material e


reciprocamente os membros durante uma vida e durante as gerações.

Função social

Como unidade social, a família enfrenta inúmeras tarefas de desenvolvimento.


Dentro delas, cada elemento exerce as suas funções que incluem a protecção e
socialização dos seus membros como respostas às necessidades das sociedades a que
pertence.

3.5 – A ADOLESCÊCIA

O termo adolescência etimologicamente surge do latim adolescere ou


adolescentia que significa crescer.

Adolescência: é a fase de transição entre a infância e a idade adulta;

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- É o período da vida humana entre a puberdade e o estado adulto.

Durante a fase da adolescência ocorrem algumas transformações físicas, mentais


e sociais.

3.5.1 – Fases da adolescência

Segundo Norman e Collins (2009), afirmam que a adolescência divide-se em


três fases que são:

3.5.1.1- Fase inicial (puberdade)

Neste período ocorrem mudanças biológicas ou físicas e psicológicas que


preparam o corpo com a capacidade de gerar filho.

Normalmente segundo os especialistas esta fase começa aos 11 anos e termina


aos 14 anos de idade.

3.5.1.2- Fase intermedia (secundaria)

Nesta fase o adolescente acha-se independente ou dono de si mesmo, do seu


pensamento, deixa de ser egocêntrico e passa a entender além do obvio.

O adolescente sente a necessidade de fazer amizades com pessoas do sexo


oposto ou ter alguém como amigo/a, ou seja, namorado/a.

Esta fase começa dos 14 e termina aos 17 anos.

3.5.1.3- Fase final

Esta fase é o período de maturação psicológica em que o homem começa a sentir


ou ser responsável e fazer planos para o futuro.

Nesta fase o adolescente torna-se autônomo de si mesmo e faz bom uso da sua
consciência para tomar decisões pessoais, etc.

3.5.2 – Crescimento físico

Durante a fase da adolescência, o corpo do indivíduo cresce aos poucos até aos
16 anos, embora os rapazes apenas atinjam a maturidade, em média, dois anos mais
tarde que as raparigas. No entanto, o crescimento não é contínuo.

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As diferentes partes corporais desenvolvem-se em grande velocidade; os
membros superiores, inferiores e a cabeça desenvolvem-se mais rapidamente que os
restantes, atingindo, mais cedo, o seu tamanho final. Este facto provoca uma
desproporção ao tronco, por isso é que, nesta altura, notamos movimentos desajeitados,
típicos dos jovens.

Até aos 11 anos de idade, as crianças têm a mesma força muscular; no entanto, o
crescimento muscular dos rapazes é maior, o que explicita a força física dos homens
quando são adultos.

3.5.2.1 – Mudanças corporais nas raparigas

- Alargamento das ancas. Maior acumulação de gordura no tecido adiposo;

- Desenvolvimento dos seios e das ancas;

- Aparecimento da primeira menstruação;

- Aparecimento do/e acne;

- Aparecimento de pélos nos órgãos genitais, axilas, etc;

- Maior produção das hormonas estrogênio e progesterona, etc.

3.5.2.2 – Mudanças corporais nos rapazes

- Mudança na voz;

- Desenvolvimento corporal por aumento da massa muscular;

- Aumento do tamanho do pênis e dos testículos;

- Poluções nocturnas;

- Aparecimento do/e acne;

- Aparecimento de pelos nos órgãos genitais, axilas, etc;

- Maior secreção da hormona testosterona, etc.

3.6 – O PLANEAMENTO FAMILIAR

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Actualmente o serviço de planeamento familiar é gratuito e está sobre a
responsabilidade do S.N.S e encontra-se integrado no atendimento materno infantil.

Planeamento familiar: é o conjunto de ações que têm como finalidade


contribuir para saúde da mulher e da criança permitindo as mulheres e os homens
escolherem quando e quantos filhos querem ter e evitar gravidez indesejada;

- É um projecto que visa assegurar que as pessoas têm acesso a informação, a métodos
de contracepção eficazes e seguros, a serviços de saúde que contribuem para uma
vivencia de forma segura e saudável.

3.6.1 – Vantagens do planeamento familiar

As vantagens do planeamento familiar são:

- Ajuda o casal a decidir quando querem ter filhos e os seus intervalos;

- Programa a gravidez e o parto adequadamente;

- Melhora a saúde e o bem-estar da família;

- Prepara e promove uma maternidade e paternidade responsável;

- Reduz e aconselha sobre a saúde sexual e reprodutora;

- Previne o cancro ginecológico e as doenças sexualmente transmissíveis.

3.6.2- Métodos artificiais de planeamento familiar

Os métodos artificiais do planeamento familiar são:

- Hormonas: pílulas, injectáveis;

- Espermicidas esponjas e geleias;

- Esterilização cirúrgica: laqueação das trompas;

- Acção mecânica: combinação e hormônios (DIUS);

- Barreiras: capuz cervical, preservativos e diafragma.

As pílulas, actualmente desenvolvem quatro mecanismos de acção, a saber:

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- Produzem a suspensão da ovulação. Neste caso não há fecundação e,
consequentemente, funcionam como anticoncepcional;

- Alteram o estado do muco cervical, dificultando o acesso do espermatozoide até


ovulo;

- Alteram a movimentação do ovulo nas trompas; se está fecundado resultará em aborto;

- Determinam mudanças no endométrio (parte interna do útero), impedindo a nidação


(fixação do ovo fecundado num ponto da mucosa uterina) do embrião.

Os efeitos colaterais da pílula são: cancro da mama, cancro cervical,


malformação fetal, tumores hepáticos, distúrbios circulatórios, etc.

3.6.2 – Fecundação artificial

Muitos casais estéreis ou que tem dificuldade de fazer filhos têm recorrido à
fecundação artificial para terem filhos.

As modalidades deste tipo de fecundação são:

- Fecundação homóloga: quando as células germinativas pertencem ao próprio casal


(óvulo e espermatozóide);

- Fecundação heteróloga: quando um dos gâmetas (óvulo ou espermatozóide) é de


outra pessoa que não seja um dos cônjuges;

- Fecundação intracorpórea: quando a união do espermatozóide com o óvulo é feita


no corpo da mulher com o auxilio técnico.

3.6.3- Métodos naturais

Estes métodos não têm inconvenientes e são mais eficazes, estimulam o


conhecimento mútuo do casal, incentivam o respeito dos cônjuges e unem o casal.

Os métodos naturais mais destacados são:

- Método da tabelinha: a mulher ovula apenas uma vez por mês, no Décimo quarto dia
antes da próxima menstruação, o óvulo vive aproximadamente 10 horas após a ovulação
e o espermatozoide 72 horas depois da ejaculação no muco fértil;

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-Método de temperatura: a temperatura basal, pertencente ao homem, é a mais baixa e
estável do corpo. A mulher tem uma temperatura bifásica (uma alta e outra baixa) e a
ovulação (período fértil) dá-se quando a temperatura está elevada;

- Método de ovulação: consiste no controlo do muco vaginal que, normalmente, no dia


da ovulação ou período fértil torna-se mais pegajoso e elástico que nos dias normais.

3.6.4 – Os contraceptivos

A abstinência é o único método eficaz para se evitar a gravidez indesejada ou as


DST. Portanto, antes de optar por um destes métodos é necessário marcar uma consulta
de planeamento familiar par que se possa observar a idade, o estilo de vida e,
fundamentalmente, os efeitos colaterais que possam surgir da escolha do método.

O preservativo é o único método que protege, simultaneamente, a gravidez e as


DST e, também, de que a responsabilidade é do casal e não apenas da mulher.

3.6.4.1 – Métodos contraceptivos

Os métodos contraceptivos que abordaremos são:

- Diafragma;

- As hormonas orais: pílula;

- As hormonas injectáveis;

- O preservativo.

3.6.5 – Gravidez precoce

A gravidez deve acontecer quando uma mulher se encontra bem desenvolvida


física e psicologicamente, porque um novo ser necessita de espaço para poder crescer
dentro do ventre da mãe, caso isso não aconteça, a mãe e o filho/a poderão sofrer graves
consequências.

Gravidez: é o período de crescimento e desenvolvimento do embrião na mulher


e envolve várias alterações físicas e psicológicas.

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Gravidez precoce: é caracterizado pela gravidez no período da adolescência e
considera-se uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas com a vida sexual
precoce de muitos adolescentes.

Na fase da gravidez precoce, os problemas físicos, emocionais e sociais são de


uma ordem importante, neste sentido destaca-se:

- As mães solteiras que engravidam numa fase de desenvolvimento, pelo que tanto o
rapaz como a rapariga necessitam de acompanhamento parental;

- Os relacionamentos sem noção dos riscos e das responsabilidades, que nascem por
falta de uma preparação física e psicológica de ambos os elementos da relação;

- o facto de um dos elementos abandonar o outro, aquando da gravidez, sem se importar


das consequências que poderão sofrer.

Os factores que levam alguma jovem engravidar precocemente são:

- A estrutura familiar;

- A formação psicológica do indivíduo;

- A baixa auto-estima.

É fundamental o apoio da família à adolescente com gravidez precoce, o apoio


moral é importante para aumentar a sua responsabilidade; o diálogo, a segurança, o
afecto e o auxílio tornam-se primordiais para o desenvolvimento saudável quer da
criança que nasce, quer dos pais que ainda são muito jovens. Assim sento, os problemas
são solucionados e o flagelo do aborto ilegal e as consequentes mortes podem ser
diminuídas, pois já se iniciou o trabalho da maturidade nestes adolescentes.

3.6.5.1 – Riscos da gravidez precoce

Os riscos da gravidez precoce são:

- Abandono dos estudos por parte dos adolescentes envolvidos;

- Falta de conhecimentos para a obtenção de um emprego digno e de boa qualidade;

- Morte da mãe adolescente ou do bebe durante o processo de parte.

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3.6.5.2 – Causas da gravidez precoce

As causas da gravidez precoce são:

- Falta de acompanhamento na educação sexual por parte dos responsáveis pela


adolescente;

- Desconhecimento dos métodos contraceptivos;

- Tabu que existe em muitas famílias sobre Educação Sexual; consequentemente, a


rapariga não aborda a sua vida sexual em casa;

- Interesse em bens materiais que o parceiro lhes poderá proporcionar;

- Algumas adolescentes engravidam com o propósito de casar;

- Falta de debates em escolas, na comunidade e instituições governamentais; se os mass


media abordassem frequentemente este tema, as adolescentes e até mesmo algumas
meninas não engravidariam precocemente.

3.6.5.3 – Consequências da gravidez precoce

As consequências da gravidez precoce são:

- Rompimento forçado da estrutura da personalidade dos jovens;

- Casamento forçado;

- Medo, stress, ansiedade numa etapa inicial para a rapariga;

- Rejeição Social;

- Problemas Legais;

- Graves consequências orgânicas;

- Efeitos na fertilidade futura.

3.6.6 – O aborto

Estudos recentes demonstram que este termo não é uma pratica segura em
nenhuma circunstância, nem é mais seguro que um parto. O aborto é uma prática muito
perigosa e falhava frequentemente, causando a morte da mãe ou do bebé.

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Aborto: é a morte de uma criança no ventre da sua mãe, efectuada antes do seu
nascimento em qualquer uma das suas etapas.

3.6.6.1 – Tipos de aborto

Os tipos de aborto que estudaremos são:

- Espontâneo: é quando sucede de alguma anomalia ou alteração imprevista;

- Provocado: é aquele realizado quando a mãe não deseja a criança, sendo feito em
casa, de forma química ou cirúrgica.

3.6.6.2 – Causas do aborto

As causas mais frequentes de um aborto são:

- Termino de uma relação;

- Pressão e ameaça do companheiro ou familiares;

- Motivos econômicos, etc.

3.6.6.3 – Consequências do aborto

As consequências do aborto são:

- Físicas: sintomas físicos sem explicações orgânicas que resultam em aborto


espontâneo, tais como: dores gastrointestinais, insônias, fraqueza, dor de cabeça
contínua;

- Psíquicas: perturbações mentais tais como transtornos depressivos, ansiedade,


disfunções sexuais, desejo de suicídio, abuso de substancias ilícitas e de álcool, stress
pós-traumático.

- Complicações leves: infecções, febres, queimaduras de segundo grau, vômitos, dores


abdominais e sensibilização Rh (quando o sangue da mulher gravida se mistura com o
sangue do feto e ambos têm Rh diferente)

- Morte causada por complicações imediatas como hemorragias, perfurações uterinas,


complicações com a anestesia, convulsões, danos cervicais e endotóxico.

3.7 – DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

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As DST desenvolvem-se através de bactérias, fungos ou vírus, através de
contacto sexual íntimo, quando um dos parceiros já se encontra afectado.

As DST que estudaremos são:

3.7.1 – Sífilis

Esta doença é provocada pela bactéria Treponema Pallidum e considera-se


contagiosa e perigosa. A sífilis ataca qualquer tecido desde a pele aos ossos, órgãos
genitais, fígado e olhos. Portanto, se for detectada cedo pode ser tratada eficazmente. O
maior perigo é alcançar o sistema nervoso e o coração, o que pode levar à morte. Para a
bactéria se desenvolver necessita de um ambiente quente e húmido.

Sintoma: no local da infecção, na zona genital, um pequeno nódulo rosado evolui para
ulcera indolor. Na segunda fase da doença, há uma erupção cutânea com sintomas de
mal-estar, fadiga, dores de cabeça e outros.

Formas de contagio: transmite-se através das relações sexuais. Dar um beijo numa
zona que tenha uma pequena ferida é muito arriscado. No entanto, não há contagio
através do uso de toalhas, sanitas e outros objetos.

Prevenção: usar o preservativo, realizar analises antes do casamento e durante a


gravidez.

3.7.2 – Gonorreia

Esta doença é uma infecção genital provocada por bactérias designadas por
gonococos. Pode afectar o colo do útero da mulher e, também, a uretra bem como a
região anal. Caso não se trate pode conduzir à esterilidade em ambos os sexos.

Sintomas: ardor e um puz acinzentado ou esverdeado, na vagina ou no pénis, entre 15-


30 dias após o contigo, dor na urina.

Formas de contágio: através do contacto sexual directo.

Prevenção: uso do preservativo uso de desinfectantes adequados para higiene dos


órgãos genitais.

3.7.3 – Candidíase

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É uma doença causada por fungos Candida albicans, que se desenvolvem num
local quente e húmido da vagina.

Sintomas: a mulher sofre de inflamação e irritação nos lábios da vulva, acompanhado


de um fluxo espesso e esbranquiçado e pode ter complicações como é o caso da uretrite.

Formas de contágio: através do contacto sexual ou proliferação do fungo, algumas


doenças, como diabetes ou hipotireoidismo, favorecem o aparecimento desta doença, a
gravidez, as irrigações vaginais e os fármacos com cortisona e os antialérgicos são
outras formas de contágio.

Prevenção: abstinência sexual logo após o aparecimento da infecção e durante o


tratamento.

3.7.4 – Hepatite B

É uma doença causada por um vírus que ataca o fígado, sendo o sangue e a
saliva os principais meios de transmissão, o vírus sobrevive durante bastante tempo e
resiste a alguns desinfectantes, pelo que caso não seja tratada adequadamente pode
causar a morte.

Sintomas: semelhante aos sintomas gripais, náuseas, vômitos, diarreias, cansaço, falta
de apetite, surgimento de icterícia, alterações da cor, das fezes e da urina.

Formas de contágio: transmite-se ao feto pela mãe, através do sémen e secreções


vaginais, suor, lagrimas e saliva.

Prevenção: por meio da vacina contra Hepatite B.

3.7.5 – Herpes genital

Esta doença afecta os órgãos genitais e as zonas envolventes e é causada pelo


vírus Herpes simplex, não tem cura, apenas existem medicamentos que aliviam as dores.

Sintomas: surge quatro ou cinco dias após o contagio e caracterizam-se por vesículas
em forma de cacho que acabam por rebentar, sendo acompanhadas por ardor intenso.

Formas de contágio: através do contacto sexual.

Prevenção: abstinência das relações sexuais.

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3.7.6 – Sida

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida é uma doença provocada pelos vírus


da Imunodeficiência Humana (VIH). Este se produz no organismo humano, podendo
permanecer ″inactivo″ (no caso dos seropositivos) ou ″activos″ destruindo o sistema
imunitário da pessoa.

Sintomas: os primeiros sintomas são semelhantes aos da gripe tendo febre, transpiração
e debilidade geral; em 30‰ dos casos verifica-se o inchaço das glândulas do pescoço,
axilas e virilhas. Se o inchaço durar três meses podemos assegurar que o indivíduo é
portador do HIV-Sida e deve fazer o teste.

Formas de contágio: partilhar seringas infectadas, relações sexuais com portadores da


doença sem preservativo, sexo oral, transmissão ao feto pela mãe, partilha de material
cortante, como por exemplo material de manicure, tesouras, lâminas, etc.

Prevenção: utilização do preservativo nas relações sexuais ou abstinência sexual.

Recomendações

Caso tenha contraído uma DST deve ir ao hospital para ser orientado por um
médico, fazer os testes e seguir as orientações.

Ajude aqueles que têm uma DST ouvindo-o com carinho sem menospreza-los.

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