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Dados Quantitativos:

Como Organizá-los?
Dados Numéricos e as Distribuições de Freqüências
Dados Discretos: Organização Tabular
Dados Contínuos: Distribuição de Freqüências
em Intervalos de Classe
Tipos de Freqüências

aula

05
Apresentação

N
a aula 4 (Gráficos estatísticos: uma síntese dos dados), tratamos da apresentação de
dados qualitativos. Agora, aprenderemos como organizar e apresentar em tabelas os
valores assumidos por uma variável de natureza quantitativa. Portanto, lidaremos,
necessariamente, com dados numéricos; sejam eles discretos ou contínuos. Observações
estatísticas com essa característica (dado numérico) geram um tipo particular de série co-
nhecida como distribuição de freqüências. Esse será o assunto enfocado neste texto. Ve-
remos como devem ser estruturadas as tabelas para exposição de dados tanto discretos
quanto contínuos. Também trabalharemos conceitos importantes, como: limites de classe,
tipos de freqüências, ponto médio de classe, entre outros. A apresentação gráfica dessa série
será estudada em nossa próxima aula.
Para a compreensão deste material didático, você precisa manter uma leitura atenta e
ter conhecimentos básicos – as quatro operações e proporções – e também sobre raiz qua-
drada. Exemplos e exercícios acompanham todo o texto e irão ajudá-lo a entender o assunto
explorado.

Objetivos
Pretendemos que esta aula, além de evidenciar a importância de
saber condensar observações estatísticas de natureza quantitativa,
ajude você na construção de conhecimentos sobre a organização
tabular para esses dados – discretos e contínuos –, de modo que
aprenda a elaborar distribuições de freqüências para apresentá-
los. Ademais, nos esforçamos para que você possa desenvolver
habilidades que lhe permita extrair e interpretar informações so-
bre o comportamento de variáveis quantitativas a partir de tabelas
com tais distribuições.

Aula 05 Matemática e Realidade 3


Dados Numéricos e as
Distribuições de Freqüências

A
ntes de começar, vamos revisar um pouco? Na aula 2 (A estatística: do senso comum
ao conhecimento científico), destacamos a definição: “Variáveis quantitativas são
aquelas que assumem somente valores numéricos”. Veja, por exemplo, os possíveis
resultados obtidos quando se pergunta: “Qual o número de pessoas na sua residência?” ou
“Qual o seu peso?”. Certamente, devem ser expressos em números, porém, será que há
alguma diferença entre as possíveis respostas para cada uma das questões? Seguramente,
sim.
Na primeira delas, o resultado é sempre conseqüência de uma contagem, assim,
somente têm sentido respostas com números inteiros: 1; 2; 3... (no caso específico, sem
contar com o zero). Esses são dados discretos. Para a segunda pergunta, teoricamente,
qualquer valor, entre o menor e o maior peso, pode aparecer como resposta. Teremos,
então, dados contínuos, pois, nesse caso, não podemos fazer uma associação com os
números naturais. Tal diferença na característica desses dados nos leva a organizá-los de
forma distinta em relação à distribuição de suas freqüências.
Vamos iniciar a partir de um exemplo com dados discretos? Imagine a seguinte situação
(fictícia): você é professor(a) de Matemática, na Escola Estadual Nair Burégio, de várias
turmas da 8a série do Ensino Fundamental, sendo umas, matutinas, e outras, noturnas, no
município de Carapeba. Para acompanhar o desempenho de seus alunos, você procura
analisar o comportamento das notas de um teste objetivo, com dez questões, aplicado no
final do trimestre. (Nesse teste de múltipla escolha, cada questão vale 1,0 ponto e o aluno
apenas marca um “X” na alternativa que ele julgar certa). Essa análise é feita a partir do estudo
de duas amostras: uma com 54 alunos das turmas da manhã, outra com 52 da noite.
Quais são as possíveis notas dos alunos nesse teste? Será que você pensou:
0;1;2;... ;10? Muito bem, você acertou! Pois, em cada questão, o aluno simplesmente
acerta ou erra. Assim, os resultados só poderão ser valores inteiros, variando de zero a
10 pontos. Com isso, teremos dados discretos para essa pontuação, não é?
Suponha que, na amostra, as notas do teste objetivo desses alunos, obtidas na
mesma seqüência da lista de chamada, referentes ao primeiro trimestre do ano passado
(não esqueça, são dados fictícios) foram:

4 Aula 05 Matemática e Realidade


Amostra – Turmas MANHÃ (54 alunos)/TESTE OBJETIVO

8 7 6 9 7 5 5 7 6 6 5 8 6 7
6 9 9 8 7 5 6 8 8 8 7 5 8 7
8 6 7 4 5 8 9 9 8 5 8 7 7 4
9 9 5 6 7 7 6 8 7 6 7 7

Amostra – Turmas NOITE (52 alunos)/TESTE OBJETIVO

9 8 6 7 5 9 7 5 6 8 4 7 6 8
6 5 7 6 7 8 5 6 7 6 6 5 9 6
6 7 4 8 3 9 4 8 5 8 7 8 6 9
7 8 6 5 7 5 8 6 7 6

Se você observar atentamente esses conjuntos, a partir da forma como se encontram


seus valores, isto é, ainda não organizados, não conseguirá perceber com segurança, como
foi o desempenho de cada turma no teste objetivo. Esses números, da maneira desordenada
como aparecem, mais confundem do que esclarecem a situação estudada. Dados estatísticos
apresentados assim, sem nenhuma ordenação, ou seja, da mesma forma em que foram
obtidos, são chamados, na linguagem estatística, dados brutos. Não esqueça:

Dados brutos são dados estatísticos coletados e ainda não organizados.

Diante disso, nossa primeira providência será ordenar todos os valores. Essa
organização (de forma crescente ou decrescente) já nos fornece um entendimento sobre
eles (normalmente, são ordenados do menor para o maior). O conjunto formado por todos
os dados brutos que foram organizados em ordem de grandeza (inclusive, com todas as
repetições) é chamado de rol. Lembre-se:

Rol é o conjunto de dados estatísticos ordenados.

Aula 05 Matemática e Realidade 5


Dados Discretos: Organização
Tabular

C
onsidere os dados associados à amostra das turmas da manhã. Tente fazer agora,
o rol para essa turma, ordenando os valores de forma crescente (começando pelo
menor valor). Depois, confira o resultado.

Rol – Amostra da pontuação nas turmas da manhã (54 valores ordenados por linha):

4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6
6 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7
7 7 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9

Atividade 1
Construa a seguir o rol referente à amostra das turmas da noite (52
1 valores).

Observe atentamente o rol de cada uma das turmas. Assim, você terá uma idéia melhor
da situação, concorda? Na amostra da manhã, por exemplo, podemos ver claramente que a
menor pontuação obtida foi 4 e a maior foi 9, portanto, ninguém acertou todas as questões,
não é mesmo? Note também que os valores se repetiram com muita freqüência. Em geral,
isso acontece quando os dados são discretos.
Para essas considerações, nos baseamos apenas no rol, o qual constitui uma primeira
etapa na organização de dados quantitativos e já nos ajuda de início.
Exibiremos, neste momento, a distribuição de freqüências para a pontuação no teste
objetivo na amostra das turmas da manhã e, em seguida, explicaremos sua elaboração.

6 Aula 05 Matemática e Realidade


Tabela 1 - Pontuação no teste objetivo de Matemática, na amostra das turmas da 8a
série/manhã, na E. E. Nair Burégio, Município de Carapeba, em abril de 2004.
N◦ de alunos (fi )
Pontuação (Xi )
(Freqüência observada)
4 2
5 8
6 10
7 15
8 12
9 7
Total 54
Fonte: Dados fictícios.

Vamos acompanhar como foi confeccionada essa tabela?


Examine os 54 dados constantes no rol dessa amostra. Veja que os valores assumidos
pela variável (pontuação) foram: 4; 5; 6; 7; 8 e 9. Na linguagem estatística, eles são referidos
como Xi (devemos ler “xis i”). Como já verificamos, eles se repetiram várias vezes, por isso,
podemos construir uma distribuição de freqüências exibindo os valores originais observa-
dos, os quais aparecem na primeira coluna (da esquerda), um abaixo do outro, individual-
mente, sem as repetições (verifique isso na Tabela 1). Em seguida, na 2a coluna (à direita),
ao lado de cada um deles, registramos o número de vezes que cada valor apareceu no rol,
isto é, sua respectiva freqüência de ocorrência. Esta é denominada freqüência absoluta e
sua notação é fi (deve ser lida “efe i”).
Por exemplo, observe o rol e responda: quantas vezes apareceu a pontuação 4? Esse
valor apareceu duas vezes, não foi? Então, para a pontuação 4 associamos a freqüência
2. Como indicamos essa situação na tabela? Na primeira coluna (a da pontuação), deve
aparecer o 4; na mesma linha, porém, na segunda coluna, escreveremos o número 2 (a fre-
qüência de tal pontuação). Isso significa que, nessa amostra, apenas dois alunos acertaram
exatamente quatro questões objetivas. Na linguagem estatística, teremos que X1 = 4 e f1 =
2. Sucedendo o valor 4, apareceu a pontuação 5. Consulte o rol e responda: quantas vezes
ocorreu essa pontuação? Ela apresentou oito repetições, não é verdade? Procederemos da
mesma forma, acompanhe na Tabela 1: escrevemos 5 na primeira coluna (abaixo do 4) e, na
segunda coluna, registramos a freqüência dessa pontuação, a qual é igual a 8, o que corres-
ponde a X2 = 5 e f2 = 8.
Assim, consecutivamente, procederemos com todos os demais valores constantes no
rol. Em síntese, contamos o número de vezes que cada valor observado aparece no rol e
vamos construindo a sua distribuição, de modo que cada valor assumido pela variável Xi é
associado à sua respectiva freqüência fi.
Vamos entender essa tabela? Observe, por exemplo, a segunda linha. Veja que temos
dois valores: 5 e 8. O que significam? Como traduzi-los? Eles estão a nos dizer que, dos 54
alunos dessa amostra, oito deles acertaram exatamente cinco questões, dentre as dez de
múltipla escolha. Essa é uma forma de ler dados em uma distribuição de freqüências.

Aula 05 Matemática e Realidade 7


Que outros comentários podemos fazer a partir dessa tabela? Ela nos informa que
poucos alunos acertaram somente 4 questões e também que ninguém conseguiu responder
corretamente a todo o teste, pois a pontuação máxima observada foi 9. Acompanhando
a Tabela 1, constatamos, que a maioria dos alunos (15) obteve nota 7, a qual apresentou
a maior freqüência e que uma grande parte (12) teve pontuação 8. Se somarmos essas
duas freqüências, teremos 15 + 12 = 27. A parcela 27, em relação ao todo, 54, representa
50% dos alunos. Por fim, se considerarmos, ainda, os alunos que atingiram 9 acertos (na
tabela, sua freqüência corresponde a 7 vezes), podemos dizer que dos 54 alunos, 34 deles
(15 + 12 + 7 = 34) acertaram 7 ou 8 ou 9 questões. Essas constatações nos permitem con-
cluir que houve um ótimo desempenho no que se refere ao teste de Matemática nas turmas
da manhã.
As análises que acabamos de fazer estão fundamentadas na distribuição de freqüência
que construímos. Através dela, pudemos compreender o comportamento da variável estu-
dada (pontuação no teste) e disso, chegar a conclusões importantes sobre o desempenho
dessas turmas em Matemática.
Portanto, para organizar dados quantitativos e apresentá-los em forma de tabela, de-
vemos, primeiramente, construir o rol e, em seguida, examinar os dados ordenados. Se
constatarmos que os valores se repetem muito, podemos construir uma distribuição de
freqüências, de modo que os dados originais sejam exibidos na própria tabela, a qual é es-
truturada, basicamente, da seguinte forma:

O título (deve responder: o que é? Quando? Onde? Não esqueça!)

Variável estudada (X i)
Freqüência observada (f i)
(Dados originais)

TOTAL

Fonte: Dizer a origem dos dados.

Atividade 2
Teste seus conhecimentos, construindo uma distribuição de freqüên-
1 cias para os dados da amostra das turmas da noite, composta por
52 valores. Em seguida, faça uma análise e teça seus comentários.
Confronte seus resultados com os obtidos pelos alunos da turma da
manhã. Quais suas conclusões sobre o desempenho desses alunos?

8 Aula 05 Matemática e Realidade


Dados Contínuos: Distribuição
de Freqüências em
Intervalos de Classe

V
amos começar com um exemplo? Imagine que, além da pontuação naquele teste
objetivo, você analisa o comportamento da média trimestral de seus alunos. Tal
média é obtida a partir das três notas das provas mensais. Em cada uma, a nota pode
variar de zero a 10,0 pontos. Logo, a média trimestral de um aluno pode assumir qualquer
valor no intervalo de zero a 10 (inclusive o zero e o dez). Isso significa que os dados
referentes à pontuação dessa média são do tipo contínuo.
Suponha que os valores seguintes correspondem a essas médias, no primeiro trimestre,
obtidas na seqüência da lista de chamada:

Amostra – Turmas MANHÃ (54 alunos)/MÉDIAS TRIMESTRAIS

5,0 6,5 7,7 8,2 7,1 5,4 8,3 9,0 8,0 5,9 8,5 6,3 6,6 9,7
7,0 8,0 7,0 4,7 9,4 7,0 9,5 7,5 8,7 7,1 6,0 8,4 7,9 6,4
4,0 8,8 6,4 7,8 5,7 8,8 3,1 8,1 9,6 4,2 7,2 7,3 3,1 9,0
9,0 7,4 6,8 5,0 8,1 9,9 5,7 6,7 7,6 5,3 8,6 7,4

Amostra – Turmas NOITE (52 alunos)/MÉDIAS TRIMESTRAIS

4,0 5,1 6,0 4,1 5,2 8,7 5,2 4,2 7,1 5,7 8,8 8,2 6,8 5,5
3,0 4,8 5,3 3,0 6,5 5,3 3,1 9,3 4,0 4,4 7,0 4,7 5,5 7,5
3,5 9,5 4,2 5,8 4,0 6,5 6,2 5,1 5,0 6,8 3,8 4,9 5,3 3,6
7,9 5,3 6,7 8,4 6,0 4,9 7,3 4,5 9,9 5,9

Você está diante de dois conjuntos de dados estatísticos – dados brutos – os quais,
juntos, totalizam 106 números (54 + 52). Novamente, perguntamos: com valores assim
desordenados, teremos condições de analisar o desempenho desses alunos? Com certeza,
você concordará conosco: NÃO! Dados com essa apresentação não contribuem para uma
leitura do que está ocorrendo. Então, nossa primeira providência será ordená-los.

Aula 05 Matemática e Realidade 9


Atividade 3
Organize os dados, em ordem crescente, referentes às médias na
1 amostra das turmas da manhã. Somente após concluir o rol, confira
o seu resultado com o exposto a seguir:

Rol - médias trimestrais - amostra das turmas da MANHÃ (ordenados por linha):

3,1 3,7 4,0 4,2 4,7 5,0 5,0 5,3 5,4 5,7 5,7 5,9 6,0 6,3
6,4 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 7,0 7,0 7,0 7,1 7,1 7,2 7,3 7,4
7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 7,9 8,0 8,0 8,1 8,1 8,2 8,3 8,4 8,5
8,6 8,7 8,8 8,8 9,0 9,0 9,0 9,4 9,5 9,6 9,7 9,9

Você está diante de um conjunto de dados do tipo contínuo (no caso anterior, os dados
eram discretos, lembra?). Antes de prosseguir com a leitura deste texto, pare um pouco e
examine com muita atenção esse rol. Compare-o com o anterior, o da pontuação com dados
discretos da amostra da manhã. No caso dessas médias, os valores também são muito
repetitivos?
Com certeza, você deve ter constatado que, nessa amostra, as observações não se
repetiram muito. Em geral, essa é uma característica de valores amostrais associados a
uma variável do tipo contínua. Dados numéricos (discretos ou contínuos) com essa carac-
terística são organizados de forma diferente daquela anterior, pois, para serem condensados
e apresentados em tabelas, são agrupados adequadamente em intervalos. Esse procedi-
mento, embora nos exponha ao risco de perder alguma informação, já que renunciamos aos
próprios dados originais presentes no rol, nos oferece muitas vantagens e é de fundamental
importância para a apresentação de resultados numéricos quando aparecem com muita va-
riabilidade entre si. Por exemplo, no caso das médias trimestrais para a turma da manhã, a
distribuição de freqüências para dados agrupados pode ser deste modo:

10 Aula 05 Matemática e Realidade


Tabela 2 - Distribuição das médias trimestrais de Matemática, na amostra das turmas
da 8a série/manhã, na E. E. Nair Burégio, Município de Carapeba, em abril de 2004

Notas (médias) N◦ de alunos (fi )


34 2
45 3
56 7
67 8
78 14
89 12
910 8
Total 54

Fonte: Dados fictícios.

Analise bem essa tabela. Verifique que as observações originais constantes no rol,
não aparecem mais de forma individual na primeira coluna, como na Tabela 1. Agora, essa
coluna é ocupada com 7 intervalos. Estes contêm todos os valores da amostra estudada e são
também chamados de classes ou intervalos de classes. Nessa distribuição, eles possuem
o mesmo peso: todos iguais a 1,0 ponto. Você pode constatar que cada classe é limitada por
dois valores: o limite inferior (li ) − o menor deles − e o limite superior (Li ), o maior. Estes

Analise bem essa tabela. Verifique que as observações originais constantes no rol,
estão separados pelo símbolo “”. Mas, você sabe o que isso significa?
Pode-se entender como sendo uma maneira de estabelecer de que lado o intervalo é

não aparecem mais de forma individual na primeira coluna, como na Tabela 1. Agora, essa
aberto e onde ele é fechado. A regra é clara: pertence à classe aquele limite que estiver
posicionado junto ao traço vertical; caso contrário, ele não pertencerá ao intervalo.
Para esclarecer melhor, consideremos, por exemplo, a 6a classe. Ela é representada por

colunaéocupadacom7intervalos. Estescontêmtodososvaloresdaamostraestudadaesão
8  9. Veja que o limite inferior 8 está junto ao traço vertical e o limite superior 9, não. Con-
seqüentemente, 8 pertence a esse intervalo, enquanto o valor 9, não. Assim, concluiremos

também chamados de classes ou intervalos de classes. Nessa distribuição, eles possuem


que a classe 8  9 contém todas as médias cujos valores estão entre 8,0 pontos, inclusive, e
9,0 pontos, exclusive.
Examine o rol e note que há duas médias iguais a 8,0. Volte sua atenção para a Tabela
omesmopeso: todosiguais a1,0 ponto. Vocêpodeconstatarquecadaclasseélimitadapor
2 e responda: deveremos contá-las nesse intervalo 8  9 ou no imediatamente anterior, que
é 7  8? Esteja atento: no intervalo 7  8, o valor 8 está posicionado no lado em que esse

dois valores: olimiteinferior(li)−omenordeles−eolimitesuperior(Li),omaior. Estes


intervalo é aberto, logo, ele não pertence ao mesmo. Portanto, qualquer aluno com média
8,0 pontos deve ser contado na classe 8  9. Deveremos sempre proceder dessa maneira
em casos semelhantes.

estãoseparadospelo símbolo “”. Mas,vocêsabeoqueissosignifica?


Ao estabelecer onde o intervalo é fechado, o símbolo evita justamente que algum
dado no rol seja contado mais de uma vez (ou seja, que se conte o mesmo dado em dois
intervalos ao mesmo tempo). Na Tabela 2, se prestar bem atenção, você verá que todos os

Pode-se entender como sendo uma maneira de estabelecer de que lado o intervalo é
limites inferiores pertencem ao intervalo e todos os limites superiores, não.

aberto e onde ele é fechado. A regra é clara: pertence à classe aquele limite que estiver
Aula 05 Matemática e Realidade 11

posicionadojuntoaotraçovertical; casocontrário,ele nãopertenceráaointervalo.


Em relação às freqüências fi , note que cada uma delas está associada ao número de
alunos cujas médias estão contidas no respectivo intervalo. Por exemplo, vamos nos con-
centrar na classe de 8  9. Observe que a frequência fi é igual a 12. Como foi encontrado
esse valor? De modo parecido ao que fizemos na distribuição para dados não-agrupados,
isto é, contando, no rol, o número de observações que estão contidos nessa respectiva
classe. Portanto, 12 é o resultado da contagem de todas as médias iguais ou maiores que
8,0 e menores que 9,0 pontos, ou seja, dos 54 alunos estudados nessa amostra, 12 tiveram
uma média trimestral, cuja pontuação variou de 8,0 até 9,0 pontos, incluindo-se o valor 8,0
e excluindo-se o 9,0.
No caso das distribuições para dados agrupados em classes, acontece assim: conta-
mos todos os valores contidos em cada um dos intervalos e registramos, na tabela, essas
freqüências, na segunda coluna, ao lado da respectiva classe. Devemos estar atentos em
relação aos limites de cada intervalo, sobretudo, quando algum valor, no rol, coincidir com
eles. Observe que, excetuando-se o último, o limite superior de qualquer um é sempre o
limite inferior da seguinte.
Mas, e as classes dessa distribuição, como foram estabelecidas?
Vamos examinar novamente o rol referente a essas médias. Observamos, de imediato,
que a menor média nessa amostra foi 3,1 e a maior foi 9,9 pontos. Portanto, todas as 54
observações estão entre 3,1 pontos a 9,9 (incluindo esses valores). O tamanho desse inter-
valo é denominado amplitude total de variação (At) e é assim calculado:

A t = (maior valor observado) – (menor valor observado)

No caso das médias da amostra da manhã, teremos:

At = 9,9 – 3,1 = 6,8 pontos

Atividade 4
Calcule a amplitude total para os dados da amostra das turmas da
1 noite.

12 Aula 05 Matemática e Realidade


Por que nos interessa calcular essa medida? Porque precisaremos subdividi-la, ade-
quadamente, em intervalos menores (sempre que possível, do mesmo tamanho), de modo
que todos os valores do rol possam ser devidamente agrupados. Isso facilita a leitura dos
dados. O tamanho dos intervalos de uma distribuição é representado por h.

Não esqueça:
h = tamanho das classes em uma distribuição de freqüências

A amplitude total deve ser subdividida em quantas classes? Por que no exemplo da
Tabela 2 há sete intervalos?
O número de classes em uma distribuição, na linguagem estatística, é referido como K
e depende da quantidade de dados que serão tabelados. Em geral, os autores recomendam
que as distribuições de freqüências tenham, no mínimo, 5 e, no máximo, 20 intervalos.
Adotaremos, então, essa sugestão: 5 K 20. O objetivo dela é evitar distribuições com um
número muito reduzido ou muito grande de intervalos, pois assim é possível que se torne
bastante difícil identificar tendências (algum padrão) que nos informem sobre o comporta-
mento dos dados. Porém, não há regra única e rígida sobre o número de classes de uma
distribuição. Como sugestão, apresentaremos uma regra que poderá ser alterada, de acordo
com o bom senso e a experiência do próprio pesquisador. Podemos encontrar K, o número
de classes de uma distribuição, através da expressão:
√ √
k∼
= número de valores a serem tabelados. Isto é, k∼
= n.
No caso das médias, a amostra das turmas da manhã é composta de 54 valores. Por-
tanto, .
Logo, podemos ter K = 7 ou K = 8 intervalos. Escolhemos K = 7 porque com esse nú-
mero, como veremos a seguir, as classes puderam ficar, todas, com tamanho igual a 1. Isso
traz a vantagem de facilitar ainda mais a leitura dos dados. Assim, a distribuição da Tabela 2
se apresenta com sete intervalos de classe ou simplesmente sete classes.
Como encontramos o tamanho das classes, h = 1,0 ponto, para os dados da turma da
manhã? Veja bem, a amplitude total nessa amostra foi At = 6,8 pontos. Esse valor dividido
pelo número de intervalos K, que, nesse exemplo foi 7, nos dará o tamanho das classes da
distribuição. Assim, temos que:

Vamos calcular o tamanho dos intervalos para as turmas da manhã? Substitua os valo-
res, calcule e, só depois, confira!

Aula 05 Matemática e Realidade 13


Vamos arredondar, para facilitar a leitura da tabela? Tomaremos h = 1 ponto.
, , .
Portanto, está explicado o porquê da distribuição da Tabela 2 ter sete intervalos (K = 7)
com tamanho h = 1 ponto, ou seja, sete intervalos, de um em um.

Atividade 5

1
Qual o tamanho dos intervalos para os dados das turmas da noite?

Sabendo a quantidade de classes da distribuição (K) e o tamanho (h), resta-nos esco-


lher, adequadamente, o limite inferior da 1a classe. A ele, adicionamos o valor encontrado
para h, o comprimento das classes. A partir do limite do 1o intervalo, começa toda a distri-
buição. Esse limite pode coincidir com o menor valor observado no rol, se for um número
arredondado (isso facilita a leitura dos dados na tabela). Caso contrário, podemos escolher
um número arredondado, mesmo que não conste no rol. Nesse caso, o valor escolhido deve
ser muito próximo e menor do que o mínimo observado.

Observe o rol e veja que no caso das médias na amostra da manhã, o mínimo foi 3,1
pontos. Escolhemos como limite inferior do 1o intervalo, o valor (arredondado) igual a 3,0.
A partir dele, estabelecemos todas as classes, considerando h = 1,0 ponto. Em seguida, con-
tamos todas as freqüências associadas às respectivas classes. Anotamos cada resultado − a
freqüência absoluta de classe (fi ) − ao lado do respectivo intervalo, na coluna à direita. Após
essa etapa, concluímos a tabela, colocando o título e a fonte!

14 Aula 05 Matemática e Realidade


Tipos de Freqüências
As duas distribuições de freqüências que estudamos (uma, para dados não agrupados
e outra, para dados agrupados) foram apresentadas através de uma tabela com uma estru-
tura mínima: somente duas colunas. Uma coluna (a da esquerda) é associada aos valores
assumidos pela variável estudada, a outra (a da direita) mostra as freqüências absolutas (fi ),
respectivamente, associadas a esses valores. Essa tabela pode ser ampliada, exibindo outros
tipos de freqüências as quais nos permitem ter acesso imediato a mais informações sobre
a situação estudada. Por exemplo, em relação à Tabela 2, gostaríamos de saber quantos
alunos:

• conseguiram uma média igual ou maior a 6,0 pontos;


Analise bem essa tabela. Verifique que as observações originais constantes no rol,
• tiraram nota abaixo de 7,0;
não aparecem mais de forma individual na primeira coluna, como na Tabela 1. Agora, essa
coluna é ou qual ocom
ocupada percentual de alunos
7 intervalos. com média:
Estes contêm todos os valores da amostra estudada e são
também chamados • abaixo de 6,0; ou intervalos de classes. Nessa distribuição, eles possuem
de classes
o mesmo peso: todos iguais a 1,0 ponto. Você pode constatar que cada classe é limitada por
dois valores: o •limite
a partir de 7,0;
inferior (li ) − o menor deles − e o limite superior (Li ), o maior. Estes
estão separados• no símbolo7“”.8.Mas, você sabe o que isso significa?
pelointervalo
Pode-se Para
entender como asendo
responder essas uma maneira
perguntas de estabelecer
e fazer de que lado omais
uma leitura/interpretação intervalo
amplaéde resul-
aberto e tados
onde tabelados,
ele é fechado. A regra éa clara:
aprenderemos pertence
calcular à classe
outros tipos aquele limiteEsse
de freqüências. quecálculo
estiverse baseia
posicionado
nas junto ao traço
freqüências vertical; (f
absolutas caso contrário,
i ), também ele não como
referidas pertencerá ao intervalo.
absolutas simples, porque as infor-
Paramações que melhor,
esclarecer elas nosconsideremos,
fornecem são exclusivamente
por exemplo, a 6referentes às éocorrências
a classe. Ela do por
representada intervalo ao
qualque
8  9. Veja estão associadas.
o limite inferior 8 está junto ao traço vertical e o limite superior 9, não. Con-
seqüentemente, 8 pertence
Numa a esse poderemos
distribuição, intervalo, enquanto
ter os oseguintes
valor 9, não.
tiposAssim, concluiremos
de freqüências, com suas
que a classe 8  9 contém
respectivas todas as médias cujos valores estão entre 8,0 pontos, inclusive, e
notações:
9,0 pontos, exclusive.
Examine o rol e note que há duas médias iguais a 8,0. Volte
absolutas: fi % sua atenção para a Tabela
2 e responda: deveremos
Simples contá-las nesse intervalo 8  9 ou no imediatamente anterior, que
é 7  8? Esteja atento: no intervalo 7  8, o valorpercentuais:
8 está posicionado
fi % no lado em que esse
intervalo é aberto, logo, ele não pertence ao mesmo. Portanto, qualquer aluno com média
8,0 pontos deve ser contado na classe 8  9. Deveremos sempre procederabsolutas: Fi ↓ %
dessa maneira
em casos semelhantes. “abaixo de”
percentuais Fi ↓ %
Acumuladas
absolutas: Fi ↑ %
“acima de”
percentuais Fi ↑ %

Aula 05 Matemática e Realidade 15


Como calculamosComo calculamos
essas freqüências? freqüências?
essas Vamos começar Vamos
observando observandoaatentamente
começaratentamente Tabela a Tabela
2. Calcularemos,
2. Calcularemos, Como
de calculamos
início, essasas
de início,
as freqüências freqüências
freqüências?
simples simples
Vamos
percentuais fipercentuais
começar
%. Veja observando Veja que o primeiro
atentamente
quefio%.primeiro a Tabela
intervalo 3  intervalo
2.
4 tem f1 3=2.4 Otem
Calcularemos, = 2. as
2deéfoinício,
1 valor é o valor
O 2freqüências
absoluto absoluto
simples da
da freqüência epercentuais
responde responde
fie%.
freqüênciasomente Vejaporquesomente por
o primeiro
esse intervalo.
intervalo 3  4 Dizemos,
tem f = então,
2. O
esse intervalo. Dizemos, então, que1f1 = 2 é a freqüência2que
é o fvalor
1 = 2 é a freqüência
absoluto da absoluta
freqüência esimples
responde
absoluta simples desse intervalo. desse intervalo.
somente por
Se
Se quisermosessesaber quanto saber
quisermos
intervalo. Dizemos, quanto
2 representa então,2 representa
em que é a termos
2em freqüência
f1 =percentuais,
termos percentuais,
deveremos deveremos
simples
absolutarelacioná-lo desse relacioná-lo
intervalo.
 
com
com o total das quisermos
Se observações, observações,
o total dassaber
que, quanto
nesse caso,2que, é nesse
representa caso,
dado por éfdado
em termos por
percentuais, deveremos
fi =calculamos calculamos
54. Assim, relacioná-lo
i = 54. Assim,

com ousando
f1 %,regra
f1 %, usando uma uma
trêsobservações,
totaldedas regra de trêsque,
simples: simples:
nesse caso, é dado por fi = 54. Assim, calculamos
f1 %, usando uma regra de três simples:
2 x 2 2 = xx ⇒ 2 = x
 = ⇒ i =100 54 100
fi 100 2f54 x
= 100⇒
2
=
x
fi 100 54 100
2 2 200
logo: 54xlogo: 54x = (2) ×daí
= (2) × (100), (100), x = daí × 100x ⇒ = x =×200 100 = ⇒3,x7.= = 3, 7.
54 54
2 54 54
200
logo: 54x = (2) × (100), daí x= × 100 ⇒ x = = 3, 7.
54 54
ProcederemosProcederemos
da mesma forma da mesma
para obterformaas outras fi %.asAcompanhe
para obter Tabela 2. na Tabela 2.
outras fi %.naAcompanhe
Procederemos da mesma forma para obter as outras fi %. Acompanhe na Tabela 2.
Generalizando,Generalizando, para uma
para uma freqüência freqüência
absoluta absoluta
qualquer, qualquer,
simples (fi ) ousimples (fi ) ou
acumulada (Facumulada (Fi ),
i ),
seu cálculo emseu cálculo
termos em termos
Generalizando,
percentuais é percentuais
para umadefreqüência
feito acordoé feito dea acordo
absoluta
com seguinte com
qualquer, a seguinte
regra de três:(f
simples i ) oude
regra três:
acumulada (Fi ),
seu cálculo em termos percentuais é feito de acordo com a seguinte regra de três:

A freqüência do intervalo i do intervaloXi


A freqüência X a freqüência do intervalo ido intervalo
a freqüência Xi X
A freqüência do intervalo i isto é: X  a freqüência do intervalo i X
Total das freqüências 100
Total das freqüências 100 ( fi ) ( fi ) 100 100

Total
 das freqüências 100 ( ( fi ) i) 100
 ∴ x·( fi ) =do(freqüência do intervalo ( i)
∴ x·( fi ) = (freqüência
 intervalo i)·100 ⇒ x =i)·100 ⇒ x = ( 
f·100
i i)
·100
∴ x·( fi ) = (freqüência do intervalo i)·100 ⇒ x = i f  ·100
fi

Atividade 6

1 Calcule as freqüências simples percentuais nas Tabelas 1 e 2.

2 Como calculamos as freqüências acumuladas “abaixo de” (F )?

16 Aula 05 Matemática e Realidade


Observe bem a Tabela 2 e tente responder à pergunta: quantos alunos tiveram média
abaixo de 7,0 pontos? Você poderá responder, se parar e somar as seguintes freqüências:
2 + 3 + 7 + 8 = 20 alunos.
Caso você queira conferir no rol, verá que realmente há 20 valores menores que
7,0 pontos.

Exceto o 8, que é a freqüência absoluta simples do próprio intervalo de referência 6  7,


os demais valores dessa soma referem-se a todos os intervalos anteriores.
Generalizando, temos: para calcular a freqüência acumulada “abaixo de” (Fi ↓) corres-
pondente a qualquer classe i, basta somar fi (freqüência absoluta simples desse intervalo i)
com as freqüências de todas as classes anteriores a esse intervalo i.

Atenção! Quando perguntamos sobre a média abaixo de 7,0 pontos, a classe i


de referência deve ser 6  7 e não a classe 7  8, pois o intervalo 6  7 inclui os
valores entre 6 e 7 (inclusive 6, exclusive 7), e, portanto, contém valores abaixo
de 7,0 pontos, enquanto o intervalo 7  8 inclui valores a partir de 7,0 até 8,0
(sem incluir o valor 8).

100
Por exemplo, temos as freqüências acumuladas abaixo de:
4,0 pontos 2
5,0 pontos 2+3=5
6,0 pontos 2 + 3 + 7 = 12
e assim consecutivamente. Vamos tentar concluir essas freqüências? Continue essa
tarefa e depois confira os seus resultados através da Tabela 3.
Como calculamos as freqüências acumuladas “acima de” (Fi ↑)?
De modo semelhante às acumuladas “abaixo de” (Fi ↓), porém com um detalhe que
as diferencia. Por exemplo, veja se você consegue responder: quantos alunos tiveram uma
média maior ou igual a 7,0 pontos? Você terá que somar a freqüência absoluta simples (fi )
do intervalo 7  8, que é 14, com as freqüências absolutas simples de todos os outros que
sucedem esse intervalo.
Portanto, teremos que somar: 14 + 12 + 8 = 34.
O que significa 34? É o número de alunos, nessa amostra, que teve uma média igual ou
maior a 7,0 pontos.
Em síntese: para calcular a freqüência acumulada “acima de” (Fi ↑) correspondente a
qualquer intervalo i , basta somar a freqüência absoluta simples fi dessa classe i com as
fi  s de todas os intervalos que sucedem essa classe de referência i .

Aula 05 Matemática e Realidade 17


Atividade 7
Calcule as demais freqüências acumuladas “acima de” para os dados
1 da Tabela 2 e, depois, confira os resultados na Tabela 3.

Observação importante! O número de ocorrências abaixo do limite superior


do último intervalo é sempre igual a , o qual também é igual ao número
de ocorrências de valores maiores ou iguais ao limite inferior do primeiro
intervalo.

Ponto médio (Xi )


Em uma distribuição de freqüências para dados agrupados, o ponto médio da classe,
Xi, é o valor central da classe i que representa todos os valores agrupados nesse intervalo.
Seu cálculo tem importância fundamental na obtenção de algumas medidas estatísticas,
como, por exemplo, a média.
O ponto médio pode ser calculado através das seguintes expressões:
h
a) Xi = i + ;
2

i + Li
b) Xi = ;
2

sendo i = limite inferior da classe i; h = tamanho do intervalo i e Li = limite superior


do intervalo.

Por exemplo, na Tabela 2, temos que:

1 3+4
X1 = 3 + = 3, 5 ou X1 = = 3, 5;
2 2

1 4+5
X2 = 4 + = 4, 5 ou X2 = = 4, 5.
2 2

Portanto, X1 = 3, 5 representa os dois valores (f1 = 2) contidos no intervalo 3  4, e


X2 = 4, 5 representa os três valores (f2 = 3) contidos no intervalo 4  5.

18 Aula 05 Matemática e Realidade


Atividade 8
Calcule os demais pontos médios na Tabela 2 e, em seguida, confira
1 na Tabela 3.

O que nos dizem as médias tabeladas?

Tabela 3 - Distribuição das médias trimestrais de Matemática, na amostra das turmas da 8a


série/manhã, na E. E. Nair Burégio, Município de Carapeba, em abril de 2004
Pontuação No de Ponto Fi ↓ Fi ↓ % Fi ↑ Fi ↑ %
média alunos f% médio “abaixo “abaixo “acima “acima
(fi ) (Xi ) de” de” de” de”
34 2 3, 7 3, 5 2 3, 7 54 100, 0
45 3 5, 6 4, 5 5 9, 3 52 96, 3
56 7 13, 0 5, 5 12 22, 3 49 90, 7
67 8 14, 8 6, 5 20 37, 1 42 77, 7
78 14 25, 9 7, 5 34 63, 0 34 62, 9
89 12 22, 2 8, 5 46 85, 2 20 37, 0
9  10 8 14, 8 9, 5 54 100, 0 8 14, 8
Total 54 100, 0
Fonte: Dados fictícios.

Agora, com os dados apresentados de forma resumida e organizada, podemos entender


melhor o comportamento das médias e tirar nossas conclusões sobre o desempenho dos
alunos nessa amostra. Examine a Tabela 3 e localize as classes com as maiores freqüên-
cias. Se você pensou nos intervalos 7  8 e 8  9, você acertou! Esses dois concentram
quase a metade das notas, pois 14 + 12 = 26. Isso pode ser interpretado como: quase 50%
das médias está entre 7,0 e 9,0 pontos, incluindo-se 7,0 e excluindo-se 9,0. Além disso,
se incluímos a classe 9  10, devemos somar mais 8 ocorrências e teremos que, dos 54
alunos da amostra, 34 (14 + 12 + 8 = 34) apresentaram uma média igual ou maior a 7,0. Essa
informação consta exatamente na coluna da freqüência acumulada “acima de”. Em relação
às notas mais baixas, essa distribuição nos informa que apenas 12 alunos (2 + 3 + 7 = 12)
tiveram um rendimento fraco, com médias abaixo de 6,0 pontos, conforme consta na coluna
da freqüência acumulada “abaixo de” da Tabela 3. Concluímos, assim, que foi muito bom o
desempenho das turmas da manhã.

Observe como os dados organizados podem nos dar informações sobre uma deter-
minada situação a que se referem! Note como é importante saber confeccionar e ler as

Aula 05 Matemática e Realidade 19


tabelas estatísticas com as distribuições de freqüências! Analise com clareza e precisão o
fato exposto e elabore conclusões pertinentes. Procedendo dessa forma, seu trabalho terá
sentido no contexto estudado porque possibilitará o conhecimento da situação, permitindo,
daí, possíveis intervenções sobre ela.

Resumo
Nesta aula, aprendemos como organizar dados quantitativos, construindo
distribuições de freqüência para eles. Explicamos como são elaboradas as
tabelas de freqüências quando os dados precisam ser agrupados ou não
em classes. Definimos e exploramos ponto médio e os diversos tipos de
freqüências. Insistimos na importância da compreensão do comportamento da
variável pesquisada para subsidiar sua análise, pois a interpretação de uma
distribuição de freqüências nos permite chegar a conclusões pertinentes sobre
a situação pesquisada.

Auto-avaliação
Vamos ver o que aprendemos? Considere a amostra constituída pelos 52 alunos das
turmas da noite. Essa amostra nos forneceu dois conjuntos de dados (fictícios, lembre-se!):
o conjunto formado pela pontuação obtida por esses alunos, no teste objetivo e o conjunto
constituído pelas suas médias trimestrais. Com isso,

construa uma distribuição de freqüências para cada um desses conjuntos de dados.


1 Em cada distribuição, apresente todas as freqüências, acumuladas e percentuais,
que aprendemos. No caso da distribuição referente às medias, explicite todas as
etapas de sua elaboração (como fizemos quando explicamos a elaboração da Tabela
2). Apresente também, na tabela, o ponto médio de classe, Xi ;

examine com muita atenção essas tabelas com as distribuições que você cons-
2 truiu. Procure analisar esses resultados e tirar suas conclusões. Compare-os com
aqueles referentes à amostra das turmas da manhã, apresentados neste texto. O
que você pode dizer sobre o desempenho desses alunos em Matemática, nessas
turmas? Há alguma diferença entre essas duas amostras? Teça seus comentários
e apresente suas conclusões.

20 Aula 05 Matemática e Realidade


A seguir, apresentamos a Tabela 4 referente aos dados da Tabela 1, porém, agora, exi-
bindo todos os tipos de freqüências estudadas. Confira suas respostas!

Tabela 4 - Distribuição da pontuação do teste objetivo de Matemática das turmas da 8a série


da manhã, na escola Estadual Nair Burégio, em Carapeba, abril de 2004

Pontuação No de Fi ↓ Fi ↓ % Fi ↑ Fi ↑ %
(Xi ) alunos f% “abaixo “abaixo “acima “acima
(fi ) de” de” de” de”
4 2 3, 7 2 3, 7 54 100, 0
5 8 14, 8 10 18, 5 52 96, 3
6 10 18, 5 20 37 44 81, 5
7 15 27, 8 35 64, 8 34 63, 0
8 12 22, 2 47 87, 0 19 35, 2
9 7 13, 0 54 100, 0 7 13, 0
Total 54 100, 0 —— —— —— ——

Fonte: Dados fictícios.

3
7 9
8 5

Aula 05 Matemática e Realidade 21


Referências
AKANIME, C. T.; YAMAMOTO, R. K. Estatística descritiva. São Paulo: Érica, 1998.

BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: Ed. da UFSC,


2002.

BUSSAB, W. O.; MORETTIN, P. A. Estatística básica: coleção métodos quantitativos para


economistas e administradores. São Paulo: Atual, 1981. v.3.

DOWNING, D.; CLARK, J. Estatística aplicada. Tradução de Alfredo Alves de Farias. São
Paulo: Saraiva, 2003.

LARSON, R.; FARBER, B. Estatística aplicada. Tradução de Cyro de C. Patarra. São Paulo:
Prentice Hall, 2004.

PEREIRA, W.; KIRSTEN, J. T.; ALVES, W. Estatística para as ciências sociais. São Paulo:
Saraiva, 1980.

22 Aula 05 Matemática e Realidade

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