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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região

Ação Trabalhista - Rito Sumaríssimo


0016489-22.2023.5.16.0007

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 07/06/2023


Valor da causa: R$ 52.041,11

Partes:
AUTOR: MARCOS ALVES GOMES
ADVOGADO: ANTONIO PEREIRA DE SOUSA FILHO
ADVOGADO: TIAGO PANDA SOARES DE OLIVEIRA
ADVOGADO: RAFAEL MONTEIRO DE OLIVEIRA
RÉU: MG EMPREENDIMENTOS LTDA
ADVOGADO: IRANDY GARCIA DA SILVA
PERITO: AGRIPINO PEREIRA MACHADO JUNIOR
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DO TRABALHO DA


COMARCA DE SANTA INÊS/MA.

MARCOS ALVES GOMES, brasileiro, divorciado, desempregado,


portador do RG n° 018483662001-2 SSP/MA e do CPF n°
00116099313, domiciliado na Rua Sousa Lima s/n, Travessa
Lacerda, Bairro São Francisco, Santa Luzia do Paruá/MA, CEP
65272000, vem respeitosamente a presença de Vossa
Excelência por meio de seu advogado, infra assinado com
fundamento no artigo 840 da CLT, ajuizar
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de MG EMPREENDIMENTOS LTDA ME, pessoa jurídica de
direito privado, inscrito no CNPJ n°18.224.783/0001-52 com
endereço na Rua Sol, n° 52, Bairro Centro Santa Luzia do
Paruá/MA, CEP 65272000, pelos fatos e fundamentos a seguir
postos.

DOS FATOS
O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 05
de janeiro de 2021, ocasião em que, iniciara prestação de
serviço como GARI pela prestadora de serviços do Município
de Santa Luzia do Paruá/MA.
Recebia mensalmente o importe de um salário
mínimo vigente, tendo para tanto, que realizar uma jornada
das 7:00 às 18:00 horas, de segunda a sábado, com pelo
menos 2 horas de intervalo de almoço e por vezes sem hora
para sair e muito menos para entrar. Vale apontar que não
havia controle de ponto eletrônico da jornada de trabalho.
Em Determinado ocasião o Reclamante foi até o
seu superior, solicitar EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(EPI´s) DE USO OBRIGATÓRIO, pois o seus se encontravam
desgastados e impróprios para uso. A atividade desenvolvida
pelo Reclamante é insalubre, sendo, portanto, indispensável
a disponibilização de equipamentos por parte da Reclamada.

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Rua 27 de Agosto nº 70, Centro, Santa Luzia do Paruá/MA, CEP: 65272000.
TELEFONE DE CONTATO:(98)986075205
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Ocorre que a após a solicitação dos


Equipamentos, o seu superior ALDENOR BRITO OLIVEIRA,
representante da Requerida juntamente com o Município de
Santa Luzia do Paruá/MA, o ofendeu por meio de palavras de
baixo escalão, expondo-o ao vexame, humilhação e
constrangimento, configurando portanto, ASSÉDIO MORAL,
conforme prova em anexo. Nesse sentido cabe apontar que
tanto a Reclamada como o Município respondem pelos atos
ilícitos cometido por seus prepostos.
Após o ocorrido o Reclamante foi DEMITIDO SEM
JUSTA CAUSA EM 23 DE MAIO DE 2023.

O Reclamado, o qual assume os riscos do negócio,


deve propiciar a todos os empregados um local de trabalho
no mínimo respeitoso. Isso sob todos os aspectos,
incluindo-se tanto os da salubridade física, quanto o da
salubridade psicológica. Ademais, o empregador não pode
dispensar ao empregado rigor excessivo, expô-lo a perigo
manifesto de mal considerável ou praticar contra ele ato
lesivo da sua honra e boa fama, que é a hipótese ora
trazida à baila.
Acontece que muitos dos seus direitos não eram
observadas, pois, este nunca recebeu da Requerida, Aviso
Prévio, Ferias Proporcionais+ 1/3, Horas Extras,
13ªsalário, ferias, FGTS+ MULTA, adicional de
insalubridade, assinatura da CTPS entre outros benefícios.
Observa-se ainda, que o mesmo faz jus a
01(uma)hora extra por dia desde sua admissão até sua
demissão não contabilizada e nem paga pela Requerida.
Diante disso, o Reclamante tentou de toda forma
entrar em contato com a Reclamada para tratar sobre a
rescisão contratual, colecionando várias frustrações, não
restando saída senão pela busca do seu nítido direito
perante este Juízo.

DO DIREITO

DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO


Tendo em vista a inexistência de justa causa
para a rescisão do contrato de trabalho, surge para o
Reclamante o direito ao Aviso Prévio indenizado, uma vez
que o §1ºdo artigo 487, da CLT, estabelece que a não
concessão de aviso prévio pelo empregador dá direito ao

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pagamento dos salários do respectivo período, integrando-se


ao seu tempo de serviço para todos os fins legais, vejamos
Art. 487 - Não havendo prazo estipulado, a parte
que, sem justo motivo, quiser rescindir o
contrato deverá avisar a outra da sua resolução
com a antecedência mínima de: 1º - A falta do
aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes
ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
desse período no seu tempo de serviço.
Dessa forma, o período de aviso prévio
indenizado, corresponde a mais 30 dias de tempo de serviço
para efeitos de cálculo do 13º salário, férias + 40% da
multa retidos do FGTS.
A Reclamante faz jus, portanto, ao recebimento
do Aviso Prévio indenizado.

DAS FÉRIAS PROPORCIONAIS + 1/3


O Reclamante tem direito a receber o período
trabalho de férias, acrescido do terço constitucional, em
conformidade com o artigo. 146, parágrafo único da CLT:
Artigo. 146 - Na cessação do contrato de trabalho,
qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado
a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso,
correspondente ao período de férias cujo direito tenha
adquirido.
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho,
após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que
não haja sido demitido por justa causa, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias,
de acordo com artigo. 130, na proporção de 1/12 (um
doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14
(quatorze) dias. (destacamos) Bem como artigo 7º,
XVII da CF/88:
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo


menos, um terço a mais do que o salário normal;

O parágrafo único do artigo 146 da CLT, prevê o


direito do empregado ao período de férias na proporção de
1/12 por mês trabalhado ou fração superior a 14 dias.

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Sendo assim, tendo o contrato iniciado no dia 05


de Janeiro de 2021 e terminado no dia 23 Maio de 2023, o
Reclamante faz jus as férias proporcionais acrescidas do
terço constitucional.

DO 13º SALÁRIO PROPORCIONAL


As leis 4.090/62 e 4.749/65 preceituam que o
décimo terceiro salário será pago até o dia 20 de dezembro
de cada ano, sendo ainda certo que a fração igual ou
superior a 15 dias de trabalho será havida como mês
integral para efeitos do cálculo do 13° salário.
Assim, o Reclamante faz jus ao 13° proporcional
referente ao período trabalhado, diante da omissão da
Reclamada.

DAS HORAS EXTRAS

O reclamante trabalhava de segunda a sábado das


07:00h às 12:00 e das 02:00h às 18:00h. Por vezes, essas
horas ultrapassava o limite estabelecido, não sendo pagas.
Não havia registro da jornada de trabalho desempenhada.
Logo, considerando que foi contratado para uma
jornada normal de oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, reclamante realizava 6 horas extras semanais,
equivalente a 26 horas extras mensais, conforme inciso XIII
do artigo 7º da Constituição Federal que assegura que:
São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além
de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito
horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; Bem
como artigo:
58 da CLT: A duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não
excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que
não seja fixado expressamente outro limite.

Entretanto, a Reclamada jamais efetuou o


pagamento das horas extras devidas.

Assim, a Reclamante faz jus ao pagamento de 312


horas extras no valor de R$ 7,50 (sete reais e cinquenta
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centavos) por hora, tendo um total de R$ 2.340,00 (dois mil


trezentos e quarenta reais) a título de horas extras
referente 2021, e 312 horas extras no valor de R$ 8,25
(oito reais e vinte e cinco centavos) por hora, tendo um
total de R$ 2.574,00 ( dois mil quinhentos e setenta e
quatros reais) a título de horas extras referentes a 2022,
e 130 horas extras no valor de 9( nove reais) por hora,
tendo um total de 1.170,00(mil cento e setenta reais) a
titulo de horas extras referente a 2023, conforme § 1º do
artigo 59 da CLT.

DO FGTS + MULTA DE 40%


Diz o artigo 15 da lei 8036/90 que todo
empregador deverá depositar até o dia 7 de cada mês na
conta vinculada do empregado a importância correspondente a
8% de sua remuneração devida no mês anterior.
Artigo. 15 - Para os fins previstos nesta Lei, todos os
empregadores ficam obrigados a depositar, até o
vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a
importância correspondente a 8% (oito por cento) da
remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de
que tratam os artigos. 457 e 458 da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n°
5.452, de 1° de maio de 1943, e a Gratificação de Natal
de que trata a Lei n° 4.090, de 13 de Julho de 1962.

Sendo assim, deve-se condenar a Reclamada a


efetuar os depósitos correspondentes todo o período entre
05 de Janeiro de 2021 e demais depósitos não realizados até
o dia 23 de Maio de 2023
Além disso, por conta da rescisão indireta do
contrato de trabalho, deverá ser paga uma multa de 40%
sobre o valor total a ser depositado a título de FGTS, de
acordo com § 1º do artigo. 18 da lei 8036/90.
Artigo. 18. Ocorrendo rescisão do contrato de
trabalho, por parte do empregador, ficará este obrigado
a depositar na conta vinculada do trabalhador no FGTS
os valores relativos aos depósitos referentes ao mês da
rescisão e ao imediatamente anterior, que ainda não
houver sido recolhido, sem prejuízo das cominações
legais.
§ 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa
causa, depositará este, na conta vinculada do
trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta por
cento do montante de todos os depósitos realizados na
conta vinculada durante a vigência do contrato de
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trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos


respectivos juros.

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Durante todo o período contratual o Reclamante
laborou em condições insalubres. Todavia, nada lhe foi pago
a titulo de insalubridade. A atividade desenvolvida pelo
Reclamante voltou-se, exclusivamente, à coleta de lixo, sem
destinção das espécies catalogadas.
Inquestionavelmente o presente trabalho conta
com uma quantidade diversificada de lixos, o que por si só,
atrai condições insalubres para o Reclamante.
Nesse liame, a CLT é clara quanto ao pagamento
referente ao adicional de insalubridade conforme traduz o
artigo:
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites de tolerância fixados
em razão da natureza e da intensidade do agente
e do tempo de exposição aos seus efeitos.
O labor realizado pelo Reclamante se enquadra
como de trabalho realizado em contato permanente com lixo
urbano.
Assim, requeremos o pagamento do adicional de
insalubridade, já que este nunca foram pagos, no qual devem
ser fixado em grau máximo (40%) em virtude do trabalho
desenvolvido pelo Reclamante, juntamente com os respectivos
reflexos.

DA MULTA DO ARTIGO. 477 DA CLT


No prazo estabelecido no artigo 477, § 6º, da
CLT nada foi pago a Reclamante, pelo que se impõe o
pagamento de uma multa equivalente a um mês de salário
revertida em favor do Reclamante, conforme § 8º do mesmo
artigo 9.

MULTA DO ARTIGO. 467 DA CLT


A Reclamada deverá pagar ao Reclamante, no ato
da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de

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acréscimo de 50%, conforme artigo. 467 da CLT, transcrito a


seguir:
Artigo. 467. Em caso de rescisão de contrato de
trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das
verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao
trabalhador, à data do comparecimento a Justiça do
Trabalho, a partir incontroversa dessas verbas, sob
pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento.

Para mais detalhes, segui em anexo os cálculos,


e abaixo tabela sobre valores referente a rescisão
contratual não paga pelo Reclamado:
DIREITO VALOR

AVISO PRÉVIO R$ 1.320


13° SALÁRIO 2021 = R$ 1.100,00
2022 = R$ 1.212,00
2023 = R$ 550,00
FÉRIAS + 1/3 2021 = R$ 1.466,67
2022 = R$ 1.616,00
2023 = R$ 733,33
FGTS + 40% FGTS R$ 4.449,66
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 2021 = 5.280,00
2022 = 5.817,60
2023 = 6.297,60
MULTA DAS FÉRIAS 2021 = R$ 2.200,00
2022 = R$ 2.424,00
MULTA ARTIGO. 447 DA CLT R$ 1.320,00
MULTA DO 13° SALÁRIO R$ 170,25
HORAS EXTRAS 2021 = 2.340,00
2022 = 2.574,00
2023 = 1.170,00
TOTAL R$ 42.041,11

Diante da omissão da reclamada requeremos o


pagamento de indenização referente aos benefícios acima
postulados e, conforme exaustivamente exposto, violados.

DO DANO MORAL - ASSÉDIO MORAL


Diante dos fatos narrados fica evidenciado o
dever da Reclamada de reparar os danos pelas ações e
omissões como assevera a Consolidação das Leis do Trabalho
no seu artigo 223-B: Causa dano de natureza
extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera

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moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais


são as titulares exclusivas do direito à reparação.
O ato ilícito cometido pela Reclamada é visível
visto que a mesma ofendeu o Reclamante de forma vexatória,
e pelo fato de não fornecer EQUIPAMNETOS DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL (EPI´s) DE USO OBRIGATÓRIO, sendo necessário
provocar o Poder Judiciário para intervir, o que por si só
já enseja a indenização por dano moral.
Nesse sentido, a jurisprudência tem decidido em
favor da Reclamante:
DANOS MORAIS. FALTA DE FORNECIMENTO DOS
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
ADEQUADOS. CONFIGURAÇÃO. A Reclamada, ao não
fornecer os EPI’s adequados e suficientes para o
exercício da função desempenhada pela Autora,
não só descumpre suas obrigações patronais, como
incorre na prática de conduta ilícita, ensejando
o dever de indenização pelo dano moral cometido.
(TRT18, RORSum - 0010973- 55.2020.5.18.0141,
Rel. ELVECIO MOURA DOS SANTOS, 3ª TURMA,
21/03/2022)
Vale destacar, que como já mencionado acima o
Reclamante sofria assédio moral pelo seu superior.
Entende-se por assédio moral todas as condutas
abusivas em um local de trabalho, podendo ser manifestado
por gestos, palavras mensagens, mensagens escritas ou
qualquer meio que possa trazer danos a integridade física
ou psicológica de uma pessoa, podendo assim prejudicar seu
contrato de trabalho e degradar o seu local de labor.
O assédio moral tem como cerne o abuso de um
funcionário de nível superior hierárquico para com o outro
de nível inferior.
No caso em tela, o representante já vinha
ofendendo o Reclamante por meio de palavras de baixo
escalão, expondo-o ao vexame, humilhação e constrangimento
de forma reiterada, configurando, portanto, assédio moral
no qual deve ser reparado, vejamos nosso Código Civil: Art.
186 “aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”
Nesse sentido a jurisprudência tem decidido em
favor do Reclamante:

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DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL. COMPROVADO. O dano


moral, decorrente da relação de trabalho,
consiste na ofensa aos direitos da personalidade
do empregado, em razão da conduta ilícita de seu
empregador. Dentre as classificações
doutrinárias dos danos extrapatrimoniais, está
em especial o assédio moral, materializado pela
conduta abusiva do causador. Tem natureza
psicológica e atinge a dignidade psíquica da
vítima ao desestabilizar o equilíbrio emocional.
Com efeito, o assédio moral torna-se mais comum
nas relações de subordinação e hierarquia, em
que há discrepância nos níveis ocupados pelo
agente e pela vítima, estrutura que facilita a
ocorrência do comportamento antiético. Sendo
certo que a característica primordial do assédio
moral é a prática reiterada da conduta ilícita,
tendo como efeito final a sensação de exclusão,
humilhação ou diminuição da vítima. No caso dos
autos, a prova testemunhal demonstrou a
ocorrência de conduta abusiva no ambiente
laboral, configurando o dano moral in re ipsa (
CRFB , art. 5º , V c/c CC , arts. 186 , 927 e
932 , III ). Tribunal Regional do Trabalho da 1ª
Região TRT-1 - Recurso Ordinário Trabalhista: RO
XXXXX20175010031 RJ. Orgão Julgador Primeira
Turma. Relator(a) ANA AMARIA SOARES MORAES. Data
do Julgamento 10 de Junho de 2022.
Vale ressaltar que o Reclamante procurou em
várias oportunidades a Reclamada para entrar em um acordo,
tendo infrutíferas tentativas, não restando saída senão
pela busca dos seus direitos.
DOS PEDIDOS
Diante das considerações expostas, pleiteia o
Reclamante a condenação da Reclamada nos seguintes pedidos:
♦ Que seja deferido o benefício da assistência
judiciária gratuita, devido à difícil situação
econômica do Requerente, que não possui
condições de custear o processo, sem prejuízo
próprio;
♦ Que seja realizada a citação do Réu para
oferecer resposta no prazo legal sob pena de
preclusão, revelia e confissão;

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♦ Que seja designada audiência de conciliação ou


mediação na forma do previsto no artigo 334 do
NCPC;
♦ Que seja ao final JULGADO TOTALMENTE
PROCEDENTE a presente Reclamação, declarando o
vínculo empregatício existente entre as partes,
condenando o Reclamado a:
♦ Pagar o Aviso Prévio indenizado, saldo de
salário, 13º salário proporcional, terço
constitucional de férias, os depósitos de FGTS
de todo o período acrescido de multa de 40% a
título de indenização, conforme cálculos
explicativos em tabela acima assinalada;
♦ A condenar a Reclamada ao pagamento de R$
2.340,00(dois mil trezentos e quarenta reais) a
título de horas extras referente a 2021, R$
2.574,00 (dois mil quinhentos e setenta e quatro
reais) a título de horas extras referente a 2022
e R$ 1.170,00 ( mil cento e setenta reais) a
titulo de horas extras referente a 2023;
♦ Condenar o Reclamado ao pagamento do adicional
de insalubridade de R$ 5.280,00 ( cinco mil
duzentos e oitenta reais) referente a 2021, R$
5.817,60 (cinco mil oitocentos e dezessete reais
e sessenta centavos) referente a 2022 e R$
6.297,60 (seis mil duzentos e noventa e sete
reais e sessenta centavos) referente a 2023;
♦ Condenar o Reclamado ao pagamento de de férias
dos anos entre de 05 de Janeiro de 2021 até o
dia 23 Maio de 2023, valor assinalado em parecer
contábil anexo a petição.
♦ Condenar o Reclamado ao pagamento da multa
prevista no § 8º, do artigo. 477 da CLT, e, em
não sendo pagas as parcelas incontroversas na
primeira audiência, seja aplicada multa do
artigo 467 da CLT, tudo acrescido de correção
monetária e juros moratórios.
♦ Condenar o Reclamado ao pagamento das
contribuições previdenciárias devidas em face
das verbas acima requeridas, visto que caso
tiverem sido pagas na época oportuna, não
acarretariam a incidência da contribuição
previdenciária.

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♦ Condenar o Reclamado a indenizar o Reclamante


pelos danos morais sofrido, em quantum a serem
impostos por este Juízo, na qual sugerimos R$
10.000,00(vinte cinco mil reais), acrescido de
honorários e custas na forma da lei, incluindo a
incidência de juros e correção monetária a
partir da data de sua citação.

Pretende provar o alegado utilizando-se de todos os meios


em direito admitidos.

Dá se o valor da causa R$ 52.041,11 (cinquenta e dois mil


quarenta e um reais e onze centavos)

Nestes Termos,
Advoga Deferimento.

Santa Luzia do Paruá/MA,07 de Junho de 2023.

TIAGO PANDA S DE OLIVEIRA.’.


OAB/MA 16047

RAFAEL MONTEIRO OLIVEIRA.


OAB/MA 24392

ANTONIO PEREIRA DE SOUSA FILHO.


OAB/MA 26279

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Número do documento: 23060716390087700000019064377

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