Decreto 46456 - 2021 - Código de Ética Dos Servidores
Decreto 46456 - 2021 - Código de Ética Dos Servidores
Decreto 46456 - 2021 - Código de Ética Dos Servidores
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 2º. Os princípios, regras e valores que regem as condutas dos servidores da
administração direta e indireta do Poder Executivo do Município de Anápolis encontram-se elencados
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neste Código de Ética, sem prejuízo daqueles que, mesmo não havendo sido contemplados nas
disposições deste decreto, constem do ordenamento jurídico pátrio;
Art. 3º. Este Código tem por finalidade:
I - evidenciar as normas éticas que regem a conduta dos servidores;
II - reduzir a subjetividade das interpretações pessoais sobre as normas éticas;
III - assegurar à administração pública municipal a preservação de sua imagem e de sua
reputação, mediante a sistematização de normas de conduta a serem seguidas por todos os
servidores, inclusive os comissionados;
IV - preservar a reputação do servidor que adote conduta em consonante com este Código de
Ética;
V - estabelecer regras básicas sobre conflitos de interesses e restrições às atividades
profissionais dos servidores, fazendo sempre prevalecer o interesse público sobre o privado.
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS
Art. 4º. O servidor da administração direta e indireta do Poder Executivo do Município de
Anápolis deve observar os princípios:
I – legalidade;
II – finalidade;
III – motivação;
IV – razoabilidade;
V – proporcionalidade;
VI - moralidade administrativa;
VII - direito à ampla defesa e contraditório;
VIII - segurança jurídica;
IX - interesse público; e
X - eficiência.
Parágrafo único. Incumbe a todos os servidores do Poder Executivo do Município de
Anápolis, ainda, pautar a sua conduta com honestidade, comprometimento, respeito, cooperação, zelo,
competência, prudência, humildade, imparcialidade, justiça, temperança, decoro, urbanidade,
assiduidade, responsabilidade, transparência, economicidade e neutralidade político-partidária,
religiosa e ideológica.
CAPÍTULO II
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XIV - dar tratamento preferencial a quem quer que seja, por interesse ou sentimento pessoal
ou profissional;
XV - permitir que perseguições, simpatias, antipatias, preconceitos ou interesses de ordem
pessoal interfiram no trato com o público em geral, autoridades e/ou com outros servidores;
XVI - praticar atos que não estejam dentre as atribuições do cargo, emprego ou função ou
fazer-se passar por titular de cargo ou de emprego público diferente daquela ao qual foi regularmente
investido;
XVII - alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências;
XVIII - fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em
benefício próprio ou de terceiros;
XIX - apresentar-se com sintomas de embriaguez no serviço ou com seu comportamento
alterado pelo uso de substâncias entorpecentes ou similares;
XX - expor colegas, superiores e subordinados a situações humilhantes e constrangedoras,
durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções;
XXI - importunar colegas, superiores ou subordinados, de maneira explícita ou não, visando a
obter favores sexuais e/ou libidinosos;
XXII - agir de forma preconceituosa em virtude da origem, raça, sexo, cor, idade ou qualquer
outra forma de discriminação;
XXIII - exercer advocacia administrativa, inclusa a atuação como procurador de parte
interessada junto aos órgãos públicos, ressalvado expresso permissivo de lei constante;
XXIV - prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos que
utilizam os serviços públicos prestados pelo município;
XXV - receber presentes ou qualquer tipo de benesse de contribuintes, fornecedores ou
usuários do serviço público, em razão do cargo ou função, excetuados brindes que sejam distribuídos
ao público em geral a título de propaganda ou divulgação habitual.
Parágrafo único. Eventuais presentes que, por sua natureza ou desconhecimento do local
de remessa ou remetente, não possam ser recusados ou devolvidos sem ônus para o servidor, deem
ser destinados ao uso da própria repartição pública ou doados a entidade filantrópica.
CAPÍTULO III
DA COMISSÃO CENTRAL DE ÉTICA
Art. 7º. Fica instituída a Comissão Central de Ética, cabendo-lhe, no âmbito do Poder
Executivo Municipal:
I - atuar como instância consultiva na aplicação do presente Código;
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§ 7º. A Comissão Central de Ética será presidida pelo representante da Chefia de Gabinete
do Prefeito e o Vice-Presidente será eleito pelos seus membros, ambos para um mandato de até dois
anos 2 (dois) anos, coincidentes com o período da nomeação;
§ 8º. O Vice-Presidente ficará incumbido de substituir o Presidente nas suas ausências e
impedimentos.
§ 9º. A ausência do Presidente e do Vice-Presidente impedirá a realização de qualquer
sessão.
§ 10. Cessará a investidura de membros da Comissão de Ética:
I - com a extinção do mandato;
II - com a renúncia;
III - no caso de desvio ético reconhecido pela própria Comissão;
IV - pela aplicação de qualquer penalidade disciplinar ao servidor dela integrante
V - com a demissão ou exoneração do servidor.
§ 11. A Comissão Central de Ética deverá, por seu Presidente, elaborar seu Regimento
Interno, que será aprovado pelo Prefeito Municipal e constará os procedimentos internos a serem
adotados, no prazo de 60 (sessenta) dias da nomeação.
CAPÍTULO IV
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 9º. A violação das normas estipuladas neste Código ensejará, sem prejuízo das medidas
ou sanções administrativas, civis e/ou criminais previstas em legislação própria, a remessa necessária
dos autos, em decisão fundamentada, à Corregedoria, que deverá receber ou rejeitar a representação.
Parágrafo único. Caso comprovada a violação aos deveres dos servidores, deverá a
Comissão de Ética, ainda, recomendar ao servidor e à sua chefia imediata ou superior a necessidade
de observação ao regramento deste código.
Art. 10. A Comissão de Ética poderá adotar outras providências que estejam no seu âmbito
de competência, inclusive a remessa direta dos autos a órgãos externos, independente da análise da
Corregedoria, em especial para evitar atos que importem em prevaricação.
Art. 11. Sem prejuízo das penalidades aplicadas pela Comissão de Ética, devem ser
observadas pelos servidores do Poder Executivo do Município de Anápolis as hipóteses de violação:
I – ao disposto no art. 5º, inciso V, deste Código, pode incorrer na sanção administrativa
referente ao art. 210, inciso V, da Lei Municipal n. 2.073/92;
II – ao disposto no art. 5º, inciso VI, alínea C, bem como ao art. 6º, inciso XXII, deste Código,
pode incorrer na pena referente ao art. 216-A, do Código Penal;
III – ao disposto no art. 5º, inciso XXI, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
323, do Código Penal e art. 210, incisos I e IV, da Lei 2.073/92;
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IV – ao disposto no art. 6º, incisos I, II e IV, deste Código, pode incorrer nas penas referente
aos art. 316 e 317 do Código Penal, bem como art. 210, incisos IV e X, da Lei 2.073/92;
V – ao disposto no art. 6º, inciso VI, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
315, do Código Penal e art. 210, inciso II e IV, da Lei 2.073/92. Se a vantagem for patrimonial, incorre
também nas penalidades referentes aos art. 9 e 10 da Lei 8.429/92;
VI – ao disposto no art. 6º, inciso V, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
325, §1°, inciso I, do Código Penal e art. 210, inciso IV, da Lei 2.073/92;
VII – ao disposto no art. 6º, inciso VI, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art. 9º,
inciso IV, da Lei 8.429/92;
VIII – ao disposto no art. 6º, inciso X, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
320, do Código Penal e art. 210, inciso IV, da Lei 2.073/92;
IX – ao disposto no art. 6º, inciso XVIII, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
314, do Código Penal e art. 210, inciso IV, da Lei 2.073/92;
X – ao disposto no art. 6º, inciso XIX, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
325, do Código Penal e art. 210, incisos IV e XI, da Lei 2.073/92;
XI – ao disposto no art. 6º, inciso XX, deste Código, pode incorrer na sanção administrativa
referente ao art. 210, inciso V, da Lei 2.073/92;
XII – ao disposto no 6º, inciso XXV, deste Código, pode incorrer na pena referente ao art.
321, do Código Penal e art. 210, incisos IV e VIII, da Lei 2.073/92.
Art. 12. O exercício de cargo ou função pública no Poder Executivo do Município de Anápolis
exige conduta compatível com os preceitos deste Código e com os demais princípios constitucionais da
administração pública.
Parágrafo único. Ao tomar posse ou ser investido em função pública do Poder Executivo
deste ente federado, o servidor deverá assinar termo de compromisso formal de conhecimento,
acatamento e observância das regras estabelecidas por este Código de Ética, o qual deverá ser
arquivado na pasta funcional do servidor.
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.