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Atividade de Interpretação - Ciclo Do Ouro - Cópia

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ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA JULIA BALEOLI ZANIOLO

Rua Jacob Scheuer Junior, n.º 152


Fone-fax (047)36274220 CEP 89460-000 – CANOINHAS
Estado de Santa Catarina

ATIVIDADE DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - HISTÓRIA (IT1)


Leitura e elaboração cartazes representando o período com base no texto (trabalho em grupo)

Brasil Colônia: O Ciclo do Ouro


O ciclo do ouro foi quando a produção de ouro foi a principal atividade do Brasil no
período colonial. O período abrangeu o século XVIII.

O ciclo do ouro foi o período da história brasileira em que a mineração de ouro foi a principal
atividade econômica. Ocorreu durante o século XVIII, nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso. Neste período o Brasil chegou a deter metade da produção mundial do minério. Essa
riqueza fez com que muitas pessoas viessem de Portugal para o Brasil, aumentando drasticamente
a população da colônia.

A procura humana pelo ouro se iniciou na Antiguidade, quando o metal era apreciado em diversas
culturas por ser associado aos deuses, como entre os egípcios e incas. Na Idade Média, o metal
continuou muito valorizado, e a África, sobretudo a região do Sahel, passou a ser sua grande
fornecedora para a Europa e o Oriente Médio.

Na época das Grandes Navegações, os países europeus adotaram um conjunto de práticas


econômicas conhecido como mercantilismo, onde o objetivo principal de cada nação era acumular
metais preciosos, sobretudo ouro e prata.

Os espanhóis tiveram sucesso ao encontrar em seus territórios coloniais grandes civilizações que já
possuíam minas de ouro, como os Astecas e os Incas. Em 1545 começaram a minerar em Potosí,
considerada a maior mina de prata da história.

Os portugueses não encontram, no início da colonização, grandes minas de ouro ou prata no Brasil.
Até 1530, ocorreu em nosso país o primeiro ciclo econômico, o do pau-brasil. A partir de 1530, com
a constante visita de ingleses e franceses à costa brasileira, Portugal iniciou a colonização do Brasil
com a criação das capitanias hereditárias. Iniciou-se assim o segundo ciclo econômico do Brasil, o
Ciclo do Açúcar.

O ciclo da cana-de-açúcar durou mais de um século. Após serem expulsos do Nordeste do Brasil,
em 1654, os holandeses passaram a cultivar a cana nas Antilhas, aumentando a produção mundial
da especiaria e, consequentemente, reduzindo o seu valor, o que provocou uma grave crise no
Brasil, promovendo o declínio da produção açucareira.
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Com a crise na produção de açúcar, a Coroa portuguesa e os próprios colonos brasileiros passaram
a buscar metais preciosos no interior do Brasil, sendo que no final do século XVII, os paulistas
descobriram ouro na região de Minas Gerais e passaram a explorar a região.
Com a derrota na Guerra dos Emboabas, os paulistas foram expulsos de Minas e continuaram a
descer o rio Tietê, explorando outros rios da bacia do Paraná e descobrindo novas minas de ouro
nos estados de Goiás e Mato Grosso. Nesse momento, iniciou-se o ciclo do ouro.

No final do século XVI, ouro foi descoberto no planalto paulista. As principais minas se localizavam
no pico do Jaraguá, ponto mais alto do município de São Paulo. Em 1604, Afonso Sardinha afirmou
em testamento deixar grande quantidade de ouro “enterradas em botijas de barro”.

Ainda hoje existem no pico do Jaraguá ruínas do sistema criado por Afonso Sardinha para extrair o
minério. O ouro encontrado em São Paulo durou pouco, o que fez com que os paulistas
continuassem a avançar no interior do território em busca de novas minas.

No final do século XVII, os paulistas descobriram as primeiras minas de ouro em Minas Gerais, na
região de Vila Rica e de Sabará. Essa foi a primeira vez que grandes quantidades do minério foram
encontradas no país, o que fez com que uma intensa migração ocorresse para essas regiões. No
início do século XVIII, os paulistas descobriram ouro também no Mato Grosso e em Goiás.

A primeira grande consequência do ciclo do ouro foi a interiorização da colonização portuguesa, pois
a descoberta do minério provocou grande migração para a região, principalmente de pessoas
provenientes do Nordeste, que naquele momento enfrentavam a crise na produção do açúcar.
Também se transferiram para as regiões mineradoras milhares de portugueses, o que fez com que o
reino decretasse a proibição temporária de emigração para o Brasil.

Em 1700, a população brasileira era de aproximadamente 300 mil habitantes. Já em 1800, passou
para mais de 3 milhões, um aumento de 10 vezes em apenas um século. Grande parte desse
aumento foi resultado da riqueza gerada pela mineração, responsável pela origem e pelo
desenvolvimento de diversas atividades econômicas, como a pecuária, a agricultura, a prestação de
serviços, a construção civil, entre diversas outras.

Muitas cidades foram construídas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso graças à mineração, além
de estradas a fim de conectá-las entre si e com o litoral brasileiro.

A Estrada Real foi a principal rota de escoamento do ouro mineiro, primeiro para Paraty e depois
para o Rio de Janeiro. Por essas vias eram transportados ouro, outras mercadorias e ideias,
sobretudo ideias iluministas que serviram como base para o movimento da Inconfidência Mineira no
final do ciclo do ouro.

Quais foram as consequências do ciclo do ouro?


● Mudança do centro econômico para o Sudeste: no ciclo da cana-de-açúcar, o centro dinâmico
da economia brasileira estava no Nordeste, onde a maior parte da produção de açúcar
ocorria. Nesse período, a capital da colônia era Salvador, na Bahia. Com a crise açucareira e
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ascensão da mineração em Minas Gerais e no Centro-Oeste, o eixo econômico mudou para o


Sudeste, onde a maior parte do ouro era produzida e por onde a quase totalidade dela era
escoada para a Europa. Durante o ciclo do ouro, a capital do Brasil foi transferida para o Rio
de Janeiro, em 1763.

● Aumento demográfico: também foi outra consequência da mineração, que estimulou diversas
outras atividades econômicas na colônia. Durante o ciclo do ouro, a população brasileira
aumentou 10 vezes.

● Aumento do território nacional: os bandeirantes, em busca do ouro e de diamantes,


adentraram o território que, pelo Tratado de Tordesilhas, pertencia à Espanha. Povoados
portugueses foram construídos no Mato Grosso e em Goiás, áreas consideradas espanholas.
Em 1750 foi assinado o Tratado de Madri, em que os espanhóis reconheceram essas regiões
povoadas por portugueses como propriedades de Portugal. Após a Independência, em 1822,
esse território passou a fazer parte do Brasil.

● Capital de giro da Revolução Industrial: em 1703, ingleses e portugueses assinaram o Tratado


de Methuen. Por esse documento, as taxas alfandegárias foram zeradas para os tecidos
ingleses exportados para Portugal e para os vinhos portugueses que eram vendidos para a
Inglaterra. Contudo, esse tratado foi desfavorável para Portugal, que sempre tinha balança
comercial deficitária com a Inglaterra. Muitos historiadores afirmam que o ouro retirado do
Brasil pelos portugueses foi parar na Inglaterra, sendo uma das fontes de recursos utilizados
para o início da Revolução Industrial.

Conflitos que ocorreram no período do Ciclo do Ouro

Naturalmente, a exploração do ouro gerou conflitos por seu controle. O primeiro deles foi a Guerra
dos Emboabas (1708-1709), motivada pelo embate entre paulistas e pessoas vindas de outras
regiões (chamados de emboabas) pelo monopólio da exploração. Os paulistas foram derrotados, e a
Coroa portuguesa aumentou seu controle na região através da criação da capitania de São Paulo e
Minas do Ouro (1709), que em 1720 foi desmembrada em duas: São Paulo e Minas Gerais.

O mais importante conflito durante a época do Ciclo do Ouro foi a Inconfidência Mineira (1789). A
partir da ameaça de cobrança dos impostos atrasados, Portugal criou um clima de tensão em Vila
Rica (atual Ouro Preto). Com isso, membros da elite local, influenciados pelas ideias liberais
iluministas, planejaram uma revolta que tinha como objetivo a independência de Minas Gerais e
adoção da forma de governo republicana. O movimento foi denunciado antes de começar e os
responsáveis foram punidos com exílio e mortes, como é o caso de Tiradentes, executado e
esquartejado publicamente para servir de exemplo ao restante da população.

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