FACULDADE EDUFOR

CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SARAH HANNA MORAIS BRAGA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APLICAÇÃO DOS IMPOSTOS NO BRASIL: arrecadação e retorno para a sociedade

São Luís
2023
B813a Braga, Sarah Hanna Morais

Aplicação dos impostos no Brasil: arrecadação e retorno para a

sociedade / Sarah Hanna Morais Braga — São Luís: Faculdade Edufor,
2022.

13 f.

Trabalho de Conclusão de Curso (CIÊNCIAS CONTÁBEIS) —

Faculdade Edufor - São Luís, 2022.

Orientador(a): Ricardo Henrique da Rocha Oliveira

1. Benefício. 2. Impostos. 3. Contabilidade. I. Título.

FACULDADE EDUFOR SÃO LUÍS CDU 657

 1

APLICAÇÃO DOS IMPOSTOS NO BRASIL: arrecadação e retorno para a

sociedade

APPLICATION OF TAXES IN BRAZIL: collection and return to society

Sarah Hanna Morais Braga1

Ricardo Henrique da Rocha Oliveira2

RESUMO

A carga tributária no Brasil é avaliada nos tempos modernos como uma das mais eminentes do
mundo, onde cabe uma análise sistemática no que concerne o problema de arrecadação de
impostos, sua correta e harmônica distribuição entre os segmentos que coordenam o convívio
social, a fim de promover a melhor agregação de benefícios em prol da sociedade. Dessa
maneira, este artigo procurou responder o seguinte problema: o que poderia melhorar na carga
tributária para assegurar benefícios sociais para a população? Assim, o objetivo deste trabalho
é abordar a realidade tributária do país, desde a arrecadação dos tributos até o retorno em forma
de benefícios. Através de um embasamento bibliográfico reunido por meio de pesquisas
monográficas, artigos, periódicos e livros relacionados ao tema, publicados nos anos de 2012 a
2022, serão apresentados neste trabalho acadêmico, o significado dos procedimentos de
arrecadação de impostos, as classificações dos tributos e o entendimento acerca da
representação social do sistema de tributação nacional. Conclui-se que o sistema tributário
vigente no Brasil é desigual no que tange a efetivação dos benefícios e na distribuição das taxas
entre as diferentes classes sociais, não desenvolvendo satisfatoriamente a sua função social.
Desse modo, para reduzir as desigualdades no cenário brasileiro, é necessário realizar algumas
mudanças tributárias, como: simplificação da tributação sobre consumo, equidade no imposto
de renda pessoa física e de pessoa jurídica, efetivação do imposto sobre a propriedade territorial
rural, regulamentação do imposto sobre grandes fortunas, dentre outros.

Palavras-chave: Benefício. Impostos. Contabilidade.

ABSTRACT

The tax burden in Brazil is evaluated in modern times as one of the most eminent in the world,
where a systematic analysis regarding the problem of tax collection, its correct and harmonious
distribution among the segments that coordinate social life, in order to promote the best
aggregation of benefits in favor of society. In this way, this article sought to answer the
following problem: what could be improved in the tax burden to ensure social benefits for the
population? Thus, the objective of this work is to approach the tax reality of the country, from
the collection of taxes to the return in the form of benefits. Through a bibliographic basis
gathered through monographic research, articles, journals and books related to the subject, this
academic work will present the meaning of tax collection procedures, published in the years

1
Discente do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade EDUFOR. E-mail: sarahmoraisbraga@gmail.com
2
Docente da Faculdade EDUFOR. E-mail: ricardo.oliveira@edufor.edu.br
 2

2012 to 2022, tax classifications and the understanding about the social representation of the
tax system. national taxation. It is concluded that the tax system in force in Brazil is unequal in
terms of the effectiveness of benefits and the distribution of fees among different social classes,
not satisfactorily developing its social function. Thus, in order to reduce inequalities in the
Brazilian scenario, it is necessary to make some tax changes, such as: simplification of taxation
on consumption, equity in individual and corporate income tax, implementation of the tax on
rural territorial property, regulation of the tax about great fortunes, among others.

Keywords: Benefit. Taxes. Accounting.

1 INTRODUÇÃO

Com a evolução social, e a globalização das atividades, o segmento da ciência contábil

ganha espaço no mercado, a fim de auxiliar na sobrevivência e crescimento da organização,
ganhando destaque no mercado competitivo. Nesse contexto, busca-se reduzir os custos,
otimizar os processos produtivos e administrativos por meio do sistema de tributação nacional,
buscando assim a máxima eficiência da organização.
Nesse sentido, o recolhimento de tributos, não poderá exercer simplesmente o papel de
arrecadação de fundos para o tesouro nacional, e sim ser examinada sob o prisma de uma
tributação justa disponível para promoção social a fim de resguardar a paz, a segurança e o
equilíbrio social. Vale ressaltar que, os tributos que o Brasil aplica hoje, são considerados um
dos mais elevados, porém seu retorno em favor do contribuinte é inoperante.
O tributo é uma obrigação de entregar certa quantidade em dinheiro ao Estado, isso não
quer dizer que a obrigação decorrerá sempre desta forma, mas há outras opções como crédito
pago por cheque, vale postal. Em casos previstos em lei como estampilha, papel selado ou por
processo mecânico. O dever de pagar tributos é sempre vindo da lei, conforme o Código
Tributário Nacional, em outras palavras a lei é a única e exclusiva fonte possível que obriga tal
recolhimento.
O sistema tributário brasileiro perdeu a essência da teoria econômica, e não possui mais
a neutralidade, acarretando inúmeras modificações nas metodologias de desempenho da
economia de mercado e intervindo essencialmente na destinação dos capitais existentes. No que
concerne o Projeto de Reforma Tributária previsto pela PEC nº 233/208, pode-se consumar que
sua ideia principal é promover a mutação das competências tributárias, a fim de otimizar a
estrutura fiscal brasileira
A escolha deste tema justifica-se pela necessidade de conhecer os principais tributos
pagos no Brasil, como ocorre a arrecadação e seu emprego em forma de benefício para a
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população, visando sempre uma melhor forma da aplicação dos tributos por parte do governo.
Dessa maneira, busca-se fundamentar que a população brasileira merece ter qualidade de vida
através da adequada aplicação dos tributos exigidos pelo governo.
Ressaltando que é obrigação da população pagar impostos para manter o equilíbrio da
Nação, e nisso a sociedade espera que os impostos sejam retribuídos em forma de saúde,
educação e segurança, itens básicos para a dignidade da pessoa humana e nesse estudo será
esclarecido de maneira simples o impacto que a obrigação tributária traz aos cidadãos
brasileiros que arca no dia a dia para pagamento por competência.
Esse conteúdo significará muito para profissionais de contabilidade, pelo fato de que os
mesmo sejam “encarregados” pelo envio das informações contábeis e de impostos. Conforme
a alta demanda de informações que vão ser necessárias para o envio sem problemas com a
receita, o trabalho poderá servir como fonte de pesquisa para os interessados. No meio
acadêmico, pode-se destacar que esta produção tem como fim promover discussões sobre a
temática, bem como incentivar a produção de mais estudos e trabalhos sobre o assunto, levando
os resultados obtidos para o ambiente de prática, fomentando transformações importantes na
atuação da profissional de contabilidade.
Assim, o controle e a fiscalização das obrigações tributárias são constantes e
assimétricos, devendo ser realizado algumas reformas tributárias a fim de harmonizar as suas
atividades com as necessidades do segmento social e econômico. Considerando-se a
importância do tema abordado por este trabalho, o presente artigo tem como problema de
pesquisa: O que pode melhorar no formato de aplicação dos tributos para aumentar as garantias
e benefícios sociais?
O objetivo geral desse artigo foi abordar a realidade tributária do país, desde a
arrecadação dos tributos até o retorno em forma de benefícios. Já os objetivos específicos
foram: apresentar o sistema de tributação nacional e sua representação social; apresentar os
benefícios dos avanços tecnológicos na contabilidade na cobrança e recolhimento de tributos;
relatar as características e benefícios da reforma tributária com base na PEC 233/2008.
A metodologia baseou-se em uma revisão bibliográfica, onde o desenvolvimento da
pesquisa compreendeu a pesquisa do tipo instrumental e/ou dogmática com uma busca de
contribuições teóricas acerca do assunto, cuja técnica empregada apresentou características
qualitativa, descritiva, utilizando dados coletados através de trabalhos acadêmicos, periódicos,
artigos e livros, publicados no lapso temporal de 2012 a 2022, disponíveis na integra por meio
da internet, fazendo uso de palavras-chaves para a coleta de dados como: Benefício. Impostos.
Contabilidade.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para que o presente artigo atinja seus propósitos, é necessário que se faça uma
contextualização acerca das teorias e artigos existentes cujo propósito será o de dar consistência
técnica-científica a este trabalho. Nesse sentido, é requerida uma abordagem aos seguintes
temas: Tributos e suas peculiaridades; Sistema de tributação nacional e sua representação
social; Reforma tributária com base na PEC 233/2008; Tributos x avanços tecnológicos
na contabilidade, que se entende ser o caminho para a análise do problema suscitado neste
artigo.

2.1 Tributos e suas peculiaridades

O Sistema Tributário Nacional está disposto na Constituição Federal de 1988 de forma

lógica e apresenta princípios gerais de tributação, fixação de limitações ao poder de tributar e
distribuição de competências tributárias, onde se constata uma prestação pecuniária. Assim, o
tributo é angariado em dinheiro, todavia, se permitido por lei, tolera-se outro valor que seja
capaz de ser declarado em moeda, estando classificado como compulsório e sua prática está
diretamente relacionada a atos lícitos. Ressalta-se que o tributo só poderá ser cobrado ou
aplicado em concordância com as normativas jurídicas e respeitando o princípio da legalidade,
onde deverá ser reconhecido por meio de descrição do fato gerador, do contribuinte, da base de
cálculo, da alíquota, dentre outros (MOLINARI, 2014).
Nessa perspectiva, Fabretti (2012) afirma que para o Estado promover saúde, moradia,
educação, saneamento básico, infraestrutura, defesa do território nacional, acesso à justiça, é
necessário o uso dos recursos financeiros de forma eficiente. Tais recursos são oriundos das
transações de transferências de dinheiro entre contas bancárias, que gera arrecadação, que trata
de uma relação diretamente proporcional com o poder de investimentos e o desenvolvimento
de atividades sociais através do governo.
Para essa finalidade far-se-á necessário que o Estado saiba gerir e aplicar os recursos
alocados em prol do bem comum, onde a principal fonte de recursos condiz a receita tributária,
que conforme Oliveira (2014) com a influência da globalização as receitas advindas da
arrecadação de tributos configura uma das fontes de maior diversidade haja vista ser um
mecanismo de circulação de patrimônio tal como promove avanços na vida social.
Destaca-se que outra fonte tributária são as taxas que o Código Tributário Nacional –
CTN em seu artigo 77 autoriza a cobrança pelas entidades federativas, havendo como fato
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gerador a ação regular do poder de polícia oferecido ao contribuinte e posto à sua disposição.
Já as contribuições de melhorias são prevista na CTN por meio do artigo nº 81, que trata
paulatinamente da destinação dos recursos para obras públicas que produzam efeitos de
valorização imobiliária adjacente (LUCENA, 2016).
A classificação dos tributos baseia-se no entendimento da Carta Magna e trata dos
reflexos no elemento quantitativo do fato gerador, sendo dividido em: tributo vinculado, tributo
não vinculado, tributo de arrecadação vinculada, tributo de arrecadação não vinculada,
fiscalidade, extra fiscalidade, contribuinte de direito, contribuinte de fato, tributo direto, tributo
indireto, tributo real, tributo pessoal, tributo proporcional, tributo progressivo, tributo fixo e por
fim, tributo para fiscais (MARTINS, 2013).
Segundo Lucena (2016) o tributo vinculado são aqueles cujo fato gerador é alguma
atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. O tributo não vinculado são aqueles cujo
fato gerador não é nenhuma atividade específica do Estado em direção ao contribuinte. O tributo
de arrecadação vinculada é aquele que dispõe do objeto de cobrança comprometido com
estipulado dispêndio ou programa, em concordância com seu regime constitucional. Já o tributo
de arrecadação não vinculada trata dos fundos apurados que podem destinados arbitrariamente,
em todos os gastos das empresas de caráter público, não preexistindo uma delimitação da união
entre a receita e a despesa.
O mesmo autor aponta que o tributo denominado fiscalidade faz referência aos tributos
que são voltados para o abastecimento dos cofres públicos, chamado também de tributo
arrecadador. O extra fiscalidade é a particularidade de um preciso tributo em face da sua
finalidade em detrimento da arrecadação. O contribuinte de direito faz referência a pessoa que
tem o dever legal de realizar o pagamento de determinado tributo, enquanto que o contribuinte
de fato é o indivíduo que economicamente a carga tributária recai e sofre grandes abalos em
sua renda.
O tributo direto apresenta influência em eventos em que o contribuinte determinado pela
norma não transfere o encargo financeiro para outrem, onde será acarretado ao contribuinte de
direito a incumbência do tributo. O tributo indireto que se baseia em uma relação jurídico -
tributária que se organiza entre o Estado e o sujeito passivo, este pagar o tributo correspondente
e se ressarce cobrando de terceiros através da inclusão do imposto no preço. O tributo real é um
conjunto de tributos que desconsideram as condições do contribuinte, sendo distribuído
igualmente entre as pessoas. No que tange o tributo pessoal faz ligação aqueles cujas normas
faz alusão às particularidades do contribuinte, desenvolvendo um olhar acerca do ângulo
subjetivo do fenômeno tributário (MOLINARI, 2014).
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No que concerne o tributo proporcional são determinadas quando os impostos são

apresentados em percentagem única. Já o tributo progressivo são as taxas que possuem alíquotas
fixadas em percentagens variáveis e crescentes. O tributo fixo trata do valor do imposto que já
é pré-determinado, independentemente de cálculo. E por fim, o tributo para fiscais que agrega
a colaboração cobrada no âmbito das autarquias, instituições paraestatais, profissionais ou
sociais, para patrocinar seu financiamento autônomo (SILVA, NUNES, SANTANA, 2016).

2.2 O sistema de tributação nacional e sua representação social

O sistema de tributação nacional é representado pelo conjunto de instituições, regras e

práticas tributárias nas relações reciprocas entre Estados e pessoas e nos efeitos produzidos
sobre a vida econômica social.
A tributação conforme Lucena (2016) poderá está diretamente relacionada a qualidade
do convívio social, organizando de maneira sistemática a fim de favorecer o gerenciamento do
patrimônio público por intermédio de concessão de poderes. Essa tributação deverá ser
legitimada pelo Estado visto que, qualquer imposto privado sem autorização, poderá ser
considerado como usurpação ou roubo.
Os impostos estão por todos os ambientes e atualmente, conforme o mesmo autor, 62
tributos influenciam direta ou indiretamente no progresso da sociedade brasileira, visto que, já
possuem destinação certa para as atividades do Estado conforme se verifica no Quadro 1.

TRIBUTOS DESTINAÇÃO
Imposto de Renda (IR) É destinado para o financiamento de projetos de saúde,
de educação e programas sociais
Programa de Integração Social (PIS) É destinado para o custeio do seguro desemprego e o
Programa de Formação do Patrimônio do Servidor abono aos empregados com média de até dois salários
Público (PASSEP) mínimos de remuneração mensal, conforme o artº 239
da Constituição Federal
Contribuição para Financiamento da Seguridade É destinado a financiar a seguridade social, a qual
Social (COFINS) abrange a previdência social, a saúde e a assistência
social, conforme art.195 da Constituição Federal
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) É destinado para financiar a seguridade social,
conforme a lei nº7.689/1988 e suas alterações.
Quadro 1: Destinação dos tributos para sociedade
Fonte: Oliveira (2010)

Dessa maneira, cabe apontar que a edificação do bem-comum poderá ter reflexos no
estreitamento da capacidade econômica individual para gera habilidade econômica social.
Assim, pode-se concluir que o poder de tributar está diretamente proporcional a prosperidade
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do bem coletivo em detrimento dos benefícios individuais, considerando que na ausência do

Estado, inexistiria a segurança da propriedade privada e da preservação da vida.
A tributação alcança o escalão estatal devido à reserva da renda e de propriedades
individuais, com reações no consumo e na concentração de riqueza pessoal, a fim de promover
a manutenção da ordem interna e o da determinação de competição externa. Portanto, a
tributação surge com o intuito de assegurar o bem-comum pela conveniência do homem de
agregar-se e estruturar a vida política (SILVA, NUNES, SANTANA, 2016).
Por outro lado, cabe destacar que o sistema tributário brasileiro é injusto, reclamando,
há muito, reformas, devido principalmente à sua extrema onerosidade – ao desrespeitar
princípios, como o da capacidade contributiva, e ao dar prioridade à tributação sobre o
consumo, em detrimento do patrimônio – e à sua grande complexidade, tanto pelo grande
número de tributos e normas que o regulamentam, quanto por privilegiar a tributação com
impostos indiretos, prestando-se a desinformar a sociedade, o que impede que cada cidadão
venha a reclamar responsabilidades mais pontuais desse Estado arrecadador (BECHO, 2016).
Contudo, os recursos vindos dos tributos, se bem administrados em suas diversas etapas,
como criação, recolhimento e distribuição de benefícios, formam a espinha dorsal do Estado,
oferecendo condições propícias para o desenvolvimento econômico e social, e promovem um
conjunto de atividades e serviços que asseguram o pleno exercício da cidadania, a segurança e
o bem-estar da sociedade (VERAS, 2017).

2.3 A reforma tributária com base na PEC 233/2008

A carga tributária consiste na relação entre tudo que é do estado arrecado e o Produto
Interno Bruto - PIB. A reforma tributária a ser realizado pela aprovação da PEC nº 233/2008,
pode ser resumida como uma acentuada mudança nas competências tributárias, em que haverá
reflexos, também da distribuição e racionalização das receitas tributárias. Nesse contexto, para
aplicabilidade da reforma tributária dessa dimensão, se faz necessário a adoção de emenda
constitucional, com base nas devidas alterações advindas das habilitações tributárias (SILVA,
NUNES, SANTANA, 2016).
Diante da complexidade do sistema tributário brasileiro, os maiores problemas estão em
torno da guerra fiscal, da oneração dos investimentos, do valor alto das exportações, impostos
excessivos da folha de pagamentos, distorções dos tributos indiretos, cumulatividade,
divergência na base dos tributos, dentre outros. Nesse ângulo, entre as vantagens da reforma
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tributária estão voltadas a aceleração do crescimento econômico, redução dos custos, aumento
da produtividade, crescimento mais sustentável, dentre outras.
Conforme Molinari (2014), o centro desta reforma baseia na elaboração do novo ICMS
federal e na instituição do Imposto sobre o Valor Agregado Federal, além de inovadoras
maneiras de repartir as receitas decorrentes da arrecadação de tributos. Busca-se então a
elaboração de maior aglomerado tributário existente na história econômica do país, onde a
concepção está pautada no IVAs europeus, onde busca-se que o ICM se unifique ao ISS
municipal ao menos nas incidências ligadas aos serviços industriais e comerciais. Nesse projeto
o ISS municipal manteve-se, em contrapartida, os impostos singulares federais em torno da
energia elétrica, combustíveis, lubrificantes líquidos e gasosos e minerais do país passaram a
fazer parte do fato gerador do ICM, a luz de que são estes bens são circuláveis.
O autor Lucena (2016) destaca que a outra contribuição da PEC nº 233/08 é identificar
o imposto de responsabilidade dos Estados e do Distrito Federal. Através da proposta serão
outorgadas aos Estados e ao Distrito Federal, em parceria com a receita do produto da
arrecadação do imposto voltadas as ações relacionadas ao fluxo de mercadorias e sobre a
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de interlocução, ainda que
as atividades e as prestações tenha base no exterior.
Assim, cabe inferir que entre os destaques da PEC, pode-se elencar: alteração dos
critérios de partilha das receitas tributárias como IPI, COFINS, CSLL, Salário Educação, etc;
crescimento do PIB, redução das taxas de desemprego, desonerações compensadas pela
elevação de outros impostos, unificação da legislação, diminuição do período para a
apropriação do crédito na aquisição de bens de capital, desoneração com impacto fiscal
permanente, diminuição da contribuição patronal, etc. (CURCINO; ÁVILA; MALAQUIAS,
2013).
Com a reforma tributária todos os segmentos sociais irão ser beneficiados, haja vista
que no ângulo do empresário haverá a simplificação dos impostos e origina competitividade,
enquanto que no ângulo do Governo seja ele da esfera Estadual ou Federal haverá maior
controle e monitoramento dos impostos por meio da Nota Fiscal Eletrônica - NF-E, com maior
incorporação dos Fiscos Federal e Estadual, redução das taxas de e elevação da arrecadação,
permitindo a desoneração de itens básicos, favorecendo o ângulo social (AMARAL;
OLENIKE; FERNANDES, 2015).

2.4 Tributos x avanços tecnológicos na contabilidade

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Com a globalização e o grande avanço tecnológico, o contador precisa acompanhar o

processo eficaz de fluidez da informação, não somente aquela utilizada pelas empresas, mas
também a sua aplicação na própria contabilidade, processo de auditoria e na cobrança e
recolhimento de impostos. Com a evolução há uma maior valorização dos serviços do contador,
pois ele consegue participar ativamente da elaboração dos relatórios que dão suporte ao
processo de tomada de decisão (FARACO; CASTILHO, 2016).
Atualmente o Brasil passa por um momento de transição e adequação de suas práticas
contábeis com os parâmetros adotados internacionalmente, que são denominados de IFRS –
International Financial Reporting Standards (HOLANDA et al., 2012).
Com a evolução do mundo, houve grandes avanços tecnológicos, no qual hoje, o uso
de ferramentas técnicas digitais funciona para auxiliar na melhor produção de resultados na área
contábil, além de especializar mais o segmento com automatização dos serviços. Atualmente,
a grande dificuldade de um gestor, é o de entender a necessidade da sua entidade e da sociedade
em ter pleno acesso as informações contábeis, colaborando para o crescimento da empresa,
maior controle interno, melhor distribuição dos recursos entre os setores, auxiliando na melhor
prestação de contas, e na correta administração dos encargos e impostos (SILVA, 2015).
Dentre os novos desafios ao profissional da contabilidade na era da informação, têm-se
a globalização da economia mundial, o capital intelectual, a contabilidade ambiental, a
preocupação social, o avanço tecnológico e a questão ética (KIEKOW, 2017).
Com a evolução social, e a globalização das atividades, o segmento da ciência contábil
ganha espaço no mercado, a fim de auxiliar na sobrevivência e crescimento da organização,
ganhando destaque no mercado competitivo. Nesse contexto, busca-se reduzir os custos,
otimizar os processos produtivos e administrativos por meio do sistema de tributação nacional,
buscando assim a máxima eficiência da organização.
Nesse sentido, o recolhimento de tributos, não poderá exercer simplesmente o papel de
arrecadação de fundos para o tesouro nacional, e sim ser examinada sob o prisma de uma
tributação justa disponível para promoção social a fim de resguardar a paz, a segurança e o
equilíbrio social. Vale ressaltar que, os tributos que o Brasil aplica hoje, são considerados um
dos mais elevados, porém seu retorno em favor do contribuinte é inoperante (SILVA, 2015).
Os progressos no segmento da Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC, com o
aporte da internet, modificaram inúmeros aspectos no que concerne a harmonia da vida em
sociedade, afetando até a conexão do Estado com a sociedade, criando novos mecanismos para
a melhoria do fluxo das informações e da prestação de serviços em formato online, sendo
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denominado de Governo Eletrônico ou e-Gov (RAMPELOTTO; LÖBLER; VISENTINI,

2013).
Entretanto, cabe apontar que o instrumento eSocial está sendo classificado como uma
nova fase que irá dirimir o vínculo entre Empregado, Empregadores e Governo. Após setenta
anos de promulgação da Consolidação das Leis de Trabalho – CLT, surge a primeira versão do
Manual de Orientação eSocial – MOS, que busca uniformizar as atividades dos empregadores
no intuito de efetivar a aplicabilidade das leis que regem as relações de trabalho
(ASSUMPÇÃO, 2017).
Assim, o empregador abandonará a cultura de emissão de seus impostos e obrigações
contratuais de forma aleatória para cada segmento do governo, e ficarão incumbidos do envio
de arquivos, que irão agregar todas as informações pertinentes a sua estrutura empresarial e
suas peculiaridades, dados relevantes dos empregados como folha de pagamento, planos de
saúde e medidas protetivas vinculadas à área de segurança do trabalho, dentre outras, onde serão
enviadas em um arquivo em uma vez ímpar, usando como ferramenta a internet (GABRIEL;
SILVA; REZENDE, 2016).
Com essa metodologia, haverá uma simplificação dos serviços, facilitará a maximização
do cumprimento das obrigações, por conseguinte, caberá ao empregador possui uma internet
boa que promova uma comunicação rápida e imediata, auxilio constante de um profissional
habilitado, padronização das atividades e do ambiente, administração transparente e integrada,
haja vista que a fiscalização também será online e tempestiva, onde o empregador deverá
acompanhar a velocidade no cumprimento de suas obrigações para evitar dessabores como
multas, sanções, dentre outras.
De acordo com Oliveira (2016), a heterogeneidade das relações de serviço entre as
organizações e os órgãos da administração pública torna segmento de recursos humanos e de
contabilidade, fatores primordiais no que tange a saúde e o dinamismo da empresa,
solidificando assim a empresa moderna. Entre as principais tarefas desenvolvidas nesse âmbito,
tem-se a de natureza tributária, que vislumbra o imposto de renda na fonte, contribuições
previdenciárias e FGTS.
Com o E-social o controle acerca das leis trabalhistas, previdenciárias e fiscais serão
mais rígidas e irão estabelecer maior controle do governo no cumprimento das atividades e no
recolhimento dos tributos.
Assim, esse novo modelo de escrituração dos registros trabalhistas virá para facilitar
quadros de auditoria fiscal que compete a Receita Federal ou ao Ministério do Trabalho. Por
outro lado, modificará a apresentação das informações contábeis de cunho empresarial ao fisco,
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onde o profissional deverá estar atento a todos os tributos que estarão vinculados e a esta
ferramenta a fim de otimizar a prestação de serviço (DUARTE, 2013).
De acordo com Martins e Filipin (2017) a grande função do eSocial é minimizar a
carência de uniformização das folhas de pagamentos, auxiliar os contadores nas tarefas do
âmbito tributário, reduzir a pluralidade de obrigações secundárias, diminuir a probabilidade de
erros e a incoerência dos dados contábeis, assegurar a garantia dos direitos trabalhistas e
previdenciários, diminuir os custos e a informalidade, diminuir a inadimplência e a sonegação
de impostos, dentre outras vantagens.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base na revisão bibliográfica deste trabalho, conclui-se que os tributos circundam
todos os instantes de nossas vidas e todas as atividades de cunho econômico e social, o que
exige dos profissionais de contábeis um conhecimento sistemático do sistema de arrecadação a
fim de orientar seus clientes acerca dos melhores investimentos e destinação final dos recursos.
Observa-se que o sistema tributário brasileiro perdeu a essência da teoria econômica, e
não possui mais a neutralidade, acarretando inúmeras modificações nas metodologias de
desempenho da economia de mercado e intervindo essencialmente na destinação dos capitais
existentes. No que concerne o Projeto de Reforma Tributária previsto pela PEC nº 233/208,
pode-se consumar que sua ideia principal é promover a mutação das competências tributárias,
a fim de otimizar a estrutura fiscal brasileira.
Dentre as competências que deverão ser modificadas tem-se a criação do imposto de
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de instituições de poderes da União, voltadas
para o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) Federal, que irá agregar a Programa de Integração
Social (PIS), a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e a
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).
Respondendo a problemática deste artigo, a maneira como é cobrada os impostos poderá
aumentar ou reduzir desigualdades, e isso dependerá de como será realizado a distribuição dos
tributos sobre quatro pilares, a saber: renda, propriedade, consumo e contribuições sociais.
Assim, deve-se buscar tributar mais a renda e a propriedade a fim de construir um sistema
tributário mais progressivo e com maiores benefícios na segurança pública, saúde, educação,
justiça, sistemas de transportes. Desse modo, para reduzir as desigualdades no cenário
brasileiro, é necessário realizar algumas mudanças tributárias, como: simplificação da
tributação sobre consumo, equidade no imposto de renda pessoa física e de pessoa jurídica,
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efetivação do imposto sobre a propriedade territorial rural, regulamentação do imposto sobre

grandes fortunas, dentre outros.
Este trabalho foi executado com o objetivo de analisar a realidade tributária do país,
desde a arrecadação dos tributos até o retorno em forma de benefícios, onde conclui-se que o
sistema tributário vigente no Brasil é desigual no que tange a efetivação dos benefícios e na
distribuição das taxas entre as diferentes classes sociais, não desenvolvendo satisfatoriamente
a sua função social.
Buscou-se com este artigo possibilitar a geração de conhecimento a todas as pessoas
interessadas na aplicação dos impostos, além de contribui para que os profissionais inseridos
nesse processo entendam sobre a importância da melhor distribuição dos tributos em prol de
produzir qualidade na assistência da população a fim da harmonizar o convívio social. A
colaboração tanto ao segmento acadêmico como profissional e comercial, busca fornecer
informações pertinentes sobre as técnicas de arrecadação de impostos e seu retorno a sociedade
brasileira, que atenda a demanda do novo cenário.
Cabe concluir que esta produção teve como fim fomentar discussões sobre a temática,
não tendo como objetivo encerrar o assunto, e sim, buscar incentivar a produção de mais estudos
e trabalhos de caráter científico sobre o tema, levando os resultados obtidos para o ambiente de
prática, fomentando transformações importantes.

REFERÊNCIAS

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alunos de ciências contábeis no Distrito Federal. Pensar contábil. Rio de Janeiro / RJ, V. 18,
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arquivos para o E-Social. (Monografia): Graduação Ciências Contabeis, UCS, 2017.

BECHO, R. L. O novo CPC: mudanças nos processos administrativo e judicial.

In: MACEDO, A. et al. (Org.). Gestão tributária municipal e tributos municipais. São Paulo:
Quartier Latin do Brasil, v. 6, 2017. p. 43- 48.

CURCINO, G.; ÁVILA, L.; MALAQUIAS, R. Estudo sobre a carga Tributária/PIB x

IDH. Instituto de Brasileiro de Planejamento e Tributação. São Paulo, 2013. Disponível
em:<https://www.ibpt.com.br/img/uploads/novelty/estudo/2171/IRBES2015.pdf>. Acesso
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