Modelo Peticao Manifestacao Herdeiros Quanto Omissao de Bens Nas Primeiras Declaracoes
Modelo Peticao Manifestacao Herdeiros Quanto Omissao de Bens Nas Primeiras Declaracoes
Modelo Peticao Manifestacao Herdeiros Quanto Omissao de Bens Nas Primeiras Declaracoes
Processo nº xxxx
Herdeira 1 , qualificação completa e Herdeiro 2, qualificação completa por sua advogada e
procuradora adiante assinado, mandato incluso, com escritório profissional no endereço
completo, respeitosamente vem à presença de Vossa Excelência, demonstrar as omissões
das primeiras declarações oferecidas pela inventariante.
1- PRELIMINARMENTE
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Os requerentes não pouem condições de arcar com as custas do processo sem prejuízo de
seu próprio sustento, tal como de sua família, fazendo jus aos benefícios da justiça gratuita,
com base nos Art. 98 e ssss. da lei nº 13.105/15.
Verifica-se que os dois herdeiros são profissionais liberais e possuem altas despesas
residenciais e comerciais. Ainda, o Herdeiro 2 possui 03 filhos, sendo duas menores de
idade que dependem economicamente dele e a Herdeira 1 possui uma filha que está em
tratamento médico e arca com tais custos de remédio e consultas médicas periódicas, o que
demonstram a inviabilidade de arcar com custas judiciais sem comprometer a subsistência
dos mesmos.
Diante de todo o exposto requer a conceão dos benefícios previstos no Art. 98 e ssss. da Lei
nº 13.105/15.
2 - DOS FATOS
Conforme Certidão de Óbito anexa, na data de 04/08/2019, o de cujus, veio a falecer de
insuficiência cardíaca, insuficiência respiratória, metástase pulmonar, neoplasia maligna de
próstata no complexo hospitalar XXXXX.
A Meeira era casada com o de cujus sob o regime de comunhão parcial de bens e figura
como inventariante dos bens deixados pelo falecimento do de cujus , que tramita na
presente vara.
Os interessados concordam com os bens apresentados pela inventariante, contudo, há
sérias suspeitas de haver bens sonegados, os quais não foram descritos nas primeiras
declarações, conforme será demonstrado a seguir.
DO OUTRO IMÓVEL
Chegou ao conhecimento dos herdeiros 1 e 2 interessados que há mais um imóvel que
deve integrar o patrimônio a ser partilhado no presente inventário, além do imóvel
apresentado nas primeiras declarações.
Verifica-se que a Meeira, em julho/2018 realizou uma doação de R$310.000,00 para o
herdeiro 3 (filho da meeira com o de cujus), menor de idade, com a condição de que esse
valor fosse para comprar o referido imóvel e no caso de óbito do donatário, o bem doado,
expresso pelo imóvel comprado, retornará ao patrimônio da doadora.
Outrossim, a casa está em nome do herdeiro 3, que foi adquirido em 2018, na constância do
casamento da inventariante com o de cujus. Contudo, verifica-se que o imóvel não foi
apresentado nas primeiras declarações.
Conforme matrícula acostada aos autos demonstra o imóvel é situado no mesmo
condomínio em que reside a viúva e o herdeiro 3, nos seguintes termos:
(descrição conforme documento do cartório)
Unidade Habitacional nº....
Como mencionado anteriormente, tendo em vista que a doação e compra do imóvel foi
realizada na constância do casamento e considerando que o regime de Comunhão parcial
de bens significa o compartilhamento em igual proporção de um mesmo patrimônio, vale
dizer, o patrimônio adquirido após a celebração do casamento civil. Desse modo, todos os
bens adquiridos durante a união pertencerão a ambos os cônjuges, não importando quem
comprou ou em nome de quem foi registrado. Nesse regime, é irrelevante qual foi a efetiva
contribuição financeira de cada cônjuge para a formação do patrimônio, presume-se a
conjugação de esforços, a colaboração mútua.
E ainda, sendo inoficiosa a doação de mais de 50% dos bens para determinado filho,
conforme preceitua o art. 1.846 do CC/02, não há que se falar em imóvel de propriedade
exclusiva do herdeiro 3, vejamos:
Art. 1846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens
da herança, constituindo a legítima.
Portanto, é imprescindível que este bem integre o patrimônio do espólio. Ademais, devido a
ocultação do bem a viúva meeira, bem como, o herdeiro 3 devem perder o direito que sobre
eles lhe cabia, conforme preceitua o art. 1992 do CC/02.
Isso porque o herdeiro é menor de idade e a época da compra do imóvel era absolutamente
incapaz e talvez não soubesse que sua genitora já realizava manobras para ocultar o bem,
contudo, na abertura do inventario o herdeiro já era relativamente incapaz e já possui
condições de saber que oculta um imóvel em seu nome, que deveria ser partilhado com os
irmãos.
Tem-se notícia de que atualmente esse imóvel encontra-se alugado, então requer que o
contrato de locação seja apresentado aos autos para que todos os herdeiros percebam a
parte que lhe cabem até decisão final de exclusão dos que sonegaram o bem, acrescido de
perdas e danos como reza o art. 1.995 do CC/02, que no caos em tela, a restituição do
aluguel referente as partes que cabem aos herdeiros 1 e 2.
Ou, se não estiver alugado, que a inventariante demonstre nos autos que efetua o
pagamento das despesas referente ao imóvel, como condomínio, IPTU, comprovante de
desligamento de energia pela Energisa
Portanto, requer a apresentação do contrato de aluguel aos autos para que todos os
herdeiros recebam esse valor, até decisão final de perda dos direitos que lhes cabem a
meeira e o herdeiro 3, ou que comprove que o imóvel está desabitado.
Devido a responsabilidade solidária da meeira e do herdeiro 3, requer que o imóvel seja
incluso nas primeiras declarações e que a viúva meeira, bem como, o herdeiro 3 percam o
direito que sobre eles lhe cabia.
DAS CONTAS BANCÁRIAS
O falecido em vida avisou aos 02 filhos (herdeiros 1 e 2) que havia uma conta conjunta com
a inventariante, visto que quando descobriu que estava doente, ela sugeriu que fosse aberta
essa conta para facilitar pagamentos das despesas mensais, além de ter lhe outorgado uma
procuração com poderes para que ela resolvesse questões burocráticas.
Ainda, avisou os filhos que estava deixando cerca de R$200.000,00 (duzentos mil reais) em
conta bancária, apesar de não indicar em qual banco. Logo, faz-se necessário averiguar em
qual conta encontram-se os referidos valores.
Verifica-se que a referida conta conjunta também não fora apresentada nas primeiras
declarações, bem como a comprovação de que não havia nenhum tipo de aplicação
bancária ou existência de aposentadoria privada do de cujus.
Ademais, o herdeiro 2 residia em uma cidade do interior de MT, cidade essa que o de cujus
construiu casas para que fossem vendidas. Tamanha confiança do de cujus que outorgou
uma procuração com poderes para que o herdeiro 2 realizasse a venda das casas e
recebesse o pagamento, conforme contrato e procurações anexos.
Após realizadas as vendas, o herdeiro 2 foi orientado a depositar o dinheiro na conta do
menor (herdeiro 3), e assim foram feitas transferências de valores aproximados de
R$70,000,00 e R$140,000,00. Importante salientar que são valores altos e incompatíveis
para um menor de idade, com aproximadamente 12 anos na época, conforme documento
anexo.
Dessa forma, sabe-se que se há valores em conta do menor não são frutos de rendimentos
do próprio trabalho ou simples poupança, mesada, uma vez que os genitores utilizam a
conta dele para altas transações.
Ainda, conforme depreende-se de informação das próprias instituições bancárias, os
menores de idade não possuem capacidade para abertura de conta sem a representação de
um tutor e não possuem contas com cartão de crédito, o que demonstra que a meeira e o de
cujus eram quem movimentavam a referida conta.
Sabe-se ainda, pela própria inventariante, que foi aberta uma nova conta bancária em 2019,
após o falecimento do de cujus, para o herdeiro 3 receber sua parte da pensão por morte
deixada pelo pai falecido, então, frisa-se que a citada conta com substanciosas transações
financeiras é antiga.
Diante do exposto requer que sejam oficiados os Bancos para que apresente contas
existentes no CPF do de cujus, aplicações bancarias e previdência privada se existirem, bem
como apresentar contas bancárias da inventariante em função da suspeita de existência de
conta conjunta e do herdeiro 3, devido as altas movimentações, para que sejam
demonstrados os reais valores que existem em conta até a data do óbito, em 04/08/2019.
Requer também extratos para verificar se houve transações que foram feitas após o
falecimento do de cujus e que deveriam compor os bens do espólio.
No caso de existirem valores nas referidas contas, aplicações bancárias e previdência
privada, requer a perda do direito da meeira e do herdeiro 3 que sobre eles lhe cabia,
conforme art. 1.992 do CC/02.
DO AUXÍLIO FUNERAL
De acordo com o site do Portal da Transparência, a inventariante percebeu a título de
auxílio funeral o valor de R$10,111,63 (dez mil, cento e onze reais e sessenta e três
centavos), conforme descrição no site em questão: PAGAMENTO DE AUXILIO FUNERAL
PARA....
(descrição conforme escrito no site)
Verifica-se que esse valor é capaz de saldar quase todas as despesas obtidas com o
falecimento do de cujus e também não foi apresentado nas primeiras declarações somando
mais um bem que pertence ao espólio e foi ocultado.
Logo, o valor que estava em conta bancária do falecido deve ser restituído aos herdeiros e a
inventariante deve ser excluída desse bem, uma vez que ocultou o valor que recebeu e
custeou essas despesas.
Outrossim, os herdeiros não autorizaram e não reconhecem essas compras efetuadas com o
cartão do de cujus após seu falecimento, 04/08/2019, nas lojas Riachuelo, Anitta, despesa
de condomínio, mensalidade escolar (Sociedade Educacional, biglar, etc).
Ainda, a inventariante anexou ao processo um recibo de R$350,00 referente a lavagem do
tumulo, contudo, tal recibo está em nome de terceiro estranho ao processo. Pois, de fato,
quem pagou esse valor foi o sobrinho do de cujus, não tendo então que falar que o valor
pago é despesa do funeral, uma vez que o sobrinho quis pagar como cortesia para o tio
falecido.
Portanto, requer a restituição do valor percebido da União Federal a título de auxílio
funeral e de todos os valores que foram gastos além das despesas do funeral, totalizando
R$... e, ainda, requer a perda do direito da meeira que sobre eles lhe cabia.
DAS PROCURAÇÕES
O falecido teve câncer, que aos poucos foi o debilitando, dificultando sua locomoção o que
fez com que ele outorgasse uma procuração para que a inventariante resolvesse questões
burocráticas junto as instituições financeiras e sociedade.
Diante da ausência de certeza de que essas procurações tenham sido cassadas, requer que
seja oficiado o cartório para que faça, caso a inventariante ainda não tenha feito.
4 – DO DIREITO
DOS BENS SONEGADOS
Os descendentes que concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para
igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena
de sonegação
Esclarece-se que a sonegação é a ocultação dolosa de bens da herança com o objetivo de
fraudar a partilha e a demonstração inequívoca de que o comportamento do herdeiro foi
inspirado pela fraude, pela determinação consciente de subtrair da partilha bem que sabe
pertencer ao espólio.
Por sua vez, dispõe o artigo 1.995:
"Se não se restituírem os bens sonegados, por não os ter o sonegador em seu poder, pagará
ele a importância dos valores, que ocultou, mais as perdas e danos."
É o caso dos autos. A inventariante e o herdeiro 3 sonegaram e pretendem que esses bens
não sejam trazidos à colação para o efeito de igualarem os legítimas, motivo pelo qual os
herdeiros 1 e 2 sairiam imensamente prejudicados, não recebendo boa parte do inventário
do finado pai.
A pena dos sonegados é, pois, a que compete a qualquer herdeiro, ou credor da herança,
contra o inventariante, que dolosamente não deu a inventário bens da herança, ou contra o
herdeiro, que omitiu na colação, a que os devia levar, ou deixou de os restituir, a fim de ser
condenado a restituí-los com os seus rendimentos, e a perder o direito que sobre eles tinha.
Além de terem direito nesses bens tem os autores direito às rendas proporcionadas por
eles durante o tempo em que eles permaneceram, irregularmente, em poder das réus, pois
a Constituição Federal garante, no inciso XXX do art. 5º o direito de herança e aberta a
sucessão o domínio e a posse da herança transmitem-se, a todos os herdeiros, ao teor do
artigo 1.784 do Código Civil Brasileiro:
"Artigo 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, os herdeiros legítimos
e testamentários."
DA INVENTARIANTE
Uma vez aberto o inventário, a administração dos bens deverá ser assumida pelo
inventariante.
O papel do inventariante, inicialmente, equivale a um mandato, tendo em vista que ele
representará o espolio em juízo ativa e passivamente, nos termos do art. 75, inciso VII, do
Código de Processo Civil.
O cargo de inventariante inicia-se com a nomeação e finda-se com a homologação da
partilha, consoante art. 1.991, do Código Civil.
Quanto a isso, destaca-se que a inventariança é múnus público, tratando-se assim de uma
atividade que alguém exerce como dever social.
No art. 618 do CPC estão previstas as incumbências que podem ou não acontecer e aquelas
que dependem da manifestação dos intereados e autorização judicial no art. 619 e ssss.
Vejamos:
Art. 618 Incumbe ao inventariante:
I - representar o espólio ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, observando-se, quanto
ao dativo, o disposto no art. 75, § 1º;
II - administrar o espólio, velando-lhe os bens com a mesma diligência que teria se seus
fossem;
III - prestar as primeiras e as últimas declarações pessoalmente ou por procurador com
poderes especiais;
IV - exibir em cartório, a qualquer tempo, para exame das partes, os documentos relativos
ao espólio;
V - juntar aos autos certidão do testamento, se houver;
VI - trazer à colação os bens recebidos pelo herdeiro ausente, renunciante ou excluído;
VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o juiz lhe determinar;
VIII - requerer a declaração de insolvência.
E ainda, preceitua o art. 619 do NCPC:
Art. 619.Incumbe ainda ao inventariante, ouvidos os interessados e com autorização
do juiz:
I - alienar bens de qualquer espécie;
II - transigir em juízo ou fora dele;
III - pagar dívidas do espólio;
IV - fazer as despesas necessárias para a conservação e o melhoramento dos bens do
espólio.
Outrossim, importante observar que as incumbências devidas pelo inventariante não se
restringem a essas previstas no citado art. 618, tendo em vista que o importante é ele
atingir a boa administração do acervo, agindo com responsabilidade, diligência,
transparência e celeridade, como se a ele pertencesse todos os bens.
Então, verifica-se que o rol do 618 é elucidativo, mas o do 619 é taxativo, pois sempre que
for necessário ocorrer tais incumbências, a autorização judicial será imprescindível.
Assim, caso o inventariante não realize as obrigações descritas acima, caberá a exclusão
dele de seu encargo, conforme será exposto a seguir.
DA REMOÇÃO DA INVENTARIANTE
Conforme mencionado alhures, se o inventariante tem o múnus público de agir com boa-fé
na administração dos bens, assim não fazendo, outra opção não cabe senão a exclusão dele
dessa função.
A esse respeito, dispõe o art. 622 do CPC, nos seguintes termos:
O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;
II - se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se
praticar atos meramente protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem
dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas
ativas ou se não promover as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;
VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio.
A doutrina estabelece que as hipóteses de remoção estão relacionadas a omissão no
exercício da função de inventariante em relação ao procedimento do inventario, que
poderá ser requerida pelos interessados ou ser reconhecida de ofício pelo juiz, mas sempre
dependerão de decisão judicial para que ocorra.
Acrescenta-se ainda a observação referente a falha na descrição dos bens, tendo em
vista que ela também sujeita não só a remoção do inventariante como as penalidades
de sonegados, que corresponde a perda do bem que não trouxe a colação nos termos
do art. 1.992 e 1.993 do CC e art. 621 do CPC.
Portanto, tendo em vista os fatos narrados, em cotejo com os fundamentos jurídicos
expostos, necessária se faz a remoção da viúva do cargo de inventariante para posterior
nomeação da herdeira 1 para o exercício de tal encargo.
Assim sendo, para resguardar direitos, no caso, a existência de bem imóvel, a possibilidade
de depósitos bancários, aplicações financeiras e outros, que pertenciam também ao de
cujus, respeitosamente, nos termos do art. 1992 do CC, utiliza-se da presente.
DA NOMEAÇÃO DA HERDEIRA 1 COMO INVENTARIANTE
Assim, ocorrendo, a posse dos bens do acervo deverá ser transferida imediatamente ao
novo inventariante, sob pena de busca e apreensão e imissão na posse, conforme se trata
de bem móvel ou imóvel, bem como estará sujeito a incidência de multa a ser fixada pelo
juiz em montante não superior a 3% do valor dos bens inventariados, nos termos do art.
625 também do CPC.
Desse modo, com fulcro no art. 617, III do CPC os interessados requerem a nomeação da
herdeira 1 como inventariante do espólio.
6 - DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA
A inventariante prestou as suas primeiras declarações, relacionando os bens do espólio,
nos quais se encontram dois veículos:
1- Veículo Chevrolet/Cruze 1.8 LTZ 16V SEDAN FLEX 4P, automático, ano 2014/2014,
Placa QBB 7988, Chassi nº 9BGPN69MOEB302993, na cor prata.
2- Veículo JEEP COMPASS LIMITED F 2.0, 4X2 Flex 16V, automático, ano 2016/2017, Placa
QBQ 9111, Chassi nº 988675134HKH10526, na cor preta.
Menciona-se que um dos veículos está parado na garagem e ambos tendo seu preço
depreciado pelo simples decurso de tempo.
Considerando que os herdeiros 1 e 2 foram procurados pelo advogado da inventariante e
do herdeiro 3, para que fosse realizada a venda dos veículos antes das primeiras
declarações sob a alegação da depreciação dos bens, resta demonstrado o interesse na
venda dos bens.
Os herdeiros 1 e 2 preferiram aguardar as primeiras declarações para requerer em juízo o
alvará para venda dos bens.
Então, vem ao juízo manifestar interesse na alienação dos bens, visando a obtenção de
recursos para o custeio do processo e atendimento a outras necessidades de caráter
urgente.
O Novo Código de Processo Civil dispõe no livro V, da parte geral, sobre a tutela provisória,
que tem como espécies a tutela de urgência e a tutela de evidência. Nos termos do art. 300,
a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
O primeiro requisito resta preenchido, uma vez que todas as alegações estão devidamente
comprovadas pela documentação que instrui a peça vestibular. Com isso, resta claro vez
que todos os herdeiros possuem o interesse comum de vender os bem móveis
Por sua vez, o perigo do dano está de plano evidenciado, uma vez que os veículos sofrem
depreciação pelo simples decurso do tempo. Ou seja, caos não sejam vendidos logo o
espólio sofrerá prejuízo.
Sendo assim, demonstrado o interesse de todos do espólio e demonstrado que subsistem
outros bens suficientes para garantia dos encargos fiscais, requerem a expedição de
ALVARÁ para a venda do veículo pelo melhor preço que se encontrar, com oportuna
prestação das contas, em sede de tutela antecipada.
Caso o entendimento de Vossa Excelência seja divergente, a herdeira 1 requer o exercício
dos direitos de usar e de fruir de um dos veículos, conforme preceitua o Art. 647, parágrafo
único:
O juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos
herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição
de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este,
desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos.
Considerando que a inventariante está com os dois veículos, que um deles está parado na
garagem, sem uso e que a herdeira não possui nenhum veículo para se locomover, requer a
antecipação o uso e fruição de um dos bens.
7 - DOS PEDIDOS
De todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência o que se segue:
I – A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de Processo Civil;
II - seja deferido o pedido de antecipação dos efeitos da tutela para expedição de alvará
para a venda do veículo pelo melhor preço que se encontrar, com oportuna prestação das
contas ou, caso não seja esse entendimento de Vossa Excelência, que a herdeira 1 possa
usar e fruir de um dos bens móveis, nos termos do parágrafo único do art. 647 CPC/15;
III – requer a apresentação do contrato de aluguel do imóvel X aos autos para que todos os
herdeiros recebam esse valor, até decisão final de perda dos direitos que lhes cabem a
meeira e o herdeiro 3, ou que comprove que o imóvel está desabitado;
IV - requer que sejam oficiados os Bancos para que apresente contas existentes no CPF do
de cujus, aplicações bancarias e previdência privada se existirem, bem como apresentar
contas bancárias da inventariante em função da suspeita de existência de conta conjunta e
do herdeiro 3, devido as altas movimentações, para que sejam demonstrados os reais
valores que existem em conta até a data do óbito, em 04/08/2019;
V - requer a restituição do valor percebido da União Federal a título de auxílio funeral e de
todos os valores que foram gastos além das despesas do funeral, totalizando R$...;
VI - diante da ausência de certeza de que as procurações foram cassadas, requer que seja
oficiado o cartório para que faça, caso a inventariante ainda não tenha feito;
VII – requer a total procedência dos pedidos para condenar a inventariante e o herdeiro 3 a
restituírem os bens sonegados ao espólio, bem como perderem os direitos que, por todos
os bens sonegados que lhes cabiam, conforme art. 1.992 CC/02;
Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas.
Termos em que pede deferimento.
Cuiabá, 06 de fevereiro de 2020.
Advogado
OAB