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PsicoHospitalar 1

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Revisão Psicologia Hospitalar

1- PSICOLOGIA DA SAÚDE
● A psicologia da saúde é a aplicação dos conhecimentos e das técnicas
psicológicas à saúde, às doenças e aos cuidados de saúde;
● Estuda o papel da psicologia nos domínios da saúde, da doença e da própria
prestação dos cuidados de saúde, focalizando nas experiências, comportamentos
e interações: aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais.
● Abordagem sistêmica
Salutogênese: contrário de patogênese, como ter saúde, como ter bem estar
Atuação
● Estudar causas e origens de determinadas doenças (etiologia): Origens
psicológicas, comportamentais e sociais da doença;
● Promoção e prevenção da saúde: Empowerment -adoção de comportamentos
saudáveis; programas para prevenção de agravos;
● Facilitação do diagnóstico e tratamento médicos: adesão ao tratamento e
autocuidado; avaliação e intervenção psicológicas;
● Promover políticas de saúde pública: educação em saúde; atuar ativamente nos
conselhos de saúde

Diferença Psicologia Hospitalar e Psicologia Clínica


Psicologia Hospitalar
● Objetivo: minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização e pelo
processo de adoecer.
● Consiste no campo do entendimento e tratamento de aspectos psicológicos
em torno do processo saúde/doença.
● Doenças Psicossomáticas X “Doenças biológicas”
● A atuação envolve: Subjetividade; ajudar o paciente a fazer a travessia do
processo de adoecimento; tratar da doença no nível simbólico.

2- PROCESSO DO ADOECIMENTO
● Adoecer faz parte da condição humana e cada doença tem um ponto limite para
detecção antecipada, que será fundamental para definir o curso e o tratamento.
● O diagnóstico de uma doença estabelece o início de uma CRISE com seus
desdobramentos no estilo de vida do paciente e seus familiares; vão definir o rumo
das intervenções psicológicas e da equipe a ser adotada.
O processo de adoecimento envolve:
● Mudança De Ritmo/ Perspectiva Projetos/ Despersonalização/ Fragilização
Concepções dos indivíduos sobre o que é estar doente
● Histórico de doenças
● Medos e fantasias
● Sua cultura
● Rotinas
● Responsabilidades
● Contexto socioeconômico
● Rede familiar e de amizades
● Expectativa de vida e experiências com perdas

Lugar HOSPITAL:
● Configura-se como um lugar estressante do ponto de vista físico, cultural, social e
pessoal.
● a estrutura arquitetônica;
● os odores;
● os ruídos;
● aparelhos de aparência agressiva;
Os ambientes impessoais podem com frequência ser ameaçadores, sombrios e hostis.
● ILLNESS: equivalente a perturbação;
● É a resposta subjetiva do indivíduo e da sua rede social à situação de doença;
● O sujeito atribui significado à doença, percebendo os sintomas;
● Envolve experiência, articulando-os então através de comportamentos próprios e
buscando caminhos específicos em busca da sua cura.

● DISEASE é a forma como a experiência da doença (illness) é reinterpretada pelos


profissionais de saúde por meio de seus modelos teóricos;
● Definição de disfunção, com características essencialmente biomédicas.
● Médico: traduzir o discurso, os sinais e os sintomas do paciente chegando ao
diagnóstico da doença:
● decodificar illness em disease. (OLIVEIRA, 2002).
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO
MEDICINA: CURAR DOENÇAS
X
PSICOLOGIA: REPOSICIONAR O SUJEITO EM RELAÇÃO A SUA DOENÇA

● Oferecer requisitos para a assistência integral do paciente: conduzindo-o à


qualidade de vida;
● Marcas da doença (traumas, medos, consequências reais ou imaginárias)
● Facilitador na comunicação: ajudando a quebrar o silêncio que pode se instalar; e
despreparo do paciente para se comunicar ou expor suas dúvidas, expectativas e
informações que fazem parte de sua história médica (CARDOSO, 2007; CASTRO,
2001)

3- CENA HOSPITALAR E DIAGNÓSTICO


Cena Hospitalar e a padronização
● Encontro do sujeito com a doença no contexto da medicina: Exclui
sistematicamente a subjetividade.
● Ideal perseguido pela cena hospitalar moderna: aumentar a eficácia e segurança
dos procedimentos da medicina, padronizam ações sem deixar espaço para
individualidade.
● Singularidade e subjetividade são desestrurantes, desarrumantes
● A cena hospitalar busca o máximo de arrumação possível.
● Despersonalização: Ao adoecer a pessoa deixa de ser sujeito das atenções e vira
objeto das atenções
Ao escutar, o psicólogo “sustenta” a angústia do paciente tempo suficiente para que ele
possa submetê-la ao trabalho de elaboração.

DIAGNÓSTICO
•Medicina: conhecimento da doença por meio dos sintomas;
•Psicologia: conhecimento da situação existencial e subjetiva da pessoa adoecida em sua
relação com a doença.
•PSICODIAGNÓSTICO X DIAGNÓSTICO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR
•O diagnóstico já faz parte do tratamento: Cuidado, acolhimento, escuta.
NEGAÇÃO
•Esse “tropeço” no real faz com que nos defrontemos com a realidade cruel e absurda:
Lidar com a nossa própria morte, com a nossa finitude.
•Naquele instante, negar é o que ele consegue fazer: Respeitar e não confrontar.
•Falta de informação X Negação: Falta de condições psicológicas.
•Soluções mágicas;
•Angústia indefinida;

REVOLTA
• “Cai na real”
•Revolta dirigida a tudo e a todos;
•Lidar com as limitações, frustrações, incapacidades...
•A raiva é positiva –luta pela vida
Revolta: exagero e constância.
•Agitação/atividade X produtividade: Fora de foco, não direcionada ao problema, sem
resolutividade.
Ação agressiva sem foco X Comportamento em momento agudo;
(Passiva) (Catártico)
•Descarregar tensão acumulada: Diminuição da angústia –auxilia para manter em um
nível suportável.

DEPRESSÃO
•Entrega Passiva Doença, Desistência, Desesperança.
Depressão Reacional (Luto) X Depressão melancólica
•Culpa, auto acusação, ausência de cuidados elementares, desânimo intenso, fracasso,
perda de interesse no mundo, risco aumentado de suicídio;
•*Passageiro Reativo (Transtorno Mental).

ENFRENTAMENTO
•Alternância entre luta e o luto: Revolta só luta e depressão só luto;
•Luta é tudo o que uma pessoa faz diante de um limite tentando modificá-lo;
•Luto é tudo aquilo que uma pessoa faz diante de uma perda objetal, tentando suportá-la:
Ex: paciente com problemas cardíacos – (submeter-se a uma cirurgia = luta; modificar
hábitos = luto)
•Sempre há algo que podemos fazer: Buscar especialistas –melhor tratamento (Potente);
não ter cura (impotente);
REALISMO: Potência + Impotência.
Diagnóstico Situacional: dimensão corporal, vida psíquica, vida social e vida cultural.
Físico: relação pessoal com seu corpo -> cuidados de higiene, forma de se vestir, maneira
como se refere ao corpo
Vida Psíquica
•Identificar: principais traços da personalidade; Possíveis Conflitos Psicodinâmicos; Doenças
Mentais.
•Situações Frequentes: Paciente Psiquiátrico Que Adoece Fisicamente (continuidade da
medicação);
Paciente histórico psiquiátrico e passa apresentar sintomas: (orgânico, medicamentoso,
dependência...);
Paciente com sintomas físicos em razão de conflitos psíquicos (crise conversiva, histeria, DNV,
xilique, piti...).

Vida social
•Rede De Relacionamentos Interpessoais;
•SVD–SITUAÇÃO VITAL DESENCADEANTE:
Acontecimento na vida do sujeito que pode lhe criar estresse
Pode Ser Visto Como Um Precipitador Doença: Separação, traição, morte, conflito familiar,
desemprego… pode não ter nenhum SVD.
•GANHO SECUNDÁRIO: Privilégio que passa a ganhar por ficar doente (material, afetivo
psicológico); Reforço Positivo Na Manutenção Da Doença.
•FIGURAS VITAIS: Pessoas Consideradas Importantes Da Vida Do Sujeito;
Positiva(motivação)ou negativa(problema); Informações que auxiliam o trabalho Psi.

Vida Cultural
•O Psicólogo Não Precisa Aderir Cultura Do Paciente: Manter Postura Aberta, inclusiva; Levar
Em Consideração Os Valores Culturais Do Paciente; Reconhecendo a importância destes
valores para o processo de adoecimento.
•Religião;
•Linguagem;
•Questões Sociais;
•Medicina popular: crenças formas tradicionais de tratamento (empirismo, misticismo sem
remédios naturais).
Solicitação e demanda de atendimento
•Solicitação: pedido de atendimento (médico, enfermagem, paciente, família);
•Demanda: Estado psicológico caracterizado por um questionamento ou incômodo, da própria
pessoa, em relação à maneira que está vivenciando o adoecimento.
•Demanda e solicitação podem não ser coincidentes: Demanda que não vem do paciente

Realidade institucional
•Relação Paciente Profissional De Saúde: não é dual;
Terceiro elemento: Hospital/governo/sistema de saúde/empresa de seguro....
Analisar a situação do paciente quanto às questões institucionais;
A Inserção Do Psicólogo Nesse Universo.
Roteiro De Avaliação Psicológica
PRINCIPAIS FUNÇÕES:
● Função Diagnóstica
● Função De Orientador De Foco
● Avaliação Continuada Do Processo Evolutivo Do Processo Do Adoecer
● Fornecimento De Dados Sobre A Estrutura Psicodinâmica Da Personalidade.
● Possibilitar Diagnóstico Diferencial Quanto A Quadros Psicológicos/Psiquiátricos.
● História Da Pessoa: Coleta de informações sobre suas relações ser-em-si e ser-no-
mundo.
● Estabelecimento Das Condições De Relação Da Pessoa Com Seu Prognóstico
(Limites x Possibilidades): Ser ou estar doente; processo de negação/aceitação.

ESTADO EMOCIONAL GERAL


● Autoconceito: leitura que a pessoa faz de sua capacidade (ser capaz de.....)
● Autoestima: Relação afetiva do sujeito com ele mesmo;
● Informação sobre a doença.
● Informação sobre o tratamento.
● Defesas predominantes.

SEQUELAS EMOCIONAIS (Presente “forte ou leve” / ausente)


● Com internação anterior.
● Com tratamento anterior.
● Com cirurgia anterior.
● Com separações.
● Com perdas e óbitos.

MANIFESTAÇÕES PSÍQUICAS E COMPORTAMENTAIS


● O objetivo é auxiliar na elaboração do perfil psicológico estrutural, psicodinâmico e
circunstancial decorrente da relação que o paciente estabelece com a doença,
tratamento e hospitalização. (n/a; moderada; acentuada).

HOSPITALISMO
● Positivo: ocorre uma adaptação à internação e à rotina hospitalar de forma a
substituir os aspectos carentes do indivíduo - “serviço de hotelaria”
● Negativo: Efeitos nocivos (físicos e psíquicos) resultantes de uma longa
permanência hospitalar.
● Permanência prolongada ou internações subsequentes agravam o estado de
hospitalismo no adulto
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
● Receptivo ao tratamento;
● Conhecimento/entendimento do tratamento;
● Relação com a doença/tratamento/hospitalização;
● Postura frente a doença: necrófilo/biófilo;
● Manifestações psíquicas;
● Mecanismos de defesas observados;
● Recursos de enfrentamento: positivos/negativos.

4- ATRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO
CÓDIGO DE ÉTICA
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS:
I. baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II. trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
VII. considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas
relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em
consonância com os demais princípios deste Código.

DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO:


Art. 1o – São deveres fundamentais dos psicólogos:
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações
concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g) Informar, a quem de direito, transmitindo somente o que for necessário para a tomada
de decisões que afetem o usuário ou beneficiário;
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da
prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos
pertinentes ao bom termo do trabalho;
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito,
consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo
impedimento por motivo relevante.

Art. 6o – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos:


a) Encaminhará a profissionais
b) Compartilhará somente informações relevantes, preservar o sigilo.
Art. 9o –respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício
profissional.
Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito, o psicólogo poderá decidir pela
quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo.
Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo
deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias.
Art. 12 –registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos
do trabalho.

RESOLUÇÃO CFP 001/2009


Registro do: O trabalho prestado; A descrição e evolução da atividade; Procedimentos
técnico-científicos adotados.
Prontuários:
● Fica garantido ao usuário ou representante legal o acesso integral às informações
registradas em prontuário;
● Registro realizado em prontuário único;
● Registrar apenas informações necessárias ao cumprimento dos objetivos do trabalho.

REGISTRO PROFISSIONAL
● Escrito a caneta, na folha de evolução ou formulário próprio;
● Escrita corrida, sem parágrafos;
● Sem rasuras;
● Linguagem técnica (preferencialmente na terceira pessoa);
● Data e hora;
● Conciso, privilegiando informações que possibilitaram à equipe definir condutas
terapêuticas;
● Preservar o paciente de uma exposição excessiva.
● Solicitante, motivo da solicitação, exame psíquico, impressão do psicólogo e
conduta
● Descrever estratégia terapêutica, orientações e encaminhamentos;
● **Registro pessoal.

ATRIBUIÇÕES E PROCEDIMENTOS
OBSERVAÇÃO PSICOLÓGICA: Objetiva colher dados sobre estado mental e estado
emocional do paciente e/ou familiares.
AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA: Avaliar a atividade diante da doença hospitalização,
estratégias de enfrentamento e presença de fatores emocionais e comportamentais que
prejudiquem o prognóstico do paciente.
● Exame do estado mental (atenção, orientação, memória, pensamento, consciência...);
● Contato com o profissional (colaborativo, choroso, ansioso, agitado, agressivo ...);
● Queixa X solicitação equipe;
● História de vida – funcionamento frente a dificuldades anteriores, formas de
enfrentamento em situações adversas (recursos de enfrentamento, mecanismos de
defesa);
● Rede de apoio;
ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA: Procedimento de continuidade da assistência após a
realização da avaliação psicológica;
ORIENTAÇÃO PSICOLÓGICA: Procedimento pontual para a orientação sobre algum
aspecto do tratamento Esclarecer dúvidas com o objetivo de dissipar angústias,
possibilitando maior controle da situação e minimizando os efeitos da
ansiedade.
SUPORTE PSICOLÓGICO: Elaboração do impacto do adoecer, sensibilização para o
autocuidado, reconhecimento das
suas capacidades e possibilidades.
PSICOEDUCAÇÃO: Procedimento de caráter informativo sobre algum aspecto do
adoecer e/ou hospitalização.
ORIENTAÇÃO PARA PROCEDIMENTOS (Paciente/família): auxilia na prevenção às
reações psíquicas desadaptativas e propicia a colaboração do paciente, favorecendo um
sentimento de controle e segurança.
PSICOTERAPIA BREVE: Planejada em função do contexto, tempo, necessidade,
pertinência, organização interna e disponibilidade do sujeito. FOCO DEFINIDO!
ORIENTAÇÃO PARA ALTA: Favorecer a adesão ao tratamento e realizar
encaminhamentos pertinentes.
MANEJO DA SITUAÇÃO: Intervenção com a equipe para manejo das situações
psicologicamente difíceis, é focado na viabilização de cuidado do paciente (ex.
Comunicação).

5- Comunicação
● Communicare: colocar em comum.
● Comunicação é um processo dinâmico: intercâmbio de mensagens enviadas e
recebidas; influencia os comportamentos das pessoas a curto, médio e longo
prazo.
● Intercâmbio: A pessoa recebe o conteúdo necessita saber; mas além disso, é
importante informá-lo da forma adequada, reassegurando a compreensão do
mesmo.
● Falar ou não falar, ter uma ou outra atitude, constitui uma forma de comportamento
que terá como resultado uma mensagem para o outro.
● Portanto, a comunicação não é apenas intencional, já que qualquer ação é uma
forma de comunicação para o outro.

•A comunicação em saúde continua sendo um dos maiores obstáculos na relação


doente/família/profissional: Gera perturbação, não só em quem recebe como a quem
transmite a notícia
Cuidados de saúde numa abordagem paternalista:
•submissão do sujeito adoecido: quem decide quais informações serão dadas, e qual o
tratamento mais adequado é a equipe de saúde; desconsiderando a capacidade de tomar
decisões do paciente.
•Relação entre o doente e o profissional de saúde ficou limitada: comunicação:
mecanizada e despersonalizada
•PACIENTE: solidão e isolamento, num ambiente hospitalar desconhecido e hostil.

TIPOS DE PACIENTE
• A abordagem pode variar de acordo com a fase do desenvolvimento em que o paciente
está, assim como o tipo de doença (agudo/crônico/paliativo/cuidado de fim de vida).

A CRIANÇA
•A família relação de proteção, evitando o sofrimento;
•A equipe e os responsáveis prejudicial oferecer as informações;
•Não contribuem com a terapêutica necessária; ou para não prejudicá-las
emocionalmente.
•Incapacidade em compreender e assumir responsabilidades sobre o tratamento;
•A resistência do profissional em adequar o seu vocabulário para a realidade infantil.
•Criança apenas como provedora de informações.

O SEGREDO
• DILEMA: incluí-la nas discussões sobre o diagnóstico; ou assumir a postura paternalista,
para protegê-la.
• A não revelação da verdade se torna ainda mais prejudicial à criança, pois: Ela
compreende as mudanças em seu corpo; Mudança de rotina; Tratamento que precisa
percorrer.
• Descobrir o segredo pode criar dimensões aterrorizantes para o psiquismo da criança:
conflitos emocionais; raiva; dificuldades no desenvolvimento psicossocial; e
comportamentos autodestrutivos.

FATORES ENVOLVIDOS NA INCLUSÃO DA CRIANÇA


•A comunicação inclusiva deve levar em consideração: a criança em sua singularidade:
Desenvolvimento, Compreensão intelectual, Demandas, Desejos.
•A partir de dois anos de idade: participando mais ativamente dos atendimentos com o
médico, incentivando potencialidades de compreensão sobre a doença; desmistificando
crenças disfuncionais; e auxiliando na formação de habilidades para uma futura
responsabilização no tratamento.
Ferramentas de comunicação

PORQUE CONVERSAR É IMPORTANTE: Compartilhar seus desejos sobre cuidados no


fim da vida pode aproximá-lo daqueles que ama.

COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS


● Informações que afetam a visão do sujeito sobre seu futuro;
● Está sempre na perspectiva de quem olha;
● Não se pode estimar o impacto até determinar as expectativas e compreensão de
quem recebe;
● Ameaças a integridade física/mental;
A comunicação de notícias difíceis ou más no processo de adoecer e tratar desafio
para a equipe
A transmissão da equipe ao P/F de informações que podem, direta ou
indiretamente, resultar em alterações negativas na vida destes, afetando sua visão e suas
expectativas do futuro.
Via de regra associada à transmissão de diagnóstico de doenças terminais; pode tratar de
informações e patologias menos dramáticas, mas igualmente traumatizantes para o P/F e
ser estressante para a equipe.
● A má notícia envolve informações que possam acarretar mudanças negativas e
abruptas na perspectiva de futuro do paciente.
● Tais notícias podem ser encaradas como ameaças à integridade física e/ou mental
do indivíduo, provocando reações variadas e que dependem do contexto
psicossocial no qual o mesmo se encontra inserido.
● A maioria dos pacientes deseja saber a verdade.
● Seus benefícios são maiores do que os danos, principalmente aqueles de origem
psicológica, que levam a uma maior aceitação da enfermidade e da morte.
● Não comunicar a verdade pode por outro lado: levar o paciente ao isolamento e
quebra do vínculo com o profissional, caso desconfie de algo
relacionado ao seu diagnóstico ou prognóstico.
Artigo 34 do Código de ética Médica:
“É vedado ao profissional deixar de informar ao paciente sobre o diagnóstico de sua
doença, como também sobre o prognóstico, os riscos e objetivos do tratamento, salvo
quando a comunicação direta possa provocar-lhe dano, sendo assim, a comunicação
deve ser feita ao seu representante legal”.
Já para a dificuldade na comunicação não se encontra no informar ao doente, mas em
saber como, quando e quanto se deve revelar;
Uma notícia dada de maneira inadequada pode ser tão ou mais danosa do que a falta da
mesma. Podendo modificar:
● a compreensão da informação do sujeito que a recebe;
● a satisfação com o cuidado da equipe;
● o nível de esperança; e
● a adaptação psicológica consequentemente.

COMUNICAÇÃO DO ÓBITO

Preconceito comum é achar que os profissionais da saúde não têm nada para
oferecer à família;
● o trabalho está no cuidado ao paciente.
● uma vez que este esteja falecido acabou a missão.
● Faltam aos profissionais da área da saúde mecanismos para lidar com as
manifestações de dor.
● E é em todo esse complexo contexto emocional que há de se dar a comunicação
adequada que proporcione alívio e apoio emocional.

DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADE COMUNICATIVAS


Se deve a uma junção de técnicas e estratégias, bem como à disponibilidade
interna de cada indivíduo, ou seja, os recursos psíquicos que cada pessoa apresenta para
enfrentar situações em sua vida.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE:
● estarem atentos às necessidades e singularidades de cada paciente e de
cada família;
● se prepararem, não só do ponto de vista técnico, mas também do
emocional, para enfrentar o processo de comunicação de más notícias, tão
presente e frequente na rotina de um hospital.

PROTOCOLO SPIKES
Protocolo formado por seis passos:
● Dando subsídios para recolher informações dos pacientes;
● transmiti-las de acordo com a necessidade e desejo do paciente;
● proporcionar suporte ao mesmo.
● reduzindo o impacto emocional e desenvolver uma estratégia de cuidado com a
contribuição e colaboração dele.
Pressupõe uma interação dinâmica entre o profissional e seu paciente, onde o
primeiro é guiado pela compreensão, preferências e comportamento do sujeito adoecido.
Baile (et al, 2000) afirma que através deste protocolo, se obtém uma abordagem
mais flexível sendo assim possível de se dirigir às diferenças inevitáveis e levar em
consideração a subjetividade de cada sujeito.

1- PLANEJAR A ENTREVISTA
(S – Setting Up the Interview)
• Rever o plano para contar ao paciente;
• Identificar um ambiente privado;
• Considerar a trajetória do paciente, inteirando-se da sua história;
• Envolver amigos e parentes no processo caso seja da vontade do paciente;
• Sentar e se conectar com o paciente através do olhar ou do toque, mostrando que não
fará a comunicação com pressa e contribuindo para o estabelecimento de um vínculo.
2- AVALIAR A PERCEPÇÃO DO PACIENTE SOBRE A DOENÇA
(P – Perception)
•Identificar como o paciente percebe a sua situação clínica;
•Avaliando o que já lhe foi dito e qual a sua compreensão.
•Corrigir desinformações e moldar a má notícia para um melhor entendimento.
3- OBTENDO O CONVITE DO PACIENTE
(I – Invitation)
• Entender o grau de detalhe que o próprio paciente quer obter sobre seu caso.
• Colocar-se sempre disponível para maiores esclarecimentos.
4- DANDO CONHECIMENTO E INFORMAÇÃO AO PACIENTE
(K – Knowledge)
•Informar que más notícias estão por vir:
• pode diminuir o choque na transmissão;
•facilitar o processamento da informação.
• NÃO usar termos técnicos de difícil entendimento;
• Ser claro e preciso, mas dando tempo ao paciente.
• Evitar detalhes dispensáveis
5- ABORDAR AS EMOÇÕES DOS PACIENTES COM RESPOSTAS AFETIVAS
(E – Emotions)
•Quando o paciente recebe más notícias sua reação emocional pode variar
• Silêncio, incredulidade, choro, negação, raiva....
• Nesta situação o médico pode oferecer apoio ao paciente com uma reação afetiva que
consiste em quatro etapas:
• Observar a emoção do paciente;
• Identificar a emoção experimentada pelo mesmo nomeando-a para si mesmo;
• Identificar o motivo desta emoção;
• Mostrar que se percebeu a emoção e o motivo desta
6- APONTAR OS PRÓXIMOS PASSOS / ESTRATÉGIA E RESUMO
(S – Strategy and Summary)
Verificar se a pessoa se sente pronta para discutir o que será feito;
•Compartilhar responsabilidades na tomada de decisão, apresentando as possibilidades
de cuidados e tratamentos;
•Compreender os importantes objetivos que cada paciente tem como controle de sintomas
podendo enquadrar a esperança em termos do que é possível ser alcançado.
Desenvolvimento do seu próprio estilo de comunicação;
Visando sempre o bem estar do paciente, e encorajando-o a participar do seu processo
de saúde e doença.
É fundamental que o médico e o paciente tenham o apoio de outros profissionais, como
psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, mas todos dentro de uma mesma linha de
conduta frente ao paciente.

ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO

Facilitador na comunicação: facilitando o ajustamento psicológico do paciente


e de seus familiares; ajudando a quebrar o silêncio que pode se
instalar; e auxiliando a dar voz aos sentimentos que aquela notícia desperta.

Colaborar no planejamento da comunicação da equipe: pontuando as características


emocionais de cada paciente; ajudando estes e a equipe médica a lidar com as possíveis
e diversas reações emocionais de cada paciente.

LIMITAÇÕES PROFISSIONAIS
•Os médicos e os profissionais de saúde descrevem que ao
comunicar más notícias, sentem: Desconforto; Frustração; Impotência; Medo;
•O profissional lança mão de estratégias (conscientes ou não), de como lidar com tais
situações: tentar ocultar o diagnóstico através de silenciamentos, comunicações abruptas
de prognósticos, assumindo uma postura muito técnica, não dando espaço para
perguntas que não possa ou não saiba responder.
MANEJO ADEQUADO DA COMUNICAÇÃO
•De modo geral, o profissional não é estimulado a pensar no paciente em sua
integralidade e a perceber o significado do adoecer para o paciente.
•O psicólogo como facilitador para o momento de comunicação de más notícias:
Articulação dos discursos entre a tríade, servindo de continente para as angústias que
poderão surgir, Através do manejo situacional adequado, intervindo preventivamente

ELEMENTOS PREJUDICIAIS NA COMUNICAÇÃO


não averiguação do entendimento dos sujeitos; carência no tempo; uso excessivo de
questionamentos fechados; contato visual restrito; exclusão do paciente nas tomadas de
decisões; desequilíbrio no volume de informações; falta de disponibilidade; vocabulário e
velocidade da informação inapropriada;

A RELAÇÃO NA TRÍADE E x P x F
•Identificação do profissional de referência;
•Função de atualizar todos da equipe, sobre como se deu o atendimento e a
comunicação.
•O médico deve ser o principal comunicador, já que cabe a ele: a realização do
diagnóstico e prognóstico; os esclarecimentos das implicações do tratamento proposto.

QUANDO O PACIENTE NÃO DESEJA SABER


● Identificar se é uma decisão apoiada em dados de realidade;
● Quais os medos e angústias vinculados a esta decisão?
● Decidir junto com o paciente que ele elegeria para fazer isso por ele.

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