Democosmetica Cen
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Dermocosmética 1
Sessão 1
CEN
- Sensibilidade- A pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contém vários receptores para o tacto,
pressão, dor e temperatura.
De acordo com a função que desempenham no organismo os tecidos epiteliais podem classificar-se em três
conjuntos: 4
- Tecidos epitelias de revestimento
- Neuroepitélios
As células secretoras apresentam grande actividade de síntese de moléculas, sendo ricas em retículo
endoplasmático rugoso e em complexo de golgi. As secreções produzidas são mobilizadas para o exterior das
células secretoras, podendo intervir em vários processos.
Neuroepitélios- são constituídos por células receptoras de estímulos agrupados em conjuntos ou isolados.
5
Os vários tecidos conjuntivos, com aspectos muito diversos, têm de comum o facto de serem constituídos
por uma substância fundamental, na qual se encontram dispersos as células e as fibras; por isso a substância
fundamental também se denomina intercelular ou intersticial.
Função: A principal função dos tecidos conjuntivos é unir e conectar outros tecidos do organismo; na maior
parte dos órgãos os tecidos conjuntivos envolvem outros tecidos. Têm, contudo, ainda várias outras funções:
função metabólica (armazena substâncias nutritivas, como é o caso do tecido adiposo ), função mecânica ( como
por exemplo o tecido ósseo ). O tecido conjuntivo propriamente dito exerce também uma função protectora na
cicatrização da pele ( através dos fibroblastos) e uma função de defesa ( através dos Monócitos, produtores de
anticorpos)
- Tecido cartilagíneo
- Tecido ósseo
- Tecido sanguíneo.
Estrutura
• Fibras : colagénio, reticulina e de elastina. Todas são produzidas a partir dos fibroblastos
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Sessão 2
CEN
1.2. Constituição
3
Os tecidos conjuntivos são constituídos por vários tipos de células e por uma matriz intercelular que preenche os
espaços entre as células.
A matriz intercelular apresenta-se constituída por duas porções: a substância amorfa e as fibras.
A substância amorfa é constituída por água, polissacarídeos e proteínas. Às vezes, como acontece nos tecidos
ósseos, a substância intercelular é sólida, com uma rigidez considerável; outras vezes, como no plasma sanguíneo
é líquida.
Para além da matriz intercelular, o tecido conjuntivo é formado por diferentes tipos de células, entre as quais
citamos:
• Fibroblastos – são as células mais frequentes do tecido conjuntivo. Têm grande actividade na síntese de
proteínas necessárias à organização e manutenção da substância intercelular;
• Macrófagos – desempenham funções de defesa, pela capacidade em digerir microrganismos por
fagocitose;
• Linfócitos – são as células mais abundantes na linfa, com papel fundamental na defesa imunitária do
organismo;
• Plasmócitos – são células também envolvidas nos processos de defesa imunitária, segregando
imunoglobulinas (anticorpos).
• Células adiposas – Grandes células esféricas especializadas no armazenamento de lípidos (gorduras).
Pode classificar-se de acordo com a predominância relativa dos seus elementos em:
1. Tecido conjuntivo frouxo ou laxo – caracteriza-se pela presença abundante de substância intercelular,
porém é relativamente pobre em fibras, que se encontram frouxamente distribuídas. Tem papel de
sustentação e de invólucro dos diversos órgãos e tecidos. Assegura a passagem de variadas substâncias
entre os tecidos e o sangue.
3. O tecido adiposo caracteriza-se pela presença predominante de células adiposas (adipócitos) e localiza-se
sobretudo na hipoderme. Representa uma das mais importantes reservas energéticas do organismo.
Os tecidos conjuntivos de transporte (tecido sanguíneo e tecido linfático) serão objecto do nosso estudo quando
abordarmos o aparelho cardiovascular e o sistema linfático em AnatomoFisiologia II
Os tecidos conjuntivos de sustentação são tecidos rígidos, que mantém a forma do corpo e servem de apoio para
os músculos. Este tecido foi objecto de estudo do módulo de Osteo-Miologia I.
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Sessão 3
CEN
1.5. Melanogénese................................................................................................................................................... 7
Glândula
sebácea
Epiderme
Folículo piloso
Derme
Músculo
erector do pêlo
Hipoderme
Vasos sanguíneos
Fibras nervosas
Glândula sudorípara
1.1. Epiderme
É constituído essencialmente por um Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado estratificado. Além desse
epitélio, que constitui sua maior parte, a epiderme apresenta ainda quatro tipos de células: os queratinócitos,
melanócitos e as células de Langerhans e de Merkel. Os melanócitos são células que se originam durante a 12ª e a
14ª semanas da vida intra-uterina. A espessura e estrutura da epiderme variam com o local estudado, sendo mais
espessa e complexa na palma da mão e planta do pé. Nessas regiões atinge a espessura de até 1.5 mm e
apresenta, vista da derme para a superfície, as seguintes camadas.
C am ada
granulosa
C am ada
esp inhosa
C am ada
basal
4
Papila
dérm ica(derm e)
FIGURA 3 - Melanócito
1.4. Queratinização
O processo de queratinização ocorre da camada basal para a camada córnea da epiderme. Consiste na 7
degeneração gradual das células epidérmicas, ao longo das várias camadas epidérmicas, obtendo-se no final deste
processo células mortas, os corneócitos, muito ricos em queratina. À medida que as células vão migrando de
camada em camada, vão enriquecendo em queratina (proteína fibrosa insolúvel de alto peso molecular), sendo a
camada córnea, a camada de células com maior concentração desta proteína. Assim, é nesta camada mais
superficial que a queratinização assume maior importância, sendo também notável ao nível da camada granulosa
onde ocorre degeneração do citoplasma e na camada espinhosa, onde ocorre desidratação das células.
1.5. Melanogénese
A melanina é uma proteína que confere pigmentação à pele, aos olhos e aos cabelos. A falta desta proteína
é chamada de albinismo.
A melanogénese é o processo de produção de melanina, através de células especializadas presentes na
camada basal, que se denominam de melanócitos.
A produção de melanina é feita pelos melanócitos, células da camada basal da epiderme que mantém
contacto com os queratinócitos. Esse contacto é que permite que a melanina produzida se deposite nos
queratinócitos.
A síntese de melanina ocorre no interior dos melanócitos e a enzima tirosinase tem importante participação
nesse processo. Devido à acção dessa enzima, a tirosina é transformada. A tirosinase encontra-se numas vesículas
denominadas como pré-melanossomas produzindo melanina. À medida que se acumula melanina dentro dos pré-
melanossomas, eles se transformam em melanossomas, onde coexistem melanina e actividade da tirosinase.
Quando cessa a síntese de melanina, o melanossoma liberta a melanina e perde a sua actividade tirosinásica,
recebendo o nome de grão de melanina.
Uma vez formados, os grânulos de melanina migram pelos prolongamentos do melanócito e são libertados
para o interior das células epiteliais. As células dessas camadas funcionam, pois como verdadeiros depósitos de
melanina e contêm geralmente maior quantidade desse pigmento do que os melanócitos.
Assim, os melanócitos, são as fábricas de onde surgem os bronzeados. As pessoas de cabelo ruivo possuem
um tipo de melanina relativamente ineficaz chamada de feomelanina. A sua protecção contra a luz solar é muito
baixa, o que faz com que estas pessoas sejam mais propensas a cancros da pele e a um envelhecimento da pele
mais acelerado. As pessoas que ganham um aspecto bronzeado mais facilmente, produzem uma melanina
chamada de eumelanina, que é mais eficaz na reparação dos danos causados pela excessiva exposição solar.
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Sessão 4
CEN
• Histócitos 6
• Macrófagos
• Mastócitos
FIGURA 4 - Fibroblastos
Fibroblastos: Estas células são as principais células da Derme, responsáveis pela síntese e manutenção de
todo o material extracelular, ou seja, de fibras do tecido conjuntivo (fibras de colagénio e elásticas)
Histócitos: Estas células têm a função de assegurar a defesa imunitária da pele através da propriedade
fagocitária que possuem. Esta propriedade é aquela que algumas células têm cercar um corpo estranho e de o
digerirem.
Macrófagos: Tal como os histócitos, estas células desempenham funções imunitárias e de defesa do
organismo à entrada de microorganismos (por ex. bactérias), nomeadamente quando a pele é lesionada. São
dotadas duma capacidade fagocitária muito elevada.
Mastócitos: São células maiores do que as anteriores, cujo citoplasma é rico em certas substâncias
(histamina e a heparina) que quando sujeitas a estímulos são libertadas para o meio extracelular. Estas
substâncias actuam sobre a permeabilidade capilar e contracção da musculatura lisa, provocando processos
inflamatórios locais.
Entre as células migrantes com importante acção nos processos imunitários teremos:
- Linfócitos
- Plasmócitos
- Eosinófilos
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Sessão 5
CEN
3. Inervação .............................................................................................................................................................. 5
2. Irrigação sanguínea
A derme é dotada uma rede arterial, venosa e linfática.
Os vasos da pele ramificam-se progressivamente da profundidade para a superfície da derme até chegarem
à junção dermo-epidérmica.
Os vasos sanguíneos da profundidade são artérias e arteríolas, ramificam-se até se transformam em
capilares (ansas capilares nas papilas dérmicas) e drenam depois o sangue em sentido inverso em vénulas e veias
de diâmetro progressivamente mais largo.
A rede arterial da derme deriva de vasos subcutâneo dispostos numa rede orientada tangencialmente a
que se dá o nome de plexo arterial subcutâneo. A rede arterial atinge a derme até à camada papilar. Junto a esta
camada a rede arterial organiza-se de forma idêntica à encontrada no plexo subcutâneo e em virtude desta 4
semelhança a esta organização de rede junto à camada papilar denomina-se por plexo arterial subpapilar.
Em relação à rede venosa o esquema de vascularização segue o anteriormente referido, existindo também
um plexo venoso subpapilar e um subcutâneo.
A vascularização varia consoante a região corporal considerada e com a idade do indivíduo. Na
circulação cutânea há comunicação arterio-venosa mais abundantes nas mãos e nos pés.
Vamos encontrar, ainda, uma rede linfática que penetra até à derme papilar. Sendo a epiderme, ao
contrário da derme, desprovida de vasos, quer sanguíneos quer linfáticos, irá receber os nutrientes que necessita,
através da difusão dos mesmos a partir dos vasos da derme papilar.
Os tipos de terminação das fibras nervosas dão-nos informações sensitivas em relação a cada tipo de estímulo.
Assim como tipo de terminações de fibras nervosas sensitivas, bem como os estímulos que estas avaliam, temos:
- Terminações livres: avaliação da dor;
- Corpúsculos de Paccini e de Meissener: avaliação do tacto;
- Corpúsculos de Krauss: avaliação do frio;
- Corpúsculos de Ruffini: avaliação do calor;
De referir, finalmente, que as terminações nervosas só atingem a derme, com a excepção das células de
Merkel, anteriormente referidas.
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Sessão 6
CEN
FIGURA 1 – Escala de pH
O pH à superfície da pele é sempre ácido, cerca de 5,5, e torna‐se mais alcalino na hipoderme e nos tecidos
subdérmicos. A concentração de glândulas sudoríparas e a qualidade do suor são os principais determinantes do
pH epidérmico e estes variam com a zona da pele. O pH determina o curso de cada reacção fisiológica (ou
conjunto de reacções) e, assim, as formulações cosméticas deverão ter em conta o pH médio da pele a que se
destinam. Na próxima figura encontram‐se exemplos destas diferenças de pH de algumas zonas da pele.
3. Absorção Cutânea
Apesar do efeito barreira que descrevemos para a pele, protegendo os órgãos internos das variações e
agressões externas, há também trocas selectivas permanentes com o exterior. Esta é a condição necessária para a
eficácia e a justificação da aplicação dos cosméticos.
Assim, a pele não é uma barreira impermeável, mas sim uma barreira selectiva. Essa barreira é assegurada
pela camada córnea, pelos lípidos intercelulares – ceramidas ‐ que formam o cimento intercelular (têm como
função impermeabilizar a epiderme, impedir a desidratação e contribuir para a coesão entre os corneócitos) e
secrecções de pH suficientemente ácido para impedir a penetração de microrganismos.
Entende‐se por permeabilidade cutânea a capacidade de penetração de algumas substâncias até à camada
dérmica onde, através da microcirculação, elas podem actuar não só na pele (para os cosméticos) com também
em todo o organismo (caso dos fármacos). Para que tal aconteça é necessário que essas substâncias consigam
vencer as barreiras da pele.
Existem várias vias de absorção cutânea, isto é, formas de transportar substâncias desde o exterior até à
derme (onde podem entrar na corrente sanguínea). Trata‐se sempre de um transporte passivo, pois as células da
camada córnea são células mortas. A penetração dessas substâncias pode ocorrer através dos espaços e cimento
intercelular das subcamadas epidérmicas, da penetração directa em células vivas através das suas membranas,
dos poros das glândulas sudoríparas e através dos folículos pilosos.
FIGURA 4 ‐ Penetração através dos espaços intercelulares –via intercelular– e através das células – transcelulares
4. Graus de penetração
‐Contacto ‐ quando o composto fica depositado na superfície sem conseguir penetrar (ex.
maquilhagem);
‐ Penetração ‐ incompleta / completa (chega à derme);
‐ Absorção ‐ vai ao sangue, passa através da pele e difunde‐se por via sanguínea.
• Afinidade com os lípidos: quanto mais lipossolúvel for uma substância, mais facilmente penetra, isto é,
deve‐se ao facto de todas as vias de penetração serem compostas por lípidos
• Concentração de substância: quanto mais concentrada for uma substância maior é a quantidade de
substância que penetra.
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Sessão 7
CEN
2. Glândulas Sudoríparas.......................................................................................................................................... 4
A abertura dos folículos pilossebáceos (pêlo + glândula sebácea) e das glândulas sudoríparas na pele formam os
orifícios conhecidos como poros. 3
As glândulas sudoríparas produzem o suor e têm grande importância na regulação da temperatura corporal. São
de dois tipos: as écrinas, que são mais numerosas, existindo por todo o corpo e produzem o suor eliminando-o
directamente na pele. E as apócrinas, existentes principalmente nas axilas, regiões genitais e ao redor dos
mamilos. São as responsáveis pelo odor característico do suor, quando a sua secreção sofre decomposição por
bactérias.
As glândulas sebáceas produzem a oleosidade ou o sebo da pele. Mais numerosas e maiores na face, couro
cabeludo e porção superior do tronco, não existem nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estas glândulas
eliminam a sua secreção no folículo pilo-sebáceo.
Excretar toxinas
4
Contribuir para o pH ligeiramente ácido da pele
Contribuir para a formação do filme hidrolipídico (juntamente com o sebo secretado pelas glândulas
sebáceas, constitui uma película protectora sobre a pele, designado manto hidrolipídico ou filme
epidérmico abordado adiante)
Existem dois tipos distintos de glândulas sudoríparas, as glândulas sudoríparas merócrinas e as apócrinas,
sendo as primeiras, as que mais estão disseminadas pela pele.
O suor secretado por estas glândulas é uma solução extremamente diluída, que contém pouquíssima
proteína, além de sódio, cloreto, ureia, amónia e ácido úrico. O seu teor em sódio é nitidamente menor que o do
sangue.
Ao atingir a superfície da pele o suor evapora-se, fazendo baixar a temperatura corporal. A presença de
catabólitos sugere que as glândulas têm função excretora.
São estruturalmente diferentes das glândulas merócrinas. Ao contrário destas, as apócrinas, de maior
tamanho, têm a porção secretora junto aos folículos pilosos.
3. Glândulas Sebáceas
As glândulas sebáceas, são controladas hormonalmente e encontram-se anexadas ao folículo piloso,
formando em conjunto com este, o folículo pilo-sebáceo. Distribuem-se por toda a superfície do corpo com
excepção de zona muito restritas como a palma das mãos, a planta dos pés e o lábio inferior. Aparecem em maior
número no couro cabeludo, nariz, testa, face e regiões axilares.
Como na glândula sebácea a formação da secreção resulta na morte das células que a elaboram, diz-se que é
uma glândula do tipo holócrino.
Estas glândulas segregam o sebo, formado por diferentes tipos de lípidos (gorduras):
55% colesterol
14% hidrocarbonetos
1% fosfolípidos
Acção bacteriostática
4. Manto hidrolipídico
O manto hidrolipídico ou filme hidrolipídico (FHL), é uma emulsão do tipo água\óleo (mistura de agua em
óleo) que recobre a camada córnea. No couro cabeludo o FHL é mais gorduroso do que na restante parte do
corpo, pois aí o número de folículos pilo-sebáceos é superior.
NMF (factor de hidratação natural): ureia, ácido úrico, ácido láctico, ácido de pirrolidona carboxilico
(PCA), aminoácidos, glícidos, iões de cloro, sódio e potássio. Estas substâncias encontram-se no
interior dos corneócitos e na parte hidrofílica do FHL e desempenham um importante papel na
retenção de água nos corneócitos.
Fracção lipossolúvel (de origem sebácea e epidérmica): colesterol (epiderme), ceras (sebo),
triglicerídeos e ácidos gordos (sebo e epiderme)
Evitar as variações bruscas de pH, evitando possíveis danos causados por substâncias demasiado ácidas
ou alcalinas
O suor secretado pelas glândulas sudoríparas écrinas, junto com o sebo secretado pelas sebáceas resulta uma
mistura de características levemente ácidas que envolve a superfície da pele como um manto ou uma película. A
ligeira acidez desta película (pH = 5,5) irá impedir o desenvolvimento de microorganismos.
A lavagem da pele com produtos básicos (como os sabões alcalinos) irá alterar este manto, desprotegendo-o
e secando a pele, pelo que se encontra cada vez mais produtos de limpeza, tais como os “sabões” líquidos cuja
acidez se situa ao nível da acidez média da superfície da pele, com o fim de não alterar significativamente o
manto hidrolipídico.
Apesar do termo neutro empregue para substâncias com pH neutro, o termo neutro pode ser enganador; de
facto, como referimos, o pH médio da superfície da pele é de 5,5, abaixo, pois do pH neutro. Assim uma solução
neutra, com pH 7, interferirá com o manto hidrolípico, pois este tem um pH menor. Essa solução não é de todo
“neutra” para a pele. A consequência do uso de substâncias com um pH superior ao da superfície da pele é
desidratarem a pele.
- Origem Epidérmica: devido aos ácidos gordos das lipoproteínas existentes no processo de queratinização.
- Origem Sebácea: devido aos ácidos gordos da hidrólise dos glicerídeos do sebo;
- Origem Sudorípara: devido ao ácido láctico formado aquando do desenvolvimento de trabalho muscular;
A acidez da pele varia de região para região do corpo como nos mostra a tabela seguinte. 8
Rosto 4,7
Tronco 4,7
Perna 4,5
Axila 6,5
De notar os valores mais altos encontrados na axila, relacionados com o diferente suor secretado pelas
glândulas apócrinas aí encontradas.
Dermocosmética 1
Sessão 8
CEN
2. Estrutura ............................................................................................................................................................... 5
3. Pêlo ....................................................................................................................................................................... 6
3.1. Estrutura........................................................................................................................................................... 6
4.1. O cabelo............................................................................................................................................................ 8
Camada epitelial interna (mais interna) – tecido epidérmico que reveste internamente o pêlo desde a
base até à zona da glândula sebácea.
Glândula sebácea
Músculo erector do pêlo (responsável pela erecção do pêlo em caso de frio ou medo)
Os pêlos que cobrem o couro cabeludo são designados de cabelos. O cabelo desempenha uma função de
protecção de termorregulação (contra os raios solares e frio).
Os pêlos e os cabelos vão distribuir-se por toda a superfície do corpo, com particular incidência nas zonas
púbicas e couro cabeludo, à excepção das palmas das mãos e planta dos pés, lábios e certas áreas específicas dos
órgãos genitais (ex. glande). Durante o processo de evolução do Homem, eles não perderam a sua função de
orgao protector e de tacto.
Quimicamente, é constituído por água, queratina, pigmentos, lípidos e sais minerais (Fe, Mg, Cd, Cr, Cu, Pb,
Zn, etc) o que se traduz nas seguintes percentagens: carbono (50%-60%), azoto (8-12%), hidrogénio (6%-8%),
oxigénio (20% a 27%), enxofre (4% a 5%) e sais minerais (vestígios).
As diferentes cores dos folículos pilosos vão dever-se aos diferentes tipos de pigmentos espalhados em
quantidades diversas, e o cabelo\folículo piloso branco resulta da existência de muitos espaços preenchidos com
ar, ao invés de pigmentos.
2.3. Melanócitos
A pigmentação do pêlo processa-se graças à presença de melanócitos, que se dispõem entre a papila e o
epitélio da raiz do pêlo e fornecem melanina às células da raiz e córtex do pêlo, de maneira análoga à que ocorre
na epiderme.
2.4. Vascularização
A papila dérmica é uma zona bastante vascularizada, processa-se por esta via a passagem dos nutrientes
que o pêlo necessita.
FIGURA 4- Papila
3. Pêlo
3.1. Estrutura
O pêlo é formado por duas partes fundamentais, o caule, haste ou talo e a
raíz. A primeira representa a parte visível do pêlo, enquanto a segunda
representa a parte invisível do pêlo, e que termina numa espécie de saco no
seio da derme ou hipoderme. O orifício por onde o pêlo sai é designado por
óstio pilo-sebáceo.
A Medula (15% do pêlo) é composta por células córneas arredondadas ou ovais, sem núcleo, pouco
coerentes entre si. Não tem qualquer função vital, vindo a desaparecer, no couro cabeludo, no extremo final da
haste e por vezes em pêlos de outras zonas do corpo. A medula forma-se a partir das células da camada mais
interna do folículo que sofrem queratinização moderada.
O Córtex (75% do pêlo) é a parte mais volumosa do cabelo, constituindo o seu corpo propriamente dito. 7
Esta camada é responsável pela coloração pois é formado por células epiteliais fusiformes e muito ricas em
melanina, que como sabemos é o pigmento da pele e também é usado como pigmento dos cabelos. É também
responsável pela maioria das propriedades do pêlo: solidez, resistência, elasticidade e permeabilidade.
A Cutícula (10% do pêlo) é a camada exterior do pêlo e responsável pela sua resistência; é formada por
células córneas mais densas e anucleadas e achatadas, muito ricas em queratina (sem melanina). A cutícula
forma-se a partir da terceira camada celular do folículo que sofre queratinização. Estas células escamosas
dispõem-se como as telhas dum telhado. São uma muralha defensiva do cabelo, constituindo obstáculo eficaz à
passagem de agentes externos.
A queratina que esta camada contém vai dar a resistência ao cabelo dadas as propriedades que possuí:
Portanto do bom estado da cutícula e da coesão dessas células está dependente a aparência do cabelo quanto à:
- Flexibilidade;
8
- Resistência;
- Brilho e suavidade;
Resistência: consegue suportar a tracção\distensão. Resta propriedade é determinada pela sua estrutura
e composição química. Os cabelos mais resistentes são os asiáticos, chegam a resistir a pressões da
ordem dos 160g\cabelo e os de raça africana são os menos resistentes, apenas suportam forças da ordem
dos 40 a 60g\cabelo.
Higroscopia: é a capacidade que o cabelo possui para absorver líquidos. Um cabelo consegue absorver
cerca de 30% de agua em relação ao seu peso.
Permeabilidade: o cabelo é permeável a algumas substâncias (exemplo: agentes mordentes, que abrem a
cutícula como a agua oxigenada)
Combustibilidade: o cabelo arde facilmente, por exemplo, quando é colocado em contacto com o secador
muito quente.
Resistência à putrefacção: o cabelo tem muita dificuldade em apodrecer; graças à queratina, que o
compõe, este conserva-se ao longo dos anos, como é o caso das múmias egípcias.
Potencial electrostático: o cabelo ao ser friccionado produz electricidade estática. A presença de cargas
eléctricas dificulta o pentear e a secagem do cabelo. O uso de champôs com pH forte acentua este
problema.
Resistência à tracção
Resistência à putrefacção
Dermocosmética 1
Sessão 9
CEN
A velocidade normal de produção da haste do pêlo é de 0,35mm/dia e usualmente varia de seis mm a 1,2cm por
mês. Essa velocidade vai depender da localização do folículo piloso, da idade e sexo. Períodos de crescimento
(anagénese) duram entre 2 e 8 anos, são seguidos por um breve período de 2 a 4 semanas de degradação
(catagénese) e então passam para a fase de repouso (telogenese) que dura de 2 a 4 meses.
Assim, os folículos pilosos estão submetidos a ciclo evolutivo que compreende as três fases de duração bastante
3
diferente:
1.1. Anagénese
Nesta fase da vida do cabelo, as células situadas na parte interna sofrem um
processo de divisão celular bastante rápido. Esta multiplicação celular irá atingir
a papila dérmica, que fica recoberta por uma camada de células novas que
originarão um novo bolbo piloso. Este processo culmina na expulsão do antigo
cabelo, empurrado aos poucos pelo novo cabelo formado. Nesta fase verifica-se
uma abundante síntese de queratina, indispensável à formação da cutícula do
pelo. A duração desta fase, em que o cabelo está em crescimento contínuo é de
cerca de 3 a 5 anos para o homem e de 6 a 8 anos para a mulher.
1.2. Catagénese
Esta fase caracteriza-se por ser o período em que cessa a melanogénese e o
crescimento do cabelo. Os processos de divisão celular, responsáveis pela
formação de novas células, param. O bolbo piloso do antigo cabelo ligada à papila
por um fino cordão de células epiteliais e sofrerá uma queratinização progressiva.
O folículo encontra-se mais próximo da superfície devido à destruição do bolbo
piloso
São substituídos posteriormente pelos pêlos velus, constituídos por glândulas sebáceas de grandes dimensões é
macio, não medulado, fino (<0,1 mm), curto (< 2 cm. ) e raramente pigmentado. Disseminadas em toda a
superfície cutânea (excepto na palma das mãos e na planta dos pés), normalmente nas faces das mulheres ou na
área de calvície dos homens pêlos.
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Sessão 10
CEN
No período entre as 8º e 10º semanas de gravidez, são reconhecíveis no embrião humano, os primeiros folículos
pilosos. O seu número definitivo é já determinável antes do nascimento. Aparecem inicialmente como uma
penugem finíssima não pigmentada (pêlos lanugos). Estes são rapidamente substituídos pelos vellus e pelos pêlos
terminais (na cabeça e áreas axilares e genitais). 3
O número médio no couro cabeludo é de 100.000 com um crescimento por dia de 0,37 a 0,5 mm e perda diária
de cerca de 100 fios.
Existem várias mudanças no organismo que podem alterar o estado normal do sistema piloso. São os cabelos em
fase anagénica os que são mais facilmente afectados por anomalias orgânicas, uma vez que estes são irrigados
pela corrente sanguínea e enervados.
Os pêlos podem sofrer várias alterações da sua estrutura normal, muito vulgares, como ficarem com “pontas
espigadas” ou quebradiços. Além de que pode modificar-se a sua cor, com o aparecimento de manchas de cores
diferentes.
2. Alterações da quantidade
A alteração deste tipo mais visível por defeito, é a Alopécia - queda de pêlos parcial ou total. No entanto, as
alterações por excesso de pêlo são as que mais se relacionam com a estética - Hipertricose e Hirsutismo.
2.1. Alopécia
O termo alopécia refere-se a todo o tipo de queda de pêlo. Estamos a referir a uma rarefacção capilar, assim
como a uma perda de cabelo generalizado ou local.
Tanto no homem como na mulher existem vários tipos de alopécias que passamos a referenciar as principais:
No homem
Na mulher
Alopécias não cicatriciais – termo que engloba as restantes quedas ou perdas de cabelo
Causas
Causas
Desta forma, o cabelo sofre uma redução progressiva do seu tamanho, da sua espessura e da sua
pigmentação.
As zonas frontal, laterais superiores e todo o crânio caracterizam-se por apresentar uma tensão
cutânea elevada (ao falarmos ou mastigarmos estas zonsa não são exercitadas e quando uma pessoa
está tensa estas zonas encontram-se repuxadas) o que conduz a uma irrigação sanguínea deficiente e
a consequente queda de cabelo
3. Alopécia pós-parto
6
Durante a gravidez os níveis de estrogénios, existentes em quantidade superior ao normal, evitam
a queda de cabelo, pois permitem uma vasodilatação dos capilares sanguíneos, ou seja, o aporte
de nutrientes a nível da papila é maior do que numa situação normal. Após a gravidez decresce a
quantidade de estrogénio levando a redução na irrigação dos folículos, o qual pode ser agravada
pela perda de grandes quantidades de sangue durante o parto. Esta desnutrição conduz,
inevitavelmente, a uma queda de cabelo. Apos a recuperação verifica-se que a maior parte dos
casos, o cabelo perde um pouco a sua densidade e na pior das situações a sua recuperação é
escassa.
4. Alopécias traumáticas
5. Alopécias tóxicas
Ingestão de certos fármacos psicotrópicos (agem no Sistema Nervoso Central (SNC) produzindo
alterações de comportamento, humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora
sendo, portanto, passíveis de auto-administração)
6. Alopécias pós-operatórias
A perda de sangue causa anemia e desnutrição do folículo piloso o que conduz à queda do cabelo
7. Alopécias pós-febris
Febre alta causa vasodilatação que leva ao crescimento acelerado dos cabelos, esgotando a
capacidade de regeneração celular com posterior queda de cabelo.
8. Alopécias sazonais
No Inverno é necessário uma maior quantidade de cabelo para nos proteger do frio, a preparação
para esta época é feita no Outono em que se verifica uma queda abundante. No Verão,
necessitamos de cabelos mais grossos para uma protecção solar eficaz, sendo frequente
notarmos uma mudança pilosa na Primavera.
Não obstante estes factores de risco inevitáveis, uma prevenção que elimine traumatismos desnecessários, como
lavagens drásticas e o acompanhamento capilar adequado, podem evitar o aparecimento mais acelerado dessas
mesmas situações indesejáveis.
2.2. Hipertricose 7
Consiste no crescimento exagerado de pêlo em comparação com o normal para pessoas da mesma raça, sexo e
idade.
Podem ter como causa alterações hormonais (ex. interrupção do uso da pílula, fim de uma gravidez, menopausa,
etc.) ou genéticas.
FIGURA 4 – Hipertricose
2.3. Hirsutismo
Consiste numa hipertricose feminina caracterizada pelo aumento excessivo
de pêlo de características e localização masculinas.
As zonas mais comuns são: mento (queixo), lábio superior, zona peri-
esternal e membros superiores e inferiores.
FIGURA 5 – Hirsutismo
- Hirsutismo Hormonal: Desequilíbrio hormonal pelo aumento dos androgénios ou pela diminuição dos
estrogénios. Este tipo de alteração pode ser acompanhado de transtornos menstruais, hipertrofia do clitóris,
atrofia da vagina e dos seios, assim como um tom de voz mais grave. Muitas vezes a causa é um tumor glandular.
- Hirsutismo Medicamentoso: A administração de certas drogas pode ter como efeito secundário o
hirsutismo, especialmente os medicamentos hormonais e corticosteróides.
Dermocosmética 1
Sessão 11
CEN
3.3. Sensivel............................................................................................................................................................. 6
Algumas características gerais são fixadas geneticamente: cor, espessura média, irritabilidade, etc. estas e outras
características podem variar drasticamente ao longo do tempo e conforme um vasto numero de factores. Mesmo
a cor natural da pele pode sofrer ligeiras variações conforme o ambiente.
3
1.1. Factores externos
São os factores provenientes do ambiente externo que nos rodeia, que podem tornar a pele mais
espessa, mais seca ou mais sensivel. Alterações que podem causar dependem da intensidade do agente, da
exposição das zonas cutâneas ao mesmo e da predisposição particular do indivíduo.
Factores mecânicos: Traumatismos, pressões, fricção podem ser causa de hematomas, feridas,
cicatrizes, calosidades, etc.
Factores físicos:
Os factores climáticos influenciam muito a qualidade e aspecto da pele bem como a idade do
aparecimento dos sintomas de senescência. Para um mesmo nível de cuidados da pele, os
habitantes de regiões com climas tropicais húmidos mantêm uma pele “jovem” durante mais
anos do que os habitantes das regiões com climas agressivos para a pele (zonas desérticas ou
polares, por exemplo). As zonas marítimas são também particularmente agressivas para a
pele devido à secura do ar e quantidade de radiação ultravioleta recebida na pele (por via da
luz solar directa ou reflectida). Nos ambientes urbanos, a poluição atmosférica é igualmente
agressiva.
Factores químicos: Muitas substâncias químicas como os detergentes, alguns medicamentos, certos
produtos cosméticos, etc. são capazes de provocar irritações e reacções alérgicas sobre a pele.
Factores biológicos: Alguns microrganismos (vírus, bactérias e fungos) são capazes de infectar as
estruturas da pele e provocar certas lesões na mesma. Também alguns insectos e ácaros de pequeno
tamanho como os piolhos e o agente da sarna são capazes de parasitar as estruturas cutâneas.
Desequilíbrio hormonal: Alteram o metabolismo da pele, sendo por exemplo uma das causas da
acne, da hipertricose, etc.
Transtornos nervosos: A pele é um órgão estreitamente relacionado com o sistema nervoso, quer
pela sua origem embrionária quer pelas múltiplas terminações nervosas existentes nela. As alterações
psicológicas manifestam-se frequentemente como alterações cutâneas. Entre estas alterações
podemos citar a neurodermatite, os dermografismos, etc. 4
Herança genética: Algumas das alterações aparecem com maior frequência num determinado grupo
de indivíduos, pertencentes a uma determinada família ou raça. Por exemplo, as efélides (“sardas”)
aparecem mais frequentemente nos nórdicos.
Também existem factores hereditários dependentes do sexo, havendo diferenças entre a pele do
homem e da mulher. A pele da mulher é mais suave, fina, lisa e com menor quantidade de pêlo que a
do homem. Alterações como o acne rosácea aparecem com maior frequência na mulher. Outras
como a calvície e rinofima são mais frequentes no homem.
Idade: Ao longo dos anos a pele vai-se transformando, sendo mais frequente o aparecimento de
alterações e afecções cutâneas na pele senil.
Do ponto de vista “cosmético” é importante conhecer as características da pele a “tratar”, sabendo que o
diagnóstico deve ser feito de forma periódica e sempre que usamos um novo produto ou se verificamos uma
alteração visível.
A escolha dos cosméticos adequados a cada pele é de extrema importância já que eventuais erros não só tornam
ineficazes os produtos aplicados como podem causar alergias, desidratações ou sensibilizações desnecessárias, tal 5
como acontece com um medicamento mal receitado.
Esta escolha depende da correcta classificação da pele conforme as características atrás referidas e pode ser feita
por uma esteticista ou por um autodiagnóstico. As regras deste diagnóstico são simples: para a classificação da
pele observa-se meticulosamente o rosto e, com raras excepções, as características ai encontradas generalizam-
se a todo o corpo.
Para realizar um bom diagnóstico, deve-se começar com um exame completo à pele.
Contrariamente ao estado fundamental do tipo de pele, este estado traduz o efeito produzido pelos agentes
externos e internos. Por vezes este estado pode corrigir-se com produtos cosméticos.
Predisposição hereditária 6
Agentes externos (frio, calor, radiação U.V.)
3.1. Fina
Superfície unida, grão fino – oríficios pilo–sebáceos invísiveis.
Uma pele hidratada ou seja que consegue manter, guardar a sua água, manter-se-à fina, com uma leve camada
queratinizada. É um estado benéfico.
3.2. Grossa
Textura grosseira, poros dilatados – a trama superficial visível. Rugosa à apalpação. É um estado negativo
3.3. Sensivel
No conceito popular trata-se de uma pele com características particulares de sensibilidade. Esta sensibilidade
deve-se a uma hiper-reactividade do sistema microcirculatório papilar dérmico e a uma hiper-reactividade
irritativa e alergénica devido a factores externos: calor, frio, vento, radiações UV e factores internos como
hormonais, digestivos, emocionais.
Será necessário considerar duas situações diferentes: o estado da pele que suporta mal as intempéries e a pele
que suporta mal a aplicação de qualquer produto tópico.
Características:
3.5. Desidratada
Exame visual:
o Aspecto macilento
o Escamas
o É muito sensível ao ar fresco, em virtude da perspiração exagerada.
Palpação da pele:
o Pele fina, irritável com tendência a rugas e estrias de desidratação
o Secreção sebácea normal
o A pele tem falta de água; é pouca elástica e sofre de descamação
o É um estado negativo, mas pode ser reversível
8
3.7. Acneica
A pele toma o nome de acneica quando esta apresenta elevado número de pápulas, pústulas, comedões, nódulos,
etc, derivados da produção exagerada de sebo com entupimento do canal folículo pilossebáceo por
hipercornificação e desenvolvimento de microorganismos (caso de propionibacterium acnes).
O local preferível do seu aparecimento é a face, embora possam surgir nas costas e peito.
O aparecimento da pele acneica pode estar relacionado com problemas hormonais, como os verificados na
puberdade, nos ciclos menstruais, no uso de corticosteróides, de contraceptivos em que o gestogénio tenha
elevada acção androgénica ou na gravidez.
Dermocosmética 1
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CEN
A palpação revela a profundidade da lesão, a sua extensão, textura, firmeza e grau de fixação às camdas inferiores 3
da pele. Pressionar uma lesão suavemente poderá revelar uma palpitação numa lesão vascular, o que implica
uma malformação arterio-venosa. Apertar firmemente uma porção de pele aparentemente normal poderá
originaruma libertação de histamina, vermelhidão e mesmo edema: este fenómeno conhecido por
dermografismo, acentua-se em casos de urticária.
Qualquer alteração presente na estrutura da pele seja qual for a causa que a provocou caracteriza a formação de
lesões elementares.
Os mecanismos indutores de lesões elementares podem ser de natureza circulatória, inflamatória, metabólica,
degenerativa ou hiperplásica.
Dependendo dos tipos de lesões e das causas que a provocaram podemos classificar as lesões da pele da seguinte
forma:
Mácula
Alterações de cor Nevo
Tumor
Liquenificação
Alterações de Edema
espessura Atrofia
Quelóide
Bolhas
Lesões líquidas
Vesículas
Pápula
Nódulo
Lesões sólidas Pústula
Comedon
Quisto
Úlcera
Escama
Perdas teciduais
Fissuras
Cicatriz
As alterações cutâneas manifestam-se de muitas formas, apresentando uma grande variedade de lesões, entre as
quais podemos distinguir:
FIGURA 3: Tumor
Nevo: Neoformação circunscrita de tipo benigno inicialmente, em forma de mancha ou tumor que se
origina a partir de células embrionárias (nevócitos) localizadas na pele.
FIGURA 4: Nevo
FIGURA 5: Liquenificação
FIGURA 6: Edema
Atrofia: adelgaçamento da pele, diminuição da sua consistência e elasticidade, perda da textura da pele
normal. Pode-se limitar à epiderme ou à derme ou pode ocorrer simultaneamente em ambos.
A atrofia da epiderme pode-se apresentar por uma epiderme fina, quase transparente, e pode ou não
apresentar as linhas cutâneas normais.
A atrofia da derme e do tecido subcutâneo resulta de uma diminuição do tecido conjuntivo da derme
papilar ou reticular e manifesta-se como uma depressão da pele, coberta por pele de aparência normal.
FIGURA 7: Atrofia
FIGURA 8: Quelóide
FIGURA 9: Escama
Fissuras: são ulcerações lineares circundadas ou não por hiperqueratose, rasgando a derme superficial
(ex. pé de atleta)
Dermocosmética 1
Sessão 13
CEN
celulares da derme e epiderme (vegetações). Se há descamação, podemos nomear a lesão como papulo-
escamosa como na psoríase.
FIGURA 1 –Pápula
Nódulo: lesão palpável, sólida, redonda ou elipsoidal. Profundidade do envolvimento e/ou palpação
substancial em que a pele pode ser movida sobre a lesão, constitui a característica mais marcante desta
lesão. Este pode localizar-se na epiderme ou estender-se a derme ou tecido subcutâneo. Resultam de
inflitrações inflamatórias e edematosas da derme profunda e da hipoderme.
FIGURA 2 –Nódulo
FIGURA 3 –Comedon
Pústula: Formação vesicular produzida pela acumulação de pús na epiderme. Ocorrem de novo ou
desenvolvem-se a partir de vesículas ou de bolhas, pápula que contém exsudato purulento (pus).
Acumulam-se células inflamatórias e soro, o seu rebentamento liberta material purulento de tonalidade
amarela-esbranquiçada.
FIGURA 4 –Pústula
Pode haver suspeita clínica de que um nódulo ou pápula esférico ou oval seja um quisto se a palpação for
resistente. Frequentemente são móveis, podendo ser pressionadas e adquirir variadas dimensões. Tal
como acontece com os nódulos, a pele pode frequentemente mover-se sobre a lesão. O tipo mais comum
é o quisto epidermóide.
5
FIGURA 5 –Quisto
Bolha: Proeminência circunscrita da epiderme constituída por uma cavidade de líquido seroso, turvo ou
hemorrágico e com forma redonda ou oval e com mais de meio centrímetro. Diferem entre si pela sua
dimensão e tensão: folhas flácidas ou firmes. É uma vesícula maior.
Dermocosmética 1
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CEN
1.Epiderme
2. Derme
3. Hipoderme: sob a derme existe uma camada de
tecido conjuntivo mais laxo e adiposo, designada
hipoderme que, em muitas partes do corpo, se
transforma em tecido adiposo ou tecido celular
subcutâneo.
1.1.1. Epiderme
As funções específicas da pele dependem, em grande parte, das propriedades da epiderme. Este epitélio constitui
um revestimento celular sem interrupção, que cobre totalmente a superfície exterior do corpo, especializando-se
em algumas zonas para formar os diversos apêndices cutâneos: cabelo, unhas, etc.
A epiderme é composta fundamentalmente por dois tipos de células diferentes:
• A maior parte das células que formam o epitélio queratinizam-se e constituem as camadas superficiais
mortas da pele, são os queratinócitos.
• Também existem outras células nas camadas mais profundas, que não se queratinizam e podem produzir
o pigmento designado melanina, são os melanócitos.
Existem ainda outros tipos de células, que são as células de Langerhans e as de Merckel.
A espessura da epiderme varia entre 0,07 e 0,12 mm na maior parte do corpo, mas pode atingir 0,8 mm na palma
da mão e 1,4 mm na planta do pé. Não tem vasos sanguíneos e possui na parte mais externa uma película invisível
(filme ou manto hidrolipídico).
a) Camada Basal: constituída pelas células que estão em contacto com a derme. As células basais desempenham
um papel fundamental no processo de regeneração da epiderme, devido à sua intensa actividade mitótica. Estas
células recebem os nutrientes por difusão, a partir dos capilares existentes na derme.
b) Camada de Malpighi ou Espinhosa: formada pela sobreposição de quatro ou seis camadas de queratinócitos
poliédricos. Nesta camada, os queratinócitos estão muito coesos, o que explica a capacidade de resistência
mecânica da epiderme.
4
c) Camada Granulosa: constituída por células achatadas que intervêm na síntese de substâncias que, por sua vez,
asseguram a coesão do estrato córneo.
d) Camada Córnea: constituída por células (queratinócitos) totalmente achatadas e anucleadas, que recebem o
nome de corneócitos. A membrana celular dos corneocitos possui uma resistência muito acentuada e, além disso,
está rodeada de um revestimento externo lipídico e de substâncias que actuam como cimento intercelular,
conferindo uma grande resistência a esta camada.
Note-se que em zonas do corpo nas quais a epiderme necessita de ser mais espessa (palma das mãos e planta dos
pés) existe uma camada, denominada clara ou translúcida, com função protectora.
A epiderme, em condições normais, possui uma elevada capacidade regenerativa. Com efeito, pode renovar-se a
si própria, e de forma completa, num curto espaço de tempo. É sobretudo a camada basal a principal responsável
pela regeneração da epiderme.
Entre a epiderme e a derme, existe uma zona irregular conhecida como Interfase. Forma um desenho variado de
saliências e reentrâncias na camada profunda da epiderme, que encaixa num padrão inverso complementar,
formado pelas irregularidades da derme subjacente. Tradicionalmente, os prolongamentos da derme têm sido
descritos como papilas dérmicas e os da epiderme como cristas epidérmicas.
A espessura da derme é difícil de medir porque se confunde com o tecido celular subcutâneo. No entanto, pensa-
se que a sua espessura varia entre 1 e 2 mm.
A parte mais externa da derme, em contacto com a epiderme, designa-se Derme Papilar, enquanto que a parte
principal, a mais profunda, se designa Derme Reticular.
Numerosos feixes de fibras de colagénio, acompanhados de fibras de elastina, encontram-se imersos numa
substância amorfa, mais ou menos gelificada, constituída por glucosaminoglicanos. Estes três materiais formam o
tecido conjuntivo dérmico, que tem a sua origem na actividade metabólica do fibroblasto, célula principal do
tecido conjuntivo. 5
A Camada Reticular é formada por tecido conjuntivo bastante denso, enquanto que a Camada Papilar é
constituída por tecido conjuntivo mais laxo e com feixes de colagénio muito mais finos.
Em vários níveis da derme, encontram-se os anexos cutâneos: os folículos pilosos e as glândulas sudoríparas e
sebáceas, que são derivações epidérmicas que se prolongam para baixo, para penetrar na derme. Abundam
também os vasos sanguíneos, as terminações nervosas, as células do sistema imunitário e os corpúsculos de
Vater-Pacini, estes últimos capazes de detectar as pressões exercidas sobre a nossa pele.
1.1.3. Hipoderme
É formada por um tecido adiposo subcutâneo de estrutura lobular e bastante difuso, que pode atingir uma
espessura de 3 cm. Nesta camada subcutânea penetram grandes vasos sanguíneos e ramificações nervosas.
O tecido adiposo constitui a grande reserva energética e lipídica do nosso organismo, podendo chegar a pesar
muitos quilos nas pessoas obesas. Esta reserva energética é mobilizada quando a energia utilizada pelos músculos
(glicogénio) se esgota.
As funções exercidas pela pele que recobre todo o nosso corpo são várias, e delas participam as estruturas anexas
como glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas e folículos pilosebáceos.
O controlo da temperatura interna do nosso corpo deve-se, também, à actividade das glândulas sudoríparas.
Quando estamos em ambientes muito quentes ou realizamos exercícios físicos, eliminamos uma maior
quantidade de suor. Ao atingir a superfície da pele o suor evapora-se, fazendo baixar a temperatura corporal.
Portanto, o suor funciona como um sistema de refrigeração do nosso corpo, além de eliminar uma pequena
quantidade de excreções. Há grande quantidade de glândulas sudoríparas nas axilas, na planta dos pés, na palma
das mãos e na testa. Nas demais regiões do corpo a distribuição é uniforme.
As glândulas sebáceas estão, normalmente, relacionadas aos pêlos. A sua secreção, uma mistura gordurosa, tem
como função proteger a epiderme contra o atrito e contra a excessiva descamação da camada córnea e lubrificar
os pêlos, evitando que eles se quebrem com facilidade. A palma das mãos e a planta dos pés são os únicos locais
do nosso corpo onde não há glândulas sebáceas. A actividade das glândulas sebáceas da nossa pele, assim como a
distribuição de pêlos, é nitidamente influenciada pelas hormonas sexuais.
O bolbo, que corresponde à dilatação terminal do folículo, está implantado em ligação estreita com a papila
dérmica com tecido conjuntivo muito vascularizado e inervado, com uma matriz capilar com células de divisão
celular intensa e melanócitos que transferem melanina ao pêlo.
Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, intercalando períodos de crescimento com períodos de
repouso (época em que o pêlo não cresce). Por exemplo, no couro cabeludo humano, a fase de crescimento (fase 6
anagénica) de cada fio é longa (de 2 a 5 anos), enquanto a fase de repouso (fase catagénese) é curta (três meses
aproximadamente).
Ao final do período de repouso (telogénese), o fio de cabelo cai e, depois de algum tempo, uma nova estrutura
geradora de um fio de cabelo (pêlo) se formará na derme do couro cabeludo. A pigmentação dos pêlos é
semelhante ao processo de coloração da pele.
A pele não é uniforme em toda a superfície cutânea, uma vez que se adapta, segundo as zonas, às funções que
tem de desempenhar.
Nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, por exemplo, a epiderme é muito espessa, possuindo uma grande
camada córnea para poder desempenhar a sua função eminentemente protectora.
Pelo contrário, nas pálpebras, a pele é muito fina e tem uma grande quantidade de terminações nervosas que lhe
conferem uma extraordinária sensibilidade.
1.Protecção: devido à sua textura especial e composição, protege os órgãos internos de traumatismos mecânicos,
físicos e químicos, evitando simultaneamente a perda de água e de electrólitos a partir do interior.
A pele protege-nos:
– dos traumatismos mecânicos, através dos estratos dérmico e hipodérmico, que actuam como se fossem
almofadas.
– dos traumatismos físicos, como radiações ultravioleta, através da pigmentação epidérmica.
– dos traumatismos químicos, impedindo a sua penetração através de um epitélio celular compacto, a
nível superficial.
As secreções das glândulas sebáceas e sudoríparas originam a formação de um manto ligeiramente ácido sobre a
superfície da pele, com um pH entre 5 e 6. Este revestimento ácido tem uma função protectora, inibindo o
desenvolvimento de bactérias e fungos existentes na pele.
2.Termorregulação: os fenómenos de vasodilatação e vasoconstrição da rede vascular cutânea (fazem com que a
temperatura da pele aumente ou diminua) conduzem a um aumento ou diminuição da temperatura da pele.
4.Secreção: as glândulas de secreção podem ser sudoríparas ou sebáceas. As glândulas sudoríparas podem ser
écrinas ou apócrinas. O suor contribui para regular a temperatura do corpo e a secreção sebácea (sebo) protege a
pele da secura.
5. Excreção: Em condições patológicas, com a produção de grandes quantidades de camada córnea, poder-se-ão
perder elementos constitutivos do epitélio, especialmente enxofre e proteínas.
Em condições normais, através do suor que contém 99% de água, são eliminados sais minerais, ureia, ácido úrico, 7
ácidos gordos e colesterol.
Pode-se assim compreender a importância vital da pele para a manutenção das diferentes funções biológicas do
corpo humano. De tal forma, que o próprio organismo possui um mecanismo fisiológico que, em condições
normais, garante a manutenção da integridade cutânea através de uma renovação celular constante e controlada.
2. Inervação cutânea
Existem terminações nervosas livres e terminações nervosas em corpúsculos. As primeiras terminam nos
receptores do calor e frio, nos receptores da dor e a nível das células de Merckel.
Já as terminações em corpúsculos são constituídas por células especializadas que se encontram na derme,
constituindo os seguintes corpúsculos do tacto:
Corpúsculos de Meissner – localizados nas papilas dérmicas na polpa dos dedos, com sensibilidade ao
toque
Corpúsculos de Krause – situados na derme superficial da pele espessa e da pele com pêlos, com
sensibilidade é pressão e ao alongamento.
Corpúsculos de Vater – Pacini – situados na derme profunda, com sensibilidade às vibrações.
3. Vascularização da Pele
Existe uma complexa rede de arteríolas, vénulas e capilares, a nível da derme e da hipoderme, pois a epiderme
não possui vasos sanguíneos. O sistema vascular é formado por várias redes paralelas à superfície da pele,
formando os plexos: subdérmico e subpapilar. O plexo subpapilar liga-se à papila dérmica por capilares papilares
paralelos à superfície da pele. Os vasos linfáticos acompanham a rede sanguínea e permitem a drenagem da linfa.
São diversas as funções exercidas pela vascularização cutânea:
Nutrição da pele e órgãos anexos devido à permeabildiade da membrana basal da junção
demoepidérmica
Termorregulação do corpo e do equilíbrio da tensão arterial, pela vasomotricidade dos vasos dérmicos.
Drenagem de metabolitos pelo sistema venoso e pelo sistema linfático
Defesa em certos tipos de agressão
É constituído pelas excreções produzidas pelas glândulas sebáceas e sudoríparas, pela lise do conteúdo celular
das células da camada córnea que queratinizaram e por queratina.
Trata-se de uma emulsão do tipo água em óleo formada por uma fracção lipossolúvel (ceramidas, colestreol,
ceras, ácidos gordos e triglicerideos) e por uma fracção hidrossolúvel (água, cloretos de sódio, potássio, cálcio,
magnésio e substâncias orgânicas como ureia, aminoácidos, amoníaco, vitaminas e glicose).
A composição quantitativa deste filme hidrolipídico varia de acordo com a idade, sexo, as regiões do corpo, as 8
características genéticas e ambientais em que vive o indivíduo. Em relação à idade, a percentagem de lípidos no
filme hidrolipídico é elevada no nascimento, para diminuir na infância e se elevar durante a puberdade e baixar
novamente no idoso.
O teor em lípidos nessa película é mais elevada no homem, tendo, quanto às regiões do corpo, a face e o tórax
valores mais elevados do que o abdómen, os braços e as pernas.