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Portfólio 3.0 - Uc XV - Habilidades Médicas - Go

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PORTFÓLIO DE HABILIDADES MÉDICAS

Ginecologia e Obstetrícia

Acadêmico: Rodolfo Rubens Martins Peguin. RA: 225316


Etapa: UC XV
Data das atividades: 13/05; 27/05; 03/06.
Data de entrega: 14/06/2024.
Docentes: Dr. Amilcar Barreta.

Mogi-Guaçu

14/06/2024
Sumário
AUTORREFLEXÃO:......................................................................................................3

PRIMEIRA AULA......................................................................................................3

SEGUNDA AULA......................................................................................................3

TERCEIRA AULA......................................................................................................4

CONTEÚDO TEÓRICO:................................................................................................4

REFERENCIAS:..........................................................................................................15

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AUTORREFLEXÃO:

PRIMEIRA AULA

A primeira aula da unidade curricular (UC) XV aconteceu dia 13 de maio de


2024. A aula aconteceu em sala e marcou o início da obstetrícia no curso. O
professor Dr. Amílcar começou já com bastante conteúdo, explicando como se da o
processo da evolução do feto até o parto, abordando todos os estágios precedentes
ao parto, até chegar à execução do ato. Comentou sobre mudanças físicas
encontradas na mulher, assim como as alterações hormonais inerentes do período,
como aumento de acumulo de gordura; falta de jeito; seios vazando leite; indigestão;
incontinência urinária; alterações de humor, enfim, tudo o que acontece quando a
mulher passa por esse período tão desafiador.

Achei a aula bem elucidativa, mas ao mesmo tempo densa e complicada, já


que ainda temos uma longa caminhada e os detalhes ficam cada vez mais
importantes e significativos no nosso trabalho de detetives da saúde. Tudo se
complica ainda mais quando inserimos o fator de gerar uma vida na história, fazendo
com que a abordagem e o método investigativo médico, se torno mais minucioso
quando se trata da ginecologia e obstetrícia.

SEGUNDA AULA

Aula prática que aconteceu dia 27 de maio, onde tivemos a oportunidade de


observamos o momento do trabalho de parto, como o bebê se apresenta e foi
abordado sobre a fase de latência e fase ativa, porém, sem chegar a realização do
parto em si, da expulsão do bebê. Gostei bastante de realizar os procedimentos,
mas confesso ainda não dominar todas as técnicas, contudo, a aula foi produtiva,
divertida e muito informativa, porém, a tensão com a quantidade de conhecimento
necessária para a área é muito forte, toda via, continuemos com força e foco que
acredito que dará tudo certo.

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TERCEIRA AULA

Aula prática realizada em 03 de junho onde trabalhamos a parte que faltava no


parto, a vindo ao mundo externo do bebê, momento mais esperando pelos pais da
criança, onde a importância da qualidade e conhecimento da equipe técnica é
indispensável para um procedimento tranquilo e correto. Tudo deve ocorrer bem e
de acordo com os protocolos estabelecidos para cada caso. Também abordamos
nesse dia a feitura do partograma, como deve ser preenchido, seus critérios de
avaliação e passos importantes para uma correta documentação do evento.

CONTEÚDO TEÓRICO:

Evolução gestacional
No processo de fecundação, o encontro dos gametas masculino e feminino
resulta na formação de uma célula única totipotente, denominada zigoto. O zigoto
originará, ao final de 9 meses de gestação, um indivíduo constituído por trilhões de
células e que apresenta tecidos diferenciados e sistemas orgânicos funcionais. A
duração média de uma gestação humana é de 38 semanas, sendo definida como
gestação a termo pela Organização Mundial de Saúde, a gestação com duração
entre 37 e 42 semanas.
O período do desenvolvimento intrauterino pode ser dividido em dias,
semanas ou meses. Contudo, no acompanhamento pré-natal, os 9 meses de
gestação são divididos em 3 trimestres, ou seja, períodos com os mesmos tempos
de duração. No primeiro trimestre já se formaram todos os principais sistemas. No
segundo trimestre, o feto cresce e torna- se possível observar detalhes anatômicos
em um exame de ultrassonografia. Além disso, o feto tem chances de sobrevivência
caso nasça prematuramente. No terceiro trimestre, o feto ganha peso e geralmente
sobrevive se nascer prematuramente.
Com base nas semelhanças e diferenças entre as características
morfológicas durante o desenvolvimento, foram definidos os 3 períodos do
desenvolvimento humano, denominados pré-embrionário, embrionário e fetal.
O período pré-embrionário corresponde aos eventos do desenvolvimento
relacionados à divisão dos blastômeros (clivagem), formação do blastocisto e
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formação dos discos embrionários bilaminar (ou bidérmico) e trilaminar (ou
tridérmico). Esse período ocorre entre a 1ª semana e a metade da 3ª semana de
desenvolvimento.
O período embrionário (que acontece entre o final da 3ª semana e a 8ª
semana de desenvolvimento) corresponde ao período em que ocorrem os processos
de morfogênese (aquisição de uma forma) e de organogênese (formação dos
órgãos). É nessa fase que o indivíduo adquire o aspecto humano e passa a ser
denominado embrião.
O período fetal é caracterizado pelo crescimento, aumento de peso e
maturação dos órgãos, o que confere ao feto condições de sobrevivência no meio
extra-uterino. Esse período ocorre entre a 9ª e 38ª semana de desenvolvimento.

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O feto cresce em média de 1,0 a 1,5 mm por dia, porém o crescimento
corporal não é sincrônico, nem proporcional. No início do período fetal, a cabeça
constitui cerca de metade do corpo do feto O feto e os membros superiores são mais
longos do que os inferiores. Ao final do período fetal, a cabeça passará a constituir
cerca de ¼ do corpo do feto e os membros vão gradativamente assumindo sua
proporção final.
Esquema ilustrando as mudanças nas proporções do corpo durante o período
fetal. Com 9 semanas, a cabeça tem metade do tamanho do corpo. Com 38
semanas as circunferências da cabeça e do abdome são praticamente iguais.

Representação esquemática do crescimento de fetos em vista lateral.


Expressivo crescimento entre a 12ª e a 16ª semanas e entre a 16ª e a 20ª semanas
de desenvolvimento.

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Representação esquemática de fetos entre a 20ª e a 38ª semanas de
desenvolvimento. Nota-se que ao final da gestação o feto apresenta visível aumento
de peso.

Durante o período compreendido entre a 9ª semana e o nascimento ocorrem os


eventos do período fetal. Dentre os muitos eventos desse período, destacamos o
rápido crescimento corporal até a 20ª semana, em virtude das necessidades de
espaço para o adequado posicionamento dos órgãos que estão em fase de
crescimento e maturação. Já o ganho de peso corporal é mais tardio e ocorre de
modo mais expressivo entre a 21ª e a 25ª semanas e após a 30ª semana de
desenvolvimento. Esse período é caracterizado ainda pela maturação dos sistemas
orgânicos, os quais irão conferir condições de viabilidade de sobrevivência após o
nascimento. Por volta da 24ª semana, os pulmões iniciam a produção de
surfactante, uma substância que viabilizará a respiração pulmonar. Em torno da 29ª
semana, o sistema nervoso começa a apresentar condições de controlar os
movimentos respiratórios e a temperatura corporal, necessários à sobrevivência pós-
natal.

Fases do trabalho de parto

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A princípio, é importante compreender que parto e trabalho de parto (TP),
embora sejam fenômenos intrínsecos, não são sinônimos. O parto consiste em um
processo global no qual o feto, a placenta e as membranas fetais são expulsos do
trato reprodutor materno. Já o trabalho de parto refere-se às subsequentes
contrações uterinas, que dilatam o colo uterino, de modo a facilitar a saída do feto e
da placenta do útero.
O diagnóstico de TP tem como critérios clássicos as contrações uterinas
dolorosas e regulares em tempo (a cada 5 minutos ou menos), em intensidade
(fortes) e em duração (50 a 60 segundos) e ainda colo uterino com apagamento
superior a 50%, centralizando e com 3 a 4 cm de dilatação. O primeiro estágio
divide-se em uma fase latente, com a mudança gradual e lenta do colo, e de uma
fase ativa, com uma dilatação mais avançada, geralmente com 5 cm (ou mais se
nulípara). As gestantes devem ser internadas na fase ativa do trabalho de parto.
O exame de toque vaginal é essencial para a avaliação da evolução do TP,
contudo não existem evidências claras da melhor frequência para sua realização.
Geralmente, o toque vaginal é realizado na admissão, a cada quatro horas no
primeiro e a cada uma ou duas horas no segundo estágio, antes de administrar
analgesia, quando a parturiente sente o desejo de empurrar, na rotura das
membranas e se ocorrerem anormalidades da frequência cardíaca fetal.
A fase ativa do trabalho de parto é dividida didaticamente em quatro etapas,
nomeadamente: Dilatação; Expulsão; Dequitação e Período de Greenberg. O
Primeiro período (fase de dilatação) ocorre o processo de dilatação e apagamento
do colo do útero promovido pelas contrações uterinas. Apagamento é o processo de
“afinamento” do colo, enquanto a dilatação refere-se à abertura do colo do útero. As
contrações são irregulares e a dilatação é menor que 4-5 cm, geralmente 2cm/h
para primigesta e 1cm/h para multíparas. O Segundo período (fase de expulsão) é
caracterizado pela dilatação total do colo até a saída do feto pelo canal vaginal.
Pode demorar até 2 horas em mulheres no primeiro parto normal (em média, 50
minutos) e 1 hora em mulheres que já tiveram partos normais (em média, 20
minutos) e durar mais se a mulher estiver com analgesia epidural. Nessa fase, a
mulher vai apresentar necessidade de empurrar o feto, ajudando o nascimento, que
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é o marco do término dessa fase. A terceira fase começa após a saída do feto
(recém-nascido) e termina com a saída da placenta. Dura, em geral, até 30 minutos.
Nesse período ocorre a perda natural de cerca de 300 a 500mL de sangue por conta
da dequitação placentária (descolamento da placenta). Por fim, a quarta etapa,
primeira hora pós-parto ou período de Greenberg é notadamente a fase de maior
risco materno do ponto de vista hemorrágico e, por isso, a mulher fica em
observação. Nessa fase, após a saída da placenta, o útero de contrai e forma
coágulos internos para controle do sangramento. É nesse período em que há maior
risco de hemorragia pós-parto (Figura 1).

Figura 1. Fases do parto.

A mecânica do parto em si analisa os movimentos da cabeça, sob ação das


contrações uterinas, a transitar pelo desfiladeiro pelvigenital, buscando sempre os
menores diâmetros. A divisão do mecanismo de parto em tempos é caracterizada
por: primeiro tempo ou INSINUAÇÃO; segundo tempo ou DESCIDA ou
PROGRESSÃO; terceiro tempo ou ROTAÇÃO INTERNA; quarto tempo ou
DESPRENDIMENTO CEFÁLICO; quinto tempo ou ROTAÇÃO EXTERNA e sexto
tempo ou DESPRENDIMENTO DO TRONCO (Figura 2).

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Figura 2. Mecanismo de parto.

A dor do trabalho de parto indica o momento de transição do ciclo grávido-


puerperal da fase evolutiva (gravidez) para a resolutiva (parto), e orienta para a
tomada de decisão pertinente em relação à preparação para essa nova fase. A dor
no trabalho de parto pode ter efeitos negativos: para a parturiente, para a
progressão do próprio TP e para o bem-estar fetal. As alterações respiratórias e a
libertação de catecolaminas são os principais responsáveis.

Partograma

O partograma é um documento oficial que deve ser preenchido a partir do


momento que a gestante entra em trabalho de parto. Como o partograma é parte do
prontuário, ele deve ser corretamente preenchido e aberto na hora correta. O
registro da evolução do trabalho de parto é necessário e recomendado pelo
Ministério da Saúde. Ele possibilita que se tenha um registro detalhado, de forma
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gráfica, de todos os parâmetros maternos e fetais de interesse durante a assistência
ao trabalho de parto e permite, ainda, a identificação da evolução normal ou mesmo
da ocorrência de qualquer tipo de distocia.
O detalhamento do partograma deverá ser maior ou menor na dependência
de se estar registrando o acompanhamento de trabalhos de parto de gestações com
ou sem intercorrências. Alguns itens básicos são comuns, como avaliação das
contrações uterinas (frequência, intensidade); avaliação da frequência cardíaca fetal;
e registro da dilatação cervical, da altura da apresentação e do uso de ocitócitos. Na
Figura 1, são mostrados dois partogramas utilizados nos serviços hospitalares da
Clínica Obstétrica do HC-FMUSP e do Hospital Universitário da USP. Pode-se notar
que no Hospital Universitário, que é uma unidade de baixo risco, as avaliações são
registradas a cada hora, enquanto no HC-FMUSP o registro da frequência cardíaca
fetal é realizado a cada 15 minutos e outros itens são adicionados ao partograma.

Figura 1: Partogramas. A: Hospital Universitário da USP (unidade de baixo risco), B: HC-


FMUSP (unidade de alto risco). Bolsa LA: bolsa de líquido amniótico, CTR:
cardiotocografia; DU: dinâmica uterina; PA: pressão arterial.

Entendendo o partograma:

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Existem dois critérios importantes para determinar o trabalho de
parto: dilatação de pelo menos 3 centímetros e pelo menos 2 contrações efetivas. O
partograma compreende 4 partes, que devem ser preenchidas de hora em hora, ou
quando a gestante for reavaliada.
A primeira parte é a identificação da paciente. Cada serviço pode ter um
cabeçalho especificado, mas normalmente temos o nome
completo, documento/atendimento, idade da gestante e idade gestacional.
A segunda parte refere ao acompanhamento da dilatação e a altura do
feto, duas informações que devem ser anotadas a cada toque vaginal que for
realizado. O preenchimento é feito a partir da esquerda para a direita e além das
outras duas informações, é necessário anotar a hora real e/ou a hora de registro
(figura 2).

Figura 2

Sobre os símbolos, tem-se que o triângulo é referente a dilatação e está


correlacionado com a escala à esquerda e já o círculo representa a altura do feto,
respeitando os planos de De Lee ou de Hodge.
Há também duas linhas: a linha de alerta e a linha de ação. Elas podem
estar presentes ou não no partograma, se não estiverem será de responsabilidade
de quem abre o partograma desenhá-las. Ambas estão em um ângulo de 45 graus e
devem estar espaçadas em 4 quadrados. E a linha de alerta deve começar na
segunda hora do partograma.

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● Linha de Alerta: o trabalho de parto deve acompanhar a linha, por isso, se
a representação do parto ultrapassar essa linha, devemos prestar atenção.
● Linha de Ação: mostra a necessidade de intervenção, não
necessariamente cesárea.
A terceira parte é o registro de batimentos fetais e deve ser marcado apenas
com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame.
Em seguida, há o registro das contrações. Para as contrações efetivas,
deve-se preencher todo o quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem entre
20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma linha na
diagonal. O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de
contrações em 10 minutos (figura 3).

Incluir uso (ou não) de ocitocina, aspecto do líquido amniótico e aspecto da


bolsa.
A quarta e última parte, é onde será anotado se há ou não uso de ocitocina,
o aspecto do líquido amniótico e o aspecto da bolsa (figura 4).
• BOLSA: A bolsa pode estar íntegra (I) ou rota (R)
• LÍQUIDO AMNIÓTICO (LA): o líquido pode ser claro (LC) ou meconial (LM).
Apenas com o rompimento da bolsa é possível avaliar o líquido amniótico.
• OCITOCINA: é importante marcar a dose que está sendo utilizada.

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Figura 4

Por fim, é importante ressaltar que o partograma faz parte do prontuário


médico, portanto ao preencher uma coluna (correspondente a uma hora)
o examinador deve assinar, indicando que ele realizou o exame.

REFERENCIAS:

Materiais de sala de aula. Curso de Medicina. Faculdade Municipal Professor Franco


Montoro.

Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher - Princípios e Diretrizes. Série Projetos, Programas e
Relatórios. Brasília, DF; 2011.

PORTO, Celmo Celeno. Porto, Arnaldo Lemos. Exame clínico. 8. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. Bickley, Lynn S. Szilagyi, Peter G. Hoffman, Richard M.
Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.

São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia


(FEBRASGO), 2018. (Protocolo FEBRASGO - Ginecologia).

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