Portfólio 3.0 - Uc XV - Habilidades Médicas - Go
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Ginecologia e Obstetrícia
Mogi-Guaçu
14/06/2024
Sumário
AUTORREFLEXÃO:......................................................................................................3
PRIMEIRA AULA......................................................................................................3
SEGUNDA AULA......................................................................................................3
TERCEIRA AULA......................................................................................................4
CONTEÚDO TEÓRICO:................................................................................................4
REFERENCIAS:..........................................................................................................15
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AUTORREFLEXÃO:
PRIMEIRA AULA
SEGUNDA AULA
3
TERCEIRA AULA
CONTEÚDO TEÓRICO:
Evolução gestacional
No processo de fecundação, o encontro dos gametas masculino e feminino
resulta na formação de uma célula única totipotente, denominada zigoto. O zigoto
originará, ao final de 9 meses de gestação, um indivíduo constituído por trilhões de
células e que apresenta tecidos diferenciados e sistemas orgânicos funcionais. A
duração média de uma gestação humana é de 38 semanas, sendo definida como
gestação a termo pela Organização Mundial de Saúde, a gestação com duração
entre 37 e 42 semanas.
O período do desenvolvimento intrauterino pode ser dividido em dias,
semanas ou meses. Contudo, no acompanhamento pré-natal, os 9 meses de
gestação são divididos em 3 trimestres, ou seja, períodos com os mesmos tempos
de duração. No primeiro trimestre já se formaram todos os principais sistemas. No
segundo trimestre, o feto cresce e torna- se possível observar detalhes anatômicos
em um exame de ultrassonografia. Além disso, o feto tem chances de sobrevivência
caso nasça prematuramente. No terceiro trimestre, o feto ganha peso e geralmente
sobrevive se nascer prematuramente.
Com base nas semelhanças e diferenças entre as características
morfológicas durante o desenvolvimento, foram definidos os 3 períodos do
desenvolvimento humano, denominados pré-embrionário, embrionário e fetal.
O período pré-embrionário corresponde aos eventos do desenvolvimento
relacionados à divisão dos blastômeros (clivagem), formação do blastocisto e
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formação dos discos embrionários bilaminar (ou bidérmico) e trilaminar (ou
tridérmico). Esse período ocorre entre a 1ª semana e a metade da 3ª semana de
desenvolvimento.
O período embrionário (que acontece entre o final da 3ª semana e a 8ª
semana de desenvolvimento) corresponde ao período em que ocorrem os processos
de morfogênese (aquisição de uma forma) e de organogênese (formação dos
órgãos). É nessa fase que o indivíduo adquire o aspecto humano e passa a ser
denominado embrião.
O período fetal é caracterizado pelo crescimento, aumento de peso e
maturação dos órgãos, o que confere ao feto condições de sobrevivência no meio
extra-uterino. Esse período ocorre entre a 9ª e 38ª semana de desenvolvimento.
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O feto cresce em média de 1,0 a 1,5 mm por dia, porém o crescimento
corporal não é sincrônico, nem proporcional. No início do período fetal, a cabeça
constitui cerca de metade do corpo do feto O feto e os membros superiores são mais
longos do que os inferiores. Ao final do período fetal, a cabeça passará a constituir
cerca de ¼ do corpo do feto e os membros vão gradativamente assumindo sua
proporção final.
Esquema ilustrando as mudanças nas proporções do corpo durante o período
fetal. Com 9 semanas, a cabeça tem metade do tamanho do corpo. Com 38
semanas as circunferências da cabeça e do abdome são praticamente iguais.
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Representação esquemática de fetos entre a 20ª e a 38ª semanas de
desenvolvimento. Nota-se que ao final da gestação o feto apresenta visível aumento
de peso.
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A princípio, é importante compreender que parto e trabalho de parto (TP),
embora sejam fenômenos intrínsecos, não são sinônimos. O parto consiste em um
processo global no qual o feto, a placenta e as membranas fetais são expulsos do
trato reprodutor materno. Já o trabalho de parto refere-se às subsequentes
contrações uterinas, que dilatam o colo uterino, de modo a facilitar a saída do feto e
da placenta do útero.
O diagnóstico de TP tem como critérios clássicos as contrações uterinas
dolorosas e regulares em tempo (a cada 5 minutos ou menos), em intensidade
(fortes) e em duração (50 a 60 segundos) e ainda colo uterino com apagamento
superior a 50%, centralizando e com 3 a 4 cm de dilatação. O primeiro estágio
divide-se em uma fase latente, com a mudança gradual e lenta do colo, e de uma
fase ativa, com uma dilatação mais avançada, geralmente com 5 cm (ou mais se
nulípara). As gestantes devem ser internadas na fase ativa do trabalho de parto.
O exame de toque vaginal é essencial para a avaliação da evolução do TP,
contudo não existem evidências claras da melhor frequência para sua realização.
Geralmente, o toque vaginal é realizado na admissão, a cada quatro horas no
primeiro e a cada uma ou duas horas no segundo estágio, antes de administrar
analgesia, quando a parturiente sente o desejo de empurrar, na rotura das
membranas e se ocorrerem anormalidades da frequência cardíaca fetal.
A fase ativa do trabalho de parto é dividida didaticamente em quatro etapas,
nomeadamente: Dilatação; Expulsão; Dequitação e Período de Greenberg. O
Primeiro período (fase de dilatação) ocorre o processo de dilatação e apagamento
do colo do útero promovido pelas contrações uterinas. Apagamento é o processo de
“afinamento” do colo, enquanto a dilatação refere-se à abertura do colo do útero. As
contrações são irregulares e a dilatação é menor que 4-5 cm, geralmente 2cm/h
para primigesta e 1cm/h para multíparas. O Segundo período (fase de expulsão) é
caracterizado pela dilatação total do colo até a saída do feto pelo canal vaginal.
Pode demorar até 2 horas em mulheres no primeiro parto normal (em média, 50
minutos) e 1 hora em mulheres que já tiveram partos normais (em média, 20
minutos) e durar mais se a mulher estiver com analgesia epidural. Nessa fase, a
mulher vai apresentar necessidade de empurrar o feto, ajudando o nascimento, que
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é o marco do término dessa fase. A terceira fase começa após a saída do feto
(recém-nascido) e termina com a saída da placenta. Dura, em geral, até 30 minutos.
Nesse período ocorre a perda natural de cerca de 300 a 500mL de sangue por conta
da dequitação placentária (descolamento da placenta). Por fim, a quarta etapa,
primeira hora pós-parto ou período de Greenberg é notadamente a fase de maior
risco materno do ponto de vista hemorrágico e, por isso, a mulher fica em
observação. Nessa fase, após a saída da placenta, o útero de contrai e forma
coágulos internos para controle do sangramento. É nesse período em que há maior
risco de hemorragia pós-parto (Figura 1).
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Figura 2. Mecanismo de parto.
Partograma
Entendendo o partograma:
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Existem dois critérios importantes para determinar o trabalho de
parto: dilatação de pelo menos 3 centímetros e pelo menos 2 contrações efetivas. O
partograma compreende 4 partes, que devem ser preenchidas de hora em hora, ou
quando a gestante for reavaliada.
A primeira parte é a identificação da paciente. Cada serviço pode ter um
cabeçalho especificado, mas normalmente temos o nome
completo, documento/atendimento, idade da gestante e idade gestacional.
A segunda parte refere ao acompanhamento da dilatação e a altura do
feto, duas informações que devem ser anotadas a cada toque vaginal que for
realizado. O preenchimento é feito a partir da esquerda para a direita e além das
outras duas informações, é necessário anotar a hora real e/ou a hora de registro
(figura 2).
Figura 2
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● Linha de Alerta: o trabalho de parto deve acompanhar a linha, por isso, se
a representação do parto ultrapassar essa linha, devemos prestar atenção.
● Linha de Ação: mostra a necessidade de intervenção, não
necessariamente cesárea.
A terceira parte é o registro de batimentos fetais e deve ser marcado apenas
com um ponto na frequência que o feto apresenta no momento do exame.
Em seguida, há o registro das contrações. Para as contrações efetivas,
deve-se preencher todo o quadrado. Se elas não forem efetivas, mas durarem entre
20 e 39 segundos, pinta-se apenas metade do quadrado, traçando uma linha na
diagonal. O número de quadrados que pintar, representa a quantidade de
contrações em 10 minutos (figura 3).
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Figura 4
REFERENCIAS:
PORTO, Celmo Celeno. Porto, Arnaldo Lemos. Exame clínico. 8. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017. Bickley, Lynn S. Szilagyi, Peter G. Hoffman, Richard M.
Bates, propedêutica médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
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